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CCE 0291 Lourdes Martins Unidade 8 São aqueles que combinam a ação do calor com a ação química e o resultado é o enriquecimento de uma camada, ou mesmo todo o volume, de uma peça com um elemento metálico ou não metálico. Finalidade Endurecimento superficial pela modificação parcial da composição química ou através de mudanças estruturais na superfície do componente. Situações onde se deseja superfície com elevada dureza, resistente ao desgaste, e núcleo tenaz capaz de resistir ao impacto quando em uso – Engrenagens (gears), mancais (bearings) e eixos (shafts). Resultado Melhora da resistência ao desgaste da peça sem afetar a ductilidade no seu interior. Cementação Nitretação Carbonitretação Consiste na difusão de carbono para a superfície do componente, aquecido em temperaturas suficientes para produzir a microestrutura austenítica. A austenita é posteriormente convertida em martensita por meio de têmpera e subsequente revenimento. Usado para aços baixo carbono (0,1 a 0,2 wt%) Temperatura de tratamento –normalmente 850 a 950⁰C (790 ou 1095 ⁰C) O C é introduzido na fase austenítica: solubilidade máxima do C na ferrita temp amb. ~ 0,008% solubilidade máxima do C na ferrita à 723 ⁰C ~ 0,02% solubilidade máxima do C na austenita à 723 ⁰C ~ 0,8% solubilidade máxima do C na austenita à 1148 ⁰C ~ 2,0% O teor de C na superfície aumenta para 0,8 a 1,0% Resfriamento → Em geral, as peças são resfriadas ao ar Tratamentos posteriores: Normalização Têmpera (de acordo com a constituição da parte periférica) Na cementação sólida os componentes são colocados no interior de uma caixa metálica com tampa, na presença de misturas carbonetantes sólidas. As misturas carburantes ou preparados para cementação são compostos por: carvão vegetal e carbonatos como substâncias ativadoras (carbonato de bário, carbonato de cálcio, carbonato de potássio e carbonato de sódio). Temperaturas do processo entre 850 e 950 ºC Profundidade de camada cementada – 0,6 e 6,9mm Vantagens: Possibilidade de ser realizada em uma grande variedade de fornos; É mais adequado para peças que são resfriadas lentamente a partir da temperatura de cementação; O processo oferece uma série de técnicas de isolamento de componentes submetidos à cementação seletiva. Desvantagens: É a menos limpa e menos precisa que os outros processos de cementação; É um processo mais lento que os processos de cementação líquida e gasosa; Não é adequada para a realização de têmpera diretamente da temperatura de cementação; Não é adequada para componentes com camadas finas e/ou com tolerâncias estreitas e Exige um maior trabalho manual para montagem e desmontagem do aparato. É o mais importante processo de cementação industrial. A aporte de carbono é fornecido pela atmosfera gasosa do forno, que inclui hidrocarbonetos, como o metano, propano e butano ou hidrocarbonetos líquidos vaporizados. A atividade de carbono é controlada de modo a produzir camadas superficiais com teores de carbono entre 0,8 e 1,0% de C. Os componentes, suportes e grelhas são limpos a quente em soluções alcalinas antes de serem processados. Outra prática é o aquecimento ao ar até 400ºC visando a eliminação de contaminantes orgânicos. As variáveis mais importantes do processo são: a temperatura, o tempo e a composição da atmosfera. O coeficiente de difusão do carbono na austenita determina o tempo necessário para a obtenção de uma determinada profundidade de camada: p = D.t onde p é a profundidade da camada cementada em [m]; t, o tempo em [s] e D, o coeficiente de difusão do C em [m²/s], definido como: onde Dₒ é o coeficiente de difusão inicial [m²/s]; Qd, é a energia de ativação para difusão em [cal/mol]; R é a constante dos gases [1,987 cal/mol.K] e T, a temperatura absoluta [K]. Profundidade da camada cementada → 0,5 a 2,0 mm As camadas cementadas pelo meio líquido são similares às obtidas com o meio gasoso, entretanto, os ciclos são mais curtos devido ao período de aquecimento ser mais rápido. Os banhos de sal apresentam coeficientes de transferência de calor muito elevados por apresentarem, simultaneamente, condução, convecção e radiação. A composição dos banhos é à base de cianetos e o processo dividido em duas variantes: Banhos de baixa temperatura – operam em temperaturas entre 845 e 900°C. São mantidos com uma camada protetiva de carbono (carvão moído) e são indicados para camadas com profundidades entre 0,13 a 0,25 mm. Banhos de alta temperatura - operam em temperaturas entre 900ºC e 955ºC. São indicados para profundidades de camada entre 0,5 mm e 3,0 mm, entretanto, sua principal característica é o rápido desenvolvimento de camadas entre 1 e 2 mm. Vantagens Processo mais rápido (camadas entre 1 e 2 mm) Tempos totais de ciclo mais curtos Facilidade de manuseio das peças (uso de ganchos, ou cestas) Oferece um controle preciso da camada cementada Desvantagens Requer sistema de exaustão sobre o banho, uso de EPI e cuidados adicionais para evitar contaminação por cianetos. Neutralização dos banhos via processamento químico, após um determinado período de operação Definição Nitretação é um tratamento termoquímico superficial onde o nitrogênio é introduzido na fase α (ferrita) em temperaturas entre 500 e 570⁰C. Consequentemente, não ocorre mudança de fase quando o aço é resfriado atéa temperatura ambiente. Objetivo Aumentar a dureza e a resistência ao desgaste mantendo o núcleo dúctil e tenaz. Alta dureza superficial com aumento da resistência ao desgaste e com pouco risco de descamação. Alta resistência à fadiga –formação de forças compressíveis na superfície do aço. Melhora da resistência à corrosão em aços não inoxidáveis. Elevada estabilidade dimensional. Sem risco de empenamento. Temperatura de Nitretação: 500 –570⁰C limite superior → pré-requisito para que não ocorra transformação de fase limite inferior → requerimento para que ocorra dissociação da amônia Reação de Nitretação → Amônia em contato com a superfície aquecida do aço se dissocia: 2 NH3→ 2 NFe + 3 H2 O nitrogênio na forma atômica pode ser absorvido pelo aço. A superfície ao atingir um determinado nível de saturação de nitrogênio, nitretos são formados através do mecanismo de nucleação e crescimento. Aços Nitralloy contendo Al → camada nitretada com alta dureza. Aços contendo Cr / Mo ou Cr / Mo / V com 2,5 - 3,5 %Cr → camada com boa dureza. Aços baixa liga 1Cr-0,2Mo → camada com menor dureza. Antes de nitretados devem ser temperados e revenido sem temperaturas superior a de nitretação. Carbono – 0,30% a 0,45% → confere ao aço não só temperabilidade como também suporte adequado á camada nitretada extremamente dura e muito fina. Alumínio e cromo – 0,85% a 1,20% e 0,90% a 1,80% respectivamente → são elementos que formam prontamente nitretos; quanto maior a quantidade desses elementos dissolvidos na ferrita, tanto mais fácil a difusão do nitrogênio e tanto mais espessa a camada nitretada para um tempo de nitretação determinado. Molibdênio – 0,15% a 0,45% → diminui a fragilidade de revenido e confere resistência ao revenido às temperaturas de nitretação (não há revenido na nitretação; mas devido às temperaturas usadas no processo, poderia ocorrer o fenômeno da fragilidade de revenido, evitado pela presença do molibdênio). Níquel → normalmente ausente, é adicionado em teores de 3,25% a 3,75%, quando se deseja um núcleo de dureza mais elevada. Variante de baixo custo do processo de nitretação gasosa em que ocorre a difusão simultânea de C e N para a superfíciedo metal. O gás admitido no forno consiste de misturas com diferentes proporções de amônia e gás natural ou metanol. O processo é realizado em aços aquecidos em temperaturas da ordem de 570 °C. Os tempos de tratamento variam entre 1 h a 3 h. A profundidade de camada endurecida varia entre 0,07 e 0,2 mm. As aplicações da carbonitretação são mais limitadas que os processos de cementação e/ou nitretação. Normalmente a carbonitretação é aplicada em componentes de baixa responsabilidade submetidos a situações de desgaste leves. Os exemplos típicos são componentes de eletrodomésticos (como lâminas, eixos, engrenagens etc.). PRINCÍPIOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS DOS AÇOS Conceito �Aplicações � Tratamentos Termoquímicos Cementação Características da Cementação Características da Cementação Profundidade da camada cementada Cementação Sólida Cementação Sólida Cementação Sólida Cementação Gasosa Cementação Gasosa Slide Number 15 Cementação Líquida Cementação Líquida Microestrutura de camada cementada Nitretação Nitretação Nitretação Camada Nitretada Aços Utilizados na Nitretação Nitroalloy Nitroalloy Carbonitretação Carbonitretação Microestrutura obtidas por Nitretação
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