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Patologia das construções

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO.
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA.
DEPARTAMENTO DE 	ENGENHARIA CIVIL.
	
PATOLOGIAS DAS CONSTRUÇÕES.
Tangará da Serra – MT.
Janeiro/2017.
	
	 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO.
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA.
DEPARTAMENTO DE 	ENGENHARIA CIVIL.
	
TRABALHO AVALIATIVO N1.
DISCENTE:				
DOCENTE:				
DISCUSSÃO:			
ROTEIRO PRÁTICO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO DE AVALIAÇÃO INVESTIGATIVA DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM PARECER TÉCNICO E DIFERENÇA ENTRE LAUDO TÉCNICO E PARECER TÉCNICO.
Tangará da Serra – MT.
Janeiro/2017.
INTRODUÇÃO
	O conceito de construção civil existe desde o começo da civilização como forma de adaptação das estruturas as necessidades do homem, sejam elas habitacionais (casas e edifícios), laborais (escritórios, indústrias, silos, galpões, etc.), ou de infraestrutura (pontes, cais, barragens, metrôs, aquedutos, etc.). A concepção dessas habilidades nos garantiu uma quantidade enorme de acervo cientifico, o que permitiu o desenvolvimento da tecnologia da construção, abrangendo a concepção, o cálculo, a análise e o detalhamento das estruturas, a tecnologia de materiais e as respectivas técnicas construtivas.
		A construção civil, no entanto, é uma industria tradicional e com grandes atrasos e dificuldade de se adequar a alterações, usando métodos de gestão atrasados e resistência a inovações tecnológicas. A baixa qualidade no processo, baixa qualidade no produto final e edificações que apresentam inúmeras não conformidades e patologias são constantemente toleradas. Essa grande quantidade de ocorrências patológicas é um indício que ainda há muito por se fazer em termos de qualidade, durabilidade, baixo custo, e em especial, a gestão das etapas e avaliação dos processos na construção civil.
	As avaliações dos processos e técnicas para prevenir a ocorrência de manifestações patológicas tem obtido grandes avanços no Brasil com as Normas Técnicas estabelecidas, que são a NBR 15575 (Norma de Desempenho), NBR 5674 (Norma de Manutenção), NBR 13752 (Norma de Pericias de Engenharia na Construção Civil) e a NBR 4037 (Norma do Manual de Uso, Operação e Manutenção), fundamentais para que os imóveis apresentem menos problemas, a realização de pericias e verificações seja correta, os custos de operação sejam menores e a vida útil apresente grande aumento, beneficiando toda a sociedade.
	Os avanços das normatizações trouxeram laudos e parecer técnicos que ajudavam a identificar problemas vinham acontecendo na área de construção por consequência de algum problema ou má administração em alguma fase da construção.
	Assim, esse texto irá demonstrar como desenvolver um laudo técnico em forma de check-list, identificando as patologias da construção e analisar a causa desses problemas.
DESENVOLVIMENTO
	Na elaboração de um laudo técnico devemos primeiro entender que esse roteiro de trabalho de inspeção predial não é único, porém, como ocorre com a maioria dos trabalhos técnicos investigativos, é recomendável um rumo, que possibilite sistematizar as ações mais genéricas, facilitando o desenvolvimento da atividade.
	A inspeção patológica irá identifica as anomalias, falhas de manutenção e irregularidades de uso, além de abordar os sistemas das edificações, classificá-las pela prioridade técnica em relação a intervenção e fornecer subsídios fundamentais para permitir ao inspetor predial ou representante legal da edificação o gerenciamento das ações da manutenção e reformas.
DIFERENÇA ENTRE PARECER TÉCNICO E LAUDO TÉCNICO
Laudo Técnico
	Peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá as suas conclusões ou avalia, fundamentadamente, o valor de coisas ou direitos.
	
Parecer Técnico
	Opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um profissional legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade.
METODOLOGIA DE VISTORIA
	A vistoria da construção deverá seguir as seguintes determinações:
Identificações do nível de inspeção:
	NÍVEL 1: Inspeção de Edificações com baixa complexidade técnica, de manutenção e de operação de seus elementos e sistemas construtivos.
	NÍVEL 2: Inspeção de Edificações com média complexidade técnica, de manutenção e de operação de seus elementos e sistemas construtivos, de padrões construtivos médios e com sistemas convencionais.
	NÍVEL 3: Inspeção de Edificações com alta complexidade técnica, de manutenção e operação de seus elementos e sistemas construtivos, de padrões construtivos superiores e com sistemas mais sofisticados
Verificação e análise da documentação:
	Recomenda-se analisar, quando disponíveis e existentes, os documentos administrativos, técnicos, manutenção e operação da edificação.
Obtenção de informações dos usuários, responsáveis, proprietários e gestores das edificações:
	Para que o laudo seja mais assertivo na identificação de patologias , recomenda-se obter informações através de questionários e entrevistas junto aos usuários, síndicos, gestores prediais, e demais responsáveis técnicos e legais pela edificação, principalmente no caso de modificações e reformas na edificação original.
Vistoria dos tópicos constantes:
	Recomenda-se que a vistoria na inspeção predial seja sistêmica e que abranja, minimamente, os seguintes sistemas construtivos e seus elementos:
Estrutura;
Impermeabilização;
Instalações hidráulicas e elétricas;
Revestimentos externos em geral;
Esquadrias;
Revestimentos internos;
Elevadores;
Climatização;
Exaustão mecânica;
Ventilação;
Coberturas;
Telhados;
Combate a incêndio.
Classificação e análise das anomalias e falhas quanto ao grau de risco:
CRÍTICO: Risco de provocar danos contra a saúde e segurança das pessoas e do meio ambiente;
MÉDIO: Risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade da edificação sem prejuízo à operação direta de sistemas, e deterioração precoce;
MÍNIMO: Risco de causar pequenos prejuízos à estética ou atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares.
Definição de prioridades;
	As prioridades deverão ser colocadas de forma crescente e de acordo com o grau de risco da edificação.
Recomendações técnicas;
	As recomendações técnicas constatadas através da analise de riscos deve ser apresentada de forma clara e simplificada para que seja de fácil entendimento para todos.
Avaliação da manutenção e uso da edificação.
Recomendações gerais e de sustentabilidade.
	Recomenda-se indicar todos os dados administrativos, de gestão e outros que possa gerar um uso racional dos recursos naturais, a preservação do conforto e segurança do usuário, conseguindo assim, obter uma melhor habitabilidade da edificação.
Elaboração do Laudo Técnico.
Responsabilidades:
	Os profissionais são responsáveis única e exclusivamente pelo escopo e pelo nível de inspeção contratada.
CHECK-LIST DE ELABORAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO
	A Norma Técnica 13572, indica que a apresentação de um laudo técnico deve constar obrigatoriamente:
a) Indicação da pessoa física ou jurídica que tenha contratado o trabalho e do proprietário do bem objeto da perícia;
b) requisitos que devem ser atendidos na perícia conforme 4.3 da NBR 131572;
c) relato e data da vistoria, com as informações relacionadas em 5.2 da NBR 13572;
d) diagnóstico da situação encontrada;
e) no caso de perícias de cunho avaliatório, pesquisa de valores, definição da metodologia, cálculos e determinação do valor final;
f) memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras informações relativas à sequencia utilizada no trabalho pericial;
g) nome, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do perito de engenharia.
	E qualquer perícias de engenharia na construção civil devem ser acompanhadas da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), conforme estabelece a Leinº 6496/77
	Podemos, assim, retirar da NBR 13572 os seguintes tópicos que o laudo técnico poderá ter:
- Identificação do solicitante
- Classificação do objeto da inspeção
- Localização
- Data da Diligência
- Descrição Técnica do objeto
- Tipologia e Padrão Construtivo
- Utilização e Ocupação
- Idade da edificação
- Nível utilizado
- Documentação solicitada, documentação entregue e documentação analisada
- Descrição do Critério e Método da Inspeção Predial
- Das informações gerais consideradas
- Lista de verificação dos elementos construtivos e equipamentos vistoriados, descrição e localização das respectivas anomalias e falhas constatadas
- Classificação e análise das anomalias e falhas quanto ao grau de risco
- Indicação de prioridade
- Avaliação da manutenção e condições de uso da edificação e dos sistemas construtivos
- Recomendações técnicas
- Recomendações gerais e de sustentabilidade
- Relatório Fotográfico
- Recomendação do prazo para nova Inspeção Predial
- Data do laudo
- Assinatura do(s) profissional (ais) responsável (eis), acompanhado do nº do CREA ou do CAU e nº do IBAPE
- Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT)
EXEMPLO LAUDO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS COM PARECER TÉCNICO
	O exemplo de laudo usado, não abrange todas as exigências do check-list mas, ainda assim, comporta grande parte delas e, como foi dito, não existe uma única forma de elaborar esse tipo de conteúdo.
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 – Dados
1.1.1 – Interessado / Solicitante 
Nome: Hugo de Souza Oya
CPF: XXXXXXXXXXXX
RG: XXXXXXXXXXXXX
1.1.2 – Responsável Técnico / Elaborador 
Nome: Bruno Almeida Narciso
Título: Engenheiro Civil 
Registro: XXXXXXXXXXX
 Registro Nacional Profissional (RNP): XXXXXXXXXXX
CREA-MT: XXXXXXXXXX
Contato: cel: (65) 9 9624-8432 / e-mail: bruno@neocon.com
1.2 – Datas deste trabalho
	Dezessete de janeiro de dois mil e dezessete
1.3 – Fatos
	O solicitante ao visualizar algumas fissuras e infiltrações no imóvel, contratou um engenheiro para fazer uma analise técnica das patologias apresentadas pela edificação.
1.4 – Objetivos do laudo
	Retratar as patologias presentes no imóvel do contratante, através do laudo de avaliação investigativa de manifestações patológicas com parecer técnico.
2 – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
2.1 – Local e características da unidade de imóvel da perícia.
	ESTADO: Minas Gerais
	CIDADE: Montes Claros		Próximo a Prefeitura Municipal
	ENDEREÇO: R. Piaui; Bairro Centro	NUMERO: 1716
	COORDENADAS: Latitude: 16°44’06”S	 Longitude: 43°51’42”W
2.2 – Coletas das patologias
	A visita ao imóvel do contratante foi feita no dia dezessete de janeiro de dois mil e dezessete. Com aprovação do proprietário e em sua companhia o engenheiro responsável pelo laudo, percorreu o imóvel e reconheceu as anomalias do local e da vizinhança do imóvel, assim fazendo uma vistoria preliminar antes do fornecer o seu parecer técnico.
	Além disso foram realizados registros fotográficos com uma câmera fotográfica com datador.
2.3 – Manifestações patológicas
	Depois que realizado a vistoria, deve-se expor o resultado da análise, mostrando a patologia, o local, a causa e uma foto da patologia encontrada. 
Patologia I
	Local
	Banheiro II
	INSERIR FOTO
	Tipo da Patologia
	Infiltração
	
	Suspeita/Causa Patológica
	Vazamento na Tubulação
	
Patologia II
	Local
	Banheiro II
	INSERIR FOTO
	Tipo da Patologia
	Infiltração
	
	Suspeita/Causa Patológica
	Vazamento na Tubulação
	
Colocando-se assim, todas as patologias registradas no imóvel do requerente.
	CONCLUSÃO
	Durante a pesquisa de manifestações patológicas, podem ser observados diversos problemas de pequeno e grande porte, podendo ou não inviabilizar a ocupação do empreendimento. Essas patologias se manifestam ao longo de todas as etapas construtivas desde as fundações, passando pela estrutura, instalações e acabamentos, podemos assim concluir que deve-se ter uma preocupação maior de gerenciamento, escolha de mão de obra, entre outros fatores que fazem parte do dia a dia de um engenheiro civil, para que possamos nos tornar no melhor tipo de engenheiro possível.

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