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ELIANA CAMARGO 1 APOSTILA PARA O CONCURSO DE ITAPEMA BANCA DEFINIDA: OBJETIVA CONCURSOS História de Itapema Itapema é um município localizado no Litoral Norte do Estado de Santa Catarina. Um dos balneários mais belíssimos do Sul do Brasil. Colonizada por portugueses no início do século XIX, a cidade tem desde os seus primórdios uma forte ligação com a cultura açoriana, preservada até os dias de hoje com os seus pescadores e os artistas e grupos folclóricos. A cidade possui belas praias cercadas por morros com uma exuberante vegetação subtropical da Mata Atlântica. Destaque para Praia do Centro, Meia Praia, Canto da Praia e Praia do Ilhota, que possuem características específicas desde a calmaria e tranquilidade de águas cristalina, com ondas agitadas e boas para a pratica de esportes radicais. O município também conta com roteiros de ecoturismo, turismo de aventura e o cicloturismo são espetáculos a parte. Trilhas e rotas de aventuras em meio à vegetação nativa e riachos, o percurso oferece visuais magníficos. A fauna e a flora nativas mostram toda a beleza da Mata Atlântica. Em alguns locais também é possível realizar a observação de espécies raríssimas de pássaros. O estado de Santa Catarina é um dos que mais recebe turistas estrangeiros do Brasil e esta cidade possui 7 km de litoral fascinante, formando uma baía de águas calmas e areia branca que ao longo se misturam ao verde da Mata Atlântica, rios e riachos, lagos e cachoeiras, com passeios de helicóptero, banana boat e lancha. O município não é um local somente de praia sol e mar, pois está se tornando um agitado centro da vida noturna e moderna, com uma infraestrutura bem planejada de hotéis, pousadas, áreas de camping, restaurantes, shopping, lojas, cinemas, danceterias, boliches, lan houses, quiosques e muito mais. ELIANA CAMARGO 2 Entre suas belezas podemos citar algumas como o Costão, onde é possível caminhar sobre as rochas, a Praia da Ilhota, ainda agreste e com fortes ondas, Praia Grossa ideal para o surf, Canto da Praia, o reduto dos pescadores, Praia Central, onde acontecem eventos esportivos, e a mais movimentada das praias, Meia Praia, com seus prédios bem planejados e uma arquitetura que não passa despercebida. Os primeiros habitantes de Itapema foram os Açorianos. A história começa por volta de 1670, nesta época já existiam algumas casas de pescadores e colonos. O primeiro nome dado à cidade foi Tapera, devido ao tipo de casas construídas. Em virtude de um ataque de piratas no ano de 1800, muitas famílias abandonaram o local, mas Tapera voltou a se organizar em 1850, elevando-se a categoria de Vila, pertencendo a ao município de Itapema. Em 1921, recebeu o nome de Itapema, e tornou-se distrito em 1924 incorporado ao Município de Camboriú, enquanto Itapema passou a pertencer a Tijucas. Em 1926, os dois Municípios se reorganizaram e voltaram a formar o antigo Município de Itapema. Por iniciativa do vereador (pelo instinto PSD) Olegário Bernardes, que também representava o distrito, foi elaborado um projeto de lei para a criação do Município de Itapema, sendo aprovado pela lei estadual 28 de fevereiro de 1962, assim, o governador do Estado, Celso Ramos, nomeou como primeiro prefeito provisório, em 21 de abri de 1962, o Sr. Osni dos Santos. O turismo seria o grande impulsionador da economia de Itapema e desde os anos 70, o bairro de Meia Praia mostrou esta vocação turística. Em meados da década de 80, a noite de Itapema, principalmente a da Meia Praia, com seus bares e quiosques, começou a fervilhar durante todo o verão. Embora a agitação fosse crescente, a cidade não perdeu as características de uma praia calma. Nesse mesmo período, a cidade já aparecia como um dos polos estaduais da indústria da construção civil, com uma corrida por imóveis para famílias de outras cidades e estados, interessadas em passar o verão nesta aprazível cidade à beira mar. ELIANA CAMARGO 3 O município possui hoje, uma área de 58,6 Km² com 14.283 metros de orla marítima, e uma população em torno de 40.000 habitantes. O clima é subtropical, com intensa precipitação pluviométrica no verão e no ar úmido. As temperaturas máximas acontecem nos meses de janeiro e fevereiro, 40º e desce em junho e julho, as médias ficam entre 16,7º e 29,7. TEMAS DE EDUCAÇÃO 1.Fundamentos da Teoria Histórico-Cultural Aprendizagem e Desenvolvimento Humano Há muito vem se discutindo, no meio educacional, sobre as abordagens de aprendizagem e desenvolvimento humano, visando definir qual, dentre tantas, deve fundamentar a prática pedagógica. A abordagem histórico-cultural foi concebida inicialmente pelos psicólogos russos. Vygotsky apresenta os elementos fundamentais e que melhor orientam o processo de apropriação do conhecimento, por isso foi definida como a teoria orientadora da prática pedagógica nas escolas da rede estadual de educação. Isto porque enfatiza a importância do contexto sócio-cultural do educando no processo de desenvolvimento humano ao mesmo tempo em que proporciona a confrontação dos conhecimentos cotidianos com os conhecimentos científicos e filosóficos, tecendo os fundamentos da aprendizagem e evidenciando como esta, se adequadamente organizada, pode resultar em desenvolvimento. Na abordagem indicada, entende-se que na escola há um contexto privilegiado para a aprendizagem e o desenvolvimento humano. Partindo-se, então, do pressuposto de que a escola é também composta de recursos humanos e que estes são, em sua maioria, os professores. Para a concepção histórico-cultural a escola é o lugar privilegiado para que a humanização dos indivíduos por meio da socialização do saber historicamente produzido pela humanidade seja possibilitada, para que a aprendizagem e o desenvolvimento humano ocorram. ELIANA CAMARGO 4 Sobre a aprendizagem e o desenvolvimento Vygotsky (1998) afirma que a aprendizagem promove o desenvolvimento e que “o aprendizado orientado para níveis de desenvolvimento que já foram atingidos é ineficaz do ponto de vista do desenvolvimento global da criança. [...] ‘bom aprendizado’ é somente aquele que se adianta ao desenvolvimento” (Vygotsky, 1998, p. 116-117). Ressalta ainda que o aprendizado cria a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A abordagem histórico-cultural é entendida como indicado por Martins (2006, p. 56) que a educação atual é “[...] marcadamente construtivista” o que leva o indivíduo a utilizar sua inteligência apenas para apreender uma realidade, por consequência, segundo a autora, a inteligência fica restrita à apreensão de dados imediatamente postos, não que esta etapa não seja necessária ao processo de desenvolvimento da inteligência, mas, como afirma Merani (1976) apud Martins (2006, p. 57), “a inteligência humana pressupõe a função que, conhecendo os dados da experiência, submete-os à análise e síntese, pelo que os transforma em inteligibilidade do real”, ou seja, uma educação que não possibilita aos estudantes elevarem-se acima da cotidianidade e a apropriarem- se de modos complexos, qualitativamente superiores, de sentir, perceber, memorizar, agir e operar cognitivamente impede os sujeitos de acessarem às máximas possibilidades de humanização desenvolvidas pelo gênero humano. A PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Uma das principais tarefas da Psicologia Evolutiva é o estudo da periodização do desenvolvimento psíquico humano, pois somente considerando os princípios gerais de sua organização se pode explicar as peculiaridades psicológicas concretas de tais períodos. A periodização do desenvolvimento infantil, cujo esquema foi elaborado por Vygotsky, Leontiev e Elkonin, tem por base a ideia de que a cada idade – considerada por Davidov (1986, p. 69) como “as principais épocas de estruturação da personalidade da criança” – como período peculiar e qualitativamenteespecífico da vida do homem, corresponde um determinado tipo de atividade principal (DAVIDOV, 1986, p. 73, 74): ELIANA CAMARGO 5 • Primeiro ano: a comunicação emocional direta com os adultos é própria do bebê, desde as primeiras semanas de vida até por volta de um ano aproximadamente. Graças a tal comunicação, no pequeno se forma a necessidade de comunicação com outras pessoas, uma atitude emocional para as mesmas, a preensão como base das ações humanas com as coisas, uma série de ações perceptivas. Primeira infância: a atividade objetal é característica da criança entre cerca de um e três anos aproximadamente. Realizando a atividade de manipulação de objetos (primeiro em colaboração com os adultos como parceiros mais experientes), a Revista de Iniciação Científica da FFC, v. 8, n.2, p. 130 - 139, 2008. 135 diz que a criança reproduz os procedimentos de ação com os objetos, elaborados socialmente; surge a linguagem, a designação com sentido dos objetos, a percepção categorial generalizada do mundo objetal e o pensamento concreto em ações. A neoformação central desta idade é o surgimento na criança da consciência. Idade pré-escolar: a atividade de jogo é a mais característica para a criança por volta de três a seis anos aproximadamente. Em sua realização surge no pequeno a imaginação e a função simbólica, a orientação no sentido geral das relações e ações humanas; também se formam as vivências generalizadas e a orientação consciente. Vygotsky examinou detalhadamente a crise do primeiro ano, dos três e dos sete anos e percebeu determinadas conclusões referentes à essência destas mudanças bruscas no desenvolvimento da criança: a essência de cada crise consiste na reestruturação da vivência interna, na reestruturação das necessidades e dos motivos. Daí a importância de se apropriar de uma teoria de base que oriente a prática pedagógica, pois o conhecimento e a compreensão das particularidades de cada período do desenvolvimento infantil e de suas correspondentes atividades principais e secundárias possibilitam embasamento teórico sobre como a criança se desenvolve em seu processo de humanização e, consequentemente, condições para o educador criar situações promotoras de aprendizagem e ELIANA CAMARGO 6 desenvolvimento por meio de um ensino intencional baseado nos períodos sensíveis de desenvolvimento da criança. ******************************************************************************************* BIOGRAFIA DOS TEÓRICOS Leontiev é um dos personagens mais importantes para contextualizar a escola da Psicologia Sócio-histórica, já que, além de ser um de seus fundadores juntamente com Vygotsky e Luria, deu continuidade a alguns construtos de Vygotsky, desenvolvendo sua teoria na própria ex-URSS, atravessando importantes momentos políticos e se tornou um dos marcos da Psicologia Soviética. Leontiev foi um dos mais dedicados seguidores de Vygotsky e o auxiliou, juntamente com Luria, na formulação da nova Psicologia russa pós- revolucionária. Verifica-se em sua teoria vários conceitos desenvolvidos por Vygotsky, como a construção histórica da relação homem-mundo e a mediação por instrumento nessa relação. Mas o que marca mesmo a sua obra é a influência de Marx. Em sua leitura, a Psicologia soviética é marxista, atribuindo aos conceitos de atividade e consciência desenvolvidos por Marx um cunho psicológico: “Compreendíamos todos que a Psicologia marxista não é uma tendência particular, não é uma escola, mas uma nova etapa histórica que representa o princípio de uma Psicologia autenticamente científica e, consequentemente, materialista”. (Leontiev, 1978) Leontiev coloca que um traço distintivo entre o homem e os outros animais é a sua capacidade de planejar e atingir objetivos conscientemente, acredita que as atividades são formas do homem se relacionar com o mundo, traçando e perseguindo objetivos, de forma intencional, por meio de ações planejadas. Para o autor, a atividade é a forma de transações recíprocas entre o sujeito e o objeto, com ela pode-se subjetivar o objeto pela internalização e objetivar o subjetivo como a personalidade, processo que será explicado no decorrer do trabalho, conforme forem sendo abordados os demais conceitos. ELIANA CAMARGO 7 ******************************************************************************************* Daniil Borisovich Elkonin pertence a essa notável galáxia de especialistas soviéticos em psicologia, que é a base da escola acadêmica universal e popular do igualmente famoso cientista Vygotsky. O teórico combinou em si mesmo o dom de um cientista capaz de pesquisar em profundidade os problemas acadêmicos fundamentais e os talentos de um pesquisador que, efetivamente, resolve problemas psicológicos práticos que são significativos para o trabalho educacional. O psicólogo é o fundador de teorias notáveis sobre a periodização da maturação pré-escolar e da brincadeira de crianças, bem como a tecnologia de ensinar a criança a ler. E mais uma coisa a ser notada sobre Daniel Borisovich - ele possuía uma alma excepcional de uma pessoa resiliente e alegre que poderia salvar uma grande mente e bondade até os últimos dias. Na pedagogia moderna, suas obras têm um significado considerável. ******************************************************************************************* Lev Semenovitch Vygolsky (1896-1934) nasceu em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia (região dominada pela Rússia que se tornou independente em 1991, com o fim da União Soviética, passando a se chamar Belarus), no dia 17 de novembro de 1896. Filho de uma próspera e culta família judia viveu um longo período em Gomel, também na Bielo-Rússia. Teve um tutor particular e se dedicou à leitura até ingressar no curso secundário, concluído aos 17 anos com excelente desempenho. O interesse de Vygotsky pelas funções mentais superiores, cultura, linguagem e processos orgânicos cerebrais o levaram a trabalhar com pesquisadores neurofisiologistas como Alexander Luria e Alexei Leontiev, que deixaram importantes contribuições para o Instituto de Deficiência de Moscou, entre eles o livro “A Formação Social da Mente” onde aborda os processos psicológicos tipicamente humanos, analisando-os a partir da infância e do seu contexto histórico-cultural. REFERÊNCIAS ELIANA CAMARGO 8 DAVIDOV, V. Principais períodos del desarrollo psíquico del nino. In: DAVIDOV, V. La ensenãnza escolar y el desarrollo psíquico. Editorial Progresso. 1986, p. 67-92. ELKONIN, D. B. Sobre el problema de la periodización del desarrollo psíquico em la infância. In: DAVIDOV, V., SHUARE, M. (Org.) La Psicologia Evolutiva y pedagógica en la URSS (Antología). Moscou: Editorial Progresso, 1987. p. 104-24. VYGOTSKY, L. S., LURIA, A. R., LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Edusp, 1988. Na atuação profissional como professor, o processo formativo é considerado essencial, especialmente na formação inicial, mas também ao longo da profissão na perspectiva da formação continuada, uma vez que a docência exige constante aperfeiçoamento de práticas, conhecimentos e saberes. O professor envolve em seu trabalho docente elementos advindos de sua experiência e do processo formativo, o que torna cada professor único e cada situação de trabalho única. Conhecendo melhor os teóricos: Mais um pouquinho de Vygotsky! (Balneário SEMPRE pede este teórico) Lev Semenovich Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo, descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois da sua morte, aos 38 anos. Pensador importante foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Cronologia • 1896 – Nasceu em Orsha, na Bielo-Rússia; • 1917 - Quando estudante na Universidade de Moscou foi um leitor ávido e assíduo de temascomo Linguística, Ciências Sociais, Psicologia, Filosofia e Artes; ELIANA CAMARGO 9 • 1917 – Conclui seus estudos em Direito e Filologia (conjunto de conhecimentos necessários para se interpretar um texto); • 1917 – 1924 – Lecionou Literatura e Psicologia em Gomel e fundou a revista literária Verask; • 1924 – Inicia seu trabalho sistemático com auxílio de estudantes e colaboradores, com uma série de pesquisas em Psicologia do Desenvolvimento, Educação e Psicopatologia. • Participa do II Congresso de Psiconeurologia (estudo das interações entre cérebro e mente) em Leningrado, onde expõe com uma clareza impressionante para um jovem de 28 anos, o tema da relação entre reflexos condicionados e comportamento consciente do homem; • 1925 – 1934 – Lecionou Psicologia e Pedagogia em Moscou e Leningrado; • 1934 – Morre vítima de Tuberculose. Alguns conceitos Para Vygotsky, o desenvolvimento mental da criança é um processo contínuo de aquisição de controle ativo sobre funções inicialmente passivas. Desenvolvimento intelectual e linguístico da criança relacionado à interiorização do diálogo em fala interior e pensamento. Desenvolvimento do agrupamento conceitual das crianças, onde inicialmente há um amontoado de conceitos, depois um complexo de conceitos, falsos conceitos e, finalmente, conceitos verdadeiros. A capacidade de impor estruturas superiores no interesse de ver as coisas de modo mais simples e profundo é tida como um dos poderosos instrumentos da inteligência humana. Essa capacidade evita que, ao contato com novos conceitos, a criança tenha de reestruturar os conceitos já incorporados. Para Vygotsky o brinquedo é o mundo imaginário onde a criança pode realizar seus desejos. ELIANA CAMARGO 10 Zona de desenvolvimento proximal – é a “lacuna” entre aquilo que o indivíduo pode realizar sozinho e aquilo em que ele vai precisar da ajuda de alguém. Vida Quando Iniciou sua carreira como psicólogo após a Revolução Russa de 1917, Vygotsky já havia contribuído com vários ensaios para crítica literária. Em 1924 proferiu uma palestra intitulada “Consciência como um Objeto da Psicologia do Comportamento”, causando impacto nas teorias behavioristas existentes na época. Ele buscava uma descrição e uma explicação das funções psicológicas superiores (pensamento, lembrança voluntária, raciocínio dedutivo, por exemplo), contrapondo-se à teoria baseada no estímulo-resposta. Criticou a teoria de que os processos mentais adultos estão latentes na criança, bastando apenas sua maturação. Foi um dos primeiros defensores da associação da psicologia cognitiva experimental com a neurologia e a fisiologia, ao insistir que as funções psicológicas são produtos da atividade cerebral. Materialismo Dialético – simultaneidade entre corpo e alma. Todo fenômeno tem uma história, que se modifica quantitativa e qualitativamente e essa mudança pode explicar a evolução dos processos psicológicos elementares em processos complexos. Materialismo histórico – mudanças na sociedade produzem mudanças no ser humano. Vygotsky desenvolveu a teoria de que a sociedade afeta diretamente a evolução dos processos psicológicos superiores do homem. Para Vygotsky, os processos mentais devem ser entendidos historicamente. Foi um dos fundadores do Instituto de Estudos das Deficiências, em Moscou. Lecionou e escreveu extensamente sobre problemas da educação. Utilizava o termo pedologia (do Gr. pais, paidós, criança + lógos, tratado), que pode, grosseiramente, ser traduzido por psicologia educacional. ELIANA CAMARGO 11 Foi acusado de chauvinista russo, por ter declarado que a população iletrada da região não industrializada da Ásia Central, ainda não tinha a capacidade intelectual da civilização moderna. Escreveu sobre o método genético-experimental, que é um experimento que, se adequadamente concebido, pode dar ao experimentador as condições de saber o curso real do desenvolvimento de uma determinada função. Uma técnica usada por Vygotsky era a de introduzir obstáculos e dificuldades na tarefa a fim de quebrar o método rotineiro de solução de problemas. Nesse estudo o mais importante não era o nível de desempenho, mas os métodos usados pela criança. Contribuições de Vygotsky Os resultados experimentais podem ser tanto quantitativos, quanto qualitativos. Ruptura das barreiras entre estudo de “campo” e em “laboratório”. Método de estudo que procura traçar a história do desenvolvimento das funções psicológicas, alinhando-as ao ambiente social, cultural e econômico de crescimento do sujeito. ******************************************************************************************* Dois anos após sua morte, o Comitê Central do Partido Comunista baixou um decreto proibindo todos os testes psicológicos na União Soviética e todas as revistas de Psicologia deixaram de ser publicadas durante 20 anos. Um grande movimento de experimentação e fermentação intelectual chegava ao fim. Sobre Jean Piaget Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da ideia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento ELIANA CAMARGO 12 biológico (WADSWORTH, 1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" do organismo (1952, p.7): Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo. Ainda segundo Piaget, a adaptação é a essência do funcionamento intelectual, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação. O que são os esquemas? Antes de prosseguir com a definição da assimilação e da acomodação, é interessante introduzir um novo conceito que é amplamente utilizado quando essas operações, assimilação e acomodação, são empregadas. Esse novo conceito que estamos procurando introduzir é chamado por Piaget de esquema (schema). WADSWORTH (1996) define os esquemas como estruturas mentais, ou cognitivas, pelas quais os indivíduos intelectualmente se adaptam e organizam o meio. Assim sendo, os esquemas são tratados, não como objetos reais, mas como conjuntos de processos dentro do sistema nervoso. Os esquemas não são observáveis, são inferidos e, portanto, são constructos hipotéticos. Conforme PULASKI (1986), esquema é uma estrutura cognitiva, ou padrão de comportamento ou pensamento, que emerge da integração de unidades mais simples e primitivas em um todo mais amplo, mais organizado e mais complexo. Dessa forma, temos a definição que os esquemas não são fixos, mas mudam continuamente ou tornam-se mais refinados. ELIANA CAMARGO 13 Uma criança, quando nasce, apresenta poucos esquemas (sendo de natureza reflexa), e à medida que se desenvolve, seus esquemas tornam-se generalizados, mais diferenciados e mais numerosos. NITZKE et alli (1997a) escreve que os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas sensório-motores da criança. De fato, um adulto, por exemplo, possui um vasto arranjo de esquemas comparativamente complexos que permitem um grande número de diferenciações. Estes esquemas são utilizados para processare identificar a entrada de estímulos, e graças a isto o organismo está apto a diferenciar estímulos, como também está apto a generalizá-los. O funcionamento é mais ou menos o seguinte, uma criança apresenta um certo número de esquemas, que grosseiramente poderíamos compará-los como fichas de um arquivo. Diante de um estímulo, essa criança tenta "encaixar" o estímulo em um esquema disponível. Vemos, então, que os esquemas são estruturas intelectuais que organizam os eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em grupos, de acordo com características comuns. Entenda agora a Assimilação e Acomodação A assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra (classifica) um novo dado perceptual, motor ou conceitual às estruturas cognitivas prévias (WADSWORTH, 1996). Ou seja, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui. O próprio Piaget define a assimilação como (PIAGET, 1996, p. 13): ... uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação. Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento. Por exemplo, imaginemos que uma criança está aprendendo a reconhecer animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado esquematicamente é o cachorro. ELIANA CAMARGO 14 Assim, podemos dizer que a criança possui, em sua estrutura cognitiva, um esquema de cachorro. Pois bem, quando apresentada, a esta criança, um outro animal que possua alguma semelhança, como um cavalo, ela a terá também como cachorro (marrom, quadrúpede, um rabo, pescoço, nariz molhado, etc.). Notadamente, ocorre, neste caso, um processo de assimilação, ou seja, a similaridade entre o cavalo e o cachorro (apesar da diferença de tamanho) faz com que um cavalo passe por um cachorro em função da proximidade dos estímulos e da pouca variedade e qualidade dos esquemas acumulados pela criança até o momento. A diferenciação do cavalo para o cachorro deverá ocorrer por um processo chamado de acomodação, ou seja, a criança, apontará para o cavalo e dirá "cachorro". Neste momento, um adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é um cachorro, é um cavalo". Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não mais de um cachorro, a criança, então, acomodará aquele estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um novo esquema. Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cachorro e outro para o conceito de cavalo. Entrando agora na operação cognitiva da acomodação, iniciamos com definição dada por PIAGET (p. 18, 1996): Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam. Assim, a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo (Nitzke et alli, 1997a). Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente. Ambas as ações resultam em uma mudança na estrutura cognitiva. Ocorrida a acomodação, a criança pode tentar assimilar o estímulo novamente, e uma vez modificada a estrutura cognitiva, o estímulo é prontamente assimilado. ELIANA CAMARGO 15 WADSWORTH diz que (1996, p. 7) "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas." Essa mesma opinião é compartilhada por Nitzke et alli (1997a), que escreve que os processos responsáveis por mudanças nas estruturas cognitivas são a assimilação e a acomodação. PIAGET (1996), quando expõe as idéias da assimilação e da acomodação, no entanto, deixa claro que da mesma forma como não há assimilação sem acomodações (anteriores ou atuais), também não existem acomodações sem assimilação. Esta declaração de Piaget, significa que o meio não provoca simplesmente o registro de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajustamentos ativos. Procurando elucidar essas declarações, quando se fala que não existe assimilação sem acomodação, significa que a assimilação de um novo dado perceptual, motor ou conceitual se dará primeiramente em esquemas já existentes, ou seja, acomodados em fases anteriores. E quando se fala que não existem acomodações sem assimilação, significa que um dado perceptual, motor ou conceitual é acomodado perante a sua assimilação no sistema cognitivo existente. É neste contexto que Piaget (1996, p. 18) fala de "acomodação de esquemas de assimilação". Partindo da ideia de que não existe acomodação sem assimilação, podemos dizer que esses esquemas cognitivos não admitem o começo absoluto (PIAGET, 1996), pois derivam sempre, por diferenciações sucessivas, de esquemas anteriores. E é dessa maneira que os esquemas se desenvolvem por crescentes equilibrações e autorregulações. Segundo WAZLAVICK (1993), pode-se dizer que a adaptação é um equilíbrio constante entre a assimilação e a acomodação. De uma forma bastante simples, WADSWORTH (1996) escreve que durante a assimilação, uma pessoa impõe sua estrutura disponível aos estímulos que estão sendo processados. Isto é, os estímulos são "forçados" a se ajustarem à estrutura da pessoa. Na acomodação o inverso é verdadeiro. A pessoa é "forçada" a mudar sua estrutura para acomodar os novos estímulos. ELIANA CAMARGO 16 Assim, de acordo com a teoria construtivista, a maior parte dos esquemas constroem-se pouco a pouco, e dão lugar a diferenciações, por acomodação às situações modificadas, ou por combinações (assimilações recíprocas com ou sem acomodações novas) múltiplas ou variadas. A Teoria da Equilibração Segundo Piaget (WADSWORTH, 1996), a teoria da equilibração, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é considerada como um mecanismo autorregulador, necessária para assegurar à criança uma interação eficiente dela com o meio- ambiente. A importância da teoria da equilibração, é notada principalmente frente a dois postulados organizados por PIAGET(1975, p.14) : Primeiro Postulado: Todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza. Segundo Postulado: Todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação. O primeiro postulado limita-se a consignar um motor à pesquisa, e não implica na construção de novidades, uma vez que um esquema amplo pode abranger uma gama enorme de objetos sem modificá-los ou compreendê-los. O segundo postulado afirma a necessidade de um equilíbrio entre a assimilação e a acomodação na medida em que a acomodação é bem sucedida e permanece compatível com o ciclo, modificado ou não. Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo implica em afirmar que: 1. A presença necessária de acomodações nas estruturas; 2. A conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem sucedidas. ELIANA CAMARGO 17 Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa só assimilasse estímulos acabaria com alguns poucos esquemas cognitivos, muito amplos,e por isso, incapaz de detectar diferenças nas coisas, como é o caso do esquema "seres", já descrito nesta seção. O contrário também é nocivo, pois se uma pessoa só acomodasse estímulos, acabaria com uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, acarretando uma taxa de generalização tão baixa que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe. Segundo WADSWORTH (1996), uma criança, ao experienciar um novo estímulo (ou um estímulo velho outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema existente. Se ela for bem sucedida, o equilíbrio, em relação àquela situação estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado. Nesta linha de pensamento em torno da teoria das equilibrações, Piaget, segundo LIMA (1994, p.147), identifica três formas básicas de equilibração, são elas: 1.Em função da interação fundamental de início entre o sujeito e os objetos, há primeiramente a equilibração entre a assimilação destes esquemas e a acomodação destes últimos aos objetos. 2.Há, em segundo lugar, uma forma de equilibração que assegura as interações entre os esquemas, pois, se as partes apresentam propriedades enquanto totalidades, elas apresentam propriedades enquanto partes. Obviamente, as propriedades das partes diferenciam-se entre si. Intervêm aqui, igualmente, processos de assimilação e acomodação recíprocos que asseguram as interações entre dois ou mais esquemas que, juntos, compõem um outro que os integra. 3.Finalmente, a terceira forma de equilibração é a que assegura as interações entre os esquemas e a totalidade. Essa terceira forma é diferente da Segunda, ELIANA CAMARGO 18 pois naquela a equilibração intervém nas interações entre as partes, enquanto que nesta terceira a equilibração intervém nas interações das partes com o todo. Em outras palavras, na Segunda forma temos a equilibração pela diferenciação; na terceira temos a equilibração pela integração. Dessa forma, pode-se ver a integração em um todo, segundo a teoria da equilibração como uma tarefa de assimilação, enquanto que a diferenciação pode ser vista como uma tarefa de acomodação. Há, contudo, conservação mútua do todo e das partes. Embora, Piaget tenha apontando três tipos de equilibração, lembra que os tipos possuem o comum aspecto de serem todas relativas ao equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, além de conduzir o fortalecimento das características positivas pertencentes aos esquemas no sistema cognitivo. Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget Piaget, quando descreve a aprendizagem, tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui à esta palavra. Piaget separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras : aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo MACEDO (1994), a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos. Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975). Essas 4 fases são: • Sensório-motor (0 – 2 anos); • Pré-operatório ( 2 – 7,8 anos); • Operatório-concreto ( 8 – 11 anos); • Operatório-formal (8 – 14 anos). ELIANA CAMARGO 19 Sensório-motor Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES, 1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática. Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Exemplos: O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca. Pré-operatório É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica. Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas. A criança deste estágio: • É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. ELIANA CAMARGO 20 • Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês"). • Já pode agir por simulação, "como se". • Possui percepção global sem discriminar detalhes. • Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos. Exemplos: Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações. Operatório-concreto Conforme Nitzke et alli (1997), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair. Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada. Exemplos: Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação. Operatório-formal Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade. ELIANA CAMARGO 21 Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. Exemplos: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos. FONTE: http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivismo/construtivismo.htm Quem foi Maria Montessori? Maria Montessori nasceu na Itália em 1870, na cidade de Chiaravalle. Foi uma pedagoga que renovou o ensino, desenvolvendo um peculiar método que ficou mundialmente conhecido como método Montessori. Este método foi aplicado, inicialmente, nas escolas primáriasitalianas e depois ganhou o mundo. O método Montessori, dirigido especialmente às crianças do período pré-escolar, é baseado no estímulo da iniciativa e capacidade de resposta da criança, através do uso do material didático especialmente desenhado. O método propõe uma enorme diversificação das tarefas e a máxima liberdade possível, de tal maneira que a criança aprendia por si mesmo e seguindo o ritmo de suas próprias descobertas. Formou-se em medicina em 1896, na Universidade de Roma. No ano seguinte, seguindo seus instintos, decidiu estudar as crianças deficientes e sinalizou para o fato de que, mais do que clínico, o problema de tais crianças era pedagógico. Em 1898, expôs suas ideias sobre este fato no congresso pedagógico de Turim. A seguir, foi para Londres e Paris para estudar e, assim, aprofundar-se em seus estudos, cursou filosofia na Universidade de Roma e Psicologia Experimental, convencida de que a educação das crianças tinha de ter seu primeiro e essencial fundamento no conhecimento científico, somático e psíquico de seu ser. As ELIANA CAMARGO 22 obras de Itard e Séguin, célebres mestres da educação de crianças especiais, a ajudaram a aprofundar os problemas da dita educação especial. O trabalho desenvolvido pela pedagoga entre crianças especiais, mediante uma experiência prática e fecunda, trouxe, como consequência, o aparecimento de uma Maria Montessori teórica e organizadora de um método geral da educação infantil. Em janeiro de 1907, atendendo a solicitações do Instituto dei Beni Stabili, Montessori abria em um dos novos bairros de trabalhadores a primeira “Casa dos Meninos”, seguida, em pouco tempo, por outra, também situada em Roma. Dali a instituição difundiu-se pela Itália e pelo mundo, com a característica de ser uma instituição independente, organizada por um modo cada vez mais claro e um método original de educação infantil. Este método, já maduro pela experiência e pela reflexão, foi exposto por Montessori no “Il metodo della pedagogia scientifica aplicatto all’autoeducazione infantile nella casa dei bambini” (1909), mais tarde editado como “La Scoperta Del Bambino” e traduzido aos principais idiomas. O método consistia em desenvolver a autonomia da criança, que encontrava na “casa” o material indispensável para o exercício dos sentidos, os objetos apropriados a seus desejos e a suas proporções físicas, e a possibilidade de aplicar, com seu trabalho pessoal e segundo sua livre escolha, a solução de problemas práticos interessantes, perante o diverso material disponível. O princípio dominante era o de deixar fazer, de vigiar e auxiliar se fosse necessário, de ter fé no imenso valor de uma atividade livre desenvolvida visando finalidades concretas adotadas pela criança, capaz de impulsionar um desenvolvimento seguro e de desembocar, aos poucos, em descobertas espontâneas e conquistas seguindo um ritmo natural. Depois de várias obras lançadas, nos últimos anos de sua vida, Maria Montessori participou de forma competente e notável dos trabalhos da UNESCO e fundou o Centro de Estudos Pedagógicos na Universidade para Estrangeiros de Perusa. Montessori faleceu em Noordwjek (Holanda) em 1952. FONTE: http://www.infoescola.com/biografias/maria-montessori/ ELIANA CAMARGO 23 Quais as contribuições de Freinet? Célestin Freinet, o mestre do trabalho e do bom senso O educador francês desenvolveu atividades hoje comuns, como as aulas- passeio e o jornal de classe, e criou um projeto de escola popular, moderna e democrática. Muitos dos conceitos e atividades escolares idealizados pelo pedagogo francês Célestin Freinet (1896-1966) se tornaram tão difundidos que há educadores que os utilizam sem nunca ter ouvido falar no autor. É o caso das aulas-passeio (ou estudos de campo), dos cantinhos pedagógicos e da troca de correspondência entre escolas. Não é necessário conhecer a fundo a obra de Freinet para fazer bom uso desses recursos, mas entender a teoria que motivou sua criação deverá possibilitar sua aplicação integrada e torná-los mais férteis. Freinet se inscreve, historicamente, entre os educadores identificados com a corrente da Escola Nova, que, nas primeiras décadas do século 20, se insurgiu contra o ensino centrado no professor e na cultura enciclopédica, propondo em seu lugar uma educação ativa em torno do aluno. O pedagogo francês somou ao ideário dos escolanovistas uma visão marxista e popular tanto da organização da rede de ensino como do aprendizado em si. "Freinet sempre acreditou que é preciso transformar a escola por dentro, pois é exatamente ali que se manifestam as contradições sociais", diz Rosa Maria Whitaker Sampaio, coordenadora do pólo São Paulo da Federação Internacional dos Movimentos da Escola Moderna (Fimem), que congrega seguidores de Freinet. Na teoria do educador francês, o trabalho e a cooperação vêm em primeiro plano, a ponto de ele defender, em contraste com outros pedagogos, incluindo os da Escola Nova, que "não é o jogo que é natural da criança, mas sim o trabalho". Seu objetivo declarado é criar uma "escola do povo". FONTE: Márcio Ferrari (novaescola@fvc.org.br) ELIANA CAMARGO 24 Quem foi Paulo Freire? Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/9/1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família mudou para a cidade de Jaboatão. Na adolescência, começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou- se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife. No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento de educação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas ideias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia. Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997. Obras do educador Paulo Freire: ELIANA CAMARGO 25 - A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961. - Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22. - Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967. - Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970. - Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979. - A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982. - A educação na cidade. São Paulo:Cortez Editora, 1991. - Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992. - Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993. - Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974. - À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995. - Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997. - Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b. - Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000. - Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001. Foi o mais célebre educador brasileiro, autor da Pedagogia do Oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. FONTE: http://www.suapesquisa.com/paulofreire/ Quem foi Rosseau? ELIANA CAMARGO 26 A filosofia de Jean-Jacques Rousseau tem como essência a crença de que o Homem é bom naturalmente, embora esteja sempre sob o jugo da vida em sociedade, a qual o predispõe à depravação. Para ele o homem e o cidadão são condições paradoxais na natureza humana, pois é o reflexo das incoerências que se instauram na relação do ser humano com o grupo social, que inevitavelmente o corrompe. Rousseau, um dos principais filósofos do Iluminismo. Pintura de Maurice Quentin de La Tour. É assim que o Homem, para Rousseau, se transforma em uma criatura má, a qual só pensa em prejudicar as outras pessoas. Por esta razão o filósofo idealiza o homem em estado selvagem, pois primitivamente ele é generoso. Um dos equívocos cometidos pela sociedade é a prática da desigualdade, seja a individual, seja a provocada pelo próprio contexto social. Nesta categoria ele engloba desde a presença negativa dos ciúmes no relacionamento afetivo, até a instauração da propriedade privada como base da vida econômica. Mas Rousseau acredita que há um caminho que pode reconduzir o indivíduo a sua antiga bondade, o qual é teorizado politicamente em sua obra Contrato Social, e pedagogicamente em Emílio, outra publicação essencial deste filósofo. Ele crê que a carência de igualdade na personalidade humana é algo que integra sua natureza; já a desigualdade social deve ser eliminada, pois priva o Homem do exercício da liberdade, substituindo esta prática pela devoção aos aspectos exteriores e às normas de etiqueta. Em sua obra Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, Rousseau discorre sobre a questão da maldade humana. Para melhor analisar esta característica, ele estabelece três etapas evolutivas na jornada do Homem. O primeiro estágio refere-se ao homem natural, subjugado pelos instintos e pelas sensações, sujeito ao domínio da Natureza; o segundo diz respeito ao homem selvagem, já impregnado por confrontos morais e imperfeições; segue-se, então, a condição do homem civilizado, marcada por intensos interesses privados, que sufocam sua moralidade. É neste processo que o indivíduo se converte em um ser egoísta e individualista, convertendo sua bondade natural, gradualmente, em maldade. O Homem abre ELIANA CAMARGO 27 mão de sua liberdade e assim se desqualifica enquanto ser humano, pois se vê despojado do principal veículo para a realização espiritual. A solução apontada por Rousseau para esta situação é enveredar pelos caminhos do autoconhecimento, através do campo emotivo da Humanidade. Na esfera da educação, exposta no Emílio, ele teoriza filosoficamente sobre o Homem. Sua principal inquietação, neste ponto, é saber se educa o indivíduo ou o cidadão, já que, para ele, estas duas facetas não podem conviver no mesmo ser, por serem completamente opostas. Rousseau defende a formação do homem natural no seu lar, junto aos familiares, por constituir um ser integral voltado para si mesmo, que vive de forma absoluta. Já o cidadão deve ser educado no circuito público proporcionado pelo Estado, pois é tão somente uma parte do todo, e por esta razão engendra uma vida relativa. O aprendizado social, segundo o filósofo, não produz nem o homem, nem o cidadão, mas sim um híbrido de ambos. Aliar os dois implica investir no saber do ser humano em seu estágio natural – por exemplo, a criança –, e o cidadão só terá existência a partir desta condição, a qual tem como fonte a Natureza e como fio condutor a trajetória individual. http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/filosofo-liberdade- como-valor-supremo-423134.shtml http://www.unicamp.br/~jmarques/cursos/rousseau2001/acs.htm Quais as Contribuições de Decroly? Jean-Ovide Decroly foi diretor da Escola "École d'Ermitage" (1907), cujo o ensino era direcionado aos meninos considerados de infância irregular, e que se tornou famosa como exemplo da Escola Nova. Ali aplicou ao ensino de crianças normais as conclusões extraídas da educação de excepcionais (Montessori). Baseado em suas contrariedades durante sua educação em sua infância (era considerado indisciplinado), seu método se destaca ao conciliar medidas psicológicas e educativas na prática educacional com as crianças. ELIANA CAMARGO 28 No campo da expressão, Decroly dedicou cuidadosa atenção à questão da linguagem. Para ele, não só a palavra é meio de expressão, mas também, entre outros, o corpo, o desenho, a construção e a arte. Com a ampliação do conceito de linguagem, que a linguística viria a corroborar, Decroly pretendia dissociar a ideia de inteligência da capacidade de dominar a linguagem convencional, valorizando expressões “concretas” como os trabalhos manuais, os esportes e os desenhos. A educação era centrada no aluno, ou seja, buscava a possibilidade de o aluno conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender. Alguns de seus pensamentos estão bem vivos nas salas de aula e coincidem com propostas pedagógicas difundidas atualmente. É o caso da ideia de globalização de conhecimentos – que inclui o chamado método global de alfabetização – e dos centros de interesse. O princípio de globalização de Decroly se baseia na ideia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo, que posteriormente pode se organizar em partes, ou seja, que vai do caos à ordem. FONTE: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?co nteudo=319 Quem foi Wallon? Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vice- presidente do Grupo Francês de Educação Nova - instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962. Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças. Militante de esquerda, participou das forças de resistência contra ELIANA CAMARGO 29 Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon - conjunto de propostas equivalente à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar. Em 1948, lançou a revista Enfance, que serviria de plataforma de novas ideias no mundo da educação - e que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para pesquisadores e professores. Falar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. No início do século passado, porém, essa ideia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandadapor um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon. Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino". As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. Por Fernando Tadeu Santos http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml Perrenoud e suas contribuições epistemológicas ELIANA CAMARGO 30 Philippe Perrenoud é doutor em Sociologia e Antropologia, tem 59 anos. Atua nas áreas relacionadas à currículo, práticas pedagógicas e instituições de formação nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Apesar de atuar nestas áreas, o autor não é um Pedagogo de formação. Para o autor, o sucesso e o fracasso escolar não são dependências únicas do ambiente escolar. Na sua visão, cada aprendizado deve ter como objetivo preparar os alunos para etapas subsequentes do currículo escolar, tornando o aluno capaz de mobilizar suas aquisições escolares fora da escola, tornando qualquer ambiente, um ambiente pedagógico, independentemente de quaisquer situações. Aliado a isso, o problema da transposição didática ou de construção de competências, vem como uma proposta norteadora para o desenvolvimento significativo do potencial dos alunos em ambientes dentro e fora da escola. Perrenoud questiona o objetivo da ida do aluno à escola: Esta deve ser fundamentada na mera aquisição de conhecimento ou no desenvolvimento de competências? A seguir, há a definição de competência como sendo a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimento, mas sem limitar-se a ele. Enfoca que o mundo do trabalho se apoia na noção de competência e que a escola deve seguir estes passos com o intuito de modernizar-se e se inserir na corrente dos valores da economia de mercado, Em suas obras, o conceito de competência é salientado enfocando que não há uma definição clara e objetiva do que seja competência. Segundo o autor, existem três aspectos do que pode vir a ser uma competência onde, em um dos casos, cita – se a questão pertinente à competência e desempenho, onde este é um indicador direto daquele. Trata ainda que os hábitos são esquemas simples e rígidos, mas nem todo esquema é um hábito. Perrenoud menciona, ainda, que o sucesso depende de uma capacidade geral de adaptação e discernimento, comumente considerada como inteligência natural do indivíduo. Frequentemente, o autor faz uma interligação entre competência e os programas escolares, iniciando a discussão, afirmando que toda competência está ligada, ELIANA CAMARGO 31 fundamentalmente, à uma prática social de alta complexidade. Após esta afirmação, questiona-se como se pode detectar uma competência. Segundo o autor, alguns se preocupam com a inserção de ensino por competências pelo fato de acreditarem que todas as disciplinas seriam trabalhadas, na maioria dos casos, com base em formações pluri, inter e transdisciplinar. Para o autor, quando alguns professores aceitam a ideia de competência, podem sentir – se, pelo menos inicialmente, encarregados de dar conhecimentos básicos aos seus alunos, pensando que, antes de mobilizá-los em determinada situação, devem prestar – lhes informações básicas e metódicas no “texto do saber”. Neste capítulo é iniciada uma discussão acerca da transposição didática, como ferramental de trabalho. Enfim, Perrenoud faz propostas diretrizes norteadoras para a implementação do processo de ensino e aprendizagem por competências. São elas: reconstruir a transposição didática, atenuar as divisões entre as disciplinas, romper o círculo fechado do currículo, criar novas formas de avaliar, reconhecer o fracasso, diferenciar o ensino e transformar a formação docente. CURRÍCULO A aprendizagem escolar está diretamente vinculada ao currículo, organizado para orientar, dentre outros, os diversos níveis de ensino e as ações docentes. O conceito de currículo é difícil de estabelecer, em face dos diversos ângulos envolvidos. É central para a escola e associa-se à própria identidade da instituição escolar, à sua organização e funcionamento e ao papel que exerce - ou deveria exercer - a partir das aspirações e expectativas da sociedade e da cultura em que se insere. Contém as experiências, bem como a sua planificação no âmbito da escola, colocadas à disposição dos alunos visando potencializar o seu desenvolvimento integral, a sua aprendizagem e a capacidade de conviver de forma produtiva e construtiva na sociedade. ELIANA CAMARGO 32 Essas experiências representam, em sentido mais amplo, o que o currículo exprime e buscam concretizar as intenções dos sistemas educacionais e o plano cultural que eles personalizam (no âmbito das instituições escolares) como modelo ideal de escola defendido pela sociedade. Nessa concepção, o currículo é construído a partir do projeto pedagógico da escola e viabilizam a sua operacionalização, orientando as atividades educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. Assim, pode ser visto como um guia sugerido sobre o que, quando e como ensinar; o que, como e quando avaliar. A concepção de currículo inclui, portanto, desde os aspectos básicos que envolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até os marcos teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula. Relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação. Essas noções de projeto pedagógico da escola e de concepção curricular estão intimamente ligadas à educação para todos que se almeja conquistar. Em última instância, viabilizam a sua concretização. O projeto pedagógico tem um caráter político e cultural e reflete os interesses, as aspirações, as dúvidas e as expectativas da comunidade escolar. Devem encontrar reflexo na cultura escolar e na expressão dessa cultura, ou seja, no currículo. A escola que é para todos requer uma dinamicidade curricular que permita ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos. Ver as necessidades especiais dos alunos atendidas no âmbito da escola regular requer que os sistemas educacionais modifiquem, não apenas as suas atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas, também, que se organizem para constituir uma real escola para todos, que dê conta dessas especificidades. O projeto pedagógico da escola, como ponto de referência para definir a prática escolar, deve orientar a operacionalização do currículo, como um recurso para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, considerando-se os seguintes aspectos: ELIANA CAMARGO 33 • a atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o processo de ensino- aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais dos alunos; • A identificação das necessidades educacionais especiais para justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua educação; • A adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e homogeneizadora de currículo;• A flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola, para atender à demanda diversificada dos alunos; • A possibilidade de incluir professores especializados, serviços de apoio e outros, não convencionais, para favorecer o processo educacional. Essa concepção coloca em destaque a adequação curricular como um elemento dinâmico da educação para todos e a sua viabilização para os alunos com necessidades educacionais especiais: não se fixar no que de especial possa ter a educação dos alunos, mas flexibilizar a prática educacional para atender a todos e propiciar seu progresso em função de suas possibilidades e diferenças individuais. Pensar em adequação curricular significa considerar o cotidiano das escolas, levando-se em conta as necessidades e capacidades dos seus alunos e os valores que orientam a prática pedagógica. Para os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais essas questões têm um significado particularmente importante. PLANEJAMENTO Imagine fazer uma viagem sem saber para onde você irá, onde se hospedará e o que fará. Ela pode ser ótima, mas há espaço para muitas coisas darem errado ao longo do trajeto, não é mesmo? Você pode não ter onde dormir, nem saber onde comer, não ter dinheiro no final da jornada e se perder pelo caminho. ELIANA CAMARGO 34 Esse panorama pode servir de modelo para muitas outras situações da vida, inclusive para uma escola. Já pensou em dar início ao ano letivo sem saber o que acontecerá na semana seguinte? Muito pode acontecer, por exemplo, os professores não saberem como lidar com a turma e a equipe escolar não conseguir implantar planos de ação e acompanhar o cumprimento de metas, como diminuir a evasão escolar e alfabetizar todas as crianças. Portanto, se você deseja evitar impasses, ou pelo menos antecipá-los, investir em planejamento é a solução. Quando e como ele é feito? Em geral, o planejamento escolar é feito para o ano inteiro e acontece antes do início das aulas. Nesse período, as escolas agendam uma semana pedagógica (que pode durar de 3 a 5 dias), durante a qual se discute o que acontecerá nos próximos 200 dias letivos, e revisam o Projeto Político-Pedagógico (PPP), o documento que define a identidade da escola e indica os caminhos para o ensino de qualidade. "O planejamento nasce a partir do estabelecimento de metas e de objetivos que a escola deseja alcançar. Ele é um momento importantíssimo para a construção de conhecimento sobre gestão e didática, articulação com a comunidade, constituição de uma equipe colaborativa e qualificação das ações", diz Maura Barbosa, consultora de GESTÃO ESCOLAR. Essa atividade é assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que garante que todos os profissionais que trabalham em uma escola tenham um tempo reservado para planejar a rotina. No entanto, não é só porque está na lei que ele deve ser cumprido. O planejamento é indispensável para a gestão do tempo, de materiais, de pessoas e de espaço, porque, ao colocar tudo o que a escola realizará ao longo do ano na ponta do lápis, é possível ter uma ideia do cenário e alocar os recursos de acordo com as necessidades dos períodos do ano. O que acontece na reunião de planejamento? ELIANA CAMARGO 35 Abaixo, há uma lista do que deve ser considerado durante a elaboração do planejamento anual da escola. Recepção dos professores novatos Troca de experiências entre os professores e gestores Apresentação e análise dos resultados do ano anterior Estabelecimento de metas e objetivos Apresentação do calendário escolar, de acordo com o disponibilizado pela Secretaria de Educação Revisão do Projeto Político-Pedagógico e criação de planos de ação Definição da grade horária das disciplinas Divisão das turmas Organização das salas e dos materiais Recepção dos alunos Planejamento pedagógico, levando em consideração a avaliação do ano anterior e a distribuição dos conteúdos de ensino e aprendizagem. Como é possível ver, o planejamento do ano não começa da estaca zero. O trabalho já se inicia no ano anterior, quando a equipe escolar realiza a avaliação do último plano. Na semana pedagógica, trabalha-se em cima dos resultados obtidos e com a troca de experiência sobre as turmas entre os docentes, visando sempre melhorar o que tem sido feito. É claro que as pautas das reuniões de planejamento podem mudar, a depender de seu objetivo. Em um encontro sobre diagnóstico, por exemplo, não se discutirá questões como a organização da sala de aula, mas sim sobre a forma de descobrir os saberes das crianças. "A pauta do planejamento depende sempre de quem está participando da reunião", diz Maura. Ao longo dos meses, é importante acompanhar se as ações previstas no planejamento têm sido implantadas e se as estratégias estão dando certo. Essa avaliação pode ocorrer a cada bimestre ou trimestre ou, ainda, semestralmente. ELIANA CAMARGO 36 Nessa altura, algumas perguntas são essenciais: tudo o que estava programado deu certo? Por que tal atividade deu errado? Como podemos melhorar para os próximos meses? Com as respostas dessas perguntas em mãos, inicia-se o replanejamento. Quem participa? Todo mundo participa da elaboração do planejamento porque ele influencia a escola inteira. Portanto, devem comparecer aos encontros os gestores, os professores e os funcionários. Os membros da equipe discutirão o funcionamento da instituição como um todo e também as funções pelas quais são responsáveis. Isso significa que todos devem pensar juntos sobre qual é a missão e os objetivos da escola, por exemplo. Mas, quando a pauta for planejamento de uma disciplina específica, apenas os professores e o coordenador pedagógico se ocuparão da tarefa. Essa prática garante a construção de uma gestão democrática e participativa. Em poucas palavras, o planejamento significa conhecer a realidade e as necessidades da comunidade escolar, estabelecer metas e objetivos, destinar recursos financeiros e materiais e gerir tempo e pessoas. Assim, é possível antecipar problemas e antever ações para contribuir com o desenvolvimento educacional dos estudantes. Quer saber mais? BIBLIOGRAFIA A escola participativa - O trabalho do gestor escolar. Heloísa Lück, Kátia Siqueira de Freitas, Robert Girling e Sherry Keith, 160 págs., Ed. Vozes, tel. (11) 3256- 0611, 29,70 reais. Saiba mais sobre a obra em Guia da escola democrática. A prática do planejamento participativo, Danilo Gandin, 184 págs., Ed. Vozes, tel. (11) 3256-0611, 39,30 reais. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico, Celso dos Santos Vasconcellos, 208 pág., Ed. Libertad, tel. (11) 5062-8515. ELIANA CAMARGO 37 AVALIAÇÃO NA ESCOLA Durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. A prova bimestral, por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os estudantes avançarem, ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado da garotada e oferecer alternativas para uma evolução mais segura. Mas como não sofrer com esse aspecto tão importante do dia-a-dia? Antes de mais nada, é preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém elementos que melhor se adaptam a cada situação didática. Observar, aplicar provas, solicitar redações e anotar o desempenho dos alunos durante um seminário são apenas alguns dos jeitos de avaliar. E todos podem ser usados em sala de aula, conforme a intenção do trabalho. Os especialistas, aliás, dizem que o ideal é mesclá-los, adaptando-os não apenas aos objetivos doeducador, mas também às necessidades de cada turma. "A avaliação deve ser encarada como reorientação para uma aprendizagem melhor e para a melhoria do sistema de ensino", resume Mere Abramowicz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Daí a importância de pensar e planejar muito antes de propor um debate ou um trabalho em grupo. É por isso que, no limite, você pode adotar, por sua conta, modelos próprios de avaliar os estudantes, como explica Mere. "Felizmente, existem educadores que conseguem colocar em prática suas propostas, às vezes até transgredindo uma sistemática tradicional. Em qualquer processo de avaliação da aprendizagem, há um foco no individual e no coletivo. Mas é preciso levar em consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro." É por isso, diz ela, que a negociação adquire importância ainda maior. ELIANA CAMARGO 38 Em outras palavras, discutir os critérios de avaliação de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores para todos. "Cabe ao professor listar os conteúdos realmente importantes, informá-los aos alunos e evitar mudanças sem necessidade", completa Léa Depresbiteris, especialista em Tecnologia Educacional e Psicologia Escolar. Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia, lembra que a boa avaliação envolve três passos: Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico); Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação); Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa). "Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento do educando", afirma Luckesi, ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi ensinado. Não adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de seminários se saia bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma pesquisa (na biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer. Da mesma forma, ao escolher o circo como tema, é preciso encontrar formas eficazes de abordá-lo se não houver trupes na cidade e as crianças nunca tiverem visto um espetáculo circense. Mere destaca ainda que a avaliação sempre esteve relacionada com o poder, na medida em que oferece ao professor a possibilidade de controlar a turma. "No modelo tecnicista, que privilegia a atribuição de notas e a classificação dos estudantes, ela é ameaçadora, uma arma. Vira instrumento de poder e dominação, capaz de despertar o medo." O fato, segundo ela, é que muitos educadores viveram esse tipo de experiência ao frequentar a escola e, por isso, alguns têm dificuldade para agir de outra forma. Para Mere, essa marca negativa da avaliação vem sendo modificada à medida que melhora a formação docente e o professor passa a ver mais sentido em ELIANA CAMARGO 39 novos modelos. Só assim o fracasso dos jovens deixa de ser encarado como uma deficiência e se torna um desafio para quem não aceita deixar ninguém para trás. COMO APRESENTAR OS RESULTADOS Observar, anotar, replanejar, envolver todos os alunos nas atividades de classe, fazer uma avaliação precisa e abrangente. E agora, o que fazer com os resultados? Segundo os especialistas, a avaliação interessa a quatro públicos: • ao aluno, que tem o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem para se empenhar na superação das necessidades; • aos pais, corresponsáveis pela Educação dos filhos e por parte significativa dos estímulos que eles recebem; • ao professor, que precisa constantemente avaliar a própria prática de sala de aula; • à equipe docente, que deve garantir continuidade e coerência no percurso escolar de todos os estudantes. Cipriano Luckesi diz que, "enquanto é avaliado, o educando expõe sua capacidade de raciocinar". Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas aos autores com os respectivos comentários. A BNCC e a Aplicabilidade na Educação Infantil e Ensino Fundamental A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que reúne os conteúdos mínimos a serem trabalhados ao longo das etapas da educação básica. O projeto existe desde a promulgação da Constituição Federal de 1988. No entanto, a sua primeira versão só foi publicada em 2015, e uma revisão ocorreu no ano seguinte. Durante esse processo histórico, a BNCC buscou estabelecer um currículo base para cada etapa da educação básica. Por isso temos a BNCC do ensino médio, ensino fundamental e da educação infantil. Além de ser um norteador dos profissionais da educação, a BNCC contribui para estimular a qualidade do ELIANA CAMARGO 40 ensino, pois estabelece os níveis de desenvolvimento que devem ser disponibilizados a todos os estudantes. A BNCC Na BNCC constam as competências e habilidades que os estudantes devem desenvolver no decorrer da sua formação. O documento está estruturado da seguinte forma: - Textos introdutórios (geral, por etapa e por área); - Competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo de todas as etapas da Educação Básica; - Competências específicas de cada área do conhecimento e dos componentes curriculares; - Direitos de Aprendizagem ou Habilidades relativas a diversos objetos de conhecimento (conteúdos, conceitos e processos) que os alunos devem desenvolver em cada etapa da Educação Básica, da Educação Infantil ao Ensino Médio. De que forma a BNCC está relacionada com… A Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE). A criação de uma base comum para a Educação Básica está prevista desde 1988, a partir da promulgação da Constituição Cidadã. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) reforçou a sua necessidade, mas somente em 2014 a criação da Base Nacional Comum Curricular foi definida como meta pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Os Currículos Estaduais, Municipais e o Projeto Político Pedagógico das escolas A Base não deve ser entendida como sinônimo de currículo, mas ela está intimamente ligada à construção dos Currículos Estaduais e Municipais, bem como, ao Projeto Político Pedagógico e ao currículo das escolas. As equipes pedagógicas devem trabalhar na reestruturação dos seus currículos, tomando como norte os preceitos estabelecidos na BNCC. ELIANA CAMARGO 41 Como funciona a orientação por competências? Para assegurar os direitos de aprendizagem dos estudantes da Educação Básica, a Base Nacional Comum Curricular foi estruturada em competências. Mas o que são consideradas competências? Para a BNCC, competência é a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver questões do cotidiano, do mundo do trabalho e para exercer a cidadania, ou seja, é por meio dessas competências que os estudantes desenvolvem as habilidades e aprendizagens essenciais estabelecidas pela Base. Ao todo foram estipuladas 10 competências gerais para a etapa da Educação Básica. As 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular acompanham o desenvolvimento dos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. 1. Conhecimento 2. Pensamento científico, crítico e criativo 3. Repertório cultural 4. Comunicação 5. Cultura digital 6. Trabalho e projeto de vida 7. Argumentação 8. Autoconhecimento e autocuidado 9. Empatia e cooperação 10. Responsabilidade e cidadania Na prática, como funciona? Todas as competências indicam o que deve ser aprendido pelos estudantes (o objetivo é identificado por verbos infinitivos que iniciam as descrições), do mesmo modo que especificam com que finalidade
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