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Doenças de Aves Larissa de Souza Dias Doenças e Pragas relacionadas as aves Anemia Infecciosa das Aves A Anemia Infeciosa das Aves mundialmente conhecida como Chicken Anemia Agent (CAA) é causada por um vírus, inicialmente classificado como Parvovírus-like, recentemente incluído na família Circoviridae. A Anemia Infecciosa das aves (AIA) é o agente primário de uma das doenças imunossupressoras que afetam o rendimento econômico das aves, já que compromete a atividade fisiológica do Timo e Bolsa de Fabricius, simultaneamente. Não existe sinais clínicos específicos, as aves podem apresentar desenvolvimento corporal retardado, apatia, palidez, plumagem arrepiada e severas infecções de pele, hemorragias subcutâneas e musculares. Causada pelo contagio a partir de outra ave que está infectada por um “Circovírus” as infecções podem permanecer latentes nos tecidos reprodutivos, e o vírus latente pode ser passado para a geração seguinte através do embrião. Aves que não tenham anticorpos maternos (por volta de duas semanas) são susceptíveis á infecção, mas não desenvolvem a doença clínica. Não há tratamento específico contra a infecção do vírus da Anemia Infecciosa das Galinhas. Antibióticos de largo espectro podem ser usados para controlar as infecções bacterianas secundárias usualmente associadas a A.I.G As medidas principais de controle visam limitar a transmissão vertical e prevenir as coinfecções com outros agentes imunossupressores. Em condições naturais de campo os lotes de reprodutoras se infectam em recria e transmitem anticorpos maternais protetores e progênie A utilização de vacinas vivas atenuadas confere uma imunização precoce nos lotes suscetíveis, competindo ativamente contra o vírus vacinal e seus efeitos deletérios na capacidade imunológica das aves. Deve-se realizar a monitoria dos lotes com sorologia para detecção de anticorpos anti CAV e proceder a vacinação em caso negativo.Deve-se implantar programas de vacinações em toda a cadeia produtiva avícola (linhas puras, bisavós, avós e matrizes). A vacinação deve ser feita sim . A imunização das reprodutoras deve ser feita algumas semanas antes do início da produção, normalmente está vacinação se faz entre 10 e 18 semanas de idade. A aplicação da vacina via água de bebida tem conferido uma alta eficiência no controle da doença na progênie. Doença de Newcastle No Brasil, a doença é conhecida como pseudo peste aviária, pneumoencefalite aviária e desordem respiratório-nervosa, devido à forma habitual de surgimento dos sinais clínicos da enfermidade, que se iniciam pelo trato respiratório, (DNC) é uma enfermidade viral, altamente contagiosa, que acomete aves domésticas, silvestres, exóticas e ornamentais. O agente causador da DNC é um vírus RNA, encapsulado, do sorotipo Paramyxovirus aviário tipo 1 (APMV-1) dividido em graus de patogenicidade que podem ser: lentogênico (leve), mesogênico (moderada) e velogênico neurotrópico (virulenta) e viscerotrópico Os sinais clínicos da DNC não são patognomônicos(cuja identificação não permite um diagnóstico certo), porém ao se observar anorexia, tosse, espirro, estertores respiratórios, edemas, asas caídas, pernas distendidas, torção de cabeça e pescoço, andar em círculo e de costas, depressão, paralisia completa e diarreia o serviço oficial deve ser acionado para tomar as medidas cabíveis. Causada pelo contagio a partir de outra ave que estava infectada, a doença causada por uma amostra de vírus extremamente patogênica pode aparecer repentinamente, culminando com alta mortalidade. Não há tratamento para a doença de Newcastle e a vacinação sistemática é facultativa, pois o Brasil mantém-se na condição livre de DNC. Em da importância econômica do setor avícola, há uma cooperação entre os estados no que tange ao monitoramento, prevenção e notificação da doença O controle da DNC se baseia em biossegurança (rígida seguridade), uso de vacinas e detecção precoce de lotes infectados (monitoria laboratorial para vigilância). Esta enfermidade pode ser controlada pelo sacrifício das aves infectadas ou vacinando somente reprodutoras e poedeiras comerciais, sem vacinar os frangos de corte ou, ainda, vacinando toda a população avícola. Através de medidas sanitárias pode-se evitar a introdução do vírus no plantel, é realizado pela imposição da restrição de pessoas, aves e seus produtos por Médico Veterinário Oficial na propriedade, que também estabelece por ato oficial, Zona de Proteção com raio mínimo de 3Km e Zona de Vigilância com raio mínimo de 10 Km do foco de incidência. No Brasil a DN pode ser prevenida por vacinação, com vacinas vivas preparadas com estirpes não patogênicas (lentogências) do NDV, por exemplo no 1º dia de vida (estirpes Hitchner B1 ou HB1) e revacinações periódicas (estirpe La Sota). Para aves de maior longevidade (poedeiras e reprodutores), o programa vacinal geralmente inclui revacinações com vacina viva durante o crescimento e a revacinação com vacina inativada via intramuscular antes da postura. Bronquite Infecciosa das galinhas A bronquite infecciosa das galinhas (BIG) é uma doença viral aguda e altamente contagiosa, causada por um coronavírus pertencente à ordem dos nidovirales. Embora seu nome esteja associado ao sistema respiratório, não é o único que esta doença afeta. A BIG é capaz de causar danos nos intestinos, rins e sistema reprodutivo. Os sintomas mais fáceis de identificar são aqueles que tem relação com o nome da doença, ou seja, os respiratórios. Tosse, Secreção nasal, Suspiros, Chiados, Agrupamento das aves em fontes de calor, Depressão, mal estar, camas molhadas, Diminuição da qualidade externa e interna dos ovos, resultando em ovos deformados ou sem casca, Fezes aquosas e aumento do consumo de água. Causada pelo contagio a partir de outra ave que estava infectada, o BIG é uma doença viral aguda e altamente contagiosa, mas felizmente ocorre apenas em aves causada por um coronavírus pertencente à ordem dos nidovirales. Não existe um tratamento específico contra a bronquite infecciosa aviária. Qualquer um dos medicamentos usados serve para aliviar sinais e sintomas, mas não são capazes de eliminar o vírus. Em alguns casos, o controle dos sintomas, geralmente realizado com antibióticos, pode reduzir a mortalidade, principalmente quando a doença é diagnosticada a tempo. O controle da BIG tem sido feito, com relativo sucesso, pela combinação de medidas básicas de Biosseguridade (isolamento, higiene, lotes com idade única, controle de trânsito de veículos e pessoas, e vazio sanitário), que incluem programas de vacinação desenvolvidos de acordo com a região ou país. Para a prevenção da Bronquite infecciosa das galinhas, pode-se necessitar o despovoamento (vazio sanitário) do núcleo, granja e/ou região, para a adequada desinfecção. A uniformização das idades das aves no núcleo, granja ou região, pode permitir a adoção de vacinação geral na granja, infecção vacinal homogênea, em data única, potencialmente a melhor estratégia para proporcional uniformidade de respostas e menor escape de vírus mutantes. Existem dois tipos de vacinas que são usadas para a BIG. Vacinas vivas (vírus atenuado); são permitidas estirpes do sorotipo Massachusetts atenuadas por passagens consecutivas em ovos embrionados de galinhas SPF. As vacinas vivas podem ser aplicadas em pintinhos após a eclosão, ainda no incubatório, por nebulização, ou na chegada à granja, por nebulização ou gota ocular. A via água de bebida (vacinas vivas) tem resultado em resposta imune desuniforme Vacinas inativadas (vírus morto): Para a proteção durante a produção de ovos, poedeiras e reprodutoras são geralmente revacinadas com vacina inativada aplicada via intramuscular no peito, que induz proteção sistêmica, especialmente importante para o oviduto. As vacinas inativadas, geralmente em emulsão oleosa para lenta absorção, são comumente combinadas para a proteção contraoutras etiologias. Doença de Gumburo É uma infecção viral aguda altamente contagiosa, causado por um Birnavírus. As aves infectadas desenvolvem um quadro de imunossupressão grave de difícil reversão. O Birnavírus possui predileção pelos tecidos linfóide presentes na Bolsa de Fabrícius, responsável diretamente pelo desenvolvimento do sistema imune das aves. A Doença de Gumboro pode se apresentar clinicamente por eriçamento das penas, diarreia aquosa ou com fezes esbranquiçadas, depressão, tremores, anorexia, desidratação e morte. A severidade da doença e suas consequências variam de acordo com a dose infectante, status imunológico e presença de fatores intercorrentes, que podem ocasionar quadros de mortalidade entre 5 a 30%. Causada pelo contagio a partir de outra ave que estava infectada, a Doença de Gumboro ou Doença Infecciosa da Bursa é uma infecção viral aguda altamente contagiosa das aves causado por um Birnavírus. As aves infectadas desenvolvem um quadro de imunossupressão grave de difícil reversão. Não existe tratamento para o lote doente – nesse caso, os antimicrobianos devem ser usados para controlar apenas as infecções secundárias bacterianas. A vacinação é considerada a forma mais eficiente para a prevenção do vírus; alguns trabalhos científicos apontam que a imunidade passiva - transmitida da galinha para a progênie pela gema do ovo, apresenta grande importância na defesa contra o vírus de Gumboro. Para controlar a doença são necessários investimentos em biosseguridade e vacinação para garantir a proteção contínua das aves contra infecção pela IBD, desde o alojamento dos pintos de um dia. Para a prevenção, pode-se necessitar o despovoamento (vazio sanitário) do núcleo, granja e/ou região, para a adequada desinfecção, mas o melhor caminho é a prevenção por meio da vacinação aliado a um programa de biossegurança adequado. A maior forma de prevenção da Doença de Gumboro é a vacinação, a vacinação materna (Matrizes) desempenha importante papel de proteção às aves nas primeiras semanas de vida, que, ao transferir anticorpos maternos (AM) à progênie, conferem uma imunidade passiva, e por outro lado, dificulta a imunização ativa pelas vacinas convencionais. Em frangos, é realizada através de vacinas aplicadas nos pintos durante os primeiros dias de vida, para estimular a imunidade ativa. Porém, as vacinações de pintos que possuem níveis elevados de AM podem não ser eficientes, devido á inibição que estes AM produzem na resposta à vacinação. Doença de Marek A DM é causada por vírus denominado GaHV-2 – Marek’s disease virus ou GaHV-2 – Gallid herpesvirus 2, da família Herpesviridae, subfamília Alphaherpesvirinae e gênero Mardivirus. A patogenia de GaHV-2 está principalmente determinada pela habilidade em transformar linfoblastos T em tumorais. Os linfócitos T transformados colonizam diversos tecidos (metástases). Sinais associados variam de acordo com a síndrome específica. Os sinais associados a forma visceral, são principalmente depressão, anorexia, perda de peso, palidez e diarreia. Já a forma nervosa, incoordenação, torcicolo, paresia ou paralisia espástica unilateral dos membros, dilatação do papo e paralisia flácida do pescoço. A forma clássica de apresentação clínica é caracterizada por paralisias tipicamente unilaterais, decorrentes da infiltração dos linfócitos T transformados nos nervos, com intenso processo inflamatório e de progressão crônica com letalidade moderada, já a forma aguda é de emergência mais rápida e mais grave, com impacto de morbidade e mortalidade altas, que resultam de infiltração tumoral disseminada para órgãos vitais. A doença de Marek é causada por um alfaherpesvírus que afeta vários tipos de aves, porém, as afetadas com maior intensidade são as galinhas. Aves jovens, cujos sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento, são mais suscetíveis à infecção. O vírus é altamente contagioso, transmitido através da poeira e fragmentos cutâneos de aves infectadas, e pode sobreviver por longos períodos na granja e no campo. Não existe tratamento, e o controle basea-se em medidas de biossegurança como eliminação de matéria orgânica, vassoura de fogo e vacinação das aves no incubatório. Devido a grande dificuldade de controlar a doença quando ela já esta instalada na propriedade o melhor método de controle é a introdução de aves vacinadas, afim de evitar contaminações futuras. Felizmente, ao mesmo tempo em que não há tratamento para a doença de Marek, a vacinação pode ajudar na prevenção e controle. Apesar de a vacinação ajudar a prevenir a infecção em aves, ela não é capaz de prevenir a disseminação do vírus— aves vacinadas podem ser carreadoras, de forma que a aplicação de boas práticas de higiene é igualmente importante. É importante manter uma completa higiene do galinheiro a vacinação dos pintinhos e algumas medidas de biossegurança como eliminação de matéria orgânica, vassoura de fogo e vacinação das aves no incubatório. A vacinação contra a DM é obrigatória para todas as galinhas e frangos industriais no Brasil e tem resultado em controle muito eficiente da ocorrência da doença. A vacinação in ovo é feita no 18º dia de incubação (ou seja, antes da eclosão), e a vacinação do primeiro dia de vida (ainda no incubatório) é feita via subcutânea. Bouba Aviária Trata-se de uma doença viral que afeta a pele e as vias respiratórias, sendo uma das doenças mais comuns em galinhas. O causador é o vírus Variola avium, pertencente à família Poxviridae, muito resistente às condições ambientais. É capaz de sobreviver no ambiente por vários meses, especialmente com baixas temperaturas. O período de incubação da bouba aviária varia de 1 a 10 dias e o vírus pode ser transmitido por contato direto ou por qualquer objeto contaminado. Os sintomas incluem o aparecimento de lesões esbranquiçadas, semelhantes a bolhas, localizadas especialmente na barbela ou, em casos mais graves, nas pernas ou até no resto do corpo. Com o tempo, essas bolhas acabam se transformando em crostas que levam cerca de três semanas para cicatrizar e cair. A crista, face, olhos ou partes sem penas podem inchar como parte dos sintomas da bouba aviária em galinhas e qualquer outra ave. Esse quadro dermatológico é o mais frequente, mas não o único. Em algumas aves, as lesões do vírus afetam a boca e a garganta, com secreções oculares e nasais e problemas respiratórios que podem ser graves o suficiente para matar o animal. Estas são as duas possíveis manifestações da doença, sendo a segunda mais perigosa. Eles podem aparecer simultaneamente ou independentemente. Outros sintomas da bouba aviária são a letargia, perda de apetite, perda de peso, diarreia, crescimento lento e produção reduzida de ovos. Popularmente conhecida como pipoca ou caroço, a enfermidade é causada por um vírus(Variola avium, pertencente à família Poxviridae) de dispersão lenta e acomete tanto aves domésticas quanto selvagens, causando nódulos principalmente na região da cabeça e parte superior do pescoço. Ela pode ser transmitida tanto pelo contato direto com as escamas das aves e/ou objetos infectados, quanto pela picada do mosquito que transfere a doença de um animal acometido para o saudável. As aves também podem adquirir a doença pela ingestão de alimentos e água infectados pelo vírus. Não há um tratamento efetivo e específico para a doença, o que pode ser realizado é a terapia medicamentosa com antibióticos para evitar e tratar as infecções bacterianas secundárias nas aves infectadas com poxvirose. As aves doentes podem ser aliviadas com a remoção das crostas volumosas e cauterização das feridas com tintura de iodo ou nitrato de prata. As placas diftéricas podem ser lavadas com soluções fracas de permanganato de potássio. Ao primeiro sinal de caroço (pintinha escura) é necessário isolar a ave e solicitar auxílio de um veterinário. O controle é feitocom princípios da biosseguridade, nos ambientes domésticos com várias aves inclui isolamento das aves infectadas, controle dos mosquitos e desinfecção das superfícies expostas a aves infectadas. A forma de prevenção da bouba se dá através da vacinação de todo o plantel, com a vacina do vírus vivo, a desinfecção dos galinheiros ou granjas, o escoamento de poças de água paradas e também o combate dos mosquitos que são os vetores de transmissão da doença, utilizar telas para impedir a presença de mosquitos e impedir a superlotação do plantel. Existe uma vacina contra a bouba aviária que é aplicada por punção alar e pode ajudar a evitá-la, a vacinação é recomendável a partir de 21 dias de idade ou a critério do Médico Veterinário. Síndrome da Cabeça Inchada O Metapneumovírus, pertencente à família Paramyxoviridae, é um dos agentes responsáveis por ocasionar a Síndrome da Cabeça Inchada, doença que afeta frangos de corte, poedeiras, galinhas reprodutoras e perus. Os sintomas mais comuns são espirros, secreção ocular e nasal, inchaço dos seios infra orbitais, edema abaixo da mandíbula, sonolência e depressão, anorexia, conjuntivite, queda na ingestão de alimentos. Por serem aves jovens e estarem mais susceptíveis ocorre um aumento da mortalidade. A evolução do quadro leva ao avermelhamento da conjuntiva, com inchaço da glândula lacrimal; 12 a 24 horas após o início dos sintomas ocorre edema subcutâneo na cabeça, iniciando ao redor dos olhos até o tecido submandibular e nuca. Após 72 horas iniciam-se sintomas neurológicos, que podem se agravar levando a dificuldades locomotoras. Em matrizes e poedeiras também são observadas lesões inflamatórias na região do ovário. O Metapneumovírus, é um dos agentes responsáveis por ocasionar a Síndrome da Cabeça Inchada causada diretamente pela via aérea, pelo contato de aves sadias e doentes, e indiretamente por contaminação da água, ração, cama, por transporte e outros. O tratamento medicamentoso não é o mais indicado por não ser muito efetivo, apenas controlar a infecção secundária. O mais recomendado é realizar um bom programa de manejo, diminuindo a densidade dos galpões, utilizando ventilação adequada, realizando troca de cama, investindo na biosseguridade. O controle da Síndrome da Cabeça Inchada não foge dos conceitos já conhecido, tais como manejo e densidades adequadas, controle de agentes imunossupressores, controle ambiental de poeira e amônia, condições de ventilação, apoio de terapia anti-bacteriana, controle microbiológico da água e esquema de vacinas adequados. Como princípio geral, uma boa biosseguridade é essencial para prevenir a entrada e propagação do PVA para dentro das granjas. A desinfecção do caminhão de alimentos, motorista, equipamentos e grupos de apanha deve se tornar uma rotina, manter uma boa ventilação e realizar sempre a troca de cama favorece a diminuição da presença de amônia, que pode causar uma lesão no epitélio ciliar, auxiliando na replicação e disseminação do vírus. A vacinação é atualmente um método eficiente e mais indicado para a prevenção da síndrome da cabeça inchada, a melhor época para aplicação da vacinas nas aves é às 17 semanas de idade, entretanto, em casos especiais poderão ser indicadas duas vacinações, sendo a 1ª entre 8 e 10 semanas de idade e a 2ª entre 14 e 16 semanas de idade. O uso da vacina, todavia, pode ser modificado a critério do Médico Veterinário responsável pela aplicação Salmonelose O termo Salmonelose é usado para denominar a infecção causada por bactérias do gênero Salmonella, da família Enterobacteriaceae. A Salmonella é um bacilo Gram negativo que infecta todos os animais, inclusive as aves e os homens. Os sintomas da doença não são específicos, como na maioria das doenças que acometem as aves, podemos citar diarreia, apatia, falta de apetite, penas eriçadas, ave dormindo durante o dia, problemas reprodutivos e emagrecimento progressivo, podendo até mesmo levar o animal ao óbito. A sua ave pode apresentar somente alguns desses sintomas, isso indica que a doença pode estar no começo, e vai depender diretamente do tamanho da população de Salmonella presente na ave. Salmonella é um gênero de bactérias, e nas aves ela faz parte da microbiota normal presente no intestino, microbiota essa necessária para que a ave consiga ter uma digestão correta dos alimentos, portanto, é normal que a Salmonella esteja presente nas fezes das aves. A salmonelose surge no momento em que a população de salmonella aumentar além do máximo suportável pelo organismo causando uma quebra no equilíbrio da microbiota intestinal. Além da Salmonella existe uma grande gama de outras bactérias que são encontradas normalmente nos intestinos das aves, e para que a ave se apresente saudável todos os microrganismos tem que estar em equilíbrio. O tratamento para a salmonelose em aves consiste, basicamente, em aplicações de antibacterianos, que reduzem a mortalidade dos animais. Nos casos em que as aves se recuperam, é importante lembrar que elas continuam sendo portadoras do agente. É crucial fazer o controle de vetores na propriedade, visto que a Salmonella é uma bactéria de múltiplos hospedeiros e pode ser transmitida horizontalmente pelo contato com outros animais. Portanto, mantenha os galpões protegidos do acesso de ratos, gatos e aves silvestres. O controle de ácaros (chamados de piolhos) também deve ser rígido. Como eles estão, geralmente, presentes em frestas e sujidades, é fundamental evitar o acúmulo de poeira e fazer a manutenção periódica das telas de proteção. A água e o alimento oferecidos para as aves devem ser limpas e livres da contaminação por microrganismos. A higienização começa na porta de entrada da granja. É essencial que haja o controle dos veículos e das pessoas que têm acesso à propriedade, com pedilúvios nos galpões e vestimentas adequadas para os colaboradores. Toda a estrutura deve ser desinfetada, incluindo gaiolas, calhas, bebedouros, parede, telas, piso e teto. Ao fim de um ciclo produtivo, a granja deve passar pelo vazio sanitário (15 dias) após realizar os procedimentos de desinfecção. A higienização também vale para a cama aviária. A vacinação contra salmonelose ocorre antes de iniciar o ciclo produtivo, ainda no incubatório ou antes de iniciar a fase produtiva. Coriza infecciosa A coriza infecciosa, vulgarmente denominada gôgo, é uma doença bacteriana respiratória aguda, subaguda ou crônica, altamente contagiosa, que afeta, principalmente, o trato respiratório superior das aves. Causada pela bactéria Haemophilus paragallinarum, tem nas galinhas suas hospedeiras primárias, podendo atacar, também, outras aves. Seus sintomas são : Corrimento nasal, espirros e edema (inchaço) da face baixa dos olhos, conjuntivite catarral (lacrimejamento) e barbelas inchadas, especialmente nos machos. Muitas vezes, o sintoma mais visível e, às vezes, único, é a secreção nasal, que em aves com infecção recente é de cor clara, ficando mais consistente e amarelado com a persistência da doença. Essa secreção causa obstrução das vias respiratórias e leva a uma característica respiração pela boca. Causada diretamente pela via aérea, principalmente por contato direto entre aves doentes, por moscas, contato das aves com fômites, ou, pela ração e água contaminadas, sendo as aves infectadas de forma crônica e mesmo as portadoras que não apresentam os sintomas, podem ser importantes disseminadoras da bactéria O tratamento de aves contaminadas, à base de antibióticos, apresenta bons resultados de recuperação. Além da biossegurança, o controle da coriza aviária requer a determinação dos sorovares específicos presentes nas granjas afetadas. É preciso também avaliar a eficácia dos biológicos contra a colonização bacteriana, usando o sorovar presente como cepa de desafio nas aves imunizadas. Em aves de vida longa, o esquema de vacinaçãoinclui no mínimo duas vacinas inativadas oleosas antes de que as aves iniciem a produção A prevenção dessa e de outras doenças está na realização de um manejo sanitário eficiente, com medidas de biossegurança e limpeza, e desinfecção das instalações e dos equipamentos utilizados na criação. As medidas de higiene e de profilaxia tanto podem ser de caráter geral, quanto específicas, pelo uso de vacinas. Os programas de vacinação das aves variam de acordo com a região onde a criação está localizada, pois dependem do risco sanitário da mesma. No caso da vacina contra a coriza infecciosa, constituída da bacterina inativada a partir de Hemophillus gallinarum, a aplicação é feita por via subcutânea às 10- 15 semanas, com revacinação após três semanas, em zonas enzoóticas. Verminoses A endoparasitose é uma patologia causada por parasitas, Em aves as verminoses que se destacam são: os vermes redondos (nematóides) e os vermes chatos (cestóides). Podemos citar como sintomas peito seco, perna bamba, emagrecimento, infertilidade temporária, fezes escuras e com sangue, baixo crescimento em filhotes, tosse e dificuldade respiratória, redução de peso e da produção de ovos e algumas aves abrem o bico e esticam o pescoço como se estivesse engolindo algo. De maneira geral a verminose é causada mediante a ingestão de ovos de parasitas, através de água e alimentos contaminados, outros fatores que favorecem a infestação dos animais são : higiene inadequada dos galpões, alta densidade de aves, erros de manejo sanitário e principalmente a falta de vermifugação preventiva. O tratamento consiste na utilização de vermífugos escolhidos de acordo com o parasita. Pode-se acompanhar o plantel com medicação suporte (soro e fontes nutritivas). Uma outra alternativa, é o tratamento homeopático, só que este requer uma avaliação do plantel pelo menos a cada 2 dias, pois se houver necessidade de mudança no medicamento ou da potência, estes devem ser feitos rapidamente. O controle dessas parasitoses se dá através de drogas, entretanto não se tem dados sobre a relação custo benefício especialmente nas aves produtoras de ovos, já que aquelas produtoras de carne têm seu ciclo de vida bastante curto. Por isso é importante adotar normas de biosseguridade na propriedade, como evitar superpopulação, manter sempre limpo o ambiente, quarentena das aves novas do plantel, usar medicamentos alopáticos ou homeopáticos de forma estratégica. A prevenção se dá através de vermifugação preventiva, a adoção de medidas higiênico sanitárias e manejo eficiente. Limpeza dos galpões após a saída das galinhas para o “passeio” diário, realizar o vazio sanitário após a saída do lote, limpeza do terreiro e pasto onde as galinhas realizam o passeio diário, limpeza dos ninhos onde as galinhas realizam a postura, troca ou higienização da cama sistematicamente e principalmente a retirada dos animais doentes. É feita a vermifugação das aves, normalmente duas vezes ao ano, a primeira aplicação é feita um mês antes e imediatamente após o período de reprodução. Ectoparasitoses Os ectoparasitas vivem na pele e no corpo das aves e podem causar diversos problemas como lesões, perda de peso, estresse, doenças transmissíveis e até mesmo a morte. Os ectoparasitas mais comuns em aves são os piolhos (Dermanyssus galinae), também conhecidos como ácaro vermelho das galinhas, ácaro das galinhas, carrapato de galinha, piolho de galinha ou, ainda, ácaro vermelho. Causam grande irritação, lesões, perda de peso, diminuição da postura, anemia, doenças transmissíveis e, em alguns casos, Estímulo ao canibalismo entre as aves, e até mesmo a morte, em decorrência da debilidade nas aves. Ectoparasitoses é causada por ectoparasitas ou parasitas externos são parasitas que se instalam fora do corpo do hospedeiro, eles possuem hábitos noturnos e atacam as aves para sugar o sangue, fica no ambiente da criação e sobe nas aves durante a noite para se alimentar. O tratamento é feito com medicamentos que tratam diversas infecções causadas por vermes e parasitas que se instalam no organismo, sendo feita a aplicação em doses. E é fundamental fazer um tratamento através de banhos, pulverização, polvilhamento ou sistêmico. As medidas para o controle e combate de ectoparasitas partem da adoção de ações práticas de rotina, tais como: Controle de pássaros e animais silvestres e domésticos, com uso de telas nos galpões e cerca nas propriedades, desinfecção do galpão quando não houver aves (vazio), com cloro e soda, nas aves, é fundamental fazer um tratamento através de banhos, pulverização, polvilhamento ou sistêmico, fazer um correto manejo dos resíduos em toda a granja e aviário, evitando a proliferação dos ectoparasitas SANIDADE é de fundamental importância para garantir o bem estar dos animais. Limpar, higienizar e desinfetar equipamentos e instalações é indispensável para a redução de chances de infecções. Por isso, se deve usufruir dos melhores métodos de limpeza do aviário, fazer pulverizações no ambiente e cuidar também da limpeza ao redor do galpão, retirando plantas invasoras e fazendo controle de animais silvestres e domésticos. Favoreça a ventilação, descarte aves mortas, ovos quebrados e mantenha os bebedouros e comedouros limpos. Caso haja trânsito de veículos próximo, instale arcos de desinfecção para impedir a entrada de fontes de contaminação. Não há vacinas contra os ectoparasitas citados, a forma de prevenção se da através da higienização do ambiente e através de banhos, pulverização e polvilhamento nos animais. Coccidiose É causada por um protozoário do gênero Eimeria, que se subdivide em sete espécies, a saber: E. acervulina, E. maxima, E. tenella, E. brunetti, E. necatrix, E. mitis e E. praecox. A contaminação ocorre quando a ave - geralmente a galinha doméstica (Gallus gallus), ingere oocistos presentes na cama do aviário, nas rações e na água. A coccidiose aviária afeta o aparelho digestivo das aves, mais especificamente o intestino e o ceco, e causa diarreia com muco ou sangue, além de outros sintomas. Os sintomas apresentados pelas aves variam conforme a espécie de Eimeira presente. Algumas das espécies patogênicas causam: diarréia que varia de mucóide à sanguinolenta, desidratação, penas arrepiadas, anemia, despigmentação da pele e prostração. É causada por um protozoário do gênero Eimeria, as aves que contraem a coccidiose facilitam a entrada do protozoário ao se hidratarem ou alimentarem. Os oocistos de eimérias podem ser encontrados em águas contaminadas, em excrementos e em detritos, principalmente quando estão úmidos; e podem ser ingeridos em sua forma infestante. Aves criadas sobre camas ou “no chão” podem contrair a doença mais facilmente do que as criadas sobre telas, uma vez que, no segundo caso, os animais não têm contato com o ambiente úmido ideal para o desenvolvimento dos protozoários causadores dessa doença. O Tratamento deve ser feito através da administração de antibióticos, anti-inflamatórios e hidratação dos animais contaminados. Para controle e prevenção desta doença, além de um manejo adequado, desinfecção e limpeza do ambiente, é necessário o uso de anticoccidianos nas rações, ou então, utilização de vacinas. Existem dois tipos de vacinas, as vivas atenuadas e a virulenta, sendo que a primeira opção oferece maior segurança em relação à segunda opção. Garantir a limpeza do local onde as aves vivem e a higiene rigorosa, além de fornecer rações balanceadas com coccideostáticos são medidas importantes para prevenir a criação dessa doença. Os galpões de criação das aves devem possuir boa ventilação, para o arejamento do ambiente e a redução da umidade local,a diminuição da densidade de aves por galpão reduz a umidade do ambiente, bem como o acúmulo de fezes na cama, a manutenção adequada dos nebulizadores e dos bebedouros evita o vazamento de água na camado aviário e, consequentemente, reduz a umidade ambiente. Ainda, aves doentes ou com suspeita devem ser mantidas longe das saudáveis, para que sejam curadas ou descartadas. A administração das vacinas pode ser efetuada por via oral (ração, água de bebida), spray ocular e spray no incubatório, a principal indicação é aplicação via spray no primeiro dia, ainda no incubatório. Devido ao apelo de consumo de produtos naturais (biologicamente corretos) avacinação contra coccidiose vem ser a ferramenta de controle indicada. Raquitismo É uma doença metabólica generalizada, caracterizada por menor mineralização da matriz óssea. É uma doença caracterizada pela deficiência de cálcio, fósforo ou vitamina D. Acomete aves nas duas primeiras semanas de vida e caracteriza-se pelo retardo no crescimento, dificuldade de locomoção, articulações aumentadas de volume, ossos e bico moles e flexíveis. As aves de crescimento rápido, principalmente frangos de corte, são os mais susceptíveis As principais causas da doença, estão relacionadas à ingestão inadequada de vitamina D, cálcio e/ou fósforo (rações desbalanceadas) e relação Ca/P inadequada ou baixa disponibilidade destes nos alimentos usados e mistura inadequada dos ingredientes. Outros fatores que concorrem para o aparecimento da doença são: problemas digestivos (enterites), distúrbios pancreáticos, contaminação por micotoxinas, distúrbios metabólicos, endócrinos e fisiológicos. Para o tratamento do raquitismo, devem ser dados ao bichinho suplementos minerais, é necessário aumentar a absorção de vitamina D e cálcio, com uma boa alimentação e banhos de sol periódicos. Podendo o tratamento ser auxiliado com lâmpadas de raios ultra-violeta. O raquitismo em animais domésticos frequentemente estar relacionado com erros nas formulações de rações com alterações de cálcio e fósforodietético ou concentração de vitamina D. A principal forma de controle dessa enfermidade é oferecer ração de forma balanceada, formulada para a primeira fase de crescimento dos frangos, onde o alimento atenda as exigências nutricionais dos minerais, cálcio e fósforo que o animal necessita. A prevenção do raquitismo é feita com a ingestão de alimentos que contenham cálcio, fósforo e vitamina D, como também a exposição à luz solar. Para pacientes cujo quadro se instalou pela falta desses fatores, a correção da dieta e a exposição diária à luz solar, em geral são suficientes, podendo o tratamento ser auxiliado com lâmpadas de raios ultra-violeta Não existe vacina contra o raquitismo o controle é feito somente com a introdução de uma alimentação balanceada onde oferece ao animal a quantidade adequada de cálcio, fosforo e vitamina D.
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