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1 1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO URBANO Este estudo tem por finalidade refletir acerca da Gestão e Fiscalização de Obras Públicas Municipais. Para tanto, iniciaremos pela importância do Planejamento Urbano na Gestão Pública Municipal, sendo este tema um dos maiores problemas enfrentado pelas metrópoles na atualidade, e que ocorre devido ao fato das cidades não terem sido projetadas para suportar o crescimento. O planejamento urbano de uma cidade, também conhecido como Plano Diretor busca melhorias na qualidade de vida dos habitantes e na criação de uma área urbana, no desenvolvimento de sua estruturação e apropriação do espaço urbano. Cada cidade possui o seu planejamento elaborado por órgãos e pessoas envolvidas no assunto. No entanto, são necessários que os estudos e assuntos abordados saiam do papel e tornem- se realidade, para que a cidade possa desenvolver com qualidade, e de acordo com o que foi planejado e definido no seu Plano Diretor. Destarte, com base nessas perspectivas, objetiva-se estruturar uma análise mais aprofundada da situação vigente desse contexto. 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS A respeito do planejamento urbano ele é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área, ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida (MOTTA, 2004). O planejamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo, trabalha basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. A interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de seu encadeamento, varia de acordo com a posição a ser tomada no processo de planejamento e principalmente com o poder de atuação do órgão planejador. Assim, ao estudarmos o tema planejamento urbano na gestão municipal, cabe uma trajetória sobre o contexto e a complexidade atual da realidade municipal e urbana em âmbito global e local, partindo da definição de cidades, segundo o pesquisador Rezende (2006, p.27): A cidade é um organismo dinâmico e complexo que se caracteriza por grandes diversidades, múltiplos contrastes e interesses divergentes, gerando 2 inúmeras dificuldades aos gestores locais, aos munícipes e aos demais interessados na cidade (stakeholders ou atores sociais)[grifos nossos]. No cerne destes fatos, salienta-se também que estabelecer práticas de intervenção urbana, pressupõe contemplar e englobar todos os aspectos próprios do fenômeno urbano e as principais preocupações da vida urbana como: mobilidade urbana; questões ambientais; desenvolvimento sustentável, qualidade de vida da população e as profundas desigualdades sociais, e econômicas tanto no âmbito local quando se contempla as necessidades locais, como também às imposições globais próprias do contexto atual (SANTOS, 2008, p.5). Porém, o trabalho de planejamento envolve especialmente o contato com o processo de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano, e não apenas sua configuração a posteriori. Sob este ponto de vista, os planejadores são responsáveis por um conflito eterno de natureza eminentemente política, e por este motivo, seu trabalho não deve ser considerado como neutro. Também precisam prever o futuro e os possíveis impactos, positivos e negativos, causados por um plano de desenvolvimento urbano, os quais muitas vezes vão favorecer ou contrariar os interesses econômicos dos grupos sociais para os quais trabalham. FIGURA 1 – VAZ, Gabrille. Urbanismo. Disponível em:<http://www.au.pini.com.br/arquitetura- urbanismo/urbanismo/cau-br-divulga-carta-para-prefeitos-em-prol-do-planejamento-378730-1.aspx >.Acesso em: 10 ago.2017. Assim, entendemos que elaborar planejamentos na esfera das políticas públicas com eficiência, eficácia e efetividade, realizar parcerias com os diversos segmentos da sociedade e principalmente propiciar a participação social nas etapas de planejamento e gestão, constitui-se como alguns dos elementos fundamentais para o avanço http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/urbanismo/cau-br-divulga-carta-para-prefeitos-em-prol-do-planejamento-378730-1.aspx%20%3e.%20Acesso http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/urbanismo/cau-br-divulga-carta-para-prefeitos-em-prol-do-planejamento-378730-1.aspx%20%3e.%20Acesso 3 democrático, e este fator parece condição necessária. Segundo as afirmações de Dowbor(1995, p. 4), “as situações complexas e diferenciadas se modificam rapidamente e exigem sistemas cada vez mais democráticos no atual cenário”. Dessa forma, o encadeamento destes tópicos pretende demonstrar de uma maneira lógica, alguns dos aspectos que fazem parte da temática “planejamento urbano”, e nesse caminhar, compreender como estes têm sua interface na atuação prática do contexto da gestão urbana, especialmente em se tratando de uma gestão voltada para a efetividade das políticas públicas. Esta transformação do Estado aponta para a necessidade de democratizá-lo, com a adoção de uma gestão estratégica, cooperativa, democrática, participativa e solidária (CASTELLS, 1998, NOGUEIRA, 1998). FIGURA 2 – KUFFEL, Ligiane. Dia mundial do urbanismo: a importância do planejamento urbano. Disponível em:<http://immagine.blog.br/wordpress/dia-mundial-do-urbanismo-a-importancia-do- planejamento-urbano/>.Acesso em: 10 ago.2017. No entanto, para melhor compreendermos a temática sob “A importância do planejamento urbano”, necessário se faz definirmos os vocábulos que estão relacionados com essa questão, sendo eles: urbano, cidade e urbanismo. E, assim a partir da compreensão desses termos apresenta-se a teoria de planejamento, tipos de planejamento, planejamento urbano, competências do planejamento e gestão. http://immagine.blog.br/wordpress/dia-mundial-do-urbanismo-a-importancia-do-planejamento-urbano/%3e.Acesso http://immagine.blog.br/wordpress/dia-mundial-do-urbanismo-a-importancia-do-planejamento-urbano/%3e.Acesso 4 1.2CONCEITOS DE CIDADE, URBANO E URBANIZAÇÃO Desta forma, inicia-se este item, apresentado as definições dos mencionados termos, iniciando pelo vocábulo “Cidade”, que por meio do Decreto - Lei nº 311 foi instituída pelo Estado Novo em 1938,definindoa expressão cidade como sendo: “[...] a área do Distrito Sede, independentemente das relações que se estabelecem no espaço em questão” (BERNADELLI, 2006). Se a cidade é definida como sendo a área do distrito sede, logo, o campo é o que não é cidade. Nesta etapa, com o Decreto Lei nº 311 tem-se a definição de cidade de forma excludente como sendo tudo o que se refere ao distrito urbano, independente das relações estabelecidas naquele sítio. Em outra abordagem teórica tem-se o entendimento de cidade, como sendo a materialização do urbano, mas também são e devem ser direcionados para as pessoas. É compreendida como o local de encontro e condicionada à cultura de uma comunidade. Portanto, a sua origem são as pessoas, e a cidade é a materialização possível do urbano (BERNADELLI, 2006). No que se refere ao significado da palavra “Urbano” pode-se afirmar, que tem origem no latim urbanus e significa “pertencente à cidade”. Urbano é tudo aquilo que está relacionado com avida na cidade e com os indivíduos que nela habitam, por oposição a rural, que é relativo ao campo e ao interior de uma comunidade. FIGURA 3 – BORGES, Jonathas. Quais são os principais impactos urbanos?Disponível em:<https://descomplica.com.br/blog/geografia/resumo-impactos-urbanos/>.Acesso em: 10 ago.2017. https://descomplica.com.br/blog/geografia/resumo-impactos-urbanos/%3e.Acesso 5 Assim, o mundo é urbano, mas nem todas as cidades são urbanizadas, denominadas como o modo de vida, tudo o que fazemos. Atualmente, o mundoé urbano com projeção futura de crescimento. As aglomerações são constantes e permanecem nas principais capitais brasileiras. É também um conjunto de valores, atitudes e comportamentos, ditos da “cultura urbana”, que define as sociedades industrializadas e são as áreas construídas, mas também imaginárias e com percepções globais e locais do que se define como “a vida urbana”. Urbanização pode significar a expansão física/dimensão, densidade, já a cultura urbana é a difusão de valores. Como complemento desta ideia, o termo urbanização, tem dois sentidos distintos, sendo eles: a) Concentração espacial de uma população. b) Cultura urbana (sistema de valores, atitudes e comportamentos). Esses sentidos estão fundamentados na ideia de correspondência entre certo tipo técnico de produção (atividade industrial), um sistema de valores (o “modernismo”) e uma forma específica de organização do espaço, a cidade, na qual traços distintivos são certa densidade. Para Castells (2006), a questão urbana está vinculada a um espaço, de produção social e sistema cultural; entre urbano e rural; sociedade tradicional e sociedade moderna. O desenvolvimento está ligado à transformação de estrutura social e envolve uma relação complexa e de dependência. Neste conceito é importante considerarmos que para o autor o termo urbanização, agrega tanto fatores físicos como o sistema cultural, pois é onde acontece à produção social e o desenvolvimento está ligado à transformação de estrutura social (CASTELLS, 2006). Neste sentido, Secchi (2000), apresenta uma abordagem interessante sobre superfície terrestre, como sendo um conjunto de signos (geralmente material), por quem nos precedeu, e se caracteriza por um imenso arquivo de projetos intenções e ações concretas. Com esta definição podemos entender que superfície terrestre diz respeito a territórios e cidades, que por sua vez são resultados de um longo processo de seleção cumulativa. O que nesta discussão fica de relevante, é o imenso arquivo de signos materiais deixados por nós ou quem nos precedeu é o resultado cumulativo de decisões. 6 Neste processo, é fundamental pensarmos no espaço geográfico que para o professor Milton de Almeida Santos (1980), não pode ser comparado com um container, mas o definia como sendo: “O espaço é um conjunto de fluxos e fixos”, sendo fluxos as pessoas e fixos as coisas/objetos. Nesta abordagem, importante mencionarmos que o pesquisador, já mostrava que não se podia imaginar o espaço geográfico restrito a uma caixa. Afirmava que o espaço é definido pelos movimentos tanto de pessoas como de objetos. E ainda, o espaço deve ser entendido como território e o lugar como um conjunto indissociável de “sistemas de objetos e ações”. Com essas definições pode-se deduzir que ao definir espaço nessa perspectiva, agrega-se toda a sua complexidade, inclusive ressaltando a importância absoluta das relações humanas na tentativa de explicar a sociedade (SANTOS, 2008). No que se refere ao vocábulo Urbanização, pode-se dizer que a palavra tem sua origem nos estudos do engenheiro catalão, Ildefonso Cerdá, responsável pelo projeto de ampliação de Barcelona na década de 1850. Apesar de jamais ter usado o termo urbanismo, Cerdá cunhou o termo urbe, por meio da publicação de extensos estudos sobre as cidades de Barcelona e Madri, dentre eles a publicação de 1867 intitulada em a “Teoria Geral da Urbanização” que foi resultado de seus estudos anteriores. Neste sentido, Urbanismo, possui um conceito próximo de planejamento urbano, sobretudo é identificada a preocupação em organizar a maneira como a própria sociedade constrói e consome a cidade. Todavia, [...] é importante destacar que durante o período, do final do século XIX aos anos 60, foram se configurando duas linhas de Urbanismo; uma que se iniciou nos planos de melhoramentos [...] em seguida, se ampliaram para o conjunto da área urbana, para a aglomeração e receberam a denominação, já na década de 70, de Planos Diretores de Desenvolvimento Integrado (LEME, 1999). (Não por acaso, os conceitos de urbanismo e planejamento urbano se confundem, muitas vezes. Enquanto o primeiro identifica-se com o modo de organização da infraestrutura urbana, o Segundo se alia mais aos sistemas estruturantes de uma cidade, aí englobando a organização da cidade e a sua sociedade). Leme cita que do final do século XIX até os anos 60, o Urbanismo foi sendo construído em duas vertentes. A primeira originada nos sucessivos planos de melhoramentos transformados para uma segunda fase que na década de 70 denominou-se, plano diretor de desenvolvimento integrado (LEME, 1999) [grifos nossos]. Segundo Secchi (2005), o conceito de urbanismo, pode ser definido como sendo: [...] por Urbanismo entendo não tanto um conjunto de obras, de projetos, de teorias ou normas associadas a um tema, a uma linguagem e a uma organização 7 discursiva; muito menos o entendo como um determinado setor do ensino, mas ao contrário como um testemunho de um vasto conjunto de práticas, quais sejam as da contínua e consciente modificação do estado do território e da cidade (SECCHI, 2005) [grifos nossos]. Além dessas discussões, encontramos as contribuições de Lefebvre (1960), que em sua visão cidade e urbano possui significados científicos muito próximos. Para o autor a cidade é vista como objeto e o urbano como fenômeno. Para ele, o urbano é o conjunto de forças culturais, sociais e econômicas, na qual a expressão física, responsável, inclusive, para a reprodução desse fenômeno, era a cidade. Essa distinção, puramente conceitual, é uma forma de tornar claros dois termos usados, por vezes, como sinônimos (LEFEBVRE, 1960). A cidade seria nesses termos, o lócus de fluxos financeiros, relações sociais, políticas, econômicas, e onde ocorre a concentração de bens de reprodução do capital e da mão-de-obra e o lócus ideal, pela convergência dessas forças, para sua reprodução e disseminação. Se assim entendidos, cidade e urbano seriam, nessa sequência, os objetos de trabalho do planejamento urbano (por extensão, o regional também) e do urbanismo (LEFEBVRE, 1960). Ainda o mesmo autor, considera que em seus estudos parte da hipótese de que “a urbanização completa a sociedade”, fundamentado na denominação de que “sociedade urbana”, é aquela que nasce da industrialização constituída pelo processo que absorve a produção agrícola (LEFEBVRE, 1960). Desse modo, as sociedades industrializadas são iguais a sociedades capitalistas. A sociedade urbana nasce da industrialização. O urbano está relacionado ao modo de produção (capitalista) e, além disto, todos têm percepções e sensações sobre a cidade e na ideia do urbano passa também o imaginário das pessoas. Cidade é diferente de Urbano. A cidade é limitada geograficamente e tem uma materialização física. Segundo o pesquisador Lefebvre (1960), a sociedade é urbana. Porém, outro ponto de vista a ser considerado por parte de pesquisadores desta área, constatou-se que tanto o planejamento urbano quanto o urbanismo, são entendidos como o estudo do fenômeno urbano em sua dimensão espacial, mas diferem notadamente no tocante às formas de atuação no espaço urbano. Desta maneira, o “Urbanismo” trabalha historicamente, com o desenho urbano e o projeto das cidades, em termos genéricos, sem necessariamente considerar a cidade como agente dentro de um processo social conflitivo, enquanto que o “Planejamento Urbano”, antes de agir diretamente no ordenamento físico das cidades, trabalha com os 8 processos que a constroem, ainda que indiretamente, sempre atuando no desenho das cidades. O Planejamento Urbano é atividade, por excelência, multidisciplinar, enquanto que o Urbanismo, ao longo da história, se caracterizou como uma área de conhecimento autônoma, especialmente do ponto de vista profissional.Porém, os limites entre o Planejamento e o Urbanismo são pouco claros na prática: intervenções urbanísticas na cidade são comumente tratadas como "obras de planejamento", enquanto que atividades típicas do planejamento, como a criação de um plano diretor, são eventualmente tratadas como "obras de urbanismo". Desta maneira, a história das cidades, ou da urbanização, para ser mais preciso, ocorre paralelamente com a história do homem em sociedade, embora o estudo da intervenção do homem na cidade seja mais recente. A partir do momento em que se considera que o planejamento urbano trabalha basicamente com o conjunto de normas que regem o uso do espaço urbano, assim como sua produção e apropriação, sua história seria bastante diversa daquela referente ao desenho das cidades. 1.3 GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE O principal desafio dos governos e da administração pública no mundo contemporâneo é promover o desenvolvimento econômico e social sustentável, num ambiente de mudanças de paradigmas, que estão impactando de maneira profunda na sociedade vigente, em especial nas áreas econômicas, sociais, ambientais culturais e tecnológicas. Este desafio impõe aos governos e às administrações públicas a necessidade de repensar a questão da governança e do modelo de gestão pública, ao mesmo tempo em que exige mecanismos inovadores de relacionamento com a coletividade. FIGURA 4 – SEBRAE – Inovação e sustentabilidade. Disponível em:<http://www.sustentabilidades.com.br/>.Acesso em: 31 jul.2017. http://www.sustentabilidades.com.br/%3e.Acesso 9 A questão que se levanta não é em relação às teorias que reservam certa coerência, na intenção pública de ofertar serviços com qualidade. Identifica-se, porém, algumas práticas que no cerne dos ideais acadêmicos e técnicos, o qual vislumbram propósitos na perspectiva de atendimento do princípio público do bem coletivo, que por meio da prática da participação social se enxerga o avanço da democracia e a construção da boa política, fatores essenciais para contrapor as práticas viciadas e reprodutivas de interesses parciais. Considerar igualmente a questão da sustentabilidade1 como fator preponderante e de pano de fundo, à formulação de políticas públicas, parece ser condição imprescindível no contexto atual e futuro. A sustentabilidade se impõe como condição essencial para o estabelecimento de planos institucionais de desenvolvimento urbano, e apresenta algumas questões reflexivas como: Somos na atualidade uma sociedade sustentável? Quais os fatores que estão ligados à sustentabilidade? E as gerações futuras, o que as esperam? Frente a tantas indagações, há que se considerar que a atual sociedade urbana é um conjunto de relações sociais, e que, portanto, este tema não pode ser visto apenas do ponto de vista ambiental, mas também a partir de um estudo multidisciplinar e multifocal, e porque não dizer além dos muros da academia permeados por uma visão transdisciplinar. Assim, a própria definição e noção de desenvolvimento sustentável pressupõe um conjunto de aspectos complexos, pois segundo os pesquisadores Coutinho, Macedo Soares e Silva (2006 p. 766) asseveram que: A noção de desenvolvimento sustentável integra as propostas do ecodesenvolvimento e do desenvolvimento endógeno e local, abarcando as dimensões econômicas, política, tecnológica, ecológica e cultural, constitutivas de toda sociedade humana. Envolve, portanto, objetivos situados no tripé - equidade social-conservação ambiental e eficiência econômica [grifos nossos]. Nesta mesma ótica, outros conceitos que impactam sobre a atividade de planejamento público, e estão também ligados pelas novas institucionalidades que 1Segundo Miller (2007, p. 26): Sustentabilidade: é a capacidade dos diversos sistemas da Terra, incluindo as economias e sistemas culturais humanos de sobreviverem e se adaptarem às condições ambientais em mudança. Atende às necessidades atuais de sua população em relação a alimentos, água e ar e outros recursos básicos sem comprometer as gerações futuras [grifos nossos]. 10 envolvem o vínculo governamental e a sociedade, são relacionados ao significado de governança. FIGURA5– COUTINHO, Alexandre Vieira. Governança. Disponível em:<http://areasdeintegracao.blogspot.com.br/2014/08/arquitetura-corporativa-governanca.html>.Acesso em: 10 ago.2017. Complementando essa ideia, é relevante refletirmos sobre a distinção do que significa governabilidade, pois na visão de Matias-Pereira (2009, p.67): “A governabilidade diz respeito ao exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo”. Ainda, para o mesmo autor, governança significa: “Governança é a capacidade que determinado governo tem para formular e implantar as suas políticas” (MATIAS- PEREIRA, 2009, p.67). Esta condição, portanto, tem uma estreita relação com a formulação e execução de políticas públicas apropriadas às realidades urbanas. Outros autores, como Coutinho, Macedo Soares e Silva (2006, p. 766), entendem que a expressão governabilidade diz respeito às condições de legalidade de um determinado governo para atentarem para as transformações necessárias, enquanto que governança está relacionada à capacidade de colocar as condições da governabilidade em ação. Governabilidade e governança dizem respeito à democracia e cidadania, não a um projeto de poder. Diante deste contexto, importante sabermos que o termo governança, é originado do inglês governance, e tem o sentido de regulação social com vistas à governabilidade, vincula-se à probabilidade normativa de um “bom governo”, no sentido da participação, eficácia, inovação, confiabilidade, como condições para evitar métodos de pirataria nos governos, tais como: o clientelismo, favorecimentos imorais, corrupção, dentre outros. Seria então, no sentido de controlar as políticas do governo, sem ser incriminado de ingerência no plano político e social, transformar o ato governamental em ação pública, o ambiente governamental em espaço público, para articulação das ações do governo, http://areasdeintegracao.blogspot.com.br/2014/08/arquitetura-corporativa-governanca.html%3e.Acesso 11 questionando a governança por meio da demarcação do alcance da governabilidade, imperando aí o consenso controlado (COSTA; CARLEIAL, 2016). A capacidade de governabilidade resulta da afinidade de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade, enquanto que governança é a capacidade abrangente financeira e administrativa de uma organização de praticar políticas. Sem governabilidade é impossível governança (MATIAS-PEREIRA, 2009). Então, governança é o conjunto de normas, persuasão e procedimentos que são adequados à vida coletiva de determinada sociedade (MATIAS-PEREIRA, 2009). A democracia é um processo, é um viés que leva uma sociedade cada vez mais livre e participativa. A transparência da estrutura de poder estatal e o respeito aos interesses da sociedade são a única segurança de paz social. Do ponto de vista dos autores, os partidos políticos devem ser responsáveis pela governabilidade, pois somente assim existirá maior propriedade na governança. A Governança, portanto, é constituída por um conjunto de novos mecanismos do poder de controle, que existem para fazer com que uma organização atinja os objetivos estipulados pelos seus acionistas e demais participantes. Passam a ampliar a concepção restrita de gestão para a arte de governar, o que significa englobar o processo de participação (MATIAS-PEREIRA, 2009). Pode-se entender ainda que governança se refere a um processo de interação político-social, na qual se exige uma mudança na atuação pública, uma vez que se faz necessário reconhecer que os governos não possuem todas as respostas e, neste sentido, a participação social e a inteligência coletiva,são fatores determinantes em prol da concepção e implantação das políticas públicas (COSTA; CARLEIAL, 2016). FIGURA 6– ZAMBONI, Heitor. Princípios básicos de governança. Disponível em:<https://heitorzamboni.wordpress.com/tag/principios-basicos-de-governanca/..Acesso em: 11 jul.2017. https://heitorzamboni.wordpress.com/tag/principios-basicos-de-governanca/..Acesso 12 Dentro dos conceitos refletidos importantes para esta pesquisa, é também o conceito de Políticas Públicas, que para Kauchakje (2007, p.61) “[...] são formas de planejamento governamental que têm o objetivo de coordenar os meios e os recursos do Estado, e também do setor privado para a realização de ações relevantes e politicamente determinado”. Segundo Souza (2006, p.36), outros elementos que compõe o conceito de políticas públicas, também complementam o conceito, são eles: A política pública permite distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que de fato, faz. A política pública envolve vários atores e níveis de decisão, embora seja materializada através dos governos, e não necessariamente se restringe a participantes formais, já que os informais são também importantes. A política pública é abrangente e não se limita a leis e regras. A política pública é uma ação intencional, com objetivos a serem alcançados. A política pública, embora tenha impactos no curto prazo, é uma política de longo prazo [grifos nossos]. Com isso, pode-se apreender que as definições, tanto de planejamento governamental quanto de políticas públicas, deixam claro que a implantação de planos envolve a participação coletiva, e considerar este aspecto implica em refletir sobre a capacidade de governar e desenvolver estratégias e mecanismos de efetiva participação, dentro de um contexto atual diverso, conforme acentua Klaus (2007, p. 137): De que forma e em que medida as novas formas de participação pública, crescentemente experimentadas por muitos municípios brasileiros nas últimas décadas, permitem criar canais de comunicação capazes de intermediar e mitigar os conflitos sociais existentes, contribuir para o aumento da governabilidade urbana e da legitimidade democrática das decisões políticas e, finalmente, estimular ações coletivas em prol do desenvolvimento sustentável [grifos nossos]. Atuar nesta realidade significa uma ação concentrada por parte de governos, e não resta dúvida que o alcance de uma sociedade justa e sustentável, está intimamente relacionado ao avanço da democracia, afirmadas na expressão do conceito de Barbosa, Soeiro e Bustilhos(1998, p. 9): O conceito de democratização de oportunidades está presente na promoção do acesso à infraestrutura e aos serviços básicos e sociais, do desenvolvimento de opções de ocupação e renda e da habitação para o trabalho. Procura-se dar condições aos indivíduos para participarem da dinamização socioeconômica local, buscando sua inserção na sociedade e no mercado de trabalho. Como resultado, espera-se construir condições apropriadas ao resgate da cidadania e à restauração do papel do Estado junto a estas comunidades. [grifos nossos]. 13 Na abordagem de governança, o enfoque das políticas públicas de rede enfatiza a natureza altamente interativa do processo político, como uma visão diferenciada. As organizações de governo não são o principal agente da política, e os processos e as atividades de gestão assumem um papel diferente. Assim, entender o contexto institucional é importante porque, a partir de uma rede de políticas públicas, a arranjos organizacionais é possível coordenar interações complexas entre os vários atores envolvidos nos processos políticos (KLIJN, 1998). Além disso, o próprio conceito de governança se revela complexo na sua tradução na prática, bem como no âmbito dos resultados, conforme aponta Kissler e Heidemann (2006): Deve-se às condições insatisfatórias da modernização praticada até agora o surgimento e atratividade de um novo modelo: a governança pública(public governance). Até que ponto trata-se de um novo conceito para regular as relações de troca entre os setores público e privado, entre Estado, mercado e sociedade? É particularmente desafiador responder em termos científicos a essa pergunta. O entendimento que se tem sobre governança pública não é muito claro; Max Weber diria tratar-se de um conceito sociologicamente “amorfo”. Não existe um conceito único de governança pública, mas antes uma série de diferentes pontos de partida para uma nova estruturação das relações entre o Estado e suas instituições nos níveis federal, estadual e municipal, por um lado, e as organizações privadas, com e sem fins lucrativos, bem como os atores da sociedade civil (coletivos e individuais), por outro. Pairam dúvidas não somente sobre as bases de cooperação entre esses atores, mas também sobre seus resultados. [grifos nossos]. Assim, determinar tais conceitos é fundamental para compreendermos como esta temática também apresenta controvérsias e complexidades, diante de uma sociedade que nos mostra um crescimento econômico e o aumento significativo da população mundial. Embora seja inevitável o crescimento futuro das cidades, falta um preparo mínimo para a expansão urbana, uma ineficiente, injusta e insustentável prática, que impõe enormes custos econômicos e ambientais às sociedades que dificilmente poderão suportar. 1.3.1 Sustentabilidade Por outro lado, contatamos que o processo histórico da Sustentabilidade é relativamente novo se comparado ao movimento ambientalista, e este último tem passado por grandes transformações ao longo dos anos. Mesmo a expressão sustentável, já foi muito utilizada sem o viés ambiental que tem hoje, como exemplo citamos a expressão 14 crescimento e economia sustentável. Neste caso, utiliza-se o termo sustentável com o significado de sustentação, continuidade ou estabilidade. É somente a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo professor Ignacy Sachs (1986/2002) e também pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que resultou no relatório Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum”, em 1987 nos quais o termo Ecodesenvolvimento ou Desenvolvimento Sustentável começa a ter destaque no movimento ambientalista, todas as áreas. Falar em Sustentabilidade segundo a Comissão Mundial: “[...] é usar os recursos de forma racional que permitam manter uma qualidade de vida no presente preservando os recursos para as gerações futuras” (MATSUNAGA, 2008). A preocupação central com a questão ambiental era com a produção e a população. Atribuía-se aos países do terceiro mundo como os responsáveis pelos problemas ambientais. Com o passar dos anos e dos movimentos de discussão, especialmente em duas convenções na década de 70, é que se debateu e tratou-se dos limites do crescimento da população mundial, da produção agrícola, da poluição e, consequentemente, dos aspectos da exaustão dos recursos naturais e a má produção tecnológica, ou seja, como poderia se produzir melhor e de forma mais racional (CARVALHO, 2013). Segundo Matsunaga (2008), a concepção que hoje se usa para determinar o termo sustentabilidade, foi originada a partir de vários movimentos relevantes, tais como: ▪ A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH) em 1972, na cidade de Estocolmo na Suécia - marco internacional da internacionalização - cria-se o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). ▪ Relatório Meados, ou Limites do crescimento publicado pelo Clube de Roma em 1971 ainda hoje discutido, atualizado e estudado, movimento importante. Desta forma, o vocábulo passa a ser adotado pelo documento das Nações Unidas em 1987. A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, com a participação da primeira-ministra da Noruega, GroHarlemBrundtland, no evento Rio +20 em 2012, publicação do relatóriochamado “Nosso futuro comum” (CARVALHO, 2013). Não podemos deixar de mencionar, a crítica feita na época ao termo “Desenvolvimento Sustentável”, mais pela palavra “desenvolvimento”, que era vista como “progresso e crescimento”, ligado ao acúmulo de riqueza de um país, e sua capacidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Comiss%C3%A3o_Mundial_sobre_Meio_Ambiente_e_Desenvolvimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland 15 de compra. De certa forma, o “Desenvolvimento” tem algumas características que implicam crescimento, mas isso não significa que ele não possa ocorrer de uma forma justa, ética, responsável e solidária. Dessa maneira, a expressão desenvolvimento necessariamente implica em Sustentabilidade e vice-versa, ou seja, não há desenvolvimento se não houver sustentabilidade. Segundo Juliana Carvalho (2013), o foco dos problemas ambientais era a poluição da pobreza, existentes nos países não desenvolvidos chamado de sul e, assim, segundo a autora, nesse encontro definiram: [...] que os países do Sul tinham que crescer, pois crescendo eles eliminam a pobreza, porque ela, sim, é a poluidora. É a geradora de iniquidade social, de um ambiente totalmente desgastado; ela é a geradora do que chamamos hoje em dia de poluição da pobreza. É daí que vem essa cobrança por parte dos países desenvolvidos, essa necessidade de crescimento que até hoje podemos ver na forma do nosso PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, mas na verdade a ideia era o desenvolvimento sustentável. A ideia de desenvolvimento sustentável era o crescimento econômico, a distribuição de riquezas e a proteção ambiental [grifos nossos]. Com essa ponderação surgiram as questões sobre as formas de consumo, dos países do norte, ou seja, segundo Carvalho, (2013). [...] O estilo de vida consumista está realmente relacionado à crise ambiental? À iniquidade social? Bom, naquela época, a causa da crise ambiental era a pobreza e as tecnologias poluidoras. E surgiram as soluções, que são válidas até hoje e muito importantes para quem atua na área. Com estas questões levantadas o termo sustentabilidade surgiu segundo Carvalho, (2013) como: [...] desenvolvimento sustentável e de maneira alguma pode ser dissociado de economia. Nem pode ser dissociado de consumo, pois consumo é inerente ao ser humano [...]. [...] Assim, na verdade, a sustentabilidade está intimamente ligada à economia, à preservação, à justiça social. Segundo Carvalho, (2013), na década de 90, foi implantado no Brasil quatro marcos de regulação: as regulamentações ambientais, as políticas de gestão ambiental, e as certificações e normatizações (SO). Aliado aos marcos de regulação prevalece à premissa de que: [...] A ideia de sustentabilidade hoje, no Brasil, é sustentar a indústria, com tudo que há de mais moderno em termos sociais, ambientais e econômicos. Houve mudança nas formas produtivas e incorporação de procedimentos ambientais até então tratados como externalidades. As indústrias tornaram-se 16 responsáveis pelo seu lixo, pela água que joga fora e, ainda deveriam ser responsáveis pelo produto que vendem e pelo que acontece com ele depois. Recentemente houve um grande avanço: a Lei Nacional dos Resíduos Sólidos, em que teoricamente a indústria é responsável pelos resíduos [grifos nossos]. Nas reflexões teóricas da ANPUR2 verifica-se a preocupação da reflexão ambiental, articulada à organização territorial, combinadas as emergências das experiências cotidianas e o meio ambiente, como campo de diferentes representações sociais. Redefinir meio ambiente implica não só dar-lhe historicidade e trazê-lo para o campo da política, mas desvendar a configuração da ação do poder. Assim, transformar esta realidade significa uma ação concentrada por parte de governos, dentro de uma visão transversal, como também de uma mudança cultural. Mais uma vez, a questão fundamental consiste em saber quem produz espaço, e para quê e como essa produção de espaço atinge as relações sociais. A própria definição/noção de desenvolvimento sustentável pressupõe um conjunto de aspectos complexos, segundo afirmam Coutinho, Macedo-Soares e Silva (2006 p. 767). Com estas considerações, também faz parte da agenda de providências, considerar os aspectos do modo de vida urbano e como isto tem impactado sobre o meio ambiente, identificada nas seguintes causas: crescimento populacional, desperdício dos recursos, pobreza, como grande ameaça à saúde humana e ao meio ambiente, falta de responsabilidade ambiental e ignorância ecológica (MILLER, 2007). Assim, no conjunto desta realidade, o processo de democratização e a apresentação organizada dos anseios por parte da sociedade, se constituem também em mais um desafio principalmente no tocante ao planejamento governamental e na medição dos resultados face aos propósitos e objetivos estabelecidos em termos de governo. Neste sentido, a administração por resultados tem sido uma preocupação recente, e vem com o advento de novos modelos de gestão, que além do foco no cumprimento da legalidade traz as demandas contemporâneas de responder à sociedade com eficiência, eficácia e efetividade e dentro de um contexto histórico, Santos (2008, p.70) aborda: A partir do período do pós-guerra, o estado procurou fortalecer-se por meio do estabelecimento de políticas públicas para a promoção do desenvolvimento econômico e dos serviços públicos. Essa ideia estava baseada no conceito soberano de Estado-nação, que pregava a extensão de sua proteção à sociedade. Nesse contexto, a gestão dos serviços públicos desenvolveu-se com estruturas centralizadas hierarquizadas. Contudo, nos anos 1980, os modelos de gestão – tanto públicos quanto privados – absorveram a lógica da qualidade da prestação de serviços voltada para os clientes. [grifos nossos]. 2 ANPUR – Associação Nacional de Planejamento Urbano e Regional. 17 No entanto, são fatores que ao serem considerados, não podem ser vistos desconexos dos valores, crenças e noções que desenham a cultura de um povo, como também não pode estar dissociado das influências do pensamento único, da produção e reprodução de práticas que ainda não permitem a construção de uma sociedade igualitária, justa e sustentável. Ao avaliar a administração pública observa-se uma estrutura ainda muito pesada, conforme análise de Matias-Pereira (2009, p.10): O exame da literatura sobre a administração pública brasileira na atualidade nos revela que a sua estrutura atual permanece pesada, burocrática e centralizada. E mesmo diante dos reflexos provocados pela globalização e pelas crescentes pressões da sociedade, ela não tem sido capaz de responder adequadamente, enquanto organização, às demandas e aos desafios da modernidade [grifos nossos]. Por outro lado, no âmbito institucional e político da administração pública identificamos atualmente instrumentos que objetivam o alcance de resultados, bem como a participação popular, que se implantados podem transformar e atuar em cenários diversos. São exemplos desta realidade: o Plano Diretor Municipal3, Plano Plurianual4, a Lei de Responsabilidade Fiscal e o Estatuto das Cidades. FIGURA 7 – PONTES, Walter. Leis orçamentárias. Disponível em:<http://slideplayer.com.br/slide/298195/>.Acesso em: 10 ago.2017. 3 Segundo o Ministério das Cidades (2007): O plano diretor municipal de cada atividade deve servir para incentivar os municípios, a avaliar e implantar todo sistema de planejamento municipal e tem como um dos aspectos importantes à participação da população. 4 Segundo Garcez e Silveira, (2002, p.36): O Plano Plurianual é um instrumento para planejar o Município na qual estabelece diretrizes, objetivos e metas da administração pública por um prazo de pelo menos quatroanos. Elaborar esse plano é decidir quais são os investimentos mais importantes para o desenvolvimento do Município, e com isso permitir mudanças de impacto no sistema de planejamento e orçamentos federais, assim como na gestão pública. http://slideplayer.com.br/slide/298195/%3e.Acesso 18 Além deste aspecto, considerar a capacidade do governo no âmbito da gestão municipal se constitui, em uma das tarefas mais difíceis frente a estas demandas, especialmente de uma sociedade que migra para uma comunidade chamada “sociedade da informação”, sem dúvida é uma transição que modifica práticas urbanas e impõe novos desafios à administração municipal. Assim, para realizarmos uma análise mais completa e criteriosa, deve-se considerar um conjunto de fatores que interferem no planejamento e gestão urbana, por meio de uma abordagem integrada e visão multifocal. Dessa forma, fica evidente a importância da questão técnica, porém, não se constitui no único ingrediente frente à disputa que se trava na esfera pública pela proposta de ocupação de um espaço público (DANIEL, 2003, p. 61). 1.4O ESTATUTODA CIDADE E DO PLANO DIRETOR A Lei Federal nº 10.257 de 2001, mais comumente denominada de Estatuto da Cidade, foi criada para regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que tratam da política de desenvolvimento urbano e da função social da propriedade. O Estatuto da Cidade é uma tentativa de democratizar a gestão das cidades brasileiras por meio de instrumentos de gestão, dentre os quais podemos destacar o Plano Diretor, obrigatório para toda a cidade com mais de vinte mil habitantes ou aglomerados urbanos. A aplicação destes instrumentos de gestão trazidos pelo Estatuto da Cidade tem como objetivo a efetivação dos princípios constitucionais de participação popular, ou gestão democrática da cidade e da garantia da função social da propriedade, que se constitui na proposição de uma nova interpretação para o princípio individualista do Código Civil, entre outros princípios que veremos na sequência. 19 FIGURA 8 – BASTOS, Cawana. Planejamento urbano – Estatuto da cidade. Disponível em:<https://www.slideshare.net/chawanabastos/planejamento-urbano>.Acesso em: 11 ago.2017. A questão da função social da propriedade é umas das indagações fundamentais, trazidas pelo Estatuto da Cidade e também das mais polêmicas. Segundo o documento, cabe ao Município à promoção e controle do desenvolvimento urbano de acordo com a legislação urbanística, e a fixação das condições e prazos para o parcelamento, edificação ou utilização de compulsórios da propriedade. 1.4.1 Plano Diretor Os primeiros “Planos Diretores”, tem sua origem, ao final do século XIX e no início do século XX, a partir das necessidades provenientes da industrialização e do desenvolvimento econômico de grandes centros europeus. A segunda fase desses planos foi compreendida entre as décadas de 50 e 70, no contexto do acentuado crescimento demográficos do período, com a incorporação do pensamento estratégico em realizar o planejamento em uma projeção de 25 a 30 anos. Nesse período, foi considerado o conceito de dinâmica urbana, tendo em vista o crescimento demasiado da população, o êxodo rural, as necessidades presentes e futuras, de moradia, saneamento, transporte, emprego, e outros. No Brasil, as primeiras práticas de planejamento urbano, foram isoladas e, de maneira geral, refletiram a iniciativa de governos locais, não conseguindo concretizar uma política urbana para o país. Inicialmente, foram desenvolvidos apenas para as grandes cidades. Até a Constituição Federal de 1988, a articulação em termos de planejamento urbano, consistia em programas aos quais somente os estados e municípios que tivessem condições de obter financiamentos para projetos específicos poderiam participar. https://www.slideshare.net/chawanabastos/planejamento-urbano%3e.Acesso 20 O Plano Diretor, no texto constitucional, é definido como sendo: “[...] o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana” (art. 182, §1º). A finalidade de um Plano Diretor é fazer com que a vida urbana seja mais confortável, aproveitável, segura, além de fornecer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Ele inclui quase sempre instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades comerciais. Esse documento legal recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O documento geralmente divide a comunidade em segmentos separados para casas e edifícios de apartamentos, comércio, indústria e áreas para instalações públicas. A altura- limite das estruturas também é delimitada, sendo que geralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a construção de pequenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção de prédios de apartamentos e de casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não impõem restrições quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer área da cidade, como em Houston, Texas e os Estados Unidos. O Plano Diretor, que é obrigatório para municípios com mais de 20 (vinte) mil habitantes, vai orientar o crescimento da cidade pelos próximos 16 (dezesseis) anos. Além disso, a lei dá diretrizes para atualização de outras leis importantes, como a de Zoneamento, a de Uso e Ocupação do Solo e o Código de Edificações. Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma determinada região e regular os tipos de serviços a serem oferecidos dentro de uma região estabelecida, permitindo, por exemplo, a presença de pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias. Alguns planos podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso mistas, com uma combinação de indústrias, comércio e residências. Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da comunidade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços públicos como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas, tais como ruas e vias expressas, também podem ser incluídos. 21 FIGURA 9 – MINISTÉRIO DAS CIDADES. Plano diretor participativo. Disponível em:<http://slideplayer.com.br/slide/1700880/>.Acesso em: 11 ago.2017. Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com a aparência de uma cidade, embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos diretores podem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e assistência social para os necessitados. Contemplam em suas diretrizes as questões de habitação, meio ambiente, patrimônio histórico e outros aspectos relacionados com o desenvolvimento das cidades, na direção da promoção das melhores condições de vida a população. Requer como premissas a participação social, por meio de associações representativas e a sociedade em geral no planejamento municipal e, por conseguinte, dos trabalhos de preparação e implantação do Plano Diretor. O Plano Diretor apresenta como principais conteúdos: • A organização do espaço para o desenvolvimento econômico. • A recuperação das zonas centrais por meio de projetos próprios a realidade de cada espaço. • A criação e organização de “subcentros estruturadores” nas regiões da periferia, conferindo capacitação e em consequência a maior autonomia dos moradores. • Projetos destinados ao aprimoramento do espaço e redução do consumo de energia. • Programas voltados para a preservação ambiental. • Preservação de áreas verdes com redução da poluição sonora e atmosférica, planos de coleta e tratamento de resíduos urbanos, dentre outros. http://slideplayer.com.br/slide/1700880/%3e.Acesso 22 1.4.2 Estatuto das CidadesPara o melhor entendimento sobre “O Estatuto da Cidade”, torna-se fundamental compreendermos os movimentos anteriores de discussão sobre os fenômenos sociais urbanos, que deram origem a Lei Federal nº 10.257/01 – Estatuto da Cidade, que foi instituída para regulamentar os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, do capítulo de Política Urbana. Os movimentos de “Reforma Urbana” ou denominado também, como de “Renovação Urbana”, foram expandidos a partir II Guerra Mundial e, neste período foi intensificado com o propósito de realizar a reposição de áreas do tecido urbano consolidado, principalmente de centros antigos, bombardeados e deteriorados ou em decadência e, assim o planejamento urbano passava a se preocupar pela primeira vez, com as questões de infraestrutura e para melhorar as condições de vida. No Brasil, por meio do Seminário de Reforma Urbana, em 1963, foram discutidas e analisadas diretrizes, resultando em um documento que deu origem a proposta de criação de um órgão responsável pela política urbana, responsável para elaborar o Plano Nacional Territorial e um Plano Nacional de Habitação. Em sua redação foi incorporado, medidas estatais, que coloca a Reforma Urbana como atribuição do governo federal, com responsabilidades para o uso de solo urbano de forma justa; a ordenação de equipamentos voltados para o planejamento físico das cidades; e por fim, fornecimento de habitações a todas as famílias, na direção para o direito de todos. Na sequência o governo federal criou em 21 de agosto de 1964, a Lei nº 4.380, que instituiu o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo (SERFHAU). Neste período a meta era alcançar o desenvolvimento nacional e regional, e promover as reformas institucionais necessárias, por parte dos governos municipais, para fazer frente aos novos padrões de crescimento econômico. O termo denominado de Reforma Urbana foi retomado na década de 1980 e esse movimento, originou a incorporação aos artigos 182 e 183 do capítulo referente à política urbana na Constituição Federal de 1988. Assim, o Estatuto da Cidade tem por finalidade apresentar as diretrizes gerais da política urbana, tais como: • Garantia do direito a cidades sustentáveis. • Gestão democrática. 23 • Ordenação e controle do uso do solo. • Justa distribuição dos benefícios e recuperação dos investimentos do Poder Público. Anterior à instituição do Estatuto da Cidade, a terra urbana tinha por função atender aos interesses de seu proprietário, e com a instituição dessa lei a terra passa a representar um benefício da coletividade. Esta lei tem quatro dimensões fundamentais, quais sejam: a) Consolida a noção da função social e ambiental da propriedade e da cidade, como o marco conceitual jurídico-político para o Direito Urbanístico. b) Regulamenta e cria novos instrumentos urbanísticos para a construção de uma ordem urbana socialmente justa e includente pelos Municípios. c) Aponta processos político-jurídicos para a gestão democrática das cidades. d) Determina formas para materializar o direito social de moradia com a proposição de diversos instrumentos jurídicos, sendo alguns exemplos: o usucapião especial urbano; a concessão de direito real de uso e; a concessão de uso especial para fins de moradia. Assim, o Estatuto da Cidade não só consolidou o espaço da competência jurídica e da ação política municipal pela Constituição Federal de 1988, como também ampliou de modo significativo à questão da regularização fundiária. 1.4.2.1. Outorga Onerosa (Solo Criado) Pode-se dizer que a teoria criadora do instrumento de solo criado, englobam todos os instrumentos de regulação fundiária, e visa o privilégio dos interesses coletivos sobre os demais. Segundo Pedro Luiz Baracat (2006), a outorga onerosa ou (solo criado) do direito de construir, é um dos instrumentos do Estatuto das Cidades que deve constar do Plano Diretor como importante ferramenta para a preservação ambiental inclusive. 24 A aplicação deste instrumento faculta ao proprietário de um imóvel localizado em área de interesse público (histórico, paisagístico, cultural, regularização fundiária), o direito de construir em outro local. Como determina o artigo 30 do Estatuto da Cidade que uma lei municipal vá definir as condições a serem observadas para a implantação da outorga, ou seja, a fórmula, casos possíveis de isenções e contrapartida dos investidores, Resende e Furtado (2007) estabeleceram exemplos importantes para a compreensão do instrumento de outorga onerosa, abaixo especificados: Exercício • Terreno – 2.000 m². • CA básico = 1,5; CA máximo = 4,0. • Valor do terreno = R$ 100/m². • Construção pretendida: 6.600 m². • Pergunta-se: Que valor a municipalidade deve estabelecer como base para a contrapartida pela Outorga (OODC)? OODC – bases de cálculo. • O valor do terreno está relacionado ao seu potencial construtivo. • O potencial construtivo adicional requerido vai agregar (mais-) valor ao terreno. • O novo potencial deve estar parametrizado pelo seu uso no terreno em questão. • A contrapartida tem como base o benefício econômico alcançado. 25 FIGURA 10 – RESENDE, Vera;FURTADO,Fernanda. Minicurso 04- implantando a outorga onerosa: do direito de construir no meu município. Disponível em:<file:///C:/Users/Anhanguera/Downloads/Curso+oodc+Lincoln%20FERNANDA%20(3).pdf.>Acesso em:11ago.2017. 1.4.3 Operação Urbana Consorciada Trata-se de um conjunto de intervenções e medidas oriundas da Prefeitura Municipal com a participação de moradores, proprietários, usuários permanentes e investidores privados, mediante lei específica para transformar uma determinada área para que receba melhorias sociais, ambientais e urbanísticas. FIGURA 11 – CAVALCANTI, Carolina Baima. Planejamento urbano. – operação urbana consorciada Disponível em:<http://slideplayer.com.br/slide/1390103/>.Acesso em: 11 ago.2017. file:///C:/Users/Anhanguera/Downloads/Curso+oodc+Lincoln%20FERNANDA%20(3).pdf.%3eAcesso http://slideplayer.com.br/slide/1390103/%3e.Acesso 26 Por sua vez, Baracat (2006) exemplifica que pela cooperação entre o poder público e a iniciativa privada, uma área destinada a um grande empreendimento pode ser recuperada ambientalmente mediante a alteração de coeficientes, ficando o empresário encarregado de medidas compensatórias e mitigadoras como a recuperação de áreas degradadas de preservação permanente, relocação de famílias nelas residentes, criação de áreas verdes e outras obras ou serviços no mesmo local do investimento. Segundo Sandroni (2005), são exemplos de Operação Consorciada os Certificados de Títulos de Potencial de Construção Adicionais (CEPACs) emitidos pela prefeitura de São Paulo, e que foram vendidos em leilões eletrônicos na Bolsa de Valores de Paulo (BOVESPA). Eles dão aos portadores direitos de construção adicional, como uma área de piso maior e a capacidade de alterar o uso do imóvel. Financeiramente os CEPACs são a compensação econômica. Um empreendedor dá à administração pública em troca de novos edifícios direitos. Exemplo deste instrumento se deu em 1995, na operação urbana de Faria Lima, mas que só começou a operar em 2004, após a aprovação de 2001 pelo Estatuto da Cidade, que incluiu o CEPAC como instrumento que poderia ser usado em todo o território do Brasil. Os CEPACs funcionam tanto como atração pelo investimento privado, como forma de induzir desenvolvimentos para ajustar as transformações desejadas na política urbana. Os incentivos, que foram definidos pelas leis específicas, foram estabelecidos no estatuto da cidade, são modificações de índices e características de uso do solo. Em termos práticos, os CEPACs fazem parte de uma intervenção em uma grande área da cidade que exige infraestrutura e melhorias urbanas,como avenidas, drenagem, casas para pessoas que vivem em favelas, áreas públicas, equipamentos públicos e outros investimentos. O financiamento deve vir do valor incremental originado em mudanças no zoneamento. Os proprietários e / ou investidores de lotes localizados dentro do perímetro urbano, podem apresentar projetos e pagar com CEPACs pelos direitos adicionais de construir. A administração pública examina o projeto e analisa se é adequado do ponto de vista arquitetônico e urbano. Se for aprovado, o próximo passo é estimar o incremento de valor e como esse valor será compartilhado, entre o proprietário / investidor e o setor público. Cada operação consorciada possui uma porcentagem específica de participação do setor público, no valor criado pelos novos coeficientes de zoneamento. Em algumas situações, como da Operação Consorciada Água Branca, a participação mínima foi de 60% (sessenta por cento). Já na Operação Consorciada da 27 Faria Lima, foi de 50% (cinquenta por cento) até 2004, quando o sistema começou a vender CEPACs (SANDRONI, 2000). De 1990 a 2002, as administrações de São Paulo propuseram e aprovaramquatro Operações Consorciadas, sendo elas: 1-Anhangabaú-Centro; 2-Água Branca; 3- Faria Lima e 4- Água Espraiada. O Plano Diretor de São Paulo de 2002 consolidou estas quatro operações e criou mais nove: Diagonal Sul, Diagonal Norte, Carandiru-Vila Maria, Rio Verde-Jacu, Vila Leopoldina, Vila Sônia, Celso Garcia, Santo Amaro e Tiquatira. Destes e até abril de 2008, apenas a operação consorciada do Rio Verde-Jacu foi aprovada pelo conselho da cidade. 1.4.4Direito de Preempção No entanto, Pedro Luiz Baccarat (2008) nos ensina que o direito de preempção é a preferencia de aquisição pelo poder municipal de um imóvel, que seja objeto de alienação onerosa entre particulares, para preservação ambiental quando o Município necessitar de áreas verdes e de lazer, preservação de unidades ambientais, conservação de patrimônio histórico e cultural. FIGURA 12 – PREFEITURA DE JUNDIAÍ. Direito de preempção. Disponível em:<http://planodiretor.jundiai.sp.gov.br/texto-base/do-direito-de-preempcao/>.Acesso em: 11 ago.2017. http://planodiretor.jundiai.sp.gov.br/texto-base/do-direito-de-preempcao/%3e.Acesso 28 O direito de preempção para ser utilizado deve estar baseado na lei do plano diretor, e posteriormente regulamentado em lei específica que defina os critérios para a sua efetiva aplicação. Por exemplo, pode-se prever que determinado imóvel ao ser comercializado deva primeiramente ser oferecido ao poder público. 1.4.5 Lei de uso e ocupação do solo e o código de obras a)Reflexões Iniciais A lei de uso e ocupação do solo é parte integrante do plano diretor, e se ocupa da organização físico-territorial do espaço urbano municipal. Trata-se de uma lei que dispõe sobre a divisão das áreas urbanas, e estabelece parâmetros de usos no intuito de orientar e ordenar o desenvolvimento do espaço urbano municipal. Por zoneamento, entende-se a divisão do território em áreas (zonas) visando conferir a cada uma, usos e adensamentos diferenciados em função do sistema viário, da topografia e da infraestrutura existente. Os demais objetivos da divisão em zonas podem ser elencados da seguinte forma: 1) Proporcionar meios que garantam qualidade de vida à população, em espaço urbano adequado e funcional e o planejamento integrado as políticas públicas. 2) Preservar a escala da cidade e de seus valores naturais, culturais e paisagísticos. 3) Compatibilizar as políticas de incentivos à preservação do Patrimônio Cultural, Paisagístico e Ambiental. 4) Estabelecer critérios de ocupação e utilização do solo urbano, tendo em vista o bem estar do cidadão e o cumprimento da função social da propriedade. 5) Estabelecer critérios de ocupação e utilização do solo urbano, tendo em vista o bem estar do cidadão e o cumprimento da função social da propriedade. 6) Orientar o crescimento da cidade visando minimizar os impactos sobre áreas ambientalmente frágeis e incentivar o adensamento das áreas já urbanizadas. 29 7) Integrar o zoneamento, o uso e a ocupação do solo com o Sistema Viário e o Meio Ambiente. 8) Prever e controlar densidades construídas e de ocupação do solo urbano, como medida para a gestão do bem público, da oferta de serviços públicos e da conservação do meio ambiente. 9) Compatibilizar usos e atividades diferenciadas, complementares entre si, tendo em vista a eficiência do sistema produtivo e a eficácia dos serviços e da infraestrutura. b) Definições pertinentes O artigo 29 da Lei nº 26/09 preconiza sobre os critérios de zoneamento, sendo o uso da ocupação, e considera-se que o referido uso do solo é uma modalidade de Utilização de Parcelas do Solo Urbano por certas atividades dentro de uma determinada zona, podendo esses usos ser definidos como sendo: I - Permitidos: usos adequados à zona, sem restrições, e que dependem apenas das licenças de construção e funcionamento; II - Permissíveis: usos passíveis de serem admitidos nas zonas, desde que regulamentados pela Administração Municipal, após consulta aos órgãos competentes, e desde que não contradigam ou interfiram nos usos previstos por esta Lei; III - Tolerados: usos atuais, consolidados na vigência da legislação anterior, que são admitidos na presente; lei; IV - Proibidos: usos inadequados que, por sua categoria, porte ou natureza, são nocivos, perigosos, incômodos ou incompatíveis com as finalidades da zona correspondente [grifos nossos] (BRASIL, 2009). Porém, no artigo 30, o referido dispositivo legal dispõe que a ocupação do solo é a maneira como a edificação ocupa o lote, em função das normas e índices urbanísticos incidentes sobre aquele, que são: I - Dimensão do Lote ou Fração Mínima: área mínima do lote individual, quando do parcelamento de uma gleba, ou fração pela qual a área total da gleba deve ser dividida, com a finalidade de obter as frações ideais a elas aplicáveis. II- Taxa de Ocupação: percentual expresso pela relação entre a área de projeção ortogonal da edificação ou edificações e a área total do lote onde se pretende edificar. III-Coeficiente de Aproveitamento: valor que deve ser multiplicado pela área do terreno para se obtiver a área máxima a construir. IV-Recuos Frontais, Laterais e de Fundos: distância entre o limite extremo da edificação e cada uma das divisas do lote; os recuos frontais serão medidos a partir do alinhamento predial, sendo que os demais a partir de linhas paralelas às divisas do lote, salvo projeções de saliências em edificações, nos casos previstos em lei. 30 V- Altura da Edificação: é a dimensão vertical máxima da edificação, expressa em metros, quando medida de seu ponto mais alto até o nível do terreno, ou em número de pavimentos a partir do térreo, inclusive (BRASIL, 2009). VI- Taxa de Impermeabilização: percentual expresso pela relação entre a área ocupada pelas edificações - estacionamentos, acessos, quadras, piscinas -, ou seja, área impermeabilizada do lote e a área total do lote. Parágrafo único. Para efeito do inciso IV, os lotes de esquina deverão observar o recuo frontal em ambas às frentes, inclusive no pavimento de subsolo, e testada mínima acrescida na dimensão correspondente ao recuo mínimo frontal. (BRASIL, 2009) [grifos nossos]. Assim, a amplitude do zoneamento abrange todas as atividades exercidas sobre o solo urbano, em qualquer escala ou nível da iniciativa privada ou pública. Pode-se dizer de forma singular que a lei de uso do solo insere o zoneamento das áreas urbanas, a fim de delimitá-las dentro do perímetro urbano e conformadas por um mapa de macro zoneamento e outro de zoneamento, os quais são partes integrantes da lei. Assim os mapas demonstram as delimitações das zonase suas subdivisões, as quais são definidas de acordo com o uso e com a fragilidade ambiental de cada uma delas. De forma geral o zoneamento de uma cidade também define as atividades que são permitidas ou não dentro de uma determinada zona, de acordo com a sua utilização, assim inclui a classificação de usos admitidos nas diferentes zonas e setores urbanos, bem como, a especificação dos parâmetros de ocupação do solo urbano. c)Classificação Pode-se demonstrar assim um exemplo de delimitação de zonas, discriminado na sequência, conforme dispõe a Lei nº 045/2011, art.12, capítulo II, zoneamento: I – Zona de Interesse Turístico (ZIT) II – Zona Residencial e Comercial (ZRC); III – Zona de Comércio e de Serviço (ZCS); IV – Zona Industrial (ZI); V – Zona Residencial (ZR); VI – Zona de Expansão Urbana (ZEU); VII – Zona de Preservação Permanente (APP); VIII – Área Verde Pública (AVP). IX – Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). §1º – Zona de Interesse Turístico (ZIT) A Zona de Interesse Turístico: corresponde às áreas que estimulem as possibilidades econômicas relacionadas à produção local com interesse turístico, tornando-se um atrativo para o desenvolvimento turístico sustentável, após a elaboração do inventário turístico. §2º – Zona Residencial e Comercial (ZRC) A Zona Residencial e Comercial incorpora as áreas onde é permitido o uso residencial, comercial e o uso de serviços, tendo por objetivos: 31 Nessa zona será permitido o uso residencial e os usos de comércio e serviços que não gerem poluição sonora ou ambiental, para esse zoneamento os objetivos são: a) ocupar vazios urbanos, aprimorando a infraestrutura existente; b) garantir a continuidade do sistema viário e da qualidade de desenho urbano nos novos loteamentos; c) garantir a inclusão urbana da população marginalizada; d) garantir o predomínio do uso habitacional de média densidade; e) permitir uma diversidade no parcelamento do solo. §3º – Zona de Comércio e de Serviço (ZCS) Esta zona permite os usos de caráter comercial e toda e qualquer atividade que se destaque na área econômica e que estimule as possibilidades econômicas, caracterizada pela relação de troca, ou atividade caracterizada pelos préstimos de mão de obra. Também deve aprimorar a infraestrutura existente, com a ocupação adequada dos parcelamentos e edificações, bem como, priorizar o atendimento de novos empreendimentos. §4º – Zona Industrial (ZI)5 Nesta área estão contidas as atividades que resultam na produção de bens pela transformação de insumos. A Zona Industrial tem por objetivo repartir o solo com intenção de um melhor desenvolvimento da atividade industrial exercida, como buscar a diminuição dos impactos negativos ao meio ambiente, tendo por objetivos: a) o Poder Público Municipal deve definir incentivos fiscais, de forma a induzir a ocupação nesta Zona; b) otimizar o Parque Industrial fomentando a economia local, com a infraestrutura apropriada e a ocupação adequada dos parcelamentos desta zona; c) criar anéis verdes com intuito de isolamento assimilando suas respectivas poluições. d) priorizar o atendimento de novos empreendimentos. §5º – Zona Residencial (ZR) Nesta zona incluímos áreas com edificações destinadas à habitação permanente ou transitória. Assim será permitido o uso residencial cujos objetivos são a) ocupar vazios urbanos, aprimrando a infraestrutura existente; b) garantir a continuidade do sistema viário e da qualidade de desenho urbano nos novos loteamentos; c) garantir a inclusão urbana da população marginalizada; d) garantir o predomínio do uso habitacional de média densidade; e) permitir uma diversidade no parcelamento do solo. §6º – Zona de Expansão Urbana (ZEU) As áreas incluídas nesta zona prestam-se a destinação futura como expansão da ocupação urbana da cidade e, somente poderá ser parcelada e ocupada, após a Zona Residencial atingir 80% (oitenta por cento) do total de ocupação definida na lei. §7º – Zona de Preservação Permanente (APP) Nesta zona encontram-se aa Áreas de Preservação Permanentes que correspondem às áreas de mata nativa e de fundo de vale dos rios localizados 5PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMITAL. Lei nº 045/2011. Disponível em:<http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf>>Acesso em: 10 ago. 2017. http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf%3e%3eAcesso 32 dentro do perímetro urbano, cujas dimensões devem respeitar as legislações pertinentes, conforme estabelecido no art. 14 desta lei. §8º – Área Verde Pública (AVP). Nesta zona situa-se as áreas verdes públicas, que são as áreas destinadas às atividades recreativas e de lazer destinadas ao uso da população. Com o objetivo de incrementar a qualidade de vida e oferecer opções de interação com o meio ambiente por meio de praças, parques, reservas, pedreiras, lagos, rios e nascentes com ciclovias em áreas que ainda têm uma cobertura vegetal expressiva, a interação no conjunto oferece maior beleza para a cidade e qualidade de vida à população, tais usos permitidos para essa zona deverão respeitar os permitidos pela Resolução n° 369/2006 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e está dividida em quatro porções e corresponde às áreas de melhorias urbanas, ao norte, ao noroeste, outra a sudeste e a sudoeste, nas quais deverão ser implantados projetos de reurbanização, de integração educacional e área de lazer, interligadas por ciclovias abrangendo todo o perímetro urbano proposto com a implantação do Parque Municipal, tendo por objetivos: a) proteger e ampliar a cobertura vegetal com o objetivo de incrementar a qualidade de vida e oferecer opções de interação com o meio ambiente a partir de praças, parques, reservas, pedreiras, lagos, rios e nascentes - Áreas de Preservação Permanente (APPs); b) incentivar o desenvolvimento de áreas de lazer ambiental; com o desenvolvimento de projeto específico para esta zona, compreendendo projeto ambiental, definição de equipamentos de lazer e traçado das vias de acesso; c) apoiar o desenvolvimento de programas visando a educação ambiental, proteção e reconstituição das estruturas ambientais; d) proibir o parcelamento do solo; e) criar mecanismos de compensação que permitam proteger e ampliar a cobertura vegetal na área urbana; f) recuperar e manter a qualidade ambiental na área urbana; g) permitir a construção de equipamentos públicos §9º – Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Nesta zona situam-se as áreas que de Interesse Social que visam à promoção da regularização fundiária, relocação ou remoção da população quando avaliado como necessário pelo órgão responsável. d)Tabelas A ocupação do solo de um Município pode ser resumida de acordo com a tabela discriminada na sequência: Tabela 1 - Parâmetros de Ocupação de Solo 33 Zona Coeficiente de Aproveitamento Características de Dimensionamento e Ocupação dos Lotes Recuos Mínimos* (m) Mínimo Básico Máximo Taxa de Ocupação (%) Taxa de permeabilidade e Mínima (%) Lote Mínimo (m²) Frente Mínima (m) Gabarito de Altura (m) Frente (m) Lateral Fundos ZIT 0,05 1 3 50 30 300 12 10 3 1,5 2 ZR 0,10 1 1,0 50 30 250 10 10 4 1,5 2 ZRC 0,15 1 1,5 50 30 200 10 10 3 1,5 2 ZCS 0,2 1 2,5 80 15 150 06 25 Não 1,5 2 ZS 0,05 1 1 80 15 200 10 10 3 1,5 2 ZI - - - 80 20 1000 20 - 10 - - APP - - - - - - - - - - - AVP Estudo de cada caso pelo Executivo ZEU - - - - - - - - - - - ZEIS - - - - - - - - - - - TABELA 1 - PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMITAL. Lei nº 045/2011. Disponível em:<http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf>>Acessoem: 10 ago. 2017. Tabela 2 - Usos Permitidos, Permissíveis,Tolerados e Proibidos Permitidos Permissíveis Tolerados Proibidos ZR Residencial Unifamiliar; Conjuntos Habitacionais; Estabelecimentos de Saúde, Templos Religiosos, Estabelecimentos Educacionais. Comércio Local: Açougues, Frutarias, Armazéns, Padarias, Mercados, Farmácia, Armarinho, Papelaria e Livraria, Banca de Jornal e Revistas, Floricultura, Butiques, Discotecas, Sapatarias, Supermercado. Equipamentos Recreativos em Geral, tais como Lazer e Cultura Institucional Pequenas Indústrias Domésticas e Artesanais: Doces, Cerâmica, Ateliê de Costura, Couro, Perfume, Bijuterias e Joias em geral. Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Hotéis, Indústrias de: Móveis, Beneficiamento de Alimentos, Serralheria, Oficinas Mecânicas, Comércio de Grande Porte, Depósitos em Geral, Postos de Gasolina, Indústrias e Depósitos de Grande Porte. http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf%3e%3eAcesso 34 Permitidos Permissíveis Tolerados Proibidos ZRC Residencial Unifamiliar; Conjuntos Habitacionais; Comércio Local como: Açougues, Frutarias, Armazéns, Padarias, Mercados, Farmácia, Armarinho, Papelaria e Livraria, Banca de Jornal e Revistas, Floricultura, Butiques, Discotecas, Sapatarias, Supermercado. Equipamentos Recreativos em Geral, tais como Lazer e Cultura Institucional Pequenas Indústrias Domésticas e Artesanais: Doces, Cerâmica, Ateliê de Costura, Couro, Perfume, Bijuterias e Joias em geral. Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Hotéis, Indústrias de: Móveis, Beneficiamento de Alimentos, Serralheria, Oficinas Mecânicas, Comércio de Grande Porte, Depósitos em Geral, Postos de Gasolina Indústrias, Depósitos de Grande Porte. ZCS Serviço Local e Central: Bancos e Agências Financeiras, Pousadas e Pensões, Serviços Técnicos Profissionais, Restaurantes, Bares, Lanchonetes e Similares, Agências de Turismo, Estúdios Fotográficos, Agências Lotéricas, Agências Funerárias, Agências Públicas em Geral. Institucional Pequenas Indústrias Domésticas e Artesanais: Doces, Cerâmica, Ateliê de Costura, Couro, Perfume, Bijuterias e Joias em geral Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei ZI Indústria de Grande Porte. Indústria de Médio Porte. Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Todos os demais. ZIT Hotéis, Pousadas Agências de Turismo, Restaurantes, Bares, Lanchonetes e similares, Comércio de Grande, Médio e Pequeno Porte. Serviço Local e Central: Bancos e Agências Financeiras, Pensões, Serviços Técnicos Profissionais, Estúdios Fotográficos, Agências Lotéricas, Agências Públicas em Geral. Institucional Pequenas Indústrias Domésticas e Artesanais: Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Indústria de Médio Porte. 35 Permitidos Permissíveis Tolerados Proibidos Doces, Cerâmica, Ateliê de Costura, Couro, Perfume, Bijuterias e Joias em Geral. APP Nenhuma Edificação será Permitida nesta Zona AVP Estabelecimentos Educacionais, Atividades Ligadas ao Lazer e Recreação. Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Todos os demais ZEU Uso Liberado para Habitação Unifamiliar somente com Parecer do Órgão Competente. Todos os usos regulamentados anteriores a esta Lei Todos os demais. TABELA 2- PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMITAL. Lei nº 045/2011. Disponível em:<http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf>>Acesso em: 10 ago. 2017. e)Modelo de Mapa Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano da Sede FIGURA 13 - PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMITAL. Lei nº 045/2011. Disponível em:<http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf>Acesso em: 10 ago. 2017. 1.5O CÓDIGO DE OBRAS Muitas vezes ao iniciar um projeto, precisamos consultar o Código de Obras do Município, para saber o que é permitido ou não, construir em determinada região. O Código de Obras é um conjunto de leis que permite a administração municipal, controlar e fiscalizar o espaço construído e seu entorno. http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf%3e%3eAcesso http://www.palmital.pr.gov.br/portal/uploads/db8f435ec0e935ca4855c6f348c1eea1.pdf%3eAcesso 36 Ou seja, é no Código de Obras que estão definidos os conceitos básicos que garantem o conforto ambiental, segurança, conservação de energia, salubridade e acessibilidade, atualmente com grande foco nas pessoas portadoras de necessidades especiais ou mobilidade reduzida, com o objetivo de permitir uma melhor qualidade de vida para as pessoas, seja na área urbana ou rural do Município. Ele é de extrema importância para que escolas, pontos comerciais e instituições ligadas à saúde, por exemplo, garantam a acessibilidade universal e descarte correto de resíduos, ou para que grandes edifícios garantam a ventilação e insolação em todos os cômodos, além de redução de ruídos de uma unidade para outra. FIGURA 14 – MACHADO, Gisele. Revista Apartes nº 17. Por dentro das edificações. Disponível em:<http://www.camara.sp.gov.br/apartes/revista-apartes/numero-17/por-dentro-das-edificacoes/>. Acesso em: 12 ago.2017. Conforme definição do IBAM6,o Código de Obras e Edificação do Município estabelece normas que disciplinam a atividade construtiva, quais sejam: a elaboração de projetos e execução de obras e instalações, em seus aspectos técnicos estruturais e funcionais para todas as zonas urbanas definidas na Lei Municipal do Perímetro Urbano. Assim, o Município cumpre o seu papel de implantar a política urbana com impacto direto na qualidade do ambiente urbano. O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (2017) ressalta que o código é o campo de interesse de beneficiários diretos, especialmente projetistas, técnicos, construtores e demais usuários que lidam diariamente com processos de elaboração de projetos, licenciamentos e regularidade de edificações. 6 IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Pública. http://www.camara.sp.gov.br/apartes/revista-apartes/numero-17/por-dentro-das-edificacoes/%3e.%20Acesso 37 O Código de Obras e Edificações varia de acordo com cada Município e possui as normas técnicas para qualquer tipo de construção. Ali também estão definidos os procedimentos para aprovação dos projetos, licenças para execução das obras, metodologia para fiscalização da execução destas obras e aplicação de eventuais penalidades no caso de descumprimento da lei. Na prática o Código de Obras e Edificações integra os cuidados que devemos ter tanto com a legislação urbana municipal, quanto com as normas já estabelecidas por outros órgãos públicos ou reguladores em relação à construção civil, e deve ser estudado juntamente com as leis do Plano Diretor do Município que englobam aspectos como Taxa de Ocupação e Coeficiente de Aproveitamento do lote, essenciais para a correta concepção de um projeto. FIGURA 15 – MOREIRA, Maria Thereza Carvalho. Código de obras e edificações. Disponível em:<http://solucoesri.com.br/2017/06/23/desafios-e-beneficios-do-novo-coe/>.Acesso em: 11 jul.2017. 1.5.1Principais Tópicos do Código de Obras A seguir apresenta-se um exemplo de sumário da Lei do Código de Obras comentado a cada capítulo: TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Neste capítulo serão abordadas situações gerais de construção e reforma definidos critérios de habitação de interesse social, bem como, orientação para atendimento às normas de acessibilidade. http://solucoesri.com.br/2017/06/23/desafios-e-beneficios-do-novo-coe/%3e.Acesso http://solucoesri.com.br/wp-content/uploads/2017/06/Solu%C3%A7%C3%B5es_Linkedin-Pulse-Mathe_artigo-novo-COE-Revista-Infra_imagem-foco-lei_22062017.png
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