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Resumo Crítico - Vigiar e Punir (Michel Foucault)

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VIGIAR E PUNIR – NASCIMENTO DA PRISÃO
 (Michel Foucault)
 
 Direito Penal I – III Semestre
Michel Foucault (1926 - 1984) pensador e filósofo francês centrava-se na vida e nos diferentes processos de subjetivação. Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados ​​como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. 
Foucault em uma de suas obras mais famosas “Vigiar e Punir” publicada em 1975 apresenta um estudo científico sobre a evolução histórica da legislação penal e os respectivos métodos e meios coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinquência, desde os séculos passados até os tempos modernos. O autor inicia seu livro relatando como Damiens (condenado em 1757) foi brutalmente morto em praça pública na frente da Igreja de Paris. Lá ele sofreu todo tipo de tortura e por fim foi esquartejado, amarrado e sendo puxado por seis cavalos. Depois de desmembrado, os pedaços de seu corpo foram todos queimados, em cumprimento da sentença, tudo foi reduzido a cinzas. A partir do século XIX não é mais ao corpo que se dirige a punição, e sim à alma.
No capítulo “A mitigação das penas” Foucault segue o raciocínio de que a proporção entre a pena e a qualidade do delito é determinada pela influência que o pacto violado tem sobre a ordem social. Portanto, o castigo deve ter como objetivo principal as consequências do crime. Em seguida, ele estabelece a ideia de que a punição não deve se dar em forma de dor e sofrimento, não é necessária a utilização do corpo como alvo principal para o castigo.
A obra dividida pelo autor em quatro partes, traz a forma de punição típica que perdurou até o fim do século XVII e princípio do século XVIII predominantemente na Europa onde o sistema de governo monárquico dominou, pontuando que o castigo da pena aplicado aos condenados era um sofrimento físico incessante e brutal aplicado ao corpo dos mesmos. Narra contextos históricos principalmente desenvolvidos na França com numerosas maneiras de aplicação de flagelo humano, onde o poder soberano do estado abrandava qualquer forma de expressão dos direitos fundamentais inerentes à própria existência da pessoa enquanto sujeito de direitos.
Em seu estudo, Michel Foucault identifica a disciplina mantida nas prisões como algo a moldar os corpos dos indivíduos,  Dá-nos uma clara visão dos processos de adestramentos desenvolvidos no cárcere, semelhantes em seminários, quartéis, escolas, locais em que a supressão do tempo é um forte aliado neste processo de sujeição. Identifica a aprendizagem corporativa como forma de desenvolvimento de programas bem definidos para atendimento deste estado de coisas, pautado pela dominação do sistema e pela sujeição dos seres humanos. 
Concluindo, o livro “Vigiar e Punir” bem como a história da violência nas prisões apresenta de forma bem clara a evolução das penas e da prisão. A obra é uma análise das estruturas teóricas que motivou grandes mudanças introduzidas no sistema penal. Para Foucault, a prisão seria a melhor maneira de punição e a forma mais eficaz de castigar um indivíduo fazendo com que se realizasse a punição. 
“Vigiar e Punir” é sem dúvidas uma obra extremamente importante e necessária à compreensão da história do direito penal, do jogo e manutenção do poder constituído sobre a sociedade de um modo geral, que nos faz refletir sobre a proteção que este importante meio de controle social pôde, e ainda pode oferecer enquanto poderoso instrumento garantidor dos interesses dominantes.

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