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ESTUDO DIRIGIDO Nº2 BIOMOLÉCULAS 2014

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Profa. Everlane Ferreira Moura 
 
LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE 
ESTUDO 
DIRIGIDO 
 
Nº 2 
PROFESSORA: Everlane Ferreira Moura 
DISCIPLINA: BIOQUÍMICA CURSO: TURMA: 
Aluno(a): 
BIOMOLÉCULAS 
 
1. O QUE SÃO BIOMOLÉCULAS 
Biomoléculas são todos os compostos químicos que participam da estrutura e do funcionamento 
das células. Nesta categoria estão incluídas as macromoléculas - moléculas orgânicas complexas de 
elevada massa molecular, conhecidas por carboidratos, proteínas, lipídeos, e ácidos nucleicos. 
 
• As proteínas formam a maior fração da matéria viva, possuindo inúmeras funções na célula. 
• Os ácidos nucléicos são as maiores macromoléculas da célula, responsáveis pelo armazenamento e 
transmissão da informação genética. 
• Os carboidratos são os principais combustíveis celulares, possuem função estrutural e participarem dos 
processos de reconhecimento celular. 
• Os lipídeos formam nossa principal fonte de armazenamento de energia, bem como, desempenham 
importante funções na estrutura das membranas biológicas, pois são biomoléculas hidrofóbicas. 
 
As macromoléculas são constituídas basicamente por unidades fundamentais (moléculas menores e 
muito mais simples) conhecidas por monossacarídeos (ou osídeos), aminoácidos e ácidos graxos, as quais 
funcionam como matéria-prima para síntese de novas macromoléculas e em diversos processos que 
ocorrem dentro do nosso corpo, como, por exemplo, o metabolismo energético. 
 
Vamos conhecer um pouco sobre cada uma delas? 
2. CARBOIDRATOS 
Os carboidratos são os componentes mais abundantes do reino vegetal. Eles são produzidos pelas 
plantas verdes, através da energia do sol, pela reação do gás carbônico com água, processo chamado 
de fotossíntese: 
 
Os vegetais usam o gás carbônico (CO2) e a água (H2O) para sintetizar moléculas de glicose 
(C6(H2O)6 - também, representada pela fórmula C6H12O6) e molécula de oxigênio (O2). No entanto, para 
2 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
que as plantas realizem esse tipo de reação de sínteses, é preciso à presença da clorofila, um grupo de 
pigmentos verdes capazes de absorver radiações solares nas regiões visíveis azuis e vermelhas do espectro 
eletromagnético. A energia absorvida é usada, nesse caso, para transformar os reagentes CO2 e H2O em 
glicose e gás oxigênio. 
A fórmula química geral dos carboidratos é dada por Cn(H2O)n, onde n representa um número 
inteiro, indicando a quantidade de carbonos (C) e de moléculas de água (H2O) que estão presentes na 
estrutura química do carboidrato. Por este motivo é chamado de carboidrato ou hidrato de carbono. Mas 
os carboidratos também podem ser chamados por Glicídios, Glícidos, Glucídeos, Glúcidos, Glúcides, 
Sacarídios, Sacarídeos ou Açúcares, devido a sua característica adocicada. 
Os carboidratos mais conhecidos do nosso cotidiano são: amido, celulose, glicogênio, sacarose, 
lactose, glicose e frutose. Desses, o amido e a celulose são os mais abundantes na natureza, e são 
sintetizados e usados pelos vegetais como reserva energética. Em nossa dieta, o AMIDO, formado por várias 
unidades de glicose, é o mais abundante, seguido pela SACAROSE, o nosso “açúcar de mesa”, um 
dissacarídeo formado por glicose + frutose, encontrado principalmente na cana-de-açúcar e na 
beterraba. Outro dissacarídeo bastante usado em nossa dieta é a LACTOSE, ou açúcar do leite, formado 
por galactose + glicose e é um açúcar presente no leite e seus derivados. 
Observe que a GLICOSE é a peça chave para formação dos demais carboidratos. 
A glicose (C6H12O6), um produto da fotossíntese, também conhecida por glucose ou dextrose, é o 
açúcar simples, ou monossacarídeo, mais importante no organismo animal. As células dos animais usam a 
molécula de glicose como fonte de energia química e intermediária metabólica. A glicose inicia a 
respiração celular, através de sua degradação, fornecendo a sua energia química que é transformada em 
energia potencial química em moléculas de ATP e em energia térmica (liberando calor), além de fornecer 
gás carbônico e água como produtos finais. Juntamente com a frutose e a galactose, é o carboidrato 
fundamental dos carboidratos complexos, os dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. É 
encontrada nas uvas e em vários frutos. Industrialmente é obtida a partir do amido. No reino animal, é 
encontrada em pequenas quantidades no sangue, sob a forma de glicose livre, e no fígado e músculos, 
sob a forma de glicogênio. 
 ESTRUTURA QUÍMICA DOS CARBOIDRATOS 
Os carboidratos são definidos estruturalmente como moléculas orgânicas de função mista, 
conhecidas por poliálcool-aldeído (=poli-hidroxi-aldeído ou poliidroxialdeídos) ou poliálcool-cetona (=poli-
hidroxi-cetona ou poliidroxicetonas). O termo aldeído se deve à presença do grupo funcional orgânico 
ALDEÍDO, e cetona pela presença do grupo funcional CETONA. 
 
Grupo funcional ALDEÍDO Grupo funcional CETONA 
 
onde R representa uma cadeia carbônica que pode conter de 3 a 7 carbonos, no máximo. Já o termo poli-
hidróxi significa a presença de vários grupos –OH (hidróxis ou hidroxilas) ligados à cadeia carbônica do 
carboidrato. Nestas estruturas, a carbonila (o grupo C=O) se localiza entre um carbono (C) e um hidrogênio 
(H), quando se trata de um aldeído, ou entre dois carbono (C), quando se trata de uma cetona. 
Carbonila 
C=O Carbonila 
C=O 
3 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
 
 
 
 
 
Observe que, na estrutura química da FRUTOSE, a carbonila se localiza entre dois carbonos. Na 
GLICOSE, a carbonila se localiza entre um carbono e um hidrogênio. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS 
 Os carboidratos podem ser classificados: 
a) Quanto ao tamanho da molécula 
De acordo com o número de unidades de 
sacarídeos (açúcares) que compõem sua 
estrutura molecular, o carboidrato pode ser: 
monossacarídeo, dissacarídeo, oligossacarídeo 
ou polissacarídeo. Veja o quadro de 
classificação ao lado! 
 
 
 
 
Observação: 
 Alguns autores classificam os dissacarídeos como oligossacarídeos. 
 
 
 
 
POLIÁLCOOL-ALDEÍDOS 
Grupo CETONA 
POLIÁLCOOL-CETONA 
Grupos ALDEÍDOS 
4 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
b) Quanto ao tipo de grupo funcional presente no monossacarídeo 
 
Os monossacarídeos são classificados de 
acordo com o tipo de função orgânica presente 
em sua estrutura química, podendo ser uma 
ALDOSE, quando apresenta grupo aldeído em sua 
estrutura química, ou uma CETOSE, quando 
apresenta grupo cetona em sua estrutura química. 
A glicose e a galactose são classificadas como 
Aldoses porque sua estrutura molecular pertence à 
função orgânica aldeído, enquanto a frutose é 
uma Cetose porque sua estrutura pertence à 
função orgânica cetona. 
 
 
c) Quanto à quantidade de carbonos presentes na estrutura do monossacarídeo 
 
 
Os monossacarídeos são classificados 
como trioses (3 carbonos), tetroses (4 
carbonos), pentoses (5 carbonos), hexoses (6 
carbonos) e heptoses (7 carbonos). 
 
 
 
Veja como fica a classificação geral dos carboidratos no quadro a seguir: 
CLASSIFICAÇÃO DOS MONOSSACARÍDEOS 
Quanto ao número de carbonos 
Quanto ao grupo funcional 
ALDOSES CETOSES 
TRIOSES (3 carbonos) Gliceraldeído Diidroxiacetona 
TETROSES (4 carbonos) Treose 
PENTOSES (5 carbonos) Ribose Ribulose 
HEXOSES (6 carbonos) Glicose e Galactose Frutose 
HEPTOSES (7 carbonos) Sedoeptulose 
 
Quando um carboidrato que contem mais de uma unidade sacarídea (dissacarídeos, 
oligossacarídeos e polissacarídeos) sofre hidrólise, suas ligações química, chamadas de LIGAÇÕES 
GLICOSÍDICAS, são rompidasliberando seus respectivos monossacarídeos constituintes: glicose, galactose 
ou frutose. Mas essa reação de hidrólise só ocorre em presença de água e de uma enzima específica, um 
biocatalisador que reconhece a especificidade do TIPO DE LIGAÇÃO GLICOSÍDICA existente nos respectivos 
carboidratos. 
 
CH2OH
C – OHH –
D-Gliceraldeído
C
Aldotriose
– OHH –
CH2OH
C
C
– OHH –
D-Eritrose
C
Aldotetrose
D-Arabinose
HO –
– OH
– H
H –
CH2OH
C
C
C
– OHH –
C
Aldopentose
C
D-Glicose
HO –
H –
– OH
– H
H –
CH2OH
C
C
C
C – OH
– OHH –
Aldo-hexose
D-Sedoeptulose
HO –
– OH
– H
H –
CH2OH
C
C
C
C = O
– OHH –
CH2OH
– OHH – C
Ceto-heptose
5 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
A formação da ligação glicosídica depende da ciclização dos 
monossacarídeos! 
 CICLIZAÇÃO DOS MONOSSACARÍDEOS 
A presença dos grupos funcionais, aldeído e cetona, juntamente com grupos hidroxilas (–OH) em 
uma mesma estrutura, no monossacarídeo, causa uma reatividade reversível natural em uma mesma 
cadeia carbônica, ocorrendo, então, o fechamento da cadeia desse monossacarídeo. 
 A cadeia fechada fornece uma estrutura cíclica que pode ser 
representada por uma figura geométrica de 6 lados (PIRANO) ou de 5 lados 
(FURANO), de acordo com as projeções de Haworth (veja figura ao lado) que 
representam as cadeias carbônicas fechadas, em formato de figuras 
geométricas, semelhantes ao composto orgânico PIRANO (estrutura com 6 
lados) ou FURANO ( de 5 lados) 
Os monossacarídeos ciclizados (com cadeias fechadas) são classificados como: 
• HEMIACETAL - Produto da ciclização de um monossacarídeo do tipo ALDOSE. Por exemplo, 
a ciclização da Aldo-hexose GLICOSE 
• HEMICETAL - Produto da ciclização de um monossacarídeo do tipo CETOSE. Por 
exemplo, a ciclização da Ceto-hexose FRUTOSE 
 
VEJAMOS O EXEMPLO DA GLICOSE: 
A formação do hemiacetal a partir da D-
glicose ocorre pela reação do seu grupo aldeído 
(CHO), que aparece no topo da cadeia da D-
glicose, com o carbono nº1, C1 (veja a ciclização 
na figura a seguir), com o grupo hidróxi (-OH) 
ligado ao penúltimo carbono, carbono nº5 (C5), 
que representa o último carbono assimétrico dessa 
estrutura química, segundo a isomeria ótica. 
Cada molécula de glicose ciclizada pode 
formar um dos dois tipos de estruturas de cadeias 
carbônicas fechadas: a estrutura αααα-D-
glicopiranose ou a estrutura ββββ-D-glicopiranose, as 
quais estão representadas por figuras geométricas de 6 lados (PIRANO): 
H2C-OH
OH
OH
HO
H
H
HH H
O
1
23
4
5
6
OH
 
H2C-OH
OH
OH
HO
H
H
HH
H
O
1
23
4
5
6
OH
 
αααα-D-glicopiranose ββββ-D- glicopiranose 
GLICOSES
OO
Pirano Furano
6 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
A nomenclatura dos hemiacetais de glicose leva o nome da cadeia fechada (PIRANO) e do 
monossacarídeo (GLICOSE): Glicopiranoses. 
Portanto, uma molécula de GLICOSE pode dá origem a uma dessas duas estruturas cíclicas (ou 
hemiacetais) conhecidas por estruturas alfa (αααα) e beta (ββββ). A estrutura alfa (αααα) difere da estrutura beta (ββββ) 
apenas na posição do grupo hidroxila (-OH) ligado ao carbono no qual houve o fechamento da cadeia 
do monossacarídeo (ou ciclização). Esse carbono é chamado de carbono ANOMÉRICO. 
Para a glicose, a cadeia é fechada exatamente no carbono nº1 (C1). Mas nem todos os 
monossacarídeos fecham suas cadeias no C1, por exemplo, a frutose fecha sua cadeia no carbono nº2 
(C2): 
 
Observe que a frutose, além de ser uma estrutura de cinco lados, conhecido por FURANO, é, também, 
um monossacarídeo do tipo CETOSE, logo, a estrutura cíclica resultante é um HEMICETAL. Portanto, seja no 
formato pirano ou no formato furano, cada monossacarídeo fechado pode dá origem a uma das duas 
possibilidades de estruturas cíclicas (Hemiacetais ou hemicetais) conhecidas por estruturas alfa (αααα) e beta 
(ββββ): 
Estrutura alfa (αααα) – Estrutura beta (ββββ) – 
Posição do -OH do C1 para baixo Posição do -OH do C1 para cima 
H2C-OH
OH
OH
HO
H
H
HH
OH
HO
Glicose
αααα
Posição do grupo 
hidroxila
 
ββββ
Posição do 
grupo 
hidroxila
H2C-OH
OH
OH
HO
H
H
HH
OH
H
O
Glicose 
 
RESUMINDO 
• Cada monossacarídeo é capaz de fechar sua cadeia carbônica formando uma das duas estruturas 
instáveis (ou muito reativas) dos tipos alfa e beta hemiacetais (ou hemicetais). 
• Os Monossacarídeos ALDOSES formam duas estruturas ciclizadas, alfa e beta, do tipo hemiacetal. 
• Os Monossacarídeos CETOSES formam duas estruturas ciclizadas, alfa e beta, do tipo hemIcetal. 
• Estruturas formadas por 6 lados são chamadas de PIRANO, enquanto, estruturas de 5 lados são 
chamadas de FURANO. 
• O grupo hidroxila (-OH) ligado ao carbono anômero, dos monossacarídeos ciclizados, é chamado 
de HIDROXILA ANOMÉRICA. 
• São as posições das hidroxilas anoméricas que determinam se a estrutura é alfa (hidroxila para 
baixo) ou beta (hidroxila para cima) 
• São também as HIDROXILAS ANOMÉRICAS que fazem a ligação glicosídica. 
7 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
As hidroxilas anoméricas dos monossacarídeos ciclizados (hemicetais ou 
hemiacetais) são responsáveis pela formação da ligação glicosídica! 
 A FORMAÇÃO DA LIGAÇÃO GLICOSÍDICA (Reação de SÍNTESE) 
 
A ligação glicosídica ocorre entre dois ou mais monossacarídeos, quando estes se unem através de 
uma reação de síntese por desidratação. Veja o exemplo: 
 
Observe que uma molécula de água (H2O) é perdida por ligação glicosídica formada. 
(Reação de síntese por desidratação) 
 
 
 QUEBRA DA LIGAÇÃO GLICOSÍDICA (Reação de HIDRÓLISE) 
As ligações glicosídicas podem ser quebradas em presença de um biocatalisador e reação com 
água. Quando isso ocorre, os componentes monossacarídeos formadores do carboidrato mais complexo 
são liberados da estrutura molecular maior. Veja o exemplo: 
 
Observe que uma molécula de água (H2O) é recebida por ligação glicosídica quebrada. 
(Reação de hidrólise) 
 
Vejamos agora a FORMAÇÃO e HIDRÓLISE da LACTOSE: 
 
 
A reação de hidrólise só ocorre em presença de uma enzima hidrolase, um biocatalisador que 
reconhece a especificidade do tipo de ligação química existente. No caso dos carboidratos, a ligação 
química a ser quebrada pela enzima hidrolase específica é a LIGAÇÃO GLICOSÍDICA. 
8 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
Os tipos de ligações glicosídicas são dependentes da posição da hidroxila 
anomérica de um dos monossacarídeos que reagiram durante a síntese por 
desidratação! 
 TIPOS DE LIGAÇÃO GLICOSÍDICA EM CADA CARBOIDRATO 
• AMIDO – constituído por dois tipos de polissacarídeos (amilose e amilopeptina), ambos formados pela 
união de moléculas de glicoses. Na amilose, as glicoses são ligadas através de ligação glicosídica do 
tipos α(1→4). Na amilopectina, as glicoses são ligadas por ligações glicosídicas dos tipos α(1→4) e 
α(1→6). 
 
Amilose 
 
 
e 
 
 
Amilopectina 
 
• GLICOGÊNIO – polissacarídeo formado por moléculas de glicoses ligadas por ligações glicosídicas dos 
tipos α(1→4) e α(1→6). O que o diferencia do amido é a quantidade de ramificações na cadeia. 
 
 Glicogênio 
• SACAROSE – dissacarídeo formado por uma ligação glicosídica do tipo α,β(1→2) entre uma glicose e 
uma frutose. 
 Sacarose 
 
9 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
• LACTOSE – dissacarídeo formado por uma ligação glicosídica do tipo β(1→4) entre uma galactose e 
uma glicose.Lactose 
 
• MALTOSE – dissacarídeo formado por uma ligação glicosídica do tipo α(1→4) entre duas glicoses. 
 Maltose 
 
Carboidratos que contêm mais de uma unidade sacarídea (dissacarídeos, oligossacarídeos e 
polissacarídeos) podem sofrer hidrólise, em suas ligações glicosídicas, liberando seus respectivos 
monossacarídeos constituintes: glicose, galactose ou frutose. 
Durante a digestão os carboidratos contendo ligações glicosídicas sofrem reações de hidrólise 
enzimática. As enzimas são biocatalisadores que reconhecem o TIPO DE LIGAÇÃO GLICOSÍDICA existente 
nos respectivos carboidratos 
 HIDRÓLISE DOS CARBOIDRATOS COMPLEXOS 
As ligações glicosídicas do tipo αααα(1→→→→4), do AMIDO e do GLICOGÊNIO, são hidrolisadas através da 
reação desses carboidratos com água em presença das enzimas α-amilase salivar (encontra na saliva) e α-
amilase pancreática (encontrada no suco pancreático lançado no intestino). As enzimas α-amilases só 
podem hidrolisar ligações glicosídicas do tipo α(1→4). As ligações glicosídicas do tipo αααα(1→→→→6) são 
hidrolisadas no duodeno, pela ação da enzima α(1→6) glicosidase desramificadora (encontrada no 
intestino delgado). Os produtos iniciais da hidrólise do amigo ou do glicogênio são uma mistura de maltose, 
glicose e oligossacarídeos (estruturas contendo de 3 a 10 unidades de glicose ou outro tipo de sacarídeo). 
Esses produtos também serão hidrolisados somente no intestino delgado com a ajuda de suas enzimas 
específicas. 
 
A glicose, como todos os monossacarídeos, já se encontra em sua forma livre e pronta para ser 
absorvida na corrente sanguínea, não precisando sofrer hidrólise, pois não possui ligação 
glicosídica para ser hidrolisada. 
 
 
A CELULOSE não é hidrolisada pela α-amilase e nem pela enzima α(1→6) glicosidase 
(desramificadora) ou por quaisquer enzima do trato digestivo, pois sua estrutura química possui unidades de 
glicose ligadas quimicamente por ligações glicosídicas do tipo β(1→4), as quais não são reconhecidas por 
nenhum tido de enzima de nosso corpo. 
10 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
 Celulose 
Portanto a celulose não é digerível por nossas enzimas; no entanto, podem sofrer reações 
enzimáticas das bactérias existentes em nossa microbiota. A celulose pode ser digerida por animais 
ruminantes, mas apenas indiretamente. As bactérias do rumem hidrolisam a celulose produzindo os 
monossacarídeos simples de glicose. Essas moléculas de glicose passam por um processo anaeróbio de 
fermentação, transformando-se em lactato, acetato e propionato, absorvíveis pelo sangue dos ruminantes. 
O lactato e o propionato são convertidos, posteriormente, em açúcar sanguíneo pelo fígado dos 
ruminantes. 
As ligações glicosídicas dos dissacarídeos podem ser quebradas no intestino delgado, liberando seus 
monossacarídeos livres, por reações de hidrólise enzimáticas, através de enzimas localizadas no bordo 
externo das células epiteliais que revestem o intestino delgado. Por exemplo: 
� SACAROSE é hidrolisada a glicose e frutose pela enzima sacarase (também conhecida por 
invertase). 
� LACTOSE sofre hidrólise com ajuda da enzima lactase (ou β-galactosidase) produzindo os 
monossacarídeos livres glicose e galactose; 
� MALTOSE é hidrolisada pela maltase produzindo duas moléculas de glicoses livres. 
Os principais produtos finais da digestão de carboidratos são: 
Glicose (cerca de 80%) 
Frutose (cerca de 10%) 
 Galactose (cerca de 10%) 
 
 
Esses monossacarídeos não convertidos em glicoses quando chegam ao fígado. A GLICOSE é, 
portanto, o principal produto final resultante das seguintes reações de hidrólise que ocorrem durante a 
digestão. Veja as principais reações de hidrólise dos carboidratos no quadro a seguir: 
 
SUBSTRATO 
TIPO DE REAÇÃO QUÍMICA 
Enzimas PRODUTOS FORMADOS 
 
1 molécula de AMIDO 
REAÇÃO DE HIDRÓLISE 
αααα-Amilase e αααα(1→→→→6) Glicosidase 
moléculas de GLICOSE 
 
1 molécula de GLICOGÊNIO 
REAÇÃO DE HIDRÓLISE 
αααα-Amilase e αααα(1→→→→6) Glicosidase 
moléculas de GLICOSE 
 
1 molécula de SACAROSE REAÇÃO DE HIDRÓLISE 
Sacarase 
1 GLICOSE + 1 FRUTOSE 
 
1 molécula de LACTOSE REAÇÃO DE HIDRÓLISE 
Lactase 
1GALACTOSE + 1 GLICOSE 
 
1 molécula de MALTOSE 
REAÇÃO DE HIDRÓLISE 
Maltase 
1 GLICOSE + 1GLICOSE 
11 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
 OUTROS TIPOS DE CARBOIDRATOS E SUAS LIGAÇÕES GLICOSÍDICAS 
ISOMALTOSE ⇒ Um dissacarídeo formado por duas unidades de glicoses, diferenciado da maltose apenas 
na ligação glicosídica que é do tipo α(1→6). É produzido a partir da sacarose de beterraba. 
DEXTRINA ⇒ Um oligossacarídeo resultante da modificação da estrutura da amilopectina do amido, são três 
ou mais unidades de glicoses unidas por ligações glicosídicas do tipo α(1→4). 
MALTODEXTRINA ⇒ Um oligossacarídeo resultante da modificação da estrutura do amido, sendo mais 
solúvel em água do que o amido. Contém de 2 a 15 unidades de glicoses ligadas por ligações glicosídicas 
do tipo α(1→4). É geralmente uma mistura de maltose + dextrina, considerado um melhor repositor de 
carboidratos por atletas devido as suas características de maior solubilidade e menor sabor doce, sendo 
mais agradável e mais fácil de digestão. Pode ser obtido pela hidrólise de amido no trato gastrointestinal, ou 
industrialmente, porém, neste caso, pode conter traços de subprodutos em sua composição 
 
3. PROTEÍNAS 
As proteínas são biomoléculas de estruturas complexas, sintetizadas pelos organismos vivos a partir 
de LIGAÇÕES PEPTÍDICAS entre aminoácidos em seqüências específicas. Sua estrutura pode conter 
centenas, milhares ou milhões de aminoácidos interligados por ligações químicas específicas – as ligações 
peptídicas, mas somente 20 tipos de aminoácidos são usados para formar todas as proteínas das espécies 
vivas, sejam aquelas das mais antigas linhagens de bactérias ou aquelas presentes nas formas de vida mais 
evoluídas. 
 
Esses 20 aminoácidos são classificados como essenciais e não essenciais: 
• Essenciais: 
HISTIDINA, LEUCINA, ISOLEUCINA, LISINA, TREONINA, FENILALANINA, METIONINA, TRIPTOFANO e VALINA. 
 
• Não essenciais: 
GLICINA, ALANINA, ARGININA, ASPARAGINA, ÁCIDO ASPÁRTICO, ÁCIDO GLUTÂMICO, CISTEÍNA, 
GLUTAMINA, SERINA, TIROSINA, PROLINA. 
 
 As Tabelas a seguir apresentam esses 20 tipos de aminoácidos: 
 
 
 
 
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ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS 
AMINOÁCIDO FUNÇÃO NO ORGANISMO 
Histidina Encontrado na hemoglobina. Importante na ligação do centro ativo de proteínas com os seus 
substratos. 
Fenilalanina Parte integral de todas as proteínas vegetais e animais. 
Isoleucina Componente de proteínas 
Leucina Aumento das proteínas. Fonte de energia durante os exercícios físicos, aumentando a resistência 
e reduzindo a fadiga. 
Lisina Crescimento ósseo, formação de colágeno, além disso, ela é um dos componentes de: ossos, 
cartilagens e outros tecidos conectivos. 
Metionina Síntese protéica, marcando o ponto de início da síntese. 
Treonina É o mais abundante aminoácido essencial fundamental à proteína imunoglobulínica. 
Triptofano Utilizado pelo cérebro, juntamente com a vitamina B3, e magnésio, para produzir a serotonina 
(neurotransmissor) importante no processo bioquímico do sono e do humor. 
Valina Componente de proteínas 
 
 
 
AMINOÁCIDOS NÃO ESSENCIAIS 
AMINOÁCIDOS FUNÇÕES NO ORGANISMO 
Arginina* Divisão celular, cicatrização, sistema imunológico e produção de hormônios. 
Alanina Reconhecimento de substrato ou reguladores alostéricos em sítios ativos. 
Asparagina Componentes de proteínas. 
Aspartato Neurotransmissor excitatóriono cérebro. 
Cisteína Manutenção da estrutura terciária de proteínas. Os bovinos necessitam de cisteínas para produzir 
lã, sendo nestes organismos um aminoácido essencial. 
Glutamato Produção de metabólitos importantes como o piruvato e o oxaloacetato. Neurotransmissor 
excitatório do Sistema Nervoso. 
Glutamina Manutenção do sistema imunológico; equilíbrio dos eletrólitos, reguladora da síntese e da 
degradação de proteínas; desintoxicação corporal. 
Glicina Neurotransmissor inibitório no Sistema Nervoso Central. 
Hidroxiprolina Derivada do aminoácido prolina, utilizada quase que exclusivamente em proteínas estruturais, 
como o colágeno e tecidos conectivos. 
Prolina Componente de proteínas 
Serina Composição da maioria dos glicolipídios das células animais. 
Tirosina Componente de proteínas 
 
 
Os organismos vivos podem sintetizar diversos tipos de proteínas de funções distintas com esses 20 
aminoácidos, como por exemplo: 
� Hormônios, 
� Enzimas, 
� Antibióticos, 
� Fibras musculares, 
13 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
� Proteínas de reservas, 
� Proteínas de proteção, 
� Proteínas que constituem tecidos etc. 
 
As proteínas que ingerimos na dieta contêm esses mesmos aminoácidos (essenciais e não-
essenciais) ligados por LIGAÇÕES PEPTÍDICAS. 
Veja como ocorre a formação da ligação glicosídica, a seguir: 
 FORMAÇÃO DA LIGAÇÃO PEPTÍDICA 
As ligações peptídicas são formadas por reações de sínteses por condensação (desidratação) entre 
dois ou mais aminoácidos. O resultado é a formação de estruturas maiores (poliméricas). Quando dois 
aminoácidos se condensam, liberando (perdendo) uma molécula de água, formam o dipeptídeo. Veja 
como ocorre: 
 
 
O grupo hidroxila, -OH, da carboxila, , de um aminoácido reage com um hidrogênio, H, do grupo 
amino, , do outro aminoácido, liberando uma molécula de água, H2O. 
 HIDRÓLISE DAS LIGAÇÕES PEPTÍDICAS 
Durante a digestão, as proteínas sofrem hidrólise enzimática, quebrando cada ligação peptídica 
mediante a reação com uma molécula de água. Essa molécula de água é incorporada, sob as formas de 
grupo hidroxila, OH, e hidrogênio, H, aos respectivos aminoácidos livres, após a quebra da ligação 
peptídica. A reação é inversa à reação de síntese, vista anteriormente! Os produtos finais da hidrólise de 
proteínas são os aminoácidos livres, os quais serão absorvidos nas microvilosidades do intestino delgado. 
Mas, para que a reação de hidrólise ocorre é preciso a presença da enzima específica. Portanto, quando 
uma proteína chega ao ESTÔMAGO e ao INTESTINO encontram as enzimas especializadas em sua hidrólise. 
No estômago é liberado o pepsinogênio, um tipo de enzima inativa (ZIMOGÊNIO) precursora da 
enzima pepsina, que é responsável pela hidrólise de proteínas que chegam ao estômago. A pepsina é 
específica para hidrolise de ligações peptídicas de proteínas que contêm em sua estrutura os aminoácidos 
tirosina, fenilalanina e triptofano. 
No INTESTINO DELGADO, as enzimas tripsinas atuam na hidrólise de ligações peptídicas de proteínas 
contendo os aminoácidos lisina e arginina, enquanto as quimotripsinas atuam na hidrólise de resíduos 
peptídicos contendo os aminoácidos fenilalanina, tirosina e triptofano, e o carboxipeptidade atua 
removendo grupos carboxilas-terminais dos peptídeos. 
14 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS PROTEÍNAS 
As proteínas são moléculas muito longas (polipeptídeos) formadas por uma seqüência de muitos 
aminoácidos, geralmente acima de 50 aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Abaixo de 50 
aminoácidos ligados são considerados apenas cadeias peptídicas. Algumas proteínas têm apenas uma 
cadeia polipeptídica, mas outras, chamadas de oligoméricas, possuem mais de uma cadeia polipeptídica, 
como, por exemplo, a hemoglobina, proteína presente nos glóbulos vermelhos e que, através do elemento 
ferro contido em sua cadeia, transporta oxigênio através do sistema circulatório. A hemoglobina é formada 
por quatro cadeias polipeptídicas enoveladas, sendo que duas dessas cadeias contêm 141 aminoácidos 
ligados em seqüência, e as outras duas, 146 aminoácidos em seqüência, totalizando 574 aminoácidos. 
A seqüência de aminoácidos ligados é determinante para organização estrutural das proteínas. 
Como conseqüência, tem-se QUATRO NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO PROTÉICA: estrutura primária (nível 1); 
estrutura secundária (nível 2); estrutura terciária (nível 3); estrutura quaternária (nível 4). Veja a seguir: 
 
� Estrutura Primária 
A estrutura primária corresponde à seqüência específica de aminoácidos ligados ao 
longo da cadeia, que é determinada geneticamente para cada proteína. Convencionou-se que 
essa seqüência seria representada de forma que os grupos aminos livres permaneçam na 
extremidade esquerda e os grupos carboxílicos terminais na extremidade direita. 
amino-Cα-carboxila
|
|
R
H
amino-Cα-carboxila
|
|
R
H
 
Dipeptídeo ESTRUTURA PRIMÁRIA 
 
 
Quando há uma inversão de aminoácidos em uma sequência, o resultado é a geração de outro tipo de 
peptídeo ou de proteína. 
� Estrutura secundária 
A estrutura secundária refere-se ao arranjo tridimensional dessa seqüência de 
aminoácidos ligados na proteína, estabilizado por pontes de hidrogênio. Existem dois 
tipos: αααα-hélice e folha ββββ-pregueada. Nas duas estruturas ocorrem ligações de hidrogênio 
entre um átomo de H de um grupo amino, e um oxigênio de um grupo carbonila de 
outro aminoácido da estrutura primária da proteína, no entanto, na estrutura α-hélice 
essas ligações de H ocorrem na mesma seqüência de aminoácidos, e na folha β-
pregueada, ocorrem em seqüências de aminoácidos distintas (mais de uma cadeia 
peptídica). 
 
αααα-Hélice 
ESTRUTURA SECUNDÁRIA 
 
 
Gly
Gly
Leu
Val
Val
Lys
Lys
Lys
Lys
Ala
His
Pro
Gly
Leu
Val
Lys
Ala
His
Pro
Gly
Val
Lys
Lys
Lys
15 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
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� Estrutura Terciária 
A estrutura terciária descreve o dobramento final da cadeia polipeptídica. 
Trata-se da tendência da cadeia polipeptídica enrolar-se, ou dobrar-se, através de 
ligações de hidrogênio ou de dissulfetos, interações hidrofóbicas entre seus grupos R, 
ou por ligações iônicas, formando uma estrutura mais complexa, e mais ou menos 
rígida. 
 
αααα-Hélice dobrada 
ESTRUTURA TERCIÁRIA 
� Estrutura quaternária 
O nível quaternário da estrutura protéica ocorre quando há interações entre unidades polipeptídicas 
tridimensionais isoladas, formando proteínas diméricas ou multiméricas, como, por exemplo, duas estruturas 
terciárias isoladas interagindo através de interações químicas, enovelando-se. 
ESTRUTURAS QUATERNÁRIAS 
 
2 unidades peptídicas distintas 4 unidades peptídicas 4 unidades peptídicas distintas
 com 2 tipos distintos de peptídeos . 
 
 DESNATURAÇÃO PROTÉICA 
Os níveis de organização estrutural das proteínas são responsáveis por atividades biológicas 
fundamentais no organismo. No entanto, tais níveis estruturais podem ser desfeitos, ou seja, desnaturados, de 
forma reversível ou irreversivelmente (definitivamente) quando submetidas a determinadas condições, tais 
como meios muito ácidos ou básicos, ou contendo solventes orgânicos, detergentes, agentes redutores, 
íons de metais pesados ou sais. Além disso, também podem desnaturar com a variação de temperatura e 
estresse mecânico. 
A desnaturação é a modificação da estrutura tridimensional nativa de uma proteína com perda de 
sua função biológica. Neste caso, a proteína não perde sua seqüência de aminoácidos, só os arranjosestruturais tridimensionais dos níveis de organização secundário, terciário ou quaternário. Por exemplo, a αααα-
amilase salivar, por ser específica ao pH e Temperatura da boca, desnatura quando chegar ao estômago, 
onde encontra o suco gástrico muito ácido (rico em Ácido Clorídrico). O ácido clorídrico do estômago atua 
desnaturando algumas proteínas globulares que ingerimos na dieta, ou seja, destruindo seu arranjo estrutural 
terciário, tornando suas LIGAÇÕES PEPTÍDICAS mais acessíveis à hidrólise enzimática. No entanto, a enzima 
pepsina não é desnaturada no estômago, pelo contrário, ela é ativada em presença do pH ácido do 
estômago, sendo responsável pela hidrólise das demais proteínas. 
16 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
Em condições fisiológicas, muitas proteínas recuperam a conformação nativa e restauram a 
atividade biológica quando o agente desnaturante é removido – a esse processo dar-se o nome de 
renaturação. 
 CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS 
 As proteínas são classificadas como globulares, fibrosas e conjugadas, segundo a natureza e forma 
de organização de suas cadeias polipeptídicas. 
 
� PROTEÍNAS FIBROSAS 
São chamadas de fibrosas quando suas cadeias polipeptídicas apresentam arranjo estrutural 
tridimensional em forma de folhas ou feixes (α-hélice e folha β-pregueada). São insolúveis em água e têm 
função estrutural, pois compõem os materiais estruturais de órgãos e tecidos, dando elasticidade e 
resistência. Exemplos: 
� COLÁGENO: formado por feixes paralelos de fibrilas lineares individuais que se apresentam como tripla 
fita de estruturas α-hélices estendidas, altamente insolúveis em água, servindo às necessidades 
estruturais dos tecidos. Encontrado na pele, cartilagem e osso. 
� QUERATINA: formada por cadeias polipeptídicas α-hélice ou folha β-pregueada. As queratinas formam 
as proteínas da pele, cabelos, unhas, chifres, lãs, pêlos, garras, cascos e penas. 
� FIBROÍNA DA SEDA: apresenta um arranjo folhas β-pregueada. É uma Proteína fibrosa embebida em 
uma matriz amorfa. Muitos insetos e aracnídeos produzem a proteína da seda. 
 
� PROTEÍNAS GLOBULARES 
São formadas por uma ou mais cadeias polipeptídicas enoveladas firmemente em estruturas 
tridimensionais, compactas e com forma final esférica ou elipsóide. São solúveis em água. Atuam como 
enzimas ou transportadores/moduladores fisiológicos e genéticos. Exemplos: 
 
� HEMOGLOBINA: são polipeptídios enovelados contendo uma estrutura HEME 
como grupo prostético em cada cadeia. É uma proteína presente nas 
hemácias, cuja função é o transporte do O2 dos pulmões aos tecidos 
periféricos, e de CO2 e prótons, dos tecidos periféricos aos pulmões, para 
subseqüente excreção. A estrutura HEME é um anel heterocíclico porfirínico 
contendo átomo de Fe2+ no centro, através do qual é transportado pela 
corrente sanguínea ligado a uma proteína globular. 
 Estrutura HEME 
 
� MIOGLOBINA: formada por uma cadeia polipeptídica contendo 153 resíduos de aminoácidos que 
formam oito regiões α-hélice. A estrutura HEME está presente como grupo prostético. Encontra-se no 
citossol das células musculares. É uma proteína transportadora e armazenadora de O2 nos músculos 
esqueléticos e cardíacos dos vertebrais. 
 
17 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
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� ANTICORPOS OU IMUNOGLOBULINAS: Compõem uma família de glicoproteínas produzidas pelos 
linfócitos em resposta à presença de moléculas estranhas conhecidas como antígenos (resposta 
imunitária humoral). São formados por 4 cadeias polipeptídicas com uma formação estrutural em Y. 
� PROTEÍNAS CONJUGADAS 
São proteínas que apresentam em sua estrutura outros grupos químicos não aminoácidos, chamados 
de grupos prostéticos. As proteínas conjugadas são classificadas com base na natureza química de seus 
grupos prostéticos, podendo ser: 
Lipoproteínas - quando contêm lipídios na cadeia; 
Glicoproteínas - quando contêm sacarídeos na cadeia; 
Metaloproteínas - quando contêm um metal específico como ferro, cobre, zinco ou outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. LIPÍDEOS 
Os lipídeos são substâncias orgânicas oleosas ou gordurosas, insolúveis em água, formados por 
diferentes tipos de moléculas encontradas em células e tecidos de plantas e animais. Incluem-se nessa 
categoria: gorduras, óleos, ceras, fosfolipídeos, esteróides e carotenóides. Os lipídeos podem ser 
classificados, de acordo com a função biológica que possuem, em três categorias: 
 
 
TIPOS DE PROTEÍNAS CONJUGADAS. 
PROTEÍNAS CONJUGADAS 
GRUPOS 
PROSTÉTICOS 
EXEMPLOS 
GLICOPROTEÍNAS Carboidrato Mucina (muco) 
LIPOPROTEÍNAS Lipídeo Encontradas em membranas 
CROMOPROTEÍNAS Pigmento Hemoglobinas e Citocromos 
NUCLEOPROTEÍNAS Ácido nucléico 
Ribonucleoproteínas 
Desoxirribonucleoproteínas 
FOSFOPROTEÍNAS Ácido fosfórico Caseína 
CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDEOS 
CLASSES FUNÇÕES BIOLÓGICAS EXEMPLOS 
LIPÍDEOS SIMPLES São os lipídeos de reserva de energia 
Triglicerídeos (óleos e 
gorduras) e ceras. 
LIPÍDEOS COMPOSTOS 
São os lipídeos componentes de membranas 
celulares 
Fosfolipídeos e 
Esfingolipídeos 
LIPÍDEOS DERIVADOS 
São os lipídeos formadores de componentes 
esteróides e terpenóides como os hormônios e as 
vitaminas 
colesterol e 
carotenóides 
18 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
São moléculas apolares (hidrofóbicas) ou pouco polares (pouca afinidade por água). Em nosso 
organismo funcionam como: 
� Suprimento de energia (cerca de 9 kcal/g); 
� Fonte de ácidos graxos essenciais, os ômegas (ω); 
� Transportadores de vitaminas lipossolúveis para o interior das células; 
� Isolantes térmicos; 
� Permeabilizante das paredes celulares; 
� Ativadores de enzimas etc. 
 
Os principais lipídeos de nossa dieta são os triglicerídeos, o colesterol e os fosfolipídeos. Os 
triglicerídeos são de origem animal (GORDURAS) ou vegetal (ÓLEOS). Os de origem animal são formados 
por ácidos graxos saturados, enquanto os de origem vegetal são constituídos por ácidos graxos insaturadas. 
As insaturadas são predominantemente óleos, enquanto as saturadas são predominantemente gorduras 
sólidas. Veja os ácidos graxos mais comuns na Tabela a seguir: 
 
 
ÁCIDOS GRAXOS MAIS COMUNS E SUAS FONTES 
FONTES 
NOME COMUM DO 
ÁCIDO 
FÓRMULA ESTRUTURAL 
MANTEIGA 
Butírico CH3CH2CH2-COOH 
Capróico CH3(CH2)4-COOH 
COCO Caprílico CH3(CH2)6-COOH 
PALMA Cáprico CH3(CH2)8-COOH 
COCO Láurico CH3(CH2)10-COOH 
NÓS-MOSCADA Mirístico CH3(CH2)12-COOH 
TRIGLICERÍDEOS 
Palmíticos CH3(CH2)14-COOH 
Esteáricos CH3(CH2)16-COOH 
MANTEIGA Palmitoléico CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7COOH 
OLIVA Oléico CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7COOH 
LINHAÇA Linoléico CH3(CH2)4CH=CHCH2CH=CH(CH2)7COOH 
LINHAÇA Linolênico CH3CH2CH=CHCH2CH=CHCH2CH=CH(CH2)7-COOH 
TECIDO NERVOSO Araquidônico CH3(CH2)4CH=CHCH2CH=CHCH2CH=CHCH2-CH=CH(CH2)3COOH 
 
OBS.: Os ácidos graxos INSATURADOS são aqueles que contêm ligações químicas duplas em suas cadeias 
carbônicas. Os SATURADOS não contêm ligações duplas, apenas as ligações simples 
 
 
 ÁCIDOS GRAXOS DE IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA 
Dentre os ácidos graxos mais comuns, os ácidos graxos palmítico e esteárico (saturados), e o oléico 
(insaturado), são os ácidos mais abundantes na natureza. Em geral, a quantidade de ácidos graxos 
insaturados contida nos lipídeos dos animais, bem como, dos vegetais, é maior que a quantidade de 
ácidos graxos saturados. Veja a composição em ácidos graxos de algumas fontes de lipídeos de origem 
animal: 
 
 
19 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
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COMPOSIÇÃO DE LIPÍDEOS MAIS COMUNS 
FONTES DOS LIPÍDEOS 
ÁCIDOS GRAXOS 
SATURADOS INSATURADOS 
ÓLEOS 
Soja 15% 85%Canola 6% 94% 
Girassol 11% 89% 
Oliva 12% 88% 
Milho 13% 87% 
GORDURAS 
Manteiga 48% 31% 
Gordura porco (Bacon) 41% 54% 
Gordura humana 35% 57% 
Fontes: Ucko (1992); Gonçalves (1992); Site: http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/27/art07.pdf. 
 
O ácido oléico, assim como os linoléicos e linolênicos são conhecidos como ácidos graxos 
essenciais, porque são necessários à síntese de outras importantes moléculas, mas não podem ser 
sintetizados no próprio organismo humano, por isso devem ser obtidos da dieta. São os famosos ômegas: 
 
• Ômega-9 (ácido oléico); 
• Ômega-6 (ácido linoléico); 
• Ômega 3 (ácido linolênico). 
 
Esses ácidos participam do nosso metabolismo e desempenham um papel fundamental na síntese 
dos hormônios. O que ocorre é que o tecido animal pode facilmente introduzir dupla ligação na posição 
carbono 9 (∆∆∆∆9) de uma cadeia de ácido graxo, mas não consegue a mesma coisa em carbonos com 
numeração superior ao carbono 9. Como os ácido linoléico (dupla ligação nas posições ∆∆∆∆9,12) e linolênico 
(dupla ligação nas posições ∆∆∆∆9,12, 15) apresentam duplas ligações, em posições na cadeia carbônica acima 
do carbono 9 , ficam impossibilitados de serem sintetizados no organismo. Quando ingerido ácido linoléico, 
através da dieta, este é ser convertido em outros ácidos poliinsaturados - o linolênico (C18∆∆∆∆6,9,12) e o 
araquidônico (C20∆∆∆∆5,8,11,14) de importância para o organismo. Portanto, você precisa incluí-lo na sua dieta. 
Um dos problemas associados à ausência dos ômegas é a falta de crescimento nas crianças. 
O ácido insaturado araquidônico é crucialmente importante para o organismo, pois sua estrutura 
serve de base para formação das prostaglandinas e tromboxanas, substâncias do tipo hormonal que 
regulam muitas funções celulares. As prostaglandinas, por exemplo, são ácidos graxos, encontradas em 
todo o nosso corpo em quantidades muito pequenas, funcionando como transmissoras químicas de sinais 
dentro e fora das células. Afetam quase todas as funções biológicas, incluindo o sistema cardiovascular, 
nervoso central, imune e endócrino. As tromboxanas são vasoconstritores e potentes agentes hipertensivos, 
além de facilitarem a agregação plaquetária. Mas esses ácidos graxos geralmente não ocorrem livres em 
nossas células e tecidos, pois devem estar nas suas formas combinadas em triglicerídeos (TG), fosfolipídeos 
ou esfingolipídeos, sendo liberados após hidrólises enzimáticas desses compostos. Veja a seguir um 
esquema geral dos lipídeos e sua formação: 
20 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
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Ácido Graxo
P Álcool Açúcar
Ácido Graxo
G
lic
er
ol
Ácido Graxo
Ácido Graxo
Ácido Graxo
G
lic
er
ol
P Álcool
Ácido Graxo
Es
fin
go
si
na
Ácido Graxo
Es
fin
go
si
na
Triacilgliceróis Glicerofosfolipídeos Esfingomielinas Glicolipídeos
ESFINGOLIPÍDEOS
FOSFOLIPÍDEOSTRIGLICERÍDEO 
 
• Observe que os triglicerídeos são formados por 3 ácidos graxos ligados a 1 glicerol por LIGAÇÕES 
QUÍMICAS DO TIPO ÉSTER. 
• Os fosfolipídeos são formados por 2 ácidos graxos ligados ao glicerol através de LIGAÇÃO DO TIPO 
ÉSTER, e 1 grupo fosfato ligado ao mesmo glicerol por LIGAÇÃO DO TIPO FOSFOÉSTER. Um álcool 
pode está presente, ou não, ligado ao grupo fosfato. 
• Já os esfingolipídeos não possuem Glicerol, apresentam outra estrutura conhecida por esfingosina, a 
qual faz LIGAÇÃO DO TIPO ÉSTER a 1 ácido graxo, e do TIPO FOSFOÉSTER a 1 fosfato. Um álcool pode 
está presente, ou não, ligado ao grupo fosfato. 
• Os glicolipídeos são um tipo particular de esfingolipídeos que não possuem ligação do tipo 
fosfoéster, pois no lugar do grupo fosfato se encontra um monossacarídeo (açúcar) fazendo 
LIGAÇÃO GLICOSÍDICA com a esfingosina. 
 
 SÍNTESE DOS TRIGLICERÍDEOS 
Os triglicerídeos são os componentes químicos dos óleos e das gorduras, formados por reações de 
ESTERIFICAÇÃO de três desses ácidos graxos a um triálcool – o glicerol (uma estrutura com 3 carbonos 
contendo três grupos hidroxilas ligados a cada carbono): 
 
 + CH3(CH2)16-COOH --------------------→ + H2O 
 + CH3(CH2)16-COOH --------------------→ + H2O 
 + CH3(CH2)16-COOH --------------------→ + H2O 
 
 
 Glicerol Ácidos graxos Triglicerídeo Água 
 
 
 
Cada glicerol forma TRÊS LIGAÇÕES DO TIPO ÉSTER (por causa da reação de esterificação) com três 
ácidos graxos, a partir da reação dos seus três grupos hidroxilas (-OH) com os grupos carboxilas (-COOH) 
dos ácidos graxos. O resultado é a formação de três ligações do tipo éster, no triacilglicerol formado, com 
perda de 3 moléculas de água. Os triglicerídeos são compostos essencialmente apolares, pois as longas 
cadeias carbônicas aumentam ainda mais a hidrofobicidade (falta de afinidade por água) do composto, 
por isso que os lipídeos são insolúveis em meios aquosos. O triglicerídeo (triacilglicerídeo ou triacilglicerol) 
pode conter um único tipo de ácido graxo em sua cadeia. Por exemplo: 
 
21 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
� Triesterina (principal componente da gordura bovina) - formada por 3 ácidos esteáricos; 
� Tripalmitina – formada por 3 ácidos palmíticos; 
� Oleína (principal componente do óleo de oliva) – formada por 3 ácidos oléicos. 
Mas a maioria dos triglicerídeos que são encontrados na natureza contém três ácidos graxos 
distintos, que variam tanto em tamanho de suas cadeias quanto no grau de insaturação dessas cadeias. A 
maioria dos tecidos dos seres humanos é capaz esterificar ácidos graxos parar formar triglicerídeos, mas o 
fígado e os tecidos adiposos são os principais responsáveis pelo processo. O tecido adiposo encarrega-se 
da síntese e do armazenamento dos triglicerídeos formados a partir dos ácidos graxos da dieta, ou a partir 
daqueles sintetizados pelo fígado ou pelo próprio tecido adiposo. 
 
 HIDRÓLISE DOS LIPÍDEOS 
A digestão dos lipídeos começa no intestino delgado, depois que os lipídeos sofrem emulsificação 
pelos sais biliares (glicocolato de sódio e o taurocolato de sódio), ajudado pela peristalse, uma ação 
misturadora desenvolvida pelos movimentos involuntários dos músculos lisos do intestino delgado. Após 
formar a emulsão, esses lipídeos entram em contato com o fluido aquoso contendo as enzimas solúveis. 
A enzima lípase, liberada pelo pâncreas, e sua coenzima, a colipase, atuam na reação de hidrólise das 
LIGAÇÕES DO TIPO ÉSTER dos triglicerídeos. Cada triglicerídeo hidrolisado libera 3 ácido graxos ligado e 1 
glicerol (um triálcool). Veja a reação de hidrólise de uma molécula de triglicerídeo: 
 
 + H2O --------------------→ CH3(CH2)16-COOH 
 + H2O --------------------→ CH3(CH2)16-COOH + 
 + H2O --------------------→ CH3(CH2)16-COOH 
 
 Triglicerídeo Água Ácidos graxos Glicerol 
 
 
As reações de hidrólise dos fosfolipídeos e do éster de colesterol ocorrem em presença de suas 
respectivas enzimas: fosfolipases e colesterol estearases, semelhante à atuação da lípase pancreática nos 
triglicerídeos. A fosfolipase hidrolisa os fosfolipídeos liberando glicerol, ácidos graxos e grupos fosfatos, 
enquanto A colesterol estearase hidrolisa os ésteres de colesterol liberando colesterol e ácidos graxos. Após 
a digestão, ácidos graxos, triglicerídeos sintetizados nas vilosidades, além do colesterol, são transportados, 
via vasos linfáticos, através das lipoproteínas QUILOMICRONS. 
 OS LIPÍDEOS COMPOSTOS E SUAS PROPRIEDADES 
� Fosfolipídeos 
Os fosfolipídeos são componentesdas membranas biológicas. Funcionam como agentes 
emulsionantes, pois apresentam a capacidade de misturar substâncias oleosas em substâncias aquosas 
(função tensoativa anfifílica ou anfipática). Na superfície das membranas, fazem contato entre lipídeos 
insolúveis em água com substâncias hidrossolúveis, como as proteínas. Alguns são usados na transdução de 
sinais durante a regulação do metabolismo energético. Os fosfolipídeos servem primariamente como 
elementos estruturais de membranas e nunca são armazenados em grandes quantidades. Seus ácidos 
22 
ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
graxos mais abundantes possuem 16 ou 18 carbonos na cadeia. Os fosfolipídeos mais comuns possuem um 
dos ácidos graxos saturado e o outro insaturado. Alguns exemplos de fosfolipídeos mais abundantes são 
lecitina (uma fosfatidilcolina), cefalina (uma fosfatidiletanolamina), fosfatidilserina e fostatidilinositol. 
� Esfingolipídeos 
Os esfingolpídeos são subdivididos em esfingomielina ou glicolipideo. 
 
� Esfingomielinas - estão presentes na maioria das membranas de células animais. Elas são importantes 
componentes da mielina, a camada protetora e isolante que envolve as células nervosas. Certos 
distúrbios envolvendo o metabolismo desse tipo de lipídeo, como a Doença de Niemann-Pick e a 
Doença de Gaucher, resulta em morte prematura por acúmulo de esfingomielinas nos tecidos do 
sistema nervoso. As ceramidas são exemplos de esfingomielinas que desempenham papel 
fundamental na estruturação e manutenção da dupla camada lipídica, exercendo papel direto e 
indireto na função de barreira da epiderme e nos fenômenos de retenção de água, alem de 
fenômenos de diferenciação, proliferação e de apoptose celular. 
� Glicolipídeos - são um tipo de esfingolipídeo que contêm um carboidrato no último carbono da 
esfingosina de sua estrutura. O cerebrosídeo é um exemplo de glicolipídeo que contém uma 
galactose em sua estrutura combinado com a esfingosina. Os cerebrosídeos são encontrados no 
tecido nervoso e no cérebro. 
 OS LIPÍDEOS DERIVADOS E SUAS PROPRIEDADES 
Fazem parte dos lipídeos derivados os esteróides, como o colesterol e os hormônios esteróides 
(testosterona, estrógenos, progesterona, cortisol, corticosterona e aldosterona), e alguns terpenos de 
cadeias longas como o β-carotena, uma vitamina. 
� Os esteróides 
Os esteróides se encontram largamente difundidos por todo o corpo humano. Pequenas 
modificações na estrutura de um esteróide resultam em outra molécula com função e efeitos distintos. 
 
� Colesterol - tipo de esteróide fabricado pelo nosso corpo. É encontrado no cérebro e no tecido 
nervoso, formando parte da mielina, membrana que reveste as células nervosas. A partir dele são 
sintetizados os hormônios sexuais masculinos e femininos, e os do córtex adrenal, todos conhecidos 
como hormônios esteróides. 
� Testosterona - principal hormônio sexual masculino, secretado pelos testículos. É um esteróide de 19 
carbonos produzido a partir do colesterol. A testosterona tem a função de promover e manter os 
órgãos sexuais masculino e os caracteres sexuais secundários. Também ajuda no crescimento dos 
músculos, fígado e rins estimulando a síntese de proteínas. 
� Androsterona (ADT) - um hormônio sexual esteróide com fraca atividade androgênica. É produzido 
no fígado a partir do metabolismo da testosterona. 
� Estrógenos (ou hormônios sexuais femininos) - são esteróides de 18 carbonos que têm como base o 
estradiol, que é produzido nos ovários a partir da testosterona. A secreção dos estrógenos produz os 
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ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
caracteres sexuais secundários das fêmeas, o crescimento dos pêlos axilares e púbicos e mudanças 
na forma do corpo, e formação óssea. Também aumentam a síntese de proteínas no útero, vagina e 
glândula mamária. Estão envolvidos na regulação do ciclo menstrual e no comportamento feminino. 
O estradiol também é responsável pela manutenção dos tecidos do organismo, garantindo a 
elasticidade da pele e dos vasos sanguíneos e a reconstituição óssea, entre outras funções. 
� Progesterona - hormônio sexual encontrado no ovário, placenta e adrenais. É secretada durante a 
segunda metade do ciclo menstrual. Sua presença causa a formação do muco no ovário, 
necessário ao óvulo no período de implantação do mesmo. Sua secreção contínua é requerida 
durante a gravidez. 
� Cortisol (hidrocortisona) - hormônio corticosteróide ou glicocorticóide produzido no córtex adrenal e 
lançado ao organismo em resposta ao stress. É responsável pelo aumento do nível de glicose 
sanguínea e pela quantidade de glicogênio hepático. Aumenta a pressão sanguínea e suprime o 
sistema imune. No feto, o cortisol favorece a maturação do SNC, retina, pele, trato gastrointestinal e 
pulmões. 
� Aldosterona - hormônio esteróide (da família dos mineralocorticóides) sintetizado na zona 
glomerulosa do córtex das glândulas supra-renais. Faz regulação do balanço de sódio e potássio, 
mantendo constante o equilíbrio eletrolítico do sangue. 
� Corticosterona - hormônio da classe dos glicocorticóides liberado pelo córtex das adrenais. Também 
está envolvido no equilíbrio da glicose do organismo, assim como todos aquele esteróides 
pertencentes ao grupo dos hormônios glicocorticóide, como o cortisol e a cortisona. Os 
glicocorticóides estão relacionados a respostas ao estresse, além da regulação do metabolismo 
lipídico, protéico e glicídico. A corticosterona é um hormônio diabetogênico e imunossupressor. 
 
� Os Terpenos 
Os terpenos são moléculas formadas por unidades estruturais repetidas de ISOPRENOS (um 
hidrocarboneto insaturados com 5 carbonos, quimicamente denominado metilbutadieno). Os terpenos mais 
complexos (de maior massa molecular) são os tetraterpenos (ou carotenóides), compostos orgânicos dos 
vegetais, odoríferos, conhecidos como óleos essenciais. Nos animais servem como precursores da Vitamina 
A. Esses carotenóides são compostos importantes para diversas espécies vegetais, ocorrendo em flores e 
também em frutos. Pertencem a esse grupo o licopeno e o β-caroteno os quais são responsáveis pela 
pigmentação de alimentos como o tomate, o mamão, a cenoura e a laranja. 
 
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ESTUDO DIRIGIDO Nº 2: Biomoléculas 
 
Profa. Everlane Ferreira Moura 
EXERCÍCIOS 
1. Como podemos classificar os carboidratos? 
2. O que significa uma aldose e Cetose 
3. O que é uma Aldo-pentose? Dê exemplos. 
4. O que diferencia um polissacarídeo de um oligossacarídeo? 
5. Que tipo de ligação existe entre as unidades sacarídeas na celulose e na amilose, respectivamente? 
6. O que significa ligação glicosídica do tipo α(1→4)? 
7. Como ocorrem as reações de hidrólise e de síntese da molécula de amido? 
8. O que é uma matodextrina? 
9. Defina: 
a. Polipeptídios; 
b. Aminoácidos essenciais; 
10. O que você entende por níveis de organização estrutural das proteínas? 
11. Como é formada uma proteína fribrosa? 
12. Dê exemplos de proteínas globulares 
13. O que são proteínas conjugadas? 
14. Como se classificam os lipídeos? 
15. O que significa ácidos graxos essenciais? Dê exemplos. 
16. Qual a função dos fosfolipídeos, esfingolipídeos e glicolipídeos, respectivamente, no organismo 
humano? 
17. O que são esteróides? Dê exemplos. 
18. O que significa uma molécula hidrofílica e molécula hidrofóbica?

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