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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS – CAV MEDICINA VETERINÁRIA MELHORAMENTO ANIMAL Andressa Machado Blenda Fernandes Gabriela Conterno Conteúdo do semestre da disciplina de Melhoramento Animal, no curso de Medicina Veterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina no Centro de Ciências Agroveterinárias, período 2016/2. Professor Nilson Broering LAGES – SC 2016 Aula 1 - INTRODUÇÃO O melhoramento animal é importante para a melhoria de índices, e pode ocorrer por 2 caminhos: - Melhoraria via ambiental: melhores condições de criação influenciam diretamente o melhoramento animal. Uma pastagem melhor produz uma maior quantidade de leite. Uma ração de alta qualidade, induz maior número de ovos por postura. Vacinas contra ectoparasitos dá aos animais uma resposta superior. Esse caminho será discutido em outras disciplinas. - Melhoramento animal: escolha dos indivíduos portadores de um conjunto de genes que influenciam significativamente nas mudanças. ➔ Não se seleciona animais pra aumentar o número de genes, e sim para aumentar a frequencia de um determinado número de genes. Um determinado conjunto de características. É importante definirmos os primeiros passos de um programa de melhoramento, como será traçada a rota. Obs: os princípios aplicados ao melhoramento são os mesmos independente da espécie. O que varia de espécie pra outra são as características a serem melhoradas. Ex: não se estuda produtividade de leite em gado de corte (a não ser que seja com a finalidade de aumentar o peso do terneiro no desmame, mas não com prioridade comercial). Podemos trabalhar com características simples ou múltiplas características simultaneamente. Com uma só, é bem simples, mas dificilmente vamos conseguir trabalhar com somente uma características, já que economicamente várias são importantes. Para que uma característica esteja dentro de um programa de melhoramento ela precisa de 2 pré requisitos: ser economicamente importante e apresentar variabilidade biológica entre animais (os animais devem apresentar diferenças significativas). O objetivo de seleção é o retrato do programa. Algumas características são fáceis de serem registradas nos fenótipos dos animais. FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE + INTER. GENÓTIPO/AMBIENTE + ALEATÓRIO Sendo: ● Genótipo: podem ser divididos em Genótipo Aditivo, de Codominância ou Epistasia. Esses são os 3 efeitos gênicos que atuam na expressão do fenótipo com base no genótipo dos indivíduos. Um terneiro pesa 190kg, esse é o fenótipo dele. Parte desses 190kg é expresso geneticamente de forma associativa entre genes (efeito de adição), parte por efeitos de codominância (sobreposição de um gene na expressão de outro), ou por interação entre genes (epistasia = um determinado grupo de genes pode interagir na presença de outro grupo de genes com maior ou menor significância). ● Ambiente: podem ser divididos em efeitos ambientais temporários ou permanentes. ○ Permanentes: não são transmissíveis, mas permanecem ao longo da vida produtiva do animal. Independem de círculo de produção. Ex: uma vaca sofre um acidente e sofre remoção de um dos tetos. Não foi genético, mas tem um carácter permanente. ○ Temporários: modificam o ciclo de produção. Um ambiente temporário tem um caráter na produção. Ex: na primeira lactação da vaca houve bastante chuva e pastagem boa. Na segunda lactação, houve secas. O volume de pastagem, assim como a qualidade, diminuíram. Isso influenciou negativamente na produção. Logo, parte da expressão do fenótipo ficou comprometida por uma característica ambiental temporária. ● Interação genótipo/ambiente: como o gene se comporta diante de um certo ambiente. Ex: o ambiente é excelente, mas falta genética para resposta maior, ou vice versa. Animal no mesmo ambiente, mesma água, comida e tudo ganham pesos diferentes. A diferença se faz devido à genética. ● Aleatório: mutações, crossing over, cria as diferenças dentro de uma família. Irmãos são diferentes dentro de uma família devido ao efeito aleatório (recombinação gênica) Algumas características são de fácil obtenção. Ex: um terneiro nasceu. Vaca fez a assepsia natural, o terneiro é pesado e tem-se o fenótipo de nascimento dele. *peso ao nascer = muito fácil conseguir. Velocidade de crescimento, também fácil de conseguir: (Peso 200 dias - peso ao nascer)/(número total de dias) = ganho médio diário do animal. Efeitos genéticos e ambientais vão explicar esse ganho de peso. Um terneiro com alto poder de crescimento mamando numa vaca com pouco leite, tem seu crescimento vetado, fica aquém => interação genótipo/ambiente. O objetivo de seleção é cronologicamente uma sequência de registros fenotípicos que buscamos a capacidade de selecionar os indivíduos para que eles se encaixem nas características. Importância do objetivo de seleção: ter características biológicas e econômicas, importantes, muito claras. Seleção é a capacidade de escolha que pode ser subjetiva ou objetiva. Se eu selecionar os animais com base nos valores fenotípicos tem-se seleção fenotípica ou seleção massal, que apresenta um certo nível de subjetividade. Isso ocorre PORQUE tem vários fatores que explicam o fenótipo como um todo. A escolha por fenótipo não garante que o indivíduo é portador do melhor conjunto de genes que associativamente expressarão esse fenótipo. Nem que expressará por dominância de genes, nem que interagem adequadamente, pois pode ser mascarado por características ambientais e interativas. ➔ Através somente no fenótipo a seleção é muito subjetiva, pois o fenótipo é uma associação de genes e ambiente e um pode influenciar no outro. Se for pra fazer escolha por fenótipo, é bom garantir que o ambiente esteja PADRONIZADO. Dessa forma, as diferenças entre respostas fenotípicas não tenham origem no ambiente, e sim na genética. Mesmo assim, não se teria uma tranquilidade no processo de seleção, pois cada animal tem 3 componentes genéticos que agem diferentemente de uma geração pra outra. 1) Genótipo aditivo: numa cadeia de genes, vê se o efeito deles associativo. Somados. Isso depende da sequência que os genes apresentam na expressão de uma certa característica. Ex: A + B + C + D ≠ A + D + B + C. Ao selecionar as frequências mais desejadas, encontramos um efeito associativo mais relevante, que tem um caráter herdável. 2) Genótipo dominância e epistasia: vantagem genética no indivíduo, não na sua descendência. Não tem como garantir que a prole terá esse genótipo, diferente do aditivo. Dos 3 componentes que formam o genótipo, 2 deles não são herdados. Serve somente para aquela geração. Não existe nenhum animal biologicamente superior no efeito de sua associação gênica para todas suas características. Pode ser bom para umas, mediano pra outras, medíocre para outras. O elenco das características que fazem parte do objetivo de seleção não garante encontrar super indivíduos. Pode haver uma antagonia entre as característicasdesejadas. Se as condições ambientais são desfavoráveis e não tem como melhorar: nos ambientes pobres, também existem indivíduos diferentes/melhores. O desafio da seleção dos ambientes pobres é muito superior ao dos ambientes bons, mas se há um “menos ruim”, há margem para começar. Ex: 2 indivíduos de 300 kg. Um aloca recursos pra manter 300, outro aloca parte dos recursos para manter os 300 e ter espaço para crescer mais. No meio do sacrifício de ambiente ruim, ele consegue crescer e ser diferente, ser melhor. Algumas características não vão ser fáceis em registro fenotípico e por isso são difíceis de colocar no objetivo de obtenção. Por exemplo: conversão alimentar em animais a campo, é extremamente difícil de registrar. Como saber quanto o boi pastou? É uma característica economicamente importante, porém bem difícil. Isso fica sujeito à seleção indireta, uma seleção que se apoia em outras características. Ex: velocidade de crescimento está diretamente relacionada com a conversão alimentar. Portanto, é possível sim fazer a obtenção de características cujo fenótipo é difícil de conseguir. Ex: se X tem melhor capacidade de se converter num regime A, vai ter maior chance de se converter bem em regime B, isso é associativismo. Mas nem sempre funciona assim. Como se faz o fenótipo de lactação de um touro para aumentar a produção de leite da fêmea? => fenótipo restrito em sexo. Pode ser feito através dos indivíduos relacionados geneticamente à esse touro, mãe, irmãs, tias… A probabilidade de existir um determinado conjunto de genes nele, é mais alta se tiver nelas. Características de desenvolvimento: Ex: numa galinha de granja deseja-se que seja pequena (menor custo de manutenção e volume de ração) e ponha bastante ovos, num suíno deseja-se que em menos tempo ele atinja o peso de abate. Em vacas leiteiras: ser magro e converter a ingestão de tudo em leite, etc. Critérios de seleção: 1. Identificamos as características que desejamos, em seguida passamos a seguir um critério (forma com que esses fenótipos serão registrados). Ex: registrar peso de animais até 72h após o nascimento. Se for registrar algum com 74h, não é possível. 2h a mais significa incorporar dentro do processo de seleção um conjunto de genes que não estava presente nos outros. O rigor no critério é parte do sucesso de um programa de melhoramento. Alguns animais desviam desse critério, por isso utilizamos ferramentas estatísticas. Ex: ajustes de peso. Todos os animais serão ajustados a 200 dias, porém alguns animais desmamam antes que outros. Faz-se uma média e se ajusta estatisticamente, para que todos sejam avaliados da mesma maneira. Esse ajuste é descrito dentro do critério de seleção. 2. Não selecionar várias características ao mesmo tempo. É mais complicado, mas não impossível. A medida que aumenta o número de características por seleção, diminui a resposta por característica e aumenta a incidência de antagonismo entre características. O que se deseja do melhoramento é avanço genético e equilíbrio das qualidades. Não adianta ganhar velozmente em só uma característica, mas desprezar outras que também tem importância econômica. 3. Selecionar características de alta herdabilidade. Posso selecionar características de 3 níveis de transição de geração, ou herança da característica. Pode ser baixa (0-10%), média (10-49%) e alta herança (acima de 50%). As de baixa herança são fortemente influenciadas por outros fatores. Um animal com características de alta qualidade podem passar numa magnitude baixa pros seus descendentes. Ex: características de reprodução dependem muito de coisas genéticas e ambientais e menos do que é herdado. ➔ Os efeitos do ambiente influenciam fortemente nas características de baixa herança. Características de alta herança ao serem submetidas a um processo de seleção tem alta resposta. Transpõe geração, passa pro filho. Porém, se o ambiente é pobre: Todas as magnitudes de herança, ao serem submetidas a um ambiente pobre, quem sofre mais? A de alta herdabilidade, pois a baixa já não ia evoluir muito, mas a alta perde toda a sua chance de desenvolver sua capacidade, expressar seus genes bons. Ou seja, as características de alta herança dependem mais do ambiente pra manifestar as suas boas características. 4. Selecionar características de valor econômico diferenciado. Podendo ser ordenadas por importância econômica (causa mais impacto na receita) ou importância biológica (responde mais rapidamente). As de alta herança são mais importantes biologicamente, mas nem sempre são as melhores economicamente. Essa escolha quem faz é o melhorista. Nem sempre as características de alta herança são economicamente mais importantes. 5. 6. Selecionar características inclusas nos objetivos de seleção. É possível mudar o objetivo de seleção depois de implantar o programa de melhoramento? Não deve, pois há respostas e seleções diretas e indiretas, associadas ou não. Não vai dar pra chegar numa conclusão direito. 7. Ser paciente nas obtenções de resultados. Algumas características, principalmente as de baixa herança, produzem pouca mudança biológica. Então é preciso ter paciência para a obtenção de resultados, mas não se deve rejeitar pela resposta lenta, pois por mais baixa que seja a herança, se justifica a seleção Características indicadoras de atividade reprodutiva: 1. Libido. Um touro sem libido numa propriedade grande, não irá atrás de vacas para copular. 2. Perímetro escrotal. Ver se existe um desenvolvimento testicular de acordo com a idade do animal. Aula 2 - PRINCÍPIOS DE AÇÃO GÊNICA ★ Todas as características são portadoras de fenótipo? Aparentemente sim, mas na verdade não, pois algumas características têm restrições de serem obtidas. Ex: conversão alimentar de gado de corte (ganho de peso), ou características ligadas ao sexo, como a produção de leite em machos (usamos fenótipos de indivíduos relacionados, como filhas, irmãs, mãe e etc para avaliar), ou ainda densidade de ejaculado em fêmeas (é possível fazer seleção usando indivíduos relacionados geneticamente). ● Fenótipo: Conjunto do que é genético ● Seleção: Escolha dos indivíduos portadores das melhores sequências com a probabilidade de serem passadas de geração para geração. Dentro do genótipo há 3 princípios de ação gênica: 1) Efeito de adição gênica: Efeito de associação dos genes. Todas as características tem um número de genes, porém nós não selecionamos para o aumento dos genes e sim para o aumento da frequência da combinação na população que resulta na característica desejada. Por isso este efeito é importante. Ex: Há dois indivíduos com um conjunto de genes na expressão de uma característica, o efeito de adição dos indivíduos faz com que a expressão da característica seja diferente nos dois. É O EFEITO GENÉTICO MAIS IMPORTANTE. ÚNICO PRINCÍPIO GENÉTICO QUE TRANSPÕE GERAÇÕES É O DA ADITIVIDADE. A sequência tende a ser transferida de pai para filho pois transpõe as gerações. A herança tem por base a aditividade gênica, determina a probabilidade dedeterminado conjunto genico ser repassado. (Obs: baixa herdabilidade: 1 a 15%, média: 15 a 49%, alta: acima de 50%). Herança e valor genético representam o efeito aditivo e são os dois principais elementos da seleção. HERANÇA ou HERDABILIDADE é probabilidade coletiva, da população como um todo, de transposição genético aditiva entre gerações em uma dada população para uma dada característica. ➔ Heranças mudam? A base genética muda, aumentando determinada característica de determinadas características favoráveis e diminuindo outras não desejadas. Há variação na herança após a seleção, dentro de um grupo, geralmente há diminuição, pois a base populacional genética é reduzida, famílias elitizadas são criadas. Consequências da redução da herdabilidade, dentro do princípio de raça é interessante, pois é criado um padrão. Porém, segundo o conceito de seleção (mudança nas médias genéticas da população para melhorar índices produtivos) em que há preocupação com índices produtivos, isso aumenta as médias e o impacto da diferença da média a cada geração diminui. Desta forma a medida que se faz seleção a magnitude das diferenças vai ficando menor, há menos ganho genético, por isso é bom trazer animais de fora e que tenham média superior da minha população, assim terei novamente um ganho maior. É muito importante saber a média da minha população para não trazer um animal com média inferior para característica desejada. Dentro de uma população fechada a possibilidade de seleção confere variabilidade genética proporcional ao tamanho da população, portanto as possibilidade de seleção serão também diretamente proporcionais ao tamanho da população. A redução da variabilidade é progressiva porém infinita, pois para cada característica há milhões de genes. A cada geração há perda de ganho genético, mas a média aumenta. Valor genético: é a quantificação numérica do efeito aditivo dos genes de cada indivíduo. Na população como um todo um valor genético individual é selecionado em vários indivíduos visando a herança das características na população. 2) Efeito dominância gênica: Não é um efeito transmissível, porém por meio de HETEROSE* há influência na população. Segundo o grau de dominância a característica se manifesta fenotipicamente de modo diferente. *HETEROSE: A heterosidade determina a superioridade do heterozigótico, quanto maior o nível de heterozigose um acasalamento produzir, maior será heterose. 3) Efeito de epistasia: Não é um efeito transmissível, porém por meio de heterose há influência na população. INTERAÇÃO GENÓTIPO AMBIENTE É importante observar a compatibilidade ambiental do animal. Em feiras observamos matrizes (touros) que apresentam peso muito grande, porém eles não representam a mesma situação em que serão submetidos os rebanhos comercias, portanto sua aptidão genética para produção animal é contestável. Não adianta ter um super touro se ele não for compatível com o ambiente. O fenótipo de ganho de peso de um touro não reflete seu potencial genético exatamente, pois há uma interação genética aditiva com o efeito aleatório e ambiental. É aconselhável selecionar os pais para filhos comerciais com ambiente o mais próximo das condições que sua progênie será submetida. Um pai, mesmo com ambiente que obscurece seu potencial genético, continuará portando o gene, que em melhores condições pode atingir seu potencial genético. No Brasil sobra genética e falta ambiente.É um desafio selecionar para ambientes desfavoráveis. Aula 3 - METODOLOGIAS ESTATÍSTICAS Algumas metodologias estatísticas podem ser usadas para a explicação de variações genéticas, conceitos de herança de uma maneira mais numérica, para, futuramente, formular um programa de seleção. Ex: Duas características, Peso ao Nascer e Peso ao Desmame: PESO AO NASCER (KG) PESO AO DESMAME (KG) 35 186 40 194 41 196 37 140 30 200 O fenótipo do peso é expresso pelo genótipo (aditivo, dominância, epistasia ou interação), um efeito ambiental (permanente ou temporário), interação do ambiente e do genótipo e, por fim, um efeito aleatório (ou recombinação gênica). Os números, peso ao nascer e peso ao desmame, são uma representação do fenótipo. Exemplo, o fenótipo do terneiro 2 ao desmame é de 194 kg, sendo uma expressão do genótipo, do ambiente, da interação entre ambos e o efeito aleatório, aquele sem probabilidade estatística nenhum (impossível de se controlar). Média Fenotípica: Seria a soma de todos os valores, dividido pela quantidade de números que foram somados. No exemplo, são todos os valores de Peso ao Nascer, dividido por 5 (36,6 kg) e a média do Peso ao Desmame (183,2 kg). Apresentam uma distribuição normal, onde há o centro (uma média) com uma grande [ ] em volta dela. A medida que se afasta há menor densidade das representações. logo 50% das representações acima e 50% abaixo da média. Entre +3 desvios padrões há 97% de todas as observações. Características distribuídas de maneira normal, são afetadas por um grande número de genes e todos os modelos estatísticos usados, partem do princípio de que existe normalidade da distribuição, dizer que isso não é verdadeiro, deveria se usar outra metodologia. características binomiais (prenha ou não, com chifre ou não) seriam usadas outras distribuições, mas 90% das características são usadas em distribuição normal. A média quer demonstrar o centro da distribuição. Pelo centro se observa, ao longo do tempo, que a distribuição vai se deslocando, movendo, tendo por origem algumas informações e efeitos. Ex: Mede-se a média fenotípica em 2000, depois em 2001, analisando que a média está se movendo, por razões variadas, como, por exemplo, adaptação de cada animal, ambiente em que vivem, sendo basicamente mudanças do ambiente, genes e efeitos aleatórios que irão causar a mudança. ● Seleção Fenotípica ou Massal: Escolha de características de futuras gerações baseadas no fenótipo da geração atual. Sendo algo frágil e irregular, pois os efeitos que causam mudanças no fenótipo são muitas (genótipo, ambiente e aleatório), não sendo contemplada a melhoria como se era esperado. ● Heterose: Superioridade dos indivíduos híbridos, não estéreis, que causam epistasia dominância ou epistasia, podendo alterar-se durante as gerações. Heterose não é transmissível, é uma vantagem. ● Genética Aditiva: Efeito aditivo de genes passam de geração para geração, dependendo em parte da transposição genética dos pais para os filhos. Não se pode determinar muitas características e efeitos apenas visualizando os fenótipos, em resumo a seleção massal é muito insegura, sendo muitos os efeitos que afetam a escolha. Em que situação técnica haveria aumento de sucesso? Quanto mais padronizado o ambiente, mais homogêneo o grupo e maior a probabilidade de se ter uma escolha mais segura, pois a base das diferenças é genética, sendo melhores analisadas. A seleção fenotípica é reconhecidamente melhor como técnica a partir do momento que você estuda as característica que quer selecionare conheça os graus de herança dessas características. ● Herança: Capacidade de transferência genética ou aditiva de pais para filhos, portanto, se uma característica tem herança elevada, os demais componentes do fenótipo do animal são proporcionalmente menores. Ao selecionar indivíduos sob características de alta herança, a probabilidade de estar escolhendo os melhores animais é aumentada. A seleção com base somente nos fenótipos é frágil, pq possui outras características dentro dele. ★ Em que circunstâncias a seleção Massal apresenta, tecnicamente, uma melhor probabilidade de resposta? Padronização dos grupos contemporâneo, redução dos efeitos ambientais e preferencialmente seleção de características de alta herança. A padronização do efeito ambiental é uma necessidade para se praticar a seleção fenotípica. ● Seleção Genotípica: Ao selecionar pelo genótipo aditivo dos pais, estaria produzindo na produção geração características superiores. Pela seleção através do genótipo deve-se ter orientação do acasalamento dos pais, levando em consideração o distanciamento genético destes. Quanto maior o distanciamento, mais pode produzir na geração dos filhos uma maior heterozigose. Quanto maior a heterozigose, maior a possibilidade de dominância e epistasia gênica, consequentemente, maior nível de heterose esperado. Dominância e epistasia se manifestam por heterose, que não é passado pelos pais. Entende-se por heterose (ou vigor híbrido) a superioridade dos indivíduos cruzados (heterozigóticos) em relação aos definidos (homozigóticos). Hetero e homozigótico não tem a mesma conotação que em genética, pois são N genes na expressão de uma característica, portanto, homozigotos e heterozigotos querem dizer coisas diferentes. É muito difícil ter homozigóticos numa característica quantitativa, pois existe uma grande quantidade de genes envolvidos. A seleção seria a escolha dos indivíduos com base no valor genético aditivo dos mesmos. Os indivíduos de valor genético superior terão um efeito menor dos demais indivíduos e grande parte da expressão de suas características de fenótipo tem por base o valor aditivo destes genótipos. Se a média muda na direção que você fez, você muito provavelmente deve ter escolhido indivíduos geneticamente superiores do ponto de vista aditivo. ★ A seleção fenotípica pode ter sucesso? A seleção fenotípica pode apresentar sucesso, quando animais escolhidos com base no fenótipo (por “sorte”) sejam geneticamente os melhores, pelo efeito aditivo dos genes (aqueles com melhores combinações genéticas). Portanto, é algo objetivo a seleção fenotípica, já a genotípica aditiva é impossível de erro a menos que se use a metodologia errada. ● Avaliação Genética: Quantificação numérica do efeito aditivo dos genes. Quando selecionamos pelo valor genético dos animais induzimos a um aumento na frequência de determinadas combinações gênicas que aumentam produtividade. Então, na realidade, o conjunto de genes que expressão determinada característica é maior ou menos em valor (quantificação) a partir de dados estatísticos, tendo uma magnitude mais ou menos desejada. Na medida de tendência central, a média é onde se encontra a maior parte dos indivíduos, porém, na seleção há necessidade de diferenças, tendo necessidade de se calcular o desvio padrão e variabilidade. ● Variância Fenotípica: Em média ao quadrado, a diferença entre genótipos do Peso ao Nascer é de 19,3 Kg², o grau de dispersão. Essa é a variabilidade fenotípica para peso ao nascimento. Uma variabilidade normal demonstra 50% dos valores acima e 50% dos valores abaixo da média. Desvio Padrão: Em média, a diferença entre observações fenotípicas é de 4,39 Kg em Peso ao Nascer (raiz quadrada de 19,3Kg²). Há necessidade de fazer primeiro variância, pois é ao quadrado evitando valores negativo). É necessário que entendamos que a curva de distribuição é inicialmente fenotípica (formada por variabilidade fenotípica). Pega-se os vários componentes da variância fenotípica, sendo este explicado pelo genótipo aditivo (variabilidade genética aditiva), para uma dada característica, as diferenças entre os indivíduos da população. Vão se gerar diferentes variâncias para cada característica, sendo cada característica portadora de um grau de distribuição, com base nos indivíduos em teste. 1. A primeira variância encontrada na variância fenotípica foi a genética aditiva; 2. A segunda é a variância causada pelo efeito de variância gênica por dominância (cada indivíduo é diferente um do outro, causando diferentes efeitos de dominância). 3. A terceira variância que forma a curva, é a variância genética por epistasia (se indivíduos são portadores de genes e diferentes geneticamente, tendo aditividade, dominância e epistasia em diferentes graus de variabilidade). Para os componentes da variância ambiental existe a variância ambiental permanente e temporária. ★ Quais são os componentes da variância gênica? Variância genética por aditividade, dominância e epistasia. ★ Quais são os componentes da variância genética fenotípica? Variância genética por dominância, aditividade, epistasia, ambiental temporária e permanente. ★ Quais são os componentes da variância ambiental? Variância ambiental temporária e permanente. ★ Qual a definição de herança pelo contexto estatístico? Estatisticamente, a herdabilidade é a relação entre a variância genética aditiva sobre a variância fenotípica. É o quanto da variabilidade fenotípica, pode ser explicada pela variabilidade genético-aditiva. Essas diferenças geram a probabilidade de serem calculadas, oportunizando a capacidade de criar valores e parâmetros. ● Herdabilidade: representada pelo símbolo h², é um coeficiente genético que expressa à relação entre a variância genotípica e a variância fenotípica, ou seja, mede o nível da correspondência entre o fenótipo e o valor genético. A variância genética aditiva, ou diferenças produzidas pelas interações entre genes. Então, isso significa que se a divisão for 0,52, 50% da expressão do fenótipos tem na sua origem o efeito aditivo dos genes. Ex: 1. 26% das diferenças fenotípicas tem por base o efeito aditivo de genes; 2. 52% das diferenças fenotípicas tem em sua base a genética aditiva; 3. 78% da expressão dos fenótipos é responsabilidade do efeito aditivo dos genes. Nº 3 vai ter mais sucesso, mais facilmente aparecerão respostas, pois quanto mais alto o nível de herança, menor é a dependência dos demais componentes no processo de seleção, tendo um programa de maior sucesso. Quando maior é a herança, mais fácil é o programa de seleção. ★ Características de baixa herança não deveriam ser submetidas ao processo de seleção? Toda característica, economicamente importante, deve ser submetida à seleção, sendo todas importantes, demorando maior tempo ou não. Deve-se primeiro entrar aquelas de maior herança e economicamente mais pesadas, para depois as de médio e baixa herança (a longo prazo). Aula 04 - CORRELAÇÃO E REGRESSÃO GRUPO CONTEMPORÂNEO: Conjunto de animais sujeitos a mesma condição de ambiente, quanto melhor adefinição do grupo contemporâneo melhor a resposta à seleção. Sem a seleção de um grupo contemporâneo há influência de 2 fatores ambientais e 3 genéticos, com ele, você reduz a diferença fenotípico e ambiental. SELEÇÃO é um processo contínuo (dominância, epistasia e aditividade são diferentes de uma geração para a outra). A seleção fenotípica passa a ser mais importante sob condições de: ● Grupo contemporâneo bem definido. ● Trabalho com características de alta herdabilidade (pois estas são fortemente dependentes do efeito aditivo dos genes, diminuindo sua dependência da dominância e epistasia. A medida em que aumenta o efeito da herança (aditividade) diminui os efeitos de epistasia e de dominância. Herança corresponde a transposição genético aditiva de pai para filho. Quanto maior a herança e melhor definido o grupo contemporâneo (que minimiza os efeitos ambientais permanente e temporário) mais eficiente será a resposta da seleção, melhores serão os resultados observados. Ex: dois animais dentro de um mesmo grupo contemporâneo, com características iguais. Não se sabe qual dos fatores genéticos (epistasia, dominância ou aditividade) influenciam mais para a característica desejada. Mas quanto maior o efeito genético aditivo, menor será a interferência dos demais. Exemplo: Tabela de peso ao desmame em Kg: Geração dos pais (GP*) Geração dos filhos (GF) 170kg 171kg 190kg 192kg 210kg 205kg 205kg 200kg 196kg 197kg *A GP é definida pela média de peso do pai e da mãe. ● fenótipo do PAI: Ga + Gd + Ge + Ap + At ● fenótipo do FILHO: Ga + Gd + Ge + Ap + At Não existe nenhuma garantia que a semelhança de fenótipos do pai para os filhos, que caracteriza a capacidade de transposição de uma geração para outra, venha pelos efeitos do ambiente, pois ambiente não é transferível. Também não decorre de efeitos de epistasia e dominância, que não são transferíveis. Somente o efeito genótipo aditivo é responsável por semelhança de fenótipos entre as gerações. Existe uma certa probabilidade de coexistência entre genes de pais e filhos, chamada de relação genético-aditiva, sendo essa proporcional entre a proximidade entre os indivíduos estudados. Essa herança, ou herdabilidade (h²) é proporcional a distância das gerações e é altamente influenciada pela associação que os genes produzem. Ex: se a herdabilidade é de 20%, os 80% restantes depende de tudo que não é genótipo aditivo. - No processo de seleção as características de baixa herdabilidade não devem ser deixadas de lado, porém as vezes é melhor investir em ambiente, os resultados podem ser mais significativos. ANÁLISE ESTATÍSTICA: 3 tipos de análise para determinar a herdabilidade: análise da correlação, análise da regressão e componentes da variância. Usaremos a da correlação e regressão. Análise da correlação: Usando os números da tabela anterior, obtemos uma correlação de Pearson de 98% (r=0,98). Significa que há 98% de probabilidade que a GP de pais desmamados com mais peso, geram uma GF desmamada com mais peso. Ou seja, o fenótipo dos pais e filhos é 98% semelhante (é uma correlação fenotípica). A probabilidade que os genes sejam transferidos de pais para para filhos é 50% (de avós seria 25%, bisavós 12,5%...etc). Multiplica-se isso pelos 98% encontrados e temos que 49% magnitude da herança para esta característica. É a probabilidade da transposição genético aditiva de pais para filhos. 61% da expressão genética corresponde aos outros fatores (Gd + Ge + Ap + At) Análise da regressão: Tem como função prever o comportamento de uma variável Y com base em X. Y= a + b.X (Y é a variável dependente e b a independente, a corresponde ao ponto inicial) O numerador de b é igual ao r (de Pearson). A mudança de uma unidade em X muda o valor de b. O a significa o ponto de partida da regressão. a = y - b.x y= 31,49 + 0,83x b.0,5 = 0,42 (Multiplica-se o b encontrado, 0.83, por 50%, de modo a encontrar a transposição genético aditiva de pais para filhos) Pela relação de herdabilidade deu 0,49% e pela regressão deu 0,42%. São metodologias diferentes, e por isso é recomendado aplicar uma só, a de maior magnitude (nesse caso, a correlação). No entanto, estatísticos mais conservadores tendem a usar a análise da regressão, pois o b normalmente apresenta menor desvio padrão, é mais preciso. HERANÇA: A herança de uma característica é um parâmetro populacional sujeito a mudanças no tempo e mudanças nas características da população. A herança de uma característica em uma dada população tem pouca relação com herança da mesma característica em uma segunda população. A cada ciclo de seleção a herança pode mudar. Vg = Variância genótipo aditiva Vf = Variância fenotípica (VGa + VGd +VGe + VAp + VAt) A padronização do ambiente diminui a variância fenotípica, ou seja, tende a aumentar a proporção da herança. ↓Vf ↑h² Aumento da heterozigose causa em aumento da heterose, (aumenta o efeito de dominância e de epistasia), então diminui a herdabilidade (diminui efeito de aditividade genética).↑Vf↓h² A orientação no acasalamento para aumentar heterozigose aumenta significativamente a heterose. Ex: cruzar animais do mesmo pais, mesma ancestralidade, causa maior proximidade genética, menos heterozigose. Características com baixa herdabilidade são fortemente influenciadas pela heterose. Quanto maior o distanciamento genético maior a heterozigose, proporciona prevalência maior dos efeitos de dominância e epistasia e menor do genético aditivo. ● Quer mais heterose? Trabalhar com característica de baixa herança. ● Quer alto herança?Trabalhar com características de baixa heterose. O que posso fazer para aumentar a produtividade? ● Trabalhar o ambiente; ● Selecionar para características de alta herdabilidade; ● Gerar heterose para características de baixa herdabilidade. 1º METODOLOGIA - AVALIAÇÃO GENÉTICO ADITIVA: Depende fortemente da herança e do grupo contemporâneo. Estima o valor genético de um indivíduo: EVG = Estimativa do valor genético aditivo. É a quantificação numérica do efeito aditivo dos genes que cada indivíduo possui para uma dada característica. Usamos EVG para mensurar a herdabilidade (h). EVGi = hi² . FAi FA = fenótipo Ajustado (FA = Fbruto - Fcontemporâneos, o indivíduo avaliado não entra na média dos contemporâneos). Quando multiplicamos o fenótipo ajustado pela herança, excluímos os parâmetros genéticos que não são transmitidos (dominância e epistasia). *quanto mais padrão o ambiente, mais confiável é o grupo contemporâneo. Só dá para usar se o valor de herança da população e do indivíduo forem referentes a mesma população. Pois herança é a quantificação numérica do efeito aditivo dos genes na população, somente depois de calcular a herança da população eu posso calcular a do indivíduo. Calcular primeiro a herança, esta herança só pode ser utilizada pra calcular o EVG do indivíduo se ele pertencer a essa população. De acordo com o exemplo dado em aula, usando o primeiro indivíduo da tabela, peso = 171Kg. Temos: FAi = 171 - 198,5 = -27,5 EVGi = 0,49 . (-27,5) = -13,47 Isto significa que este animal esta 13,7 unidades genéticas abaixo da média genética aditivade seus contemporâneos. Se eu fosse selecionar peso ao desmame este indivíduo seria desclassificado (por estar abaixo da média). ACURÁCIA (ACC) = Grau de credibilidade, estatisticamente representa a relação entre o valor estimado e o verdadeiro. A acurácia envolve repetição. ACC = (h =herança)√h² ² - Geralmente parâmetros com maior acurácia tem maior herdabilidade, quanto mais acurado, maior a relação entre o valor estimado para com o valor verdadeiro (que nunca sabemos exatamente, só sua aproximação). - Uma característica que tem 70% de chance de ser verdadeiro, possui 30% de chance de ser duvidoso, mas não errado. - Parâmetros genéticos podem ser precisos e/ou acurados. A acurácia é exatidão, a precisão é repetição. Aula 5 - SEGUNDA METODOLOGIA É necessário entender alguns parâmetros para fazer avaliação genética e seleção: ● Herdabilidade: é a probabilidade genético aditiva de passagem de genes, é específica da população, característica e tempo, muda conforme essas características. Corresponde ao efeito associativo de genes. ● Herança: Efeito da aditividade expressa a herança. ● Avaliação genética: Quantificação numérica do efeito aditivo dos genes que cada animal possui para uma dada característica. É a ferramenta para escolher ou rejeitar animais de acordo com a herança. ● Valor genético: É individual, é um desvio da média da população. Corresponde a uma estimativa e a probabilidade do valor genético ser real é mensurada pela acurácia (relaciona o valor estimado com o verdadeiro = raiz quadrada da herança). Quanto mais elevado o valor de herança mais fidedigno é o cálculo do valor genético. A avaliação genética dos animais é realizada a fim de escolher ou rejeitar um indivíduo visando movimentar a população genética conforme o desejado. Valores genéticos indesejáveis são estados 1º Metodologia era a mais simples, depende fortemente da herança e do grupo contemporâneo. A disponibilidade dos dados é o que norteia a metodologia e escolha do método. 2º METODOLOGIA - METODOLOGIA DA REPETIBILIDADE Vamos estimar o valor genético. Usamos esta metodologia quando animais apresentam medidas repetidas para mesma característica, em ciclos produtivos diferentes para o mesmo animal. Por exemplo, podemos analisar em ciclos diferentes: ● Produção de leite ● Produção de lã ● Nº de leitões por porca ● Velocidade em equinos n = nº de observações obtidas em diferentes tempos. h² = símbolo da herdabilidade, não elevar ao quadrado! É só o símbolo 1 = fator de correção para que o denominador seja maior que o numerador e obter uma resposta em porcentagem. T = repetibilidade. Calculada através da análise da correlação de um vetor x com um vetor y. Normalmente o primeiro vetor é a primeira medida (Ex: vetor x=primeira lactação) e o segundo vetor a média das demais medidas (Ex: vetor y=Media dos valores das demais lactações, próximas). A correlação desses dois eventos determina o grau de repetibilidade. FINALIDADE do método: Ter condições de escolher ou excluir indivíduos, seleção. Exemplo 1.Tabela com os valores obtidos na ordenha de 5 vacas em dois tempos de lactação (I e II): Lactação I Lactação II 1 3000 3100 2 3240 3140 3 4620 3900 4 6210 6220 5 5100 5141 Fazendo análise de correlação obtemos valor de r=0,96 (r=t, em situações reais o valor é sempre menor). Então, em 96% das vezes a lactação é a mesma nas próximas lactações. Obs: A primeira medida é a mais frágil estatisticamente. Vamos agora usar o indivíduo nº3. Consideramos que temos 3 medidas de lactação disponíveis, sendo elas: 4620, 3900 e 4220, respectivamente lactação 1, 2 e 3. Adotaremos como valor de x a medida da primeira lactação e de y a média das demais, no caso a 2 e a 3. Usamos para y a média dos demais valores, pois não é possível fazer uma análise de correlação com três valores. Sendo n=3 e assumindo (o prof. quem deu o valor de 40% de herança) h²= 0,4, obtemos o valor de coeficiente de regressão = 0,41 (EVG sem o FAi). Fazer agora a média fenotípica do grupo contemporâneo, que são as vacas que pertencem à granja onde essa vaca lactou (usando o mesmo pasto, mesma água etc). A vaca 3 precisa ser retirada da média, pois estamos ajustando ela. Calculando FAi= -42 (4340-4382= -42, sendo 4320 a média das lactações da vaca 3 e 4382 a média das lactações 2 e 3). Obtemos o valor de EVG = -17,22 (EVG= 0,41 x -42),portanto a vaca 3 está 17,22 unidades genéticas abaixo da média, se eu fosse fazer a seleção não usaria esta vaca para aumentar a produção leiteira, pois abaixaria a média. Agora, é necessário determinar a credibilidade dessa variação genética, que é a raiz. Para este exemplo a credibilidade da relação genética ou a correlação do valor estimado para com o verdadeiro (acurácia=ACC) é de 0,64 (raiz quadrada de 0,41). Portanto a segurança é de 64% e a fragilidade ou insegurança do valor obtido é de 36%. ➢ Quanto maior o número de observações fenotípicas, melhor a credibilidade para a avaliação estatística do animal. Exemplo 2: Tabela da produção de lã de 5 ovelhas dentro de um mesmo grupo contemporâneo. Produção lã 1 2 3 4 y 1 3,000 3,100 ---- ---- 3,100 2 3,100 3,000 3,105 ---- 3,053 3 2,900 2,850 ---- ---- 2,850 4 1,890 1,920 1,940 2,000 1,953 5 4,000 3,800 3,810 3,790 3,800 É preciso usar 2 vetores pra calcular a repetibilidade, sendo o vetor X a 1ª tosquia e vetor Y uma média das outras tosquias. Colocar os vetores x e y de todas as ovelhas na calculadora. Temos correlação r=0,99 = Probabilidade do segundo evento ser igual ao primeiro. Avaliando a ovelha 1 - valor genético (a herança foi um valor dado): EVG = (n.h²) (1+0,9) = (2x0,3) 1,09 = 0,30÷ ÷ F1 - F contemporâneas = [(3,00+3,100) 2] - [(2,973+2,914) 2] = 3,050-2,944 = 0,106 kgs÷ ÷ 0,30 x 0,106 = 0,032 >> Conclusão: O indivíduo 1 esta 0,032 unidades genéticas acima da média. Seu valor genético confere um desvio positivo. Aula 6 - TERCEIRA METODOLOGIA - Teste de Progênie Tem que haver o conhecimento da árvore genealógica de uma família (seu pedigree). F4 (208) F5 (211) Neste exemplo há uma genealogia composta pelo avô, pai, mães e filhos, contendo os fenótipos para determinada característica desenvolvidos em quilos. Esta família está inserida dentro de uma população, sendo todos candidatos de seleção, sendo necessário quantificar o efeito aditivo dos genes de cada um deles, portanto. Necessita-se fazer o cálculo de cada animal de maneira individualizada. Um pai apresenta um genótipo aditivo, dominância, epistasia, efeito do ambiente permanente e temporário. A semelhança com seu filho depende apenas da genética aditiva, a qual terá a probabilidade do pai ter 0,5 (50%) de chance de ser a mesma genética aditiva do filho. Portanto, o AXY determina o grau de parentesco entre o indivíduo X (animal a ser avaliado) e o indivíduo Y (doador). Essa relação de parentesco deve-se a probabilidade de que genes aditivamente coexistam no fenótipo destes indivíduos. ● PAI – FILHO 0,5 ● AVÔ – NETO 0,25 ● MEIO-IRMÃOS 0,25● IRMÃOS-INTEIROS 0,5 Probabilidade entre os indivíduos, ou seja, a probabilidade de apresentarem os mesmos genes aditivos. Os indivíduos contidos nessa família são avaliados para seleção ou exclusão, fazendo parte de uma população, onde se retirou este grupo para estudo. Nesta situação avalia-se o pai, por exemplo. AXY é a probabilidade de transposição genético aditiva entre indivíduos (quem está sendo avaliado e quem está emprestando a informação). O AXY faz a avaliação gênica de quem está sendo avaliado e o doador. Em uma relação entre avô e pai é de 0,5. Entre o pai e filho é uma relação de 0,5, portanto, ambas as probabilidades podem ser analisadas. Porém, o pai apresenta apenas um avô (pai), enquanto apresenta 5 filhos, portanto, o N (número de observações fenotípicas) deve ser escolhido visando que o N tenha um número maior pois está do numerador na fórmula, fazendo com que gere uma maior acurácia, escolhe-se, então, os filhos para comparar. O X é o pai e Y são os filhos. A fórmula de cálculo genético vai deixar o melhor valor estimado quando maximizamos qualidade(maior proximidade genético aditiva) e quantidade (número de observações fenotípicas). Concluindo, como ambos tem a ‘mesma qualidade’ (maior probabilidade de que os genes coexistam), os filhos são melhores por ganharem em quantidade, N=5. ★ Em uma população o pai possui 500 filhos com o fenótipo conhecido e em outra população possui 5000, qual se deve usar para sua avaliação? A segunda, pois o N é maior, sendo mais bem avaliado geneticamente. A qualidade da informação é a mesma, porém, a quantidade é mais bem comparada à 1ª. Os indivíduos pertencem à mesma população onde a herança foi extraída, portanto, todos podem usar a mesma herança, já que todos são estatisticamente pontos da mesma relação. A herança é válida para suas avaliações genéticas. 1 está no denominador como um fator de correção e T é um coeficiente de probabilidade (repetibilidade). A 3a metodologia é um pouco diferente da primeira, pois leva em consideração a probabilidade de coexistência genético aditiva entre doadores (pai e filhos). Sempre consideramos a menor relação no caso dos filhos (de meio-irmão). Se estivéssemos avaliando o filho 4 em relação ao 3 e 5, seriam estes irmãos inteiros, portanto, AXY é igual a 0,5. Se você está avaliando o pai não seria mais vantajoso considerar apenas os irmãos inteiros: Estaríamos usando 0,5 ao invés de 0,25 e 3 ao invés de 5, porém, a relação de pai para filho é sempre 0,5 independente dos filhos não serem da mesma mãe. Esse tipo de relação seria apenas afetado se a mãe e pai tivessem alguma consanguinidade, algo que excluímos do exemplo. Portanto, ganhamos estatisticamente no N (que irá refletir na mais alta acurácia), não haveria vantagem estatística de ser avaliado por irmãos inteiros, e sim pelo número de filhos. ➢ Priorizar sempre um N maior, mesmo que isso contribua para um AXY menor. Multiplicar depois o EVG pelo FAi. Se um touro acasalar com 10 vacas não relacionadas entre si e nascerem 10 terneiros, estes serão meios irmãos paternais. Se este touro gerar 10 filhos com a mesma vaca, os filhos serão irmãos inteiros, Essa metodologia tem como fator limitante o fato de poder usar somente um indivíduo por vez para fazer a análise. É possível fazer essa metodologia se o animal analisado não tiver o fenótipo, como por exemplo análise de produção de leite das filhas utilizando o pai, que não possui esse fenótipo. Ou características de difícil obtenção, como conversão alimentar. Dá pra analisar animais de alimentação controlada com animais que se alimentam a campo (onde não é possível saber o quanto consumiu). Aula 7 - continuação O c² na fórmula só usa quando há grupos contemporâneos diferentes. Ex: se o pai do exemplo acima tivesse filhos em propriedades diferentes, pode-se aumentar a base de dados contando todos os filhos e 2 grupos contemporâneos, porém é preciso colocar uma análise de correlação analisando os meios irmãos paternais em ambientes diferentes. EVG = (0,5*0,4*5*FAi)/[1+(5-1)*t], sendo t = 0,25*0,4 = 0,1 (despreza-se o c) EVG = 1*FAi/1,4 = 0,71 * 10 = 7,1 E o FAi é calculado considerando a média dos contemporâneos. O fenótipo dos contemporâneos é igual a média dos fenótipos exceto o que estou analisando, porém nesse exemplo ele assumiu o número (200), já que não há uma base de dados com os outros animais: FAi = Fi - Fcont = 210 - 200 = 10 Esse 0,71 é o coeficiente de regressão e este indivíduo está 7,1 unidades genéticas acima da média dos seus contemporâneos. É um forte candidato à seleção caso desejasse aumentar a média. A quantificação numérica do efeito aditivo dos genes é de 7,1 unidades. Num programa de melhoramento, tem-se a avaliação genética dos animais e a distribuição desses valores caracteriza a variância genética aditiva. No centro dessa variância temos uma média genética aditiva, onde escolhemos qual indivíduo queremos. Há um aumento de produção a cada processo de seleção ao longo do tempo, a população muda médias ascendentemente. O último material disponível para praticar o processo de escolha ou seleção é a geração dos filhos, porém o avô e o pai, por serem bons, foram mantidos de um ano pra outro e foi mantido na população. Esse FAi, que é parte do EVG, é relacionada aos contemporâneos dele no ano que ele desmamou, e não no ano atual onde nasceu o filho, pois o cálculo feito no ano que ele desmamou, contempla mudanças de ambiente. I (avô) II(pai) III(filho) EVG 10 20 30 ACC 0,9 0,8 0,7 O touro geneticamente melhor é o filho, porém o mais provado e seguro é o avô, que tem melhor acurácia. Aula 8 - 4ª METODOLOGIA Índice de seleção Pedigree ou Método da Múltipla Regressão Fator limitante da 3º metodologia: avaliar 1 grau de parentesco por vez, por isso a existência da 4º. Vantagem da 4º metodologia: ● Aumenta a ACC. ● O índice pondera várias fontes. ● Estima de acordo com uma múltipla regressão: EVG=b1.x1 + b2.x2 + b3.x3 + (...) +bn.xn Onde: ● b1 é peso matemático do fenótipo avaliado (para irmãos e filhos usa as médias). ● b2 é peso matemático do indivíduo doador com o grau de parentesco mais próximo. ● b3 é peso matemático atribuído ao fenótipo do segundo doador. ● x é o fenótipo ajustado (Fi*= Fi - Fcontemporâneos) do animal avaliado (o fenótipo dele em relação a média dos seus contemporâneos). ● n depende da disponibilidade dos fenótipos para mesma característica e grau de parentesco verídico. O limite da construção do índice depende da disponibilidade dos fenótipos para mesma caracteristica avaliada e a da certeza de parentesco entre eles, ou seja, o tamanho do índice pode ser infinito, contanto que se tenha o fenótipo e a certeza de parentesco entre todos os indivíduos. ● Os indivíduos que tem o mesmo grau de parentesco entram em grupo usamos a média do grupo em b (ex: meios irmãos). Avaliando o pai: Fazer a matriz F, que é quadrada e simétrica (acima e abaixo da diagonal tem valores iguais). Nela colocamos as variâncias e as covariâncias, onde na diagonal vai as variâncias.Matriz F (Ordem: pai, avô e filho). Colocamos do mais próximo ao mais distante, ou a mais antiga primeiro se forem iguais. Vf Cap Cfp Cap Vf Caf Cfp Caf Vf 136,7 27,4 27,4 27,4 136,7 13,7 27,4 13,7 136,7 C = covariância = variabilidade conjunta de dois ou mais fenótipos. A semelhança fenotípica na covariância só tem uma origem, a genética aditiva, os outros fatores que podem interferir no fenótipo não causam semelhança. Vf= { -[()² ÷n]}÷(n-1) é o que s da calculadora ao quadrado Axy . VGa = CFpa onde V Ga = h² .Vf Assim eu exclui os efeitos que não são aditivos, pois depende apenas destes. CFpa = Axy.VGa = 0,5 . (0,4.136,7) = 0.5*54.7 = 27,4. O 0.4 foi assumido como valor da herança. Caf = 0,25 . 54,7 = 13,7 Matriz F * Matriz B = Matriz G(variâncias e covariâncias genético aditivas): |F| . |B| = |G| Matriz F é a matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas, o quanto são diferentes os fenótipos da população. Já a matriz G é a matriz de variâncias e covariâncias genético aditivas. Matriz G = Vga Cga\pa Cga\af 54,7 27,4 27,4 F.b=G onde b =F-1 .G Numa prova teríamos pronto o valor da F invertida, sendo necessário apenas que multiplicar, porém na aula, a matriz B foi feita no computador e dada: 0,353 0,118 0,118 Sendo os valores, respectivamente b1, b2 e b3. FAipai=220-200=20 FAiavô=210-200=10 FAifilho=230-210=20 EVG(pai) = (0,353.20)+(0,118.10)+(0,118.20)=10,6 - 50% dos fenótipos ajustados serão negativos. O b também pode ser negativo porém é difícil. Onde: b-1 é a transposta da matriz B e G é a matriz G. Sendo a matriz b-1=|0,353 0,118 0,118|, temos: ACC = 0,69 Significa que a relação do valor estimado para como verdadeiro é de 69%. AULA 9 – QUINTA METODOLOGIA É muito similar a quarta metodologia, usa metodologia de múltipla regressão, com uma diferença: leva em consideração a atuação conjunta de genes com efeitos aditivos que parcialmente expressam sua atividade em duas ou mais características. Imaginemos que temos uma característica A e uma B, sendo que no centro há um conjunto de genes que agem nestas duas características como, por exemplo, peso ao nascer e peso ao desmame, ou seja, um conjunto de genes que age de maneira aditiva, conjunta. Na quarta metodologia classifica-se através do grau de parentesco dos indivíduos, sendo os doadores que colaboram com o indivíduo, e neste caso há informações no mesmo animais, porém, em mais de uma característica, podendo ser mais de duas, desde que haja uma relação fenotípica e genética. O animal 1 vai ter que ter fenótipo na característica A e fenótipo na característica B que irá emprestar a informação, é uma técnica possível, pois o fenótipo do animal número 1 é igual ao genótipo aditivo, dominante, epistático, ambiente permanente e temporário. ★ A semelhança entre dois indivíduos, segundo a quarta metodologia, se deve a quais quesitos? A semelhança se deve apenas pelo genótipo aditivo, aquilo que é passado de geração por geração. ★ A semelhança entre fenótipos de um mesmo animal, segundo a quinta metodologia, se deve a quais quesitos? Deve-se apenas pelo genótipo aditivo, pois um grupo de genes coexiste na expressão de determinadas características, dividem parcialmente o papel da formação (atuando conjuntamente) de duas ou mais características. A quinta metodologia de avaliação genética leva em consideração a atuação conjunta de genes com efeitos aditivos que parcialmente expressão sua atividade em duas ou mais características. (NUNCA NA TOTALIDADE). A primeira característica é aquela que queremos avaliar no animal, a segunda será aquela mais próxima geneticamente, assim, a terceira, e sucessivamente, associando a sua relação fenotípica e genotípica. É um índice de seleção com bases em múltiplas características, portanto, é uma múltipla regressão, assim, B é o peso matemático atribuído ao animal para a característica que está sendo avaliado, por exemplo, peso ao nascer. X é o fenótipo ajustado para peso ao nascer do animal sendo analisado. EVG= b1.x1 + b2.x2 +bn.xn... Xn= Fen (animal estudado) – xFen (Média do Fenótipo de seus contemporâneos) Queremos estimar o fenótipo do animal numero 1 e queremos avaliar geneticamente da mesma maneira. Peso ao nascer é a característica avaliada e peso ao desmame é a característica auxiliadora. B1 é quanto vale o fenótipo 35 quilos para a avaliação de fenótipo ao nascer (quantificar a importância deste valor) X1 é o fenótipo ajustado na característica na qual o animal está sendo avaliado. Após isto, soma-se com b2.x2 que é determinar o peso matemático da segunda característica do animal, que está emprestando seus valores para peso ao nascer, sendo meramente uma colaboradora, portanto, b2 é o 190 quilos e x2 é o fenótipo ajustado para o animal número 1 em relação a característica peso ao desmame. Peso ao Nascer Peso ao desmame 1 35 190 2 40 186 3 44 197 4 39 200 5 37 188 ➔ O animal que está sendo estudado não entra na média de Xn. X1= 35 – 40 = -5 X2= 190 – 193 = -3 Agora devemos montar as matrizes: MATRIZ F: É uma matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas (aquilo avaliado e aquilo auxiliando). É uma matriz simétrica, e quando peso ao pascer se encontra com peso ao nascer, deve-se fazer a variância e a co semelhança é o quão parecido estes valores são estatisticamente, sendo a sua cooperação, sendo necessário colocar no módulo de regressão linear e então colocar na fórmula: CoF= R.Sx.Sy (S são os desvios padrões). CoF= 0,43.3,4.6,01=8,78 PN PD PN PD PN VFpn CoF PN 11,5 8,78 PD CoF VFpd PN 8,78 36,2 Esta matriz F é multiplicada por uma matriz B, sendo o resultado igualado a matriz G, que é composto por variâncias e covariâncias genótipo aditivas, sendo nela colocada a característica a ser avaliada, PN com PN e PN com PD. MATRIZ G: Nesta matriz é colocado a variância em peso ao nascer, e as covariâncias com as características relacionados, sendo que, neste caso, há apenas uma característica a ser avaliada, portanto, é uma matriz 1X2. VGA= h²pn.VFpn VGA= 0,4.11,5=4,6 h² é disponibilizado no enunciado. PN PN PN VGA PN 4,6 PD CGA PD 1,76 Para calcular a covariância é necessário calcular a correlação genético aditiva, sendo necessário então o uso de herdabilidades (0,4 e 0,5), criando uma média entre ambas e então multiplicando a correlação entre PN e PD, tem-se a correlação genético aditiva, devendo então multiplicar pelo desvio padrão genético aditivo em PN e PD. Correlação genética aditiva = RFpn,pd . [(h²pn + h²pd) / 2]= 0,43 * [(0,4+ 0,5)/2] = 0,1935 CORRELAÇÃO FENOTÍPICA: É o grau de associação fenotípico entre duas variáveis ou co semelhança entre os fenótipos. CORRELAÇÃO GENÉTICA: É a co semelhança entre os genótipos genético aditivos, portanto, 0,19 significa que 19% dos genes aditivos empeso ao nascer são exatamente os mesmos que trabalham na genética aditiva de peso ao desmame. É, portanto, o quanto genes atuam na expressão conjunta destas duas características. Então, estas características possuem 19% de genética aditiva em sua formação, entre si. Por exemplo, imaginando um cromossomo, 19% dele agem tanto em peso ao nascer como em peso as desmame, tendo uma margem de erro. Covariância = CorrelaçãoGA*SGApn*SGApd SGApd= √0,5*36,2= 4,25 Covariância= 0,1935*2,14*4,25= 1,76 MATRIZ F.B=G, logo MATRIZ B=F-1.G F-1 0,107 -0,026 . G 4,6 = B 0,107.4,6-0,026.1,76 = 0,44 b1 -0,026 0,034 1,76 -0,026.4,6+0,034.1,76 -0,05 b2 EVG= (-5)*0,44 + (-3)*(-0,05)= -2,2+0,15= -2,05 UNIDADES GENÉTICAS ABAIXO DA MÉDIA Bt (0,44 -0,05) . G 4,6 = (0,44.4,6 – 0,05.1.76) = 1,94 1,76 √1,94/4,6 = 0,65% de confiança que -2,05 é o valor genético verdadeiro. O valor -2,05 é um valor bom ou ruim, tudo dependerá no interesse, na orientação, do programa, por exemplo, se os animais estão nascendo obesos, isto seria uma qualidade. ★ Ao selecionar um pai que vai diminuir peso ao nascer, estarei indiretamente, selecionando para diminuir outras características que são correlacionadas positivamente a esta? Sim, sendo uma seleção para múltiplas características (conteúdo para a próxima prova). Aula 10 - SELEÇÃO PARA MÚLTIPLAS CARACTERÍSTICAS MÉTODO TENDENCIOSO: Esta metodologia de seleção para múltiplas características objetiva maximizar o progresso genético de uma dada característica com base na escolha dos melhores pais, segundo o valor genético dos mesmos. Este método contempla todas as características, porém, em tempos distintos. O grande objetivo desta metodologia é maximizar o progresso genético em cada uma das características (a atenção será voltada toda a ela e isto cria uma maximização, pois são escolhidos os melhores animais). Se difere da 5a metodologia pois aqui a seleção precede a avaliação, primeiro se seleciona os indivíduos que vão contemplar o início da seleção. Primeiro avaliar geneticamente o animal, depois decidir como isso será contemplado. Qual o interesse em selecionar gado de corte? Peso ao nascer, Peso o desmame, área do lombo, dentre diversas outras características. Não existe um animal geneticamente excelente em todas as características, é preciso trabalhar com diferente material biológico e diferentes escolhas. É preciso trabalhar com as diferentes características e para o programa de melhoramento, afinal os animais escolhidos podem contemplar de forma diferenciada as diferentes categorias de seleção. Outro exemplo, em ovinocultura de lã, é importante ter um cordeiro pesado, qualidade de lã, longevidade de lã, dentre tantas outras características, o que é extremamente difícil de se encontrar carneiros e ovelhas com todas as boas características. Assim, deve-se diante de uma necessidade de seleção para várias características pensa-se como posso organizar meu programa de melhoramento e é aí que entra o método tendencioso. Nesse método, se possuo 4 características sujeitas a seleção, e quero fazer ganho genético em cima delas, trabalhamos com uma característica por vez, ou seja, com cada característica por ano, por exemplo. Método tendencioso é o único que maximiza o ganho genético em cada característica por vez. A medida que se aumentam o número de características no processo de seleção o ganho será menor, menor o número maior o ganho (divisão da pizza), por isso é feita a análise de cada característica individualmente, para maximizar os ganhos. Ou seja, dar atenção exclusiva a cada uma das características é selecionar os melhores pais (pelo seu valor genético), maximizando cada uma, pois são tratadas individualmente. No ano 1 houve o máximo de ganho para a característica I, se as características II, III e IV fossem antagônicas a I fez teria perda na produção, da mesma forma que se fossem em favor uma da outra (associativas), iriam se elevar, portanto, já que não se sabe se irá causar efeitos nas demais, pois não foram calculados, então, esqueço disso, ignoro as outras características e ajo individualmente. Preciso entender se existe variabilidade genética entre os indivíduos para conseguir dar início ao programa. Pegam-se os melhores machos e fêmeas para determinada característica, descartando o pior da população, permanecendo apenas os melhores, assim, cruzam-se a partir desta escolha dos melhores para a característica 1, na característica 2 deve-se calcular novamente os valores genéticos para esta característica, feita novamente uma média e cruzar novamente os melhores entre si, sucessivamente procurando os melhores pais e as melhores mães para as características da vez. MÉTODO DOS MÍNIMOS: I II III IV Mínimo 5 10 0 20 A 6 9 1 23 B 4 11 2 20 C 7 11 -1 26 D 8 11 3 23 Estima-se o valor genético deles, porém não sob apenas uma característica por vez, e sim todas elas de uma vez. Há uma dificuldade de descobrir o melhor animal, “pois divide-se a pizza”. Precisa, então, estabelecer um mínimo de genética de ganho pra obter um valor máximo de resposta, apesar de que o objetivo desse método não é obter o valor máximo, mas sim um valor aceitável que fará ganho nas características. Temos 4 animais sendo avaliados com seus respectivos valores genéticos e um valor mínimo pré-estabelecido para que haja movimentação nestas características. O touro A ultrapassou o mínimo para I, não será excluído se for bom para todas as demais características. Na característica II ele aferiu o mínimo, portanto, ele já será excluído como pai para a próxima geração, pois já matou suas chances na segunda característica, não necessitando ser mais avaliado. O touro B na primeira característica já está abaixo, já sendo excluido. O touro C é inferior a média na característica III. Logo, o candidato D está ok para todas as características, portanto é o único que será mantido para acasalar e formar as próximas gerações, pois chegou ou ultrapassou o mínimo estipulado pelo melhorista. ➔ Pela primeira metodologia usaria os 3 touros da característica I (pois faz uma característica por vez) e usaria o touro D que é quem maximiza um progresso genético naquela característica. Já na segunda está se tratando das 4 características. É muito mais difícil encontrar um material que contemple todas as características do que um que tenha apenas uma característica por vez, como é o caso da primeira. Essas quatro características possuem importâncias econômicas diferentes e podem ser desiguais, podem ter valores econômicos menores, menor herança etc. Porém, mesmo tendo uma importância econômica ou herança muito pequena, vale a pena ser deixada. Para avaliar precisamos ter a herança das características, fenótipo das características, qual metodologia usar, sendo que se todas tiverem metodologias diferentes é aceitável, desde que seja aquela com maior acurácia.O valor mínimo para cada característica determina o quanto de mudança se quer por característica. Muitas vezes este mínimo é separado entre sexos, das fêmeas e dos machos, em função das restrições biológicas. Deve-se analisar a pressão biológica, pois em algum momento o macho pode ser mais forçado a ter um mínimo maior, já que 30 machos servem para uma fêmea, portanto, necessitam ser melhores que as fêmeas (as fêmeas precisam ter apenas boas características reprodutivas. ➢ Se tem uma característica em especial mais importante economicamente, pode-se aumentar o valor mínimo para forçar uma melhor resposta do animal. A boa literatura para seleção de múltiplas características diz que mesmo que as características possuam importância econômica e heranças diferentes, mas pode ser boa para o desenvolvimento da população, ela deve ser contempladas. MÉTODO DO MÉRITO TOTAL: Coloca-se o valor econômico junto ao valor genético, e tem-se um valor mínimo de DEP (valor genético do animal). EVG é a estimativa do valor genético para determinada característica, e DEP é a metade do EVG. DEP é a representação do valor genético de um indivíduo, esperando este valor na progênie de um indivíduo, pois a contribuição de cada pai no cruzamento é haplóide, ou seja, passa só 50% do seu material genético pros filhos. (A acurácia do EVG é a mesma do DEP) É uma metodologia onde a escolha dos animais são feitas pelo mérito: MT= VE1*DEP1 + VE2*DEP2… Sendo MT = mérito total e VE = Valor Econômico, ou diferença entre receita e a despesa por unidade de produção. Portanto, como a tabela anterior, tem-se um DEP mínimo para cada pai e cada mãe. No MT tem-se um valor único para contemplar as 4 características, porque este valor do mérito total é uma média ponderal, ponderando o peso econômico em favor do DEP. Então, as características de maior valor econômico e maior DEP contemplam os maiores méritos totais, e os melhores MT serão usados para acasalamento. ANIMAL 1 2 3 4 5 6 MT 10 15 20 30 40 50 Simultaneamente contempla suas influências econômicas no sistema de produção. A seleção pelo mérito total, entre os três métodos é o preferencial, porque esta metodología contempla o valor genético de cada animal para as várias características na seleção, ponderando a relevância econômica de cada uma delas. Quando escolhemos um indivíduo pelo mérito total o fazemos respeitando a seleção para as múltiplas características, simultaneamente. Os valores biológicos são multiplicados por um peso econômico e os pesos econômicos podem ser absolutos ou relativos. Absolutos são aqueles que a fazenda tem, obtendo uma receita e um custo, onde os valores genéticos e econômicos foram extraídos. Já o relativo é uma média entre as propriedades. AULA 11 - SISTEMAS DE ACASALAMENTO A finalidade dos sistemas de acasalamento é manter a espécie segundo os desejos do homem e consoante as limitações do fenótipo. Acasalamento Aleatório: A finalidade deste sistemas de acasalamento é manter a espécie . Ele é aquele que a natureza faz, ocorre aleatoriamente, não havendo interferência do homem e tem finalidade de manutenção da espécie, deixando descendentes férteis. Machos e fêmeas definem como e com quem devem acasalar. Acasalamento Fenotípico: É feito segundo os desejos do homem, consoante aos fenótipos, ou seja, aquele animal fenotipicamente desejável pelo homem. Tem-se duas modalidades: - Associativo Positivo: Entre os melhores fenótipos. Bons fenótipos de um sexo com de um segundo sexo, ou seja, melhores sendo orientados com os melhores do sexo oposto. - Associativo Negativo ou Corretivo: Os melhores com os piores, normalmente os melhores são machos, usa-se para não descartar os animais. Melhores fenótipos de um sexo são acasalados com os piores do outro sexo, geralmente bois bons com vacas ruins. Isso corrige fenotipicamente descendentes melhorados, pois como todos os anos necessitam procriar, desta forma deixam descendentes melhores do que são. Não será tão bom quanto o positivo, porém, é um trabalho biológico necessário, pois os animais ruins estão deixando descendentes a cada ano. O perigo da escolha fenotípica é que não se há certeza sobre o genótipo (aditivo, dominância e epistasia), portanto, por aquilo que nos parece a certeza é contestável. Talvez estes animais sofreram uma boa influência do ambiente e não possuem uma genética tão boa, assim, o certo é fazer a escolha com base no genótipo dos animais, pois o acasalamento fenotípico é duvidoso, já que ele reúne os melhores fenótipos, porém estes correspondem a uma interação de fatores, nem todos herdáveis. ➢ Dentro de uma mesma população padroniza-se o ambiente, para que as diferenças que se sobressaem sejam referentes a genética, assim fica mais confiável a seleção fenotípica. O acasalamento fenotípico deve ser feito dentro preferencialmente de grupos contemporâneos conhecidos, e características de alta herdabilidade citadas pela literatura, pois não se tem os valores reais, nem certeza de seus genótipos, se os houvesse seriam usados com base no genótipo aditivo. Melhores genótipos dos pais e das mães geram um acasalamento com base no genótipo aditivo associativo positivo, sendo pego e analisado apenas o efeito aditivo dos genes, retirando ambiente permanente e temporário, efeito de epistasia dos genes e efeito de dominância. Num acasalamento genético aditivo associativo ou corretivo, que tem um efeito de correção na genética da população. Quanto menor for a variância ambiental e ainda sim forem constatadas diferenças entre os animais fenotipicamente isto é um forte indício de que os animais possuem material genético diferente e assim há um aumento de probabilidade de sucesso neste aumento de heterozigose, porém, o risco é que epistasia e dominância não transpõem as gerações, então pode haver fracasso no processo. ➢ Quanto maior o efeito de aditividade maior a probabilidade de sucesso nas gerações seguintes, a taxa de sucesso corresponde a mudança da média genética nos filhos. Acasalamento por Absorção: Conduz dois conceitos importantes, conceito de raça (grupo de animais que desempenha de maneira similar fenotipicamente) e de sem raça definida (SRD) conforme caracteristicas externas e quantitativas. Tem-se dois grupos, um SRD e um CH, estes cruzando com os da primeira geração de SRD. A F1 trás 50% de genética conhecida e 50% desconhecida. Estes filhos são então acasalados novamente com outros membros do CH (não cruzando filhos com pais, pois seria consanguíneo, que teriam ¾ de genética CH, e ¼ SRD. Assim, os destes novamente são cruzados com outros CH, chegando até quatro gerações, onde o animal é chamado de puro por cruza, ou seja, foram-se purificados genes desconhecidos por conhecidos com as características das raças que se deseja ter (nesse caso, CH), pois a absorção vai eliminando as genéticas do passado para se obter as do presente. A partir da obtenção de um puro por cruza, na sexta geração subsequente após a absorção total, se obtém o puro por origem, na décima
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