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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO – UFTM INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS - ICTE ALVARO DA COSTA JUNIOR – 201611169 BRUNNO SILVA MARTINS – 201611170 ISABELLA JABUR BARBAR CURY - 201610511 Experimento 02 – Circuitos Retificadores Professor: Rooney Ribeiro Albuquerque Coelho Disciplina: Circuitos Eletrônicos Uberaba - MG 20/04/2018 1. INTRODUÇÃO O mundo contemporâneo não seria o mesmo que se conhece e se vive a cada dia, se não fosse pelos avanços e confortos que o desenvolvimento da eletrônica analógica nos trouxe. Tais descobertas aconteceram em meados do século passado e propiciaram à humanidade diversos dispositivos que seriam cruciais para a criação e aperfeiçoamento de equipamentos mais avançados nos anos que viriam a seguir. Dentre estes, certamente um dos mais notáveis é o diodo semicondutor. Trata-se de um dispositivo formado por uma junção de dois semicondutores diferentes – um do tipo P e outro do tipo N. Os materiais base mais comuns em sua construção são o Silício, o Germânio e, mais recentemente, o Arseneto de Gálio. Utilizado em inúmeras aplicações diferentes, o diodo semicondutor é extremamente versátil – e um de seus usos será abordado neste experimento. Para que equipamentos mais delicados possam ser utilizados de forma segura, sua alimentação não pode ser feita na tensão alternada nominal que a rede elétrica fornece – ela necessita, previamente, ser convertida em uma tensão contínua estável. Para que isso seja feito, é necessário um retificador. Este é um dispositivo que é construído a base de diodos semicondutores e outros componentes (como exemplo, tiristores) e atua de modo a transformar uma tensão ou corrente alternada em suas contrapartes contínuas que são, por sua vez, usadas na alimentação de diversas cargas. Este experimento visa analisar os princípios básicos que norteiam a construção de um circuito retificador, usando, para tal, um diodo semicondutor. Serão abordados diferentes tipos de retificadores (meia onda, onda completa) e configurações que também utilizam capacitores para melhorar o desempenho do circuito. Também serão abordados os principais parâmetros encontrados em circuitos retificadores, como a tensão média e a tensão de ripple – com o objetivo de nortear o trabalho de construção de uma fonte de corrente contínua. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAIS Os materiais utilizados para este experimento estão listados abaixo: 4 diodos 1N4007; 1 resistor de 100Ω e 1 de 10 kΩ; 1 capacitor eletrolítico de 10 μF, 1 de 100 μF e 1 de 1000 μF; 1 Matriz de contatos (protoboard) MP-1680; 1 Osciloscópio digital DSO-X 2002A; 1 Gerador de função 2 Cabos de força 2 ponteiras de osciloscópio; 1 ponteira de gerador de função; Fios diversos para as conexões na matriz de contatos; 1 Pen drive. 2.2. MÉTODOS 2.2.1. Etapa 1 Nesta primeira etapa monta-se na matriz de contatos o circuito retificador de meia onda, com um dos diodos descritos nos materiais em série com o resistor de 100Ω, que são submetidos a uma tensão senoidal de 6VRMS com 60Hz de frequência. Está tensão sai do gerador, previamente configurado com a ajuda do osciloscópio. Após montado o circuito conectou-se as ponteiras do osciloscópio nele. Uma delas (Vin) entre o positivo da fonte e a referência (GND) e a outra (Vout) entre o resistor e a referencia (GND). Utilizando as funções de medição do osciloscópio obtém-se a tensão RMS e a frequência de entrada e as tensões máxima e media de saída. Em seguida insere-se um capacitor de 10 μF em série com o resistor, mantendo a mesma configuração de tensão anterior e verifica-se as novas formas de onda através do osciloscópio. 2.2.2. Etapa 2 Na protoboard monta-se um circuito retificador de onda completa em ponte (demonstrado na figura 1). Como na etapa anterior conecta-se ao circuito uma tensão senoidal de 6Vrms e frequência de 60Hz. Conecta-se as ponteiras do osciloscópio entre o Vin+ e Vin- e mede-se a tensão RMS e a frequência de entrada do gerador. Retira-se as ponteiras do osciloscópio conforme dito anteriormente e as conectam agora entre Vout e GND medindo então as tensões máxima e média da carga. Decorrido isso, pega-se todas as formas de onda através do osciloscópio. Figura 1 – Circuito Retificador de onda completa em ponte Logo após insere-se um capacitor de 100 μF em paralelo com o resistor e registra-se novamente as formas de onda como no caso anterior. Posicionando as ponteiras novamente entre Vout e GND registra-se as tensões máxima e media e também a frequência de ondulação da carga. Figura 2 – Circuito Retificador de onda completa em ponte com filtro Por fim substitui-se o capacitor por outro de capacitância maior (1000 μF) e repete-se os procedimentos descritos anteriormente. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ETAPA 1 Após a montagem do circuito com descrito anteriormente, os seguintes valores foram registrados (com auxilio da função Measure do osciloscópio): Entrada (gerador) Tensão RMS [V] 5,14 Frequência [Hz] 60,46 Saída (carga) Tensão máxima [V] 4,66 Tensão média [V] 1,34 Fazendo uma análise dos valores registrados, percebeu-se que há proximidade com os valores esperados. Todos os valores experimentais, tanto na entrada, quanto na saída, foram próximos aos teóricos. Utilizando a relação teórica do retificador de meia onda: VAV = 0,318(Vm − VF) Onde Vm é a tensão máxima e VF é a tensão de joelho do diodo (por definição, 0,7V), calculou-se a tensão média (VAV), e obteve-se o valor de 1,3038 – muito próximo do valor encontrado experimentalmente (1,34). As formas das tensões Vin e Vout se encontram a seguir: Figura 3 – Forma de onda do circuito retificador de meia onda Por meio das figuras, observou-se que o diodo interfere na forma de onda senoidal eliminando a parcela negativa da onda. Após a inserção do capacitor no circuito, analisou-se a forma de onda gerada, que está exposta a seguir: Figura 4 – Forma de onda do circuito retificador de meia onda com capacitor em série Pela imagem, é possível observar que ao acrescentar o capacitor em série ao circuito não há passagem de corrente na carga. Isto ocorre porque o capacitor se carrega com uma tensão maior que a da fonte, e com isso aplica uma tensão no sentido reverso do diodo, impedindo assim a passagem de corrente em ambos os sentidos. Isso faz com que não haja queda de tensão sobre o resistor, e por isso uma linha constante igual à zero. 3.2 ETAPA 2 Nesta segunda etapa, montou-se o circuito como descrito nos procedimentos e através do osciloscópio obteve-se os seguintes resultados: Entrada (gerador) Tensão RMS [V] 4,36 Frequência [Hz] 60,48 Saída Tensão máxima [V] 4,4 (carga) Tensão média [V] 2,36 Assim como na primeira etapa, os valores obtidos experimentalmente foram próximos aos valores teóricos. A tensão média de saída (VAV) para este caso também foi calculada, porém agora, considerando a onda completa, com a seguinte relação: VAV = 0,637(Vm − 2. VF) Com isso, obteve-se o valor de 2,8V, com pouco desvio do valor experimental (2,36V). A forma de onda obtida com o circuito retificador de onda completa em ponte pode ser vista a seguir: Figura 5 – Forma de onda circuito retificador de onda completa em ponte Analisando esta onda, pode-se observar que o circuito transforma o semiciclo negativo da onda em positivo, desse modo, retificando a onda completa. Ao inseriro capacitor, observou-se a onda formada. Esta, está exposta a seguir: Figura 6 – Forma de onda circuito retificador de onda completa em ponte com filtro capacitivo Com o capacitor, a onda praticamente se tornou continua, com uma pequena variação chamada Ripple. Esse capacitor é chamado de filtro capacitivo, visto que ele faz a conversão de uma onda retificada para uma onda contínua. Para este novo circuito, foram obtidos novos valores de tensões máxima e média e frequência de ondulação na carga. Estes valores podem ser vistos a diante: Saída (carga) Tensão máxima [V] 3,59 Tensão média [V] 2,97 Frequência de ondulação [Hz] 60,58 Esse dados comprovam que a adição do capacitor ao circuito não interferiu de forma relevante nas tensões e frequência da carga - atuando somente como filtro. A tensão de ripple (Vr) também foi calculada, utilizando a seguinte relação: VR = VAV 𝑓. RL. 𝐶 Onde f é a frequência de ondulação, R é a resistência da carga e C a capacitância do capacitor. Com este cálculo, teve-se o valor de 2,45V. Além disso, a constante de tempo do circuito (Ƭ) foi encontrada multiplicando o valor da resistência com o de capacitância. O valor obtido para esse circuito foi de 10ms. Em seguida, trocou-se o capacitor por outro com capacitância dez vezes maior. As mesmas análises foram repetidas para este circuito. Os resultados e a forma de onda estão apresentados a seguir: Saída (carga) Vm [V] 0,056 VAV [V] 2,93 Fond [Hz] 120 VR [V] 0,16 Ƭ [ms] 0,1 Figura 7– Forma de onda circuito retificador de onda completa em ponte com filtro capacitivo 10 vezes maior A partir destes dados, verificou-se que a tensão de ripple diminuiu de forma significativa com o aumento da capacitância e esse aumento também proporcionou uma onda mais próxima de uma onda contínua quando comparada com o circuito anterior. Portanto, conclui-se que a tensão de ripple é inversamente proporcional à capacitância. 4. SIMULAÇÕES COMPUTACIONAIS Para todo o experimente realizado como descrito nos tópicos acima, foi realizada uma simulação computacional e feita toda a análise e buscando encontrar os mesmos dados descritos no resultados. A simulação foi realizada com o auxílio do software MultiSim. Todos os circuitos simulados foram enviados junto ao relatório. Primeiramente, na etapa 1 o circuito retificador de meia onda foi simulado e obteve-se os seguintes resultados e formas de onda: Entrada (Gerador) Tensão RMS [V] 6 Frequência [Hz] 60 Saída (Carga) Tensão máxima [V] 7,72 Tensão média [V] 2,35 Figura 8 – Gráfico de Vin e Vout juntos Figura 7 – Vout Utilizando a relação teórica do retificador de meia onda: VAV = 0,318(Vm − VF) Onde Vm é a tensão máxima e VF é a tensão de joelho do diodo (por definição, 0,7V), calculou-se a tensão média (VAV), e obteve-se o valor de 2,23 – muito próximo do valor encontrado na simulação que foi 2,35. Com isso podemos falar que a tensão de joelho do diodo na pratica (neste caso) é menor que a teórica, por isso a pequena diferença de VAV. Após a inserção do capacitor em serie no circuito, analisou-se a forma de onda gerada, que está exposta a seguir: Figura 8 – Vout com o capacitor em serie no circuito Pela imagem, é possível observar que ao acrescentar o capacitor em série ao circuito não há passagem de corrente na carga. Isto ocorre porque o capacitor se carrega com uma tensão maior que a da fonte, e com isso aplica uma tensão no sentido reverso do diodo, impedindo assim a passagem de corrente em ambos os sentidos. Isso faz com que não haja queda de tensão sobre o resistor, e por isso uma linha constante igual a zero. Agora na etapa 2 o circuito retificador de onda completa em ponte foi simulado e obteve-se os seguintes resultados e formas de onda: Entrada (Gerador) Tensão RMS [V] 3,23 Frequência [Hz] 60 Saída (Carga) Tensão máxima [V] 6,97 Tensão média [V] 4,04 A tensão média de saída (VAV) para este caso também foi calculada, porém agora, considerando a onda completa, com a seguinte relação: VAV = 0,637(Vm − 2. VF) Com isso, obteve-se o valor de 3,55V, com pouco desvio do valor simulado 4,04. Com isso podemos falar que a tensão de joelho do diodo na pratica (neste caso) é menor que a teórica, por isso a pequena diferença de VAV. Figura 9 – Tensões Vin+ e Vin- Analisando esta onda, pode-se observar que o circuito transforma o semiciclo negativo (Vin-) da onda em positivo, desse modo, retificando a onda completa. Isso será mostrado melhor na figura a seguir onde mostra-se a tensão em cima da carga. Figura 10 – Tensão na carga (Vout) Ao inserir um capacitor com capacitância de 100uF, observou-se a ondas formadas. Estas, estão expostas a seguir: Figura 11 – Tensões Vin+ e Vin- após filtro capacitivo Este gráfico está quase idêntico ao de Vin+ e Vin- anterior, a pequena mudança deve- se a presença do capacitor. Figura 12 – Vout após filtro capacitivo Com o capacitor, a onda praticamente se tornou continua, com uma pequena variação chamada Ripple. Esse capacitor é chamado de filtro capacitivo, visto que ele faz a conversão de uma onda retificada para uma onda contínua. Para este novo circuito, foram obtidos novos valores de tensões máxima e média e frequência de ondulação na carga. Estes valores podem ser vistos adiante: Saída (Carga) Tensão máxima [V] 6,69 Tensão média [V] 5,59 Frequência de ondulação [Hz] 120 Com estes dados percebe-se que o capacitor alterou algumas pequenas coisas no circuito mas a mais significante foi a tensão média pois este aproxima esta tensão da máxima pois ela está muito próxima de ser continua. A tensão de ripple (Vr) também foi calculada, utilizando a seguinte relação: VR = VAV 𝑓. RL. 𝐶 Onde f é a frequência de ondulação, R é a resistência da carga e C a capacitância do capacitor. Com este cálculo, teve-se o valor de 4,66V. Além disso, a constante de tempo do circuito (Ƭ) foi encontrada multiplicando o valor da resistência com o de capacitância. O valor obtido para esse circuito foi de 10ms. Em seguida, trocou-se o capacitor por outro com capacitância dez vezes maior. As mesmas análises foram repetidas para este circuito, e os resultados estão na tabela a seguir bem como a forma de onda da carga: Saída (Carga) Vm [V] 6,83 VAV [V] 6,62 Fond [Hz] 120 Vr [V] 0,552 Ƭ [ms] 0,1 Figura 13 – Vout com filtro capacitivo de maior capacitância. A partir destes dados, verificou-se que a tensão de ripple diminuiu de forma significativa com o aumento da capacitância e esse aumento também proporcionou uma onda mais próxima de uma onda contínua quando comparada com a circuito anterior. Portanto, conclui-se que a tensão de ripple é inversamente proporcional à capacitância. 5. CONCLUSÃO Neste experimento foram montados dois tipos de circuitos retificadores: o de meia onda e o de onda completa em ponte. Foram feitas análises sobre o comportamento natural destes, e com adição de componentes capacitivos. Quanto ao primeiro tipo, foi observada uma onda com formato senoidal, porém, sem a parte negativa. Neste caso, quando colocado um capacitor em série, com o bloqueio à passagem de corrente em ambos os sentidos, a onda passa a se comportar como uma reta, porém com valor nulo. No segundo circuito, a parte negativa da onda sofre uma espelhamento para a parte positiva. Com o acréscimo do capacitor ao sistema, a onda se assemelha à uma tensão em corrente contínua. Além disso, os resultadosforam comparados com os das simulações e valores teóricos, onde esta comparação pode mostrar uma pequena diferença entre os resultados. Concluindo, dessa forma, que os valores obtidos experimentalmente estão de acordo com o esperado. 6. REFERÊNCIAS BOYLESTAD, R. L.; NASHELSKY, L., Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. Tradução: Rafael Monteiro Simon. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. LIMA, Rodrigo Rimoldi de,. Prática de circuitos retificadores. (Roteiro da aula prática).
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