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politicas educacionais unida (1)

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83
UNIDADE 2
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: 
INFLUÊNCIAS GLOBAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
•	 compreender	a	influência	da	globalização	nas	políticas	públicas	
					educacionais;
•	 identificar	os	programas	desenvolvidos	pelo	Ministério	da	Educação;
•	 conhecer	as	instituições	formadoras	do	sistema	educacional	brasileiro;
•	 reconhecer	a	organização	e	gestão	escolar	coletiva.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	final	de	cada	tópico	você	en-
contrará	atividades	que	o	ajudarão	a	refletir	e	fixar	os	conteúdos	abordados.
TÓPICO	1	–	POLÍTICAS	PÚBLICAS	E	EDUCAÇÃO:	INFLUÊNCIAS	
 GLOBAIS
TÓPICO	2	–	AS	INSTITUIÇÕES	FORMADORAS	DO	SISTEMA	
																						EDUCACIONAL	BRASILEIRO
TÓPICO	3	–	A	ORGANIZAÇÃO	E	GESTÃO	ESCOLAR	COLETIVA
Assista ao vídeo 
desta unidade.
84
85
TÓPICO 1
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: 
INFLUÊNCIAS GLOBAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro	acadêmico,	nesta	unidade,	trataremos	de	questões	relativas	à	revolução	
informacional,	 à	 globalização	 e	 à	 exclusão	 social	 ocorrida	 pela	 globalização,	
trataremos	ainda	da	organização	das	instituições	que	formam	o	Sistema	Nacional	
de	Educação,	o	que	cada	uma	possui	como	responsabilidade.
É	possível	que	você	 se	questione	 sobre	qual	 a	necessidade	de	 tratarmos	
destas	 temáticas	 neste	 caderno.	 Abordaremos	 essas	 temáticas,	 pois	 elas	 estão	
inseridas	na	LDB/96,	e	ela	é	nossa	base	de	formulação	dos	anseios	e	objetivos	a	
alcançar	dentro	da	educação.
Acadêmico,	 muitas	 vezes	 estamos	 tão	 ligados	 a	 nossa	 rotina	 diária	 e	
não	 percebemos	 que	 estamos	 atrelados	 às	 leis	 relativas	 à	 educação,	 por	 isso,	 a	
necessidade	de	verificarmos	como,	por	que	e	para	que	determinadas	ações	que	
realizamos	cotidianamente	são	necessárias	para	que	se	obtenha	êxito	no	trabalho.
Obter	o	conhecimento	é	essencial	para	nossa	formação	e	permanência	na	
educação.
Então,	 vamos	 a	 mais	 esta	 etapa,	 agora	 relativa	 às	 Políticas	 Públicas	 na	
Educação	 influenciadas	 ou	 não	 pela	 globalização.	 Veremos	 quais	 os	 níveis	 e	
modalidades	de	educação	e	ensino	existentes	no	sistema	brasileiro	de	educação	
além	 dos	 planos,	 programas	 e	 a	 organização	 e	 gestão	 escolar	 coletiva.	 Será	
necessário	que	tipo	de	gestão	escolar	na	contemporaneidade?
Qual	sua	ideia	sobre	isso?	Vamos	ler	estas	páginas	e	verificaremos	se	o	que	
você	pensa	condiz	com	a	realidade	em	que	vivemos	e	que	buscamos!
Boa	leitura!
2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS EDUCACIONAIS
Acadêmico,	a	cada	momento	de	nossas	vidas	nos	deparamos	com	novas	
tecnologias,	 muitas	 informações,	 as	 quais	 nos	 chegam	 de	 forma	 rápida	 e	 sem	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
86
filtros	em	muitas	situações.	Tudo	isso	vem	acompanhado	de	uma	palavra	que	se	
ouve	muito,	a	tal	da	globalização.
A	globalização	é	algo	que	influencia	diretamente	cada	um	de	nós	e	muitas	
vezes	 nem	 nos	 damos	 conta	 disso.	 Num	 processo	 de	 transformações	 que	 a	
sociedade	contemporânea	passa	é	natural	obtermos	intensas	e	variadas	formas	de	
informações,	dando	a	cada	indivíduo,	como	sugerem	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	
(2012,	p.	61),	“[...]	a	ideia	de	movimentação	intensa,	ou	seja,	de	que	as	pessoas	estão	
em	meio	a	um	acelerado	processo	de	integração	e	reestruturação	capitalista”.
Com	isso	podemos	entender	que	a	globalização	existe	em	todos	os	espaços,	
seja	 econômico,	 social,	 político	 e	 cultural,	 dando	 ênfase	 ao	momento	 histórico.	
Assim,	a	globalização	para	Sousa	(2011,	p.	4)	é	vista	como:	
[...]	 processo	 de	 mundialização,	 de	 acordo	 com	 o	 entendimento	
majoritário	 dos	 autores	 contemporâneos,	 caracteriza-se	 pela	 ampla	
integração	 econômica,	 política,	 cultural	 e	 outros	 entre	 as	 nações.	
Contudo,	a	integração	nos	seus	mais	variados	aspectos	se	destaca	pela	
economia,	 podendo	 ser	 de	 diversos	 tipos,	 mas	 nenhuma	 integração	
econômica	é	melhor	do	que	a	outra.	A	escolha	do	país	pelo	modelo	de	
integração	decorre	de	seus	objetivos	e	do	seu	grau	de	dependência	entre	
as	grandes	potências.
Desta	forma,	não	podemos	deixar	de	nos	questionar:	como	a	globalização	
surgiu?	Ela	possui	uma	história?	Sim,	a	globalização	possui	sua	história,	a	qual	pode	
ser	resumida	nas	palavras	de	Sousa	(2011,	p.	2),	que	assim	retrata	a	globalização:
A	globalização	remonta	à	origem	do	homem	na	Terra,	claro	que,	com	
outras	características	e	com	outros	delineamentos.	O	certo	é	que,	este	
sistema	 vem	 evoluindo	 de	 acordo	 com	 as	 necessidades	 humanas	
e	 com	 as	 exigências	mundiais.	O	 grande	 avanço	deve-se	 à	 queda	do	
muro	 de	 Berlim,	 ao	 fim	 do	 socialismo,	 à	 expansão	 do	 capitalismo	 e	
do	neoliberalismo,	 após	 a	 Segunda	Grande	Guerra	Mundial	 e	 com	o	
avanço	da	Comunidade	Comum	Europeia.
Frente	 aos	 avanços	 apresentados	 por	 Sousa,	 podemos	 determinar	 que	
o	 Brasil	 não	 escapou	 deste	 processo,	 estamos	 intimamente	 inseridos	 nesta	
globalização.	Mas	através	de	quê?	
Podemos	determinar	várias	possibilidades,	mas	nos	ateremos	ao	que	diz	
Sousa	(2011,	p.	3),	quando	afirma	que	a	globalização	vem	associada	ao	surgimento	
do	estado	neoliberal,	o	qual	é	originário	do	início	do	século	XX,	na	Inglaterra.
Frente	a	isso,	podemos	determinar	que	o	Brasil	possui	esta	influência	do	
neoliberalismo,	pois	no	governo	Fernando	Collor,	o	Estado	Neoliberal	passou	a	ser	
implantado,	em	meados	de	1990,	dando	a	possibilidade	às	privatizações.
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
87
Neoliberalismo: prática econômica que não aceita a influência do estado na 
economia, deixando o mercado se autorregular com total liberdade. O lucro é o objetivo de 
todos nesse sistema (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 99).
Começou	a	ocorrer	no	Brasil	uma	grande	liberalização	comercial,	através	da	
diminuição	de	tarifas,	e	consequentemente	o	crescimento	das	exportações,	
especialmente	de	produtos	básicos,	e	ainda,	o	aumento	das	importações,	
exceto	para	os	setores	de	tecnologia	de	ponta,	porque	acreditava-se	que	era	
essencial	o	país	investir	neste	setor	(SOUSA,	2011,	p.	3).
Nosso	 país,	 com	 estas	 mudanças,	 passa	 a	 receber	 olhares	 de	 países	
economicamente	mais	avançados	(Primeiro	Mundo),	como	Estados	Unidos,	Japão	
e	a	União	Europeia,	os	quais	tem	o	maior	número	de	ações	com	o	Banco	Mundial.
Com	 relação	 ao	 Banco	 Mundial,	 podemos	 dizer	 que	 ele	 foi	 “criado	 a	
partir	 das	 necessidades	 advindas	 após	 a	 Segunda	Guerra	Mundial,	 quando	 os	
países	devastados	pela	guerra	sentiram	a	necessidade	de	buscar	seu	crescimento	
econômico”	(SILVA;	FERRONATO;	BARUFFI,	2014,	p.	88).
O	 Banco	 Mundial	 faz	 parte	 da	 vida	 dos	 brasileiros,	 pois	 não	 nos	 são	
estranhas	 as	 seguintes	 siglas:	 “FMI	 –	 Fundo	 Monetário	 Internacional,	 o	 qual	
permanece	 presente	 em	 nossa	 vida	 econômica	 e	 o	 BIRD	 –	 Banco	 Internacional	
para	Reconstrução	e	Desenvolvimento,	que	 foram	criados	pelo	Banco	Mundial,	
em	1944,	no	estado	de	New	Hampshire”	(BUENO;	FIGUEIREDO,	2012,	p.	2),	com	
o	objetivo	de	reconstrução	e	desenvolvimento	dos	países	do	sul.
Frente	 a	 isso,	 e	 passados	 vários	 anos,	 o	 Banco	Mundial	 possui	 em	 seus	
objetivos	um	cuidado	maior	em	relação	às	questões	relativas	à	saúde	e	educação.	
E	 perceberam	 que	 a	 partir	 da	 educação	 poder-se-á	 diminuir	 a	 pobreza	 e	
consequentemente	a	violência.	
A	 pobreza	 tornou-se	 o	 elemento	 principal	 e	 foco	 de	 ações,	 e,	 nesta	
direção,	 a	 melhor	 forma	 de	 reforçar	 o	 processo	 seria	 estimular	 a	
produtividade.	 Diante	 da	 preocupação	 com	 a	 pobreza	 e	 das	 novas	
condicionalidades	 traçadas,	 o	 Banco	Mundial	 redefiniu	 as	 formas	 de	
financiamento.	 Os	 projetos	 de	 empréstimos	 transformaram-se	 em	
multiprojetos	que	 culminaramem	programas	 integrados,	dotados	de	
componentes	 e	 interações	 complexas,	organizados	em	áreas	 setoriais,	
sendo	a	educação	uma	delas	(BUENO;	FIGUEIREDO,	2012,	p.	3-4).
Qual	 a	 importância	 do	 Banco	 Mundial	 e	 a	 globalização	 nas	 questões	
relativas	ao	Brasil,	principalmente	se	tratando	de	educação?
Tudo,	 caro	 acadêmico!	 Pelo	 fato	 de	 que	 diante	 da	 economia	 brasileira,	
observa-se	uma	crescente	escalada	de	violência,	exclusão	social,	níveis	elevados	
NOTA
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
88
de	 analfabetismo,	 mesmo	 que	 se	 tenha	 em	 anos	 anteriores	 conseguido	 alguns	
avanços,	os	quais	não	são	suficientes	para	sua	erradicação.	Diante	destes	fatores,	
os	quais	são	considerados	de	elevada	importância,	foram	e	é	necessária	a	criação	
de	políticas	públicas,	as	quais	foram	mencionadas	na	Unidade	1,	que	denotam	o	
foco	e	as	estratégias	a	serem	alcançadas	para	dirimirmos	esses	problemas.
Com	isso,	todos	os	países,	independentemente	de	sua	situação	econômica,	
buscam	meios	de	manter	sua	qualidade	nos	setores	econômico	e	social,	e	os	que	não	
as	possuem,	buscam	formas	de	sanar	os	problemas	através	de	políticas	públicas	
e	de	programas	que	o	Banco	Mundial	possui	para	auxiliar	os	países	do	Terceiro	
Mundo	e	em	desenvolvimento,	no	caso	do	Brasil,	por	exemplo.
As	 atuais	 políticas	 educacionais	 e	 organizativas	 devem	 ser	
compreendidas	no	quadro	mais	amplo	das	transformações	econômicas,	
políticas,	 culturais	 e	 geográficas	 que	 caracterizam	 o	 mundo	
contemporâneo.	 Com	 efeito,	 as	 reformas	 educativas	 executadas	 em	
vários	países	do	mundo	europeu	e	americano,	nos	últimos	vinte	anos,	
coincidem	 com	 a	 recomposição	 do	 sistema	 capitalista	 mundial,	 que	
incentiva	 um	 processo	 de	 reestruturação	 global	 da	 economia	 regido	
pela	doutrina	neoliberal	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	42).
Ainda,	de	acordo	com	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	42),	“[...]	alguns	
analistas	 críticos	 do	 neoliberalismo	 identificam	 três	 de	 seus	 traços	 distintivos:	
mudanças	 nos	 processos	 de	 produção	 associadas	 a	 avanços	 científicos	 e	
tecnológicos,	superioridade	do	livre	funcionamento	do	mercado	na	regulação	da	
economia	e	redução	do	papel	do	Estado”.
Caro	 acadêmico,	 observe	 que	 essas	 linhas	 apresentadas	 por	 Libâneo,	
Oliveira	e	Toschi	nos	dão	a	ideia	de	que	a	forma	econômica	apresentada	nos	países	
industrializados	trata	a	educação	com	políticas	de	ajuste,	as	quais	são	defendidas	
em	âmbito	mundial	pelo	Banco	Mundial.	As	orientações	neoliberais:
 
[...]	 postulam	 ser	 o	 desenvolvimento	 econômico,	 alimentado	
pelo	 desenvolvimento	 técnico-científico,	 o	 fator	 de	 garantia	 do	
desenvolvimento	 social.	 Trata-se	 de	 uma	 visão	 economicista	 e	
tecnocrática	 que	 desconsidera	 as	 implicações	 sociais	 e	 humanas	 do	
desenvolvimento	 econômico,	 gerando	 problemas	 sociais	 (LIBÂNEO;	
OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	43).
Dentro	 dessa	 visão	 de	 Libâneo,	 Oliveira	 e	 Toschi,	 podemos	 determinar	
que	os	problemas	 sociais	 estão	 elencados	 como:	 “desemprego,	 fome	e	pobreza,	
que	alargam	o	contingente	de	excluídos,	ampliando	as	desigualdades	entre	países,	
classes	e	grupos	sociais”	(2012,	p.	43).
Não	nos	parece	familiar	essas	questões?
Com	o	que	já	foi	apresentado,	podemos	então	determinar	que	a	preocupação	
com	o	desenvolvimento	técnico-científico	passa	a	ter	um	novo	olhar	e	retrata	bem	
as	questões	relativas	dos	governos	em	como	ver	a	formação	de	sua	população,	seu	
sistema	educacional.	
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
89
Com	 isso,	 percebemos	 que	 a	 preocupação	 relativa	 ao	 conhecimento	 –	
Educação	–	foca	na	questão	econômica,	no	aumento	da	produtividade	deste	sujeito.
Conforme	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	43),	“a	reforma	dos	sistemas	
educativos	 torna-se	 prioridade,	 especialmente	 nos	 países	 em	 desenvolvimento,	
tendo	 em	 vista	 o	 atendimento	 das	 necessidades	 e	 exigências	 geradas	 pela	
reorganização	produtiva	no	âmbito	das	instituições	capitalistas	mundiais”.
Cabe	 ressaltar	que	“somente	o	 trabalho	braçal	 já	não	é	 suficiente	para	a	
manutenção	da	economia	de	um	país.	É	preciso	fazer	com	que	esses	trabalhadores	
passem	a	buscar	formação	para	melhorar	a	produtividade	das	indústrias,	dando	
condições	de	crescimento	econômico	ao	país”	 (SILVA;	FERRONATO;	BARUFFI,	
2014,	p.	91).
Frente	 ao	 exposto,	 podemos	 determinar	 que	 a	 maneira	 de	 visualizar	 a	
economia	 e	 sua	 aceleração	 nos	 países	 em	 desenvolvimento	 é,	 perante	 o	 Banco	
Mundial,	perceber	que:
[...]	novos	tempos	requerem	nova	qualidade	educativa,	o	que	 implica	
em	 mudança	 nos	 currículos,	 na	 gestão	 educacional,	 na	 avaliação	
dos	 sistemas	 e	na	profissionalização	dos	professores.	A	partir	daí,	 os	
sistemas	e	as	políticas	educacionais	de	cada	país	precisam	 introduzir	
estratégias	como	descentralização,	reorganização	curricular,	autonomia	
das	escolas,	novas	formas	de	gestão	e	direção	das	escolas,	novas	tarefas	
e	responsabilidades	dos	professores	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	
2012,	p.	45).
Diante	 desta	 exposição,	 o	 Banco	Mundial	 passa	 o	 recado	 de	 que	 quem	
desejar	crescer	economicamente	perante	os	demais	países	necessitará	reestruturar	
seu	sistema	educacional.	Com	isso,	a	educação	brasileira	passou	a	se	inserir	neste	
contexto.
Podemos	relembrar	o	que	 já	estudamos	na	Unidade	1,	quando	 tratamos	
das	ações	empreendidas	no	governo	Collor,	como	a	participação	na	Conferência	
Mundial	 sobre	a	Educação	para	Todos,	em	Jomtien,	na	Tailândia,	promoção	do	
Banco	Mundial,	com	a	participação	de	diversas	organizações	mundiais.
Nesta	conferência	foram	determinados	os	seguintes	objetivos:
Art. 1 Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem:	cada	pessoa	–	criança,	jovem	
ou	adulto	–	deve	estar	em	condições	de	aproveitar	as	oportunidades	educativas	voltadas	
para	satisfazer	suas	necessidades	básicas	de	aprendizagem.
Art. 2 Expandir o enfoque:	lutar	pela	satisfação	das	necessidades	básicas	de	aprendizagem	
para	 todos	exige	mais	do	que	a	 ratificação	do	compromisso	pela	educação	básica.	É	
necessário	um	enfoque	abrangente,	capaz	de	ir	além	dos	níveis	atuais	de	recursos,	das	
estruturas	institucionais;	dos	currículos	e	dos	sistemas	convencionais	de	ensino,	para	
construir	sobre	a	base	do	que	há	de	melhor	nas	práticas	correntes.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
90
Art. 3 Universalizar o acesso à educação e promover a equidade:	a	educação	básica	
deve	ser	proporcionada	a	todas	as	crianças,	jovens	e	adultos.	Para	tanto,	é	necessário	
universalizá-la	e	melhorar	sua	qualidade,	bem	como	tomar	medidas	efetivas	para	reduzir	
as	desigualdades.
Art. 4 Concentrar a atenção na aprendizagem:	a	tradução	das	oportunidades	ampliadas	
de	 educação	 em	desenvolvimento	 efetivo	–	para	o	 indivíduo	ou	para	a	 sociedade	–	
dependerá,	em	última	instância,	de,	em	razão	dessas	mesmas	oportunidades,	as	pessoas	
aprenderem	de	fato,	ou	seja,	apreenderem	conhecimentos	úteis,	habilidades	de	raciocínio,	
aptidões	e	valores.	
Art. 5 Ampliar os meios de e o raio de ação da Educação Básica:	 a	diversidade,	 a	
complexidade	 e	 o	 caráter	mutável	 das	necessidades	 básicas	de	 aprendizagem	das	
crianças,	jovens	e	adultos,	exigem	que	se	amplie	e	se	redefina	continuamente	o	alcance	
da	educação	básica.	[...]
Art. 6 Propiciar um ambiente adequado à aprendizagem:	a	aprendizagem	não	ocorre	
em	situação	de	isolamento.	Portanto,	as	sociedades	devem	garantir	a	todos	os	educandos	
assistência	em	nutrição,	cuidados	médicos	e	o	apoio	físico	e	emocional	essencial	para	
que	participem	ativamente	de	sua	própria	educação	e	dela	se	beneficiem.
Art. 7 Fortalecer as alianças:	 as	 autoridades	 responsáveis	pela	 educação	aos	níveis	
nacional,	estadual	e	municipal	têm	a	obrigação	prioritária	de	proporcionar	educaçãobásica	
para	todos.	Não	se	pode,	todavia,	esperar	que	elas	supram	a	totalidade	dos	requisitos	
humanos,	financeiros	 e	organizacionais	necessários	a	 esta	 tarefa.	Novas	e	 crescentes	
articulações	e	alianças	serão	necessárias	em	todos	os	níveis:	entre	todos	os	subsetores	e	
formas	de	educação,	reconhecendo	o	papel	especial	dos	professores,	dos	administradores	
e	do	pessoal	que	trabalha	em	educação;	entre	os	órgãos	educacionais	e	demais	órgãos	
de	governo,	incluindo	os	de	planejamento,	finanças,	trabalho,	comunicações,	e	outros	
setores	sociais;	entre	as	organizações	governamentais	e	não	governamentais,	com	o	setor	
privado,	com	as	comunidades	locais,	com	os	grupos	religiosos,	com	as	famílias.
Art. 8 Desenvolver uma política contextualizada de apoio:	políticas	de	 apoio	nos	
setores	social,	cultural	e	econômico	são	necessárias	à	concretização	da	plena	provisão	e	
utilização	da	educação	básica	para	a	promoção	individual	e	social.	A	educação	básica	
para	todos	depende	de	um	compromisso	político	e	de	uma	vontade	política,	respaldados	
por	medidas	fiscais	adequadas	e	ratificados	por	reformas	na	política	educacional	e	pelo	
fortalecimento	institucional.	[...]
Art. 9 Mobilizar os recursos:	para	que	as	necessidades	básicas	de	aprendizagem	para	todos	
sejam	satisfeitas	mediante	ações	de	alcance	muito	mais	amplo,	será	essencial	mobilizar	
atuais	e	novos	recursos	financeiros	e	humanos,	públicos,	privados	ou	voluntários.	Todos	
os	membros	da	sociedade	têm	uma	contribuição	a	dar,	lembrando	sempre	que	o	tempo,	a	
energia	e	os	recursos	dirigidos	à	educação	básica	constituem,	certamente,	o	investimento	
mais	importante	que	se	pode	fazer	no	povo	e	no	futuro	de	um	país.	[...]
Art. 10 Fortalecer a solidariedade internacional:	satisfazer	as	necessidades	básicas	de	
aprendizagem	constitui-se	uma	responsabilidade	comum	e	universal	a	todos	os	povos,	
e	 implica	 solidariedade	 internacional	 e	 relações	 econômicas	honestas	 e	 equitativas,	
a	fim	de	 corrigir	 as	 atuais	disparidades	 econômicas.	Todas	 as	nações	 têm	valiosos	
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
91
FONTE: UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das 
necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien,1990. Disponível: <http://unesdoc.unesco.org/
images/0008/000862/086291por.pdf>. Acessado em: 31 jul. 2016.
A	 partir	 desta	 Conferência,	 muda-se	 a	 visão	 de	 muitos	 governantes	 e	
busca-se	a	melhoria	da	educação	através	de	reformas	educativas,	frente	a	novas	
realidades	sociais.
3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS 
NO BRASIL
Acadêmico,	desta	Conferência	foram	retiradas	orientações	para	a	elaboração	
do	Plano	Decenal	de	Educação	Para	Todos	(documento	elaborado	para	determinar	
ações	a	serem	realizadas	dentro	de	um	determinado	período,	no	caso,	dez	anos),	
sendo	este	documento	produzido	“como	diretriz	educacional	do	governo	Itamar	
Franco	em	1993”	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	44).
De	 maneira	 breve,	 vamos	 resumir	 as	 ações	 realizadas	 a	 partir	 desta	
Conferência,	para	os	demais	governantes	que	sucederam	a	Collor	até	a	atualidade.
No	governo	de	Fernando	Henrique	Cardoso	(1995	a	1998)	foram	escolhidas	
metas	mais	pontuais	com	relação	ao	Plano	Decenal,	ficando	assim	elencadas:	
descentralização	 da	 administração	 das	 verbas	 federais,	 elaboração	 do	
currículo	 básico	 nacional,	 educação	 a	 distância,	 avaliação	 nacional	 das	
escolas,	incentivo	à	formação	dos	professores,	parâmetros	de	qualidade	para	
o	livro	didático,	entre	outras.	Nesta	gestão	houve	a	elaboração	e	promulgação	
da	LDB	(Lei	9.349/96)	e	a	formulação	das	diretrizes	curriculares,	normas	e	
resoluções	do	Conselho	Nacional	de	Educação	(CNE)	para	o	ensino	superior	
(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	44).
Em	 seu	 segundo	mandato	 (1999-2002),	 FHC	manteve	 a	 mesma	 política	
educacional	que	vinha	utilizando,	incluindo	neste	a	aprovação,	pelo	“Congresso	
Nacional,	 do	 Plano	 Nacional	 de	 Educação	 –	 PNE	 (2001-2010)”	 (LIBÂNEO;	
OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	45).
Acadêmico, você se recorda do que trata o Plano Nacional de Educação? Se não 
lembrar, busque na Unidade 1 esta definição.
conhecimentos	 e	 experiências	 a	 compartilhar,	 com	vistas	 à	 elaboração	de	políticas	 e	
programas	educacionais	eficazes.	[...]
UNI
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
92
Dando	 continuidade,	 observamos	 que	 no	 governo	 Lula	 (2003-2006)	 foi	
criado	o	Fundo	de	Desenvolvimento	da	Educação	Básica	(Fundeb).	Este	dado	será	
melhor	abordado	nas	páginas	seguintes,	dando	assim	uma	compreensão	de	onde,	
como	e	para	que	é	utilizado	este	fundo	e	os	demais	fundos	criados	pelo	governo	para	
auxiliar	no	desenvolvimento	da	educação	e	diminuir	as	desigualdades	relativas	
às	questões	educacionais,	refletindo	nos	demais	espaços	sociais.	Em	seu	segundo	
mandato	(2007-2010),	realizou	mudanças	na	educação	básica	como,	aumento	de	
recursos	na	educação,	o	 Índice	de	Desenvolvimento	da	Educação	 (Ideb),	o	piso	
salarial	dos	professores	e	a	aprovação	da	Emenda	Constitucional	nº	59.
A Emenda Constitucional nº 59, aprovada em 2009 pelo Congresso, prevê a 
obrigatoriedade do ensino para a população entre 4 e 17 anos e amplia a abrangência dos 
programas suplementares para todas as etapas da educação básica. Com a mudança na 
Constituição Federal, o ensino pré-escolar e médio passam a ser obrigatórios. A meta do 
governo, portanto, é universalizar o acesso. O prazo definido é 2016.
FONTE: Disponível em: <http://www.andi.org.br/infancia-e-juventude/legislacao/emenda-
constitucional-59>. Acesso em: 31 jul. 2016.
No	 governo	 de	Dilma	Rousseff,	 deu-se	 continuidade	 aos	 programas	 do	
governo	anterior	e	buscou-se	implementá-los.
Observe,	caro	acadêmico,	que	estas	ações,	entre	outras,	estão	interligadas	
a	 ações	 e	 tendências	 internacionais,	 “sobretudo	do	Banco	Mundial	 e	 do	 Fundo	
Monetário	Internacional	(FMI)”	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	44).	No	
entanto,	segundo	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	45-46):	
As	políticas	e	diretrizes	educacionais	dos	últimos	vinte	anos,	com	raras	
exceções,	 não	 têm	 sido	 capazes	 de	 romper	 a	 tensão	 entre	 intenções	
declaradas	 e	medidas	 efetivas.	 Por	 um	 lado,	 estabelecem-se	 políticas	
educativas	 que	 expressam	 intenções	 de	 ampliação	 da	 margem	 de	
autonomia	e	de	participação	das	escolas	e	dos		professores,	por	outro,	
verifica-se	 a	 parcimônia	 do	 governo	 nos	 investimentos,	 impedindo	 a	
efetivação	de	medidas	cada	vez	mais	necessárias	a	favor,	por	exemplo,	
dos	salários,	da	carreira	e	da	formação	do	professorado,	com	a	alegação	
de	que	o	enxugamento	do	Estado	requer	redução	de	despesas	e	do	déficit 
público,	o	que	acaba	imprimindo	uma	lógica	contábil	e	economicista	ao	
sistema	de	ensino.
 
Com	isso,	podemos	determinar	que	perante	o	mundo,	e	perante	a	própria	
população,	nos	deparamos	com	olhares	desconfiados	e	descontentes	com	relação	
ao	 grau	 deficitário	 na	 aplicação	 das	 políticas	 públicas	 educacionais.	 Podemos	
determinar	então	que,	de	acordo	com	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	46),	“esse	
fato	 deve-se,	 certamente,	 às	 características	 do	 modelo	 econômico	 adotado,	 de	
NOTA
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
93
orientação	economicista	e	tecnocrática,	em	que	as	implicações	sociais	e	humanas	
ficam	em	segundo	plano”.
Precisamos	então	reordenar	nossa	casa,	o	Brasil,	para	assim	conseguirmos	
retornar	ao	crescimento	econômico,	para	a	obtenção	de	qualidade	de	vida.	E	não	
distante	 tudo	 recai	 sobre	 a	 Educação.	 Este	 é	 o	 caminho,	 e	 a	 nível	 globalizado,	
todos	pensam	desta	maneira.	A	Educação	é	o	caminho	para	a	solução	de	muitos	
problemas	mundiais	e	nacionais.
Com	isso,	caro	acadêmico,	precisamos,	enquanto	profissionais	da	educação,	
reconhecer	diversas	mudanças	que	ocorrem	a	nossa	volta	e	estas	recaem	sobrenossa	
maneira	de	proceder	com	os	nossos	alunos	e	a	compreensão	das	leis	e	suas	estratégias.
AUTOATIVIDADE
Diante	do	que	 já	vimos,	sobre	a	globalização,	podemos	determinar	que	ela	é	
irreversível	ou	chegará	um	momento	em	que	os	países,	independentes	de	suas	
finanças,	buscarão	um	retrocesso?	Qual	sua	opinião?
Acadêmico,	o	que	dialogamos	até	aqui	pode	não	fazer	muito	sentido,	mas	
observe	que	nesta	perspectiva	nosso	país	está	buscando,	muitas	vezes	por	caminhos	
tortuosos,	 diminuir	 as	 desigualdades	 sociais	 e	 estamos	 diretamente	 ligados	 à	
globalização.	 Não	 podemos	 deixar	 de	 compreender	 que	 os	 acontecimentos	 no	
mundo	 afetam	 diretamente	 a	 educação,	 de	 várias	 formas,	 sendo	 as	 principais	
assim	pontuadas	por	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	62):
a)	Exigem	novo	tipo	de	trabalhador,	mais	flexível	e	polivalente,	o	que	
provoca	certa	valorização	da	educação	formadora	de	novas	habilidades	
cognitivas	e	competências	sociais	e	pessoais.
b)	Levam	o	 capitalismo	a	 estabelecer,	 para	 a	 escola,	 finalidades	mais	
compatíveis	com	os	interesses	do	mercado.
c)	Modificam	os	objetivos	e	as	prioridades	da	escola.
d)	 Produzem	 modificações	 nos	 interesses,	 necessidades	 e	 valores	
escolares.
e)	Forçam	a	escola	a	mudar	suas	práticas	por	causa	do	avanço	tecnológico	
dos	meios	de	comunicação	e	da	introdução	da	informática.
f)	Induz	em	alterações	na	atitude	do	professor	e	no	trabalho	docente,	
uma	vez	que	os	meios	de	comunicação	e	os	demais	recursos	tecnológicos	
são	muito	motivadores.
Com	 estas	 intervenções,	 no	 que	 diz	 respeito	 aos	 acontecimentos	 que	
ocorrem	no	mundo	atual,	observamos	que	a	escola	está	também	necessitando	de	
reformulação,	pois	a	globalização	está	aí,	adentrando	nas	salas	de	aula,	em	todos	
os	espaços	e	um	exemplo	claro	são	as	novas	tecnologias,	presentes	em	nossas	vidas	
e	na	vida	de	nossos	alunos.	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
94
4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
Sabendo	do	conceito	de	globalização	no	qual	estamos	inseridos,	podemos	
compreender	 que	 o	 celular	 é	 um	 dos	 instrumentos	 que	 representam	 essa	
globalização	na	atualidade.	São	muitos	os	exemplos,	mas	tomemo-lo	para	definir	
que	 a	 revolução	 da	 informação	 está	 em	 nós,	 em	 apenas	 um	 clique	 e	 estamos	
conectados	ao	mundo.	Não	é	fascinante?
FIGURA 4 – REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
FONTE: Disponível em: <http://nexus.futuro.usp.br/blog/~yria/3058>. Acesso 
em: 31 jul. 2016.
Perante	 o	 que	 possuímos	 em	 nossas	 mãos,	 e	 o	 que	 visualizamos	
cotidianamente,	 estamos	 vivenciando	 uma	 revolução	 informacional,	 através	
da	internet,	que	é	a	estrela	maior	dessa	revolução,	e	que	nos	dá	a	impressão	de	
vivermos	em	uma	“aldeia	global”.
Sabemos	 que	 na	 atualidade	 podemos	 a	 qualquer	 momento	 receber	
informações	 dos	mais	 variados	 pontos	 do	mundo,	 as	 informações	 circulam	 de	
maneira	veloz,	tendo	assim	a	sensação	de	estarmos	no	momento	em	que	ocorreu	
determinada	situação	ou	fato.	Para	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	77):
A	internet	(a	super-rede	mundial	de	computadores)	é	uma	das	estrelas	
principais,	desta	fase	da	revolução	informacional,	pois	interliga	milhões	
de	 computadores,	 ou	 melhor,	 de	 usuários	 a	 um	 imenso	 e	 crescente	
banco	de	informações,	permitindo-lhes	navegar	pelo	mundo	por	meio	
do	 microcomputador.	 As	 informações	 disponíveis	 dizem	 respeito	 a	
praticamente	todos	os	temas	de	interesse,	o	que	fascina	cada	vez	mais	
as	pessoas.
E	acrescenta	que:
Com	 maior	 ou	 menor	 acesso,	 no	 entanto,	 as	 novas	 tecnologias	 da	
informação	 e	 os	 diferentes	 meios	 de	 comunicação	 –	 por	 exemplo,	 o	
rádio,	 o	 jornal,	 a	 revista,	 a	 televisão,	 o	 computador,	 o	 telefone,	 o	 fax	
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
95
e	 outros	 –	 estão	 presentes	 nos	 espaços	 sociais	 ou	 incorporados	 no	
cotidiano	de	vida	das	pessoas,	de	maneira	a	modificar	hábitos,	costumes	
e	necessidades.
Outro	exemplo	é	o	que	nós	estamos	vivenciando,	 caros	acadêmicos,	 são	
as	tecnologias	utilizadas	para	nossos	estudos,	por	exemplo	o	Ambiente	Virtual	de	
Aprendizagem	(AVA),	o	Da	Vinci	Talk,	onde	podemos	conversar	e	tirar	dúvidas,	os	
vídeos	da	disciplina,	os	objetos	de	aprendizagem.
As	 informações	 correm	 por	 fibras	 ópticas,	 satélites	 etc.,	 criando	 assim	
“redes	de	 informações	on-line	 (comunicação	 instantânea)	que	 conseguem	 juntar	
texto,	som	e	imagem”	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	79).
Frente	 a	 isso,	 Libâneo,	 Oliveira	 e	 Toschi	 (2012,	 p.	 79)	 nos	 apresentam	
características	que	envolvem	ainda	a	revolução	informacional,	a	saber:
•		Surgimento	de	nova	linguagem	comunicacional,	uma	vez	que	circulam	
e	 se	 tornam	 comuns	 termos	 como	 realidade	 virtual,	 ciberespaço,	
hipermídia,	 correio	 eletrônico,	 Orkut,	 Facebook,	 Twitter	 e	 outros,	
expressando	as	novas	realidades	e	possibilidades	 informacionais.	 Já	é	
comum	também	a	utilização	de	uma	linguagem	digital,	sobretudo	entre	
jovens,	para	expressar	sentimentos	e	situações	de	vida.
•	 Os	 diferentes	 mecanismos	 de	 informação	 digital	 (comunicação	
instantânea),	 de	 acesso	 à	 informação,	 de	 pesquisa	 e	 de	 ligação	 entre	
matérias	sempre	atualizadas	e	qualificadas.
•	 As	 novas	 possibilidades	 de	 entretenimento	 e	 de	 educação	 (TV	
educativa,	educação	a	distância,	vídeos,	softwares	etc.).
•	 O	 acúmulo	 de	 informações	 e	 as	 infindáveis	 condições	 de	
armazenamento.
Observe,	 acadêmico,	 que	 estas	 características	 denotam	 a	 necessidade	
de	 cada	 indivíduo	buscar	 seus	 conhecimentos	para	uma	melhoria	 em	 sua	vida	
profissional	e	pessoal,	mas	também	dá	a	abertura	para	a	exclusão	social	se	estas	
características	não	forem	bem	desenvolvidas.	Conforme	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	
(2012,	p.	81),	a	globalização	é	uma	palavra	que	“está	na	moda”.		
No	 entanto,	 diferentemente	 da	 moda	 passageira,	 ela	 parece	 ter	
vindo	para	ficar.	Tem	sido	usada	para	designar	uma	gama	de	fatores	
econômicos,	sociais,	políticos	e	culturais	que	expressam	o	espírito	e	a	
etapa	de	desenvolvimento	do	capitalismo	em	que	o	mundo	se	encontra	
atualmente.	Trata-se,	portanto,	de	palavra	de	difícil	 conceituação,	em	
razão	da	amplitude	e	complexidade	da	realidade	que	tenta	definir.
Cabe	ressaltar	que	esta	revolução	informacional	está	em	nosso	meio	e	não	
sairá	dele,	pois	com	a	globalização	está	sendo	construída	através	de	materiais,	de	
serviços,	 saberes	 e	 habilidades.	 (LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	 2012).	 E	 estas	
construções	 determinam	 o	 nível	 de	 desenvolvimento	 e	 de	 monopolização	 do	
pensamento.	 Para	 tanto,	 faz-se	 necessária	 uma	verificação	nas	 informações	 que	
circulam	no	espaço	público,	pois	estas	podem,	conforme	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	
(2012,	p.	80),	exercer	“um	papel	de	entretenimento	e	doutrinação	das	massas”.	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
96
E	é	 isso	que	precisamos	cuidar,	pois	a	globalização	e	 tecnologias	 são	de	
extrema	necessidade	 e	possuem	muita	 importância,	mas	 elas	podem	 criar	uma	
cultura	de	massa	empobrecida	de	 conteúdo.	A	mesma	 revolução	 informacional	
que	determina	uma	evolução	pode	trazer	elementos	que	tornam	o	indivíduo	mero	
captador	de	ideias	e	assim	acaba	sendo	doutrinado	por	elas.
A	 informação	 das	 novas	 tecnologias	 “impõe	 o	 desafio	 de	 perceber	 as	
potencialidades	 contraditórias	 e	 libertadoras	 da	 revolução	 informacional,	 bem	
como	as	 condições	 e	 estratégias	de	 luta	pela	democratização	da	 informação	no	
contexto	de	uma	sociedade	cada	vez	mais	globalizada”	 (LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	
TOSCHI,	 2012,	 p.	 81).	 Como	 esta	 revolução	 informacional	 pode	 determinar	
mudanças	na	educação?	
Esta	pergunta	é	pertinente,	pois	conforme	Galvão	Filho	e	Miranda	(2012,	
p.	 247),	 “existe	 uma	 tensão	 entre	 as	 possibilidades	 oferecidas	 pela	 tecnologia	
(elaspróprias	em	mutação	constante)	e	as	condições	de	sua	aplicação:	o	sistema	
social	e	educacional	e	os	modos	de	gestão	devem	abrir	espaço	à	tecnologia	em	um	
determinado	nível	de	desempenho”.
Frente	 ao	 exposto,	podemos	determinar	que	 as	 tecnologias	na	 educação	
possam	auxiliar	 em	uma	dimensão	maior,	várias	pessoas	 em	suas	várias	 faixas	
etárias,	organização	de	novas	formas	de	ensino	como	a	EAD	–	Educação	a	Distância	
–,	que	determina	o	 local,	momento	e	desejos	do	educando,	a	utilização	de	ricas	
imagens	e	de	visualizações	sobre	qualquer	temática	desenvolvida;	o	estudo	voltado	
à	competência	do	acadêmico	para	ir	em	busca	do	conhecimento;	o	fácil	acesso	às	
informações,	dentre	outros	fatores	que	auxiliam	o	processo	ensino-aprendizagem.	
Observa-se,	 assim,	 que	 esta	 revolução	 informacional	 determina	 a	
necessidade	 de	 a	 educação	 continuar	 buscando	 estas	 estratégias	 para	 tornar	 o	
sistema	de	ensino	cada	vez	mais	democrático	e	integrativo.	
Cabe	 ressaltar,	 aqui,	 o	 papel	 do	 professor	 nesse	 processo	 evolutivo	 das	
novas	tecnologias.	Para	tanto,	vamos	apresentar	a	você,	acadêmico,	um	recorte	do	
artigo	de	Renival	Vieira	de	Freitas	e	Magneide	S.	Santos	Lima.	
AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS ATUAIS 
PARA A PRÁTICA DOCENTE
[...] As novas tecnologias: desafios e suas implicações no ambiente escolar e 
na prática docente.
A	introdução	dos	recursos	tecnológicos	no	ambiente	escolar	não	se	restringe	
apenas	 à	 utilização	 de	 determinados	 equipamentos	 e	 produtos.	 Essa	 evolução	
tecnológica	e	sua	chegada	e	utilização	no	trabalho	docente	veio	a	contribuir	na	alteração	
de	comportamentos.	A	utilização	desses	recursos	tecnológicos	sem	o	devido	preparo	
do	docente	para	a	sua	introdução	na	prática	diária	das	escolas	veio	ocorrer	um	choque	
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
97
cultural	e	uma	resistência	por	parte	dos	docentes	em	sua	aplicação,	ocorrendo	assim,	o	
aceleramento	da	crise	de	identidade	dos	professores.	
Para	Esteve	(1999	apud	ALONSO,	2008,	s.p.)	“a	situação	dos	professores	diante	
das	mudanças	que	ocorrem	na	escola	é	comparável	a	um	grupo	de	atores	que	trajam	as	
vestimentas	de	determinado	tempo	e	que,	sem	nenhum	aviso	anterior	mudam-lhes	os	
cenários	e	as	falas”.	Quando	Esteve	apresenta	essa	mudança	repentina	no	cenário	desse	
grupo	de	atores	que	precisa	mudar	toda	sua	apresentação	sem	um	aviso	prévio	e	sem	
a	devida	preparação	podemos	verificar	o	que	ocorreu	na	prática	diária	do	professor	ao	
serem	 introduzidos	nas	escolas	os	 recursos	 tecnológicos	para	 serem	utilizados	pelos	
docentes	 antes	mesmo	 do	 sistema	 educacional	 promover	 curso	 de	 aperfeiçoamento	
profissional	para	a	utilização	desses	recursos	tecnológicos	na	prática	pedagógica.	
O	professor	não	deixa	de	 ter	 importância	no	desenvolvimento	do	 seu	papel	
como	mediador	da	aprendizagem	devido	à	inserção	das	novas	tecnologias	no	ambiente	
escolar,	mas,	ao	contrário,	pode	passar	a	ser	o	elemento	principal	dessa	sociedade	que	
utiliza	 cada	 vez	mais	 essas	 novas	 tecnologias	 como	 recurso	didático	 promovendo	 o	
enriquecimento	da	prática	educativa,	sendo	assim,	segundo	Sacristán	(1999,	p.	89),	“a	
prática	 educativa	 não	 começa	 do	 zero:	 quem	quiser	modificá-la	 tem	 que	 apanhar	 o	
processo	‘em	andamento’.	A	inovação	não	é	mais	do	que	uma	correção	da	trajetória”.	
A	 renovação	 na	 prática	 docente	 pode	 ser	 constatada,	 não	 pelo	 uso	 puro	 e	
simples	desses	recursos	tecnológicos	em	seu	cotidiano,	mas,	a	partir	do	momento	em	
que	esses	equipamentos	modifiquem	de	forma	significativa	o	olhar	do	professor	diante	
de	sua	prática,	suas	concepções	de	educação,	seus	modelos	de	ensino-aprendizagem.	
Para	Sacristán	(1999,	p.	74)	“o	professor	é	responsável	pela	modelação	da	prática,	mas	
esta	é	a	intersecção	de	diferentes	contextos”.
Com	 o	 aparecimento	 dos	 computadores	 e	 da	 internet,	 e	 sua	 inserção	 no	
ambiente	 escolar,	 tornou-se	 possível	 a	 entrada	 desses	 novos	 recursos	 tecnológicos	
na	vida	escolar,	visto	que,	antes	desse	aparecimento	era	 inviável	a	 instalação	de	um	
computador	no	ambiente	escolar	pelo	seu	tamanho	e	custo.	
Segundo	Kenski	(2008,	p.	45),	“a	maioria	das	tecnologias	é	utilizada	como	auxiliar	
no	processo	educativo”.	Não	só	o	computador	e	a	internet,	como	outros	recursos	que	
foram	introduzidos	na	prática	do	docente	em	sala	de	aula,	movimentaram	a	educação	
e	provocaram	novas	mediações	entre	a	abordagem	do	professor,	o	entendimento	do	
docente	e	o	conhecimento	veiculado.	
A	utilização	por	parte	do	professor	no	trabalho	em	classe	de	mídias	e	ferramentas	
computacionais	 contribui	 para	 consolidação	 do	 processo	 de	 ensino-aprendizagem.	
Esses	recursos	quando	bem	utilizados	provocam	a	alteração	dos	comportamentos	de	
docentes	e	discentes,	 contribuindo	assim	para	a	ampliação	e	maior	aprofundamento	
do	 conteúdo	 estudado.	 Segundo	 Alava	 (2002,	 p.	 65),	 “a	 mudança	 provocada	 pelo	
desenvolvimento	da	tecnologia	educacional	altera	de	forma	profunda	o	modo	como	o	
aluno	aprende”.		
Essa	mudança	 só	 será	 possível	 se	 o	 educador	 se	 apropriar	 de	 tais	 recursos	
tecnológicos	 tornando-os	 significativos	 e	 verdadeiramente	 importantes,	 entre	 tantas	
possibilidades,	para	modificação	da	prática	pedagógica,	promovendo	a	dinamização	
do	ensino	e	da	aprendizagem,	mas	não	basta	a	utilização,	é	necessário	saber	usar	de	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
98
forma	 pedagogicamente	 correta	 a	 tecnologia	 escolhida	 para	 alcançar	 o	 sucesso	 no	
ensino-aprendizagem.	[...].
Refletindo sobre as práticas docentes 
Na	 atualidade,	 nada	 garante	 o	 bom	 desempenho	 da	 prática	 docente	 se	 os	
professores	não	 superarem	as	 suas	 crenças	 e	 se	dedicarem	ao	 fazer	pedagógico	que	
leve	 o	 discente	 a	 experimentar	 outro	 comportamento	 diante	 dos	 objetos	 de	 ensino.	
Essas	 crenças	 são	 adquiridas	 antes	mesmo	 dessas	 pessoas	 se	 tornarem	 professores,	
ainda	como	alunos.	São	visões	pessoais,	emocionais	e	se	articulam	como	um	sistema	
hierárquico	de	filtragem	sobre	o	que	é	verdadeiro	no	ensino	e	na	aprendizagem.	
As	convicções	se	fortalecem	com	o	tempo,	na	medida	em	que	as	experiências	se	
cristalizam	daquilo	que	tem	bom	êxito	com	frequência.	Portanto,	o	docente,	ao	assumir	a	
docência,	traz	consigo	elementos,	onde	cria	algo	como	condição	de	interferir	na	sua	prática.	
Bourdieu	afirma	que	“os	hábitos	são	princípios	geradores	de	práticas	distintas	
e	distintivas”	(BOURDIEU,	2007,	p.	22),	logo,	compreende-se	que	existe	subentendida	
na	docência	uma	proporção	silenciosa	da	ação	pedagógica.	Por	vez,	quando	interrogam	
os	professores	 sobre	por	que	desenvolvem	sua	prática	dessa	maneira	 e,	por	que,	 ao	
enfrentar	 determinadas	 situações,	 agiram	 desta	 forma,	 geralmente	 a	 resposta	 está	
relacionada	às	crenças	daquele	profissional,	essa	realidade	segundo	o	autor,	“constrói	
o	 espaço	 social,	 essa	 realidade	 invisível,	que	não	podemos	mostrar	nem	 tocar	 e	que	
organiza	as	práticas	e	as	representações	dos	agentes”	(BOURDIEU,	2007,	p.	22).	Por	essa	
razão	é	muito	difícil	modificar	o	conteúdo	da	prática	pedagógica	nos	docentes.	
A	reflexão	sobre	o	trabalho	desenvolvido	em	sua	prática	diária	pelos	professores	
possibilita	a	análise	das	convicções	profissionais	dos	docentes.	Assim,	define-se	pela	
prática	de	ensino	a	 identidade	docente,	 construída	pelos	objetivos	educativos	e	pela	
autonomia	profissional.	
Refletindo	acerca	dessa	questão,	Sacristán	(1999,	p.	71)	afirma	que	“[...]	a	prática	
educativa	não	é	uma	ação	que	deriva	de	um	conhecimento	prévio,	como	acontece	com	
certas	engenharias	modernas,	mas	sim,	uma	atividade	que	gera	cultura	intelectual	em	
paralelo	com	sua	existência	[...]”.	Nessa	ótica,	entende	que	o	docente,	ao	desenvolver	
sua	prática,	pensa,	 reflete	sobre	seu	 trabalho	e	que,	ao	confrontar	com	os	problemas	
dasala	de	aula,	busca	utilizar-se	dos	conhecimentos	adquiridos,	(re)	elaborando-os	de	
forma	criativa,	no	enfrentamento	dos	problemas,	que	surgem	na	sala	de	aula.	
Segundo	Azzi	 (1999),	 o	 professor,	 na	 heterogeneidade	 de	 seu	 trabalho,	 está	
sempre	diante	de	situações	complexas	para	as	quais	deve	encontrar	repostas,	e	estas	
repetitivas	 ou	 criativas,	 dependem	 de	 sua	 capacidade	 e	 habilidade	 de	 leitura	 da	
realidade	e,	também,	do	contexto,	pois	pode	facilitar	e/ou	dificultar	a	sua	prática.
A	 prática	 docente,	 conforme	 exposto,	 se	 constitui	 uma	 fonte	 de	 situações	
complexas,	 na	 qual	 o	 docente	 no	 decorrer	 de	 sua	 jornada	 diária	 encontra-se	 face	 a	
face	 com	 os	 problemas	 e	 com	 as	 dificuldades	 crescentes	 dos	 discentes,	 referentes	 à	
apropriação	e	produção	de	conhecimento.	
No	decorrer	da	prática	diária	em	sala	de	aula	surgem	vários	problemas	que	
podem	 levar	 o	 docente	 a	 refletir	 acerca	 do	 ato	 pedagógico,	 fazendo	 com	 que	 esses	
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
99
profissionais	busquem	alternativas	para	solucionar	tais	problemas,	de	modo	a	responder	
às	exigências	que	essa	prática	lhes	impõe.	
Nesse	aspecto,	Sacristán	(1999,	p.	79)	afirma	que	“o	ofício	de	quem	ensina	consiste	
basicamente	na	disponibilidade	e	utilização,	em	determinadas	situações,	de	esquemas	
práticos	 para	 conduzir	 a	 ação”.	O	 autor	 ressalta	 que	 na	 jornada	 escolar	 o	 professor	
necessita	estar	preparado	para	enfrentar	determinadas	situações	problemáticas,	as	quais	
demandam	uma	tomada	de	decisões,	aguçando	o	desenvolvimento	do	pensamento	e	
da	ação	do	docente	sobre	sua	prática.
FONTE: Disponível em: <http://dmd2.webfactional.com/media/anais/AS-NOVAS-TECNOLOGIAS-
NA-EDUCACAO-DESAFIOS-ATUAIS-PARA-A-PRATICA-DOCENTE.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2016.
Com	a	leitura	desse	artigo	podemos	determinar	que,	na	educação,	a	figura	
do	professor,	independente	do	surgimento	das	novas	tecnologias	(NTICs),	mantém-
se	presente	neste	processo	e	cabe	a	ele	estar	aberto	a	essas	novas	possibilidades	e	
utilizá-las	para	o	desenvolvimento	de	seus	trabalhos.	
Com	isso,	partiremos	neste	momento	ao	que	o	artigo	mencionou,	que	é	a	
forma	como	a	prática	educacional	passará	a	ser	vista	com	as	novas	 tecnologias.	
Essas	práticas	educativas	estão	atreladas	aos	níveis	e	modalidades	de	educação	e	
ensino	existentes	em	nosso	país.
5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO
Com	 o	 apresentado	 anteriormente,	 percebemos	 que	 para	 existir	 ou	
ser	 inserido	 no	 sistema	 educacional,	 necessitamos	 ir	 ao	 encontro	 das	 leis	 que	
determinam	o	funcionamento	de	sua	estrutura.	Para	tanto,	podemos	perceber	que	
o	sistema	educacional	possui	em	seu	núcleo	os	níveis	e	modalidades	de	educação.
Para	 melhor	 compreensão,	 vamos	 determinar	 o	 que	 significa	 níveis	 e	
modalidades.	Conforme	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2012,	p.	361):
 
O	 termo	modalidade	 da	 educação	 diz	 respeito	 aos	 diferentes	modos	
particulares	 de	 exercer	 a	 educação.	 Enquanto	 os	 níveis	 de	 educação	
se	 referem	 aos	 diferentes	 graus,	 categorias	 de	 ensino,	 como	 infantil,	
fundamental,	 médio,	 superior,	 a	 modalidade	 de	 educação	 implica	 a	
forma,	o	modo	como	tais	graus	de	ensino	são	desenvolvidos.
Com	relação	às	modalidades	de	educação,	nos	deparamos	com	a	educação	
formal,	informal	e	não	formal,	que	de	maneira	breve	será	detalhada	neste	momento,	
conforme	Libâneo,	Oliveira	e	Toschi	(2011,	p.	236-237):
•	A	educação	 informal,	 também	chamada	de	não	 intencional,	 refere-
se	às	influências	do	meio	humano,	social,	ecológico,	físico	e	cultural	às	
quais	o	homem	está	exposto.	
•	A	educação	não	formal	é	intencional,	ocorre	fora	da	escola,	porém	é	
pouco	estruturada	e	sistematizada.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
100
•	A	educação	formal	é	também	intencional	e	ocorre	ou	não	em	instâncias	
de	educação	escolar,	apresentando	objetivos	educativos	explicitados.	É	
claramente	sistemática	e	organizada.
Precisamos	observar	que	todas	as	modalidades	de	educação	são	importantes,	
pois	elas	estão	presentes	no	cotidiano	das	pessoas	e	tanto	a	modalidade	informal	
“que	se	refere	às	influências	do	meio	natural	e	social	sobre	o	homem	e	interfere	
em	sua	relação	com	o	meio	social”	(LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	235),	
quanto	 a	 formal,	 “	 que	 busca	 	 ter	 objetivos	 explícitos,	 conteúdos,	 métodos	 de	
ensino,	procedimentos	didáticos	 [...]”	 (LIBÂNEO;	OLIVEIRA;	TOSCHI,	2012,	p.	
236),	são	determinantes	para	alcançarmos	os	objetivos	previstos	em	lei.
Assim,	 todas	 as	 modalidades	 determinam	 sua	 maneira	 de	 auxiliar	 no	
desenvolvimento	da	educação	e	nenhuma	deve	ser	desconsiderada.
Frente	ao	exposto,	vamos	nos	ater	aos	Artigos	205	e	206	da	Constituição	
Federal	(BRASIL,	1988),	que	busca	uma	educação	que	é	direito	de	todos	e	dever	do	
Estado	e	da	família,	além	do	desenvolvimento	pleno	do	indivíduo,	tornando	ele	
apto	para	o	exercício	da	cidadania	e	a	qualificação	para	o	trabalho.
No	Artigo	206	da	Constituição,	encontramos	os	seguintes	princípios	para	
conquistar	estes	objetivos	apresentados	anteriormente:
I	-	igualdade	de	condições	para	o	acesso	e	permanência	na	escola;
II	-	liberdade	de	aprender,	ensinar,	pesquisar	e	divulgar	o	pensamento,	
a	arte	e	o	saber;
III	-	pluralismo	de	ideias	e	de	concepções	pedagógicas,	e	coexistência	de	
instituições	públicas	e	privadas	de	ensino;
IV	-	gratuidade	do	ensino	público	em	estabelecimentos	oficiais;
V	 -	 valorização	dos	profissionais	da	 educação	 escolar,	 garantidos,	 na	
forma	 da	 lei,	 planos	 de	 carreira,	 com	 ingresso	 exclusivamente	 por	
concurso	público	de	provas	e	títulos,	aos	das	redes	públicas	(Redação	
dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	53,	de	2006);
VI	-	gestão	democrática	do	ensino	público,	na	forma	da	lei;
VII	-	garantia	de	padrão	de	qualidade.
VIII	 -	 piso	 salarial	 profissional	 nacional	 para	 os	 profissionais	 da	
educação	 escolar	 pública,	 nos	 termos	 de	 lei	 federal	 (Incluído	 pela	
Emenda	Constitucional	nº	53,	de	2006).
A	LDB/96,	em	seu	título	V,	no	que	se	refere	aos	níveis	e	modalidades	de	
educação	através	do	Artigo	21,	determina	que	a	educação	escolar	compõe-se	de:
I	-	educação	básica,	formada	pela	educação	infantil,	ensino	fundamental	e	ensino	
médio;
II	-	educação	superior	(BRASIL,	1996).
Como	 podemos	 perceber,	 a	 educação	 infantil	 é	 o	 início	 do	 processo	 de	
educação	 formal,	 atrelado	 a	 esta	 modalidade	 temos	 a	 educação	 fundamental,	
e	o	ensino	médio	 fechando	o	período	da	educação	básica.	Logo	depois	 temos	a	
educação	 superior,	 que	 é	 vista	 como	 a	 “etapa	 terminal	 do	 ciclo	 da	 educação	
escolar”	(CARNEIRO,	2015,	p.	298).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
101
Com	isso,	buscaremos	determinar	as	finalidades	de	cada	nível	através	de	
alguns	artigos	elencados	na	LDB/96	e	que	tornam	possível	a	execução	destes	níveis.
Nos	Artigos	22,	23	e	24,	temos	as	finalidades	que	a	educação	básica	possui	
para	desenvolver	os	educandos;	também	apresentam	sua	organização	que	poderá	
ser	 em	 séries	 anuais,	 períodos,	 ciclos,	 observando	 a	 idade	 dos	 grupos	 e	 sua	
organização.	Ainda	no	Artigo	24	da	LDB/96	apresenta-se	a	organização	do	ensino	
fundamental	e	médio	observando	regras	como:
I	–	a	carga	horária	mínima	anual	será	de	oitocentas	horas,	distribuídas	
por	um	mínimo	de	duzentos	dias	de	efetivo	trabalho	escolar,	excluído	o	
tempo	reservado	aos	exames	finais,	quando	houver;
II	 –	 a	 classificação	 em	 qualquer	 série	 ou	 etapa,	 exceto	 a	 primeira	 do	
ensino	fundamental,	pode	ser	feita:
a)	 por	 promoção,	 para	 alunos	 que	 cursaram,	 com	 aproveitamento,	 a	
série	ou	fase	anterior,	na	própria	escola;
b)	por	transferência,	para	candidatos	procedentes	de	outras	escolas;
c)	 independentemente	 de	 escolarização	 anterior,	 mediante	 avaliação	
feita	pelaescola,	que	defina	o	grau	de	desenvolvimento	e	experiência	do	
candidato	e	permita	sua	inscrição	na	série	ou	etapa	adequada,	conforme	
regulamentação	do	respectivo	sistema	de	ensino;
III	–	nos	estabelecimentos	que	adotam	a	progressão	regular	por	série,	
o	regimento	escolar	pode	admitir	formas	de	progressão	parcial,	desde	
que	 preservada	 a	 sequência	 do	 currículo,	 observadas	 as	 normas	 do	
respectivo	sistema	de	ensino;
IV	 –	 poderão	 organizar-se	 classes,	 ou	 turmas,	 com	 alunos	 de	 séries	
distintas,	 com	 níveis	 equivalentes	 de	 adiantamento	 na	 matéria,	
para	 o	 ensino	 de	 línguas	 estrangeiras,	 artes,	 ou	 outros	 componentes	
curriculares;
V	–	a	verificação	do	rendimento	escolar	observará	os	seguintes	critérios:
a)	 avaliação	 contínua	 e	 cumulativa	 do	 desempenho	 do	 aluno,	 com	
prevalência	 dos	 aspectos	 qualitativos	 sobre	 os	 quantitativos	 e	 dos	
resultados	ao	longo	do	período	sobre	os	de	eventuais	provas	finais;
b)	 possibilidade	 de	 aceleração	 de	 estudos	 para	 alunos	 com	 atraso	
escolar;
c)	possibilidade	de	avanço	nos	cursos	e	nas	séries	mediante	verificação	
do	aprendizado;
d)	aproveitamento	de	estudos	concluídos	com	êxito;
e)	obrigatoriedade	de	estudos	de	recuperação,	de	preferência	paralelos	
ao	período	letivo,	para	os	casos	de	baixo	rendimento	escolar,	a	serem	
disciplinados	pelas	instituições	de	ensino	em	seus	regimentos;
VI	–	o	controle	de	frequência	fica	a	cargo	da	escola,	conforme	o	disposto	
no	seu	regimento	e	nas	normas	do	respectivo	sistema	de	ensino,	exigida	
a	 frequência	 mínima	 de	 setenta	 e	 cinco	 por	 cento	 do	 total	 de	 horas	
letivas	para	aprovação;
VII	 –	 cabe	 a	 cada	 instituição	 de	 ensino	 expedir	 históricos	 escolares,	
declarações	 de	 conclusão	 de	 série	 e	 diplomas	 ou	 certificados	 de	
conclusão	de	cursos,	com	as	especificações	cabíveis.
Vamos	tratar	do	dispositivo I,	que	trata	da	carga	horária	mínima.	Com	isso,	
podemos	determinar	que	a	ampliação	da	carga	horária	mínima	de	720	horas	para	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
102
800	horas	anuais	e	de	180	para	200	dias	letivos	foi	um	grande	avanço	para	nosso	
país,	pois	conforme	Carneiro	(2015,	p.	306),	“o	Brasil	renuncia	à	incômoda	posição	
de	país	que,	embora	signatário	do	Estatuto	Universal	dos	Direitos	Humanos	de	
1948,	exibia	um	dos	mais	reduzidos	tempos	de	permanência	do	aluno	na	escola”.	
Ainda	conforme	Carneiro	(2015,	p.	306):
 
O	ganho	é	 inestimável.	 [...]	 se	o	 sistema	de	ensino	houver	adotado	o	
Ensino	Fundamental	de	nove	anos,	o	ganho	será	maior,	passando	para	
um	acréscimo	de	1.440	horas.	Ao	final	do	Ensino	Médio	terá	240	horas	
adicionais	de	estudo,	o	que	equivale	a	dois	meses	extras	de	escolaridade.	
Ao	término	dos	estudos	correspondentes	ao	ciclo	da	educação	básica,	o	
aluno	terá	tido	uma	ampliação	de	carga	horária,	entre	o	Fundamental	e	
o	Médio,	de	cerca	de	1.640	horas,	o	equivalente	a	dois	anos	adicionais	de	
estudo.	Um	avanço	espetacular	da	escola	básica	brasileira.
No	 que	 diz	 respeito	 a	 essas	 informações,	 nos	 deparamos	 também	 com	
muitas	disparidades	e	necessidade	de	se	avançar	não	só	em	relação	ao	número	
de	horas	em	que	a	criança	se	encontra	na	escola,	mas	também	na	sua	qualidade	
educacional.
Para	 tanto,	 no	 dispositivo II,	 encontramos	 algo	 que	 busca	 amarrar	 a	
quantidade	de	horas	com	a	qualidade	do	ensino.	Isto	através	da	incumbência	dada	
à	 escola	de	 “elaborar	 e	 executar	 sua	proposta	pedagógica”,	 que	 se	 encontra	no	
Artigo	12	da	LDB.
No	dispositivo III,	observamos	a	necessidade	inicial	de	se	respeitar	o	sistema	
de	ensino	vigente	e	a	escola	pode	aqui	adotar	a	promoção	por	série,	sendo	que	ela	
deverá	ser	apresentada	no	regimento	escolar.	Conforme	Carneiro	(2015,	p.	307):
A	 lei	 inova,	 igualmente,	 no	 tocante	 à	 questão	da	promoção.	No	 caso	
de	a	 escola	 adotar	 a	promoção	por	 série,	poderá	ocorrer	 a	promoção	
por	 disciplina,	 assegurada	 a	 estrutura	 sequencial	 do	 currículo.	Aqui	
reside	a	maior	dificuldade	para	operacionalizar	a	cultura	da	construção	
curricular,	 porque	 ela	 própria	 nunca	 trabalhou	 com	 um	 projeto	
pedagógico	próprio,	portanto,	capaz	de	espelhar	sua	especificidade.
Cabe	 ressaltar	 a	 necessidade	 de	 os	 profissionais	 da	 educação	 buscarem	
maior	diálogo	em	suas	 escolas	 e	 com	relação	as	 suas	disciplinas,	pois	 com	 isso	
estaremos	obtendo	um	avanço	significativo	no	que	diz	respeito	à	construção	de	uma	
organização	curricular	que	enalteça	os	interesses	e	necessidades	dos	educandos	e	
dos	próprios	profissionais	da	educação.
No	dispositivo IV,	apresenta-se	a	questão	relativa	à	organização	de	turmas/
classes	com	alunos	em	suas	séries	distintas,	utilizando	o	critério	de	adiantamento	na	
matéria.	Conforme	Carneiro	(2015,	p.	308),	“[...]	é	uma	possibilidade	interessante,	
embora,	também	de	difícil	operacionalização”.
Isso	 porque	 possuímos	 poucos	 recursos	 em	 todos	 os	 níveis,	 sejam	 eles	
materiais	e	tecnológicos,	mas	não	nos	falta	a	criatividade	e	a	flexibilidade	de	tentar	
modificar	muitas	das	coisas	que	são	apresentadas	no	cotidiano	educacional.
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
103
Já	o	dispositivo V	trata	da	verificação	do	rendimento	escolar	que,	conforme	
Carneiro	(2015,	p.	309),	“[...]	constitui	um	dos	mais	importantes	meios	para	aferir	a	
adequação	do	projeto	político-pedagógico	aos	contextos	individuais	e	sociais	locais	e	
sua	decisão	de	atendimento	“às	necessidades	básicas	de	aprendizagem	dos	alunos”.
Ao	tratarmos	da	verificação	do	rendimento	escolar	é	importante	observar	
o	que	apresenta	o	Artigo	3º	da	LDB,	que	trata	da	igualdade	de	condições	de	acesso	
e	permanência	na	escola;	liberdade	de	aprender	e	ensinar	etc.	Além	desse	artigo,	
o	Artigo	12	se	refere	ao	cumprimento	da	função	social	da	escola	através	de	seu	
Projeto	Pedagógico.	Não	nos	esquecendo	do	Artigo	5º	e	205	da	Constituição	e	do	
Artigo	2º	da	LDB,	que	tratam	de	questões	relativas	a	seu	cumprimento	total.	
Naturalmente,	 os	 procedimentos	 de	 verificação,	 nos	 termos	 da	 LDB,	
se	voltam	para	o	aluno	como	individualidade,	uma	vez	que	a	ideia	da	
educação	escolar	é	possibilitar,	a	cada	um,	seu pleno	desenvolvimento,	
seu	 preparo	 para	 o	 exercício	 da	 cidadania	 e	 sua	 qualificação	 para	 o	
trabalho	(Art.	2º).	Tudo	isto	estará,	de	alguma	forma,	radiografado	no	
histórico	escolar	[...]	(CARNEIRO,	2015,	p.	309).
Cabe	 ressaltar	 que	 os	 critérios	 para	 realização	 da	 avaliação	 perpassam	
por	 dois	 tipos:	 a	 qualitativa	 e	 a	 quantitativa.	 Assim,	 os	 critérios	 apresentados	
pela	 lei	 denotam	 a	 necessidade	 de	 se	 adotar	 procedimentos	 pedagógicos	 que	
possuam	integração	nos	processos	avaliativos.	Pois,	se	buscarmos	somente	uma	
avaliação	quantitativa,	estaremos	fadados	a	abandonar	o	foco	da	avaliação	que	é	
de	verificarmos	o	aluno	em	sua	totalidade,	globalmente	e	não	somente	através	de	
provas,	por	exemplo.
Outro	fator	que	cabe	ser	salientado	é	o	processo	de	aceleração	de	estudos,	
que	para	Carneiro	(2015,	p.	310)	“deve	constituir	componente	inafastável	de	uma	
política	de	correção	de	fluxo	de	todos	os	sistemas	de	ensino”.	Importante	ressaltar	
que,	conforme	Carneiro	(2015,	p.	310):
[...]	o	Brasil	é	campeão	na	América	Latina	em	alunos	que,	fora	da	faixa	
etária,	 frequentam	a	escola	fundamental.	Esse	fenômeno,	que	chega	a	
percentuais	elevadíssimos	em	toda	a	matrícula,	denomina-se	defasagem	
idade-série	e	é	um	dos	fatores	mais	diretamente	responsáveis	pela	baixa	
qualidade	do	ensino.
O	que	fazer	com	esta	triste	realidade?	
A	cada	momento,	os	profissionais	da	educação	buscam	respostas	para	esta	
mudança	de	realidade,	muitos	são	os	desafios	e	um	destes	desafios	encontra-se	na	
implantação	de	classes	de	aceleração,	como	afirma	Carneiro	(2015,	p.	310),	mas	que	
não	chega	a	fins	eficazes	por	um	dos	motivos	delineados	a	seguir:	
[...]	o	material	usado	e	todoplanejamento	para	a	correção	de	fluxo	no	
Brasil	 é	 ‘concebido’	 por	 grandes	 agências	 fornecedoras	 com	 a	 total	
exclusão	dos	professores	do	processo	de	criação	compartilhada.	De	fato,	
os	docentes	entram	no	processo	como	meros	executores.	E	os	resultados	
são	 os	 que	 todos	 conhecemos!	 Fica	mais	 uma	 vez	 comprovado	 que,	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
104
quando	o	professor	não	participa,	a	escola	não	se	modifica	(CARNEIRO,	
2015,	p.	310).
O dispositivo VI	 trata	 do	 controle	 da	 frequência,	 a	 qual	 é	 de	 extrema	
importância,	 pois	 auxilia	 no	 funcionamento	 adequado	 da	 educação	 escolar	 e	 do	
acompanhamento	do	processo	de	construção	do	processo	de	aprendizagem	do	aluno.
A	 frequência	 é	 obrigatória	 em	 todas	 as	 escolas	 da	 federação	 brasileira,	
independente	 da	 diversidade	 de	 cada	 região	 do	 país,	 perfazendo	 assim	 a	
necessidade	da	realização	de	800	horas	relativas	à	carga	horária	mínima	e	a	200	
dias	letivos,	já	visto	anteriormente.
Assim,	o	controle	de	frequência	torna-se	obrigatório	legalmente,	conforme	
o Artigo 23 e 24 da LDB,	 e	necessário	pedagogicamente,	 sendo	submetido	a	 três	
condições:
•	 “é	de	responsabilidade	da	escola;
•	 deve	estar	disciplinado	no	regimento	escolar;
•	 obedece	a	normas	gerais	de	cada	sistema	de	ensino”	(CARNEIRO,	2015,	p.	312).
Observamos	 que	 a	 frequência	 escolar	 está	 atrelada	 à	 escolarização	
obrigatória	e	esta	é	presencial	e	necessita	da	administração	dos	dias	e	das	horas	
letivos,	realizado	através	do	controle	de	frequência,	a	tão	conhecida	“chamada”.
Esta	 frequência	é	utilizada	não	por	acaso,	mas	para	que	seja	 realizada	a	
distribuição	dos	recursos	pelo	Fundeb,	pois	conforme	o	Artigo	9º,	da	Lei	11.494,	
que	 regulamenta	 o	 Fundo	 	 de	 Manutenção	 e	 Desenvolvimento	 da	 Educação	
Básica	e	de	Valorização	dos	Profissionais	da	Educação	-	FUNDEB:	“Para	os	fins	da	
distribuição	dos	recursos	de	que	trata	esta	lei	serão	consideradas	exclusivamente	
as	matrículas	presenciais	efetivas,	conforme	os	dados	apurados	no	censo	escolar	
mais	atualizado	[...]”	(BRASIL,	2007).
O Fundeb – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – foi criado em 
novembro de 1968 e está vinculado ao Ministério da Educação – MEC. A finalidade da autarquia 
é captar recursos financeiros para projetos educacionais e de assistência ao estudante. A maior 
parte dos recursos do FNDE provém do salário-educação, com o qual todas as empresas estão 
sujeitas a contribuir (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 391).
O dispositivo VII	 vem	 com	 o	 intuito	 de	 repassar	 às	 instituições	 a	
responsabilidade	 de	 expedir	 os	 históricos	 escolares,	 o	 qual	 é	 “a	 radiografia	 do	
percurso	curricular	do	aluno	e,	portanto,	de	seu	itinerário	acadêmico”	(CARNEIRO,	
2015,	p.	313).
NOTA
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
105
Este	 documento	 tem	 o	 objetivo	 de	 confirmar	 que	 o	 aluno	 obteve	 os	
índices	necessários	para	a	obtenção	do	diploma	e	que	adquiriu	os	conhecimentos	
necessários	para	dar	continuidade	a	sua	vida	escolar.
Além	 do	 histórico	 escolar,	 a	 escola	 também	 pode	 entregar	 ao	 aluno,	
quando	solicitado,	uma	declaração	(parcial)	ou	total	 (que	é	o	caso	do	diploma),	
para	determinar	até	que	nível	o	aluno	se	manteve	naquela	instituição.	De	acordo	
com	Carneiro	(2015,	p.	313):
[...]	as	instituições	de	ensino	têm	a	magna	responsabilidade	de	registrar	
e	 certificar	 os	 conhecimentos	 do	 aluno,	 o	 que	 constitui	 um	 enorme	
desafio	e	uma	vigilância	educativa	e	burocrática	continuada,	sob	o	olhar	
cuidadoso	da	direção	e	o	acompanhamento	dos	professores.
 
Ainda	 sobre	 os	 níveis	 de	 ensino,	 destacamos	 que	 a	 Educação Infantil, 
como	 se	 apresenta	 no	Artigo 29 da LDB/1996,	 é	 a	 primeira	 etapa	 da	 educação	
básica,	tendo	como	finalidade	o	desenvolvimento	integral	da	criança	de	até	cinco	
anos,	em	seus	aspectos	físico,	psicológico,	intelectual	e	social,	complementando	a	
ação	da	família	e	da	comunidade	(BRASIL,	1996).
Cabe	 aqui	 uma	 ressalva,	 e	 que	 Carneiro	 (2015,	 p.	 353)	 apresenta	 com	
propriedade,	 no	 que	 diz	 respeito	 à	 organização	 da	 educação	 infantil	 relativo	 à	
creche	e	pré-escola:	
Creche	 e	pré-escola	não	 são	depósitos	de	 crianças	nem	hospedagem-
dia,	tampouco	espaços	para	as	crianças	permanecerem	algumas	horas	
ao	longo	do	dia,	enquanto	os	pais	realizam	suas	jornadas	de	trabalho.	
Pelo	contrário,	são	ambientes	apropriados,	equipados	adequadamente,	
potencializados	no	conjunto	dos	meios	disponíveis	e,	 sobretudo,	com	
pessoal	docente	e	de	apoio	técnico	devidamente	qualificado,	portanto,	
com	 formação	 especializada,	 para	 trabalhar	 com	 as	 crianças	 da	 faixa	
etária	legal	indicada,	tendo	em	vista	o	seu	desenvolvimento	integral	no	
entrelaçamento	dos	aspectos	físico,	psicológico,	social	e	lúdico-cultural.
Diante	do	exposto	e	o	que	é	apresentado	no	Artigo	29,	determinamos	as	
funções	que	o	Estado,	a	família	e	a	comunidade	possuem	em	relação	às	ações	que	
devem	ser	desenvolvidas	e	articuladas	por	todos	na	eficácia	do	desenvolvimento	
da	criança	na	primeira	fase	educacional	de	sua	vida.	Não	sendo	somente	a	escola	
a	responsável	por	este	movimento.
Cabe	ressaltar	o	que	Carneiro	(2015,	p.	354)	apresenta	sobre	o	porquê	da	
importância	destes	três	elementos	para	um	ensino	eficaz	na	Educação	Infantil.
Porque	 estes	 são	os	 contextos	 institucionais	 e	 sociais	 à	disposição	da	
criança	para	o	seu	estruturante	desenvolvimento	cognitivo.	É	neles	que	
a	criança	aprende	a	pensar	e	aprende	a	aprender.	É	sempre	conveniente	
relembrar	que	 a	 inteligência	 se	 forma	a	partir	do	nascimento,	mas	 é,	
sobretudo	 na	 infância	 que	 se	 abrem	 ‘as	 janelas	 de	 oportunidades’,	
quando	se	multiplicam	os	estímulos	e	as	cadeias	de	experiências.	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
106
Com	 isso	 podemos	 determinar	 que	 a	 Educação	 Infantil	 é	 um	 direito	
fundamental	 da	 criança	 e	 essa	 educação	 se	 apresenta	 em	quatro	 ações	 que	 são	
essenciais	 na	 sua	 aplicabilidade,	 sendo	 elas:	 condição	 de	 desenvolvimento,	 de	
formação,	integração	social	e	de	realização	pessoal.	Carneiro	determina	que	“ao	
lado	desses	aspectos	tão	essenciais	da	vida,	há	também	argumentos	de	natureza	
econômica	 e	 social”	 (2015,	 p.	 355).	 Cabe	 salientar	 que	 a	 Educação	 Infantil	 será	
oferecida	para	crianças	de	até	cinco	anos	de	idade.
De	acordo	com	o	Artigo 30	da	LDB	(BRASIL,	1996),	a	educação	infantil	será	
oferecida	em	creches	para	crianças	de	até	três	anos	de	idade,	e	em	pré-escolas para 
crianças	de	quatro	a	cinco	anos	de	idade.
Outro	fator	a	ser	observado,	caro	acadêmico,	é	a	necessidade	de	verificar	que	
muitas	das	ações	desenvolvidas	dentro	da	Educação	Infantil	ainda	se	apresentam	
de	maneira	deficitária,	pois	o	Ministério	da	Educação:
 
[...]	embora	 tenha,	desde	1974,	um	setor	para	 tratar	deste	assunto,	na	
verdade,	 jamais	 desenvolveu	 uma	 política	 coerente	 e	 sequencial	 que	
compatibilize	as	ideias,	corpo	técnico	para	cooperação	com	os	Estados	
e	 recursos	 financeiros.	 Ou	 seja,	 ausente	 dos	 orçamentos	 públicos,	
a	 educação	 pré-escolar	 jamais	 ultrapassou	 o	 terreno	 das	 intenções	
(CARNEIRO,	2015,	p.	355).
Diante	 do	 exposto,	 a	 atual	 gestão	 do	 Ministério	 da	 Educação	 “vem	
buscando	 resgatar	 a	 educação	 pré-escolar	 mediante	 uma	 clara	 definição	 de	
políticas	e	diretrizes	para	o	setor,	desdobradas	em:	i)	diretrizes	gerais;	ii)	diretrizes	
pedagógicas;	iii)	diretrizes	para	uma	política	de	Recursos	Humanos”	(CARNEIRO,	
2015,	p.	355).
Com	o	passar	dos	anos,	já	em	1998,	no	governo	Fernando	Henrique	Cardoso,	
foi	apresentado	aos	profissionais	da	educação	um	documento	intitulado	Referencial	
Curricular	 Nacional	 para	 a	 Educação	 Infantil,	 em	 três	 volumes	 (Introdução,	
Volume	I	e	Volume	II).	Nesse	documentoestão	expressos:	os	objetivos,	conteúdos,	
estratégias,	formas	de	avaliação	e	os	princípios	que	denotam	este	referencial,	que	
são	assim	apresentados:	
•	o	respeito	à	dignidade	e	aos	direitos	das	crianças,	consideradas	nas	
suas	 diferenças	 individuais,	 sociais,	 econômicas,	 culturais,	 étnicas,	
religiosas	etc.;
•	o	direito	das	crianças	a	brincar,	como	forma	particular	de	expressão,	
pensamento,	interação	e	comunicação	infantil;
•	o	acesso	das	crianças	aos	bens	socioculturais	disponíveis,	ampliando	o	
desenvolvimento	das	capacidades	relativas	à	expressão,	à	comunicação,	
à	interação	social,	ao	pensamento,	à	ética	e	à	estética;
•	a	socialização	das	crianças	por	meio	de	sua	participação	e	 inserção	
nas	mais	diversificadas	práticas	sociais,	sem	discriminação	de	espécie	
alguma;
•	o	atendimento	aos	cuidados	essenciais	associados	à	sobrevivência	e	ao	
desenvolvimento	de	sua	identidade	(BRASIL,	1998,	p.	13).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
107
Dentro	do	apresentado	podemos	delinear	que	o	legislador	(governo)	está	
preocupado	com	o	modo	que	se	deve	tratar	o	bebê	e	o	tratamento	também	dado	
às	 crianças	 “enquanto	 sujeitos	de	direto,	 o	que	 requer	 instituições	 funcionando	
com	 espaços	 adequados,	 equipamentos	 apropriados	 e	 docentes	 pedagógica	 e	
funcionalmente	qualificados”	(CARNEIRO,	2015,	p,	363).
No	 que	 diz	 respeito	 aos	 referenciais	 curriculares	 utilizados	 pelos	
profissionais	da	Educação	Infantil	na	elaboração	de	seu	planejamento,	devem	ser	
levadas	em	consideração	três	áreas,	a	saber:	
a)	a	do	desenvolvimento	físico	e	motor;
b)	a	do	desenvolvimento	mental;
c)	a	do	desenvolvimento	socioemocional.
As	quais	são	determinantes	na	LDB,	no	Artigo	29,	definindo	a	educação	
infantil	como	a	primeira	etapa	da	educação	básica.
Ainda	com	relação	à	educação	infantil,	o	Artigo	31	da	LDB	apresenta	como	
ela	é	organizada,	de	acordo	com	as	seguintes	regras	comuns:	
I	-	avaliação	mediante	acompanhamento	e	registro	do	desenvolvimento	
das	 crianças,	 sem	 o	 objetivo	 de	 promoção,	 mesmo	 para	 o	 acesso	 ao	
ensino	fundamental;	
II	 -	 carga	horária	mínima	anual	de	800	 (oitocentas)	horas,	distribuída	
por	um	mínimo	de	200	(duzentos)	dias	de	trabalho	educacional;	
III	-	atendimento	à	criança	de,	no	mínimo,	4	(quatro)	horas	diárias	para	
o	turno	parcial	e	de	7	(sete)	horas	para	a	jornada	integral;	
IV	 -	 controle	 de	 frequência	 pela	 instituição	 de	 educação	 pré-escolar,	
exigida	 a	 frequência	mínima	de	 60%	 (sessenta	por	 cento)	do	 total	de	
horas;	
V	 -	 expedição	de	documentação	 que	permita	 atestar	 os	 processos	de	
desenvolvimento	e	aprendizagem	da	criança	(BRASIL,	1996).
Nesta	 etapa	 da	 Educação	 Infantil	 a	 avaliação	 tem	 um	 âmbito	 de	
acompanhamento	 relativo	 ao	 desenvolvimento	 e	 de	 observação,	 através	 dos	
registros,	e	não	da	forma	como	ocorre	no	Ensino	Fundamental.	
De	acordo	com	Carneiro	(2015,	p.	366),	“esta	diferença	ajuda	a	compreender	
a	distância	que	existe	entre	ensino	e	educação,	ou,	mais	precisamente,	entre	crescer	
interiormente	e	ser	aprovado	exteriormente.	Trata-se,	portanto,	de	um	processo	
essencialmente	qualitativo”.	
Necessitamos	verificar	que	há	muito	que	se	fazer	com	relação	às	questões	
avaliativas,	pois	na	educação	brasileira	encontramos	muito	forte	a	avaliação	dos	
conteúdos,	deixando	de	se	observar	uma	“avaliação	de	desenvolvimento	evolutivo	
da	aprendizagem”	(CARNEIRO,	2015,	p.	366).
Com	 isso	 verificamos	 a	 necessidade	 de	 termos	 no	 quadro	 da	 Educação	
Infantil	profissionais	da	educação	qualificados,	como	também	outros	profissionais	
como	 médicos,	 psicólogos,	 fonoaudiólogos,	 dentre	 outros.	 Para	 muitos	 uma	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
108
utopia,	para	outros	a	necessidade	urgente	de	organizarmos	nossa	educação,	a	qual	
é	a	base	de	todo	o	processo	educacional	brasileiro.	
No	que	diz	respeito	às	práticas	pedagógicas	desenvolvidas	neste	nível,	observa-
se	que	existe	um	alto	grau	de	complexidade.	Conforme	Carneiro	(2015,	p.	366):
Neste	ciclo	escolar,	exige-se	do	professor	que	tenha	clareza	sobre	os	níveis	
de	interseção	entre	as	atividades	(procedimentos)	vinculado	ao	campo	
dos	 conhecimentos	 sistematizados,	 dos	 saberes	 metodologizados.	
Educar	é	uma	gama	de	processos	articulados,	vinculados	à	esfera	do	
saber-ser.	Tem,	portanto,	a	ver	com	conformidades	comportamentais,	
hábitos,	relações	intersubjetivas	e	desempenho	social.	Formar,	por	fim,	
é	 trabalhar	competências,	objetivando	a	 inserção	adequada	do	sujeito	
em	 atividades	 sociais,	 laborais	 e	 situacionais	 precisas.	 Vincula-se	 ao	
campo	do	saber-fazer.
Frente	 a	 isso,	 podemos	 determinar	 que	 a	 formação	 do	 profissional	 que	
estiver	inserido	na	Educação	Infantil	é	elevada,	necessita	de	muito	conhecimento	e	
competência	em	suas	atividades.
Para	 determinar	 a	 avaliação	 na	 Educação	 Infantil	 não	 podemos	 fazê-
la	 de	 forma	 quantitativa,	 mas	 sim	 observar	 o	 desenvolvimento	 emocional	 e	
comportamental,	 através	 de	 dimensões	 como:	 “atenção,	 atitudes	 reativas	 e	
proativas,	participação,	integração,	socialização,	adaptação,	motivação,	tolerância,	
sentimento	 do	 outro,	 prontidão	mental,	 coordenação	 de	movimentos,	 nível	 de	
linguagem	 e	 comunicação,	 processos	 de	 evolução	 de	 etapas,	 dentre	 outros”	
(CARNEIRO,	2015,	p.	369).
Assim,	a	Educação	Infantil,	no	que	tange	à	avaliação,	não	está	preocupada	
em	medir	ou	apurar	o	que	o	aluno	absorveu,	mas	 sim	 trabalhar	o	 currículo	de	
maneira	multidisciplinar,	transdisciplinar	e	interdisciplinar,	tudo	isso	através	da	
ludicidade	pedagógica.
No	que	diz	respeito	ao	quadro	de	horas,	deve-se	respeitar	o	que	se	encontra	
na	LDB,	pois	a	Educação	Infantil	passa	a	ter	uma	organização	e	um	funcionamento	
submetidos	às	exigências	regulares,	com	800	(oitocentas	horas	mínimas	anuais)	e	
no	mínimo	200	(duzentos	dias	letivos).
O	atendimento	às	crianças	é	definido	pelo	fator	etário:	crianças	de	zero	a	
três	anos	matriculadas	em	creches,	e	de	quatro	a	cinco	anos	na	pré-escola.	Cabe	
ressaltar	mais	uma	vez	que	a	creche	e	a	pré-escola	não	são	depósito	de	crianças,	
mas	um	espaço	que	busca	a	formação	das	crianças	no	eixo	cuidar-educar,	o	que	
determina	atenção	individualizada	e	qualidade	nas	ações	realizadas	com	a	criança,	
buscando	o	pleno	desenvolvimento	da	criança.
Já	 na	 pré-escola,	 a	 educação	 infantil	 vem	 com	 uma	 outra	 perspectiva,	
ancorada	é	claro	nos	princípios	elencados	na	Educação	Infantil,	mas	encontra-se	
nesse	segmento	a	presença	do	controle	de	frequência	da	criança.	Nesse	segmento	a	
frequência	é	de	sessenta	por	cento	(Artigo	31,	inciso	IV)	(BRASIL,	1996).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
109
O	controle	de	frequência	neste	caso	ganha	enorme	importância	pelo	fato	de	
a	pré-escola	ter	importância	ímpar	no	processo	de	alfabetização	e	letramento	
do	aluno.	Como	etapa	imediatamente	anterior	ao	ensino	fundamental,	a	
pré-escola	é	o	chão	da	memória	da	aprendizagem	sistematizada	e,	portanto,	
das	interconexões	‘institucionalizadas	dos	alunos,	aproximando	formação	
cultural	e	vivências	grupais	e	sociais	dentro	do	processo	de	ler	lições	para	
estudar,	aprender	e	prestar	contas!’	Ou	seja,	aqui	o	aluno	passa	a	assumir	
propriamente	a	responsabilidade	das	obrigações	escolares	e	‘do	dever	de	
casa’.	A	frequência	controlada	visa	precisamente	a	evitar	descontinuidades	
neste	 processo	 ou	 seu	 comprometimento	 por	 interrupções	 indevidas	
(CARNEIRO,	2015,	p.	371).
E	por	último,	e	tão	importante	quanto	os	demais	aspectos	aqui	elencados,	a	
expedição	de	documentos	em	nível	de	alunos	da	Educação	Infantil	dá-se	através	de	
registros	de	acompanhamento,	que	retratam	as	etapas	de	desenvolvimento	da	criança.
Já	 o	Artigo 32	 vem	 com	 a	 responsabilidade	 de	 informar	 que	 o	 Ensino 
Fundamental obrigatório	 possui	 a	 duraçãode	 nove	 anos,	 de	maneira	 gratuita	
na	escola	pública,	 tendo	seu	 início	aos	 seis	anos	de	 idade,	 e	 terá	por	objetivo	a	
formação	básica	do	cidadão,	mediante	(BRASIL,	1996):	
I	 -	o	desenvolvimento	da	capacidade	de	aprender,	 tendo	como	meios	
básicos	o	pleno	domínio	da	leitura,	da	escrita	e	do	cálculo;
II	-	a	compreensão	do	ambiente	natural	e	social,	do	sistema	político,	da	
tecnologia,	das	artes	e	dos	valores	em	que	se	fundamenta	a	sociedade;
III	-	o	desenvolvimento	da	capacidade	de	aprendizagem,	tendo	em	vista	
a	aquisição	de	conhecimentos	e	habilidades	e	a	formação	de	atitudes	e	
valores;
IV	-	o	fortalecimento	dos	vínculos	de	família,	dos	laços	de	solidariedade	
humana	e	de	tolerância	recíproca	em	que	se	assenta	a	vida	social.
§	1º	É	facultado	aos	sistemas	de	ensino	desdobrar	o	ensino	fundamental	
em	ciclos.
§	2º	Os	estabelecimentos	que	utilizam	progressão	regular	por	série	podem	
adotar	no	ensino	fundamental	o	regime	de	progressão	continuada,	sem	
prejuízo	da	avaliação	do	processo	de	ensino-aprendizagem,	observadas	
as	normas	do	respectivo	sistema	de	ensino.
§	 3º	 O	 ensino	 fundamental	 regular	 será	 ministrado	 em	 língua	
portuguesa,	assegurada	às	comunidades	indígenas	a	utilização	de	suas	
línguas	maternas	e	processos	próprios	de	aprendizagem.
§	4º	O	ensino	fundamental	será	presencial,	sendo	o	ensino	a	distância	
utilizado	 como	 complementação	 da	 aprendizagem	 ou	 em	 situações	
emergenciais.
§	 5o	 O	 currículo	 do	 ensino	 fundamental	 incluirá,	 obrigatoriamente,	
conteúdo	que	trate	dos	direitos	das	crianças	e	dos	adolescentes,	tendo	
como	diretriz	a	Lei	no	8.069,	de	13	de	julho	de	1990,	que	institui	o	Estatuto	
da	Criança	e	do	Adolescente,	observada	a	produção	e	distribuição	de	
material	didático	adequado	(Incluído	pela	Lei	nº	11.525,	de	2007).
§	 6º	 O	 estudo	 sobre	 os	 símbolos	 nacionais	 será	 incluído	 como	 tema	
transversal	nos	currículos	do	ensino	fundamental	(Incluído	pela	Lei	nº	
12.472,	de	2011).
Observa-se	neste	artigo	a	preocupação	relativa	à	permanência	da	criança	na	
escola,	dando	a	possibilidade	de	acrescentar	mais	conhecimentos	para	as	crianças	
em	toda	sua	vida	escolar.	Ao	realizar	este	movimento	de	passar	de	oito	anos	para	
nove	anos	de	escolaridade	do	Ensino	Fundamental,	além	de	ser	uma	conquista,	
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
110
existiram	efeitos	relativos	ao	funcionamento	da	escola.	Foram	necessárias	algumas	
reordenações	relativas	à	reorganização	do	calendário	de	matrículas;	modificações	
no	 projeto	 político	 pedagógico	 do	 Ensino	 Fundamental,	 trazendo	 também	 a	
inclusão	da	Educação	Infantil	neste	meio;	busca	de	estudos,	análise	e	avaliações	
através	 da	 participação	 da	 sociedade,	 observando-se	 questões	 relativas	 aos	
recursos	financeiros,	materiais	e	humanos	para	a	 funcionalidade	deste	 trabalho;	
a	busca	pela	participação	da	família	na	formação	das	crianças	em	todos	os	níveis;	
a	capacitação	dos	professores	e	 funcionários	através	de	um	trabalho	voltado	ao	
pedagógico	e	que	retrate	a	faixa	etária	em	questão.
Através	destes	mecanismos,	busca-se	organizar	a	escola	em	sua	estrutura	
pedagógica	desenvolvendo	uma	formação	comum.	Cabe	ressaltar,	caro	acadêmico,	
que	formação	básica	e	formação	comum	não	se	tratam	de	expressões	equivalentes,	
conforme	Carneiro	(2015,	p.	377):
[...] formação básica,	 quando	 se	 refere	 ao	 Ensino	 Fundamental	 e	 em	
formação comum	quando	se	refere	à	educação	básica.	 [...]	A	 ideia	de	
formação	comum	é	bem	mais	abrangente.	Enquanto	a	formação	básica	
adjunge-se	 ao	 Ensino	 Fundamental,	 portanto,	 ao	 ensino	 de	 oferta	
universalmente	obrigatória	a	 todos	os	cidadãos	brasileiros,	a	 ideia	de	
formação	 comum	pervade	 os	 três	 níveis	 de	 constituição	da	 educação	
básica	 e,	 desta	 forma,	 desentranhando-se	 dos	 limites	 do	 tempo	 no	
Ensino	 Fundamental	 (nove	 anos),	 busca	 superar	 a	 quantidade	 pela	
qualidade	educativa.
Desta	maneira,	podemos	perceber	que	formação	comum	e	formação	básica	
são	palavras	que	possuem	conceitos	diferenciados,	mesmo	que	se	complementem.
Verificamos	aqui	a	necessidade	de	abrirmos	um	parêntese	relativo	à	Base	
Nacional	Comum	Curricular,	a	qual	está	sendo	discutida	amplamente	em	todo	o	
território	brasileiro.	Caro	acadêmico,	você	deve	ter	ouvido	falar	em	sua	escola,	ou	
mesmo	nos	meios	de	comunicação,	da	realização	de	ações	que	busquem	articular	
os	 componentes	 curriculares,	 conforme	é	apresentado	e	discutido	no	Artigo	26,	
quanto	às	áreas	de	conhecimento.
A Base Nacional Comum Curricular	assim	se	apresenta	quanto	às	áreas	
de	conhecimento:
QUADRO 4 – ÁREAS DE CONHECIMENTO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
ÁREA DE LINGUAGENS
Língua	Portuguesa
Língua	Materna,	para	populações	indígenas
Língua	Estrangeira	Moderna
Educação	Física
Artes
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
111
ÁREA DE MATEMÁTICA
ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
Ciências
Física
Química
Biologia
ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS
História	
Geografia
Sociologia
Filosofia
ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO
FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2016a) e Carneiro (2015)
O	 que	 é	 a	 BNCC	 –	 Base	 Nacional	 Comum	 Curricular?	 Este	 conceito	
encontra-se	no	próprio	documento,	na	página	25,	que	assim	está	delineado:
[...]	 entende-se	 a	 Base	 Nacional	 Comum	 Curricular	 como	 os	
conhecimentos,	saberes	e	valores	produzidos	culturalmente,	expressos	
nas	 políticas	 públicas	 e	 que	 são	 gerados	 nas	 instituições	 produtoras	
do	 conhecimento	 científico	 e	 tecnológico;	 no	 mundo	 do	 trabalho;	
no	 desenvolvimento	 das	 linguagens;	 nas	 atividades	 desportivas	 e	
corporais;	 na	 produção	 artística;	 nas	 formas	 diversas	 de	 exercício	 da	
cidadania;	nos	movimentos	sociais	(Parecer	CNE/CEB	nº	07/2010,	p.	31	
apud	MINISTÉRIO	DA	EDUCAÇÃO,	2016a,	p.	25).
Este	conceito	recai	diretamente	no	que	estamos	verificando	no	Artigo	32	da	
LDB.	Com	isso,	a	Base	Nacional	Comum	Curricular	não	é	só	mais	um	documento,	
mas	sim,	uma	exigência.
A	 Base	 Nacional	 Comum	 Curricular	 é	 uma	 exigência	 colocada	 para	 o	
sistema	educacional	brasileiro	pela	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação	Nacional	
(BRASIL,	1996;	2013),	pelas	Diretrizes	Curriculares	Nacionais	Gerais	da	Educação	
Básica	(BRASIL,	2009)	e	pelo	Plano	Nacional	de	Educação	(BRASIL,	2014),	e	deve	
se	constituir	como	um	avanço	na	construção	da	qualidade	da	educação.
Para	o	Ministério	da	Educação,	o	que	deve	nortear	um	projeto	de	nação	
é	 a	 formação	 humana	 integral	 e	 uma	 educação	 de	 qualidade	 social.	
Em	 consonância	 com	 seu	 papel	 de	 coordenar	 a	 política	 nacional	 de	
Educação	Básica,	o	MEC	desencadeou	um	amplo	processo	de	discussão	
da	Base	Nacional	Comum	Curricular	da	Educação	Básica.
A	BNCC,	cuja	finalidade	é	orientar	os	sistemas	na	elaboração	de	suas	
propostas	curriculares,	tem	como	fundamento	o	direito	à	aprendizagem	
e	ao	desenvolvimento,	em	conformidade	com	o	que	preceituam	o	Plano	
Nacional	 de	 Educação	 (PNE)	 e	 a	 Conferência	Nacional	 de	 Educação	
(CONAE)	(MINISTÉRIO	DA	EDUCAÇÃO,	2016a,	p.	24).
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
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A Base Nacional Comum Curricular é um documento que ainda se encontra 
em discussão e construção, mas que já pode ser visualizado em sua segunda versão no link: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf>. 
Para um maior aprofundamento, procure ler o documento, pois nele encontram-se inúmeras 
possibilidades de reflexão e de modificações na maneira de se ver, aprender e desenvolver a 
Educação Básica.
FIGURA 5 – CAPA DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/
search?q=imagem+capa+BNCC+2016>. Acesso em: 20 ago. 2016.
Outro	ponto	a	ser	ressaltado	do	Artigo 32 é relativo ao inciso 6º, que trata 
dos símbolos nacionais e hinos.	Esses	possuem	um	valor	histórico

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