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ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA

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ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
PRFª I.M.C. R 1
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
1-CONSIDERAÇÕES EM 
ENFERMAGEM CIRÚRGICA 
1.1-Conceito de Enfermagem Cirúrgica:
É uma especialidade que tem como objeto o 
cuidado ao indivíduo submetido a um 
tratamento cirúrgico. 
1.2-Objetivo de Enfermagem Cirúrgica:
A enfermagem cirúrgica tem como objetivo 
o cuidado ao paciente submetido a um 
tratamento cirúrgico, no hospital a 
enfermagem cirúrgica mantém relações 
estreitas com o paciente e seu familiares e 
junto com outros profissionais como o 
cirurgião, a nutricionista, o fisioterapeuta, 
psicólogo e outros, seu principal papel é 
atuar ao lado de profissionais e auxiliar em 
tudo o que for preciso, sabendo que um 
hospital tem um ambiente complexo e 
exaustivo essa relação muitas vezes são 
prejudicadas pelo excesso de trabalho, por 
isso um bom posicionamento perante o seu 
trabalho é essencial.
1.3-Cirurgia: é a parte do processo 
terapêutico em que o cirurgião realiza uma 
intervenção manual ou instrumental no 
corpo do paciente.
1.4- A cirurgia é caracterizada por três 
tempos principais:
• dierese: divisão dos tecidos que 
possibilita o acesso à região a ser 
operada
• hemostasia: parada do 
sangramento
• síntese: fechamento dos tecidos
1.5-Tipos de Cirurgia quanto a situação 
do caso :(Grau )
 1.Emergência : São aquelas em que o 
paciente requer atenção imediata ,pois 
ameaçam a vida.
Ex: Hemorragia Intensa,Obstrução 
intestinal, Fratura do Crânio
2.Urgência : O paciente requer atenção 
imediata , o distúrbio pode ameaçar a 
vida.Entre 24hs á 30hs.
Ex: Queimaduras de grande 
extensão,Cálculos Renais, Infecção 
Aguda Biliar
3.Necessária : O paciente deverá ser 
operado, é planejado por semanas e meses
Ex: Hiperplasia da Próstata sem 
obstrução vesical,Distúrbios da 
Tireóide,Cálculos Renais ou uretrais.
4.Eletiva : o paciente deverá ser operado , 
mas no caso não ocorra não representa 
catástrofe .
Ex: Reparos de Cicatrizes,Hérnia 
Simples,Reparo de cicatrizes,Hérnia 
Simples
5.Opcional : a decisão deverá vir do 
paciente , é uma preferência pessoal.
Ex: Reparo Vaginal,Cirurgia Cosméticas
PRFª I.M.C. R 2
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
5.Paliativa : Quando precisa ser aliviada 
alguma dor que envolva procedimento 
cirúrgico.
Ex: Tubo de Gastronomia é inserido 
para acompanhar a capacidade de 
deglutir alimentos.
1.6-Normas e Rotinas do Centro 
Cirúrgico ( unidades):
1. Normas Gerais para os Cuidados no 
Pré - Operatório.
a) No Setor de internação:
• A lavagem de mãos é, isoladamente a 
medida mais importante na prevenção das 
infecções hospitalares, devendo ser 
realizada antes e após a manipulação de 
qualquer paciente.
• O banho pré-operatório tem como 
objetivo eliminar detritos depositados sobre 
a pele e consequentemente, reduzir a sua 
colonização, porém ele não deve ser 
realizado muito próximo a cirurgia pois a 
fricção e a água tépida removem as células 
superficiais e aumentam a ascensão das 
bactérias dos reservatórios mais profundos 
para a superfície.
• Realizar tricotomia apenas quando 
estritamente necessária, devendo restringi-
la aos casos em que os pelos impeçam a 
visualização do campo ou dificultem a 
colocação de curativos; realizá-la no 
máximo 2 h antes da cirurgia. 
b) No Centro Cirúrgico:
• Atentar para o uso correto de touca; 
(deverá cobrir todo o couro cabeludo); e 
máscara, (deverá cobrir nariz e boca) , por 
toda equipe multiprofissional necessária na 
S.O. No caso da presença de barba, utilizar 
touca apropriada.
• Evitar cateterização vesical desnecessária. 
Esta quando indicada deverá ser realizada 
com técnica asséptica. Usar sistema 
fechado de coleção de urina para os 
pacientes que permanecerão com o 
cateterismo vesical.
2. Preparo da equipe cirúrgica e do 
campo operatório.
2.1- Preparo da equipe cirúrgica:
a) Degermação das mãos e antebraços 
antes do procedimento cirúrgico:
• Retirar relógios, aliança, anel, pulseiras. 
As unhas deverão estar aparadas e limpas.
• Ensaboar as mãos com PVP-I 1% 
detergente , ou em caso de alergia ao iodo, 
clorehexidina detergente.
• Escovar todas as faces das mãos, dedos, 
unhas, e antebraços, utilizando escovas com 
cerdas macias. Em caso de inexistência 
destas escovas com cerdas macias, optar 
pela fricção das mãos em todas as 
superfícies acima mencionadas e 
antebraços.
• O tempo de escovação deve ser de 05 
(cinco) minutos antes da 1ª cirurgia e entre 
as próximas recomenda-se apenas a 
cuidadosa lavagem das mãos e antebraços 
com antisséptico pelo tempo de 02 minutos 
sem a necessidade do uso da escova.
Após a escovação , retirar todo o detergente 
antisséptico com água corrente, no sentido 
PRFª I.M.C. R 3
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
dos dedos para o antebraço.
• Manter os braços fletidos e voltados para 
cima, secando-os a seguir, no sentido dos 
dedos para o antebraço, com compressas 
esterilizadas.
b) Vestir capote esterilizado com técnica 
asséptica e com o auxílio para amarrar os 
cadarços.
c) Calçar as luvas estéreis.
2.2- Preparo do campo operatório:
• Fazer a degermação do campo operatório 
com PVP-I 1% detergente, retirá-lo em 
seguida com compressas úmidas de soro 
fisiológico 0,9% (ou água esterilizada). A 
seguir fazer a antissepsia do campo 
operatório com PVP-I 1% alcoólico para 
pele íntegra. Para mucosas e pele não 
íntegra utilizar PVP-I 1% aquoso. Em caso 
de alergia ao iodo, fazer degermação com 
clorehexidina 4% detergente e a antissepsia 
com clorehexidina 0,5% alcoólica.
3. Comportamento durante o ato 
cirúrgico.
• Supervisão da técnica cirúrgica pelo 
cirurgião-staff.
• Manter o uso correto da touca e da 
máscara pela equipe multiprofissional 
necessária na S.O.
• Evitar movimentos que provoquem 
turbilhonamento do ar, tanto de pessoal 
quanto de material.
• Manter a porta da S.O. fechada.
• Evitar conversas desnecessárias.
4. O ambiente cirúrgico.
4.1- Instrumentais:
• Os artigos médico-cirúrgicos utilizados 
devem ser encaminhados à sala de 
utilidades com proteção de campo.
• Na sala de utilidades os artigos devem ser 
imersos em solução desencrostante, durante 
02 (dois ) minutos, enxaguados com água 
corrente e secos, antes de encaminhá-los a 
central de esterilização.
• Encaminhar os instrumentos médico-
cirúrgicos, após limpeza, à central de 
esterilização.
• Reforçar atenção durante a manipulação 
do material pérfuro cortante.
• Desprezar as agulhas, lâminas de bisturi e 
qualquer material perfurante e ou cortante 
em locais apropriados ( recipientes rígidos 
com tampa).
• Não utilizar desinfetantes em artigos que 
serão esterilizados.
• Recipientes com material orgânico (vidro 
de aspiração, bacias, etc.) devem ter seu 
conteúdo desprezado no expurgo da sala de 
utilidades. Em seguida, fazer a limpeza do 
recipiente com solução desencrostante, 
enxaguar e secar. Após este procedimento, 
encaminhar o material para a central de 
material e esterilização para sofrer a 
desinfecção ou a esterilização.
4.2- Limpeza:PRFª I.M.C. R 4
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
a) Limpar a unidade do centro cirúrgico 
com água e sabão 01 (uma) vez ao dia.
b) Limpar o piso da S.O. com água e sabão 
a cada cirurgia.
c) Limpar mesa cirúrgica mesas auxiliares e 
bancadas, com água e sabão, em seguida 
fazer a desinfecção com álcool etílico a 
70%. Este procedimento deverá ser feito 
após cada cirurgia.
d) Em caso de contaminação com material 
orgânico, as superfícies contaminadas 
deverão ser desinfetadas e limpas da 
seguinte maneira:
• Retirar o material orgânico com pano de 
chão(trapo) ou papel toalha aplicando o 
hipoclorito de sódio 1% por 10 (dez 
minutos) na área contaminada.
• Limpar em seguida toda a superfície com 
água e sabão.
• Não utilizar glutaradeíldo ou fenol 
sintético na limpeza do ambiente.
• Em superfície metálica, utilizar o álcool 
etílico a 70%.
Obs.: Todo processo de limpeza e 
desinfecção deve ser executado pelo 
profissional usando E.P.I. (Equipamento de 
Proteção Individual).
5. Recomendações finais.
• Manter toda a unidade do centro cirúrgico 
sob refrigeração, com portas e janelas 
fechadas.
• Toda alimentação utilizada pelos 
profissionais no centro cirúrgico deve ser 
preparada fora da unidade. São permitidos 
em área afim: café, chá, leite, refresco, 
refrigerantes, biscoitos e sanduíches frios. 
Para alimentos não especificados acima 
(marmita, pratos e sanduíches quentes), o 
funcionário deverá utilizar sala na área 
externa do Centro-Cirúrgico, realizando a 
troca de roupa. Proibido qualquer tipo de 
alimento SO.
• Desprezar o lixo em sacos plásticos 
resistentes, encaminhá-los fechados para 
área de recolhimento para ser encaminhado 
à área de incineração.
• Manter os recipiente de lixo tampados.
• Desprezar toda roupa suja do Centro 
cirúrgico em sacos plásticos resistentes, 
encaminhá-los fechados para a área de 
recolhimento, para ser encaminhado à 
lavanderia.
• O sistema de ventilação e refrigeração no 
centro cirúrgico deve garantir o 
funcionamento da sala com uma 
temperatura média de 21º C, troca de ar na 
S.O. de no mínimo 15 vezes por hora de 
pressão positiva no seu interior.
• As soluções utilizadas no centro cirúrgico 
deverão conter em seu rótulo a data de 
abertura. Manter as soluções utilizadas em 
quantidade suficiente para o uso de sete 
dias.
2-Cuidados de Enfermagem no Pré-
Operatório,Transoperatório,Pós-
Operatório :
Definição de pré-operatório
É o período de tempo que tem 
início no momento em que se reconhece a 
necessidade de uma cirurgia e termina no 
momento em que o paciente chega à sala de 
operação.
PRFª I.M.C. R 5
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
Subdivide-se em mediato (desde a 
indicação para a cirurgia até o dia anterior a 
ela) e em imediato (corresponde às 24 horas 
anteriores à cirurgia).
Transoperatório 
 É o período do ato cirúrgico em si- 
passa-se dentro da sala de Cirurgia.
Definição de pós – operatório
É o período que se inicia a partir da 
saída do paciente da sala de cirurgia e 
perdura até a sua total recuperação
Subdivide –se em:
Mediato: (após 24 horas e até 7 
dias depois)
Tardio: (após 07 dias do 
recebimento da alta)
2.1-Cuidados Pré-Operatórios : 
1.Observar o estado do paciente , se tem 
secreção , se está com tosse , ou sinal de 
infecção, no caso de observar falar ao 
enfermeiro ou o Médico;
2.Pedir ao paciente que deixe de fumar nos 
dias anteriores da cirurgia , explicar o efeito 
que causa nas vias respiratórias , é possível 
de infecção;
3.Observar o surgimento de febre ou 
qualquer alteração dos sinais vitais
4.Orientar o paciente a realizar exercícios 
respiratórios para aumentar a ventilação , 
isso ajudanos cuidados pós-cirúrgicos, após 
recuperar da anestesia.
5.Coletar e encaminhar exames 
laboratoriais 
6.Acompanhar o paciente quando forem 
fazer exames tais como Radiografia ou 
Eletrocardiogramas;
7.Observar a atitude do paciente , no caso 
de estar abatido, ou em estado de agitação 
informar ao Enfermeiro ou ao Médico;
8.Orientar o acompanhante ,isso contribui 
para que fique mais tranqüilo e relaxado
9.Anotar no prontuário qualquer 
anormalidade 
2.2-.Cuidados Pré-Operatórios 
Imediatos:
 São os cuidados realizados doze 
horas de antecedência da Cirurgia 
1.Jejum por doze horas antes cirurgia , o 
cartaz ,deverá ser colocado visível 
indicando o jejum;
2.Banho na noite anterior , ou pela manhã 
3.Clister na noite anterior
4.Ministrar medicamento Pré- Operatório
5.Colher amostra de sangue e urina para 
controlar evolução dos procedimentos 
cirúrgicos realizados no paciente
6.Retirar próteses não fixas , óculos ,jóias , 
adornos ,guardando-os de maneira 
adequada e indicando a localização dos 
pacientes e de seus familiares 
PRFª I.M.C. R 6
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
7.Caso o paciente use lente , orientar 
limpeza , caso não traga orientar limpeza 
com S.F ,indicando qual corresponde ao 
olho D e E;
8.Necessidade Espiritual devemos atender 
conforme o pedido do paciente
9.Preparo da pele com tricomia do local a 
ser operado e limpeza com anti-séptico em 
região definida; 
 Tricotomia 
1.Material :
Aparelhos descartáveis, água morna com 
sabão esponja, a região ser depilada toalha 
para secar, e toalha grande para evitar que 
se molhe a cama;
Primeiramente ensaboar a região e em 
seguida passar o aparelho no sentido 
contrário do pelo, pelos longos, corta-se 
primeiramente com a tesoura.
Verificar arranhão na pele
Limpeza com anti-séptica em geral iodo , 
deixar agire depois agir e depois cobrir com 
campo estéril
2.3-Transoperatórios :
Durante a cirurgia os membros da Equipe 
que já se escovaram deverão manusear 
apenas os objetos esterilizados
A pele do paciente deverá ser 
meticulosamente limpa , o restante do corpo 
deverá ser coberta por lençóis estéries e 
permanece estéries ;
Os artigos estéries não utilizados devem ser 
descartados ou reesterelizados para que 
possam ser utilizados novamente
1. Equipe Cirúrgica :As pessoas 
separadamente ao entrar na sala 
de cirurgia caso algumas deixa a 
sala condição estéril será perdida 
para que volte a sala deverá usar 
capote , vestir e calçar as luvas;
2. Circulante É a pessoa que ainda 
não se escovou mais deverá ficar 
a uma distância segura dos 
campos estéris;
3. Colocação do Campo : Devem 
ser presos a superfície coberta e 
cobrir ambos os lados ;
4. Os campos estéris são mantidos 
na posição com o uso de pinças 
ou de material aderente ,esses 
campos não devem ser 
movimentados durante a 
cirurgia;
5. fornecimento de Material 
estéril , os pacotes devem serem 
abertos com facilidade , os 
braços de circulantes não devem 
esbarrar em campos estéris;
6. Soluções devem ficar na altura 
que não encostem nas luvas do 
cirurgião;
7. Posicionamento na mesa 
Cirúrgica :
PRFª I.M.C. R 7
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
Dependerá do procedimento a 
ser feito , bem como do estado 
físico do paciente :
1. Permanecer em uma posição 
confortável ;
2.A área cirúrgica deverá ficar 
exposta;
3. Não deverá haverpressão 
sobre os vasos;
4.Os suportes dos ombros devem 
ser acolchoados para evitarem a 
lesão do nervo , especialmente 
na posição de Trendelemburg;
5.Precauções de segurança 
devem serem observadas em 
pacientes: idosos, obesos,ou 
magros;
6.O paciente necessita de 
contenção gentil antes da 
indução, em caso de agitação 
também; 
3-Técnicas de Transporte no pré e pós-
operatório :
a-Transporte de Pacientes Críticos: - 
Equipe de transporte: O número de 
pessoas que participarão do transporte 
depende da gravidade da cirurgia e da 
complexidade e do número de 
equipamentos exigidos. Um mínimo de 
duas pessoas é o necessário, pessoas 
capazes de providenciar suporte de vias 
aéreas e que saibam interpretar possíveis 
alterações cardiovasculares e respiratórias 
que, porventura, ocorram no decorrer do 
transporte.Esse paciente deve ser avaliado 
antes e após a cirurgia para o tranporte. 
Podem fazer parte da equipe de 
transporte: o enfermeiro, o médico, os 
auxiliares e técnicos de enfermagem e o 
fisioterapeuta.
O médico deve acompanhar o transporte 
intra -hospitalar daqueles pacientes com o 
estado fisiológico instável e que podem 
precisar de intervenções agudas que estão 
além da capacidade técnica do enfermeiro, 
e técnico e do auxiliar de enfermagem. 
Sendo obrigatória a sua presença nas 
seguintes situações:
• pacientes com via aérea artificial 
(intubação endotraqueal, 
Crico/traqueostomia);
• presença de monitorização invasiva, tais 
como o uso de cateter de artéria pulmonar 
(Swan-Ganz).
b-Transporte para a sala de cirurgia
 Alguns cuidados devem ser observados 
no transporte do paciente até a sala de 
cirurgia:
 Garantir a segurança física e 
emocional do paciente: as 
grades devem estar erguidas, o 
profissional deve posicionar-se 
à cabeceira da maca;
 Avaliar a expressão facial do 
paciente;
 Cuidados com acesso venoso, 
drenos, infusões;
PRFª I.M.C. R 8
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
 Não realizar movimentos 
bruscos e manter o paciente 
protegido com o lençol devido 
ao frio.
 Comunicar-se com o paciente;
 Garantir um transporte tranqüilo;
 Evitar conversas 
desnecessárias, brincadeiras, 
ruídos, etc. respeitando o 
estado em que se encontra o 
paciente. 
c- Transporte para a mesa de cirurgia
Ao entrar no Centro Cirúrgico o 
profissional deve estar com a máscara 
devidamente posicionada na face. O 
paciente é transferido para a mesa 
cirúrgica e posicionado de acordo com a 
intervenção cirúrgica a que será 
submetido. As posições mais freqüentes 
são:
 Decúbito dorsal horizontal;
 Decúbito ventral horizontal;
 Decúbito lateral direito ou 
esquerdo;
 Posição de Trendelemburg;
 Trendelemburg reversa;
 Posição depage;
 Decúbito dorsal quebrado;
 Posição proctológica;
 Posição ginecológica;
 Posição canivete;
 Genupeitoral;
 Proclive.
A transferência da maca para a mesa 
cirúrgica deverá ser realizada com muito 
cuidado, evitando-se movimentos 
bruscos, contando preferencialmente 
com a ajuda de outros profissionais 
presentes na sala. Cuidados sempre com 
próteses, como tubo oro-traqueal e 
ventilação mecânica, drenos e cateteres ( 
dreno de tórax, cateter intracraniano ) 
que poderão acidentalmente ser 
tracionados durante a passagem do 
paciente para a mesa de cirurgia. Se for 
possível contar com a ajuda do próprio 
paciente.
d-Preparo para a Anestesia
O bloqueio anestésico é utilizado para 
que o procedimento transoperatório 
ocorra de forma que o paciente não sinta 
dores, ou para que o mesmo não faça 
movimentos bruscos em áreas que estão 
cirurgiadas. Durante a anestesia, os 
cuidados são basicamente prestados pelo 
anestesista, cabendo à enfermagem:
 Posicionar o paciente 
adequadamente para que ele 
possa aplicar o anestésico;
 Dar apoio ao paciente;
 Disponibilizar material e 
drogas anestésicas;
Humanização na Assistência de 
Enfermagem no Centro Cirúrgico
Para uma boa assistência de 
enfermagem é necessário observar os 
aspectos humanos:
 Receber bem o paciente;
 Perguntar o nome do paciente;
 Olhar para o paciente;
 Dizer quem é e o que faz na 
equipe;
 Preservar a intimidade do 
paciente;
 Não deixá-lo sozinho;
 Detectar condições de: medo, 
ansiedade, nervosismo, etc. e 
PRFª I.M.C. R 9
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
passar segurança e promovendo 
conforto;
e- Equipamentos e Materiais do Centro 
Cirúrgico
Equipamentos fixos: são aqueles que 
fazem parte da estrutura da sala:
 Foco central;
 Pontos de O2 e vácuo;
 Negatoscópio;
 Interruptores de tomadas;
 Ar condicionado, entre outros. 
 Equipamentos móveis: são aqueles que 
podem ser movimentados na sala:
 Mesa cirúrgica, mesas 
auxiliares, suporte de hampers, 
balde de lixo, escadinha, foco 
auxiliar, estrado, suporte de 
soro, arco, monitores, aspirador 
portátil, aparelho de anestesia, 
bisturi elétrico, mesa de mayo, 
mesa de instrumental, carro de 
anestesia, entre outros.
 Materiais:
 Esterilizado ( roupas para 
paramentação, campos 
operatórios, compressas, 
instrumental );
 Soluções, pomadas, material 
para curativo ( soros, 
degermantes, etc. );
 Sutura e procedimentos ( fios, 
agulhas, sondas, cateteres, 
próteses, seringas, luvas, etc. );
 Impressos ( receituário para 
medicamentos controlados, 
requisições para laboratório e 
banco de sangue, folha de 
relação de gastos, folha de 
gráfico de anestesia e 
impressos utilizados pela 
enfermagem ).
Posição do Paciente na Cirurgia 
 É determinado pelo anestesiologista 
ou cirurgião . 
 A equipe de enf. deve ter em mãos 
acessórios que auxiliem na melhor posição 
do pct. 
 A posição cirúrgica é aquela em que o 
pcte é colocado após ser anestesiado 
levando em conta principalmente a via de 
acesso cirúrgico. 
 As posições cirúrgicas são : dorsal ou 
decúbito dorsal , ventral ou decúbito 
ventral, posição lateral ou decúbito lateral , 
posição ginecológica . 
 Outras posições são especificadas 
para determinada cirurgia , seus objetivos 
são; prevenção para problemas futuros , não 
comprimir terminações nervosas, não forçar 
posições de braços ou pernas , protegê-lo 
do contato com superfície metálica , 
proteger as proeminências ósseas ; 
principalmente em pcts idosos para evitar 
formação de escaras e cuidar para que os 
membros ñ fiquem pendentes em cima da 
mesa de operação. 
f-Centro de Recuperação Pós-
anestésica ( CRPA ) –Indicativos de 
Recuperação 
É a unidade destinada a prestação de 
cuidados ao paciente submetido à 
intervenção cirúrgica que ainda se 
encontra sob efeitos anestésicos, 
geralmente apresentando algum tipo de 
instabilidade orgânica de sistemas vitais. 
Os pacientes permanecem nessa unidade 
até que os sistemas orgânicos tenham se 
recuperado totalmente dos efeitos da 
PRFª I.M.C. R 10
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
anestesia, ou seja, até que seja possível 
manter uma estabilidade hemodinâmica 
satisfatória, preferencialmente sem a 
utilização de medicamentos, que se 
restabeleçam as funções ventilatórias ou 
que haja uma considerável 
superficialização do nível de 
consciência. 
g-Assistência de Enfermagemno 
CRPA
Uma equipe de enfermagem 
especializada é fundamental, assim 
como a presença constante de um 
anestesista em cada equipe 
transdisciplinar de saúde.
O principal objetivo da enfermagem 
nessa unidade é cuidar do paciente no 
atendimento imediato das suas 
necessidades humanas básicas, a fim de 
que haja pronto restabelecimento das 
funções orgânicas vitais:
 Permanecer na sala de CRPA 
até o paciente recuperar 50% a 
75% dos sinais vitais;
 Avaliar sinais vitais de 15 em 
15 minutos, depois de 30 em 30 
minutos;
 Avaliar oxigenação, 
estimulando o movimento 
respiratório;
 Observar ocorrência de 
vômitos, lateralizar a cabeça;
 Limpar vias aéreas e aspirar se 
necessário;
 Manter vigilância, manter 
curativo limpo e seco;
 Tomar medidas para aliviar a 
dor;
 Realizar balanço hídrico;
 Proporcionar conforto e 
segurança;
 Informar a família sobre o 
estado do paciente.
h- Equipamentos do CRPA
Para uma perfeita monitorização do 
paciente, o CRPA deve dispor de:
 Equipamentos de 
monitorização de sinais vitais 
como monitores cardíacos e 
oximetria de pulso;
 Cama com grade e 
posicionamento;
 Central de O2 e vácuo;
 Suporte para soros, drenos, 
bombas de infusão, etc.;
 Medicamentos e materiais 
utilizados em emergência;
 Equipamentos para a 
manutenção de suporte 
avançado de vida, como por 
exemplo, ventiladores 
mecânicos artificiais, balão 
intra-aórtico, marca-passo 
externo, etc.
Os tipos de anestesias mais 
realizadas são:
 Anestesia Geral: Através da 
administração de 
medicamentos o paciente é 
mantido inconsciente, sem dor 
e imóvel durante todo o 
procedimento. Está indicada 
para cirugias sobre o Abdomem 
superior, tórax, cabeça, 
pescoço, cirurgias neurológicas 
e cardíacas. Cirurgias em 
crianças são realizadas, 
normalmente com anestesia 
geral para evitar movimentação 
brusca durante os 
procedimentos. Em alguns 
casos, é possível a 
administração de anestésicos 
locais, após a criança ter 
adormecido, nos locais onde as 
cirurgias são realizadas, para 
PRFª I.M.C. R 11
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
diminuir a dor pós-operatória. 
Atualmente, bloqueios 
anestésicos associados a 
anestesia geral são bastante 
comuns em crianças, dando 
mais conforto a este grupo de 
pacientes.
 
 A anestesia geral pode ser 
aplicada por via venosa, 
inalatória ou ambas. O 
anestesiologista é a pessoa que 
punciona a sua veia, coloca o 
soro, monitoriza todas as suas 
funções vitais-como batimentos 
cardíacos, respiração, pressão 
arterial, temperatura corporal e 
etc, mantendo-os normais ou 
tratando quando estes se 
alteram, através de monitores e 
avaliação clínica.
 Anestesia Regional: Através 
da administração de 
medicamentos obtemos 
anestesia de apenas algumas 
áreas do corpo, como por 
exemplo: 
-Anestesia Raquidiana: 
realizada com anestesia local, 
nas costas. O paciente fica com 
os membros inferiores e parte 
do abdomen completamente 
anestesiados e imóveis.
 
 -Anestesia Peridural: Também 
realizada pela adição de 
anestésicos locais nas costas 
próximos aos nervos que 
transmitem a sensibilidade 
dolorosa. Neste caso é possível 
se realizar o bloqueio de apenas 
algumas raízes nervosas ou 
várias - como anestesia 
peridural para mamoplastias, 
por exemplo, onde o 
anestesiologista pode anestesiar 
apenas a região do tórax onde 
estão localizadas as mamas. 
As diferenças entre raqui e 
peridural, são as quantidades 
totais de anestésicos, o local 
onde cada anestésico é 
administrado e o tipo de agulha 
utilizada.
Ambas têm vantagens e 
desvantagens - O 
anestesiologista, durante a 
consulta pré-anestésica, é a 
pessoa mais qualificada para 
esclarecer suas dúvidas sobre 
ambas.
 Os bloqueios de nervos 
periféricos são outro tipo e, 
neste caso, o anestesiologista 
administra o anestésico apenas 
ao redor dos nervos que irão 
para o local da cirurgia a ser 
realziada. Por exemplo, 
cirurgias sobre a mão podem 
ser realizadas com bloqueios 
dos nervos que inervam a mão, 
através da administração de 
anestésicos próximos a estes, 
na altura da axila ou do 
pescoço.
 A anestesia local é outro 
tipo, e esta podeser realizada 
com ou sem auxílio de drogas 
sedativas. A Sociedade 
Brasileira de Anestesiologia, 
juntamente com todas as suas 
filiadas, recomenda que todo o 
procedimento médico 
anestesiológico deva ser 
realizado por um médico 
anestesiologista. Pequenas 
doses de anestésicos locais, 
como por exemplo, para 
retirada de sinais de 
pele(nevus) são comumente 
realizados pelo médico 
cirurgião com ou sem a 
presença de um 
anestesiologista. As doses 
máximas de anestésicos locais 
devem ser respeitadas durante a 
sua utilização e o seu 
anestesiologista é a pessoa 
indicada para realizar tais 
cálculos e tratar eventuais 
complicações dos mesmos.
 Durante qualquer tipo de 
anestesia, o anestesiologista 
jamais se ausenta do lado do 
seu paciente, controlando sua 
pressão arterial, seus 
batimentos cardíacos, sua 
temperatura, seu grau de 
consciência e a sua respiração 
de 5/5 min ou menos, além de 
cuidar da manutenção do seu 
PRFª I.M.C. R 12
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
bem estar e toda e qualquer 
complicação clínica que possa 
ocorrer como consequência da 
cirurgia que o paciente está 
realizando ou de doenças 
prévias que por ventura estejam 
presentes no momento da 
operação." 
4-Tipos de Sondas
SONDAGEM VESICAL:. A sondagem 
vesical é a introdução de uma sonda ou 
cateter na bexiga, que pode ser realizada 
através da uretra ou por via supra-púbica, e 
tem por finalidade a remoção da urina. 
Suas principais indicações são: obtenção 
de urina asséptica para exame, esvaziar 
bexiga em pacientes com retenção urinária, 
em preparo cirúrgico e mesmo no pós 
operatório, para monitorizar o débito 
urinário horário e em pacientes 
inconscientes, para a determinação da urina 
residual ou com bexiga neurogênica que 
não possuam um controle esfincteriano 
adequado.
A sondagem vesical pode ser dita 
de alívio, quando há a retirada da sonda 
após o esvaziamento vesical, ou de 
demora, quando há a necessidade de 
permanência da mesmo. Nestas sondagens 
de demora, a bexiga não se enche nem se 
contrai para o seu esvaziamento, perdendo 
com o tempo, um pouco de sua tonicidade e 
levando à incapacidade de contração do 
músculo detrursor; portanto antes da 
remoção de sonda vesical de demora, o 
treinamento com fechamento e abertura da 
sonda de maneira intermitente, deve ser 
realizada para a prevenção da retenção 
urinária.
Sonda vesical de alívio Sondas 
vesicais de demora de duas e três vias 
vias - Quando há a necessidade de uma 
sonda de demora, é imperativo a utilização 
de um sistema fechado de drenagem, que 
consiste de uma sonda ou cateter de 
demora, um tubo de conexão e uma bolsa 
coletora que possa ser esvaziada através de 
uma valva de drenagem, tudo isto para a 
redução do risco de infecção (ilustração 
abaixo).
 
O risco de infecção é inerente ao 
procedimento; a colonização bacteriana 
ocorre na metade dos pacientes com sonda 
de demora por duas semanas e praticamente 
emtodos os pacientes após seis semanas de 
sondagem. 
PRFª I.M.C. R 13
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
DRENAGEM VESICAL SUPRA-
PÚBICA - É realizada através da 
introdução de um cateter após uma incisão 
ou punção na região supra-púbica, a qual é 
preparada cirurgicamente, sendo que o 
cateter é posteriormente conectado à um 
sistema de drenagem fechado. Suas 
indicações principais são pacientes com 
retenção urinária por obstrução uretral sem 
possibilidades de cateterização, em 
pacientes com neoplasia de próstata ou em 
pacientes com plegias, ou seja quando há 
necessidade de uso crônico da sonda. São 
várias as vantagens da drenagem supra-
púbica: os pacientes são capazes de urinar 
mais precocemente, é mais confortável do 
que uma sonda de demora trans-uretral, 
possibilita maior mobilidade ao paciente, 
maior facilidade de troca da sonda e 
principalmente apresenta um menor risco 
de infecção urinária. Como desvantagem é 
ser um método cirúrgico. 
 
TIPOS DE SONDAS OU CATETERES 
- variam de modelos e materiais, de acordo 
com o tipo de sondagem, se de alívio ou de 
demora. Para as sondagens de alívio, as 
mais utilizadas são a sonda de nelaton; para 
as sondagens de demora temos as sondas de 
duas vias, como a de Foley (figura abaixo) 
ou a de três vias para lavagem vesical.
 
Cuidados de Enfermagem - quanto ao 
material necessário: pacote esterilizado 
contendo: cuba rim, campo fenestrado, 
pinça, gaze, ampola de água destilada, 
seringa de 10 ml e cuba redonda, e ainda: 
sonda vesical, luvas esterilizadas, frasco 
com solução antisséptica (PVPI), saco 
plástico, recipiente para a coleta de urina e 
lubrificante (xylocaína esterilizada).
Cuidados de Enfermagem
De início devemos ao paciente uma 
orientação sobre as necessidades e técnicas. 
Após lavagem adequada das mãos, deve-se 
reunir todo o material necessário para o 
procedimento. O isolamento do paciente 
nos quartos comunitários é humano. Quanto 
à melhor posição, é para as mulheres a 
ginecológica e para os homens o decúbito 
dorsal com as pernas afastadas. Após a 
abertura do pacote de cateterismo, calçar 
luvas estéreis. 
Nas mulheres, realizar antissepsia 
da região pubiana, grandes lábios e colocar 
campo fenestrado; entreabrir os pequenos 
lábios e fazer antissepsia do meato uretral, 
PRFª I.M.C. R 14
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
sempre no sentido uretra-ânus, levando em 
consideração de que a mão em contato com 
esta região é contaminada e não deve voltar 
para o campo ou sonda. Introduzir a sonda 
lubrificada no meato urinário até a 
verificação da saída de urina. Se for uma 
sonda de Foley, insuflar o balão de 
segurança com água destilada, obedecendo 
o volume identificado na sonda. Conectar à 
extensão, fixar a sonda e reunir o material 
utilizado. Se for uma de alívio, aguardar 
esvaziar a bexiga e remover imediatamente 
a sonda.
Nos homens, após a antissepsia da região 
púbica, realiza-se o mesmo no pênis, 
inclusive a glande com movimentos 
circulares, e para a passagem do cateter, 
traciona-se o mesmo para cima, 
introduzindo-se a sonda lentamente.
Nas sondagens vesicais de demora, com o 
sistema de drenagem fechado, deve-se 
observar algumas regras para diminuição do 
risco de infecção do trato urinário: nunca 
elevar a bolsa coletora acima do nível 
vesical; limpeza completa duas vezes ao dia 
ao redor do meato uretral; nunca 
desconectar o sistema de drenagem 
fechado, e a troca do sistema deve ser 
realizado a cada sete dias na mulher e a 
cada 15 dias no homem, ou na vigência de 
sinais inflamatórios.
SONDAGEM GASTROINTESTINAL
A passagem de sonda gastrointestinal é a 
inserção de uma sonda de plástico ou de 
borracha, flexível, pela boca ou pelo nariz, 
cujos objetivos são:
1. descomprimir o estômago
2. remover gás e líquidos 
3. diagnosticar a motilidade intestinal 
4. administrar medicamentos e 
alimentos 
5. tratar uma obstrução ou um local 
com sangramento 
6. obter conteúdo gástrico para análise 
Tipos de Sonda - Enfatizaremos as mais 
utilizadas que são as sondas nasogástricas, 
sendo as mais utilizadas para 
descompressão, aspiração e irrigação 
(lavagem): 
Sonda de Levin - possui uma luz única, 
manufaturada com plástico ou borracha, 
com aberturas localizadas próxima à ponta; 
as marcas circulares contidas em pontos 
específicos da sonda servem como guia 
para sua inserção (figura 1)
Sonda gástrica simples - É uma sonda 
naso-gástrica radiopaca de plástico claro, 
dotada de duas luzes, usada para 
descomprimir o estômago e mantê-lo vazio. 
Sonda de Dobhoff – sonda utilizada com 
freqüência para alimentação enteral, sendo 
que como característica possui uma ponta 
pesada e flexível 
Sonda Nutriflex - possui 76 cm de 
comprimento e uma ponta pesada de 
mercúrio para facilitar a inserção.
Sonda de Sengstaken-Blakemore - é uma 
sonda utilizada especificamente para o 
tratamento de sangramentos de varizes 
esofageanas, possuindo três luzes com dois 
PRFª I.M.C. R 15
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
balões, sendo uma luz para insuflar o balão 
gástrico e outra para o balão esofageano.
Sonda de Miller-Abbott - é de duas luzes, 
sendo uma para introdução de mercúrio ou 
ar no balão do final da sonda e a outra para 
aspiração.
Figura 1 Figura 2
Cuidados de Enfermagem
1. orientação ao paciente sobre o 
procedimento
2. lavagem das mãos 
3. reunir o material e levar até o 
paciente: sonda, copo com água, 
seringa de 20 ml, gazes, 
lubrificante hidrossolúvel 
(xylocaína geléia) esparadrapo, 
estetoscópio e luvas. 
4. posicionar o paciente em Fowler ou 
decúbito dorsal 
5. medir o comprimento da sonda: da 
ponta do nariz até a base da orelha 
e descendo até o final do esterno, 
marcando-se com uma tira de 
esparadrapo 
6. Aplicar spray anestésico na 
orofaringe para facilitar a passagem 
e reprimir o reflexo do vômito. 
7. lubrificar cerca dos 10 cm. iniciais 
da sonda com uma substância 
solúvel em água (K-Y gel), 
introduzir por uma narina, e após a 
introdução da parte lubrificada, 
flexionar o pescoço de tal forma 
que o queixo se aproxime do tórax. 
Solicitar para o paciente que faça 
movimentos de deglutição, durante 
a passagem da sonda pelo esôfago, 
observando se a mesma não está na 
cavidade bucal. 
8. introduzir a sonda até a marca do 
esparadrapo. 
9. fixar a sonda, após a confirmação 
do seu posicionamento. 
COMPROVAÇÃO DE CORRETO 
POSICIONAMENTO
1. Teste da audição: colocar o 
diafragma do estetoscópio na altura do 
estômago do paciente e injetar rapidamente 
20 cc de ar pela sonda, sendo que o correto 
é a audição do ruído característico.
2. Aspiração do conteúdo: aspirar 
com uma seringa o conteúdo gástrico e 
determinar do seu pH. O pH do conteúdo 
gástrico é ácido (aproximadamente 3), do 
aspirado intestinal é pouco menos ácido 
(aproximadamente 6,5) e do aspirado 
respiratório é alcalino (7 ou mais); também 
está confirmado o correto posicionamento, 
se com a aspiração verificarmos restos 
alimentares.
3. Teste do borbulhamento: colocar 
a extremidade da sonda em um copo com 
água, sendo que se ocorrer borbulha, é sinal 
que está na traquéia.
4. Verificação de sinais: Importância 
para sinais como tosse, cianose e dispnéia.SONDAGEM RETAL
A mais importante utilização da sonda retal 
é para a lavagem intestinal, que possui 
como por finalidade: eliminar ou evitar a 
distensão abdominal e flatulência, facilitar a 
eliminação de fezes, remover sangue nos 
casos de melena e preparar o paciente para 
cirurgia, exames e tratamento do trato 
intestinal.
Cuidados de Enfermagem
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ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
1. orientar o paciente
2. preparo do material: forro, vaselina 
ou xylocaína geléia, papel 
higiênico, comadre, biombos, sonda 
retal, gaze, equipo de soro e luvas. 
3. lavar as mãos e utilizar luvas 
4. adaptar a sonda retal à solução 
prescrita e ao equipo de soro 
5. colocar o paciente na posição de 
Sims 
6. lubrificar cerca de 10 cm da sonda 
com vaselina 
7. afastar os glúteos e introduzir a 
sonda
8. no caso de lavagem intestinal, abrir 
o equipo, deixar escoar o líquido, 
fechar o equipo após e término, 
retirar a sonda e encaminhar o 
paciente ao banheiro ou colocá-lo 
em uma comadre. 
5-Equipe Cirurgica
Importância do Técnico de enf. na Sala 
de Cirurgia : auxilia 
diretamente a enfermeira é de sua função 
testar o funcionamento de todos os 
equipamentos , controle de material 
esterilizado, verificar prazos de validade e 
atuar também como Instrumentador 
cirúrgico ou circulante de sala. 
Circulante : É o profissional que pode ser 
o Técnico ou o Auxiliar de Enfermagem, 
que vai monitorar o paciente, ver as 
condições de perfusão do paciente e 
auxiliar o pessoal na sala de Cirurgia.
6-Assepsia da Sala de Cirurgia , 
Instrumental e Componentes 
Limpeza e desinfecção do Centro 
Cirúrgico 
 Considerar todo líquido ou material 
orgânico de qualquer paciente (em todas as 
cirurgias) como possível fonte de 
contaminação, procurando confinar essa a 
uma restrita área próxima à mesa cirúrgica. 
 A limpeza e desinfecção da sala de 
cirurgia podem ocorrer antes, durante e 
após a cirurgia, conforme objetivos 
específicos para cada um desses 
momentos: 
6.1 - Limpeza antes do início dos 
procedimentos cirúrgicos do dia: 
O objetivo é remover a poeira 
porventura acumulada em móveis e 
equipamentos após a limpeza 
realizada no final do turno do dia 
anterior.
• Realizar a limpeza das superfícies 
horizontais dos móveis e 
equipamentos com pano seco e 
limpo, umidificado com água ou 
solução desinfetante (de 
preferência, o álcool 70 %). 
 6.2 - Limpeza durante o procedimento 
cirúrgico: O objetivo é contribuir para a 
manutenção de ambiente limpo durante a 
cirurgia. Realizá-la, desde que não interfira 
com o ato cirúrgico ou a pedido do 
cirurgião.
• Manter limpa, o máximo possível, a 
sala de cirurgia durante todo o 
procedimento. Se necessária, 
realizar a limpeza do piso e 
superfícies durante a cirurgia . 
Trocar os hamperes e os cestos de 
lixo sempre que muito cheios, para 
evitar que transbordem e 
contaminem o piso.
 
6.3 - Limpeza após cada 
procedimento cirúrgico: O 
objetivo é recompor e preparar a 
sala para a próxima cirurgia. 
• Após cada procedimento cirúrgico, 
a sala de cirurgia deve ser limpa 
(piso e a mesa cirúrgica, a 
princípio) e, se necessário, realizar 
a limpeza e desinfecção localizada 
de equipamentos, piso, paredes, 
portas, teto, mobiliários e demais 
instalações. A necessidade de 
desinfecção é determinada pela 
presença de respingo ou deposição 
de matéria orgânica. 
• Para a desinfecção é utilizado o 
hipoclorito de sódio para as 
superfícies (pisos e paredes) e 
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ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
álcool 70 % para equipamentos e 
metais. Após a desinfecção, realizar 
a limpeza com água e sabão de toda 
a superfície. Secar muito bem as 
superfícies e os artigos / 
equipamentos. 
• A porta da sala de cirurgia deve 
permanecer sempre fechada, 
mesmo não havendo procedimento 
cirúrgico. 
• As Normas Internas de 
Funcionamento do Centro 
Cirúrgico prevêem o tempo de 15 
minutos, o qual pode ser estendido, 
para fins de limpeza e desinfecção 
entre as cirurgias. 
 6.4 - Limpeza no final da programação 
cirúrgica diária (ou do turno) e Limpeza 
semanal: O objetivo é a limpeza mais 
completa, reservando para a limpeza 
semanal todos os itens não atingidos, 
rotineiramente, pela limpeza terminal 
diária. Observar as Rotinas de limpeza e 
desinfecção de superfícies e 
equipamentos do Centro Cirúrgico. 
6.5 – Instrumentos, roupas sujas e 
resíduos infectantes (sólidos) 
• O material a ser esterilizado na 
CME deve ser acondicionado em 
recipiente resistente à perfuração, 
observando os cuidados para evitar 
acidentes com materiais 
perfurocortantes (Ex.: pinças 
fechadas e bisturi sem a lâmina).
• Os resíduos sólidos devem ser 
descartados em sacos plásticos 
próprios, sem extravasamento de 
material ou líquido, mantendo a 
superfície externa limpa.
• Os materiais perfurocortantes 
devem ser desprezados em 
coletores especiais.
• As roupas sujas devem ser 
acondicionadas em sacos plásticos 
especiais, evitando o 
extravasamento de líquidos e 
mantendo limpa a superfície 
externa do saco coletor. 
• O transporte de resíduos sólidos e 
de roupa suja deve ser feito em 
carrinhos próprios e fechados, que 
circulam apenas na área verde. O 
recolhimento da roupa e dos 
resíduos deve ser feito em 
freqüência que não permita o 
acúmulo excessivo.
6.6- Programa de educação continuada 
 O gerenciamento voltado para a 
qualidade da assistência e a humanização 
constitui a base sobre a qual o programa de 
educação continuada deve ser construído. 
Uma vez que várias equipes profissionais 
atuam no setor, a harmonização das ações 
das várias chefias é o primeiro objetivo.
 A elaboração, implantação e 
desenvolvimento de um programa de 
educação continuada, além do 
aperfeiçoamento técnico e profissional das 
pessoas, devem estar voltados para o 
desenvolvimento da equipe 
multiprofissional, levando esta a uma 
atuação harmoniosa, efetiva e eficiente. 
 Estrategicamente, o programa de 
educação continuada deve compreender 
algumas etapas, entre essas: 
 6.1 - Atualização e definição de 
normas e rotinas:
 A partir das Normas Internas de 
Funcionamento do Centro Cirúrgico e 
das normas da instituição (inclusive, as 
recomendações técnicas do NCIH), as 
atividades assistenciais devem ser 
revisadas, agrupadas e definidas em 
processos de trabalho. Estes, por sua vez, 
devem ser descritos em rotinas, na forma de 
procedimentos operacionais padronizados 
(POPs). 
 Nesta etapa, o envolvimento da equipe 
de saúde já constitui em si, um importante 
elemento de educação e integração. 
 6.2 - Ações educativas:
 As ações educativas formais (cursos e 
treinamentos) ou informais devem ser 
contínuas e abrangentes. O treinamento 
periódico em relação às normas e rotinas do 
setor deve ser priorizado e sempre 
registrado. O objetivo é atingir, de forma 
regular, todos os profissionais que exercem 
atividades no Centro Cirúrgico: equipe de 
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enfermagem e médica (cirurgiões, 
anestesistas e médicos-residentes). 
 Adicionalmente, a equipe de limpeza e o 
pessoal administrativo que exerce 
atividades regulares no Centro Cirúrgico 
devem ser treinados.
 Os médicos residentese os novos 
servidores devem ser instruídos assim que 
iniciam as atividades no Centro Cirúrgico, 
conforme definido nas Normas Internas 
de Funcionamento do Centro Cirúrgico . 
 
6.3 - Avaliação e supervisão 
sistemática: A avaliação e a 
supervisão sistemática do 
desempenho individual e da equipe 
contribuem para o desenvolvimento 
da qualidade dos processos de 
trabalho, orientando ainda as 
atividades de educação continuada.
7-Feridas e Curativos 
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO 
A pele é o maior órgão do corpo 
humano, tendo como principais 
funções: proteção contra infecções, 
lesões ou traumas, raios solares e 
possui importante função no controle 
da temperatura corpórea.A pele é 
subdividida em derme e epiderme. A 
epiderme, histologicamente constituída 
das camadas basal, espinhosa, 
granulosa, lúcida e córnea é um 
importante órgão sensorial. Na derme, 
encontramos os vasos sanguíneos, 
linfáticos, folículos pilosos, glândulas 
sudoríparas e sebáceas, pelos e 
terminações nervosas, além de células 
como: fibroblastos, mastócitos, 
monócitos, macrófagos, plasmócitos 
entre outros.
FERIDAS : As feridas são conseqüência 
de uma agressão por um agente ao tecido 
vivo.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS : As 
feridas podem ser classificadas de várias 
maneiras: pelo tipo do agente causal, de 
acordo com o grau de contaminação, pelo 
tempo de traumatismo, pela profundidade 
das lesões, sendo que as duas primeiras são 
as mais utilizadas. 
QUANTO AO AGENTE CAUSAL
1. Incisas ou cortantes - são provocadas 
por agentes cortantes, como faca, bisturi, 
lâminas, etc.; suas características são o 
predomínio do comprimento sobre a 
profundidade, bordas regulares e nítidas, 
geralmente retilíneas. Na ferida incisa o 
corte geralmente possui profundidade igual 
de um extremo à outro da lesão, sendo que 
na ferida cortante, a parte mediana é mais 
profunda.
2. Corto-contusa - o agente não tem corte 
tão acentuado, sendo que a força do 
traumatismo é que causa a penetração do 
instrumento, tendo como exemplo o 
machado.
3. Perfurante são ocasionadas por agentes 
longos e pontiagudos como prego, alfinete. 
Pode ser transfixante quando atravessa um 
órgão, estando sua gravidade na 
importância deste órgão.
4. Pérfuro-contusas - são as ocasionadas 
por arma de fogo, podendo existir dois 
orifícios, o de entrada e o de saída.
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ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
5. Lácero-contusas - Os mecanismos mais 
freqüentes são a compressão: a pele é 
esmagada de encontro ao plano subjacente, 
ou por tração: por rasgo ou arrancamento 
tecidual. As bordas são irregulares, com 
mais de um ângulo; constituem exemplo 
clássico as mordidas de cão.
6. Perfuro-incisas - provocadas por 
instrumentos pérfuro-cortantes que 
possuem gume e ponta, por exemplo um 
punhal. Deve-se sempre lembrar, que 
externamente, poderemos ter uma pequena 
marca na pele, porém profundamente 
podemos ter comprometimento de órgãos 
importantes como na figura abaixo na qual 
pode ser vista lesão no músculo cardíaco.
7. Escoriações - a lesão surge 
tangencialmente à superfície cutânea, com 
arrancamento da pele.
8. Equimoses e hematomas - na equimose 
há rompimento dos capilares, porém sem 
perda da continuidade da pele, sendo que 
no hematoma, o sangue extravasado forma 
uma cavidade.
Também as feridas podem ser 
classificadas de acordo com o GRAU DE 
CONTAMINAÇÃO. Esta classificação tem 
importância pois orienta o tratamento 
antibiótico e também nos fornece o risco de 
desenvolvimento de infecção.
1. limpas - são as produzidas em 
ambiente cirúrgico, sendo que não 
foram abertos sistemas como o 
digestório, respiratório e genito-
urinário. A probabilidade da 
infecção da ferida é baixa, em torno 
de 1 a 5%.
2. limpas-contaminadas – tabém são 
conhecidas como potencialmente 
contaminadas; nelas há 
contaminação grosseira, por 
exemplo nas ocasionadas por faca 
de cozinha, ou nas situações 
cirúrgicas em que houve abertura 
dos sistemas contaminados 
descritos anteriormente. O risco de 
infecção é de 3 a 11%. 
3. contaminadas - há reação 
inflamatória; são as que tiveram 
contato com material como terra, 
fezes, etc. Também são 
consideradas contaminadas aquelas 
em que já se passou seis horas após 
o ato que resultou na ferida. O risco 
de infecção da ferida já atinge 10 a 
17%.
4. infectadas - apresentam sinais 
nítidos de infecção.
CICATRIZAÇÃO: Após ocorrer a lesão a 
um tecido, imediatamente iniciam-se 
fenômenos dinâmicos conhecidos como 
cicatrização, que é uma seqüência de 
respostas dos mais variados tipos de células 
(epiteliais, inflamatórias, plaquetas e 
fibroblastos), que interagem para o 
restabelecimento da integridade dos tecidos. 
O tipo de lesão também possui importância 
no tipo de reparação; assim, em uma ferida 
cirúrgica limpa, há necessidade de mínima 
quantidade de tecido novo, enquanto que 
por exemplo em uma grande queimadura, 
há necessidade de todos os recursos 
orgânicos para cicatrização e defesa contra 
uma infecção. Na seqüência da cicatrização 
de uma ferida fechada, temos a ocorrência 
de quatro fases distintas: inflamatória, 
epitelização, celular e fase de fibroplasia. 
1. Fase inflamatória - O processo 
inflamatório é de vital importância 
para o processo de cicatrização; de 
início, ocorre vaso-constricção 
PRFª I.M.C. R 20
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
fugaz, seguida de vaso-dilatação, 
que é mediada principalmente pela 
histamina, liberada por mastócitos, 
granulócitos e plaquetas com 
aumento da permeabilidade e 
extravasamento de plasma; possui 
duração efêmera de mais ou menos 
30 minutos, sendo que a 
continuidade da vaso-dilatação é de 
responsabilidade de 
prostaglandinas..
2. Fase de epitelização - Enquanto 
que a fase inflamatória ocorre na 
profundidade da lesão, nas bordas 
da ferida suturada, em cerca de 24 a 
48 horas, toda a superfície da lesão 
estará recoberta por células 
superficiais que com o passar dos 
dias, sofrerão fenômenos de 
queratinização.
3. Fase celular - No terceiro e quarto 
dia, após a lesão, fibroblastos 
originários de células 
mesenquimais, proliferam e 
tornam-se predominantes ao redor 
do décimo dia. Agem na secreção 
de colágeno, matriz da cicatrização, 
e formam feixes espessos de actina. 
O colágeno é responsável pela 
força e integridade dos tecidos. 
A rede de fibrina que se forma no interior 
da ferida orienta a migração e o 
crescimento dos fibroblastos. Os 
fibroblastos não tem a capacidade de lisar 
restos celulares, portanto tecidos 
macerados, coágulos e corpos estranhos 
constituem uma barreira física à 
proliferação com retardo na cicatrização.
Após o avanço do fibroblasto, surge uma 
rede vascular intensa, que possui papel 
crítico para a cicatrização das feridas. Esta 
fase celular dura algumas semanas, com 
diminuição progressiva do número dos 
fibroblastos.
4. Fase de fibroplasia - Caracteriza-
se pela presença de colágeno, 
proteína insolúvel, sendo composto 
principalmente de glicina, prolina e 
hidroxiprolina. Para sua formação 
requer enzimas específicas que 
exigem co-fatores como oxigênio, 
ferro, ácido ascórbico, daí suas 
deficiências levarem ao retardo da 
cicatrização. Esta fase de 
fibroplasia não tem um final 
definido, sendo que as cicatrizes 
continuam modelando-se por meses 
e anos, sendo responsabilidade da 
enzima colagenase. Esta ação é 
importante para impedir a 
cicatrização excessiva que se traduz 
peloquelóide.
A cicatrização pode se fazer por primeira, 
segunda e terceira intenção. Na cicatrização 
por primeira intenção, ocorre a volta ao 
tecido normal, sem presença de infecção e 
as extremidades da ferida estão bem 
próximas, na grande maioria das vezes, 
através da sutura cirúrgica. Na cicatrização 
por segunda intenção, não acontece a 
aproximação das superfícies, devido ou à 
grande perda de tecidos, ou devido a 
presença de infecção; neste caso, há 
necessidade de grande quantidade de tecido 
de granulação. Diz-se cicatrização por 
terceira intenção, quando se procede ao 
fechamento secundário de uma ferida, com 
utilização de sutura.
Nas feridas abertas (não 
suturadas), ocorre a formação de um 
tecido granular fino, vermelho, macio e 
sensível, chamado de granulação, cerca de 
12 a 24 horas após o trauma. Neste tipo de 
tecido um novo fato torna-se importante, 
que é a contração, sendo que o responsável 
é o miofibroblasto; neste caso, não há a 
produção de uma pele nova para recobrir o 
defeito. A contração é máxima nas feridas 
abertas, podendo ser patológica, 
ocasionando deformidades e prejuízos 
funcionais, o que poderia ser evitado, 
através de um enxerto de pele. Excisões 
repetidas das bordas diminuem bastante o 
fenômeno da contração.
Deve-se enfatizar a diferença entre 
contração vista anteriormente, e retração 
que é um fenômeno tardio que ocorre 
principalmente nas queimaduras e em 
regiões de dobra de pele.
Existem alguns fatores que 
interferem diretamente com a 
cicatrização normal: 
PRFª I.M.C. R 21
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
Idade - quanto mais idoso, menos flexíveis 
são os tecidos; existe diminuição 
progressiva do colágeno.
Nutrição - está bem estabelecida a relação 
entre a cicatrização ideal e um balanço 
nutricional adequado.
Estado imunológico - a ausência de 
leucócitos, pelo retardo da fagocitose e da 
lise de restos celulares, prolonga a fase 
inflamatória e predispõe à infecção; pela 
ausência de monócitos a formação de 
fibroblastos é deficitária.
Oxigenação - a anóxia leva à síntese de 
colágeno pouco estável, com formação de 
fibras de menor força mecânica.
Diabetes - A síntese do colágeno está 
diminuída na deficiência de insulina; 
devido à microangiopatia cutânea, há uma 
piora na oxigenação; a infecção das feridas 
é preocupante nessas pacientes.
Drogas - As que influenciam sobremaneira 
são os esteróides, pois pelo efeito anti-
inflamatório retardam e alteram a 
cicatrização.
Quimioterapia - Levam à neutropenia, 
predispondo à infecção; inibem a fase 
inflamatória inicial da cicatrização e 
interferem nas mitoses celulares e na 
síntese protêica.
Irradiação - Leva à arterite obliterante 
local, com conseqüente hipóxia tecidual; há 
diminuição dos fibroblastos com menor 
produção de colágeno.
Tabagismo - A nicotina é um vaso-
constrictor, levando à isquemia tissular, 
sendo também responsável por uma 
diminuição de fibroblastos e macrocófagos. 
O monóxido de carbono diminui o 
transporte e o metabolismo do oxigênio. 
Clinicamente observa-se cicatrização mais 
lenta em fumantes.
Hemorragia - O acúmulo de sangue cria 
espaços mortos que interferem com a 
cicatrização.
Tensão na ferida - Vômitos, tosse, 
atividade física em demasia, produzem 
tensão e interferem com a boa cicatrização 
das feridas.
A grande complicação das feridas é a sua 
INFECÇÃO, sendo que os fatores 
predisponentes podem ser locais ou gerais. 
Os locais são: contaminação, presença de 
corpo estranho, técnica de sutura 
inadequada, tecido desvitalizado, hematoma 
e espaço morto. São fatores gerais que 
contribuem para aumentar este tipo de 
complicação: debilidade, idade avançada, 
obesidade, anemia, choque, grande período 
de internação hospitalar, tempo cirúrgico 
elevado e doenças associadas, 
principalmente o diabetes e doenças 
imunodepressoras. Outras complicações são 
a HEMORRAGIA e a DESTRUIÇÃO 
TECIDUAL.
Curativos : Por definição, curativo é todo 
material colocado diretamente por sobre 
uma ferida, cujos objetivos são: evitar a 
contaminação de feridas limpas; facilitar a 
cicatrização; reduzir a infecção nas lesões 
contaminadas; absorver secreções, facilitar 
a drenagem de secreções, promover a 
hemostasia com os curativos compressivos, 
manter o contato de medicamentos junto à 
ferida e promover conforto ao paciente.
Os curativos podem ser abertos ou 
fechados, sendo que os fechados ou 
oclusivos são subdivididos em úmidos e 
secos. Os curativos úmidos tem por 
finalidade: reduzir o processo inflamatório 
por vaso-constricção; limpar a pele dos 
exudatos, crostas e escamas; manter a 
drenagem das áreas infectadas e promover a 
cicatrização pela facilitação do movimento 
das células. 
O tratamento da ferida envolve, após 
verificação dos sinais vitais e de uma 
anamnese sucinta sobre as condições em 
que ocorreram as lesões os seguinte 
tópicos: 
1. classificação das feriadas: se 
existe perda de substância, se há 
penetração da cavidade, se há perda 
funcional ou se existe corpo 
estranho e a necessidade de exames 
auxiliares. 
PRFª I.M.C. R 22
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
2. anti-sepsia: básicamente a 
irrigação vigorosa e intensa com 
soro fisiológico é bastante eficaz 
para a diminuição da infecção. 
3. anestesia 
4. hemostasia, exploração e 
desbridamento: a hemostasia deve 
ser muitas vezes realizada antes de 
qualquer outro procedimento, até 
em via pública.
5. sutura da lesão.
As soluções mais utilizadas nos curativos 
são: soro fisiológico para limpeza e como 
emoliente; soluções anti-sépticas como 
polvidine tópico ou tintura a 10% (PVPI – 
Polivinil Pirrolidona) ou cloro-hexidine a 
4%; álcool iodado com ação secante e 
cicatrizante e o éter que remove a camada 
gordurosa da pele, sendo útil na retirada de 
esparadrapos e outros adesivos. 
Os princípios científicos relacionados à 
uma curativo são: microbiológico - técnica 
asséptica no manuseio do material estéril; 
físico - movimentos de execução, 
mobilização e imobilização; químico e 
farmacológico - sobre as substâncias 
utilizadas, e sociológicos - orientação para a 
paciente e família quanto aos cuidados 
necessários.
Existem alguns tipos de ferida que devem 
ser particularizadas: nas lesões por 
mordeduras, em princípio, as mesmas não 
devem ser suturadas, pois são 
potencialmente infectadas; apenas naquelas 
que são profundas, com comprometimento 
do plano muscular, este deve se 
aproximado. 
Nas feridas por arma de fogo, a decisão da 
retirada do projétil deve ser avaliado caso à 
caso; caso haja apenas um orifício, este não 
deve ser suturado, devendo-se lavar bem o 
interior do ferimento, sendo que quando 
houver dois orifícios, um deles poderá ser 
suturado. As lesões por prego devem ser 
limpas e não suturadas, tomando-se o 
cuidado com a profilaxia do tétano.
A seguir, citaremos algumas das 
substâncias mais utilizadas em curativos de 
feridas abertas e infectadas, principalmente 
no tocante de indicação, mecanismo de 
ação e maneira de utilização. Considerações 
mais profundas sobre o assunto, serão 
tratadas em futuras Disciplinas.
PAPAÍNA - é uma enzima proteolítica 
extraída do látex da caricapapaya.
Indicação: em todo tecido necrótico, 
particularmente naqueles com crosta 
Mecanismo de ação: ação anti-
inflamatória, bactericida e cicatricial; atuacomo desbridante
Modo de usar: preparar a solução em 
frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze 
embebida na solução
Observações: a diluição é feita de acordo 
com a ferida: 10% em tecido necrosado, 6% 
nas com exudato purulento e 2% naquelas 
com pouco exudato.
HIDROCOLÓIDE - partículas hidroativas 
em polímero inerte impermeável
Indicação - lesões não infectadas com ou 
sem exudato, áreas doadoras e incisões 
cirurgicas
Mecanismo de ação - promove barreira 
protetora, isolamento térmico, meio úmido, 
prevenindo o ressecamento, desbridamento 
autolítico, granulação e epitelização
Modo de usar - irrigar a lesão com soro 
fisiológico, secar as bordas e aplicar 
hidrocolóide e fixar o curativo à pele
Observações - não deve ser utilizado para 
feridas infectadas 
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIA 
(TCM) - ácidos graxos essenciais, lipídios 
insaturados ricos em ácido linolêico
Indicação - todos os tipos de lesões, 
infectadas ou não, desde que desbridadas 
previamente
Mecanismo de ação - promove 
quimiotaxia para leucócitos, facilita a 
entrada de fatores de crescimento nas 
PRFª I.M.C. R 23
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
células, promove proliferação e mitose 
celular, acelerando as fases da cicatrização.
Modo de usar - irrigar a lesão com soro 
fisiológico, aplicar AGE por toda a área da 
ferida e cobrir.
Observações - não é agente desbridante, 
porém estimula o desbridamento autolítico.
OUTRAS SUBSTÂNCIAS
Carvão ativado - nas feridas infectadas 
exudativas
Alginato de cálcio - nas lesões exudativas 
com sangramento
Filme com membrana de poliuretano - 
para proteção de lesões profundas não 
infectadas.
PRINCÍPIOS PARA O CURATIVO 
IDEAL
TURNER - 1982
1. Manter elevada umidade entre a 
ferida e o curativo
2. Remover excesso de exudação 
3. Permitir troca gasosa 
4. Fornecer isolamento térmico 
5. Ser impermeável à bactérias 
6. Ser asséptico 
7. Permitir a remoção sem traumas 
PROCEDIMENTOS PRÁTICOS
CURATIVO DE FERIDAS SIMPLES E 
LIMPAS
1. Lavar as mãos para evitar infecção
2. Explicar o procedimento ao 
paciente e familiares, para 
assegurar sua tranqüilidade 
3. Reunir todo o material em uma 
bandeja auxiliar 
4. Fechar a porta para diminuir 
corrente de ar 
5. Colocar o paciente em posição 
adequada 
6. Manipulação do pacote de curativo 
com técnica asséptica, incluindo a 
utilização de luvas 
7. Remover o curativo antigo com 
pinça dente de rato 
8. Fazer a limpeza da incisão com 
pinça de Kelly com gaze 
umedecida em soro fisiológico, 
com movimentos semi-circulares, 
de dentro para fora, de cima para 
baixo, utilizando-se as duas faces 
da gaze, sem voltar ao início da 
incisão 
9. Secar a incisão de cima para baixo 
10. Secar as laterais da incisão de cima 
para baixo 
11. Colocar medicamentos de cima 
para baixo, nunca voltando a gaze 
onde já passou 
12. Retirar o excesso de medicação 
13. Passar éter ao redor da incisão 
14. Curativo quando necessário 
15. Lavar as mãos 
16. Recolher o material 
CURATIVO DE FERIDAS ABERTAS 
OU INFECTADAS
As diferenças básicas, podem ser assim 
resumidas:
1. Os curativos de ferida aberta, 
independente do seu aspecto, serão 
sempre realizados conforme a 
técnica de curativo contaminado, 
ou seja, de fora para dentro.
2. Para curativos contaminados com 
secreção, principalmente em 
membros, colocar uma bacia na 
área a ser tratada, lavando-a com 
soro fisiológico a 0,9%. 
3. As soluções anti-sépticas mais 
utilizadas são a solução aquosa de 
PVPI a 10% (1% de iodo livre) e 
cloro-hexidine a 4%. 
4. Quando houver necessidade de 
troca de vários curativos em um 
mesmo paciente, deverá iniciar 
pelos de incisão limpa e fechada, 
seguindo-se de ferida aberta não 
infectada, depois os de ferida 
infectada, e por último as 
colostomias e fístulas em geral 
5. Utilizar máscaras, aventais e luvas 
esterilizadas. 
PRFª I.M.C. R 24
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
7-Paramentação Cirurgica
TÉCNICA DE PARAMENTAÇÃO
Também é atribuição do circulante ajudar 
os integrantes da equipe cirúrgica a se 
paramentarem. Para tanto, no momento de 
vestir o avental, o circulante deve 
posicionar-se de frente para as costas do 
membro da equipe que está se 
paramentando, introduzir as mãos nas 
mangas - pela parte interna do avental - e 
puxar até que os punhos cheguem nos 
pulsos; amarrar as tiras ou amarilhos do 
decote do avental, receber os cintos pela 
ponta e amarrar; posteriormente, apresentar 
as luvas. Após auxiliar a equipe a se 
paramentar, abrir o pacote com o 
impermeável sobre a mesa do
instrumentador e a caixa de instrumentais 
sobre a mesa auxiliar, fornecer ao 
instrumentador os materiais esterilizados 
(gaze, compressas, fios, cúpulas, etc.) e 
oferecer ao cirurgião a bandeja de material 
para antissepsia. Auxiliar o anestesista a 
ajustar o arco de narcose e o suporte de soro 
de cada lado da mesa cirúrgica, fixar as 
pontas dos campos esterilizados - recebidos 
do assistente - no arco e suportes, formando 
uma tenda de separação entre o campo 
operatório e o anestesista. Posteriormente, 
aproximar da equipe cirúrgica o hamper 
coberto com campo esterilizado e o balde 
de lixo; conectar a extremidade de borracha 
recebida do assistente ou instrumentador ao 
aspirador,e ligá-lo.
8-Centro Cirúrgico Planejamento e 
Organização da Unidade e Terminologia 
Cirurgica
 CENTRO DE MATERIAL E 
ESTERELIZAÇÃO 
PRFª I.M.C. R 25
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
Esterilização: É o procedimento utilizado 
para a completa destruição de todas as 
formas de vida microbiana (bactérias, 
fungos, vírus e esporos), com o objetivo de 
evitar infecções e contaminações pelo uso 
de artigos hospitalares contaminados, 
principalmente os considerados críticos. 
Os processos de esterilização podem 
utilizar agentes químicos ou físicos. 
 Desinfecção: Redução do número 
de microorganismos (patogênicos 
ou não), na forma vegetativa (não 
esporulada), em artigos semi-
críticos, pela ação de agentes 
químicos ou físicos. 
 Assepsia: Eliminação ou redução 
do número de microorganismos da 
pele, mucosas, tecidos ou fluidos 
através de agentes químicos com 
baixa toxicidade para o usuário. 
 Limpeza: Remoção física das 
sujidades visíveis, através da ação 
mecânica e/ou química. 
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO 
 AGENTES FÍSICOS :
Meios físicos 
Água em ebulição: indicado na desinfecção 
e descontaminação de artigos termo-
resistentes com um tempo de exposição de 
30 minutos. 
Máquinas automáticas com água quente: 
indicadas na desinfecção de artigos de 
inaloterapia, acessórios de respiração, 
material de intubação, etc. Indicadas para 
limpeza de artigos críticos, antes de 
sofrerem o processo de esterilização ou 
para desinfecção de alto nível, com tempo 
de exposição de 30 min. a temperatura que 
podem variar de 60 a 95 ºC. 
 AGENTES QUÍMICOS: 
 Utilização de germicidas para o processo 
de desinfecção dos artigos. Os 
desinfetantes mais utilizados nos hospitais 
são: 
• Compostos clorados; 
• Álcoois (etílico e isopropílico); 
• Aldeídos (formaldeído, glutaraldeído); 
• Fenólicos (fenóis, cresóis, parafenóis); 
• Peróxido de hidrogênio; 
• Iodóforos; 
• Quaternário de amônio. 
Para a ação adequada dos desinfetantes, 
observar a forma correta de uso, 
concentração apropriada, tempo de 
exposição e validade do produto; 
 CALOR:
É o agente esterilizante maisantigo, mais 
conhecido, mais simples, mais econômico 
e mais seguro. Pode chegar até os artigos 
médicos através de ar úmido ou seco. 
Calor úmido (ou vapor saturado) Pode ser 
conduzido à temperatura de 100 ºC à 
pressão atmosférica, ou a temperaturas 
acima de 100 ºC sob pressão superior à 
atmosférica. 
Calor seco 
Sempre conduzido a temperaturas 
superiores a 100 ºC e à pressão atmosférica. 
Efeitos do Calor 
O mecanismo de morte pelo calor mais 
eficaz está relacionado com a desnaturação 
ou coagulação das proteínas dos 
microorganismos. 
VAPOR: (três formas mais comuns) 
Vapor Saturado Seco 
É o vapor contendo somente água no estado 
gasoso, agregando tanta água quanto 
possível para a sua temperatura e pressão. É 
a forma mais eficiente de vapor para 
esterilização. 
Vapor Saturado Úmido 
É normalmente formado quando a água da 
caldeira (ou o condensado das 
tubulações) são carregados pelo vapor 
quando injetado na câmara da 
esterilizadora. 
O resultado é um excesso de água que pode 
molhar os itens. 
Vapor Saturado Superaquecido 
Formado a partir de vapor saturado 
submetido a temperaturas mais elevadas. O 
vapor torna-se seco, diminuindo a 
eficiência das trocas térmicas na 
esterilização. A tabela mostra que quanto 
maior a quantidade de água (umidade) no 
vapor, menor 
PRFª I.M.C. R 26
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
será a temperatura necessária para a 
coagulação de uma determinada proteína. 
RADIAÇÕES:
Esterilização por Radiação: É um método 
de esterilização a baixa temperatura que 
pode ser utilizada onde a esterilização pelo 
calor causa danos inaceitáveis ao produto. 
Pode ser uma alternativa ao óxido de 
etileno e formaldeído, porém por razões 
econômicas esse método é normalmente 
disponível somente em escala industrial. 
Aplicações: artigos médico-hospitalares 
(seringas, agulhas hipodérmicas, fios 
cirúrgicos, luvas, medicamentos, etc.). 
As radiações podem ser IONIZANTES e 
NÃO IONIZANTES, em função do 
comprimento de onda (energia). 
 Radiações Ionizantes: aquelas que, 
quando incidem sobre um material, 
deslocam elétrons dos átomos devido ao 
elevado teor energético (Raios Gama, Raios 
X, Raios Alfa, Raios Beta). 
.. Radiações Não Ionizantes: Aquelas que, 
quando incidem sobre um material, 
produzem vibrações ou choques com 
alterações mecânicas, térmicas, mas não 
têm energia suficiente para deslocar 
elétrons dos átomos (Raios Ultravioletas, 
Ondas Curtas ou Micro-ondas, Raios 
Infravermelhos). Raios Gama: Os Raios 
Gama são radiações de elevada energia, 
emitidas por isótopos radioativos de 
Cobalto 60, Césio 137 ou Tântalo 182. 
LIMPEZA E DESINFECÇÃO 
Desinfecção é um processo gradual que, 
igual a todos as reações químicas, requer 
um tempo para completar-se. A velocidade 
da desinfecção depende: Da natureza e da 
concentração do desinfetante; Da 
temperatura.
ESTOCAGEM DO MATERIAL: Após a 
esterilização é fundamental que os pacotes 
estejam íntegros e secos, para que possam 
conservar a esterilidade. Devem ser 
manuseados o mínimo possível e estocados 
em armários fechados. O prazo de 
validade da esterilização depende do: 
.. Tipo de esterilização; 
.. Tipo de embalagem; 
.. Local de armazenamento. 
TIPOS DE APARELHOS PARA 
ESTERELIZAÇÃO:
 Autoclaves são equipamentos que 
utilizam vapor saturado para 
realizarem os processos de 
esterilização. O vapor saturado, ou 
seja, de temperatura equivalente à 
do ponto de ebulição da água na 
pressão considerada, é o meio de 
esterilização mais econômica para 
materiais termorresistentes, além do 
curto tempo do processo.
A esterilização só ocorrerá quando: 
.. Todo ar for exaurido da câmara e do 
interior dos pacotes; 
.. O agente esterilizante (vapor) atingir no 
microorganismo; 
.. A temperatura atingir o ponto ideal e 
permanecer por um determinado tempo. 
A secagem a vácuo elimina a umidade dos 
pacotes, evitando a recontaminação do 
conteúdo. 
 Esterilização por Calor Seco: 
Estufas de Ar Quente (Forno de Pasteur) 
.. Aquecimento através de resistências 
(limite máx. 200 ºC); 
.. Controle de temperatura por 
termostato; 
.. Prateleiras com 45% do total da superfície 
perfurada (convecção de calor ou 
circulação forçada); 
.. Paredes da câmara de esterilização 
duplas, com isolamento térmico; 
.. Porta de fechamento hermético, com 
guarnições; 
.. Orifício regulável para saída de ar, gases 
e vapor no topo da câmara; 
.. Termômetro de mercúrio, bimetálico ou 
eletrônico; 
.. Testes bacteriológicos com cultura de 
Bacillus Subtilis; 
.. Testes químicos com fita indicadora de 
temperatura alcançada. 
Materiais e Artigos próprios para 
Esterilização por Calor Seco 
.. Vidros, instrumental metálico que não 
suportem vapor ou agentes químicos. 
Esterilização por Vapor Seco Saturado: 
De todos os métodos de esterilização 
utilizados, o calor úmido, na forma de 
vapor saturado sob pressão é considerado o 
melhor e mais eficiente. É altamente letal, 
facilmente obtenível, controlável e 
econômico. O efeito letal decorre da ação 
conjugada da temperatura e da umidade. 
PRFª I.M.C. R 27
ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICA II
Entre 121 e 132 ºC o vapor sob pressão 
destrói todas as formas de vida atualmente 
conhecidas. O efeito letal decorre de sua 
condensação que acarreta liberação de calor 
latente, precipitação de umidade, 
penetração de materiais porosos, 
aquecimento rápido e coagulação de 
proteínas dos microrganismos.
CENTRAL DE 
MATERIALESTERILIZADO (CME)
A Central de Material Esterilizado (CME) é 
realizado o preparo de todo o material 
estéril a ser utilizado no hospital. Para 
tanto, é composta pelas áreas de recepção, 
limpeza, preparo, esterilização, guarda e 
distribuição dos materiais esterilizados 
utilizados pela equipe de saúde 
noatendimento ao cliente.
ESTRUTURA DA CENTRAL DE 
MATERIAL 
Na estrutura do estabelecimento de saúde, a 
CME éuma unidade importante porque 
oferece à equipe de saúde materiais estéreis 
em condições adequadas ao seu 
desempenho técnico, bem como 
proporciona ao cliente um atendimento com 
segurança e contribui para que a instituição
proporcione uma assistência com efetiva 
qualidade.
 Alguns estabelecimentos de saúde 
preparam e acondicionam os 
materiais que cada unidade utiliza 
de forma descentralizada; outros, 
centralizam todo o seu material 
para preparo na Central de 
Material – o qual, geralmente, 
constitui-se no método mais 
comumente encontrado. Uma outra 
tendência é a terceirização da 
esterilização de materiais.
 Idealmente, a CME deve ter sua 
estrutura física projetada de forma a 
permitir o fluxo de materiais da 
área de recepção à de distribuição, 
evitando o cruzamento de material 
limpo com o contaminado. A 
recepção do material sujo e para 
limpeza é separada da área de 
preparo do material e esterilização, 
bem como da área de 
armazenamento e distribuição. 
Esses cuidados na estrutura e fluxo 
proporcionam condições adequadas 
de trabalho à equipe de saúde, 
diminuindo o risco de preparo 
inadequado do material, com 
presença de sujidade ou campos 
com cabelo, linhas, agulhas de 
sutura e outras falhas.
O CENTRO CIRÚRGICO 
ESTRUTURA DE ÁREA 
TERMINOLOGIA EM CIRURGIA
Estrutura do centro cirúrgico (CC)
A unidade de centro cirúrgico destina-se às 
atividades cirúrgicas e de recuperação 
anestésica, sendo considerada área critica 
no hospital por ser um ambiente

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