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Exercício de fixação com resposta Precedentes judiciais

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Diretoria de Graduação 
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: H119811 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DE CONTEÚDOS 
PRECEDENTES JUDICIAIS 
 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
... 
§ 1
o
 Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
... 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem 
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 
 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. 
... 
§ 2
o
 Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos 
precedentes que motivaram sua criação. 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
... 
§ 5
o
 Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica 
decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores. 
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: 
... 
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; 
 
1. SERÁ QUE É POSSÍVEL SE FALAR QUE TODA DECISÃO É UM PRECEDENTE 
DIANTE DA ANÁLISE DO NOVO CPC? 
Resp.: Sim, pois o CPC utiliza expressamente o termo “precedente” no polêmico § 1º do art. 
489 e incisos V e VI, bem como nos arts. 926, § 2º; 927, § 5º; 988, IV. 
O inciso V do art. 489 afirma que não corresponde a fundamentação a decisão que 
simplesmente invoca um precedente sem demonstrar a sua pertinência com o caso concreto. 
Ele significa que não basta ao julgador citá-lo. É imprescindível a análise da correspondência 
da sua tese com o caso debatido em juízo. 
O inciso VI do art. 489 prevê que, para a refutação de um precedente alegado em uma 
demanda, é preciso a demonstração de que os pressupostos de fato e de direito não são os 
mesmos do caso concreto. 
Os dois incisos trabalham o fenômeno da “distinção” ou “distinguishing”. 
 
2. A “DISTINÇÃO” OU “DISTINGUISHING” PODE SER ANALISADA COM BASE EM 
DOIS FOCOS. EXPLIQUE. 
Resp.: O primeiro é o método de verificar os pressupostos de fato e de direito de um 
precedente e a sua eventual correspondência com os do caso concreto. 
O segundo é o resultado ou conclusão pela aplicação ou pela distinção (daí o termo 
“distinguishing”), ou seja, não se deve buscar a identidade entre os casos já que isso é 
praticamente impossível, mas é necessária a similitude entre as teses jurídicas do paradigma e 
do caso concreto. 
 
3. O ENQUADRAMENTO DE UMA DECISÃO JUDICIAL COMO PRECEDENTE EM 
SENTIDO TÉCNICO LEVA O JULGADOR A TER QUE ADOTAR O QUÊ? 
Resp.: o procedimento da “distinção”. 
 
 
4. QUAIS OS CONCEITOS DESENVOLVIDOS PELO COMMON LAW E QUE SÃO 
FUNDAMENTAIS PARA A OPERAÇÃO COM PRECEDENTES NORMATIVOS? 
Resp.: São eles: a ideia de ratio decidendi ou holding, conhecido como “razão de decidir” do 
julgado; a noção de obiter dictum, que designa-se “consideração marginal ao caso”; e o 
mecanismo de “distinção” entre casos (distinguish). 
 
5. O QUE ENTENDE POR RATIO DECIDENDI? 
Resp.: para a teoria do precedente, a ratio decidendi é a porção de um julgado, extraída do 
caso concreto, que vincula os demais órgãos judiciais. É justamente a norma que se extrai de 
um julgado e que governará casos semelhantes. A sua definição pressupõe a plena 
compreensão dos fatos juridicamente relevantes para a causa, da questão de direito que eles 
colocam, bem como o exame dos fundamentos utilizados pelo tribunal para decidir o caso 
concreto. 
 
6. O QUE ENTENDE POR OBITER DICTUM? 
Resp.: correspondem a considerações à margem das questões de direito efetivamente postas 
pela demanda e, por isso, não vinculam as demais instâncias, ou seja, tem considerável 
importância para a argumentação e para a fundamentação de decisões judiciais, mas os 
demais órgãos julgadores não estão obrigados a segui-los. 
 
7. O QUE ENTENDE POR “DISTINÇÃO” OU “DISTINGUISHING”? 
Resp.: uma vez proferida uma decisão e, portanto, uma vez gerado um precedente vinculante, 
compete aos juízos vinculados interpretá-lo e aplicá-lo aos novos casos semelhantes – desde 
que sejam efetivamente semelhantes. Assim, caberá aos juízos vinculados produzir a primeira 
interpretação do precedente gerado pela corte vinculante (de sua ratio decidendi), bem como 
confrontar a causa que gerou o precedente com a nova ação que têm em mãos, para aferir se 
constituem casos idênticos ou não. 
 
8. QUANDO É QUE OS PRECEDENTES NÃO SE APLICAM? 
Resp.: as instâncias vinculadas identificarão os fatos relevantes de cada caso, as questões 
jurídicas que suscitam e os fundamentos utilizados para decidir a primeira causa. E avaliarão 
se tais fundamentos são suficientes para solucionar a nova causa. Quando os fatos 
juridicamente relevantes são diferentes e impõem a apreciação de uma questão de direito 
diversa, o precedente não se aplica. Trata-se de caso de distinção. 
 
9. ANALISE O CASO E RESPONDA SE O PRECEDENTE ANTERIOR VINCULA A 
DECISÃO DO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU? 
 
Imagine-se, por exemplo, que o stf tenha declarado a constitucionalidade de uma norma 
que veda o deferimento de antecipação de tutela contra a fazenda pública para o pagamento 
de vantagens a servidores e pensionistas; e que a decisão da corte tenha formado um 
precedente normativo no sentido de que “a vedação de antecipação de tutela contra a 
fazenda pública para pagamento de valores a servidores e pensionistas não viola o direito 
de acesso ao judiciário, uma vez que tais parcelas, por serem alimentares, são irrepetíveis e 
poderão ser percebidas após o julgamento do mérito da ação. 
 
Imagine-se, contudo, que um novo caso trazido à apreciação da primeira instância coloca, 
de um lado, a fazenda pública e, de outro, um paciente terminal que precisa do valor para 
tratar da sua saúde e que não viverá para ver o julgamento de mérito da ação. 
Resp.: Não. Pois, o fato do “paciente terminal” não se encontra presente no primeiro caso, ou 
seja, este fato é juridicamente relevante na nova ação porque recusar o deferimento de 
antecipação de tutela na última hipótese significaria recusar, em absoluto, o acesso desta 
pessoa ao judiciário. Portanto, quando fatos diferentes colocam questões de direito distintas, o 
precedente normativo não governa a solução do novo caso, cabendo, todavia, ao magistrado 
de primeiro grau o ônus de demonstrar que a aplicação não é cabível e por que. 
 
10. QUANDO É QUE DE FATO, O NCPC CONSIDERA NÃO FUNDAMENTADA A 
SENTENÇA QUE INVOQUE PRECEDENTE OU ENUNCIADO DE SÚMULA? 
Resp.: quando não identifica seus fundamentos determinantes nem demonstra que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos. Esta exigência deixa claro que o que vincula as 
demais instâncias são os fundamentos determinantes do precedente, portanto, sua ratio 
decidendi. Deixa claro, ainda, que tal vinculação só ocorre se a discussão posta pela demanda 
em exame “se ajusta aos fundamentos” do julgado anterior. Isso porque, se a nova ação 
apresenta diversidade fática que requer decisão de questão de direito distinta, o precedente 
anterior não vincula a decisão da última ação.

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