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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO - PONTO 08.1

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO - PONTO 08
Impostos federais: impostos sobre o comércio exterior. Imposto sobre produtos industrializados (IPI). Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF).
Resumido por Jaqueline Conesuque Gurgel do Amaral com base no Manual de Direito Tributário de Eduardo Sabbag.
Os trechos em azul foram retirados do resumo dos concursandos do TRF5 – 2008.
Atualizado por Rodrigo Parente Paiva Bentemuller – Outubro de 2012
IMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR
Os impostos sobre o comércio exterior são divididos em Imposto sobre Importação e Imposto sobre Exportação.
IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO
É o chamado Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros, também conhecido como tarifa aduaneira, direitos de importação, tarifa das alfândegas e direitos aduaneiros.
Classificação:
- Legal:
# de acordo com a categoria econômica - CTN: Imposto sobre comércio exterior
# de acordo com a competência - Constituição Federal : competência da União
- Doutrinária
# Real - é imposto que incide sobre coisas;
# Indireto. Nesse ponto, importante observar que parte da doutrina entende o IPI ser direto�. O STJ, inclusive, em um julgado (Resp 755.490, j. 03/12/2008), entendeu neste sentido: “Especificamente acerca do Imposto de Importação, considerando sua natureza, observa-se que, ainda que se admita a transferência do encargo ao consumidor final, tal repercussão é meramente econômica, decorrente das circunstâncias de mercado, e não jurídica, razão pela qual sua restituição não se condiciona às regras previstas no art. 166 do CTN”.
# Proporcional - qualquer que seja a quantidade a alíquota vai permanecer constante;
# Extrafiscal - tem outras finalidades além de arrecadar dinheiro;
Notas Gerais:
O imposto não se submete aos princípios da legalidade (a alíquota é majorada pelo Poder Executivo e não exclusivamente pelo Presidente da República (Súmula 404, STF) e da anterioridade (arts. 153, § 1º e art. 150, § 1º, ambos da CR). Também é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º, da CR, após a EC 42/2003).
A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e exportação.
Sujeito ativo: União (art. 153, I, CF).
Sujeito passivo: de acordo com o art. 22 do CTN e 31 do DL 37/66, podem ser sujeitos passivos do II:
I – o importador (assim considerada qualquer pessoa física ou jurídica que promova a entrada de mercadoria estrangeira destinada a permanecer de forma definitiva no território nacional) ou quem a lei a ele equiparar;
II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;
III – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente;
IV – o adquirente de mercadoria em entrepostos aduaneiros.
Responsáveis: transportador, inclusive em percurso interno e depositário (qualquer pessoa incumbida da custódia da mercadoria). Responsáveis solidários: adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução de imposto e o representante, no País, do transportador estrangeiro. O agente marítimo não é responsável tributário (decisão do STJ no Resp 252.457/RS, aplicando a súmula 192 do TFR, de 2002). O termo de compromisso firmado por agente marítimo não tem o condão de atribuir-lhe responsabilidade tributária, em face do princípio da reserva legal previsto no art. 121, II, do CTN.
Fato gerador: É a entrada real ou ficta do produto estrangeiro no território nacional, cabendo ao intérprete assimilar o elemento temporal do fato gerador, à luz de uma ficção jurídica, como o momento do início do despacho aduaneiro, assim entendido o momento da apresentação ou registro da declaração de importação (DI) ou documento que lhe faça substituir (e demais documentos pertinentes ao desembaraço), perante a autoridade aduaneira (Receita Federal do Brasil) para a liberação da mercadoria estrangeira entrepostada ou depositada.
	Para efeito do cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem ser convertidos em moeda nacional, à taxa de câmbio vigente no momento da entrada, no país, da mercadoria importada (será o câmbio do dia do registro, na repartição competente, da declaração de desembaraço aduaneiro) - art. 143, CTN.
	Além disso, a alíquota a ser aplicada é aquela contemporânea à da ocorrência do fato gerador.
	Outrossim, considerar-se-á ocorrido o fato gerador nas situações de retorno da mercadoria. Tal regra, no entanto, não prevalecerá nos casos seguintes, os quais repudiam o recolhimento, quando houver:
retorno de mercadoria enviada em consignação, e não vendida no prazo autorizado;
retorno de mercadoria (=devolução), por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
retorno da mercadoria, em face de modificações na sistemática de importação no país importador;
retorno da mercadoria, por outros fatores, alheios à vontade do exportador.
	Ressalta Hugo de Brito Machado que “outro aspecto concernente ao fato gerador do imposto de importação que merece destaque diz respeito aos casos em que é aplicada ao importador a pena de perdimento dos bens importados. Com o perdimento desfaz-se o fato gerador do imposto, de modo que não se pode admitir mais sua cobrança”.
Comentários sobre o fato gerador:
- o produto estrangeiro deve ingressar no território nacional, a fim de se integrar à economia nacional; exclui-se a mercadoria em trânsito, destinada a outro país, e os casos de admissão temporária, entre outros.
- “admissão temporária” consiste na suspensão do pagamento do imposto nos casos em que não se configura importação no sentido jurídico, como é exemplo a entrada de um automóvel de um turista no território nacional; não é favor fiscal, mas “simples mecanismo para conformação da tributação à amplitude da base econômica, de modo a não extrapolá-la” (Leandro Paulsen)
- Há doutrina que entende não ser admissível a incidência sobre produto nacional anteriormente exportado e que retorne ao país. O DL 37/66 faz referência a produtos desnacionalizados (produtos nacionais exportados), enquanto que a CF refere-se apenas a produtos estrangeiros. Por conseguinte, o STF julgou inconstitucional o dispositivo do DL 37/66 que considerava estrangeira a mercadoria nacional reimportada.
- “produtos” engloba bens corpóreos e incorpóreos, inclusive energia elétrica e softwares. No entanto, o DL 37/66, que criou o tributo, erigiu como fato gerador apenas a importação de mercadoria, o que é mais restrito.
	
	O fato gerador possui um critério temporal, já tratado (registro da declaração de importação para o desembaraço aduaneiro), e um critério espacial (território aduaneiro – art. 72, Regulamento Aduaneiro (RA: Decreto 6.759/2009), que corresponde ao território nacional – art. 2º, RA).
Base de cálculo: A base de cálculo poderá ser:
a quantidade de mercadoria: quando a alíquota é específica (isto é, aquela alíquota que prevê importâncias fixas, aplicáveis em relação aos modos de apresentação do produto importado. Por exemplo, um imposto de tantos reais por tonelada, ou por comprimento – art. 20, I, CTN).
expressão monetária do produto importado (valor da mercadoria): trata-se de alíquota ad valorem, que incide sobre o valor aduaneiro do produto importado. 
preço da arrematação: do bem adquirido em licitação. 
Alíquotas: Desde a decisão nº 22 do Conselho do Mercado Comum – por meio da qual se adotou a tarifa externa comum – TEC, foram fixadas, de comum acordo entre os participantes do Mercosul, as alíquotas vigentes para o comércio atinente a países não pertencentes ao bloco.
	É importante mencionar ainda que, em decorrência de acordos comerciais realizados no âmbito da ALADI, que estabelecem preferências tarifárias entre os países signatários, as alíquotas que constam na TEC não refletem a realidade impositiva no comércio entre os países membro dessa associação�.
	As tarifas podemser:
específicas: valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se a metragem, peso, etc.
ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor de operação. Por exemplo, 10% de R$ 15.000,00;
mista: combinação das duas formas acima. Por exemplo: 10% sobre R$ 5.000,00 e R$ 5,00 por Kg.
Lançamento: por homologação. No caso de bagagem acompanhada, o imposto é lançado por declaração, com base na DBA – Declaração de Bagagem Acompanhada.
Atentar para os seguintes termos:
DRAWBACK: É operação de retorno. O produto entra no território nacional com a obrigação de voltar ao exterior. É uma forma de proteção ao produto nacional. O país permite a entrada de matéria-prima, por exemplo, para produção de um determinado produto voltado para a exportação. 
	É a permissão que é dada para importação de produtos estrangeiros para produzir outro bem destinado à exportação sem incidência do imposto de importação. 
	O objetivo é tornar o produto nacional mais competitivo no mercado externo. É um instrumento de proteção à indústria nacional e instrumento de extrafiscalidade. Distingue-se dos institutos do Befiex (benefícios fiscais à exportação).
Pode ser aplicado nas seguintes modalidades:
1.1 – suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação da mercadoria 
1.2 – isenção dos tributos exigíveis na importação da mercadoria
1.3 – restituição total ou parcial dos tributos pagos na importação de mercadoria e
DUMPING: invasão de mercadorias estrangeiras por preços abaixo do custo praticado na indústria nacional, em potencial prática de lesão às leis de trabalho e comerciais do país destinatário do bem. Traduz-se na união de exportadores, às vezes sob a anuência governamental, que visam introduzir em mercado alheio produto cujo preço é inferior ao “de mercado” no país de origem, com o intuito de aniquilar a concorrência no país de destino;
GATT: Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio: acordo firmado em 1947, na Suíça, é dele o Brasil signatário, sendo o GATT caracterizado como pacto que visa estabelecer e administrar regras para o procedimento em comércio internacional, ajudar os governos a reduzir tarifas alfandegárias ou aduaneiras e abolir as barreiras comerciais entre as partes contratantes.
CLÁUSULA DA NAÇÃO MAIS FAVORECIDA: É um item, um artigo ou uma cláusula dos tratados internacionais, convenções ou protocolos internacionais em que os países concedem uns aos outros o mesmo tratamento benéfico que for dado a uma terceira nação. 
ADMISSÃO OU FRANQUIA TEMPORÁRIA: Para caracterizar a incidência do imposto de importação é necessário que o produto venha integrar a economia interna porque existem produtos que vêm participar de exposições, competições, etc. É a admissão temporária a entrada desse produto sem a cobrança do imposto. O regime especial de entreposto aduaneiro na importação é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos incidentes na importação. Esse regime permite a permanência de mercadoria estrangeira em feira, congresso ou mostra, realizado em recinto de uso privativo, previamente alfandegado para esse fim. O alfandegamento do recinto é declarado por período que não ultrapasse os 30 dias anteriores e os 30 dias após o prazo fixado para o início e o término do evento.
CONTIGENCIAMENTO: São cotas, quantidades permitidas por um país para que ele importe. Há o estabelecimento de cotas para importação. O contingenciamento é o estabelecimento de cota permitida para importação. 
ENTREPOSTO ADUANEIRO: Este instituto permite a entrada e o depósito de produto importado no país. O produto fica em local determinado pelo Fisco sem incidência do imposto de importação. À medida que o importador vai se utilizando do produto, vai pagando o imposto. O imposto é pago à medida que vai saindo do entreposto. A vantagem é que o imposto é pago a proporção que se for utilizando o produto. 
ENTREPOSTO INDUSTRIAL: o local onde as indústrias que estão sob o regime de draw back depositam e industrializam seus produtos destinados à exportação.
COLIS POSTAUX: É a importação via correios, catálogos. Os correios dos países celebram convênio, emitem catálogos. A compra é feita pelos catálogos. Quando a mercadoria chega nos correios do país importador, o adquirente é comunicado e na agência dos correios faz todo o desembaraço da mercadoria, inclusive pagando o imposto. 
PREÇO DE TRANSFERÊNCIA: O termo "preço de transferência" tem sido utilizado para identificar os controles a que estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre partes relacionadas, sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada em paraíso fiscal. Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas entre essas pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e, consequentemente, divergir do preço de mercado negociado por empresas independentes, em condições análogas - preço com base no princípio arm’s length. O controle fiscal dos preços de transferência se impõe em função da necessidade de se evitar a perda de receitas fiscais. Essa redução se verifica em face da alocação artificial de receitas e despesas nas operações com venda de bens, direitos ou serviços, entre pessoas situadas em diferentes jurisdições tributárias, quando existe vinculação entre elas, ou ainda que não sejam vinculadas, mas desde que uma delas esteja situada em paraíso fiscal – país ou dependência com tributação favorecida ou cuja legislação interna oponha sigilo à divulgação de informações referentes à constituição societária das pessoas jurídicas ou a sua titularidade. Diversos países vêm instituindo esse controle como medida de salvaguarda de seus interesses fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por empresas interdependentes em transações internacionais, com o inequívoco objetivo de usufruir de regimes tributários mais favoráveis. Assim, ocorre a transferência de renda de um Estado para outros que oferecem alíquotas inferiores ou concedem isenções, por intermédio da manipulação dos preços praticados na exportação e na importação de bens, serviços e direitos.
	Estão obrigados pela legislação brasileira à observância das regras de preços de transferência:
1. as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que praticarem operações com pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior, consideradas vinculadas, mesmo que por intermédio de interposta pessoa.
2. as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento), ou cuja legislação interna oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade.
	
	Métodos de apuração de preços (parâmetros):
•	Na importação:
	1. Método dos Preços Independentes Comparados (PIC);
	2. Método do Preço de Revenda Menos Lucro (PRL Revenda), com margem de lucro de 20% (vinte por cento);
	3. Método do Preço de Revenda menos Lucro (PRL Produção), com margem de lucro de 60% (sessenta por cento); e
	4. Método do Custo de Produção Mais Lucro (CPL), com margem de 20% (vinte por cento).
*	Na exportação:
	1. Método do Preço de Venda nas Exportações (PVEx);
	2. Método do Preço de Venda Por Atacado no País de Destino Diminuído do Lucro (PVA), com margem de 15% (quinze por cento);
	3. Método do Preço de Venda a Varejo no País de Destino, Diminuído do Lucro (PVV), com margem de 30% (trinta por cento); e
	4. Método do Custo de Aquisição ou de Produção Mais Tributos e Lucro (CAP), com margem de 15% (quinze por cento).
IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO
Classificação (igual ao II):
- Legal:
# deacordo com a categoria econômica - CTN: Imposto sobre comércio exterior
# de acordo com a competência - Constituição Federal : competência da União
- Doutrinária:
# Real - é imposto que incide sobre coisas;
# Indireto;
# Proporcional - qualquer que seja a quantidade a alíquota vai permanecer constante;
# Extrafiscal - tem outras finalidades além de arrecadar dinheiro;
Competência e Sujeito ativo: União (art. 153, II, CR)
Sujeito passivo: exportador – qualquer pessoa que promova a saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional (art. 27 CTN e art. 5º do DL nº 1.578/77) ou quem a lei a ele equiparar.
Fato Gerador: O fato gerador do IE é a saída do território nacional para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados, cabendo ao intérprete assimilar o elemento temporal do fato gerador como o momento da liberação pela autoridade aduaneira ou a data de embarque ou saída constante da Declaração de Exportação. Portanto, o fato gerador é a saída do território, mas o momento (ficção jurídica) em que se materializa é o da expedição da guia de exportação ou documento equivalente, podendo sua exigibilidade acontecer mesmo antes que se opere a saída do produto, a critério da Receita Federal, nos termos do art. 1º, § 1º, do Decreto-Lei nº 1.578/77.
	Interessante é o conceito de produto nacionalizado, constante na Constituição. O § 1º do art. 221 do Decreto nº 91.030/85, que preconiza, in verbis: “Considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira importada a título definitivo”.
	Art. 213, §único, do Decreto 4.543/02 (Regulamento do IE): Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) (Decreto-lei no 1.578, de 1977, art. 1o, § 1o).
	O STF tem ressaltado que o registro de exportação não pode ser confundido com o registro de venda, este irrelevante para a incidência do imposto (RE 235.858/PE; RE 223.796/PE). Mas o STJ tem precedentes recentes, da 1º e da 2º Turmas, no sentido de que o fato gerador do imposto de exportação ocorre na data do registro de venda (Resp 225.546/PR; Resp 382.494/PR).
	Quanto ao critério espacial, o imposto é cobrado de operações ocorridas no território nacional, assim considerado o território geográfico, excluído o que decorre da extraterritorialidade, como as representações diplomáticas no exterior, as aeronaves e as embarcações brasileiras.
Base de cálculo: é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional (Decreto-lei nº 1.578/77, art. 2º).
	A base de cálculo do imposto de exportação será: 
a) a quantidade de mercadoria: expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando a alíquota for específica (aquela alíquota que prevê importâncias fixas, aplicáveis em relação aos modos de apresentação do produto exportado). Por exemplo: imposto de tantos reais por tonelada.
b) a expressão monetária do produto exportado, isto é, o preço normal: alíquota ad valorem. A base de cálculo, desse modo, é o preço normal que o produto alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. Portanto, o fisco não está vinculado ao valor consignado na fatura comercial.
c) preço da arrematação do produto adquirido em licitação não é o preço normal ou de referência da mercadoria.
Obs: as bases de cálculo são as mesmas no Imposto de Importação e no Imposto de Exportação.
Alíquotas: Estão previstas na TAB (Tarifa Aduaneira do Brasil), podendo ser:
específicas: valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que pode referir-se à metragem, ao peso, etc. Exemplo: R$ 2,00 por cada quilo.
Ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor da operação. Atualmente é de 30%, uma vez que a Lei 9.716/98 facultou ao Executivo aumentá-la até cinco vezes. Portanto, a alíquota máxima é de 150% (art. 3º do DL nº 1.578/77). 
Notas gerais: 
Este imposto não atende aos princípios da anterioridade (art. 150, § 1º, CR), da legalidade – as alíquotas podem ser majoradas pelo Poder Executivo (art. 153, § 1º, CR) e da anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º, parte final, CR).
a) DUMPING: É um instituto ou prática desleal nas relações de comércio externo entre os países, em que um dos países procura colocar seus produtos no outro a preço vil, abaixo dos seus custos no país de origem, com a finalidade de conquistar mercado e eliminar a concorrência.
b) EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA: Consiste na permissão dada para saída de produto nacional ou nacionalizado para o exterior por período determinado desde que retorne ao Brasil. Ex.: carros que vão participar de feiras ou exposição; ou produtos importados que voltam para reparação. Não se sujeita à incidência do IE.
c) CONTINGENCIAMENTO: São unidades ou cotas permitidas para exportação. O Brasil diz que só pode exportar “x” unidades porque o que ultrapassar vai prejudicar a economia interna, ou abastecimento do mercado interno.
Obs.: Portos secos – criados pelo governo em 1995 p/ diminuir o congestionamento de mercadorias nos portos e aeroportos, foram instalados em cidades do interior e funcionam como postos da Receita Federal, nos quais se faz desembaraço aduaneiro. Na verdade, são armazéns usados para estocar bens enquanto a Receita libera seu comércio no país ou seu embarque para o exterior. São geridos por concessionários da Receita e cobram 33% menos que os portos e 90% menos que os aeroportos. 
Lançamento: por homologação.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
- Classificação:
a) Legal:
i) de acordo com a categoria econômica: Imposto sobre a produção e a circulação
ii) de acordo com a competência: competência da União
b) Doutrinária
i)Real;
ii) Indireto;
iii) Proporcional;
iv) Extrafiscal, apesar de importante fonte arrecadatória
v) Seletivo
vi) Não-cumulativo.
Competência e sujeito ativo: União.
- Ressalva ao princípio constitucional: ao IPI não se aplicam os princípios da legalidade (pois é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IPI) e da anterioridade. No entanto, aplica-se o da anterioridade nonagesimal.
- Imunidade: os produtos industrializados destinados ao exterior estão dispensados do IPI (art. 153, § 3º, III, CR c/c súmula 536 STF). São imunes aos IPI: as exportações de produtos industrializados; os livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão; o ouro, como ativo financeiro ou instrumento cambial; energia elétrica, derivados do petróleo, combustíveis e minerais do País.
Sujeito passivo: De acordo com o art. 51 do CTN, será contribuinte do IPI:
o importador ou quem a lei a ele equiparar;
o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados;
o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Para o IPI, vigora o princípio da autonomia dos estabelecimentos, segundo o qual cada estabelecimento, embora não tenha personalidade jurídica própria, é considerado como “contribuinte autônomo” (expressão usada pelo CTN).
Fato gerador: O fato gerador ocorrerá:
com a importação (início do desembaraço aduaneiro)
com a saída do estabelecimento industrial ou equiparados dos produtos industrializados;
aquisição em leilão de produto abandonado ou apreendido;
outras hipóteses específicas da lei, como no caso de saída de produtos de estabelecimentos equiparados a industrial ou a primeira saída por revenda de produtos importados, etc.
	Considerar-se-á ocorrido o fato gerador nas situações de retorno da mercadoria. No entanto, não prevalecerá nos seguintes casos, inexistindo recolhimento, quandohouver:
retorno de mercadoria enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
retorno de mercadoria (=devolução), por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
retorno de mercadoria, em face de modificações na sistemática de importação do país importador;
retorno da mercadoria, por motivo de guerra ou calamidade pública;
retorno de mercadoria, por outros fatores, alheios à vontade do exportador.
Conceito de produto industrializado: Considera-se industrializado, para fins de incidência de IPI, o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como a transformação, o beneficiamento, a montagem, etc.
transformação: com ela, o produto velho perde a individualidade. É o processo mecanizado ou semimecanizado, automatizado ou semiautomatizado exercido sobre matéria-prima (ou produto intermediário), que lhe dá nova forma e finalidade, fazendo surgir um produto com forma, fins e conceitos diversos daqueles que lhe vieram compor na acepção de matéria prima ou produto intermediário. O bem resultante da transformação tem nova classificação na tabela do IPI.
Beneficiamento: processo de modificação, aperfeiçoamento, embelezamento ou alteração de funcionamento de um produto já existente. Nesse processo o produto resultante fica na mesma classificação fiscal originária, ou seja, não tem nova classificação na nomenclatura brasileira de mercadorias. EX: envernizamento de móveis.
Montagem: reunião de produtos e peças já existentes em nova sistematização, resultando em produto novo, quanto à ampliação, funcionamento ou finalidade. Nesse passo, as peças ou partes não perdem a sua “individualidade” na obtenção de um produto novo. Nesse processo, o produto surgido pode ter nova classificação fiscal ou manter a do produto originário da montagem.
Acondicionamento ou reacondicionamento: processo de alteração da embalagem visual do produto, ou seja, modificação da apresentação do produto ao seu consumidor, criando-lhe nova proposta de consumo, novo visual e novo estímulo à aquisição. Exclui-se desse processo a mera alteração de embalagem para fins de transporte. 
Renovação ou recondicionamento: é a renovação exercida em um produto usado ou inutilizado, restaurando-lhe a utilização, como se novo voltasse a ser. O produto resultante do processo continua a ser a classificação fiscal originária.
Base de Cálculo: A base de cálculo variará conforme a hipótese de incidência. Pode ser:
o valor da operação de saída do produto do estabelecimento do contribuinte. É o valor da operação, representada pelo preço do produto, acrescido das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário. O STJ tem decidido que os descontos incondicionais não integram a base de cálculo do IPI, por não fazerem parte do valor de saída da mercadoria: “3. O fumus boni iuris, a seu turno, resta evidenciado na jurisprudência dominante deste Tribunal Superior, segundo a qual se afasta a incidência do IPI sobre os descontos incondicionais, que não integram o preço final, porquanto a base de cálculo do imposto é o valor da operação da qual decorre a saída da mercadoria. (…) Precedentes: REsp 510.551/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Segunda Turma, julgado em 10/04/2007, DJ 25/04/2007 p. 299; REsp 554.490/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2006, DJ 17/08/2006 p. 337; REsp 477525/GO, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/06/2003, DJ 23/06/2003 p. 258; MC nº 15.218 - SP, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 2.12.2009”.
	Também o frete não pode ser inserido na base de cálculo do imposto, conforme decidiu o STJ: 1. A alteração do art. 14 da Lei nº 4.502/64 pelo art. 15 da Lei nº 7.798/89 para fazer incluir, na base de cálculo do IPI, o valor do frete realizado por empresa coligada, não pode subsistir, tendo em vista os ditames do art. 47 do CTN, o qual define como base de cálculo o valor da operação de que decorre a saída da mercadoria, devendo-se entender como “valor da operação” o contrato de compra e venda, no qual se estabelece o preço fixado pelas partes (REsp 667950).
o preço normal, acrescido do próprio imposto de importação das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais. Nesse caso, o Fisco adiciona ao valor para o despacho aduaneiro não só o quantum pago, a título de imposto de importação, mas também as taxas de entrada no País e os encargos cambiais. A inclusão do imposto de importação na base de cálculo do IPI, embora represente a tributação de imposto sobre imposto, pode justificar-se, nesse caso, como meio de proteção à indústria nacional;
o próprio preço da arrematação em face de produto apreendido, abandonado e levado a leilão.
Alíquotas
	É imposto proporcional, uma vez que, em princípio, sua alíquota varia de forma constante, em função da grandeza econômica tributada. Em abono à seletividade do IPI, as alíquotas do vertente gravame variam de 0% a 365,63% (no caso de cigarros). O IPI será calculado mediante a aplicação da alíquota do produto (constante da TIPI, que tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante do Decreto 2.376/97, sobre o respectivo valor tributável. Destaque-se que a arrecadação oriunda de bebidas, cigarros e veículos perfaz a maior parte da arrecadação desse imposto.
- Alíquota zero: trata-se de opção adotada pelo legislador para minimizar por completo a tributação, sem utilizar a isenção (que só pode ser concedida por meio de lei).
- Seletividade do IPI: técnica de incidência de alíquotas, cuja variação dar-se-á em função da essencialidade do produto. Os produtos de primeira necessidade devem ter baixa tributação, e os produtos supérfluos devem receber tributação mais elevada. A imposição de alíquotas mais elevadas ocorrerá na razão inversa da essencialidade dos produtos.
- Princípio da não-cumulatividade (técnica denominada de value-added, para os norte-americanos): postulado segundo o qual se proíbe a técnica cumulativa, permitindo que em cada operação tributada deva ser abatido o valor do mesmo imposto pago na operação imediatamente anterior (art. 49 do CTN). Com efeito, faz-se o registro contábil como crédito do IPI referente à entrada de uma mercadoria. Por seu turno, faz-se o registro como débito do valor do IPI dos produtos que saírem. No final do período, após a realização dos cálculos, se o débito for maior, o imposto é recolhido; se o crédito for maior, o saldo devedor é transferido para uso no período seguinte ou períodos seguintes. O IPI, nos documentos fiscais, é destacado separadamente ou, como denomina parte da doutrina, “por fora” somado ao preço pago pelo adquirente dos insumos. O mesmo fato ocorre com o ICMS.
As aquisições de bens do ativo permanente e mesmo de energia elétrica não têm sido consideradas como autorizadoras de creditamento.
Súmula 495, STJ - A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera direito a creditamento de IPI. (pub. Em 13/08/2012)
"a energia elétrica, o gás natural, os lubrificantes e o óleo diesel (combustíveis em geral) consumidos no processo produtivo, por não sofrerem ou provocarem ação direta mediante contato físico com o produto, não integram o conceito de 'matérias-primas' ou 'produtos intermediários' para efeito da legislação do IPI e, por conseguinte, para efeito da obtenção do crédito presumido de IPI, como ressarcimento das contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS, na forma do art. 1º, da Lei n. 9.363/96" (REsp 1.049.305/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 31.03.11). (REsp 816496, j. 12/06/12)
- IPI na base de cálculo do ICMS: o texto constitucional indica a exclusão do IPI da base de cálculo do ICMS. De acordo com o art. 155, § 2º, inc. XI, da CR, o IPI somente não integrará a base de cálculo do ICMS quando a operação apresentar os seguintes requisitos cumulativos:
a) for realizada entre contribuintes (por exemplo, entre duasempresas industriais);
b) for relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização;
c) configurar fato gerador dos dois impostos.
- Creditamento do IPI no caso de insumos isentos, não tributados ou tributados à alíquota zero: 
Antes da vigência da Lei 9.779/99, não era possível o contribuinte se creditar ou se compensar do IPI quando incidente o tributo sobre os insumos ou matérias-primas utilizados na industrialização de produtos isentos ou tributados com alíquota zero. Após a edição da referida lei, restou clara a possibilidade de creditamento no caso de produto final isento ou tributado à alíquota zero (art. 11 da lei 9.779/99), sendo excluída a hipótese de produtos não-tributados (entre outros, Recurso Representativo de Controvérsia - REsp. n. 860.369, Rel. Min. Luiz Fux, j. 25.11.2009)
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM DESTINADOS À INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS. INCABIMENTO. LEI 9.779/99. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. VEDAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO.
I - 1. O direito ao crédito de IPI, fundado no princípio da não-cumulatividade, decorrente da aquisição de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem utilizados na fabricação de produtos isentos ou sujeitos ao regime de alíquota zero, exsurgiu apenas com a vigência da Lei 9.779/99. (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: RE 562.980/SC, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 06.05.2009, DJe-167 DIVULG 03.09.2009 PUBLIC 04.09.2009;
e RE 460.785/RS, Rel. Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 06.05.2009, DJe-171 DIVULG 10.09.2009 PUBLIC 11.09.2009).
2. Nessa linha de pensar, não há que se falar em interpretação extensiva do art. 11, da Lei n. 9.779/99 para permitir o creditamento após a sua vigência relacionado a produtos finais não tributados, pois o benefício somente foi reconhecido pela lei para os produtos finais isentos ou sujeitos ao regime de alíquota zero.
Tema que já foi julgado no recurso representativo da controvérsia REsp. n. 860.369 - PE, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009 (REsp nº 1.060.199/SP, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 01/09/2010).
II - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1294669/ES, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 25/05/2012)
TRF1:
AC 0064388-85.2003.4.01.3800/MG, j. 13/12/2011
AMS 0050221-29.2004.4.01.3800/MG, j. 13/12/2011
 
Com o fito de sistematizar o pensamento em tema tão espinhoso, é importante observar que a questão acerca da aplicação do princípio da não-cumulatividade do IPI (direito de creditamento), nos casos de isenção, tributação com alíquota zero e não tributação, é apreciada pelo STF da seguinte maneira:
1- Direito de utilização de créditos decorrentes da aquisição de insumos (entrada) isentos de IPI: no julgamento do RE 212.484-RS (Info STF 101), entendeu o Plenário do STF que a aquisição de insumo isento de IPI gera direito adquirido ao creditamento do valor do imposto que teria sido pago caso não houvesse a isenção. Contudo, é importante salientar que discussão acerca da matéria foi novamente aberta no Pleno do STF, com o julgamento do RE 566.819/RS, rel. Min. Marco Aurélio (vide Info STF 554), o qual está atualmente suspenso em virtude do pedido de vista da Min. Carmen Lucia. 
2 – Direito utilização de créditos decorrentes da aquisição de insumos (entrada) não tributados ou tributados com a alíquota zero: no julgamento dos RE 370.682 e RE 353.657, o Plenário do STF (votação por 6 a 5) entendeu que não dão direito a crédito de IPI as aquisições de insumos sujeitos á alíquota zero, bem como as aquisições de insumos não tributados pelo IPI. Para maior compreensão em relação aos fundamentos utilizados, recomenda-se a extensa leitura dos Informativos nº304, 361, 374, 420, 456 e 463. É importante registrar que o julgamento dos referidos RE representou uma virada na jurisprudência do STF, que, no anterior julgamento dos RE 350.446, 353.668 e 358.493, reconhecera o direito de creditamento de IPI na aquisição de insumos sujeitos à alíquota zero.
A presente discussão deve ser dirimida com o julgamento do RE 590.809, submetido ao rito da repercussão geral. Todavia, o STF já proferiu decisões no sentido de excluir a possibilidade de creditamento nos casos de aquisição de insumos não tributados, isentos ou tributados com alíquota zero:
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. INSUMOS ISENTOS, SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO OU NÃO TRIBUTADOS. PRODUTO FINAL TRIBUTADO. PRINCÍPIO DA NÃO- CUMULATIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O artigo 153, § 3º, II, da Constituição dispõe que o IPI “será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores”. 2. O princípio da não-cumulatividade é alicerçado especialmente sobre o direito à compensação, o que significa que o valor a ser pago na operação posterior sofre a diminuição do que pago anteriormente, pressupondo, portanto, dupla incidência tributária. Assim, se nada foi pago na entrada do produto, nada há a ser compensado. 3. O aproveitamento dos créditos do IPI não se caracteriza quando a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos tributados reste desonerada, sejam os insumos isentos, sujeitos à alíquota zero ou não tributáveis. Isso porque a compensação com o montante devido na operação subsequente pressupõe, necessariamente, a existência de crédito gerado na operação anterior, o que não ocorre nas hipóteses exoneratórias. 4. A jurisprudência do egrégio STF, à luz de entendimento hodierno retratado por recentes julgados, inclui os insumos isentos no rol de hipóteses exoneratórias que não geram créditos a serem compensados, verbis: “(...) Frise-se que, como bem esclareceu o voto condutor, 'a não-exigência do IPI se dá sempre que essa é adquirida sob os regimes, indistintamente, de isenção (exclusão do imposto incidente), alíquota zero (redução da alíquota ao fator zero) ou de não incidência (produto não compreendido na esfera material de incidência do tributo)” ( RE 370.682 – ED, relator o Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe 17.11.10). “(...) 1. A decisão recorrida está em consonância com a jurisprudência do Plenário desta Corte (RE 370.682/SC e RE 353.657/RS), no sentido de que não há direito à utilização dos créditos do IPI no que tange às aquisições insumos isentos, não-tributados ou sujeitos à alíquota zero. 2. Agravo regimental improvido.” (RE 566.551 – AgR, Relatora a Ministra Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 30.04.10). 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 592917 AgR, Min. LUIZ FUX, 1ª Turma, j. 31/05/2011)
O STJ, nos casos de insumos não-tributados ou sujeitos à alíquota zero, vem respeitando o entendimento do STF anteriormente consolidado, não permitindo o creditamento.
O TRF1 nega direito de creditamento, em relação à aquisição de insumos, em qualquer das três hipóteses, como se observa do seguinte julgado:
(…) IPI. CREDITAMENTO. INSUMOS, MATÉRIA-PRIMA, PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS. PRODUTO FINAL SOB O REGIME DA ALÍQUOTA ZERO, DA NÃO TRIBUTAÇÃO OU DA ISENÇÃO. ADVENTO DA LEI 9.779/1999. DIREITO DE CREDITAMENTO. POSSIBILIDADE. (...)
2. Inviável o creditamento de valores referentes ao IPI na aquisição de insumos e matéria-prima isentos, submetidos à alíquota zero ou não sujeitos à tributação, sob pena de ofensa ao alcance constitucional do princípio da não cumutatividade previsto no inciso II do § 3º do art. 153 da CF/1988.
3. Não ensejam direito de crédito presumido de IPI para o contribuinte adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero os princípios da não cumulatividade e da seletividade (STF, RE 370682/SC).
(…) (AMS 0004940-90.2007.4.01.3300/BA,j. 01/07/2011)
- IPI e entidade imune, como contribuinte de direito: se a entidade repassa o ônus financeiro ao contribuinte de fato, poderia ela invocar sua imunidade para afastar a incidência do IPI sobre seus produtos?
	Matéria polêmica. A não incidência pode provocar problemas no âmbito concorrencial. O seguinte julgado do STF (info 437), tratando do mesmo problema, mas em relação ao ICMS, demonstra que suas 1ª e 2ª Turmas estão divididas: “O Tribunal, por maioria, negou provimento a embargos de divergência opostos, em embargos declaratórios, contra acórdão da 2ª Turma que não conhecera de recurso extraordinário do embargante ao fundamento de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF, que veda a instituição de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de entidades de assistência social, abrange o ICMS. Invocava-se como paradigma o acórdão proferido pela 1ª Turma no RE 164162/SP (DJU de 13.9.96) que entendera não configurar violação à mencionada imunidade a exigência fiscal sobre os bens produzidos e fabricados pela entidade, tendo em conta repercutir o ônus, economicamente, no consumidor, contribuinte de fato do tributo que se acha embutido no preço. Considerou-se o entendimento fixado pelo Plenário no RE 210251/SP (DJU de 28.11.2003) no sentido de estarem as entidades de assistência social imunes à incidência do ICMS relativamente à comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 150, VI, c, da CF. Vencido o Min. Carlos Britto, que dava provimento ao recurso, adotando a orientação preconizada pela 1ª Turma. RE 186175 EDiv-ED/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 23.8.2006. (RE-186175)”
Eu procurei jurisprudência específica sobre a imunidade do contribuinte de direito do IPI, mas infelizmente não achei. Se alguém conseguir alguma coisa, por favor, poste no grupo.
- IPI e entidade imune, como contribuinte de fato: se a entidade, ao adquirir um produto, arca com o ônus financeiro, como contribuinte de fato, pode pleitear a restituição do valor correspondente ao tributo, invocando sua imunidade?
	Matéria polêmica. Opinião: é possível pleitear tal imunidade para não sofrer o impacto da tributação, ainda que na qualidade de “contribuinte de fato”. Isso porque, se o sistema tributário imprime relevância à figura do contribuinte de fato (art. 166 do CTN), afigura-se plenamente necessário considerar tal figura no cotejo das imunidades previstas na Constituição, sob pena de amesquinhá-las. Os impostos indiretos, portanto, devem ser tidos como incluídos no âmbito protetor das imunidades, admitindo-se a repercussão tributária para atrair a regra imunitória.
	No mesmo sentido, o seguinte julgado do TRF5: “TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPOSTO INDIRETO. CONTRIBUINTE DE FATO. LEGITIMIDADE ATIVA. 1. O ÔNUS DO PAGAMENTO DO ICMS INCIDENTE SOBRE OS SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE E-NERGIA ELÉTRICA E DE TELEFONIA É TRANSFERIDO PARA O CONSUMIDOR, QUE SE TORNA O CONTRIBUINTE DE FATO DESTE IMPOSTO.
COMO CONTRIBUINTE INDIRETO, TEM O CONSUMIDOR - IN CASU, UMA AU-TARQUIA FEDERAL - LEGITIMIDADE PARA PLEITEAR O RECONHECIMENTO DE SUA IMUNIDADE EM JUÍZO. 3. APELAÇÃO PROVIDA.” (Processo: 2000.05.00.012654-0, Segunda Turma, Relator Desembargador Federal PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LI-MA, Data Julgamento 28/08/2001)
	Em sentido contrário, o seguinte julgado do TRF5: “TRIBUTÁRIO. AÇÃO ORDI-NÁRIA. AUTARQUIA FEDERAL. ICMS. SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E DE TELEFONIA. IMUNIDADE. FINALIDADE ESSENCIAL. CONTRIBU-INTE DE FATO. ALCANCE. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 150, § 2º, DA CARTA MAG-NA.
1. A IMUNIDADE CONFERIDA ÀS AUTARQUIAS, QUANTO AOS IMPOSTOS, NÃO ALCANÇA O ICMS INCIDENTE POR OCASIÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA E DE TELEFONIA, JÁ QUE, NO CASO, O CONTRIBUINTE É A CONCESSIONÁRIA DE TAIS SERVIÇOS PÚBLICOS E ESTES NÃO SE REFEREM À FINALIDADE ESSENCIAL DOS ALUDIDOS ENTES.
2. O FATO DO ÔNUS SER, AFINAL, SUPORTADO PELA APELANTE, CARACTERI-ZANDO-SE A MESMA, PORTANTO, COMO CONTRIBUINTE DE FATO, NÃO JUSTIFI-CA QUE ELA NÃO SEJA ALCANÇADA PELA NORMA IMPOSITIVA DO IMPOSTO, CASO CONTRÁRIO, TAMBÉM DEVERIAM SER AFASTADOS TODOS OS TRIBUTOS COMPUTADOS NA COMPOSIÇÃO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS ADQUIRIDOS E DOS SERVIÇOS CONTRATADOS PELAS AUTARQUIAS, O QUE NÃO SE SUSTENTA.” (Proc. n. 2000.85.00.002983-3, Primeira Turma, Relator Desembargador Federal ÉLIO WAN-DERLEY DE SIQUEIRA FILHO (Substituto), Data Julgamento 16/09/2004)
Também não encontrei posicionamento do TRF1 sobre o assunto.
- Correção monetária do crédito de IPI: 
Regra: não incide correção monetária sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade, por ausência de previsão legal.
Exceção: incide, porém, a correção se o ressarcimento (creditamento) do contribuinte sofre demora em virtude da oposição da Fazenda Pública que faz com que o contribuinte socorra-se do Poder Judiciário.
	
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS
Competência e sujeito ativo: União
	O IOF é sucessor do antigo imposto do selo, substituindo-o com o advento da EC 18/65. Tem função predominantemente extrafiscal (controle de política monetária).
 Classificação:
a) Legal:
•	de acordo com a categoria econômica: Imposto sobre produção e circulação
•	de acordo com a competência: competência da União
b) Doutrinária:
•	Real - é imposto que incide sobre coisas;
•	 Direto ou Indireto – depende do caso concreto;
•	 Proporcional
•	 Extrafiscal
•	Cumulativo (o imposto pago não é compensado)
Lançamento: Por homologação
Sujeito passivo: qualquer das partes da operação tributada, conforme dispuser a lei (art. 66 CTN).
	Segundo o Decreto nº 6.306/67:
as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito (art. 4º);
as compradoras ou revendedoras de moeda estrangeira, nas operações referentes à transferência financeira para o exterior (art. 12);
as pessoas físicas ou jurídicas seguradas (art. 19);
os adquirentes de títulos ou valores mobiliários e instituições financeiras (art. 26, I e II);
as instituições autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial (art. 37).
Fato gerador: O fato gerador do IOF, previsto no art. 63 do CTN e segundo o Decreto nº 6.306/2007, será: 
a) quanto às operações de crédito, sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado (art. 3º);
b) quanto às operações de câmbio, sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional, entregue ou posta à disposição por este;
c) quanto às operações de seguro, sua efetivação pela emissão da apólice, ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
d) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate desses, na forma da lei aplicável. Saliente-se que nas operações que vierem as três situações supramencionadas, o IOF será cobrado tão somente uma única vez.
	O elemento material do fato gerador é a operação de crédito, câmbio, seguro ou com títulos e valores mobiliários. Isso significa que, para ocorrer o fato gerador, deve haver uma operação respectiva.
Conceito das principais operações que envolvem o pagamento do IOF:
Operações de crédito: é uma prestação presente contra a promessa de operação futura. Importante dizer que para o STF mero saque de caderneta de poupança não constitui fato gerador do IOF (súmula 664).
Operações de câmbio: é a troca de moedas, de uma pela outra. 
Operações de seguro: é o contrato pelo qual se garante algo contra o risco de eventual dano (evento futuro e incerto). Logo, assina-se um contrato (apólice) entre uma empresa (seguradora) e umapessoa física ou jurídica (segurado), pelo qual a primeira se obrigada, mediante a cobrança de uma certa quantia (prêmio), a pagar à segunda uma determinada importância (indenização) para compensar perdas e danos decorrente de eventualidades, tais como acidentes, incêndios (sinistro) etc.
Operação relativa a títulos e valores mobiliários: implica transferência de propriedade desses títulos. Segundo o art. 2º da Lei 6.385/76, os títulos ou valores mobiliários são definidos como documentos ou instrumentos que materializam direitos de crédito, sendo aptos para circular no mercado entre mãos estranhas daquelas que lhe deram nascimento.
Base de cálculo (art. 63 do CTN e Decreto 6.306/2007): 
quanto às operações de crédito, o montante da operação (mútuo, financiamento, empréstimo), compreendendo o principal mais juros (art. 7º). 
Quanto às operações de câmbio, o respectivo montante da operação em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição (art. 14);
Quanto às operações de seguro, o montante do prêmio (art. 21);
Quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários (art. 28): 
- o valor nominal mais o ágio, se houver (na emissão);
- o preço, o valor nominal ou o valor da cotação em bolsa, como determina a lei (na transmissão);
- o respectivo preço (no pagamento ou resgate).
Alíquotas
	As alíquotas de IOF são proporcionais, variando conforme a natureza das operações financeiras ou de mercado de capitais. Para um maior aprofundamento, recomenda-se a leitura do controvertido Decreto n. 6.339/2008, que alterou as alíquotas do IOF, no intuito exótico de “compensar” perdas da CPMF.
	As alíquotas são diferenciadas em razão das operações:
operações de crédito: a alíquota máxima é de 1,5% ao dia e incide sobre o valor das operações de crédito (art. 6º, Decreto 6.306/2007).
Operações de câmbio: a alíquota máxima do IOF é de 25% (art. 15, Decreto 6.306/2007).
Operações de seguro: a alíquota máxima é de 25% sobre o valor dos prêmios de seguros pagos (art. 22);
Operações relativas a títulos ou valores mobiliários: a alíquota máxima é de 1,5% ao dia (art. 29);
Operações com ouro (ativo financeiro ou instrumento cambial): o ouro ativo financeiro ou instrumento cambial sujeita-se, exclusivamente, à incidência do IOF, uma vez que o imposto incide na primeira aquisição do ouro, ativo financeiro ou instrumento cambial, efetuada por instituição autorizada integrante do SFN (art. 40). A alíquota é de 1% e a base de cálculo é o preço de aquisição do ouro, desde que dentro dos limites de variação da cotação vigente no mercado doméstico, no dia da operação (arts. 38 e 39).
Notas Gerais:
- Ressalva ao princípio constitucional: ao IOF não se aplicam os princípios da legalidade (as alíquotas podem ser alteradas pelo Executivo), anterioridade anual e anterioridade nonagesimal (art. 153, § 1º e art. 150, § 1º, CR). Por isso, é considerado um “gravame flexível”.
- Súmula 34 TRF4: Os municípios são imunes ao pagamento do IOF sobre suas aplicações financeiras.
- Imunidade para o IOF-OURO: O “ouro”, como ativo financeiro ou instrumento cambial, é devido na operação de origem e se sujeita à tributação exclusiva do IOF (Princípio da unicidade). Assim, o IOF será cobrado uma única vez, no local da extração. Todavia, não é a extração que o enseja, mas o negócio jurídico na origem, que possibilite o surgimento do fato gerador. Não basta “garimpar o minério, tem que o negociar”. Faz-se mister elucidar, no entanto, que o ouro destinado à fabricação de jóias ou utilização em odontologia não se considera ativo financeiro, estando sujeito à incidência exclusiva do ICMS (ver art. 1º Lei 7.766/89 e art. 153, § 5º, CR).
- Princípio da não-afetação dos impostos: deve-se esclarecer que o art. 167, IV, CR, ao vedar a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, “revogou” (em verdade, houve não recepção) o art. 67 do CTN, que preconizava a destinação da receita líquida do IOF à formação de reservas monetárias ou cambiais. 
- IOF e factoring: o IOF incide sobre as operações de factoring (ADInMC 1.763-DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 20-8-1998), enquanto não deve incidir sobre operações de poupança (RE 232.467-SP, rel. Min. Ilmar Galvão, j. 29-9-1999).
	
	O STF entende que os Estados estão amparados pela imunidade recíproca quando fazem aplicações no mercado financeiro.
	Está presente no conceito de operação de crédito a idéia de troca de bens presentes por bens futuros. Por isso a súmula 664 do STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1° da Lei 8033/90, que instituiu a incidência do IOF sobre saques efetuados em caderneta de poupança.
	Segundo a doutrina, não há operação de crédito na fiança onerosa, para fins de incidência do IOF
Casos pontuais:
Depósitos judiciais: O STJ decidiu não haver operação de crédito nos saques de depósitos judiciais: “TRIBUTÁRIO. IOF. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. DEPÓSITOS JUDICIAIS. 1... 3. A homenagem ao princípio da legalidade não autoriza a incidência do IOF na liberação de depósitos judiciais para garantia da instância. Tais procedimentos não são operações financeiras para fins de tributação. 4. Recurso improvido.” (STJ, 1ª T., REsp 226.027/PE, rel. Min. José Delgado, nov/1999, DJ 28/2/2000).
Instituição de educação sem fins lucrativos: IOF – Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins lucrativos. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, estende-se ao imposto sobre operações financeiras. Precedente: RE 230.128-AGR, 1ª T., 8.10.2002, Ellen Gracie, DJ 8.11.2002. (STF – RE-AgR 192899 – MG – 1ª T. – Rel. Min. Sepúlveda Pertence – DJU 25.08.2006 – p. 22)
	
Mútuo não mercantil: IOF – MÚTUO NÃO MERCANTIL – INCIDÊNCIA – LEI Nº 9.779/99 – LEGALIDADE – "Tributário – IOF – Incidência sobre mútuo não mercantil – Legalidade da Lei nº 9.779/99. 1. A Lei nº 9.779/99, dentro do absoluto contexto do art. 66 do CTN, estabeleceu, como hipótese de incidência do IOF, o resultado de mútuo. 2. Inovação chancelada pelo STF na ADIN 1.763/DF (Rel. Min. Pertence). 3. A lei nova incide sobre os resultados de aplicações realizadas anteceden-temente. 4. Recurso Especial improvido." (STJ – REsp 522.294 – RS – 2ª T. – Relª. Min. Eliana Calmon – DJU 08.03.2004 – p. 221) 
�	Leandro Paulsen (Direito Tributário – Constituição e Código Tributário Nacional à luz da Doutrina e da Jurisprudência, Livraria do Advogado, 7º ed., 2005, p. 693)
�	 A ALADI (Associação Latino-Americana de Integração foi criada em 1980 pelo Tratado de Montevidéu, sendo composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, e Venezuela. Ela surgiu da transformação da Alalc (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) que, desde 1960 e sem a participação de Cuba, tinha o objetivo de formar uma zona de livre comércio num prazo pré-definido, mediante negociações exclusivamente multilaterais. Sua Sede é em Montevidéu, no Uruguai.

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