Buscar

Direito Processual Penal – Ponto 2.3 – Complemento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

� PAGE \* MERGEFORMAT �1�
Direito Processual Penal – Ponto 2 – Complemento
Sujeitos do processo
Resumo atualizado por Célia Bernardes (06/12/2010)
Atualizado por Gilberto Pimentel de M. Gomes Jr em agosto de 2012.
	1. Introdução: os sujeitos do processo penal
	2. Juiz
	2.1) Incompatibilidade, impedimento e suspeição 
	2.1.1) Impedimento 
	2.1.2) Suspeição
	2.1.3) Incompatibilidade
	2.2) Princípio da identidade física do juiz
	2.2.1) Possibilidade de aplicação do 132 CPC 
	2.2.2) Possibilidade de interrogatório por precatória
	3. Ministério Público
	3.1) Princípio do promotor natural
	3.1.1) STF 
	3.1.2) STJ 
	3.1.3) TRF1 
	3.2) Suspeição e impedimento do MP 
	4. Ofendido
	5. Acusado
	5.1) Responsabilidade penal da pessoa jurídica
	6. Defensor/procurador
	7. Curador do réu menor
	8. Assistente de acusação (e de defesa)
	8.1) Os legitimados para a assistência de acusação
	8.2) A assistência de acusação e a macrocriminalidade
	8.3) Aspectos processuais
	8.4) Amplitude dos poderes do assistente
	8.5) O assistente da defesa
	9. Auxiliares da justiça
1. Introdução: os sujeitos do processo penal
Sujeitos processuais são as pessoas entre as quais se constitui, se desenvolve e se completa a relação jurídico-processual. Sendo uma sucessão de atos realizados em sua dimensão temporal, o processo penal exige a intervenção de pessoas que, de maneira permanente ou acidental, no exercício de uma profissão ou em defesa de um interesse, intervenham nos autos e façam possível a realização da atividade jurisdicional.
A relação processual é uma relação triangular, um “ato de três pessoas” (actum trium personarum): juiz e partes (autor e réu), que são os sujeitos principais (ou essenciais) do processo. 
Existem, porém, os sujeitos secundários (ou acessórios ou colaterais), que são as pessoas que têm direitos perante o processo, mas podem existir ou não, sem afetar a relação processual, como, por exemplo, o ofendido (assistente da acusação) ou o fiador do réu. 
Por fim, existem os terceiros, que não têm direitos processuais, e que apenas colaboram com o processo. Podem ser eles interessados (v. g., o Ministro da Justiça, nos crimes de ação pública condicionada à sua requisição) e não interessados (testemunhas, os peritos, os auxiliares da justiça etc.).
Em sentido material, quanto à infração penal em si, as partes são o autor do crime e a vítima. Em sentido formal (no processo penal), parte é aquele sujeito processual que deduz ou contra o qual é deduzida uma relação de direito material-penal. São partes no processo penal, portanto, o autor (em geral o Estado, através do Ministério Público, e, excepcionalmente o ofendido, por meio da ação penal privada) e o réu (pessoa que transgrediu, ou se presume tenha transgredido, a ordem ou direito com a prática da infração penal).
2. Juiz
JUIZ: ( Imparcialidade ( Característica fundamental. 
O juiz ocupa posição proeminente na relação processual, na qual se apresenta com:
1) poder jurisdicional: dispõe o artigo 251 que ao juiz incumbirá “prover à regularidade do processo”. Deve, portanto, não só evitar que as irregularidades de rito e de ordem formal ocorram, mas promover as medidas que assegurem a justa aplicação da lei penal do processo.
2) poder de polícia/poderes administrativos: presidente do processo. Ao juiz incumbe “manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública”. Trata-se de atividade administrativa, em que o juiz pratica atos de polícia com o objetivo de assegurar a ordem no decorrer do processo, podendo requisitar o concurso da polícia.
Para que possa exercer validamente as funções jurisdicionais é necessário que tenha: 
a) capacidade subjetiva: 
a.1) em abstrato: 
- capacidade funcional: existência de requisitos pessoais para o ingresso na magistratura;
- capacidade para o exercício das funções judicantes: adquirida com a nomeação, posse e exercício efetivo do cargo; 
a.2) em concreto: inexistência de suspeição/impedimento para o processo; 
b) capacidade objetiva: competência para o processo.
Para que o juiz possa desempenhar suas funções com independência, são-lhe outorgadas prerrogativas de ordem constitucional: a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos.
2.1 Incompatibilidade, impedimento e suspeição 
Para que o juiz possa julgar com imparcialidade e isenção de ânimo, é necessário que estejam excluídas relações que configurem a suspeição ou o impedimento/incompatibilidade (não há no nosso direito positivo distinção clara entre as hipóteses de incompatibilidade e impedimentos). 
A suspeição decorre dos vínculos do juiz com qualquer das partes. 
O impedimento decorre da relação de interesse dele com o objeto do processo.
Diferenças entre causas de impedimento e causas de suspeição:
	CAUSAS DE IMPEDIMENTO
	CAUSAS DE SUSPEIÇÃO.
	As causas de impedimento referem-se a vínculos objetivos do juiz com o processo, independentemente de seu animo subjetivo, sendo encontradas em regra dentro do processo. 
	As causas de suspeição referem-se ao animo subjetivo do juiz quanto as partes, em regra são encontradas externamente ao processo.
Normalmente estão fora do processo.
	São causa de nulidade absoluta: alegáveis a qq tempo pelas partes.
	São causa de nulidade relativa, sujeitas à preclusão temporal.
O artigo 112 do CPP dispõe que “o juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos”.
O artigo 255 dispõe que “o impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo”.
2.1.1 Impedimento 
As hipóteses de impedimento encontram-se nos artigos 252 e 253 do CPP:
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
Obs.: O inciso I fala apenas em cônjuge, mas a doutrina reconhece por equiparação constitucional do companheiro.
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.
Segundo o STF, as hipóteses de impedimento são taxativas.
Existindo o impedimento o juiz deve abster-se espontaneamente de servir no processo, declinando-a nos autos. Não se dando a abstenção, poderá qualquer parte, inclusive o Ministério Público, argüir a incompatibilidade ou impedimento, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição (art. 112, in fine, CPP). 
Alguns autores defendem que os atos praticados por juiz impedido são inexistentes, baseados no seguinte raciocínio: segundo o 564 CPP, a nulidade ocorrerá nos seguintes casos: I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz. Como O CÓDIGO NÃO MENCIONA NEM O IMPEDIMENTO E NEM A INCOMPATIBILIDADE, é necessário fazer uma interpretação a contrario sensu: somente haverá nulidade nas hipóteses de suspeição. Se for impedimento, é inexistência. Entretanto, o STF já decidiu queos atos praticados são válidos até o reconhecimento do impedimento. 
Observações: Art. 252, III, CPP
a) Para o STF, magistrado que julgou recurso administrativo, pronunciando-se de direito sobre a questão está impedido de participar no julgamento de apelação criminal (STF – HC 86.963).
b) Antes da lei 11.719/08, entendia-se que o reconhecimento do impedimento estava condicionado à manifestação do Juiz quanto ao fato ou ao direito no processo, sendo que a mera prática de atos instrutórios não era causa de impedimento. Com a inserção do princípio da identidade física do juiz no processo penal, os tribunais passaram a entender que tendo o juiz participado da instrução do processo, deverá reconhecer seu impedimento com base no art. 252, III (STJ – HC 121.416).
2.1.2 Suspeição
As causas de suspeição estão no artigo 254 do mesmo Código:
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
Maioria: tb se a amizade for entre juiz e advogado de qq das partes.
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
O juiz pode afirmar sua suspeição, ainda, por razões de foro íntimo. 
A suspeição não pode ser declarada nem reconhecida quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la (art. 256, CPP). Fundamento: dever de boa-fé processual.
A suspeição pode ser afirmada pelo juiz (em decisão irrecorrível) ou pelas partes mediante exceção (quanto ao assistente da acusação, Tourinho defende que pode apresentar exceção, mas Mirabete afirma a impossibilidade). O STF possui uma decisão de 1987 admitindo a possibilidade de que o assistente de acusação possa apresentar exceção: “RE 113102/PB – PARAIBA RECURSOEXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ALDIR PASSARINHO Julgamento:  23/09/1987”
Nos termos do 564 I CPP, as decisões tomadas por magistrado suspeito são nulas. 
 
2.1.3 Incompatibilidade
É de se notar que, enquanto os casos de suspeição e de impedimento encontram-se expressamente arrolados e tratam de fatos cuja configuração final ostenta boa dose de objetividade, bastando a só comprovação de sua existência para ser atingida a imparcialidade, as hipóteses de incompatibilidade, ao contrário, reclamam o exame detido de cada situação concreta, quando não afirmada de ofício pelo magistrado. Por isso mesmo, não se exige fundamentação judicial para a declaração ex officio de impedimento para a causa (STF HC 82798 – Info 315. Rel. Min. Pertcene). 
Ex.: nos juízos coletivos não podem funcionar no mesmo processo juízes que sejam parentes entre si. ( Aquele que chegou depois tem que se declarar incompatível. 
Um dos conceitos de incompatibilidade: é causa que afeta a imparcialidade do juiz prevista na lei de organização judiciária que não está listada entre as causas de suspeição e impedimento. (seria um conceito por exclusão)
2.2) Princípio da identidade física do juiz
Por fim, vale registrar que, no processo penal, o princípio da identidade física do juiz (princípio da imediatidade) foi integrado pela Lei n. 11.719/08, que incluiu o § 2º ao art. 399 do CPP: O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
* Colocavam os Juízes Substitutos para fazer as instruções dos processos e os Juízes titulares só sentenciavam e isso não gerava nulidade. Agora, em tese, não pode mais. Com as exceções do art. 132, do CPC.
2.2.1) Possibilidade de aplicação do 132 CPC 
Os tribunais estão aplicando em processo penal as regras do processo civil:“em razão da ausência de regras específicas, deve-se aplicar por analogia o disposto no art. 132 do CPC, segundo o qual no caso de ausência por convocação, licença, afastamento, promoção ou aposentadoria, deverão os autos passar ao sucessor do Magistrado.” (CC 99023/PR, 3ª Seção, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJU de 28/08/2009).
2.2.2) Possibilidade de interrogatório por precatória
HABEAS CORPUS. LATROCÍNIO. NULIDADE. INTERROGATÓRIO EFETUADO POR PRECATÓRIA. IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. AGENTE PRESO EM OUTRO ESTADO.
AUSÊNCIA DO RÉU NAS AUDIÊNCIAS DE INSTRUÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO DEMONSTRADO. ORDEM DENEGADA.
1. O princípio da identidade física do juiz deve ser interpretado de acordo com as circunstâncias do caso concreto, porque o legislador, por certo, não proibiu a realização de interrogatório por precatória, nos processos em que tal medida é a única forma de dar andamento à ação penal.
2. A ausência do paciente às audiências de instrução não caracteriza nulidade, porque foram elas acompanhadas pelo defensor constituído, com exceção de apenas uma, realizada por precatória, de cuja expedição a defesa não fora intimada. E, nesta, a nulidade decorrente é relativa, nos termos do enunciado nº 155 do Supremo Tribunal Federal, e, em princípio, o tema não pode ser apreciado em habeas corpus, por exigir exame sobre eventual prejuízo à defesa, o que seria possível somente com o exame aprofundado de todo o processo, o que é pertinente somente nas instâncias ordinárias.
3. Coação ilegal não caracterizada.
4. Ordem denegada.
(HC 135.456/SC, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 18/03/2010, DJe 24/05/2010)
3. Ministério Público
O Ministério Público surgiu como resultado da ampliação dos poderes de intervenção estatal, em substituição ao modelo acusatório privado. No Brasil, a instituição de um modelo essencialmente acusatório somente veio a lume com a Constituição da República de 1988, com uma completa redefinição do papel do Ministério Público na ordem jurídica.
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (art. 127 da CF).
É função institucional do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei (art. 129, I, CF), estando credenciado a todos os atos destinados a efetivação do jus puniendi (requerer diligências, ser intimado, impetrar recursos, etc). Não obstante, o Parquet deve conduzir-se com imparcialidade, pois deve defender os interesses da sociedade e fiscalizar a aplicação e a execução das leis, podendo, inclusive, pleitear a absolvição do acusado e recorrer em favor do réu (órgão legitimado para a acusação e não órgão de acusação). É sua atribuição, ainda, o controle externo da atividade policial.
Para o exercício de suas amplas funções, o Ministério Público está rodeado de garantias destinadas a lhe proporcionar autonomia e segurança em qualquer de suas atribuições. A Constituição de 88 garantiu vitaliciedade (que, nos termos do art. 129 §3°, é assegurada após 02 – dois anos – de exercício), irredutibilidade de vencimentos e inamovibilidade. 
Os membros do MP estão sujeitos às seguintes vedações: receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; exercer a advocacia; participar de sociedade comercial, na forma da lei; exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei. Os componentes do Parquet admitidos antes da Constituição podem optar pelo regime anterior de garantias e vantagens (art. 29, § 3.°, ADCT).
O Ministério Público está estruturado em órgãos, sendo inerentes a eles os seguintes princípios institucionais:
1) unidade: é uma característicaorgânica. O MP é um todo como órgão estatal, embora possua diversos estamentos e suas atribuições sejam repartidas em vários MPs: União, Estados; (a unidade é dentro de cada MP)
2) indivisibilidade: significa que o MP é único, de modo que qualquer membro poderá atuar no feito, sem que ocorra qualquer vinculação ao ato praticado por outro membro do parquet; e 
3) independência funcional (art. 127, § 1.°, CF): não há por esse princípio hierarquia entre os membros do Ministério Público ou qualquer outro Poder. 
Além desses princípios, a doutrina aponta outros: indisponibilidade (não pode dispor da ação penal), irrecusabilidade (o promotor não pode ser recusado), independência (não está sujeito à ordem de ninguém), irresponsabilidade (em regra o promotor não pode ser civilmente responsável pelos atos praticados no exercício da função), devolução (em certos casos, o superior pode exercer a função própria do subordinado) e substituição (designação pelo Procurador-geral de outro membro da instituição para propor a ação penal).
3.1) Princípio do promotor natural
Segundo Fernando Capez, tal princípio decorre do art. 5º, LIII, da CF: significa que ninguém será processado senão pelo órgão do MP dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas. Com isso, o nosso ordenamento não admitiria o promotor de exceção, melhor dizendo, não admitiria nomeações casuísticas de membros do Ministério Público para determinados casos em desobediência às regulamentações anteriores.
Eugênio Pacelli defende fortemente a aplicação do princípio do promotor natural, a ponto de defender (com base na doutrina de Paulo César Pinheiro Carneiro) que a violação do referido princípio resultaria em nulidade absoluta, porque “a vedação do acusador de exceção integra o rol de garantias individuais constitucionais, constitutivas do devido processo legal, ainda que não expressamente alinhadas em nenhum dos incisos do art. 5º da Constituição Federal.”
3.1.1) STF 
A jurisprudência do STF parece ter se firmado no sentido da admissão do princípio do promotor natural, apesar da resistência de alguns Ministros, notadamente, nos dias correntes, da Min. Ellen Gracie. Parece interessante analisar o desenvolvimento da legislação e da jurisprudência do STF para q se possa concluir em um ou outro sentido: 
- 1992: HC 67759, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/1992: a maioria do TP admitiu tal princípio: 
O postulado do Promotor Natural, que se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações casuísticas efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do acusador de exceção. Esse princípio consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu oficio, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse princípio assenta-se nas clausulas da independência funcional e da inamovibilidade dos membros da Instituição. O postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o poder do Procurador-Geral que, embora expressão visível da unidade institucional, não deve exercer a Chefia do Ministério Público de modo hegemônico e incontrastável.
- 1993: edição da Lei Orgânica do Ministério Público (L. 8625/93) e do Estatuto do MPU (LC 75/93): o Min. Ilmar Galvão afirma que tais leis conferiram eficácia ao princípio: Ag 169.169-CE (AgRg), rel. Min. Ilmar Galvão, 10.10.95. notícia em Informativo STF.
- 2003: julgado da 2ª T, relatado pela Min. ELLEN GRACIE (RE 387974, julgado em 14/10/2003), traz na ementa informação de que TP/STF rejeitou a tese do promotor natural, porque dependente de interposição legislativa, no HC 67.759. Entretanto, a ementa do HC 67.759 explicita que a rejeição do princípio por falta de lei foi tese defendida pela minoria vencida...
- 2005: julgado da 2ª T, relatado pelo Min. CARLOS VELLOSO (HC 85424, julgado em 23/08/2005), traz na ementa informação de que TP/STF rejeitou a tese do promotor natural, mas a ementa do HC 67.759 explicita que a rejeição do princípio por falta de lei foi tese defendida pela minoria vencida...
- 2008: julgados da 1ª T (HC 92885/CE, rel. Min. Cármen Lúcia, 29.4.2008; RHC 93247, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 18/03/2008; HC 92885, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/04/2008 ) reputam existente o postulado do promotor natural no sistema constitucional brasileiro, mas na 2ª T há julgado rejeitando sua existência (HC 90277, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 17/06/2008); 
- 2009: julgado da 2ª T (HC 96700, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 17/03/2009) reputa existente o postulado do promotor natural; 
- 2010: julgado da 1ª T (HC 95447, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 19/10/2010) reputa existente o postulado do promotor natural.
Portanto, parece ser plausível concluir que o STF aceita o princípio do promotor natural. Abaixo, segue a transcrição das ementas dos julgados referidos no “histórico”:
(...) ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. INOCORRÊNCIA. (...) A violação ao princípio do promotor natural visa a impedir que haja designação de promotor ad hoc ou de exceção com a finalidade de processar uma pessoa ou caso específico, o que não ocorreu na espécie. (...) (HC 95447, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 19/10/2010).
(...) PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. OFENSA. INEXISTÊNCIA. (...) 2. Ofensa ao princípio do promotor natural. Inexistência: ausência de provas de lesão ao exercício pleno e independente de suas atribuições ou de manipulação casuística e designação seletiva por parte do Procurador-Geral de Justiça. (...) (HC 96700, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 17/03/2009)
(...) PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. INEXISTÊNCIA (PRECEDENTES). (...) 3. O STF não reconhece o postulado do promotor natural como inerente ao direito brasileiro (HC 67.759, Pleno, DJ 01.07.1993): "Posição dos Ministros CELSO DE MELLO (Relator), SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO: Divergência, apenas, quanto à aplicabilidade imediata do princípio do Promotor Natural: necessidade de "interpositio legislatoris" para efeito de atuação do princípio (Ministro CELSO DE MELLO); incidência do postulado, independentemente de intermediação legislativa (Ministros SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO). - Reconhecimento da possibilidade de instituição de princípio do Promotor Natural mediante lei (Ministro SIDNEY SANCHES). - Posição de expressa rejeição à existência desse princípio consignada nos votos dos Ministros PAULO BROSSARD, OCTAVIO GALLOTTI, NÉRI DA SILVEIRA e MOREIRA ALVES". 4. Tal orientação foi mais recentemente confirmada no HC n° 84.468/ES (rel. Min. Cezar Peluso, 1ª Turma, DJ 20.02.2006). Não há que se cogitar da existência do princípio do promotor natural no ordenamento jurídico brasileiro. 5. Ainda que não fosse por tal fundamento, todo procedimento, desde a sua origem até a instauração da ação penal perante o Superior Tribunal de Justiça, ocorreu de forma transparente e com integral observância dos critérios previamente impostos de distribuição de processos na Procuradoria Regional da República da 3ª Região, não havendo qualquer tipo de manipulação ou burla na distribuição processual de modo a que se conduzisse, propositadamente, a este ou àquele membro do Ministério Público o feito em questão, em flagrante e inaceitável desrespeito ao princípio do devido processo legal 6. Deixou-se de adotar o critério numérico (referente ao finais dos algarismos lançados segundo a ordem de entrada dos feitos na Procuradoria Regional) para se considerara ordem de entrada das representações junto ao Núcleo do Órgão Especial (NOE) em correspondência à ordem de ingresso dos Procuradores no referido Núcleo. 7. Na estreita via do habeas corpus, os impetrantes não conseguiram demonstrar a existência de qualquer vício ou mácula na atribuição do procedimento inquisitorial que tramitou perante o TRF da 3ª Região às Procuradoras Regionais da República. 8. Não houve, portanto, designação casuística, ou criação de "acusador de exceção". 9. Habeas corpus denegado. (HC 90277, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 17/06/2008)
(...) ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL E DE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA PARA O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. Nenhuma afronta ao princípio do promotor natural há no pedido de arquivamento dos autos do inquérito policial por um promotor de justiça e na oferta da denúncia por outro, indicado pelo Procurador-Geral de Justiça, após o Juízo local ter considerado improcedente o pedido de arquivamento. (...) (HC 92885, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 29/04/2008)
(...) PROMOTOR NATURAL - ALCANCE. O princípio do promotor natural está ligado à persecução criminal, não alcançando inquérito, quando, então, ocorre o simples pleito de diligências para elucidar dados relativos à prática criminosa. A subscrição da denúncia pelo promotor da comarca e por promotores auxiliares não a torna, ante a subscrição destes últimos, à margem do Direito. (RHC 93247, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 18/03/2008)
A Turma indeferiu habeas corpus em que denunciado — a partir de investigações procedidas na denominada “Operação Anaconda” — pela suposta prática do crime de corrupção ativa (CP, art. 333) pleiteava a nulidade de procedimento que tramitara perante o TRF da 3ª Região, sob o argumento de ofensa ao princípio do promotor natural (CF, artigos 5º, LIII; 127, § 1º e 128, § 5º, b), bem como de violação a regras contidas no Código de Processo Penal e em portarias da Procuradoria Regional da República da respectiva região. Inicialmente, asseverou-se que, conforme a doutrina, o princípio do promotor natural representa a impossibilidade de alguém ser processado senão pelo órgão de atuação do Ministério Público dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e liberdade de convicção, com atribuições previamente fixadas e conhecidas. Entretanto, enfatizou-se que o STF, por maioria de votos, refutara a tese de sua existência (HC 67759/RJ, DJU de 1º.7.93) no ordenamento jurídico brasileiro, orientação essa confirmada, posteriormente, na apreciação do HC 84468/ES (DJU de 20.2.2006). Considerou-se que, mesmo que eventualmente acolhido o mencionado princípio, no presente caso não teria ocorrido sua transgressão. HC 90277/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 17.6.2008. (HC-90277)
(...) ressaltou-se que não existiria ofensa ao princípio do promotor natural pelo fato de ter sido pedido o arquivamento dos autos do inquérito policial por um promotor de justiça e apresentação da denúncia por outro, indicado pelo Procurador-Geral de Justiça, depois de o juízo singular haver reputado improcedente o pedido de arquivamento. Enfatizou-se que o aludido princípio do promotor natural, uma das garantias que advém do princípio do devido processo legal, é direito titularizado pelo cidadão para impedir que o Estado exorbite de suas atribuições em benefício ou em detrimento de alguém, fixando para determinada pessoa promotor ad hoc. HC 92885/CE, rel. Min. Cármen Lúcia, 29.4.2008. (HC-92885)
(...) PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. O STF, por seu plenário, rejeitou a tese do promotor natural, porque dependente de interposição legislativa (HC 67.759, rel. Min. Celso de Mello, DJ 01.07.93). (...) (RE 387974, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 14/10/2003)
(...) OFENSA AO PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL. (...) No julgamento do HC 67.759/RJ, pelo Plenário, os Ministros Paulo Brossard, Octavio Gallotti, Néri da Silveira e Moreira Alves adotaram posição de rejeição à existência do princípio do promotor natural. Os Ministros Celso de Mello e Sydney Sanches admitiram a possibilidade de instituição do princípio mediante lei. Assim, ficou rejeitado, no citado julgamento, o princípio do promotor natural. (...) (HC 85424, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 23/08/2005)
Parece que a ementa do HC 85424 não reflete o real teor do julgamento do HC 67.759, no qual a maioria vencedora entendeu que o postulado do Promotor Natural se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro...
Tratando-se de denúncia oferecida e recebida anteriormente à Lei Orgânica do Ministério Público (L. 8625/93), não ofende o chamado "princípio do promotor natural" - ao qual a mencionada lei veio conferir eficácia - a participação em audiência de inquirição de testemunhas de promotor de justiça que até esse momento não havia atuado no processo. Precedentes citados: HC 69.599-RJ (DJ de 27.08.93) e HC 67.759-RJ (DJ de 01.07.93). Ag 169.169-CE (AgRg), rel. Min. Ilmar Galvão, 10.10.95.
"HABEAS CORPUS" - MINISTÉRIO PÚBLICO - SUA DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL - PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS - A QUESTÃO DO PROMOTOR NATURAL EM FACE DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 - ALEGADO EXCESSO NO EXERCÍCIO DO PODER DE DENUNCIAR - INOCORRENCIA - CONSTRANGIMENTO INJUSTO NÃO CARACTERIZADO - PEDIDO INDEFERIDO. - O postulado do Promotor Natural, que se revela imanente ao sistema constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações casuísticas efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do acusador de exceção. Esse princípio consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu oficio, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei. A matriz constitucional desse princípio assenta-se nas clausulas da independência funcional e da inamovibilidade dos membros da Instituição. O postulado do Promotor Natural limita, por isso mesmo, o poder do Procurador-Geral que, embora expressão visível da unidade institucional, não deve exercer a Chefia do Ministério Público de modo hegemônico e incontrastável. Posição dos Ministros CELSO DE MELLO (Relator), SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO. Divergência, apenas, quanto a aplicabilidade imediata do princípio do Promotor Natural: necessidade da "interpositio legislatoris" para efeito de atuação do princípio (Ministro CELSO DE MELLO); incidência do postulado, independentemente de intermediação legislativa (Ministros SEPÚLVEDA PERTENCE, MARCO AURÉLIO e CARLOS VELLOSO). - Reconhecimento da possibilidade de instituição do princípio do Promotor Natural mediante lei (Ministro SYDNEY SANCHES). - Posição de expressa rejeição a existência desse princípio consignada nos votos dos Ministros PAULO BROSSARD, OCTAVIO GALLOTTI, NÉRI DA SILVEIRA e MOREIRA ALVES. (HC 67759, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/1992)
No STF, a Min. Ellen Gracie é uma das mais contundentes defensoras da inexistência do promotor natural no ordenamento jurídico brasileiro, como se percebe da leitura do voto transcrito no Informativo STF 328. Segundo a Ministra o princípio da indivisibilidade, que permite a substituição de um membro do MP por outro durante o processo, é incompatível com o princípio do promotor natural que exige a divisão interna das funções do MP, impossibilitando as substituições. 
3.1.2) STJ 
 No STJ, a jurisprudência é tranquila no sentido da admissão do princípio do promotor natural, como se depreende a partir da leitura dos seguintes julgados: 
- HC 57.506/PA, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2009; 
- RHC 25.236/PE, Rel. MinistroARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 03/12/2009; 
- HC 40.394/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 14/04/2009; 
- HC 102.466/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 17/02/2009.
3.1.3) TRF1 
No TRF1, o princípio do promotor natural é amplamente admitido na 4ª e na 5ª Turmas, a exemplo dos seguintes julgados:
- MCI 2008.01.00.010959-9/MG, Rel. Desembargadora Federal Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Conv. Juiz Federal Rodrigo Navarro De Oliveira, Sexta Turma,e-DJF1 p.1392 de 29/06/2009; 
- HC 2008.01.00.046311-0/MT, Rel. Desembargador Federal Hilton Queiroz, Quarta Turma,e-DJF1 p.53 de 28/11/2008; 
- HC 2008.01.00.019142-4/PA, Rel. Desembargador Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, Conv. Juíza Federal Rosimayre Gonçalves De Carvalho (conv.), Quarta Turma,e-DJF1 p.300 de 17/06/2008; 
- AG 2006.01.00.026002-0/DF, Rel. Desembargador Federal Daniel Paes Ribeiro, Sexta Turma,DJ p.134 de 02/04/2007; 
- ACR 2001.34.00.026300-2/DF, Rel. Desembargador Federal Hilton Queiroz, Quarta Turma,DJ p.60 de 25/08/2005; e
- ACR 2001.32.00.005669-1/AM, Rel. Desembargador Federal Hilton Queiroz, Quarta Turma,DJ p.44 de 03/11/2004. 
Entretanto, na 3ª Turma, o Desembargador Federal Tourinho Neto nega a existência do princípio (p.ex.: HC 2008.01.00.024212-2/AM, Rel. Desembargador Federal Tourinho Neto, Terceira Turma,e-DJF1 p.24 de 08/08/2008).
3.2) Suspeição e impedimento do MP 
Como os juízes, os membros do Ministério Público estão sujeitos à argüição de suspeição e de impedimento (art. 258 do CPP: “Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes”).
4. Ofendido
Ofendido, ou vítima, é o sujeito passivo da infração penal. Em casos excepcionais, o Estado concede ao ofendido ou a quem legalmente o represente o jus persequendi, permitindo assim ao sujeito passivo do crime o jus accusationis (direito de acusar).
Ao acusador particular se reserva o nome de querelante e ao sujeito contra quem se pede a atuação da pretensão punitiva o de querelado.
O ofendido ou seu representante legal poderá ser também sujeito processual principal na chamada ação penal privada subsidiária da pública (art. 5.°, LIV, da CF e art. 29 do CPP), quando o órgão do Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal.
Obs.:
 a) O ofendido pode participar como assistente de acusação. 
b) Pode existir litisconsórcio impróprio entre MP e ofendido (até mesmo no Júri), quando houver crime de ação penal pública conexo com crime de ação penal privada. Esse litisconsórcio é chamado de impróprio porque são duas peças de acusação, um queixa e uma denúncia, que se reunirão em um mesmo processo por causa da conexão. Tem doutrinador que chama de Ação Penal Adesiva. 
c) a vítima pode ser conduzida coercitivamente para prestar depoimento (art. 201, § 1º, CPP). 
5. Acusado
O acusado é a pessoa contra quem se propõe a ação penal, ou seja, o sujeito passivo da pretensão punitiva, parte na relação processual. 
No inquérito, antes do recebimento da denúncia: indiciado.
Em verdade, indiciado é só após o indiciamento formal. Antes o certo é chamar de averiguado ou investigado.
Obs.: Existe julgado dizendo que o indiciamento só pode ser realizado durante o inquérito. Se não for realizado nesta fase e for indiciado durante o processo penal será considerado constrangimento ilegal (HC 145.935/SP, 5ª Turma do STJ. Dje 07/06/2012).
No processo, após o recebimento da denúncia: réu, imputado, perseguido, denunciado, querelado.
Na execução penal, após a sentença condenatória: condenado, apenado, sentenciado.
Só estão legitimadas a serem acusadas as pessoas que podem ser sujeitos passivos de uma pretensão punitiva. Não podem ser acusados os animais, os mortos, as coisas, os que gozam de imunidade (parlamentar ou diplomática), os menores de 18 anos (estão sujeitos apenas às normas estabelecidas na legislação especial – Estatuto da Criança e do Adolescente). Os inimputáveis por doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado têm legitimação passiva, pois a eles pode ser aplicada medida de segurança, devendo ser representado por curador. 
A Constituição Federal assegura diversos direitos e garantias ao acusado (tanto no curso do inquérito, como no processo e na execução da pena), tais como: devido processo legal, presunção de inocência, assistência jurídica integral, ampla defesa, inadmissibilidade de provas ilícitas, etc. (vide art. 5.° da CF).
O acusado deve ser identificado com nome e demais dados da pessoa. O artigo 259 combinado com o art. 41, ambos do CPP, permitem a propositura de ação penal apenas com a descrição das características físicas do indivíduo, sem seu nome e qualificação. A hipótese não é usual, nem recomendável, só devendo ser adotada em casos extremos. A qualquer tempo, se for descoberta a qualificação do acusado, far-se-á a retificação nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
O acusado pode deixar de comparecer ao interrogatório ou aos demais atos do processo. O comparecimento é um direito e não um dever e a ausência injustificada do acusado causa apenas a revelia. Entretanto, se o acusado não atender à intimação para o interrogatório (o réu não está obrigado a responder às perguntas que vierem a ser formuladas no interrogatório), reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, o juiz poderá determinar a condução coercitiva à sua presença (art. 260, CPP).
Obs.: Nucci e Pacelli entendem que é inconstitucional a condução coercitiva do réu apenas para o interrogatório. Hoje entende-se que o interrogatório é ao mesmo tempo um meio de defesa e de prova. Forçar o réu a comparecer ao interrogatório seria contrário ao princípio esculpido no art. 5º, LXIII, da CF. No entanto, não descatam a possibilidade de condução coercitiva do réu para a identificá-lo ou qualificá-lo, por exemplo. Nucci afirma que quanto a qualificação o réu não tem direito ao silêncio. 
5.1) Responsabilidade penal da pessoa jurídica
A responsabilidade penal da pessoa jurídica ainda é um tema controvertido na doutrina, mas as pessoas jurídicas possuem capacidade processual para figurar no pólo passivo de ação penal ambiental (§ 3º do art. 225 da CF e art. 3º Lei 9.605/98). A CF prevê a responsabilidade penal das PJ nos crimes contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular (173 § 5º, CF), mas ainda não há responsabilidade penal da PJ nesse âmbito, por falta de regulamentação. Portanto, atualmente, a PJ somente pode ser denunciada em crimes ambientais.
Há duas correntes doutrinárias que interpretam diferentemente a questão: 
MINORIA: as sanções penais somente são aplicáveis às PF, restando às PJ as sanções administrativas; os adeptos dessa corrente fazem uma leitura topográfica do texto;
MAIORIA: não correlaciona, como a primeira, entre sanção penal e PF, de um lado, e sanção administrativa e PJ, de outro. Para esta corrente, tanto a PF quanto a PJ estão sujeitas, simultaneamente, a sanções penais e administrativas, as quais independem da responsabilidade civil. As sanções penais e administrativas estão previstas na Lei n. 9.605/98 (Lei dos crimes ambientais, mas que traz, além disso, as sanções administrativas). 
Mireille Delmas-Marty imputa a responsabilidade diretamente à PF e indiretamente à PJ (responsabilidade penal por ricochete ou indireta). S
egundo o STJ, é válida a responsabilidade penal da PJ, tendo acolhido a teoria da dupla imputação: o crime deve ser imputado à PF e também à PJ: 
"Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vezque "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" (REsp 564.960/SC, Rel. Min. GILSON DIPP, Quinta Turma, DJ 13/6/05).
6. Defensor/procurador
Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor (nomeado) ou procurador (constituído), que é obrigatoriamente um advogado (art. 261, CPP). Diante do princípio constitucional que assegura aos acusados em geral a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes e em face da complexidade da vida moderna, em especial com relação ao processo judicial, é indispensável que o réu seja amparado por pessoa com conhecimentos técnicos suficientes para que se torne efetiva a referida garantia.
O direito de defesa é indisponível, devendo ser exercido ainda contra a vontade do acusado ou na sua ausência, razão pela qual, se o acusado não tiver procurador constituído, lhe deve ser nomeado defensor pelo juiz (art. 263, CPP). A função do defensor é a de apresentar ao órgão jurisdicional competente tudo quanto, legitimamente, possa melhorar a condição processual do imputado e que possa honestamente contribuir para dirimir ou diminuir sua imputabilidade ou sua responsabilidade.
A defesa técnica obrigatória pode ser complementada pela autodefesa do acusado, que é facultativa, consistindo na participação do réu em quase todos os atos do processo, inclusive com a possibilidade de apresentar alegações (por exemplo, a manifestação do réu do desejo de apelar da sentença condenatória, que torna efetivo o recurso).
A Lei 11.719/08 alterou o caput do 265 CPP: O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Alguns doutrinadores reputam tal dispositivo inconstitucional por entenderem que o magistrado não tem poder correcional quanto aos defensores públicos, além de ferir a própria autonomia da instituição.�
A partir da Lei 11.719/08, a falta de comparecimento do defensor, se motivada, poderá determinar o adiamento da audiência (265 § 1º CPP), incumbindo-lhe provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. Observe-se, entretanto, que se o ato for extremamente complexo, esta norma deve ser aplicada com temperamento, dada a possibilidade de ser posteriormente proclamada nulidade decorrente da atuação de defensor que desconhece o processo. �
No procedimento do júri, a regra é determinada pelo 465 CPP: 
Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão. 
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente. 
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
O defensor pode ser constituído por procuração ou por indicação no interrogatório (art. 266 do CPP). Só se exigem poderes especiais nos casos expressos: para aceitar o perdão do ofendido, em nome do réu ou querelado; para argüir o juiz de suspeito; para argüir a falsidade de documento.
Não sendo encontrado o advogado constituído, é necessária a intimação do acusado para nomear outro (exceto no caso de revelia), só sendo cabível a nomeação de defensor dativo se o réu não constituir novo defensor.
Nos termos do art. 263 do CPP, se o acusado não possuir advogado, ser-lhe-á nomeado um defensor pelo juiz (fundamento no art. 8º do Pacto de San José) por ocasião do interrogatório. Segundo Nestor Távora, a partir da alteração do procedimento comum pela Lei n. 11.719/08, tal norma perdeu utilidade prática, já que o interrogatório passou a ser o último ato da instrução, momento em que o acusado já estará acompanhado de defensor.� Ainda a esse respeito, observe-se a dicção do art. 185 § 5º CPP Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
É dever do advogado nomeado pelo juiz aceitar a indicação, salvo motivo relevante. A nomeação de defensor dativo não impede que o réu constitua defensor de sua confiança a qualquer tempo, ou defenda-se, se tiver habilitação (art. 263, CPP). 
Havendo mais de um réu, o juiz deve nomear defensor para todos (se possível, advogados diversos para evitar defesas conflitantes, pois constitui nulidade – por ferir o princípio da ampla defesa – pluralidade de réus serem assistidos por um único advogado, salvo se constituído, quando conflitantes as defesas). 
Argumenta-se que, em regra, diante do princípio da ampla defesa, o defensor dativo estaria obrigado a apelar. O STF e o STJ, porém, entendem que não existe tal dever de recorrer:
(...) TEM-SE FIRMADO A JURISPRUDÊNCIA DO S.T.F. NO SENTIDO DE QUE NÃO HÁ MALTRATO AO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA O NÃO APELAR O ADVOGADO, MESMO DATIVO, DE SENTENÇA DESFAVORAVEL AO RÉU, ANTE O PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE DO RECURSO.
(RHC 65587, Relator(a): Min. ALDIR PASSARINHO, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/1989)
DESPACHO (referente às petições 73615/2005 e 75539/2005): (...) Nesse ponto, destaco o entendimento da Corte de que defensor dativo não é obrigado a esgotar os recursos previstos na legislação processual aplicável (HC 73.671-MC, rel. min. Celso de Mello, DJ 27.02.1996): "[...] A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem salientado - com apoio em autorizado magistério doutrinário (DAMASIO E. DE JESUS, 'Código de Processo Penal Anotado', p. 381, 10ª ed., 1993, Saraiva) -, no que concerne à tese sustentada pelo ilustre impetrante, que o Defensor dativo não está obrigado a exaurir as vias recursais (RTJ 92/1118 - RTJ 94/788 - RTJ 110/639 - RTJ 124/514 - RTJ 126/990), não se lhe podendo imputar, em conseqüência, o vício da condução deficiente da defesa, sob alegação de que se absteve de interpor qualquer das modalidades dos recursos excepcionais: o recurso especial (STJ) ou o recurso extraordinário (STF). Na realidade, a orientação firmada por esta Corte Suprema identifica, no ato de recorrer, um comportamento processual meramente facultativo (RT 539/381 - RT 554/443 - RT 599/416 - RT 643/389), enfatizando que não se impõe ao defensor - mesmo cuidando-se de defensor dativo - o dever de recorrer da decisão condenatória: 'A jurisprudência mais recente desta Corte (...) vem mantendo o entendimento de que, ainda quando se trate de defesa dativa, não tem ela o dever de apelar, por prevalecer, no direito processual penal, o princípio da voluntariedade do recurso, salvo se a lei o tem como obrigatório. Se assim é com relação à apelação, o mesmo se dará, por identidade de razão, com os embargos infringentes. Habeas corpus indeferido.' (RTJ 110/639, Rel. Min. MOREIRA ALVES) (...) Brasília, 21 de junho de 2005. Ministro JOAQUIM BARBOSA Relator
(Ext 912, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 21/06/2005, publicado em DJ 28/06/2005 PP-00024)
(...) a não interposição de apelação contra sentença condenatória por parte do defensor, mesmo dativo, não acarreta, por si só, ofensa ao princípio da ampla defesa, pois não é ele obrigado a recorrer (Precedentes do STF e do STJ). (...) (RHC 23.699/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 23/09/2008, DJe 03/11/2008)
(...) Conforme compreensão desta Corte e do Supremo TribunalFederal, mesmo nas hipóteses de atuação de defensor público ou dativo, vigora o princípio da voluntariedade dos recursos, resultando daí que a falta de interposição de apelo em ataque à decisão contrária aos interesses do réu, por si só, não acarreta nulidade.
4. Não é de falar em deficiência da defesa técnica se foram observados os princípios do contraditório e da ampla defesa, revelando os autos que a defensora pública, embora tenha optado por não recorrer, apresentou alegações preliminares, compareceu à audiência e formulou alegações finais.
5. Recurso parcialmente provido.
(RHC 15.349/ES, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 18/03/2008, DJe 14/04/2008)
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. ART. 334 DO CP. ART. 10 DA LEI 9.437/97. INTEMPESTIVIDADE DO APELO. DEFENSOR DATIVO. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS EM RELAÇÃO A UM DOS RÉUS. ABSOLVIÇÃO. AUTORIA E MATERIALIDADE. LAUDO MERCEOLÓGICO. PRESCINDIBILIDADE. CONDENAÇÃO. PENA. DOSIMETRIA. 
1. Em relação ao acusado Nazareno Pereira da Silva, verifico já haver transitado em julgado a r. sentença de 1º grau, uma vez que tanto o réu como seu defensor foram intimados da r. sentença condenatória, não manifestando seu interesse de recorrer da mesma no prazo legal. Não há que se falar em violação ao princípio da ampla defesa, uma vez que o defensor dativo não é obrigado a recorrer e, portanto, o fazendo extemporaneamente, não há que ser conhecido o recurso. (...)
(ACR 2001.39.00.006597-9/PA, Rel. Desembargador Federal Mário César Ribeiro, Conv. Juiz Federal Klaus Kuschel (conv.), Quarta Turma,e-DJF1 p.135 de 29/05/2009)
PROCESSO PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL INTEMPESTIVA. PRAZO PARA RECORRER. DEFENSOR DATIVO. ADVOGADO CONSTITUÍDO. DEVOLUÇÃO DO PRAZO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA.
1. Embora o defensor dativo não tenha a obrigação de recorrer de sentença condenatória, a constituição de advogado no curso do prazo recursal, não tem o condão de suspendê-lo, interrompê-lo ou devolvê-lo. Dessa forma, se o réu não se manifesta sobre o desejo de recorrer de sentença condenatória, quando intimado pessoalmente, e tão pouco o faz o novo defensor constituído, no prazo legal, verifica-se a preclusão temporal. Precedente deste Tribunal Regional Federal.
2. Embora o princípio da ampla defesa seja uma garantia constitucional conferida ao réu, a mesma Constituição Federal vigente privilegia, também, o princípio da segurança jurídica, comum aos regimes democráticos, à medida que reconhece a imutabilidade da coisa julgada. Assim, ultrapassados todos os prazos legais para a interposição de recurso, a sentença transita em julgado, transformando-se em coisa julgada, que não poderá mais ser objeto de reexame pelo Poder Judiciário.
3. Apelação não conhecida.
(ACR 2000.39.02.003003-8/PA, Rel. Desembargador Federal I'talo Fioravanti Sabo Mendes, Conv. Juíza Federal Rosimayre Gonçalves De Carvalho (conv.), Quarta Turma,e-DJF1 p.68 de 11/04/2008)
No tocante à necessidade de defesa, é de se observar a Súmula 523 STF: No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
A ausência de atuação nas fases procedimentais mais importantes (ex. Alegações finais), seja do defensor público dativo, seja do defensor público, seja do defensor constituído pela parte, será causa de nulidade absoluta do processo, por violação ao princípio da ampla defesa.
Por outro lado, na hipótese de entender insuficiente, deficiente ou inexistente a defesa realizada pelo defensor dativo, o juiz deverá nomear outro, podendo, porém, o acusado, a todo tempo, nomear advogado de sua confiança (arts. 263 e 456 CPP). Todavia, se se tratar de defensor constituído, o juiz não poderá adotar a mesma providência, uma vez que este (advogado constituído) não foi por ele (juiz) nomeado.
O STJ exigia a presença de advogado até mesmo na esfera administrativa, tendo sido editada, em 2007 a súmula n. 343: É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar. Entretanto, depois de decisão do STF em sentido contrário (2008) e da edição da súm. vinculante n. 5, o STJ passou a adotar a orientação do STF. 
Recurso extraordinário. 2. Processo Administrativo Disciplinar. 3. Cerceamento de defesa. Princípios do contraditório e da ampla defesa. Ausência de defesa técnica por advogado. 4. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. 5. Recursos extraordinários conhecidos e providos.
(RE 434059, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 07/05/2008, DJe-172 DIVULG 11-09-2008 PUBLIC 12-09-2008 EMENT VOL-02332-04 PP-00736 LEXSTF v. 30, n. 359, 2008, p. 257-279)
SÚMULA VINCULANTE Nº 5: A FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR NÃO OFENDE A CONSTITUIÇÃO.
Não funcionarão como defensores os parentes do juiz (cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive – art. 267 c/c o art. 252, ambos do CPP).
7. Curador do réu menor
Antes do advento do novo Código civil ao acusado menor (de 18 a 21) nomeava-se curador (CPP, arts. 15, 194, 262), seja na fase de inquérito, seja no momento do interrogatório, seja durante o processo. Todavia, como asseverava a Súmula 352 do STF, “não é nulo o processo penal por falta de nomeação de curador ao réu menor que teve assistência de defensor dativo”. A partir do novo Código Civil não tem nenhum fundamento a nomeação de curador a quem já conta com 18 anos, tendo em vista que ele é plenamente capaz. Por força da Lei 10.792/03, foi revogado o art. 194 do CPP. Logo, acabou definitivamente a necessidade de curador para quem tem menos de 21 anos. A figura do curador ainda subsiste para outras situações: índio não aculturado, por exemplo, réu inimputável etc. 
Apesar de a Lei 10.792/03 não ter revogado expressamente os arts. 15, 262 e 564 do CPP, trata-se de lapso legislativo, devendo-se reputá-los igualmente revogados.
8. Assistente de acusação (e de defesa)
Diminuta minoria da doutrina e da jurisprudência (TJRS, baseado em parecer de Lênio L. Streck defende a inconstitucionalidade da figura do assistente de MP com fundamento nos seguintes argumentos: 
1) o MP é o único órgão acusador que a CR/88 prevê;
2) admitir a atuação do assistente equivale a transformar o processo penal em vingança privada. 
O artigo 268 do Código de Processo Penal concede ao ofendido o direito de, facultativamente, auxiliar o Ministério Público na acusação referente aos crimes que se apuram mediante ação pública, incondicionada ou condicionada, dando-se-lhe, então, a denominação de assistente. Outros casos de assistência são:
a) art. 26, parágrafo único, da Lei 7.492/86 – assistência da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e do Banco Central nos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional; 
b) art. 80-82 do Código de Defesa do Consumidor; 
c) art. 530-H do CPP; 
d) art. 2° do DL 201/67.
A OAB não pode ser assistente do MP, ainda que haja advogado no pólo passivo da ação – posição do STF. 
PACELLI (maioria) entende que o ente público pode ser assistente (desde que persiga interesse diverso do MP), embora reconheça que a matéria é bastante controvertida. A legislação prevê várias hipóteses de assistência do poder público: 80-82 CDC, §1° do art. 2° do DL 201/67 (apuração da responsabilidade do Prefeito). Tourinho entende que não pode (salvo as hipóteses acima referidas), porque o MP já representaria o interesse do Estado.
O deferimento do pedido de assistência está condicionado apenas à verificação de ser o pretendente sujeito passivo do crime (ou contravenção penal após a CF de 88 – para a maior parte da doutrina) que está sendo apurado, pouco importando a espécie ou a classificação do ilícito. 
8.1) Os legitimados para a assistência de acusação
Na falta do ofendido oudo seu representante legal, podem habilitar-se seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). A jurisprudência, em regra, não tem admitido a assistência de companheiro, do espólio ou do Poder Público, havendo, entretanto, bastante controvérsia sobre a questão. Não se admite atuar como assistente pessoa fora daquele rol taxativo do CPP, mesmo que sejam parentes de outras vítimas daquele acusado, em processos distintos.
(...) INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE ASSISTÊNCIA. ILEGALIDADE NÃO-DEMONSTRADA DE PRONTO. IMPROPRIEDADE DO MEIO ELEITO. ROL TAXATIVO DE LEGITIMADOS PARA A ASSISTÊNCIA DE ACUSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE PARENTESCO COM O OFENDIDO. RECURSO DESPROVIDO.
O mandado de segurança constitui-se em meio impróprio para a análise de alegações que exijam o reexame do conjunto fático-probatório – como a apontada existência de conexão entre feitos criminais, se não demonstrada, de pronto, qualquer ilegalidade.
O simples fato de as recorrentes terem atuado como assistentes de acusação em ação penal, por serem filhas da vítima do delito de homicídio, não lhes garante o direito líquido e certo de atuarem como assistentes em novo feito criminal, cujo ofendido seria o possível executor do primeiro crime.
Inexistindo relação de parentesco entre a vítima e as recorrentes, não há que se falar em assistência de acusação, tendo em vista que o rol de legitimados previsto na Legislação Processual Penal é taxativo.
Não obstante ser cabível a utilização de mandado de segurança na esfera criminal, deve ser observada a presença dos seus requisitos constitucionais autorizadores.
Ausente o direito líquido e certo, torna-se descabida a via eleita.
Recurso desprovido.
(RMS 11.585/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 02/05/2002, DJ 03/06/2002, p. 215)
Parece não ser possível aplicar o raciocínio do julgado acima transcrito ao companheiro da vítima. Talvez seja o caso de efetuar interpretação extensiva/ampliativa do rol taxativo do 268/31 CPP (3º CPP – na interpretação extensiva, o texto diz menos do que recomenda a realidade social à qual se aplicará). 
O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público (art. 270, CPP). É que ele já é parte. Não faria sentido a sua intervenção como terceiro interessado. A doutrina majoritária tem entendido que, se o acusado já foi absolvido por sentença transitada em julgado, ele pode atuar como assistente.
8.2) A assistência de acusação e a macrocriminalidade
Em regra, somente se admite assistente da acusação em processos nos quais exista um ofendido individualizável. Problema: qual o real conceito de ofendido para fins de assistência? O CPP não define quem é o ofendido, tampouco estabelece um critério para permitir sua identificação. Poderíamos entender como aquele que sofre a lesão ou ameaça de lesão em virtude da infração penal (pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado). Mas como resolver as hipóteses em que não se visualiza um sujeito passivo determinado (ex.: crime ambiental ou contra as relações de consumo, tráfico de drogas, embriaguez ao volente)? Devemos recorrer, ante o silêncio do Código, a outras normas, com base no art. 3.º do CPP (analogia como forma de suprir lacunas legais). Nos crimes ambientais e contra as relações de consumo, os bens jurídicos são interesses de natureza difusa e sua defesa judicial, através das ações cíveis, é cometida ao MP e aos co-legitimados, na forma estabelecida na CF, art. 129, § 1.º, e na Lei n.º 7.347/85. Assim, se o interesse tutelado é o mesmo nas esferas cível e penal (divergindo apenas os efeitos), pode-se afirmar que os co-legitimados possuem igualmente legitimidade no âmbito penal, podendo não apenas propor a ação subsidiária (a CF consagra a ação penal subsidiária como direito fundamental, uma forma de fiscalização social do MP, não sendo de se a excluir nos crimes sem sujeito passivo determinado), mas também habilitar-se como assistentes do MP, bastando atender aos requisitos do art. 5.º, caput, e incs. I e II, da Lei n.º 7.347/85. OBS.: Interessante fundamentação, entretanto não achei posicionamento parecido na doutrina mais comum: Pacceli, Capez, Tourinho etc.
8.3) Aspectos processuais
O assistente (parte contingente, adesiva ou adjunta, desnecessária e eventual) não exerce múnus público e deve ser representado por advogado com poderes expressos. 
A admissão indevida só anula o processo se causar prejuízo ao réu, mas a falta de intimação do assistente regular causa nulidade do processo.
O assistente pode ser admitido a qualquer momento no curso do processo (a partir do recebimento da denúncia, não no inquérito policial), enquanto não passar em julgado a sentença (art. 269, CPP), mas não pode oficiar nos autos da execução da pena. 
Para o plenário do julgamento do Tribunal do Júri, a assistência deve ser requerida com pelo menos cinco dias de antecedência (art. 430 CPP - Redação dada pela Lei 11.689/08), se admitido em tempo inferior é causa de nulidade relativa, tem que provar prejuízo. A doutrina tem admitido a possibilidade de exclusão do assistente quando houver má-fé, embaraço à acusação ou tumulto processual.
O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente (art. 272, CPP), mas a falta de sua audiência não invalida a admissão do assistente. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso (art. 273, CPP). A jurisprudência tem aceito mandado de segurança contra a decisão que não admite a assistência e correição parcial da que exclui assistente habilitado.
Embora a intervenção do assistente deva ser entendida como direito subjetivo do ofendido e demais legitimados, há casos em que se pode trazer prejuízo procedimental ao processo. Deverá, portanto, o juiz indeferir as habilitações pretendidas.
O assistente receberá a causa no estado em que se achar, não podendo pretender a repetição de atos (art. 269, in fine, CPP). Uma vez admitido, deve ser intimado de todos os atos do processo, mas se faltar injustificadamente a um ato do processo não será intimado dos demais (art. 271, § 2.°, CPP).
O prazo para o assistente apresentar recurso é de 15 dias se não habilitado (art. 598) e de 5 dias para o assistente habilitado, caso em q o início do prazo começa a correr a partir da intimação da sentença (esse é o entendimento dominante hoje, encontrando-se superado o que considerava o prazo sempre de 15 dias). Ver HC 50417 STF quanto ao correto entendimento da súm. 448 STF (O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público).
8.4) Amplitude dos poderes do assistente
A intervenção do assistente é ampla, mas não se iguala à do acusador oficial, estando seus poderes limitados taxativamente no artigo 271 do CPP: 
Antes da Lei 11.689/08, o assistente podia aditar o libelo, mas a última reforma do CPP extinguiu essa peça processual do procedimento do júri.
1) propor meios de provas, devendo o juiz ouvir o Ministério Público antes de decidir sobre sua realização – não pode arrolar testemunhas, vez que o rol é o da denúncia, mas nada impede a indicação de testemunhas para serem ouvidas a critério do juiz. Apesar de o momento processual para o oferecimento do rol de testemunhas seja o do oferecimento da denúncia, doutrina e jurisprudência admitem que o assistente arrole testemunhas desde que dentro do numero máximo permitido ou indique testemunhas para serem ouvidas a critério do juiz(“testemunhas do Juízo”). 
2) requerer perguntas às testemunhas; 
3) aditar os articulados (manifestação sobre a resposta à acusação, memoriais finais e alegações finais);
Antes da Lei 11.689/08, o assistente podia aditar o libelo, mas a última reforma do CPP extinguiu essa peça processual do procedimento do júri.
4) participar do debate oral; 
5) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 548, § 1.°, e 598 – o assistente pode interpor:a) recurso em sentido estrito contra a sentença que decretar a prescrição ou julgar por outro modo extinta a punibilidade (271 CPP);
b) recurso em sentido estrito contra a decisão q denegar ou julgar deserta a apelação interposta pelo próprio assistente (581 XV CPP);
c) apelação contra a sentença absolutória do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal (271 CPP), inclusive contra a sentença de impronúncia e contra a sentença de absolvição sumária, prolatadas ao final da 1ª fase do rito do júri (416 CPP).
A jurisprudência mais recente admite apelação contra sentença condenatória, para agravar a pena ou da parte não abrangida pelo recurso do MP.
d) carta testemunhável; 
e) embargos de declaração; 
f) recurso extraordinário (súm. 210 STF). 
Súm. 208 STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de decisão concessiva de "habeas corpus". Entretanto, os tribunais aceitam haver interesse de agir por parte do assistente quando do julgamento do HC puder resultar o trancamento da ação penal.
Há 2 correntes quanto à amplitude da intervenção do processo, mais especificamente sobre a (im)possibilidade de o assistente recorrer da sentença condenatória, as quais guardam íntima relação com os entendimentos vigentes a respeito do interesse do assistente. 
	O interesse do assistente limita-se a obtenção de uma sentença condenatória para satisfazer os prejuízos sofridos. 
	O assistente tem interesse na justa aplicação da lei: a tendência atual é no sentido de se conferir maior atenção aos interesses do ofendido (protagonismo da vítima = maior efetividade dos direitos fundamentais).
	( Doutrina mais tradicional (Tourinho Filho): o interesse do assistente seria a sentença condenatória, que já teria sido alcançado: falta-lhe interesse de recorrer contra sentença condenatória.
	STF e Pacelli: (...) o interesse do ofendido não está ligado somente à reparação do dano, ‘mas alcança a exata aplicação da justiça penal’” (HC 71.453, 2ª Turma)
	O assistente só pode recorrer da sentença absolutória
	O assistente pode recorrer tanto da sentença condenatória como da sentença absolutória
Pacelli destaca que a interposição de recursos é cabível sob duas condições: inércia do Ministério Público e natureza da decisão a ser impugnada (art. 271 CPP). Caso o Ministério Público já tenha recorrido, ao assistente somente é cabível a apresentação de razões próprias. 
Observa-se, então, que, a par de (1) reforçar a acusação, o assistente também atua como (2) custos legis, assegurando “um certo controle de qualidade e efetividade da atuação estatal na defesa dos interesses dos membros da comunidade” (PACELLI). O interesse que move a vítima no processo penal – e que legitima sua presença como assistente – não gira apenas em torno de uma futura indenização (o que limitaria sua atuação, impedindo-a, por exemplo, de apelar para agravar a pena do réu). Ora, se a vítima, ao promover a ação privada subsidiária, tem atuação tão ampla quanto ao do MP (titular originário), não se pode afirmar que seu interesse é meramente econômico, à medida que faz as vezes do Estado-administração, que se mostrou omisso no momento em que se deveria pronunciar. O recurso supletivo do assistente visará, aqui, a coibir conseqüências maléficas advindas da omissão do MP. Não há razão para tratamento diferenciado entre a vítima enquanto parte principal na ação subsidiária e a vítima enquanto assistente de acusação (a única restrição é que o assistente atua para complementar a atividade do MP, ao passo que, na subsidiária, a vítima tem atuação ampla). Se o MP for eficaz, o assistente se revestirá da condição de mero coadjuvante. 
O STF possui três súmulas referentes à assistência, quais sejam:
Súmula n.° 208: O assistente do Ministério Público não pode recorrer extraordinariamente de decisão concessiva de habeas corpus.
Súmula n.° 210: O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos arts. 584, § 1.°, e 598, do Código de Processo Penal.
Súmula n.° 448: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público.
8.5) O assistente da defesa
Para Távora e Alencar, a Lei n. 9.099/95 também prevê a figura do “assistente da defesa”, qual seja, o reponsável civil que conduz a composição civil para a satisfação patrimonial da vítima, com repercussão direta na situação jurídica do infrator.�
9. Auxiliares da justiça
“Auxiliares da justiça” é a designação genérica dos auxiliares permanentes, cuja participação é obrigatória em todos os processos (oficial de justiça, escrivão, etc.), e dos sujeitos variáveis da administração da justiça, como os peritos e intérpretes. Em regra, os auxiliares da justiça gozam de fé pública (presunção juris tantum).
Aplicam-se as prescrições sobre suspeição aos auxiliares da justiça (art. 274, CPP). As partes podem arguir o embaraço, devendo o juiz decidir de plano, sem possibilidade de recurso (art. 105, CPP). Não se pode opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas elas deverão declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal (art. 107, CPP).
Os peritos e os intérpretes são auxiliares eventuais da justiça para casos que exijam conhecimentos especializados. Possuem o mesmo dever de veracidade das testemunhas. São aplicáveis a eles, além das hipóteses de suspeição do juiz, mais três impedimentos: a) os que estiverem sujeitos a penas restritivas de direito de interdição temporária do exercício da profissão ou cargo público; b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; c) os analfabetos e os menores de 21 anos.
� TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 438.
� TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 438.
� TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 437.
� TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 3. ed. Salvador: Editora JusPodivm, 2009. p. 442-443.

Outros materiais