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Moral

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Moral
Piaget
Piaget desenvolveu sua teoria sobre os Estágios de Desenvolvimento:
Sensório-motor (0 a 2 anos): fase em que o bebê estabelece relações entre o que ela faz e o que acontece no ambiente. Passa a exercer os reflexos e aprende a manipular seu ambiente através da ação. No fim desse estágio, a criança adquire a noção de permanência do objeto.
Pré-operatório (2 a 6 anos): a criança começa a desenvolver a capacidade simbólica. Passa a criar símbolos mentais, através dos quais representa imagens e palavras. Não é mais preciso ver um objeto para saber que ele existe. Ocorre o desenvolvimento da linguagem. O pensamento é voltado para o egocentrismo (a criança não é capaz de pensar situações fora de seu ponto de vista). O pensamento ainda depende de ações externas.
Operatório-concreto (7 a 11 anos): Criança desenvolve capacidade de ação interna, operação. Surgem os conceitos de reversibilidade, invariância, conservação (quantidades), descentração, classificação.
Operatório-formal (11 anos em diante): As operações são feitas através da linguagem e da expressão de conceitos. A criança desenvolve o raciocínio hipotético-dedutivo, consegue levantar hipóteses e deduzir a respeito de situações. A criança sai do concreto, aprofunda o conhecimento, passa a dominar ciência e filosofia.
Segundo Piaget, as mudanças na maneira que os adolescentes pensam sobre si mesmo ocorrem nessa fase do operatório formal, que permite a resolução de problemas sistematicamente. O adolescente passa a construir teorias e refletir sobre sua maneira de pensar. 
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo era acompanhado do desenvolvimento moral, que ocorre em três estágios:
Anomia (sensório-motor e pré-operatório)
Ainda não há desenvolvimento da moral. As normas de conduta são determinadas por necessidades básicas. As regras que são obedecidas o são por força do hábito, e não pela consciência do que é certo e errado.
Palavras-chave: bagunça, devassidão, libertinagem, dissolução.
Heteronomia (pré-operatório e operatório concreto)
Nesse estágio o que é considerado certo é cumprir as regras, e não há margem para interpretações ou contextualização. Nessa fase as regras são percebidas como absolutas, imutáveis. As ações são julgadas com base nas consequências, sem uma análise, não considera as intenções de quem atua. Se um indivíduo foi punido, é porque sua atitude foi errada. Não se leva em conta as circunstâncias e atenuantes.
Palavras-chave: medo, autoritarismo, imposição, castigo, prêmio, respeito unilateral, autocracia, tirania.
Autonomia (operatório concreto e operatório formal)
Nesse estágio ocorre a legitimação das regras. O respeito à lei ocorre por acordos mútuos. Nessa fase o propósito e as consequências das regras são considerados. Utiliza-se o princípio de reciprocidade: as regras são estabelecidas e mantidas pelo consenso social. A regra é o resultado de uma decisão livre, e pode ser modificada ou respeitada, desde que haja consentimento mútuo.
Palavras-chave: cooperação, amor, respeito mútuo, afetividade, livre-arbítrio, democracia, reciprocidade, lei causa e efeito.
Lawrence Kohlberg
Com base nos estudos de Piaget, Kohlberg desenvolveu sua teoria do desenvolvimento ético e moral.
Nível 1 – Raciocínio Pré-convencional
Presente em crianças de até 9 anos. É o nível mais baixo da teoria de desenvolvimento moral. Não há internalização de valores morais, e a moral é controlada por recompensas ou punições. Podemos dizer que corresponde à heteronomia de Piaget. Bom e mau, certo e errado são interpretados conforme as consequências. Punição é ruim, premiação é o correto. Busca evitar o castigo e a punição ou satisfazer desejos individuais.
Estágio 1 – Punição e Obediência orientada –
Nesse estágio o pensamento moral é baseado nas punições. As crianças obedecem aos adultos porque os adultos mandam. Orientação moral para a punição e obediência. Os julgamentos são feitos com base para evitar o castigo e para exercer o poder superior que as autoridades possuem. Só existe uma perspectiva correta, a da autoridade.
Busca obedecer para evitar a punição. Os pais ou adultos são superiores, porque castigam. É uma visão egocêntrica, o ponto de vista do outro não é considerado.
Estágio 2 – Individualismo e propósito
A moral é baseada em recompensas e interesses. A criança obedece quando quer ou quando isso favorece um interesse pessoal. O certo é o que parece bom e o que é recompensado. É calculista, baseada na troca – busca servir aos interesses próprios num mundo em que há outras pessoas com outros interesses.
Obedece às regras que seguem seu interesse. Na divisão, o justo é o que é igual.  Acredita que cada um segue seu próprio interesse. Acredita que embora existam pontos de vista diferentes, o ponto de vista pessoal ainda é o principal.
Nível 2 – Raciocínio Convencional
Na primeira adolescência, as crianças raciocinam de uma maneira mais convencional, relacionada ao Nível 2. A maioria atua no estágio 3, com leves sinais dos estágios 2 e 4. Já existem certos padrões internos a seguir, mas são baseados em padrões externos – nos pais ou leis da sociedade. É a conformidade às normas vigentes. Procura viver dentro das regras estabelecidas, faz o que é socialmente aceito e compartilhado pela maioria. Há uma tendência a agir para ser bem visto pelos outros.
Estágio 3 – Normas interpessoais
O julgamento moral é baseado em valores individuais de confiança, lealdade e cuidado. Crianças e adolescentes muitas vezes adotam padrões morais de seus pais. É a moralidade do “bom garoto”. Busca corresponder às expectativas dos outros. É baseado na regra “aja com os outros como gostaria que agissem com você”.
Busca fazer o que os outros esperam – quer ser bom, demonstrar interesse pelo outro, ser respeitoso, confiar, ser leal. Acredita que é preciso se colocar no lugar do outro, e manter os comportamentos socialmente aceitos. O sujeito tenta se colocar no lugar do outro, mas não considera um sistema de perspectiva geral. Mas toma consciência da intenção do outro, dos acordos e desacordos.
Estágio 4 – Sistema de Moral Social
Julgamento moral é baseado na compreensão da ordem social, da lei, da justiça e dos deveres. É comum a crença de que para uma comunidade funcionar, ela deve ser protegida pelas leis que são obedecidas por seus membros. Orientado para a lei, ordem e o progresso social. Tem o objetivo de manter as instituições funcionando. Deve cumprir as obrigações definidas e considerar as consequências dos atos. Tem base na pergunta “o que aconteceria se todos fizessem o mesmo?”.
Busca cumprir os deveres e seguir a lei, mesmo quando elas entram em conflito com as normas sociais. É preciso manter as instituições e evitar desequilíbrios. Os indivíduos são considerados em função da posição que ocupam na sociedade. Não há um conflito lei X moral.
Nível 3 – Raciocínio Pós-convencional
No início da fase adulta, as pessoas podem passar a pensar de maneira pós-convencional, relativa ao Nível 3. A moralidade é internalizada e não é baseada nos padrões dos outros. O sujeito reconhece os cursos da moral, explora opções e toma decisões. O valor moral das ações está vinculado aos princípios éticos universais, como o direito à vida,  à liberdade e à justiça. As normas sociais são relativas, e têm a finalidade de garantir que esses princípios sejam respeitados. Se isso não acontecer, as leis devem ser transformadas e até desobedecidas. A sociedade não tem sentido se não estiver a serviço desses direitos fundamentais, que são universais, reversíveis e prescritivos.
Estágio 5 – Direitos Comunitários X Direitos Individuais
O indivíduo entende que os valores e leis são relativos, e os padrões variam de uma pessoa para outra. As leis são importantes, mas podem ser mudadas. É orientado para o contrato social democrático. A lei é relativa e serve ao maior bem para o maior número. A lei deve ser cumprida devido a um contrato social, que protege os direitos de todos.
Ocorre a distinção entre valores individuais e diretos elementares,como vida e liberdade. Temos deveres de um contrato social que visa a realização do bem para o maior número. Há uma visão igualitária (igualdade de oportunidade). Lei e moral podem entrar em conflito.
Estágio 6 – Princípios Éticos Universais
Indivíduo desenvolve um padrão moral baseado nos direitos humanos universais. Por ser um ser racional, o indivíduo percebe a validade dos princípios universais e se compromete com eles.
A igualdade e o respeito pela dignidade da vida humana são os princípios morais universais e suscitam uma adesão livre. Os princípios morais são universais e precisamos nos comprometer com sua defesa. Os indivíduos são fins em si mesmos, e devem ser considerados como tais.
Trio: Letícia, Miriân e Thayná CN 3001
Professora: Dacimar

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