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Evasão escolar e as diferentes concepções de adolescencia

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Universidade Federal de São Carlos – Campus Araras
Curso de Licenciatura em Química
Estágio Supervisionado em Química 1 – Profª Tathiane Milaré
	Formatação e organização
Título, nome, RA|Introdução; Desenvolv.; Cons. Finais
Ref. bib. ABNT (espaço simples) Anexos | 4-5 p.
	Adequada (apresenta relato, análise e formatação)
	2,0
	
	
	Formatação ok, mas faltou algum item 
	1,0
	
	
	Itens contemplados, mas fora da formatação
	1,0
	
	Linguagem e clareza
	Nenhum / poucos erros | com clareza 
	2,0
	
	
	Contém erros | pouco confuso/falta de dados
	1,0
	
	
	Muitos erros | texto confuso
	0
	
	Conteúdo e fundamentação
análise com categorias e fundamentação da literatura da área.
	Adequado; utilizou adequadamente apoio teórico
	6,0
	
	
	Poderia explorar melhor 
	5,0
	
	
	Superficial / genérico / sem apoio teórico
	3,0
	
A Evasão Escolar e o Concepção de Adolescência 
Ana Gabrielli Lemos - RA 640549
Introdução
Em muitas situações, os alunos ingressantes no ensino médio ou anos finais do ensino fundamental acabam migrando para a Educação de Jovens Adultos (EJA) pelos mais diversos motivos. De acordo com algumas pesquisas, esses motivos podem ser por “trajetórias escolares interrompidas muitas vezes marcadas por reprovações” (COSTA, 2016, p.19) ou ainda por o aluno assumir muito cedo a necessidade de ser o responsável pela renda familiar ou parte do orçamento familiar (COSTA, 2016). Essas duas razões podem ser refletidas e analisadas com base nas concepções de adolescência que são propostas atualmente, as quais se opõem em suas considerações da mesma forma que os motivos de evasão escolar escolhidos para serem tratados.
Enquanto uma visão aceita a adolescência como uma fase marcada por características naturais e psicológicas determinadas para a idade em questão, outra já entende que adolescência se trata de uma construção sócio histórica e que as características que popularmente a caracterizam, estão suscetíveis a mudanças e variações conforme o local em que o adolescente está inserido, sua cultura, comunidade, entre outros aspectos históricos, sendo que para essa teoria, aceita-se, ainda, que adolescência pode até mesmo não existir de forma que a criança passaria da infância para a idade adulta (BOCK, LIEBESNY, 2003; OZELLA, 2003).
Desenvolvimento
A partir dos estudos de Bock (2003), foi possível entender os princípios do planejamento futuro de muitos adolescentes, quando este é relacionado com a compreensão de valores individuais, com a procura da própria identidade, sem desconsiderar a influência das classes socioeconômicas as quais os jovens pertencem (BOCK, LIEBESNY, 2003). 
Acredita-se que alguns motivos podem ser apontados para os estudos do projeto de vida desses jovens (BOCK, LIEBESNY, 2003). Um destaque é ao qual está voltado para o mercado de trabalho, já que estes adolescentes serão os futuros adultos responsáveis pelo próprio sustento, como consequência de seus esforços (BOCK, LIEBESNY,2003). 
Entretanto, cabe ressaltar a existência de uma visão certamente preconceituosa e negativa por parte de toda sociedade para com as características psicobiológicas pré-determinadas desses adolescentes, que buscam e tentam se inserir em algum emprego (BOCK, LIEBESNY, 2003). A explicação para isso está acentuada na oposição do adulto, ou seja, acredita-se que os jovens não são maduros o suficiente ou ainda não atingiram o nível de desenvolvimento que um adulto possui, sendo então, desvalorizado (BOCK, LIEBESNY, 2003). Pode-se, ainda, descrever a fase da adolescência como sendo: 
As características desta fase, tanto biológicas, quanto psicológicas são naturais. Rebeldia, desenvolvimento do corpo, instabilidade emocional, tendência à bagunça, hormônios, tendência à oposição, crescimento, desenvolvimento do raciocínio lógico, busca da identidade, busca da independência, enfim todas as características são equiparadas e tratadas da mesma forma, porque são da natureza humana. (BOCK, 2002, p. 205) 
	Partindo dessa concepção de adolescência, é possível relacionar as constantes reprovações durante o curso escolar, um dos motivos apontados para evasão escolar, como sendo uma consequência comum do comportamento de um adolescente. Se considerado que rebeldia, tendência à bagunça, busca da identidade, entre outras características citadas por Bock (2002) são intrínsecas à adolescência, então as reprovações poderiam estar associadas à falta de disciplina para estudo da matéria passada em sala de aula e, consequentemente, o despreparo para o processo avaliativo, o qual tem poder de aprovação ou reprovação do aluno. Ou ainda, poderia associar a busca da identidade como um fator que muitas vezes gera no aluno adolescente comportamentos negativos em relação à disciplina dentro de sala de aula, fazendo com que o aluno, nesses casos, prefira ter sua imagem associada a um modelo negativo, do que não ter identidade alguma (BOCK, LIEBESNY, 2003).
Bock cita, ainda, outra visão, além da qual a adolescência é vista pela sociedade como fase intrínseca e universal, mas também a que se refere aos ideais da concepção sócio-histórica, levando à tona a situação social do indivíduo. Portanto, pode-se indicar outra perspectiva quando menciona que o homem é visto como um ser histórico, dotado de conhecimentos que foram construídos pelo seu movimento ao longo de tempos, assim como pelos seus relacionamentos internos e suas condições sociais e culturais (BOCK, LIEBESNY, 2003). De acordo com esta vertente sócio-histórica, a adolescência nem sempre existiu, pois ela varia conforme suas necessidades, relações sociais e as condições históricas da sua evolução, para com os indivíduos que convivem em um meio sociável (BOCK, LIEBESNY, 2003). 
A atenção para o surgimento da adolescência, é voltada, por exemplo, em marcos históricos da humanidade, como é o caso das revoluções industrial que, de certa forma, transformava o ambiente durante determinado prazo (BOCK, LIEBESNY, 2003). Mudanças quanto a forma do trabalho resultante das novas tecnologias, ao modo de vida das famílias, na mão-de-obra qualificada, a qual, em especial, impõe ao jovem mais tempo dentro das salas de aula para se tornar capacitado e consequentemente, garantir seu ingresso no mercado de trabalho (BOCK, LIEBESNY, 2003). 
No decorrer do tempo, a adolescência vai tomando novas formas. As grandes guerras trouxeram novas possibilidades. O nazismo, por exemplo, foi importante fonte de organização da juventude. (BOCK, LIEBESNY, 2003, p. 211).
Levando em conta que a juventude pode ser interpretada e analisada de acordo com a situação temporal, social, econômica, cultural, além de que não ser vista como um processo natural (BOCK, LIEBESNY, 2003), é plausível associar estes aspectos com outro motivo de evasão escolar, a obrigação de trabalhar para complementar ou manter a renda familiar. Uma vez que, de acordo com essa concepção, o aluno considerado adolescente não necessariamente passa por essa “fase” (concepção da psicanálise), é possível imaginar que muitos alunos tenham avançado direto para a fase adulta, de acordo com a situação temporal, social, econômica e cultural vivida. E pode-se considerar até que os motivos de migração de alunos do ensino fundamental para a Educação de Jovens e Adultos, não seja por falta de oportunidade, mas pela EJA se adequar melhor à realidade desse aluno que durante o período, geralmente, diurno precisa desempenhar suas atividades profissionais e que só pode frequentar as aulas durante o período noturno, por exemplo. 
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP):
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva narede estadual de ensino, com 2,4%. (INEP, 2017).
A taxa de migração de alunos do ensino fundamental para EJA entre 2014 e 2015 foi 2,7% do fluxo escolar, enquanto a taxa de evasão escolar foi 5,4%. Destes dados, as taxas divididas por série são: para a 5ª série do ensino fundamental a taxa foi de 0,7%, na 6ª série do ensino fundamental foi 3,2% de migração, na 7ª série do ensino fundamental foi 3,1% e na 8ª série do ensino fundamental foi 2,2% de migração de alunos para a EJA. (INEP, 2017)
A migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é mais expressiva ao final do ensino fundamental, quando chega a 3,2% e 3,1%, no 7º e 8º ano, respectivamente. Em relação à rede de ensino, a migração é maior na rede municipal dos anos finais do ensino fundamental, quando alcança uma taxa de 3,8%. Já no ensino médio, a migração é mais expressiva na rede estadual de ensino, com 2,4%.
Considerações Finais
Os motivos que levam os alunos à evasão escolar precisam ser analisados e compreendidos afim de que sejam superados através dos estudos e ações voltadas para a garantia da permanência dos alunos em sala de aula. Porém, para que isso seja feito na idade compreendida como adolescência, deve-se admitir uma concepção de adolescência por parte dos que realizam tais investigações, pois essa compreensão afeta diretamente nas propostas feitas para que o problema seja superado, no entendimento dos problemas que acarretam a evasão escolar, entre outros aspectos concernentes à investigação. Ainda que a concepção adotada não esteja clara durante o desenvolvimento das pesquisas, dificilmente admite-se que estas sejam isentas de opiniões a respeito da concepção de ser humano e, consequentemente, de adolescência. 
Também acredito que a migração escolar ainda é um tema que pode ser muito explorado, principalmente por ser um índice recente de pesquisas e por apresentar taxas não muito diferentes das de evasão escolar, tema amplamente abordado, mesmo durante a formação inicial do professor. A partir de novos dados estatísticos, as possibilidades para acompanhamento dos índices e taxas são maiores e permitem um estudo mais aprofundado do tema.
Referências 
BOCK, Ana Mercês Bahia. A perspectiva sócio-histórica de Leontiev e a crítica à naturalização da formação do ser humano: a adolescência em questão. Cad. CEDES, Campinas, v.24, n.62, p. 26-43, Abr. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622004000100003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 de junho de 2018.
______. LIEBESNY, B.; Quem eu quero ser quando crescer: um estudo sobre projeto de jovens em São Paulo. In: OZELLA, Sérgio (org.). Adolescências construídas: a visão da psicologia sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2003, p. 203-222. 
COSTA, Matheus de Sales. Permanência, abandono e retorno: EJA, um caso de amor mal resolvido? 2016. 25 f. Dissertação (Licenciatura em Ciências Naturais) - Faculdade UnB Planaltina, Universidade de Brasília, Planaltina, 2016.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA – INEP. Indicadores de Fluxo Escolar da Educação Básica. 1. Ed. Brasília, 2017. 13 p.
OZELLA, S.; AGUIAR, W.M.J. A adolescência e os psicólogos: a concepção e a prática dos profissionais. In: OZELLA, Sérgio (org.). Adolescências construídas: a visão da psicologia sócio-histórica. São Paulo: Cortez, 2003, p. 17-46.
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