Prévia do material em texto
PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 1 CURSO INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE MÓDULO III - ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL Profª: Junia Ferrari PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 2 SUMÁRIO 1. Introdução..................................................................................................................... 4 2. Caracterização .............................................................................................................. 7 3. Elementos para Regularização e Implementação ....................................................... 10 4. Articulação das Zeis com alguns Instrumentos do Estatuto da Cidade...................... 12 5. Mecanismos de Participação e Controle Social.......................................................... 17 6. Principais Desafios e Soluções ................................................................................... 19 Referencias ..................................................................................................................... 21 PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 3 No panorama atual das nossas cidades é possível observar padrões bem diferenciados de ocupação do território. De um lado, a cidade formal com infraestrutura urbana adequada, legalizada pela posse da terra e pela regularidade dos parâmetros urbanísticos praticados. Do outro lado, os assentamentos precários, loteamentos ilegais e favelas, desprovidos de titulação, infraestrutura e equipamentos urbanos básicos e cujos parâmetros urbanísticos obedecem a uma lógica própria, como única alternativa de moradia para a população de baixa renda. Segundo Maricato (2003, p.80), “essa ilegalidade não é resultado de uma atitude de confrontação em relação à legislação, mas sim da falta de opções”. Paraisópolis/ Morumbi, SP - Disponível em http://www.tucavieira.com.br. Nesse sentido, este estudo pretende abordar um dos instrumentos de política urbana disponibilizados pelo Estatuto da Cidade, as chamadas ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social ou AEIS – Áreas Especiais de Interesse Social, cujo objetivo é reconhecer essa diversidade promovendo, de fato, a integração da população excluída à cidade formal, em resposta a anos de descaso. No intuito de compreender como se deu o processo de segregação socioterritorial no Brasil faremos uma introdução com um breve histórico do acesso a terra e à moradia para as populações excluídas do mercado formal. O objetivo é compreender o processo a fim de ampliar a resposta. Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 4 1. INTRODUÇÃO No Brasil, o processo de disputa pela terra é histórico e tem suas origens no século XIX, quando foi promulgada a chamada Lei de Terras (1850). A instituição da propriedade fundiária privada se dá, portanto antes da abolição da escravatura, disponibilizando a posse da terra apenas para aqueles que tinham capacidade para adquiri-la. Desta forma, fica excluída da cidade legal a população negra posteriormente liberta, além daqueles que não tinham capital. Segundo Deák (1999) a Lei das Terras e a supressão de fato da importação de escravos em 1850 no Brasil transformam a terra em propriedade privada retirando do trabalhador seu meio de sobrevivência e obrigando-o a vender sua força de trabalho em troca de um salário, além de obter suas necessidades de sustento diretamente no mercado. Cortiços e favelas começam então a aparecer como única alternativa para o grande contingente de ex-escravos e assalariados que migram para as cidades em busca de oportunidades de trabalho. Era época do apogeu cafeeiro e cidades como Rio e São Paulo passam à condição de centros de distribuição, além de reduto das oligarquias cafeeiras em busca do poder e da festa da capital. A demanda por habitação a preços populares é grande e o mercado rentista surge como alternativa para uma fatia da população cujos salários ainda conseguiam cobrir, mesmo que precariamente, os custos com moradia. Para aqueles cuja renda estava abaixo desse patamar só restavam os cortiços ou as ocupações em áreas desprezadas pelo mercado, desprovidas de qualquer infraestrutura e equipamentos urbanos, ou seja, áreas ambientalmente frágeis ou distantes das áreas centrais. A segregação socioterritorial passa a ser condição de permanência na cidade para boa parte da população. Este quadro se acentua ainda mais após a chamada Lei do Inquilinato, promulgada no governo Vargas (1942). Se o intuito era congelar os Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 5 aluguéis e dar maior segurança aos inquilinos, acabou sendo uma manobra que desestimulou o mercado rentista abrindo espaço para os empreendimentos periféricos de baixa renda, em nome de se realizar o sonho da casa própria. Ou seja, melhorar as condições de moradia da população de baixa renda passou a ser confundido com a obtenção da casa individual (BONDUKI, 2004). A partir daí o acesso à casa própria ficou associado à idéia de segurança, reconhecimento e valorização para o trabalhador. Reforçando essas idéias a opção pelo modelo de moradia individual era a resposta mais adequada aos princípios higienistas largamente disseminados na época, em contraposição às habitações coletivas (cortiços). Para baratear os custos e viabilizar a opção da moradia própria a solução passa a ser buscar terrenos mais distantes e sem infraestrutura, além de modelos construtivos de baixo custo e qualidade. É o começo da histórica associação entre inadequação das moradias e periferização da pobreza. A cidade ilegal vai então se consolidando de forma conveniente para o Poder Público, uma vez que não haviam políticas públicas eficientes para solucionar a questão. O descaso para com essas áreas incluía a cartografia dos municípios, que só representava a cidade formal em suas leis de uso e ocupação do solo. Como alternativa à solução desse problema o município de Recife, mesmo antes do Estatuto da Cidade, utiliza a expressão Zona Especial de InteresseSocial - ZEIS para delimitar áreas urbanas caracterizadas como assentamentos habitacionais espontâneos consolidados, para os quais foram estabelecidas normas urbanísticas especiais. O objetivo era promover o reconhecimento dessas áreas visando à regularização jurídica e sua integração na estrutura urbana. Apesar de serem criadas em 1983, as normas especiais para regularização desse instrumento não foram logo editadas e as ZEIS tiveram pouca efetividade até 1987, quando foi aprovada a Lei dos Planos de Regularização das ZEIS – PREZEIS (BRASIL, 2009). Em Belo Horizonte, também antecipando o Estatuto da Cidade, foi criado o zoneamento especial de interesse social em 1985 denominado Setor Especial 4. Pela primeira vez o Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 6 município reconhecia a cidade informal através da inclusão dos assentamentos de baixa renda, até então desconsiderados nas legislações anteriores. Esse reconhecimento foi determinante para a implementação do programa de urbanização – PROFAVELA, que inicia um projeto pioneiro na melhoria das condições dessas áreas. Tanto no caso de Recife quanto de Belo Horizonte, entretanto, a legislação só cuidou das áreas já ocupadas sem preocupar-se com novas áreas vazias que pudessem estruturar uma política de provisão de moradias de interesse social. O município de Diadema foi o pioneiro na delimitação de ZEIS em vazios urbanos com vistas à ocupação por habitação de Interesse Social, em 1994 (BRASIL, 2009). No resto do país, entretanto, pouco foi feito e a extrema precariedade desses assentamentos associada à falta de políticas públicas que, de fato, atendessem a essa faixa da população, gerou uma insatisfação e uma mobilização da população excluída em torno da luta pela moradia. Esse movimento ganhou força na década de 80 se associando à luta pela ementa da Reforma Urbana, encaminhada ao Congresso Constituinte (LAUERMANN; WIENKE, 2008). Como resposta a essa demanda a Constituição de 881 contemplou as reivindicações populares através dos artigos 182 e 183, posteriormente regulamentados pelo Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001). 1 Disponivel em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 7 2. CARACTERIZAÇÃO O Estatuto da Cidade, discutido por mais de uma década, vem como resposta a uma histórica demanda pelo reconhecimento da cidade e suas necessidades. É uma conquista dos municípios, no sentido de pensar suas especificidades e buscar as melhores estratégias e soluções para cada problema. Para auxiliar essas ações vários instrumentos de política urbana são disponibilizados ao poder municipal, facilitando a correção das enormes distorções sociais, econômicas e territoriais consolidadas em nossas cidades, especialmente a inclusão daqueles que sempre estiveram à margem da cidade formal. Nesse sentido, foi criado o instrumento das Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, já em uso por alguns poucos municípios, como vimos anteriormente. O objetivo era garantir um instrumento que possibilitasse tanto a regularização de áreas ocupadas de forma espontânea e sem observância das normas urbanísticas do município, quanto a reserva de áreas vazias para programas de habitação de interesse social. O instrumento também permite a flexibilização das regras de parcelamento, uso e ocupação do solo, de maneira a facilitar a regularização da terra em áreas de assentamentos informais. Admitem-se, em áreas de ZEIS, edificações sem recuos, sistema viário fora dos padrões da cidade formal, mas adequados às condições daquelas áreas geralmente declivosas e muito adensadas, entendendo como específicas as necessidades e morfologias desses locais. OBJETIVOS Além do reconhecimento dessas áreas como parte da cidade formal, são objetivos das ZEIS; � Ampliar a oferta de infraestrutura e equipamentos urbanos para essas áreas; � Introduzir a gestão participativa na definição dos investimentos públicos em áreas de interesse social; Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 8 � Reconhecer a diversidade no processo de desenvolvimento urbano; � Promover a regularização fundiária das áreas socialmente frágeis; � Aumentar a oferta de terras para os mercados urbanos de baixa renda; � Favorecer a produção de Habitação de Interesse Social. O reconhecimento de uma área como ZEIS tende a diminuir o preço da terra naquele local, pois sua atratividade para o mercado formal também diminui. Por isso, a aplicação do instrumento sofre grande pressão contrária por parte do mercado imobiliário e dos proprietários de imóveis (FERREIRA; MOTISUKE, 2007). Há que se cuidar para que a regularização e a posse da terra nas áreas de interesse social não aconteçam sem que haja uma política associada de melhoria das condições locais, com garantia de isenção de riscos. Outro cuidado importante diz respeito à avaliação da vulnerabilidade dos proprietários em relação ao mercado imobiliário, no caso de regularização com titulação e melhoria das condições locais. Nesse sentido, o instrumento de ZEIS também permite que sejam implantados alguns mecanismos de inibição à substituição da população, tais como proibição de remembramento dos lotes, determinação dos usos permitidos (preferencialmente unifamiliar) e controle das transações posteriores para população de mesmo perfil socioeconômico. TIPOS DE ZEIS Há dois tipos de ZEIS definidos na Lei: aquelas que já estão ocupadas e que necessitam regularização ou melhoria da infraestrutura urbana e aquelas de áreas vazias ou subutilizadas, adequadas para a implementação da política de habitação de interesse social do município, de acordo com as demandas identificadas pelo Plano Local de Habitação de Interesse Social – PLHIS, elaborado pelo município. No entanto, outros tipos podem ser criados, de acordo com a diversidade de ocupações existentes no município, como no caso de São Paulo, onde foram determinados 04 tipos diferentes de ZEIS: Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 9 • ZEIS 1-Favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais de interesse social, nosquais podem ser feitas intervenções de recuperação urbanística, regularização fundiária, produção e manutenção de habitações de interesse social; • ZEIS 2-Terrenos vazios ou subutilizados, nos quais deve ser proposta a produção de moradias de interesse social, equipamentos sociais, culturais, etc.; • ZEIS 3-Terrenos ou imóveis subutilizados em áreas com infraestrutura urbana, serviços e oferta de emprego (geralmente na região central), nos quais se propõe a produção e reforma de moradias para a habitação de interesse social, assim como de mecanismos de alavancagem de atividades de geração de emprego e renda; • ZEIS 4-Glebas ou terrenos em áreas de proteção aos mananciais, dotados de infraestrutura urbana, nos quais se permite a produção de habitações de interesse social, exclusivamente destinadas à população transferida de áreas de risco e das margens das represas. Em Belo Horizonte, além das ZEIS, foram criadas as Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS, com uma diferença em relação às ZEIS no que diz respeito a sua regulamentação. No caso das AEIS-1 não é necessário submeter um PL2 à Câmara municipal, podendo ser criada por Decreto do Executivo, caso seja do interesse do proprietário da área. Isso dá ao processo uma agilidade que pode ser fundamental na utilização do instrumento. Na revisão do Plano Diretor em 2010, Lei 9959/2012, foram regulamentadas as ZEIS-1, ZEIS-3 e AEIS-1 e atualmente estão em processo de discussão nos Planos Diretores Regionais, a revisão dessas manchas e a regulamentação das AEIS-2. A idéia é delimitar tantas áreas quantas forem necessárias para cumprir as metas do déficit habitacional estabelecidas pelo PLHIS. Cada uma dessas áreas cumpre uma função diferenciada em razão de necessidades específicas do município: • ZEIS-1, regiões ocupadas desordenadamente por população de baixa renda, nas quais existe interesse público em promover programas habitacionais de urbanização e 2 Projeto de Lei Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 10 regularização fundiária, urbanística e jurídica, visando à promoção da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e à sua integração à malha urbana; • ZEIS-3, regiões edificadas em que o Executivo tenha implantado conjuntos habitacionais de interesse social. • AEIS-1: destinadas à produção de moradias, compostas de áreas vazias e edificações subutilizadas ou não utilizadas; • AEIS-2: destinadas à regularização fundiária e à legalização do tecido urbano, compostas por loteamentos irregulares ocupados, predominantemente, por população de baixa renda. 3. ELEMENTOS PARA REGULARIZAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO No processo de regularização e implementação das áreas de interesse social (ZEIS ou AEIS) é necessário que se observem alguns pré-requisitos fundamentais: I - Existência de infraestrutura adequada, ou pelo menos com possibilidade de expansão, para atendimento à população a ser assentada. Segundo a Lei Federal 6766/79 – Art. 2. Parágrafo 5º, “a infraestrutura básica nos parcelamentos é composta por: equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, escoamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação”. II - Presença e/ou previsão de implantação de equipamentos públicos comunitários que atendam à população. A Lei Federal 6766/79 também estabelece os equipamentos básicos em seu Art. 4º - “Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: § 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares”. III - Não estar predominantemente inserida em áreas de preservação histórica ou ambiental; Segundo a Lei Federal 12.424/2011, em seu Art.54, § 3º “A regularização Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 11 fundiária de interesse social em áreas de preservação permanente poderá ser admitida pelos Estados, na forma estabelecida nos § 1° e 2° deste artigo, na hipótese de o Município não ser competente para o licenciamento ambiental correspondente, mantida a exigência de licenciamento urbanístico pelo Município”. Isto significa uma flexibilização na legislação ambiental, com o intuito de criar mais áreas para habitação de interesse social, o que é bom por um lado, mas requer atenção dos municípios no sentido de não tornar isso uma regra. O aproveitamento de imóveis vazios ou subutilizados é preferível ao comprometimento das reservas naturais do município. IV - Presença de condições topográficas e geológico-geotécnicas adequadas para a destinação proposta no terreno, que não deve apresentar predominância de áreas com declividade acima de 47% (quarenta e sete por cento) ou com incidência de risco. Nesse caso é recomendada uma análise das bases geológicas do município. V - Regularidade da situação fundiária ou possibilidade de regularização jurídica do terreno, que não deve estar predominantemente inserido em áreas afetadas por faixas de domínio ou servidão e por demais elementos geradores de restrições legais à ocupação. Para isso é importante conferir a lei de parcelamento do município, de maneira a observar a reserva de áreas non aedificandae ao longo das faixas de domínio público de rodovias, ferrovias e dutos. VI - Relação custo-benefício favorável para a implantação do empreendimento habitacional. Este custo deve incluir não apenas o valor do terreno, mas também da implantação de infraestrutura externa (abastecimento, saneamento, acesso, dentre outros), de infraestrutura interna (circulação, iluminação, acessos, dentre outros) e de construção das Unidades Habitacionais. Desta forma, áreas distantes e desprovidas de infraestrutura, apesar de terem valor do m² mais em conta, não significam melhor custo- benefício. Além dos requisitos citados, para demarcação de ZEIS de áreas vazias ou subutilizadas também devem ser observados: (i) O diagnóstico das necessidades habitacionais do município no PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social, para Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 12 dimensionamento da demanda; (ii) A proximidade em relação a assentamentos precários que necessitam remoção, de forma a viabilizar os reassentamentos em áreas lindeiras; (iii) Vincular o uso dessas áreas à implementação de habitação de interesse social, com determinação dos percentuais por faixa de renda; (iv) Áreas preferencialmente em processo de mudança de uso e/ou que serão beneficiadas com obras e empreendimentos públicos, de forma a garantir acesso a infraestrutura; (v) Áreas públicas disponíveis, pois facilita a implantação de programas de HIS; (vi) Utilizaros instrumentos do Estatuto da Cidade regulamentados no Plano Diretor municipal como indutores e facilitadores para garantia dessas áreas. 4. ARTICULAÇÃO DAS ZEIS COM ALGUNS INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE. Uma vez reconhecidas as áreas de interesse social do município é importante regulamentá-las e, principalmente viabilizá-las. O Estatuto da Cidade prevê uma série de instrumentos que, associados à delimitação das ZEIS, facilitam sua implementação, regularização e eficácia. Alguns funcionam como instrumentos de compensação para o proprietário da área ou investidor, outros são indutores da função social da propriedade e da cidade e outros viabilizam os processos de reconhecimento da posse ou regularização fundiária. Cabe a cada município disciplinar e regulamentar esses instrumentos no território através de seu Plano Diretor. São exemplos de instrumentos de compensação aqueles que trazem algum benefício para o proprietário da área ou empreendedor interessado em construir habitações de interesse social. Desta forma a efetivação da transação beneficia todas as partes, facilitando o processo. • Transferência do Direito de Construir - TDC: é um instrumento através do qual o Poder Público confere ao proprietário da área de interesse social a possibilidade de exercer em outro local (ou mesmo de vendê-lo a outro Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 13 interessado), o direito de construir previsto para sua propriedade e ainda não exercido. Esse instrumento pode ser utilizado na negociação de áreas para implantação de programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda ou produção de habitação de interesse social. • Operação Urbana Consorciada: A demarcação de ZEIS em áreas de Operação Urbana é fundamental para se garantir a permanência da população local, bem como para viabilizar novas áreas para habitação de interesse social, pois elas entram como parte das ações estabelecidas do Plano Urbanístico da Operação, assim como sistema viário, obras de saneamento, abastecimento, etc. O proprietário das áreas afetadas poderá receber sua contrapartida em CEPACs - Certificados de Potencial Adicional de Construção ou da TDC, utilizando-os onde achar mais proveitoso, seja em outras áreas da Operação, seja comercializando-os para outros interessados. Se essas áreas não são previamente demarcadas dificilmente se consegue negociá-las posteriormente, quando há valorização da área. Segundo Rodrigues e Barbosa (2010, p.27), “a lógica da exclusão se demonstra aí mais perversa, onde o poder público “permitiu” a ocupação, com sua omissão ou conivência, enquanto não havia interesses do capital imobiliário e a área era considerada degradada. Ao “melhorar” o local, essa população é expulsa”. • Consórcio Imobiliário: o proprietário transfere ao Poder Público municipal seu imóvel e, após a realização das obras de benfeitorias (infraestrutura e habitações de interesse social), recebe como pagamento unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas para comercializar. Assim a cidade ganha mais áreas de interesse social e o proprietário da área também ganha, como uma espécie de sócio do empreendimento na proporção do valor de sua área, antes das benfeitorias. Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 14 • Outorga Onerosa do Direito de Construir: este instrumento permite exercer o direito de construir acima do coeficiente de aproveitamento básico estabelecido no Plano Diretor mediante contrapartida financeira. Um mecanismo de compensação para o proprietário ou investidor que quiser construir HIS nessas áreas ultrapassando o coeficiente básico é a isenção ou redução da contrapartida da Outorga. Desta forma há um estímulo para a produção de HIS, ao mesmo tempo em que se mantêm os níveis de estoque construtivo estabelecidos pela Lei de Uso e Ocupação do Solo do município. Outros instrumentos permitem induzir o uso social da propriedade quando o proprietário de algum imóvel vazio ou subutilizado não o faz. O objetivo é dar uso aos imóveis ociosos da cidade, o que também contribui para diminuir o valor da terra pelo aumento da oferta. • Os instrumentos de Parcelamento, edificação e utilização compulsórios devem ser aplicados nas áreas vazias ou subutilizadas, onde há interesse público para implantação dos programas de habitação de interesse social. Nestes casos o proprietário é notificado pelo Poder Público e tem um prazo para dar uso à área sob risco de desapropriação, caso não atenda a notificação. Este instrumento coíbe a manutenção de áreas ociosas para especulação imobiliária e amplia o acesso a áreas urbanizadas, fazendo cumprir a função social da cidade e colaborando para o controle do valor da terra, também pelo aumento da oferta. • IPTU Progressivo poderá ser aplicado no caso do proprietário descumprir a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar sua propriedade. Esta sanção implica no aumento progressivo do IPTU sobre o imóvel por até 05 anos e, persistindo o descumprimento, o Poder Público pode desapropriar o imóvel mediante pagamento com títulos da dívida pública. No caso deste instrumento, o Estatuto da Cidade vetou qualquer tipo de anistia ou isenção, de maneira a garantir sua eficácia (BARROS, CARVALHO e MONTANDON, 2010). Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 15 • O Direito de Preempção é um instrumento utilizado para garantir a preferência do Poder Público na compra de um determinado imóvel. Pode ser uma área para implantação de equipamentos públicos ou para programas de habitação de interesse social. Neste caso é importante que o município tenha reservas financeiras quando o proprietário do imóvel anunciar sua intenção de venda, caso contrário perde-se a oportunidade e o imóvel pode ser disponibilizado ao mercado imobiliário, desde que mantido o mesmo valor oferecido ao Poder Público, sob pena de não se concretizar a transação caso essa regra não seja obedecida. Alguns instrumentos funcionam como mediadores ou facilitadores nos processos de regularização de assentamentos precários e irregulares. O Estatuto da Cidade e a Medida Provisória 2.220/20013 são marcos importantes na luta contra a ilegalidade, pois garantem o direito de permanência do cidadão, que pode ser pleiteado tanto de forma individual como coletiva, seja para imóveis públicos ou privados. • Concessão de Uso Especial Para Fins de Moradia – pode ser concedido ao ocupante de imóvel público urbano de até duzentos e cinquenta metros quadrados, que o utilize para sua moradia ou de sua família, por mais de cinco anos ininterruptos (antes de 30 de junho de 2001), sem ter sofrido ação judicial por uso desse imóvel. O interessado também não podeser proprietário de outro imóvel, seja rural ou urbano. • Direito de Superfície - O proprietário de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado poderá, para atender às exigências do uso social da propriedade, transferir apenas o domínio útil de seu terreno (é mantido o direito de posse do proprietário), através de contrato específico. Neste caso as regras devem ser estabelecidas com clareza no contrato, tais como valores (pode ser oneroso ou não), prazos de validade (pode ter por tempo determinado ou não) e se haverá ou não restituição dos investimentos feitos pelo usuário na propriedade 3 Que regulamentou a Concessão de Uso Especial Para Fins de Moradia Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 16 ao proprietário, quando findo o contrato. O Direito de Superfície também permite ao proprietário conceder ao Poder Público esse benefício, que por sua vez, poderá transferi-lo aos ocupantes de uma determinada área, no caso de regularização fundiária. • Usucapião Urbano - Pode ser utilizado de forma individual ou coletiva para área particular urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, desde que o proponente(s) more(m) ali por cinco anos ininterruptamente e sem oposição. Além disso, é necessário não possuir(em) outro imóvel, urbano ou rural. Esse instrumento tem grande validade na regularização de áreas onde não se consegue estabelecer com exatidão os limites de cada lote, podendo ser solicitado de forma coletiva, através da delimitação do perímetro externo da comunidade. Além desses instrumentos existe também uma extensa legislação disponível para superar os obstáculos da regularização fundiária, segundo Edésio Fernandes (2010, p.65): A Lei Federal nº 10.931/2004 estabeleceu a gratuidade do registro imobiliário nos programas de regularização; a Lei Federal nº 11.481/2007 aprovada no sentido de facilitar os processos de regularização fundiária pelos municípios nos assentamentos informais consolidados em terras da União; a Lei Federal nº. 11.888, de 2008, que instituiu o direito das comunidades à assistência técnica em programas de regularização; a Lei Federal nº 11.952, de 2009, que regulamentou a regularização fundiária em áreas urbanas da Amazônia Legal; e a Lei Federal nº 11.977, também de 2009, foi aprovada para regulamentar o Programa Habitacional Minha Casa, Minha Vida e para facilitar a regularização fundiária de assentamentos informais. Além disso, uma ampla discussão nacional tem ocorrido acerca da revisão da referida Lei Federal nº 6.766, de 1979 (Projeto de Lei nº 3.057, de 2000), que regulamenta os parcelamentos do solo para fins urbanos e a regularização de assentamentos informais. É possível a articulação de um ou mais instrumentos, dependendo da especificidade do caso. Cada município escolhe, regulamenta e os aplica conforme a estratégia de Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 17 desenvolvimento urbano estabelecida no seu Plano Diretor. Outro requisito fundamental é a garantia da participação popular em todo o processo, fortalecendo as conquistas sociais no intenso processo de disputa pelo direito à cidade. 5. MECANISMOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL Para garantir a gestão democrática da cidade, o Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001) disponibiliza vários instrumentos, dentre os quais: I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal; II – debates, audiências e consultas públicas; III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal; IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; No âmbito municipal, ainda prevê a gestão orçamentária participativa mediante a realização de debates, audiências e consultas públicas, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal. “Não se trata apenas de consultar a opinião da população sobre as proposições do Poder Público municipal, mas de garantir instâncias efetivamente consultivas e deliberativas, tanto no processo de planejamento urbano, quanto na destinação dos recursos públicos”. (BARROS, CARVALHO E MONTANDON, 2010, p.114). Vários são os instrumentos do Estatuto que garantem à população o direito de participar dos processos decisórios do município. Temas como regulação do uso e ocupação do solo, destinação dos recursos, delimitação de áreas e investimentos para habitação de interesse social, dentre outros, são discussões importantes sobre os rumos da cidade que PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 18 precisam envolver todas as partes interessadas: população, empreendedores, técnicos, poder público, de maneira a equilibrar o resultado dessas decisões. Segundo o Estatuto “Os organismos gestores devem garantir, obrigatoriamente, participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania”. (BRASIL, 2001). Entretanto, quando se quer, de fato, uma participação expressiva, bem como a garantia de um processo contínuo, é necessário que o Poder Público tome alguns cuidados: � Adotar metodologia participativa de fácil compreensão; � Mediar os eventuais conflitos junto aos diferentes grupos de interesse; � Estender o processo participativo às discussões no Legislativo; � Criar um Grupo de referência ou Conselho gestor para cada perímetro ou área demarcada como ZEIS; � Criar Centros de referência para controle urbano visando à educação urbana e a manutenção da área. Muitos são os caminhos para se construir uma cultura de participação. O movimento pela Reforma Urbana abriu esse caminho e o Estatuto da Cidade veio instrumentá-lo. Ainda que em fase embrionária, os processos participativos são conquistas que vão sendo percebidas em diversas escalas. Segundo Pequeno e Freitas, 2011: “é possível reconhecer um quadro recente de mudanças, dado a emergência de novas dinâmicas urbanas vinculadas a processos advindos de frentes diversas: por um lado, desde a escala nacional, a partir dos princípios e diretrizes presentes nas políticas setoriais de desenvolvimento urbano e habitacional [...] Por outro, na escala local, a partir de manifestações oriundas de bairros e comunidades que compõem a cidade, cuja articulação e integração passam a compor ações integradas dos movimentos sociais e das demais formas de organização da sociedade civil.” PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 19 6. PRINCIPAISDESAFIOS E SOLUÇÕES O reconhecimento das áreas mais vulneráveis da cidade tem demonstrado avanços, mas ainda há muito que fazer e enfrentar para mudarmos o quadro da exclusão socioterritorial no Brasil. Além desse reconhecimento é necessário, por exemplo, discutir ações que promovam melhorias na infraestrutura desses locais, sempre de forma participativa, considerando suas peculiaridades. A qualidade dos projetos adotados para essas áreas também merece reflexão. A grande maioria desconsidera os hábitos e a diversidade da população beneficiada, excluindo-as das decisões de projeto e reduzindo a solução final a grandes conjuntos residenciais homogêneos e de baixa qualidade. Além disso, não há preocupação em manter espaços destinados ao pequeno comércio e serviço, muitas vezes a única oportunidade de renda para várias famílias. Ou seja, é preciso avançar na discussão de novas formas de intervenção urbanística e arquitetônica com inserção efetiva das comunidades envolvidas, nas tomadas de decisão. Outro desafio importante diz respeito à dificuldade em se obter áreas bem dotadas de infraestrutura e com acesso às oportunidades da cidade. Esse tem sido argumento recorrente para justificar a inoperância das administrações publicas na delimitação de áreas de interesse social. A dificuldade passa, dentre outros fatores, pela falta de clareza da legislação municipal na definição das áreas subutilizadas do município e pela disputa desigual dessas áreas com o mercado imobiliário. Ora, para uma cultura secular de espraiamento das habitações de interesse social, a possibilidade de inclusão da população de baixa renda em áreas subutilizadas inseridas na malha urbana, de forma pulverizada e sem gerar bolsões de pobreza, ainda encontra grande resistência por parte de vários setores da administração publica e da sociedade civil. É preciso avançar também nessa discussão. Normalmente os cálculos para definição das áreas de ZEIS vazias são rasos, calcados apenas nos baixos valores do m². Nesse caso, ficam fora dessa matemática outros custos que impactam de forma bem mais agressiva a cidade: o custo social da segregação, o Kathe Marcador de texto Kathe Marcador de texto PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 20 ônus para expandir a infraestrutura urbana até as bordas da cidade; e o suprimento de transporte para essa população desprovida de qualquer tipo de comércio, serviço ou oportunidade de trabalho nesses “guetos de baixa renda”. Outro desafio é que, na determinação de ZEIS ou AEIS nem sempre a legislação obriga sua destinação para a implantação de programa habitacional de interesse social, deixando essa decisão ao proprietário, o que fragiliza o instrumento. A regulamentação desses zoneamentos também não deixa claro, via de regra, a priorização dos percentuais destinados a habitação para população com renda entre 0 e 3 salários, o que acaba mascarando o uso real dessas áreas, por camadas da população,fora dos programas sociais. Se por um lado há desafios, por outro há avanços. No caso de Fortaleza, por exemplo, segundo Pequeno e Freitas (2011), apesar da legislação municipal determinar a utilização de algumas áreas de ZEIS para empreendimentos da Copa de 2014, demonstrando que a prioridade do Poder Público está em outra esfera, os avanços também aconteceram em ações importantes. A administração municipal interditou recentemente um projeto de grande porte na área portuária, garantindo a permanência de 5.000 famílias que seriam removidas e alterou as diretrizes de outro empreendimento de vulto em área de mais de 280 hectares, beneficiando a população da maior ZEIS de Fortaleza, que seria removida para viabilizar um antigo projeto urbanístico de avenida paisagística a beira-mar. Segundo o autor, a inserção do instrumento de ZEIS no planejamento urbano associada às articulações dos movimentos sociais, vem tornando possível “reconhecer a ocorrência de reversão de alguns procedimentos e prioridades por parte do município”. PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 21 REFERENCIAS BARROS, Ana Maria Furbino Bretas; CARVALHO, Celso Santos; MONTANDON, Daniel Todtmann. O Estatuto da Cidade comentado - (Lei Nº 10. 257 de 10 de julho de 2001). In: CARVALHO, Celso Santos; ROSSBACH, Ana Claudia (orgs.). Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo: Ministério das Cidades/Aliança das Cidades, 2010. BELO HORIZONTE. Lei Municipal 9959 de 20 de julho de 2010. Altera as leis nº 7.165/96 - que institui o plano diretor do município de belo horizonte - e nº 7.166/96 - que estabelece normas e condições para parcelamento, ocupação e uso do solo urbano no município -, estabelece normas e condições para a urbanização e a regularização fundiária das zonas de especial interesse social, dispõe sobre parcelamento, ocupação e uso do solo nas áreas de especial interesse social, e dá outras providências. BELO HORIZONTE. Lei Municipal 9814 de 18 de janeiro de 2010. Autoriza o Executivo a doar áreas de propriedade do Município e a realizar aporte financeiro ao Fundo de Arrendamento Residencial - FAR -, representado pela Caixa Econômica Federal; institui isenção de tributos para operações vinculadas ao Programa Minha Casa, Minha Vida, nas condições especificadas, e dá outras providências. Belo Horizonte, 2010. BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo, Estação Liberdade, 2004. BRASIL. Déficit habitacional no Brasil 2008 / Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Elaboração: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. Brasília, 2011 BRASIL. Guia para regulamentação e implementação de Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS em Vazios Urbanos. Brasília: Ministério das Cidades, 2009. BRASIL. Medida Provisória nº 2.220 de 4 de setembro de 2001. Dispõe sobre a Concessão de Uso Especial de que trata o § 1o do art. 183 da Constituição e cria o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano e dá outras providências. Brasília, 2001. BRASIL. Lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade - Estabelece diretrizes da política urbana no Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, 2001. BRASIL. Lei Federal 9.785 de 29 de janeiro de1999. Altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941 (desapropriação por utilidade pública) e as Leis nos 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (registros públicos) e 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (parcelamento do solo urbano). Brasília, 1999. PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 22 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Lei Federal 6766 de 19 de dezembro de1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências. Brasília, 1979. BUENO, Laura Machado de Mello; CYMBALIST Renato (Orgs.). Planos diretores municipais: novos conceitos de planejamento territorial. Anna Blume/Instituto Pólis/PUC-Campinas, 2007.CASTRIOTA, Leonardo (org). Urbanização Brasileira/ redescobertas. Belo Horizonte, C/Arte, pp.78-96. 2003 CARVALHO, Anaclaudia Rossbach; CARVALHO, Celso Santos (org). O Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo: Ministério das Cidades : Aliança das Cidades, 2010. DEÁK, Csaba. O processo de urbanização no Brasil: falas e façanhas. In: Deák, Csaba e Schiffer, Sueli (Org.). Edusp, São Paulo, 1999. Disponível em: http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/3publ/99pub/index.html FERNANDES, Edésio (2010). O Estatuto da Cidade e a ordem jurídico-urbanista. In: CARVALHO, Celso Santos; ROSSBACH, Ana Claudia (orgs.). Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo: Ministério das Cidades/Aliança das Cidades, 2010. FERREIRA, João S. W. & MOTISUKE, Daniela. A efetividade da implementação de Zonas Especiais de Interesse Social no quadro habitacional brasileiro: uma avaliação inicial. In: BUENO, Laura M. de M & CYMBALISTA, Renato (Orgs.). Planos Diretores Municipais. São Paulo: Annablume, 2007. LAUERMANN, Renata Tcatch; WIENKE, Felipe Franz. Reconhecer para integrar: as zonas especiais de interesse social como um instrumento para a efetivação do direito à moradia. In: Anais do Congresso Latino-americano de Direitos Humanos e Pluralismo Jurídico, Florianópolis, Ed. Dom Quixote, 2008. MARICATO, Ermínia. Conhecer para resolver a cidade ilegal. In: Castriota, L.B. (org) Urbanização Brasileira/ redescobertas. Belo Horizonte, C/Arte, pp.78-96. 2003. Disponível em: http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/biblioteca/textos/maricato_conhecercidadeileg al.pdf PEQUENO, Renato; FREITAS, Clarissa F. Sampaio. Desafios para implementação de zonas especiais de interesse social em Fortaleza. XIV Encontro Nacional da ANPUR. Rio de Janeiro – RJ, 2011. PARTE 2 – INSTRUMENTOS DO ESTATUTO DA CIDADE Módulo III – Zonas Especiais de Interesse Social Apoio: Realização: 23 RODRIGUES, Evaniza; BARBOSA, Benedito Roberto. Movimentos populares e o Estatuto da Cidade. In: CARVALHO, Celso Santos; ROSSBACH, Ana Claudia (orgs.). Estatuto da Cidade Comentado. São Paulo: Ministério das Cidades/Aliança das Cidades, 2010. SÃO PAULO (município). Lei municipal 13.885 de 25 de agosto de 2004. Estabelece normas complementares ao Plano Diretor Estratégico, institui os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras, dispõe sobre o parcelamento, disciplina e ordena o uso e ocupação do solo do município de São Paulo (Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS). Consultas internet: http://base.d-p-h.info/pt/fiches/dph/fiche-dph-6767.html -