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METABOLISMO DA GLICOSE Universidade Federal do Rio Grande Faculdade de Medicina Monitoria de Bioquímica Médica 2017 Tchurle Hoffmann ATM 2021 RELEMBRANDO... VIAS Anabólica: BOM ESTADO ENERGÉTICO. Ex.: Glicogênese. Catabólica: MAU ESTADO ENERGÉTICO. Ex.: glicogenólise. GLICOGÊNESE • O glicogênio é um polissacarídeo de glicose; • 2 tipos de ligações glicosídicas: cadeias de resíduos de glicose com ligações alfa (1→4) e com ramificações alfa (1→6); • Reserva energética; • Armazenado sobretudo no fígado e nos músculos. GLICOGÊNESE Glucose-6-phosphate Fosfoglicomutase Glucose-1-phosphate Uridine diphosphate glucose Glicogênio sintase Glycogen Fornece energia para a biossíntese • Glicogenina “primer”. • Glicogênio sintase enzima reguladora adiciona novas ligações glicosídica alfa (1→4). • Enzimas ramificadoras (amilo-4-6-transferase) transferência de um segmento (7 resíduos) do final da cadeia para o ponto de ramificação, catalisando a formação glicosídica alfa (1→6). A ausência de insulina (DM I) e altos níveis de glucagon diminuem a atividade da glicogênio sintase. • Quais os objetivos da glicogênese? • Onde ela ocorre? • Qual hormônio ativa esse processo em resposta aos altos níveis de glicose sanguínea? • Qual a enzima de regulação da via? GLICOGENÓLISE • Mecanismo de manutenção da glicose sanguínea entre as refeições; • Depósitos de glicogênio hepático aproximadamente 12/24h. • Muitas moléculas de glicose na superfície da molécula de glicogênio garantem o acesso das enzimas envolvidas na liberação rápida de glicose; • Baixos níveis de glicose no sangue (via ação do glucagon); • Glicogênio fosforilase cliva as ligações alfa (1→4) do glicogênio Glicose-1-fosfato Fosfoglicomutase Glicose-6-fosfato • Enzimas desramificadoras (amilo-4-6-glicosidase). Glicólise Via das pentoses-fosfato Reabastecimento de glicose sanguínea IMPORTANTÍSSIMO O metabolismo do glicogênio é regulado principalmente por fosforilação. Insulina e Glucagon têm efeitos ANTAGÔNICOS. As respostas da glicogênio fosforilase e da glicogênio sintase aos modificadores estão em sentidos opostos. GLUCAGON Fosfatases: remoção dos grupos fosfato. Quinases: adição dos grupos fosfato. GLICONEOGÊNESE • Via hepática essencial durante o jejum prolongado ou quando os depósitos de glicogênio são desprezíveis; Utiliza AA, glicerol, lactato, piruvato como precursores da glicose. • Qual a definição de gliconeogênese e quais os seus precursores? • Quais os objetivos da gliconeogênese? • Qual o produto final da gliconeogênese? • Onde ela ocorre? • Quando ela acontece? • É uma via energeticamente custosa? • Quem é o principal regulador dessa via? PACIENTE, 57 ANOS, ALCOÓLICO, SUBNUTRIDO E EM HIPOTERMIA, DIAGNOSTICADO COM ALTA ATIVIDADE DA ASPARTATO AMINOTRANSFERASE, ACÚMULO DE LACTATO, BAIXA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE E RESPIRAÇÃO RÁPIDA. EXPLIQUE BIOQUIMICAMENTE QUAL A VIA GLICOLÍTICA QUE ESTÁ SENDO ALTERADA E AS CONSEQUÊNCIAS DISSO. CASO CLÍNICO Um alcoólico mal alimentado, possui menos reservas de glicogênio, logo a GLICOGENÓLISE deixa de ser eficiente para manter os níveis de glicose no sangue. A via glicolítica responsável pela homeostasia passa a ser a GLICONEOGÊNESE. Contudo, a alta taxa de aspartato aminotransferase é indicativo de cirrose, dificultando a via que acontece também no fígado. Além disso, o paciente está subnutrido e em hipotermia, o que compromete a liberação de aminoácidos e ácidos graxos como precursores da gliconeogênese. Além disso, o consumo de álcool é um estresse adicional para a gliconeogênese, uma vez que o álcool é metabolizado primariamente no fígado. Com o metabolismo do álcool desregulado existe o aumento de NADH hepático, o que favorece a formação de lactato (lembrar que piruvato -> lactato). Já a glicose sanguínea baixa leva uma resposta de estresse (batimentos cardíacos rápidos, pele fria e úmida) um esforço combinado para melhorar a estimulação da gliconeogênese pela ação combinada da adrenalina e glucagon. Portanto, é normal que o alto consumo do álcool leve a uma acidemia láctica. A respiração rápida é uma resposta fisiológica à acidose metabólica causada pelo excesso de lactato. PACIENTE, MORADOR DE RUA, SEM IDENTIFICAÇÃO, CHEGA AO PA COM SINAIS DE FRAQUEZA, DORES E LIPOTIMIA (DESMAIO). RELATA NÃO TER SE ALIMENTADO HÁ DOIS DIAS. EXPLIQUE DETALHADAMENTE QUAIS OS PROCESSOS BIOQUÍMICOS QUE ACONTECERAM COM O PACIENTE QUE O MANTIVERAM VIVO DURANTE DOIS DIAS DE SUPOSTO “JEJUM”. CASO CLÍNICO Após 2-3 horas de sua última alimentação, a glicose foi absorvida pelo organismo (principal meio energético para a obtenção de ATP do corpo humano - 80% dela destinado ao SNC). Então, não há somente a GLICÓLISE se não há mais glicose para ser degradada. Há reservas produzidas na GLICOGÊNESE (glicogênio hepático está disponível para a manutenção da glicose). Com a diminuição de glicose no sangue, e a queda de ATP, então ativa-se a GLICOGENÓLISE (degradar glicogênio hepático em glicose para manter a concentração de glicose – capacidade 12 a 24 horas). No caso do paciente (jejum 2 dias) outra estratégia bioquímica foi ativada, a conversão de gordura e aminoácidos em glicose - GLICONEOGÊNESE. Esse processo é essencial para a sobrevivência durante o jejum ou a fome quando os depósitos de glicogênio são desprezíveis, mesmo sendo energicamente custoso. Com o passar do tempo, a taxa de gliconeogênese diminui também, porque diminui seu substrato, evidenciado muitas vezes pela perda de massa muscular e de tecido adiposo (emagrecimento). Os sintomas relatados pelo paciente (fraqueza e desmaios) evidenciam a falta de ATP para a manutenção fisiológica dos músculos e do cérebro. DISTÚRBIOS CLÍNICOS ASSOCIADOS AO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO • Doença de McArdlle reduzida capacidade para exercícios físicos. Deficiência rara de atividade da fosforilase muscular. Dores musculares crônicas nos braços e pernas. Fraqueza muscular. Dor melhora após 15-30 min de exercício. Outras vias superam o déficit da glicogenólise muscular. DISTÚRBIOS CLÍNICOS ASSOCIADOS AO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO • Doença de Von Gierke acúmulo de glicogênio no fígado. Deficiência da enzima Glicose-6-fosfatase, glicose hepática não pode ser liberada para o sangue. Fígado e rins aumentados, retardo no crescimento, hipoglicemia de jejum. DISTÚRBIOS CLÍNICOS ASSOCIADOS AO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO • Doença de Forbes ou Cori incapacidade de degradar o glicogênio com eficiência. Deficiência da enzima desramificadora (níveis de glicogênio fosforilase são normais). Hipoglicemia de jejum, hepatomegalia na infância, miopatia. Sintomas geralmente se atenuam na puberdade, mas podem haver complicações hepáticas.
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