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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONOMICA DISCIPLINA: ZOOTECNIA ESPECIAL II PRINCIPAIS DOENÇAS QUE ACOMETEM AS AVES GRADUANDO: TIAGO LUAN R. DOS SANTOS TERESINA - PI 2018 A indústria avícola brasileira cresce anualmente e se torna cada vez mais representativa na produção e exportação dos seus produtos. Os cuidados com a sanidade avícola têm acompanhado e favorecido essa evolução, entretanto, patógenos que afetam o peso e a qualidade da carcaça continuam a provocar grandes prejuízos à produção avícola. Na aquisição dos frangos e galinhas, deve-se ter certeza de sua procedência para evitar a contaminação de toda uma granja. As doenças destas aves têm as mais variadas origens e agentes causais como vírus, bactérias, fungos e parasitas. Daí a importância de se conhecer as principais enfermidades que causam prejuízos na avicultura. Principais Doenças Virais Doença de Newcastle A Doença de Newcastle (DN) possui grande importância econômica no setor avícola mundial pelo fato de inviabilizar as exportações de aves e produtos avícolas quando não há um controle rigoroso da doença nos diversos países exportadores. A DN é uma doença viral altamente contagiosa e fatal. Infecções naturais e experimentais já foram demonstradas em, pelo menos, 241 espécies de aves, representando 27 das 50 ordens da classe Aves, podendo causar até 100% de mortalidade. O vírus da Doença de Newcastle (VDN) também pode infectar perus, patos, codornas, gansos, perdizes, pardais, avestruzes, papagaios. Etiologia A infecção é causada por um vírus do gênero Avulavirus, família Paramyxoviridae. Sinais clínicos Os sinais clínicos em aves infectadas com o VDN variam largamente e são dependentes de fatores tais como: vírus, espécie hospedeira, idade, infecções intercorrentes com outros microrganismos, “stress” ambiental e perfil imunológico. Um quadro inespecífico também pode estar associado com sinais como depressão, diarreia, prostação, edema de cabeça, queda na produção de ovos caminhando para uma parada completa. Os sinais clínicos típicos são: estado de prostração e depressão com penas eriçadas, diarreia branco-esverdeada, e nas sobreviventes, a cabeça girada para um lado conhecido como torcicolo, paralisia das patas, asas ou outros sinais neurológicos. Outras características típicas da doença incluem: rápida propagação, morte em período de 2-3 dias, mortalidade superior a 50%, e um período de incubação de 2-3 dias, ou, em ocasiões raras, de 2-15 dias. Transmissão A disseminação deste vírus ocorre de várias formas, sendo comum a transmissão horizontal, ou seja, através do contato entre aves doentes e aves sadias A forma de transmissão vertical, transmitida pela mãe para o pintinho, parece ainda não estar muito bem esclarecida, não existindo comprovação científica de que o VDN possa ser difundido através de ovos de galinhas infectadas. Ovos para incubação provenientes de granjas infectadas com o vírus da DN são importantes fontes de disseminação do vírus. Alguns animais, principalmente pequenos roedores, insetos e artrópodes, os quais transitam entre as aves infectadas e as susceptíveis, podem apresentar um potencial para a difusão do VDN, transmitindo mecanicamente o vírus. Diagnóstico O quadro clínico não é suficiente para diagnosticar DN, por ser semelhante a outras doenças que afetam as aves. O diagnóstico através de testes laboratoriais são os indicados. As provas sorológicas mais utilizadas para diagnosticar a DN são os testes de inibição de hemaglutinação (HI) e o Teste de ELISA. Entretanto, o isolamento viral e a posterior caracterização é o único método seguro de diagnóstico da DN. Os testes sorológicos, além de utilizados para detectar a presença de vírus de campo nas unidades produtoras avícolas, também são bastante realizados para monitorar o status imunológico das aves frente aos mais diversos programas vacinais. Prevenção e controle O controle da DN é realizado através da utilização de vacinas (imunização ativa) com vírus vivo atenuado. As vacinas vivas usadas no controle do VDN em todo o mundo são: Tipo B1, LaSota, Ulster e VG/GA. Vacinas inativadas em adjuvantes oleosos são indicadas para aves de postura, sendo aplicadas antes do início da oviposição, indicadas para manter proteção durante um período mais prolongado. A sua utilização em GFQ não é economicamente indicada, devido seu custo elevado, apresentação comercial de 1000 doses e necessidade de aparelho de aplicação e pessoal treinado. Bronquite Infecciosa A bronquite infecciosa das aves (BIG) tem distribuição mundial sendo um problema frequente em granjas de frangos de corte, reprodutoras e aves de postura. Entretanto, um levantamento mais relevante sobre o acometimento da BIG entre as GFQ ainda necessita ser feito. Etiologia O agente etiológico da BIG é um vírus da família Coronaviridae, pertencente ao gênero Coronavírus, sendo um vírus que se dissemina rapidamente no organismo, lá permanecendo por muito tempo. Este vírus infecta somente aves da espécie Gallus gallus, não afetando outras aves domésticas ou silvestres. Na natureza não se conhece nenhum reservatório do VBIG. A enfermidade se propaga facilmente no ar (contato direto e indireto) e por meios mecânicos, replicando-se em tecidos dos tratos respiratório e intestinal, nos rins e oviduto. Sinais clínicos Os sinais clínicos e as lesões podem variar de acordo com a idade. Em aves jovens pode-se observar sinais clínicos respiratórios como espirro, tosse, estertores, devido à presença de exsudato traqueal, onde as aves reduzem drasticamente suas investidas aos comedouros e bebedouros, tornando-se caquéticas, podendo chegar a óbito. Quando o tipo de vírus envolvido tem tropismo pelos rins, pode ocorrer quadro de urolitíase, onde se observa depressão, aumento na ingestão de água, com a presença de aves molhadas, podendo elevar a mortalidade do lote. As fêmeas adultas apresentam queda na produção de ovos e problema na qualidade dos mesmos (ovos deformados e de casca rugosa ou fina e de baixa qualidade interna) com ou sem sinais respiratórios; neste caso, as lesões podem se concentrar no oviduto podendo apresentar, inclusive, acúmulos de vovos na cavidade abdominal. Transmissão A disseminação desse vírus ocorre de diversas maneiras, sendo comum a transmissão horizontal, ou seja, através do contato entre aves doentes e aves sadias, principalmente de aves vivas ou portadoras de vírus introduzidas em granjas indenes, através de aerossóis, água e alimentos contaminados, carcaças de aves in natura ou congeladas contaminadas, esterco dos aviários, equipamentos como caixa de ovos e aves, veículos e sacos de rações provenientes de regiões infectadas, pelos sapatos de visitantes provenientes de regiões onde a doença existe, além do uso inadequado de produtos biológicos contendo o vírus vivo, como vacinas. Diagnóstico O diagnóstico exato da BIG é difícil. A confirmação da enfermidade deve ser realizada através da coleção de resultados da produção e da qualidade dos ovos obtidos, assim como dos sinais clínicos, associados a exames laboratoriais, como o Teste de ELISA para quantificação de anticorpos contra o vírus causador da doença. Prevenção e controle Como já dito anteriormente, medidas de biossegurança e boas práticas de vacinação são instrumentos básicos para o controle das enfermidadesque acometem as GFQ, incluindo a BIG. Desta forma deve-se fazer o controle de outras espécies animais assim como de visitantes; desinfetar todo e qualquer equipamento que adentre na área de produção; fazer a retirada das aves mortas várias vezes ao dia; controlar aves silvestres e roedores nas instalações; atenção na qualidade das matérias-primas utilizadas para alimentação das aves; verificar se todas as medidas de manejo estão adequadas etc. Doença de Gumboro ou Doença Infecciosa da Bursa Causado por um vírus, a Doença Infecciosa da Bursa (DIB), também conhecida como Gumboro, acomete aves jovens e é altamente contagiosa. A DIB pode produzir danos bursais e comprometer severamente os mecanismos de imunidade por anticorpos contra outras doenças. A DIB foi identificada em praticamente todas as principais regiões avícolas do mundo, e é considerada uma das maiores causas de perdas na produtividade da avicultura industrial devido à mortalidade e aos baixos índices de eficiência. Apesar das vigorosas estratégias de vacinação, a DIB é ainda uma doença economicamente importante na avicultura comercial e é considerada de difícil controle. Etiologia A DIB é causada por um vírus membro da família Birnaviridae, gênero Avibirnavirus. Este vírus possui dois sorotipo: o tipo I, com alta incidência, que infecta galinhas causando a forma clínica da doença ou imunossupressão, e tipo II, que infecta perus e patos, sem entretanto causar nenhum problema. Sinais clínicos As aves que têm até cinco semanas de idade são as mais gravemente afetadas. Na forma clínica ocorre diarreia branca aquosa, depressão, anorexia, prostração, penas eriçadas e tremores. Nas formas menos agudas da enfermidade ou infecções subclínicas, os sintomas clínicos graves estão ausentes, podendo haver restrição no crescimento e produtividade. Como nesta idade o tecido linfóide apresenta-se ainda imaturo, a interferência do vírus deixa as aves mais sensíveis a diversos agentes infecciosos, respondendo de forma deficiente à vacinação e a desafios de outros patógenos de campo. A gravidade da doença está quando o agente presente é um vírus hipervirulento, ocasionando mortalidade entre 20 e 40 dias de idade. Aves que sucumbem à infecção apresentam-se desidratadas, com descoloração do músculo peitoral. Frequentemente, hemorragias estão presentes na coxa e músculos peitorais. Há aumento de muco intestinal e os rins podem estar proeminentes no estado avançado da doença, o que geralmente leva estas aves à morte. Ultrapassando o período de mortalidade, as aves retornam ao seu desenvolvimento normal. Transmissão A DIB é uma doença infecciosa, altamente contagiosa e recorrente em granjas infectadas. É transmitida rápida e sucessivamente de ave para ave, por contágio direto. Esterco, ração e água contaminados são fontes comuns de infecção. Besouros, pardais e outros pássaros voadores, veículos contaminados e o homem podem transmitir a doença mecanicamente. Não há evidências de que o agente seja transmitido pelo ovo. O vírus foi isolado em aves exóticas e silvestres, não sendo, porém, estas identificadas como possíveis reservatórios. Diagnóstico O diagnóstico da DIB envolve a análise do histórico do lote, dos sinais clínicos e das lesões. Nos casos agudos da doença o diagnóstico presuntivo é facilmente estabelecido, pela observação de alta morbidade, picos de mortalidade, rápida recuperação dos sinais clínicos e alterações macroscópicas da bolsa de Fabrícius. O diagnóstico laboratorial da DIB pode ser realizado através de estudos histopatológicos da bolsa de Fabricius, do isolamento viral, da mensuração de anticorpos pelo Teste de ELISA e Transcrição Reversa com Reação em Cadeia de Polimerase (RT-PCR). Prevenção e controle As medidas de controle da doença são as mesmas já discutidas: biossegurança e vacinação. Por se tratar de um vírus muito resistente, permanecendo intacto no ambiente por muito tempo, deve-se promover a desinfecção com agentes físicos ou químicos com boa efetividade, de todos os fômites que entram em contato com as galinhas, bem como de todo ambiente em que estas se encontram alojadas, devendo- se ainda evitar o contato com possíveis disseminadores, como aves silvestres, insetos e roedores, e manter uma ótima higiene do pessoal de trabalho. Bouba Aviária A Bouba Aviária é uma doença viral das aves, com grande incidência em GFQ, que ocorre principalmente nos períodos mais quentes do ano, onde aparecem mais mosquitos hematófagos. Os poxvirus avícolas (galinha, peru, pombo, codorna, canário, papagaio, etc.) afetam aves de todas as idades, sexos e raças e a doença está distribuída mundialmente. As infecções por poxvirus da galinha e de peru são economicamente as mais importantes, apesar de todas as espécies aviárias serem susceptíveis ao vírus. Etiologia Causada por um vírus do gênero Avipoxvírus. Os poxvírus contêm DNA e estão entre os maiores vírus conhecidos. Eles têm formato de tijolos e são envoltos por um invólucro externo. São facilmente destruídos por desinfetantes. Porém, se os vírus tornarem-se extremamente ressecados, ficam muito mais resistentes. Sinais clínicos Caracteriza-se pela ocorrência de lesões semelhantes a crostas na pele das pernas, cabeça, crista e barbela, ou pela formação de lesões membranosas nas cavidade oral, faringe e mucosas do trato respiratório superior, que normalmente iniciam como pústulas. Lesões de bico, especialmente em galos, também têm sido observadas em algumas regiões do país. A gravidade dos sintomas varia de acordo com a susceptibilidade do hospedeiro, virulência do vírus, distribuição das lesões e complicações secundárias, podendo acarretar mortalidade mais elevada. Em situações controladas, a mortalidade por bouba aviária é baixa e a morbidade é variável. Aves afetadas por lesões cutâneas podem recuperar-se mais facilmente do que aquelas que apresentam lesões no trato respiratório. A cegueira devido às lesões cutâneas nas pálpebras e a depressão são as causas da maioria das perdas em criações de galinhas caipiras. Transmissão A Bouba Aviária ocorre esporadicamente e se dissemina lentamente. A transmissão ocorre por via mecânica, através de insetos que carregam o vírus até os olhos ou em feridas na pele; por piolhos e aerossóis, sendo, entretanto, os mosquitos hematófagos considerados o vetor mais importante, pois infectam aves após o contato com uma ave contaminada. Diagnóstico O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado por exames histopatológicos das lesões, por isolamento e identificação do vírus ou pela prova sorológica do teste de Elisa. Tratamento Como em outras doenças virais, não existe um tratamento específico, podendo ser utilizado soluções desinfetantes de uso tópico nas feridas. Prevenção e controle A prevenção da doença deve ser feita através da adoção de condições adequadas de manejo, para não haver ‘estresse ambiental’ e, principalmente, através da vacinação. O fato de existir apenas um sorotipo de vírus, torna a vacinação contra a Bouba Aviária simples e eficiente, apesar de conferir proteção cruzada incompleta. Um programa de vacinação sugerido para aves caipiras é uma primeira aplicação entre o 15° e o 21° dia de vida e, após uma semana, o criador deverá observar a “pega” da vacina (aparecimento de uma erupção no local da aplicação). A vacina poderá ser aplicada por transficção da membrana da asa, utilizando-se o aplicador fornecido pelos fabricantes da vacina, ou na região externa da coxa previamentedepenada, esfregando-se a vacina no local. Revacinar as aves aos 90 dias de idade. Principais Doenças Bacterianas Doenças causadas por bactérias são responsáveis por quadros de mortalidade individuais ou coletivas em criações de galinha caipira, causando preocupação para a saúde humana, quando do consumo inadvertido de carne ou ovos de aves infectadas. As principais doenças bacterianas que acometem as aves são as salmoneloses, as colibaciloses e a coriza infecciosa das aves. Salmoneloses Etiologia As salmoneloses aviárias são enfermidades provocadas por bactérias do gênero Salmonella. Essas bactérias infectam as aves e podem causar três enfermidades distintas: a pulorose, cujo agente é a Salmonella pullorum; o tifo aviário, causado pela S. gallinarum; e o paratifo aviário, causado por qualquer outra salmonela que não sejam as S. pullorum ou S. gallinarum. São conhecidos mais de 2500 sorotipos de Salmonella, contudo cerca de 80 a 90 são os mais comuns em casos de infecção dos seres humanos e dos animais. A pulorose é uma enfermidade que pode acometer aves em qualquer idade, mas é mais comum em aves jovens, nas três primeiras semanas de vida, com diarreia branca e alta mortalidade; e a transmissão vertical (através da mãe para o pintinho) é a sua principal via de disseminação. Aves que adoeceram no início da vida podem crescer normalmente e produzir ovos contaminados. Sinais clínicos As aves jovens acometidas da doença podem apresentar sinais clínicos logo após o nascimento. Os sintomas apresentados são sonolência, perda de apetite, fraqueza, atraso no crescimento, amontoamento, material branco ao redor da cloaca, seguida de morte. Os sintomas em aves adultas nem sempre são evidentes, tornando difícil a suspeita da doença. Diagnóstico É dado pelo histórico das aves e dos achados clínicos acompanhados do diagnóstico laboratorial. Em necropsia podem ser observados pequenos pontos no coração e no fígado. Os exames laboratoriais de eleição são os testes sorológicos de soroaglutinação rápida em placa e ELISA Test, com confirmação por provas de isolamento da bactéria. Tratamento O tratamento pode reduzir a mortalidade, mas não elimina o portador. O uso de antimicrobianos inclui as sulfas e antibióticos como a clortetraciclina e as quinolonas. Prevenção e controle Todas as medidas profiláticas indicadas para o controle das doenças em GFQ são importantes também para o controle da pulorose, adicionadas a uma controle rigoroso no manejo dos ovos, tanto aos destinados ao consumo humano, quanto àqueles destinados à incubação. Estes devem ser coletados o mais rápido possível após a postura, higienizados e conservados em bandejas limpas e desinfetadas, ou bandejas novas de papelão. Os ovos para incubação devem, se possível, ser armazenados em ambiente com temperatura e umidades controladas. O Tifo Aviário é uma enfermidade que acomete mais comumente aves adultas, embora possa acometer em qualquer idade da vida, provocando alta mortalidade, e quando acomete aves jovens, pode ser confundida com pulorose. Transmissão A transmissão pode ocorrer de diversas formas, sendo a falta de higiene o fator preponderante; outros fatores importantes são o contato entre aves doentes e sadias, canibalismo, presença de aves mortas e de roedores, moscas e urubus, além dos veículos que transportam as aves, esterco, ovos e as pessoas que têm contato com as aves. Coriza Infecciosa das Galinhas Etiologia A Coriza é uma doença respiratória aguda, sub-aguda ou crônica, causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, altamente contagiosa, que afeta principalmente o trato respiratório superior de galinhas, mas que pode ocorrer, ainda que raramente, em faisões, codornas e capotes. A coriza acomete criações de múltiplas idades, em padrões de higiene e manejo abaixo do recomendado, sem a preocupação de esvaziamento total das instalações, sendo bastante comum em criações de galinhas caipiras, sendo as aves semi-maduras ou maduras as mais susceptíveis. As aves jovens, embora passíveis de adquirir a doença, são bem menos susceptíveis. Transmissão A transmissão é essencialmente horizontal, sendo as aves infectadas de forma crônica e as portadoras assintomáticas importantes fontes de infecção. O agente causador da doença pode ser transmitido pelo ar, moscas, contato entre as aves, por utensílios e, principalmente, pela água contaminada nos bebedouros. É uma doença com curto período de incubação, com o aparecimento dos sintomas em 24 a 72 horas após o contato com aves infectadas. Entretanto, a mortalidade é baixa, a não ser que haja comprometimento de outros agentes virais ou bacterianos que aumente sua severidade, a duração e a mortalidade. Em situações normais, a ocorrência da doença é de 2 a 3 semanas. Sinais clínicos Dependem se a coriza for descomplicada, na qual somente o agente da doença está presente, ou complicada, quando além deste, tem-se a participação de outros agentes patogênicos virais ou bacterianos, como os causadores da Bronquite Infecciosa ou da Colibacilose. No caso da coriza descomplicada, observa-se edema da face uni ou bilateral, podendo prejudicar a visão do animal, corrimento nasal de seroso (claro) a mucoso (denso e acinzentado) de uma ou das duas narinas e, no caso de coriza crônica, este exsudato torna-se firme e amarelado, presença de edema de barbela, principalmente nos galos, dificuldade respiratória devido à obstrução das vias aéreas, aves deprimidas, queda no consumo de água e de alimento e diminuição na produção de ovos. Os sinais clínicas na coriza complicada são mais intensos e persistentes, com o corrimento nasal continuado por mais de um mês, podendo ser encontrado blocos de cáseos nas narinas, presença de ruídos pulmonares, com presença de mortalidade. Diagnóstico É especulativo, baseado no histórico da doença no criatório e na região juntamente com a sintomatologia, pois outras doenças podem apresentar quadro semelhante. O diagnóstico definitivo só poderia ser feito com o isolamento da bactéria, o que não é uma técnica fácil de ser executada. Tratamento As aves respondem bem ao tratamento com antimicrobianos, como os já citados para os quadros de colibacilose, após um período de 5 a 7 dias, adicionados à água de bebida. Resultados satisfatórios são obtidos com a aplicação individual de estreptomicina, tetraciclina ou enrofloxacina por injeção intra-muscular. A grande dificuldade no tratamento da coriza é a característica de recorrência da mesma, que pode ocorrer quando da descontinuação do tratamento e a persistência de aves portadoras no ambiente. A associação do tratamento por via oral e individual, sendo bem executado e acompanhado, resulta em uma resposta mais rápida e a não recorrência do quadro. Prevenção e controle É feito, principalmente, na observação das novas aves que serão acrescentadas à criação, devendo estas permanecerem isoladas em quarentena, antes de serem misturadas às demais. No caso de criatórios em galpões, é necessário o esvaziamento do galpão por um período de uma semana, acompanhado de limpeza e desinfecção das instalações. Outra medida indispensável é a cloração da água de bebida e a desinfecção constante dos bebedouros com solução à base de iodo. O uso da vacinação como medida preventiva à ocorrência da coriza é importante, mas economicamente injustificável para pequenos criadores. Doenças Parasitárias Ectoparasitoses Ectoparasitas EtiologiaSão organismos que habitam a pele (ou derivados desta) de um outro organismo (hospedeiro) por determinado período de tempo, podendo ter efeito prejudicial à saúde deste. A grande maioria dos ectoparasitas dos animais domésticos são artrópodes. Apesar dos danos causados pelos ectoparasitas às aves não serem tão espetaculares quanto aqueles provenientes de doenças virais ou bacterianas, a presença destes nas aves causa injúrias ou transmitem doenças. Os ectoparasitas de interesse são os ácaros hematófagos e os piolhos mastigadores. Os ácaros hematófagos são parasitas obrigatórios das galinhas e de grandes quantidades de pássaros domésticos e silvestres. Sinais clínicos As aves infestadas apresentam sinais clínicos de anemia, com cristas e barbelas descoradas, perda de peso e queda na produção de ovos, causando prejuízos econômicos. Os tratadores quando infestados, podem apresentar irritação, alergias respiratórias e dermatites. Tratamento O controle destes ácaros pode ser feito por uso de inseticidas encontrados no mercado (organofosforados, carbamatos) para este fim, aplicados através de banhos, pulverização, polvilhamento, pour-on. A utilização da ivermectina administrada na ração ou injetada, demonstrou pouca eficiência no controle desta praga, além de determinar altos níveis de toxicidade. É sugerido uma aplicação em todas as aves adultas, pois estes parasitas passam todo seu ciclo vital no hospedeiro, a cada quatro meses, incluindo a pulverização das instalações. É pertinente que a aplicação destes produtos seja feita na dosagem correta e seguindo todas as recomendações do fabricante, haja visto que são tóxicos para as aves e para o homem. Controles biológicos destas pragas podem ser uma boa solução para pequenos criadores, desde que tomadas algumas precauções. É sugerida a utilização do besouro vulgarmente conhecido por “tesourinha”, que ao serem liberados nos galpões, passam a se alimentar dos ácaros. A utilização de óleo diesel ou óleo queimado nas instalações pode fazer o controle dos ácaros por até 3 meses, mas seu uso contínuo não é recomendado por ser tóxico para as aves, podendo também contaminar os ovos. O uso de inseticidas para o controle destes parasitas só se faz necessário em caso de parasitismo intenso, aproveitando-se o manejo indicado para o controle dos ácaros. Endoparasitoses Etiologia São enfermidades causadas por nematóides, trematóides e cestóides, que parasitam principalmente o intestino das aves, responsáveis por muitas perdas no plantel. Na África do Sul, principalmente as aves jovens costumam ser infestadas por tênia (Houttuynia struthionis) que provoca a morte dos animais de forma extremamente dolorosa. Diagnóstico O diagnóstico é dado por achados de necropsia das formas adultas dos parasitas e através de exames parasitológicos de fezes. Corretas medidas de higiene, manejo adequado e vermifugação regular são fundamentais na prevenção deste problema. Tratamento com piperazina de 50 a 1OOmg/Kg para nematódios e tiabendazol ou mebendazol, a 5Omg/Kg e 15mg/Kg, respectivamente, são efetivos contra cestódios. Esta terapia deve ser repetida após 15 dias, com controle posterior do tratamento, pelo exame de fezes. A fim de proporcionar uma distribuição mais homogênea do vermífugo, quando administrado a um grupo de aves, é recomendável pulverizar a dose total, diluída em água, sobre o alimento a ser fornecido. Neste momento é interessante que as aves estejam em jejum, para que a quantidade de alimento fornecida como veículo para o vermífugo seja totalmente consumida. Controle Para controlar a possível infestação é preciso aplicar inseticidas específicos nos animais e nas instalações; manter a higiene do aviário; isolar as aves suspeitas de contaminação e também realizar o manejo adequado. Sempre que necessário consulte o médico veterinário. Conclusão A prevenção ainda é a melhor solução para barrar o problema e garantir a sanidade das aves. Isso inclui boas condições de manejo das aves e dos ovos para evitar a contaminação da casca, além da utilização de produtos eficazes no combate precoce à doença. .
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