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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 15.

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – PONTO 15.
Processo administrativo tributário. Processo judicial tributário. Execução fiscal. Cautelar fiscal. Mandado de segurança. Ação de repetição de indébito. Anulatória de débito fiscal. Ação declaratória. Ação de consignação em pagamento.
Sem registro do autor original.
Atualizado por Lauro Henrique Lobo Bandeira em janeiro de 2008.
Atualizado por Umberto Paulini em 20/08/2012.
15.1 Secretaria da Receita Federal do Brasil
A Lei nº 11.457, de 16-3-2007, criou a Secretaria da Receita Federal do Brasil mediante transformação da Secretaria da Receita Federal (art. 1º) e extinção da Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social (§ 4º do art. 2º).
A nova Secretaria, subordinada ao Ministro de Estado da Fazenda, além de continuar com as atribuições da anterior Secretaria da Receita Federal, recebeu a incumbência de planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação e cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b, e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24-7-1991, (contribuições previdenciárias), e contribuições devidas a terceiros (arts. 2º e 3º). 
15.1.2 Preservação da autonomia financeira da autarquia securitária
Para assegurar a autonomia financeira da autarquia securitária, o produto de arrecadação dessas contribuições e acréscimos legais incidentes serão destinados, em caráter exclusivo, ao pagamento dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e creditado diretamente ao Fundo do Regime de Previdência Social de que trata o art. 68 da LC nº 101, de 4-5-2000, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social (art. 2º § 1º). Pelos serviços prestados, a SRFB cobrará do INSS 3,5% do montante arrecadado, cujo produto será creditado ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização – FUNDF, instituído pelo Decreto-lei nº 1.437, de 17-12-1975.
15.1.4 Inclusão dos créditos previdenciários na dívida ativa da União
A partir do dia 1º de maio de 2007 os débitos referentes às contribuições previdenciárias e àquelas devidas a terceiros (arts. 2º e 3º) passaram a constituir dívida ativa da União. E a partir de 1º de abril de 2008 a dívida ativa do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE decorrentes de contribuições previdenciárias e de contribuições devidas a terceiros, passarão a constituir dívida ativa da União (art. 16 e § 1º). A inscrição na dívida ativa da União dessas contribuições não altera a destinação final do produto da respectiva arrecadação (art. 16, § 7º).
15.1.6 Processo administrativo fiscal
Como resultado da unificação da SRF e da SRP os processos administrativos envolvendo as contribuições previdenciárias passam a ser regidos pelo Decreto nº 70.235, de 6-3-1972, nos termos do art. 25, obedecidos os seguintes lapsos temporais. A competência do Conselho de Recurso da Previdência Social para julgamento de recursos pertinentes às contribuições sociais e aquelas devidas a terceiros ficou transferida para o 2º Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda.
15.1.7 Compensação de créditos tributários
Como é sabido, a partir do advento da Lei nº 10.637/02 passou a ser possível a compensação direta de créditos tributários pelo sujeito passivo da obrigação tributária, desde que pertinentes àqueles administrados pela Secretaria da Receita Federal de então. É a chamada compensação branca.
Pela nova lei, os débitos tributários poderão ser compensados com créditos de quaisquer outros tributos, a exceção dos créditos de contribuições previdenciárias, apesar de todos os tributos estarem concentrados em torno da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
A manutenção de tal sistemática não é lógico, nem razoável. Fere o princípio da simetria, à medida que permite a extinção do débito representado pela contribuição previdenciária mediante compensação com crédito de qualquer outra espécie tributária, mas veda a operação inversa.
15.1.8 Parcelamento de débitos previdenciários
Nos termos do art. 32, os débitos previdenciários dos Estados, DF e de suas autarquias e fundações, com vencimento até 1º de abril de 2007, poderão ser parcelados em até 240 (duzentos e quarenta) prestações mensais e consecutivas.
Os débitos resultantes de retenção na fonte só poderão ser parcelados até 60 (sessenta) prestações mensais (§ 3ºdo art. 32).
15.2 - O procedimento administrativo tributário pode ser dividido em (15.2.1) preventivo, (15.2.2) voluntário e (15.2.3) contencioso.
15.2.1) - Procedimento administrativo tributário preventivo. 
Dois são os procedimentos administrativos tributários preventivos: 
A) - Consulta e; 
B) - Denúncia Espontânea.
A. Processo Administrativo Tributário de Consulta
A consulta, formulada por escrito é o instrumento que o contribuinte possui para dirimir dúvidas quanto a determinado dispositivo da legislação tributária relacionado com sua atividade. A consulta deve circunscrever-se a fato determinado, descrevendo suficientemente o seu objeto e indicando as informações necessárias à elucidação da matéria. Na petição devem ser indicados os dispositivos da legislação que ensejaram a apresentação da consulta e cuja interpretação se requer, bem como, a descrição minuciosa e precisa dos fatos.
Para efetivar consulta sobre situação determinada ainda não ocorrida, o consulente deverá demonstrar vinculação com o fato, bem como a efetiva possibilidade de ocorrência do fato gerador relativo a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. A consulta deverá versar sobre apenas um tributo ou contribuição, exceto nos casos de matérias conexas. 
Quem pode formular  
O sujeito passivo de obrigação tributária principal ou acessória;
O órgão da administração pública;
A entidade representativa de categoria econômica ou profissional.
A solução da consulta ( eficaz ou ineficaz ) 
A solução da Consulta eficaz ou ineficaz  será efetuada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da Solução de Consulta ou do Despacho Decisório que declarar sua ineficácia.
	EFEITOS DA CONSULTA
  
O CTN, em seu art. 161 e parágrafos, ressalta três dos seus efeitos, declarando que: a consulta formulada dentro do prazo legal para o recolhimento do tributo impede: 
I. cobrança dos juros moratórios; 
II. imposição de penalidade; 
III. aplicação de medidas de garantia.
 O § 2º do art. 161 do CTN deve ser aplicado se a consulta for feita dentro do prazo de pagamento do crédito fiscal, de forma que uma decisão desfavorável da consulta dá ao contribuinte novo prazo para pagar o tributo, não havendo cobrança de juros nem de multa (entendimento do STF). Caso a consulta for feita após decorrido o prazo para pagamento, incidem juros e multas decorrentes do atraso no pagamento, caso haja decisão desfavorável na consulta.
B) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração".
STJ: Pacificou-se a jurisprudência da Primeira Seção no sentido de 'não admitir o benefício da denúncia espontânea no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando o contribuinte, declarada a dívida, efetua o pagamento a destempo, à vista ou parceladamente. (AgRg no EREsp 636.064/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 05.09.2005) 
Súmula 208 do antigo TFR: "a simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea".O art. 138, CTN é inaplicável às obrigações acessórias. STJ: “O atraso na declaração de rendas constitui infração de natureza formal e não está alcançada como conseqüência da denúncia espontânea inserta no art. 138, do Código Tributário Nacional. Precedentes”.
A denúncia espontânea não exlui a incidência de correção monetária nem de juros moratórios, pois que apenas compensam o atraso no pagamento. Já a multa moratória, como constitui penalidade decorrente do descumprimento da obrigação tributária no vencimento, resta excluída frente à denúncia espontânea. Fica afastada qualquer possibilidade de punição, seja de natureza administrativa ou criminal.
15. 2.2) Procedimento administrativo tributário voluntário.
A) - RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO E RESSARCIMENTO DE TRIBUTOS
Compensação. 
O CTN prevê a compensação (art. 156, II) como forma de extinção do crédito tributário e a regulamenta nos 170 e 170-A, CTN, daí extraindo-se as seguintes regras:
Compensação tem como premissa a existência de lei autorizadora.
A compensação por iniciativa do sujeito passivo está prevista no art. 66 da Lei 8.383/91. Este dispositivo prevê, em seu §1º, que a compensação só poder-se-ia efetivar entre tributos da mesma espécie. Obs: Prevaleceu na jurisprudência o entendimento de que o termo “espécies” foi utilizado no sentido das “espécies tributárias”, ou seja, as subdivisões da classificação geral dos tributos em impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e interventivas (ver: Resp 465730, STJ, 1ª T., Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 21.03.2005 e STJ, 1ª T., Edcl nos Edcl no Resp 602376/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 03/11/2004)
A compensação é efetivada mediante entrega de declaração do contribuinte à SRFB e a extinção do crédito tributário se consuma com a homologação daquela, cujo prazo é de 05 (cinco) anos contados da data da entrega da declaração.
A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados (§6º).
A 1ª Seção do STJ consolidou a tese de que, em sede de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da ação, não podendo ser aplicado, em tais casos, o Direito superveniente, em razão da exigência de preenchimento do requisito do prequestionamento. Autoriza-se, contudo, o contribuinte a proceder à compensação dos créditos pela via administrativa, aplicando-se as normas posteriores e preenchidos os requisitos respectivos.
15.3 - Procedimento administrativo tributário contencioso.
Conceito: é um direito subjetivo do contribuinte, assegurado pela Constituição como “acertamento da dívida tributária”. É através dele que se procede à determinação e à exigência do crédito tributário. É o processo de lançamento do tributo.
O procedimento administrativo tributário também é processo, uma vez que realizado em contraditório. Lembra-se o clássico conceito de processo de Fazzalari: Processo é procedimento em contraditório. Portanto, em face de nossa Lex Mater, o procedimento administrativo também é processo.
Regência: O processo administrativo é regido pelo Decreto 70.235 de 1972 e, mais recentemente, pela Lei 9.430/96 e diversas instruções normativas, que consignam os requisitos para sua instauração, procedimento, julgamento e recurso, bem como relacionando os seus efeitos e os casos de ineficácia. .
Divisão: O processo é divido em duas partes: uma procedimental que fica a cargo da fiscalização, onde se processam todos os exames e investigações fáticas, das quais pode resultar o lançamento tributário; e a outra fase é aquela que se refere ao contraditório, expresso pela manifestação do administrado que inconformado busca uma manifestação da Administração. [Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento]
Contagem de prazos: como no processo civil (exclui o dia do início e inclui o dia do fim).
ETAPAS DO PROCESSO DE DEFESA ADMINISTRATIVA 
Ação fiscal:
Início da ação fiscal: por meio do MPF – Mandado de Procedimento Fiscal. 
Prazo e conseqüências do MPF: O prazo do MPF será de 120 dias nos casos dos itens “a” e “c”. Para os demais casos, o prazo é de 60 dias; esgotado este prazo o mandado torna-se nulo, sem, no entanto, anular os atos já praticados. Caso seja necessário pode-se emitir novo mandado para que outro ente administrativo proceda à diligência necessária. Após a ciência ao contribuinte do MPF, não se fala mais em denúncia espontânea. [Art. 7º, § 1º - O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo...]
Detalhes da fiscalização:
Para cada imposto, contribuição, penalidade deve ser lavrada notificação própria, devendo juntamente estar anexados os documentos que instruem o procedimento e que são indispensáveis à comprovação do ilícito (artigo 9º).
Motivação: a notificação de lançamento ou auto de infração deverá ser motivada, permitindo assim que o administrado conheça as razões de tais atos e possa conseqüentemente impugná-los, posto que para defender-se é preciso que se saiba o que lhe é imputado.
Impugnação administrativa:
Impugnação: O contribuinte no prazo de 30 dias, do recebimento do Auto de Infração, faz a impugnação (defesa) do auto de infração e encaminha ao DELEGADO julgador DA RECEITA FEDERAL.
No caso em que a decisão do Delegado (1ª Instância) for desfavorável ao contribuinte, este tem 30 dias da data de ciência da decisão, para recorrer com petição a ser encaminhada ao Conselho de Contribuintes (1º, 2º e 3º Conselhos, conforme competência da matéria), mediante arrolamento de bens (conferir abaixo decisão recente do STF declarando a inconstitucionalidade do arrolamento de bens). 
Obs: não é possível ao CARF _ Câmara Superior de Recursos Fiscais declarar a inconstitucionalidade de atos normativos. Esta é a previsão expressa do art. 26-A do Decreto n.º 70.235, com a redação dada pela Lei n.º 11.941. Tal impossibilidade não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo já declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do STF ( ver § 6.º, art. 26-A, Dec. 70.235).
OBS: A CARF é órgão colegiado diretamente subordinado ao Ministro de Estado e que tem como fim o julgamento administrativo, em instância especial, dos litígios fiscais. Destina-se à uniformização de entendimento.
OBS: A Lei n.º 11.941/09 retirou a possibilidade da Fazenda Pública interpor recurso especial contra decisão não-unânime que contrarie a lei ou a evidência da prova. Passou-se a admitir o recurso especial apenas quando a Turma de uma das Câmaras do CARF der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. (Art. 37, § 2.º).
Obs.: se o contribuinte apresentar ação judicial contra o débito já discutido em sede administrativa, não é possível a concomitância e o processo administrativo é extinto, conforme Lei 6.830/80, declarada nesse ponto constitucional pelo STF. [Art. 62. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, importa renúncia às instâncias administrativas]
Obs: A partir do julgamento do RE 388.359 e da ADI 1.976, o Plenário do STF passou a entender que é inconstitucional tanto a exigência de depósito prévio quanto o arrolamento de bens e direitos como condição de admissibilidade de recurso administrativo.
Súmula nº 373/STJ: é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. 
15.4 Arrolamento Administrativo Tributário (art. 64 da Lei 9.532/97).
Consiste em mais um instrumento com vistas a garantir o recebimento dos créditos tributários. Verdadeiro desmembramento da medida cautelar fiscal na esfera administrativa, esse instrumento visa estabelecer um controle da evoluçãopatrimonial dos contribuintes, cujo débito para com o fisco supere a 30% desse patrimônio e que consolidado alcance um mínimo de R$ 500 mil. Sem adquirir o caráter de constrição efetiva dos bens e direitos sob os quais venha a recair, o arrolamento administrativo determina que se proceda à comunicação de qualquer transferência, oneração e alienação ao órgão da receita da jurisdição do contribuinte. Em termos práticos, esse controle das alterações patrimoniais permitirá a instrução de eventual Medida Cautelar Fiscal dando eficácia a esse instrumento judicial. 
Não confundir com a exigência de depósito prévio ou arrolamento de bens exigida para interposição de recurso administrativo: Até o julgamento da ADI nº 1976-7 havia a exigência do depósito de 30% do valor do débito ou de arrolamento de bens do patrimônio do devedor, como condição para o conhecimento do recurso voluntário. A partir do julgamento do RE 388.359 e da ADI 1.976, o Plenário do STF passou a entender que é inconstitucional tanto a exigência de depósito prévio quanto o arrolamento de bens e direitos como condição de admissibilidade de recurso administrativo. No mesmo sentido: RE 389.383; RE 390.513; AI 398.933-AgR e AI 408.914-AgR. 
15.6 Processo Judicial Tributário 
- Ações de iniciativa do Fisco: Execução Fiscal e Medida Cautelar Fiscal
- Ações de iniciativa do Contribuinte: Mandado de Segurança, Ação de repetição do indébito, Ação anulatória de lançamento tributário, Ação declaratória e Ação de Consignação em Pagamento.
Execução Fiscal
PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL: É o processo para cobrança de créditos da Fazenda Pública (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e constitui um conjunto de atos sucessivos e coordenados destinados à realização do direito, consubstanciado no título executivo.
A Lei n. 6.830/80 foi editada com o fim de regular a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública. O seu art. 1° estabelece que a cobrança judicial se estenda a toda dívida ativa tributária ou não-tributária. A dívida ativa, conforme define o seu art. 2°, consiste em crédito da Fazenda Nacional, de qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o seu art. 1°. 
As partes no processo de execução fiscal são exeqüente e executado, e o processo se inicia por meio de petição do exeqüente objetivando a satisfação do seu direito, ou seja, o pagamento de dívida em dinheiro. Sem o pagamento do débito no prazo legal, faz-se a penhora em bens do executado e a sua intimação desta para a oposição de embargos a execução no prazo de 30 (trinta) dias. Transcorrido esse prazo, a conversão desta em dinheiro efetua-se por meio de leilão, que é a transferência da propriedade do bem para um terceiro adquirente. Esse procedimento de transferência de propriedade ou alienação judicial sucede à penhora, desde que o executado/devedor não se oponha à execução por meio de embargos ou, ainda, pague o débito, o que extinguirá o processo; em não havendo oposição, o procedimento é automático: 
1° -avaliação; 
2° -publicação dos editais do leilão; 
3° -lavratura (em 24 horas após o leilão) do auto de arrematação; 
4° -quando se tratar de bem imóvel, o arrematante irá ao Cartório de Registro de Imóveis com a Carta da Arrematação (desde que pago o imposto de transmissão), para efetuar a transcrição. 
O prazo para os embargos será de trinta dias (art. 16); (Saliente-se que este prazo é contado da data da própria intimação e não da juntada do mandado nos autos. O prazo para a oposição dos embargos, conforme o art. 16 da Lei nº 6.830/1980, é de 30 dias contados, no caso da efetivação do depósito; ou da data da juntada da prova de fiança bancária, ou, no caso de oferecimento de bens, na intimação da penhora).
Obs: Pode ser oposta, também, a chamada exceção de pré-executividade, na qual se argúem vícios formais evidentes ou nulidades absolutas no próprio processo de execução, independentemente de segurança de juízo. São requisitos para seu oferecimento: que verse sobre matéria de ordem pública e não necessite de dilação probatória. Não há forma pré-estabelecida em lei para a apresentação da mesma.
Também é possível utilizar a exceção de pré-executividade para arguir a inconstitu​cionalidade de um determinado tributo, uma vez que se trata de matéria cognoscível de ofício pelo juiz, relacionada a aspectos formais do crédito tributário e que não comporta exame de provas, restringindo-se a matéria de direito.
Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecante para instrução e julgamento (art. 20); 
A cobrança da dívida ativa não é sujeita a concurso de credores, habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento (art. 29); 
STJ, Info 472: As execuções de natureza fiscal não são suspensas em razão do deferimento da recuperação judicial, mas nelas é vedado ao juiz praticar atos que comprometam o patrimônio do devedor ou excluam parte dele do processo de recuperação.
Serão cabíveis embargos infringentes e de declaração às decisões em execuções fiscais de valor igualou inferior a 50 ORTN (ou padrão equivalente) (art. 34); 
Dispensar-se-á a Fazenda Pública do pagamento de custas e de emolumentos e a prática de atos de seu interesse independerá de preparo ou prévio depósito (art. 39); 
Suspender-se-á a execução enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis (art. 40); 
Durante o período de suspensão de que trata o item anterior não correrá a prescrição; e sendo encontrado o devedor ou o bem, será determinado pelo juiz o prosseguimento do feito (art. 40, § 3°). 
Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. (art. 40, § 4º, incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
A LC 118/05 alterou a redação do art. 174, parágrafo único, inc. I, do CTN que passou a prever que a prescrição se interrompe “pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal”. Pela redação antiga a prescrição se interrompia somente com a citação pessoal do devedor. Em decorrência da referida alteração, o disposto no art. 8º, § 2º, da LEF passou a se compatibilizar com as disposições da norma geral (CTN).
STJ, Info 493: O art. 174 do CTN deve ser interpretado em conjunto com o disposto no art. 219, § 1º, do CPC, de modo que o marco interruptivo atinente à prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento do feito executivo, a qual deve ser empreendida no prazo prescricional. Dessarte, a propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para sua recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no art. 174, parágrafo único, do CTN.
STJ. Prescrição. Suspensão. 180 dias. Dívidas de Natureza não-tributária. “A suspensão de 180 (cento e oitenta) dias do prazo prescricional a contar da inscrição em Dívida Ativa, prevista no art. 2.º, § 3.º, da Lei 6.830/80, aplica-se tão-somente às dívidas de natureza não-tributária.” (AgRg no Ag 863427 / MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ 20.09.2007)
STJ. Extravio da CDA. Nulidade da Execução “2. O extravio do processo administrativo subtrai do Poder Judiciário a oportunidade de conferir a CDA, retirando do contribuinte a amplitude de defesa. 3. Equivale o extravio à inexistência do processo, perdendo o título a exeqüibilidade (inteligência do art. 2º, § 5º, inciso VI, da LEF)”. (REsp 686777, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 07.11.05)”
Inovações no CPC e a Lei de Execuções Fiscais (A execução fiscal após a Lei nº 11.382/2006)
A penhora on line (655-A do CPC) é uma modificação trazida que pode ser aplicada às execuções fiscais no caso do executado não oferecer bens à penhora na forma e no prazo legais. 
CTN, art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentarbens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. § 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. § 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. 
Entendimento atual do STJ: hoje, a despeito da redação do código, esta tentativa de localizar bens por meio do oficial de justiça é dispensável. Basta o não pagamento e a não garantia para realização da penhora online. Isto porque o CPC foi alterado, passando o dinheiro em espécie (inclusive aquele depositado em bancos) a ser o meio de satisfação preferencial do débito. Em síntese, não há necessidade de esgotamento dos bens. 
Respe 1.195.983. “1. Em interpretação sistemática do ordenamento jurídico, na busca de uma maior eficácia material do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art. 185-A do CTN com o art. 11 da Lei n. 6.830/80 e artigos 655 e 655-A, do CPC, para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou aplicação financeira, independentemente do esgotamento de diligências para encontrar outros bens penhoráveis. Em suma, para as decisões proferidas a partir de 20.1.2007 (data da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006), em execução fiscal por crédito tributário ou não, aplica-se o disposto no art. 655-A do Código de Processo Civil, posto que compatível com o art. 185-A do CTN. 2. O tema foi submetido a julgamento pelo rito no art. 543-C, do CPC, tanto pela Corte Especial (REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJE 23.11.2010), quanto pela Primeira Seção desta Corte (REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado no dia 24.11.2010), ocasiões em que restou assentado entendimento no sentido de que a penhora online, antes da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006, configura medida excepcional cuja efetivação está condicionada à comprovação de que o credor tenha realizado todas as diligências no sentido de localizar bens livres e desembaraçados de titularidade do devedor. Contudo, após o advento da referida lei, o juiz, ao decidir sobre a realização da penhora online, não pode mais exigir do credor prova de exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados”.
STJ, Info 466: é possível a penhora online do saldo total de conta-corrente conjunta para garantir a execução fiscal, ainda que apenas um dos correntistas seja o responsável pelo pagamento do tributo. Salientou-se que os titulares da conta são credores solidários dos valores nela depositados, solidariedade estabelecida pela própria vontade deles no momento em que optam por essa modalidade de depósito.
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. EXECUÇÃO FISCAL. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA DE DINHEIRO POR FIANÇA BANCÁRIA. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 9º, §§ 3º, e 4º, e 15, I, DA LEI 6.830⁄1980. 1 Nota-se, portanto, que, por falta de amparo legal, a fiança bancária, conquanto instrumento legítimo a garantir o juízo, não possui especificamente os mesmos efeitos jurídicos do depósito em dinheiro. 2. O fato de o art. 15, I, da LEF prever a possibilidade de substituição da penhora por depósito ou fiança bancária significa apenas que o bem constrito é passível de substituição por um ou por outro. Não se pode, a partir da redação do mencionado dispositivo legal, afirmar genericamente que o dinheiro e a fiança bancária apresentam o mesmo status. 3. Em conclusão, verifica-se que, regra geral, quando o juízo estiver garantido por meio de depósito em dinheiro, ou ocorrer penhora sobre ele, inexiste direito subjetivo de obter, sem anuência da Fazenda Pública, a sua substituição por fiança bancária. 4. De modo a conciliar o dissídio entre a Primeira e a Segunda Turmas, admite-se, em caráter excepcional, a substituição de um (dinheiro) por outro (fiança bancária), mas somente quando estiver comprovada de forma irrefutável, perante a autoridade judicial, a necessidade de aplicação do princípio da menor onerosidade (art. 620 do CPC), situação inexistente nos autos.
Quanto à possibilidade de parcelamento do pagamento da própria dívida pelo devedor em sede de execução, prevista no art. 745-A, do CPC, não se mostra possível sua aplicação em execução fiscal, já que o parcelamento do crédito tributário será concedido na forma estabelecida em lei específica (art. 155-A do CTN). (Há entendimento em contrário de José Leonardo Carneiro da Cunha)
O novo regramento do CPC (arts. 736 e 738) que prevê o oferecimento de embargos à execução sem prévia garantia da execução não se aplica à execução fiscal, pois, no art. 16, §1º, LEF, há previsão de que os embargos à execução fiscal não são admissíveis enquanto não for garantida a execução.
STJ, Info 465: O termo a quo para opor embargos à execução fiscal é contado a partir da data da efetiva intimação da penhora, o que não afasta a proposição de que a fluência do aludido prazo reclama a confirmação de que foi efetivamente garantido o juízo. No entanto, o § 1º do art. 16 da Lei n. 6.830/1980 (Lei de Execuções Fiscais – LEF) preceitua que não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução. Assim, no caso, havendo pendência judicial acerca da efetivação da penhora por discordância sobre a res passível de constrição, fica impedida a inauguração do termo a quo do prazo para embargos, justificando-se a fluência do prazo para embargar a partir da intimação da decisão que aceitou o seguro-garantia em substituição à penhora de créditos do devedor, por caracterizar a data em que se considerou efetivada a penhora e, a fortiori, garantida a execução. 
Como, porém, a Lei nº 6.830/80 não cuida dos efeitos oriundos do ajuizamento dos embargos à execução fiscal, mostra-se possível aplicar às execuções fiscais o art. 739-A do Código de Processo Civil: o mero ajuizamento dos embargos, mesmo que garantida a execução, não suspende automaticamente a execução fiscal.
Por fim, não se descarta o manejo da exceção de pré-executividade na execução fiscal, independentemente da garantia do juízo, conforme vem sendo amplamente acatado por nossa jurisprudência: 
Súmulas do STJ:
Súmula 153: A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exeqüente dos encargos da sucumbência.
Súmula 189: É desnecessária a intervenção do Ministério Público nas execuções fiscais.
Súmula 190: Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais de justiça.
Súmula 314: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.
Súmula 451/STJ: “É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial”. Súmula 449/STJ: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora”. 
Súmula 447/STJ: “Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores”.
 Súmula 414/STJ: “A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades”. 
Súmula 409/STJ: “Em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício”. 
Súmula 406/STJ: “A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório”. 
Súmula 400/STJ: “Oencargo de 20% previsto no DL n. 1.025/1969 é exigível na execução fiscal proposta contra a massa falida”.
 Súmula 394/STJ: “É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual”. Súmula 393/STJ: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução”.
Medida cautelar fiscal
A Lei 8.397/92, nos seus 20 artigos, instituiu a ação cautelar fiscal, a qual pode ser intentada antes ou durante a execução da dívida ativa (art. 1º).
“Art. 1° O procedimento cautelar fiscal poderá ser instaurado após a constituição do crédito, inclusive no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias.
Parágrafo único. O requerimento da medida cautelar, na hipótese dos incisos V, alínea ‘b’, e VII, do art. 2º, independe da prévia constituição do crédito tributário.”
Seu objetivo é tornar indisponíveis os bens do devedor que coloque em risco a solvabilidade do débito fiscal.
Situações em que cabe o ajuizamento da cautelar fiscal:
Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:
I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado;
II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação;
III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;
IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio;
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal:
a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;
VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido;
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;
VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário;
IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.
Como efeito da medida cautelar fiscal, tem-se a imediata indisponibilidade dos bens da pessoa jurídica e, também, dos administradores e controladores à época do cumprimento da obrigação tributária, até o limite do crédito fiscal. Após 60 dias, no máximo, da decisão irrecorrível na esfera administrativa, a Fazenda Pública tem de ajuizar a execução fiscal (a regra geral do processo cautelar é o prazo de 30 dias após a efetivação da medida constritiva).
STJ, Info 496: A Turma decidiu que a incompetência relativa para julgamento de medida cautelar fiscal deve ser arguida por meio de exceção, no prazo da resposta, sob pena de a matéria ficar preclusa. 
STJ, Info 473: A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, asseverou que o art. 4º, § 2º, da Lei n. 8.397/1992 autoriza o requerimento da medida cautelar fiscal para tornar indisponível o patrimônio de terceiro, desde que ele tenha adquirido bens do sujeito passivo (contribuinte ou responsável) em condições que sejam capazes de frustrar a satisfação do crédito pretendido. Para o Min. Relator, essas condições podem ser visualizadas em duas hipóteses, a saber: fraude à execução tributária nos termos do art. 185 do CTN com a nova redação dada pela LC n. 118/2005 e fraude contra credores, desde que, nesse último caso, a cautelar esteja atrelada a uma ação pauliana ou revocatória – ajuizada no prazo do art. 11 da Lei n. 8.397/1992 – que declare o vício do negócio jurídico. REsp 962.023-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17/5/2011.
Mandado de segurança
O mandado de segurança é muito utilizado na esfera tributária. Sua disciplina nesta seara é praticamente idêntica às demais. Cabem apenas algumas considerações:
O simples ajuizamento do mandado de segurança não suspende a exigibilidade do crédito tributário, sendo necessário, para tanto, o depósito judicial ou a concessão de liminar (concedida a liminar, o Fisco fica impedido apenas de exigir o crédito tributário, e não de constituí-lo, caso ainda não o tenha feito)
Segundo o STJ, compensação não pode ser deferida por meio de liminar.
Segundo o STJ, o MS pode ser utilizado para compensar tributos, com a ressalva acima feita.
O contribuinte não pode se valer do MS para reaver quantias pagas ao erário, pois o Writ não é substitutivo de ação de cobrança e não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito (súmulas 269 e 271 do STF). Se o crédito tributário foi recolhido, ainda que indevido, instrumento adequado será a ação de repetição do indébito tributário, e não o mandamus, salvo em relação à pretensão meramente declaratória do direito à compensação tributária (Súmula 213 STJ).
Súmulas sobre mandado de segurança aplicáveis no âmbito tributário: 
STF:
Súmula 101 ->O mandado de segurança não substitui a ação popular.
Súmula 266 -> Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
Súmula 269 -> O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.
Súmula 271 -> Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial.
Súmula 430 -> Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.
Súmula 625 -> Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.
STJ: 
212 -> A compensação de créditos tributários não pode ser deferida por medida liminar.
213 -> O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.
Ação de repetição de indébito
Ação na qual se pleiteia a devolução de quantia paga indevidamente. Também denominada ação de restituição de indébito (é aquele efetuado sem a correspondente existência de obrigação tributária, referente a tributo inconstitucional ou em valor maior que o devido).
Caso tenha sido pleiteada a restituição administrativa e esta tenho sido negada, propondo-se, em seguida, a ação judicial de repetição de indébito, a prescrição é regida pelo art. 169, CTN (a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição prescreve em 2 anos). Sobre esse tema, ver a súmula 383 do STF: a prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos, embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do prazo.
Finalmente, no que concerne à execução de sentença favorável ao contribuinte, acentua ainda Cleide Previtalli Cais (22) ser a ação de repetição de indébito de natureza nitidamente condenatória, exigindo a expedição de precatório, que será cumprido após trânsito em julgado da sentença, na forma do artigo 100 da Constituição Federal.
Quanto à execução do julgado em ação de repetição de indébito, o STJ entende o seguinte: "Operado o trânsito em julgado de decisão que determinou a repetição do indébito, é facultado ao contribuinte manifestar a opção de receber o respectivo crédito por meio de precatório regular ou mediante compensação, pois ambas as modalidades são formas de execução do julgado colocadas à disposição da parte quando procedente a ação" (REsp 798166, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 22.10.07)
Ação anulatória de débito fiscal
É uma ação para anular um lançamento ou uma certidão de dívida ativa.
Segue o rito das ações ordinárias (é possível que siga o rito sumário ou até mesmo ao rito dos Juizados Especiais Federais, em razão do valor da causa- Lei n. 10.259/2001).
Por ser uma ação de rito ordinário, são permitidas todas as formas de provas legais.
O mero ajuizamento da ação não suspende a exigibilidade do tributo.
Também não impede a propositura da execução fiscal, se não houve suspensão da exigibilidade.
O depósito prévio é condição apenas para a suspensão da exigibilidade do tributo, não para o ajuizamento da ação, que pode ser proposta sem qualquer depósito.
“É possível ocorrer conexão entre a ação desconstitutiva de título e a execução. Contudo a suspensão do executivo fiscal depende da garantia do juízo ou do depósito do montante integral do débito, como preconizado pelo art. 151 do CTN.” (REsp 911334, Rel. Min. Castro Meira, DJ 22.03.07)
“Para que a ação anulatória tenha o efeito de suspensão do executivo fiscal, assumindo a mesma natureza dos embargos à execução, faz-se mister que seja acompanhada do depósito do montante integral do débito exeqüendo, porquanto, ostentando o crédito tributário o privilégio da presunção de sua veracidade e legitimidade, nos termos do art. 204, do CTN, a suspensão de sua exigibilidade se dá nos limites do art. 151 do mesmo Diploma legal. (Precedentes: REsp n.º 747.389/RS, Rel. Min.Castro Meira, DJ de 19/09/2005; REsp n.º 764.612/SP, Rel. Min. José Delgado, DJ de 12/09/2005; e REsp n.º 677.741/RS, Rel Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 07/03/2005).
 
“Não se confundem os embargos do devedor, que visa a extinguir o processo de execução ou a desfazer a eficácia do título, com a ação anulatória cujo escopo é o reconhecimento da inexistência da dívida fiscal. Não sendo embargada a execução, inexiste sentença, não se podendo falar de coisa julgada capaz de impedir a propositura da ação anulatória do lançamento fiscal”. (RESP 9401-SP)
Ação declaratória
A ação declaratória é a ação que visa apenas efeitos declaratórios, basicamente de três espécies: a) declarar a inexistência da relação fiscal; b) declarar imunidade ou isenção fiscal do sujeito passivo; c) declarar importe menor a ser pago a título de tributação. Pode haver também ação declaratória (positiva) de créditos tributários escriturais: trata-se de ação por do qual o contribuinte, cuidando-se de tributos como o IPI e ICMS, cujos créditos são escriturais, busca o reconhecimento de seu direito ao lançamento contábil de créditos não reconhecidos pelo Fisco.
A decisão proferida na ação declaratória pode ser cumulada com a repetição de indébito, sujeitando-se ao duplo grau de jurisdição, sendo cabíveis os recursos previstos no Código de Processo Civil.
Ação de consignação em pagamento
A jurisprudência não tem aceitado a ação de consignação para forçar parcelamentos.
Também não aceita se não for feita em dinheiro 
Outras medidas propostas pelo sujeito passivo da obrigação tributária
 Exceção ou objeção de pré-executividade. Em casos de flagrante nulidade do título executivo ou do processo, tem-se admitido ao devedor a propositura de exceção de pré-executividade, espécie de impugnação da execução infundada, sem que se necessite assegurar (garantir) o juízo. 
Embargos à execução. Garantida a execução fiscal, o tem o prazo de trinta dias para propor embargos à execução, contados a) do depósito; b) da juntada da prova da fiança bancária; c) da intimação da penhora. A discussão nos embargos à execução é ampla, facultando-se ao autor-executado alegar todas as matérias cabíveis a impedir ou reduzir a cobrança.
STJ, Info 494: A Seção firmou entendimento de que os honorários advocatícios são devidos nos casos em que a Fazenda Pública reconhece a procedência do pedido no âmbito dos embargos à execução fiscal.
Ação cautelar inominada. Sempre que houver fundado receio de grave lesão a direito subjetivo, o contribuinte poderá intentar uma medida cautelar inominada ou atípica, com base nos arts. 798 a 803 do CPC. Sua finalidade é garantir a eficácia da tutela jurisdicional de conhecimento ou de execução, objetivando sempre a garantia do processo principal ao qual guarda certa dependência quanto a seu objeto. Não é cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou preventivo, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

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