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RESUMO DE AULA 2 - Critérios de Normalidade e Patologia roteiro de entrevista psicopatológica. (1)

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Critérios de Normalidade e Patologia (aula 2 – parte 1) Inês carneiro
- O conceito de patologia é diretamente relacionado ao conceito de normalidade.
- Variados conceitos de normalidade → Variados conceitos de patologia
- Todos os conceitos de normalidade e patologia pertencem à psicopatologia.
- Sua correção depende do contexto prático e teórico em que são aplicados. 
1. Normalidade como ausência de doença:
- Normal = Ausência de sinais, sintomas, transtornos ou doenças.
- Patológico = Presença de Transtornos Mentais.
- Definição genérica e falha, definição pelo negativo. 
2. Normalidade ideal:
- Depende de critérios socioculturais e ideológicos arbitrários, baseados na adaptação do indivíduo às normas de determinada sociedade.
- Normal = Ideal (longínquo) 
- Patológico = Comum (próximo) “De perto, ninguém é normal”. 
- Segunda Tópica Freudiana: Supereu (ideal do eu) X Eu X Isso
3. Normalidade Estatística: 
- Abordagem quantitativa da normalidade.
- Normal = Mais Freqüente Patologia = Menos Freqüente
- Limitação do conceito: nem tudo que é raro é necessariamente patológico.
	
- A curva “normal” ou distribuição de Gauss é uma entre diversas abordagens estatísticas de um fenômeno mensurável.
	
4. Normalidade como bem-estar:
- Normal = Bem Estar Patológico = Mal Estar
- A OMS definiu a saúde como completo bem estar físico, mental e social;
- Conceito vasto e impreciso.
- O mal-estar é inevitável. (Freud, 1930, Mal-Estar na Civilização)
5. Normalidade Funcional:
- Normal = Funcional Patológico = Disfuncional
- O disfuncional provoca sofrimento individual e social.
- O disfuncional não é adaptativo.
6. Normalidade subjetiva:
- Normal = O que o indivíduo considera normal.
- Patológico = O que o indivíduo considera patológico.
- A percepção subjetiva do individuo em relação ao seu estado de saúde.
- Critério central na prática psicanalítica.
- Critério a ser considerado por outras práticas.
7. Normalidade como liberdade:
- Normal = Ter liberdade existencial (sobre seu destino no mundo)
- Patológico = Perda da liberdade existencial 
- Saúde é ter liberdade de expressão, doença é estar fixado a um só modo de expressão.
- Liberdade envolve senso de realidade, senso de humor e senso poético perante a vida.
8. Normalidade Operacional:
- Critério arbitrário de utilidade pragmática. 
- O conceito utilizado depende da situação sobre a qual se pretende operar.
- Os critérios de normalidade e patologia variam.
- Pode-se utilizar uma associação de vários critérios.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA:
DALGALARRANDO, P. Psicopatologia e Sociologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000; cap. 3.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES:
FREUD, S. – O Eu e o Isso (1923), Obras Completas, vol. IXX.
 - Mal-Estar na Civilização (1930), Obras Completas, vol.XXI.
ENTREVISTA PSICOPATOLÓGICA/PSIQUIÁTRICA – Breve Roteiro (aula 2 - parte 2)
A - História Psiquiátrica (para alguns autores é sinônimo de anamnese)
1 - Dados de identificação: nome, idade, sexo, estado civil, ocupação, local de residência, instrução, religião, grupo étnico, naturalidade, nacionalidade, língua (se estrangeira). Esses dados são recolhidos na primeira entrevista e situam quem é paciente que chega à instituição de saúde ou consultório do médico.
2 - Queixa Principal ou Básica:
O que motivou a consulta, ou, se for o caso, do pedido de internação? Qual o sofrimento, dificuldade ou conflito que traz o paciente ao profissional? 
No registro da entrevista ela deve constar de forma sucinta, de preferência nas próprias palavras do paciente, entre aspas, ou seguida da expressão latina sic (assim) para frisar que a palavra ou frase foi realmente dita dessa forma pelo paciente. 
Quando o paciente é levado por outra pessoa deve-se registrar a queixa de ambos.
3 – História da doença atual – Quando, como e em que circunstâncias ficou doente? Como era a sua vida antes? Que mudanças ocorreram depois? Em que medida estas o afetaram? Descrever cronologicamente o início e a evolução da doença. 
4 – Doenças anteriores (psiquiátricas e clínicas)
Caso tenha havido crises anteriores, investigar como foi a primeira manifestação ou o primeiro episódio da enfermidade, a primeira crise, a primeira internação, o primeiro tratamento? 
Investigar também doenças clínicas e doenças na família.
5 – História pessoal pregressa (para alguns autores, anamnese)
História natal e perinatal 
Infância
Adolescência
Idade adulta
História psicossexual
História familiar
B – Exame do Estado Mental - EEM (ou Exame Psíquico)
 O Exame do Estado Mental é como um corte transversal da vida psicológica do paciente, a soma total das observações e impressões do psiquiatra no momento. Ele é realizado ao longo de toda a entrevista, enquanto o entrevistador está em contato com o paciente, está recolhendo dados sobre seu estado mental.
Devem ser observados os seguintes itens:
1 - Aspecto Geral
2 - Consciência
3 - Atenção
4 – Orientação
5 - Sensopercepção
6 - Pensamento
7 – Juízo de realidade
8 - Afetividade
9 - Vontade
10 - Psicomotricidade
11 – Inteligência
12 –Memória, etc.
C - Exame Clínico Geral (físico) e Neurológico
Estes exames serão mais ou menos detalhados, a partir das hipóteses diagnósticas que irão se delineando para o médico com a anamnese e o exame mental do paciente. Caso desconfie de doença física ou transtorno neurológico deve realizar exames detalhados mas, mesmo quando não há essa desconfiança, é conveniente uma avaliação física geral.
D – Conclusão e Registro 
1 – Diagnóstico
O formato moderno de diagnóstico pluridimensional envolve o registro de:
Síndromes ou transtornos clínico-psiquiátricos.
Distúrbios do desenvolvimento (nível intelectual) e de personalidade
Distúrbios ou patologias físicas
Gravidade do fator estressante psicossocial e sua relação com o desencadeamento
Avaliação Global do desempenho e da rede de apoio social 
2 – Prognóstico – Previsão sobre a evolução do quadro com ou sem o tratamento indicado.
3 - Plano de tratamento – farmacológico, psicoterápico e psicossocial.
* a ocorrência ou ausência de idéias, intenções ou atos violentos, homicidas ou suicidas deve ser salientada no registro da entrevista.
Referências bibliográficas:
- Carlat, Daniel J. – Entrevista Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
- Kaplan & Sadock - Compêndio de Psiquiatria Clínica; Cap. 7: Entrevista psiquiátrica, história e exame do estado mental.
- Lyra Bastos, Cláudio – Manual do exame psíquico – Uma introdução prática à psicopatologia; Cap.5: Roteiro básico para o exame psiquiátrico.
- Dalgalarrondo, Paulo – Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais; Cap. 7: Avaliação do paciente e Cap. 8: A entrevista com o paciente: anamnese psicopatológica.

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