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REVISÃO GRANDE PARA AP2 DE LITERATURA PORTUGUESA II

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1- Por que o Realismo se difere do Romantismo? 
No Romantismo, utiliza-se a subjetividade, a imaginação, sentimentos, emoções, 
verdade individual, fantasias, narrativa lenta obedecendo o tempo cronológico, 
linguagem cultura em estilo metafórico e poético, mulher idealizada comparada 
a um anjo em sua pureza e perfeição. Já no Realismo, seu propósito está 
relacionado com o materialismo, objetividade, realidade social, racionalidade, 
verdade universal, fatos observáveis, preocupação com o presente, linguagem 
cultura e direta, numa narrativa de ação e aventura e mulher mostrada com seus 
defeitos e qualidades. Enquanto que no Romantismo o foco da narrativa, centra-
se no individuo de acordo com a sua subjetividade, no Realismo volta-se para 
observar o mundo. 
 
2- Qual foi o contexto histórico europeu no período oitocentista, que ocasionou 
o surgimento do Realismo? 
O contexto histórico europeu em meados do século XIX é marcado por algumas 
transformações, políticas e consequentemente sociais, que acabou despertando 
novas concepções de mundo. No âmbito político, o declínio da Monarquia, para 
instalar-se a República. Na economia, o advento da Revolução Industrial e o 
capitalismo. Na sociedade, controle de classes dominantes, luta dos 
trabalhadores e teorias socialistas. Na mentalidade, estudos científicos , que 
contrariaram o criacionismo pregado desde então pela igreja. E assim, surgindo 
novos grupos com ideais anarquistas, chegou-se à arte, que provocou o desuso 
do Romantismo e instaurando o Realismo, com a estética que expressasse 
sentimentos e ideias à favor da liberdade e sociedade. 
 
3- Como se deu o Realismo em Portugal ? 
O contexto histórico oitocentista sofreu mudanças sociais, econômicas, políticas 
e científicas, ocasionando uma reorientação universal sobre os indivíduos. 
Contudo, Portugal mantinha-se aquém em relação à tais transformações, vivendo 
ainda numa cultura concepção passada da Monarquia. Vendo a necessidade de 
Portugal trilhar o mesmo caminho que os demais países europeus, surgiu-se a 
“Geração de 70”, liderada por Antero de Quental à jovens escritores, que 
propunham uma liberdade estética sobre as artes, especificamente na literatura, 
a fim de trazer a mesma reorientação universal em Portugal. Dessa forma, em 
vez de expressar o subjetivismo, a melancolia, o sentimentalismo, a arte realista 
utilizou-se da racionalidade, críticas à sociedade, questionamentos sociais, 
análise da verdade, psicologia humana, cientificismo, determinismo, etc. 
 
4- Qual a relação de Antero de Quental com a Questão Coimbrã? 
 
As transformações políticas, sociais e científicas no período oitocentista, que 
norteara por toda a Europa, influenciou-se também no âmbito artístico, 
ocasionando o declínio do Romantismo. A necessidade de um movimento que 
pudesse transcrever de acordo com tais mudanças, mostrava-se cada vez mais 
necessário, pois partiria em prol do “Nós”, em vez do “ eu”. Especificamente 
nos textos literários, o subjetivismo, a emoção, as fantasias e o 
individualismo, foi trocado pela objetividade, realidade, razão, social, 
verdade universal, ou seja, pelo Realismo. Contudo, Portugal ainda 
permanecia mais tradicional e preso ao movimento antecedente. Em prova 
disso, Feliciano Castillo, adepto ao Romantismo Português, acreditava que a 
literatura deveria se negar à condizer com tais movimentos revolucionários, 
fazendo uma crítica no seu posfácio, denominando o Realismo de 
“enfermidade”. Antero de Quental, por sua vez, sendo a favor da instauração 
do Realismo em Portugal, respondeu numa carta aberta à Castillo, 
desconsiderando o Romantismo como forte movimento influente para o 
contexto vigente, devido o período exigir um posicionamento dos escritores 
para abordarem temas voltados aos problemas sociais, em busca de uma 
reorientação universal. Enquanto Castillo permanecia preso a um movimento 
artístico já considerado ultrapassado, por defender a naturalidade poética, 
Quental, por sua vez defendia a responsabilidade da literatura na sociedade. 
E assim, viu-se a necessidade de criar algo forte, que com ele pudesse 
combater tais pensamentos e abrir os olhos da sociedade sobre a realidade 
que viviam. Antero, formou e liderou, na universidade de Coimbrã, um grupo 
formado por jovens escritores, “Geração de 70”, que compartilhavam do 
mesmo pensamento. 
 
5- Relacione a produção literária realista ao eixo existência: 
Tal produção, colocou-se contra algumas situações de existência humana e 
social, ao defender os mais pobres e àqueles que fora submetidos ao poder 
autoritário. 
 
6- Caracterize a escrita de Antero de Quental e Guerra Junqueiro no período 
oitocentisca: 
No período oitocentista, Portugal foi proibido de seguir os mesmos parâmetros 
dos demais países europeus, por aderir uma reforma social, cultural e política. 
Todavia, mesmo sendo censurados, os movimentos anarquistas, mantinham-se na 
esperança de apresentar ao povo português uma nova concepção da realidade. 
As obras de Antero de Quental e Guerra Junqueiro, seguiam-se esse mesmo 
parâmetro. O realismo sempre procura abordar temas universais, fazendo com o 
que as poesias de Quental sejam interpretadas na atualidade. Com viés político, 
republicado e socialista assumido, defendia a união das nações simultaneamente 
ao respeito a diversidade cultural de cada. Sua escrita passou por algumas fases, 
que podem ser justificadas pelo seu transtorno bipolar, sendo expressada por 
sentimentos de pessimismo à esperança nacional. Guerra Junqueiro também era 
a favor da República e lutara por transformações políticas e social. Com toque 
mais sátiro, denunciando a miséria, as malícias, a monarquia e a religião a quem 
Portugal submetia-se. Pode-se considera-lo um poeta combatente. 
 
7- Qual a importância da literatura para o debate de questões importantes da 
sociedade portuguesa do século XIX? 
Segundo Eça de Queirós, o Realismo é a “negação da arte pela arte”. Em outras 
palavras, o contexto oitocentista exigiu uma postura artística que acompanhasse as 
transformações externas que estavam acontecendo. Em vez de manter uma literatura 
subjetiva, que valorizasse o indivíduo e suas emoções, buscou-se valorizar o indivíduo 
inserido numa conjuntura social. E com ele, levantar questionamentos que pudessem 
trazer uma reflexão e transformação social. 
 
8- Quais são os núcleos temáticos mais importantes na narrativa de Eça de 
Queirós? 
Eça de Queirós seguiu-se o pensamento dos intelectuais da “Geração de 70”, no 
qual também fizera parte. Discutia-se sobre a modernidade europeia e a 
necessidade de aproximar Portugal à ela. Por isso, seus núcleos temáticos, 
relacionam-se a crítica e polêmica religiosa e burguesa, levando a censura 
diversas vezes. 
 
9- Quais são as marcas realistas presentes nas obras de Eça de Queirós? 
Eça de Queirós foi um dos autores realistas, que fez parte da “Geração de 70”, 
em Portugal no período oitocentista, seu nome é tão associado ao movimento, 
que este só chegou-se “ao fim”, em 1900 com o falecimento de Eça. Uma de suas 
características relevantes são temas voltados ao povo português, através de um 
olhar questionador e reflexivo sobre a sociedade e como ela pode prejudicar o 
avanço do individuo, que nela esteja inserido. Uma de suas obras mais 
conhecidas “O crime do Padre Amaro”, procurou levantar questões polêmicas 
sobre o celibato e a opressão religiosa para com o povo e sacerdotes. Outra obra 
que merece destaque é “O primo Basílio”. Desta vez, o autor descreve os 
problemas que norteavam uma família da época, promovendo para atualidade, 
um conhecimento social oitocentista. Se Eça tinha como objetivo seguiruma linha 
realista ou realista-naturalista, nela é perceptível que a relação estabelecida com 
o Romantismo é de contrariedade 
 
10- Por que Eça de Queiros é considerado um dos maiores escritos realistas de 
Portugal? 
Antero de Quental na “QUESTÃO COIMBRÔ, enfatiza para Castilho que o 
escritor tem um papel fundamental na sociedade, pois é através dele que os 
problemas vigentes serão apurados e os conceitos culturais defendidos. Eça de 
Queirós elaborou narrativas provocativas sobre a sociedade, a igreja e a 
psicologia humana, despertando um ar questionador ao contexto oitocentista. 
Sua influência foi tão marcante, que o Realismo findou-se juntamente com a sua 
morte em 1900. 
 
11- Podemos considerar as obras de Eça de Queirós presentes em nosso tempo? 
Se uma das principais características do Realismo é apresentar temas universais, 
estes ultrapassam o tempo cronológico. A mesma abordagem feita pelo escritor 
no século XIX à XX, podem ser inseridas na sociedade atual, por ele apresentar 
o cotidiano, o psicológico das personagens e o registro da realidade e seus 
problemas. 
 
 
12- Como se deu as manifestações do espírito finissecular no contexto histórico-
cultural português? 
 
No final do século XIX a Europa vivia o auge do capitalismo, devido as derrotas 
socialistas, estabilidade social e desenvolvimento tecnológico, provocando o 
avanço da modernidade. Contudo, Portugal além de se manter distante de tais 
transformações, também passara por problemas internos, como o “Ultimatum 
inglês”, economia agrária de subsistência e uma sucessão de crises, que o levou 
à proclamação da república, posteriormente. Portugal vivia um contexto 
decadente, afetando para o surgimento de um sentimento também decante nas 
pessoas, que manifestara pelas artes. Na literatura, denominado de Simbolismo, 
suas principais características era expressar o desencantamento com o mundo, 
distanciando-se da realidade para busca do inconsciente, podendo ser inclusive 
antirrealista, antimaterialista, antiobjetivista, mas valorizando a subjetividade 
crítica em relação ao mundo. Na poesia, o uso do arcaísmo, neologismo, 
metáforas, religiosidade, espiritualidade, musicalidade intensa, fora uma das 
suas principais características. 
 
13- Quais são as principais características das obras de António Nobre e Camilo 
Pessanha? 
Tanto Nobre, quanto Pessanha focaram no espírito finissecular, mas cada um à 
sua maneira. Nobre, segue uma tendência simbolista, considerado um dos poetas 
mais populares e renomados de seu tempo, devido sua sensibilidade estética, 
refletida por um espírito romântico e doentio. Sua escrita é mais coloquial e 
poética, numa estrutura cinematográfica, abrindo espaço para o modernismo, 
que deu continuidade. Lamentava-se por Portugal, todavia, não ignorava o 
Portugal glorioso e assim, resgatava lembranças que tivera na zona rural em sua 
infância. Além disso, por mais que ele apresentasse uma obra finissecular, 
procurava se afastar do drama através da ironia. E Pessanha, também seguindo-
se uma tendência simbolista, porém de maneira diferente em relação a Nobre, 
relaciona-se sua poética com sua própria perturbação, como sujeito inserido no 
mundo. Tem uma visão pessimista, sentimento de perdição, trabalha com o tempo 
passado, jogo de intertextualidade com diversas artes e sua escrita apresenta uma 
linguagem coloquial, mas com metáforas, símbolos, musicalidade, mas num tom 
dramática, recebendo um toque de filosofia oriental. Sua poética fora tão 
importante, que chegou a influenciar consideravelmente o “fazer literário” de 
Fernando Pessoa. 
 
14- Qual a diferença entre o Romantismo e o Simbolismo? 
A diferença começa pelo contexto histórico. O romantismo surgiu no século 
XVIII, podendo ser escrito tanto em prosa, quanto em poesia. Sua visão de mundo 
é centrada no indivíduo, para retratar o drama humano, amores trágicos e 
distração mental de obrigações ou realidades desagradáveis. E estendeu-se até 
meados do século XIX. Já o Simbolismo ocorreu no final do século XIX, por isso 
é considerado finissecular, em que está desencadeado com o mundo, por este 
estar em crise. Só há poesias e os autores refugiam-se num universo imaginário, 
cheio de desesperança e rejeição da sociedade burguesa. 
 
 
15- O que é literatura finissecular? 
A expressão finissecular não está vinculada a um movimento artístico, mas 
significa traços de um fim de século, que afetam as produções artísticas do 
momento. Nesse período, essas produções preocupam-se com o destino português 
e uma inclusão dos aspectos sociais. 
 
16- Faça uma relação A poética de António Nobre e Camilo Pessanha com o 
Eixo Existência do nosso curso? 
Os dois autores apresentam questões existenciais (e se alinhama ao nosso eixo 
da existência de nosso curso) que podem ser percebidas por temáticas como a 
morte. 
 
A temática da morte é comum aos autores Antonio Nobre e Camilo Pessanha, 
mas ela assume também aspectos formais nos textos a partir de recursos 
estéticos operados por estes. Esses recursos estão relacionados à capacidade 
destes dois autores de se outrarem, ou seja, assumir a posição de um outro. No 
caso de Camilo Pessanha essa capacidade aparece a partir de sua tendência a 
encenação, pela dramatização. Assim, é possível que “O poeta não só fala sobre 
a morte, mas fala da morte – em outras palavras, como se já estivesse morto!”. 
O poeta também traduz em linguagem um desencanto pela existência, 
explorando aspectos sensoriais como Simbolista que é. No plano da linguagem 
ele diz de maneira sempre indireta, evitando nomear os objetos diretamente. 
No caso de Antonio Nobre a morte atinge uma relação a nível formal do texto, 
com o processo de despersonalização do autor, ao criar uma personagem que 
seria uma espécie de outro de si mesmo, processo que adiante Fernando Pessoa 
irá desenvolver em sua heteronímia. “Essa cisão do eu indica um gesto 
negativo, uma subtração assinalada no nome (António – Anto), mas que está 
estreitamente ligado a uma mutilação vivida, sentida na pele. Este movimento 
de inter-relação de mundo e linguagem, sob uma existência em falta, é marca de 
uma profunda modernidade e um dos maiores legados deixado por esta poesia.” 
 
 
 
17- Modernismo Português X Modernismo Brasileiro: 
O modernismo português surgiu com a publicação da revista Orpheu, em 1915, 
sendo portanto anterior ao brasileiro, 1922. As vanguardas europeias são 
certeiras nos dois países, mas no modernismo brasileiro há valorização dos 
traços locais, como a linguagem, buscando uma aproximação popular. Antes da 
instauração do Modernismo em Portugal, fora marcado pela estética finissecular, 
em que todas as reflexões e conflitos e crises da nação eram abordadas nas artes. 
Contudo, já no início do século XX, a Europa vive sob a utopia da Revolução 
Francesa, segunda revolução industrial, ou seja, o progresso. Portugal, 
entretanto, não compartilhava totalmente, ficando a parte em relação aos demais 
países. Os românticos do início do século, buscavam um mundo idealizado, 
enquanto que o grupo da “geração de 70”, equipar o país com o restante da 
Europa. Se para os românticos o poeta possuía uma missão de cantar à 
inspiração das musas, para os realistas o desvendar e relacionar-se com os 
aspectos da sociedade. Como por exemplo, a vida de aparências. Após o 
desencanto com esta inserção social, o Modernismo português surgirá, buscando 
desvencilhar-se do trato de temas sociais. “O modernismo europeu apresenta um 
caráter marcadamente antidemocrático e antipopular”. Embora, o modernismo no 
Brasil tenha sido influenciado pelas vanguardas, seu propósito era à valorização 
dolocal, já o europeu apresenta um aspecto antipopular, voltado para a própria 
criação literária, sem qualquer inserção social. 
 
18- Explique como era o contexto histórico em Portugal, quando surgiu o 
Modernismo: 
Em Portugal, surgiu durante um período conturbado da história. Época de 
guerras, permaneceu na primeira e segunda guerra mundial, conheceu o 
surgimento da Teoria da Relatividade, por Einstein, a psicanálise de Freud, as 
transformações tecnológicas ( eletricidade, estrada de ferro, avião, cinema, etc), 
que definitivamente modificaram o comportamento social. As crises sucessivas 
em Portugal, levou-o para o declínio da Monarquia e instauração da República. 
Não só isso, mas também o surgimento de dois partidos com ideais opostos, 
Inconformados VS Patriotismo, fez com que Portugal mantivesse numa economia 
agrária e gradativamente uma crise econômica. Todavia, entre o século XIX e 
XX, em Lisboa, mesmo num ritmo mais lento, conheceu a modernidade, com 
ferrovias, ruas pavimentadas, urbanização planejada nos grandes centros, 
iluminação à gás, telefone, cinema, inauguração de lojas, restaurantes, café, tudo 
que uma cidade atualmente têm acesso. Em contrapartida, aumentou a 
desigualdade social de trabalhadores industriais, que viviam em situações 
precárias em guetos e periferias. E o êxodo rural, levando camponeses à cidade 
e nela a miséria como consequência da falta de oportunidade. A modernidade 
urbana não só modificou a estrutura lisboeta, como também seus indivíduos, 
tornando-se mais consumistas, vaidosos e com poucas relações humanas. É como 
se o indivíduo vivesse numa solidão, em plena multidão. 
 
 
 
19- Quais são as características do Modernismo Português? 
Distanciamento do sentimentalismo, espírito dinâmico que acompanha as 
transformações tecnológicas, espírito questionador e crítico, linguagem cotidiana, 
oposição as normas em prol do anarquismo, originalidade e desvio, ruptura com o 
passado, numa atitude inovadora. 
 
20- Identifique as figuras femininas urbanas na obra poética de Cesário Verde: 
Cesário Verde vivenciou todo o processo de urbanização, pois estava inserido 
nele. Vivendo entre o Campo e a cidade, pode perceber, sentir e descrever suas 
respectivas diferenciações. A mulher urbana é destacada em sua obra e assim 
dividida em três tipos: “Dama fatal aristocrática”, “A mulher frágil e natural” e 
“A mulher do povo”. 
1- Dama Fatal: é aquela que pertence a elite urbana. Veste-se usando a última 
tendência de Paris e Inglaterra; tem acesso aos perfumes, por isso anda 
sempre perfumada; porta-se como uma rainha ao andar; tem caráter 
autoritário, ar “senhoril”; Fria; Cesário Verde destaca essa mulher como 
sedutora, numa mistura de perigo e morte. O seu mistério atraí todos à sua 
volta, especificamente aos homens, mostrando-se orgulhosa e afastando-se 
deles. Ela causa curiosidade e ao mesmo tempo receio. 
2- Mulher frágil e natural: pertence a classe média. Usa vestido simples e sem 
enfeites; não ostenta luxo quaisquer; personalidade meiga, fraca, assustada, 
dócil; recatada; está sempre na companhia da mãe; Cesário Verde destaca 
que esse tipo de mulher é vista pela sociedade, como casta, pura e deve ter 
habilidades matrimoniais para construir uma família. 
3- Mulher do povo: é o reflexo da desigualdade social, pertencendo à uma 
classe desprovida pela modernidade. É trabalhadora; não despertam 
nenhuma atração física ou amorosa; são rústicas; anda sempre sujas; 
repudiada pela sociedade; trabalha para os ricos, mas ganha tão pouco, que 
tem uma vida miserável; Contudo, Cesário Verde mesmo apresentado tais 
características depreciativas desse tipo de mulher, ele destaca que ela é uma 
mulher feliz, que mesmo pertencendo à uma classe considerada medíocre no 
período vigente, trabalhava cantando e animada. 
 
21- Explique abaixo sobre... 
- Crise do sujeito: Se no século XIX, prevalecia um “eu”, que narra o mundo, de 
acordo com a sua própria subjetividade ( Romantismo), na modernidade, por 
questões conflituosas da história, o sujeito entrará em crise. O “ eu” é vazio, 
incompleto, irreconhecível e desconhecido. Essa crise do sujeito acredita que um 
ser inteligente, sensível, racional e pensante, o levará a complexidade existencial, 
pois ao pensar sobre si, conhecerá as sensações mais ruins. 
- Crise da linguagem: também denominada de “crise da mimese”, está em 
contrapartida ao poeta romântico, que precisa estar inspirado para escrever, 
tornando seus versos sinceros sobre as emoções que sentira. Na “crise da 
linguagem”, o poeta é um fingidor, pois a linguagem deixará de ser uma 
representação da realidade, para sua recriação. A linguagem é entendida, como 
àquela que não tem capacidade de representar fielmente a realidade, como 
acreditavam os realistas. Se um poeta escreve sobre seus sentimentos em relação 
ao amor ou a raiva, tornar-se um fingidor. Não só ele, como também o leitor 
precisa fingir sentimento, com a mesma emoção descrita no texto. Isso acontece, 
porque os leitores terão que criar as mesmas sensações para interpretar a obra. 
Dessa forma, segue-se essa linha: A dor inicial ( sentida) -> dor recriada pelo 
poeta, através da linguagem ( fingida)-> dor projetada pelo leitor, a partir da 
leitura ( dor lida) -> dor que o leitor não tem ( dor não tida). 
-Crise de memória: Se no período oitocentista, acreditavam que o tempo era 
cronológico, na modernidade o tempo se embaralha entre o presente, passado e 
futuro, mostrando a possibilidade de viver no passado, mesmo estando no 
presente. 
 
 
22- Distingue o conceito de pseudônimo, heterônimo e ortônimo: 
Os pseudônimos são usados para esconder a verdadeira identidade do sujeito, 
mas mantém um posicionamento artístico. O heterônimo usa outro nome, outra 
biografia, outra visão de mundo. Ou seja, é um sujeito ficcional, dentro de um 
sujeito real. E o ortônimo é o nome civil e declarados pelo próprio denominado. 
 
23- Explique sobre “ drama em gente”, no projeto poético de Fernando Pessoa: 
Uma das ideias centrais presentes no modernismo é não referir-se ao individuo 
propriamente dito, mas àquele que utiliza a linguagem para assumir seu lugar de 
sujeito. Além disso, a linguagem tem o poder de permitir que o poeta se expresse 
pela própria voz ou voz de outrem. Por isso, a linguagem é valorizada pelos 
modernistas. As pessoas de Pessoa são apenas ficção por intermédio da 
linguagem, em que ele assume-se como poeta fingidor. De forma geral, o 
fingimento é o seu principal adjetivo. Outra característica que o fortalece são 
seus heterônimos, que são entendidos como multiplicidade de sujeitos, 
representados de maneira dramática. Isso explica o termo utilizado “drama em 
gente”. Seus heterônimo tem uma linguagem dramática, por relatar a vida 
pessoal e sentimentos. 
 
24- Quais são os traços predominantes da escrita ortônima de Pessoa? 
Há diferença entre Pessoa cidadão e Pessoa poeta, pois à arte para ele é 
fingimento. Como ortônimo, tem características na linguagem, que mostra uma 
grande sensibilidade musical ( aliteração, ritmo, verso curto, predomínio de 
quadra, etc); uso da adjetivação expressiva, pontuação emotiva, frases nominais, 
comparações metafóricas, antíteses e símbolos tradicionais ( natureza). É 
considerado um poeta de contradições, por demonstrar sinceridade/fingimento; 
sentir/pensar; consciência/inconsciência; além de angústia, crise existencial, dor 
de viver, dor de pensar, tentativa de superação, refúgio em sonhos e 
intelectualização da emoção, esta promove seu fingimento poético. 
 
25- Faça uma relação entre Fernando Pessoa (ortônimo) com cada um de seus 
heterônimos: 
Fernando Pessoa ortônimo, nãodeve ser confundido com o cidadão, uma vez que 
ele considera-se um poeta fingidor. É através da linguagem que Fernando Pessoa 
assume diversas vozes, como por exemplo, em seus heterônimos e suas 
respectivas singularidades. Sabendo-se que heterônimo é uma identidade criada 
com outro nome, biografia, endereços, opiniões e características estéticas, vale 
ressaltar que os heterônimos, não só se diferenciam do ortônimo pessoano, como 
também entre si. Embora, tenha escritos muitos textos assinados com nomes 
diferentes, a Crítica considera Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos 
seus principais heterônimos. E cada apresenta sua singularidade. Caeiro, foi um 
poeta que viveu no campo, não teve estudos considerados adequados para época, 
mas isso não o impediu de escrever poesias. Apresenta uma linguagem 
aparentemente simples, com vocabulário limitado, mostrando-se sua 
simplicidade de camponês, porém, engana-se que é ingênuo. Pessoa o considera 
o mestre dos demais heterônimos, por guardar uma filosofia própria admirável 
em relação ao mundo, aos homens e as coisas. Caeiro, consegue usar os cinco 
sentidos, que são capazes de formar sua poesia, deixando sua visão sobre o 
mundo mais inocente. Ricardo Reis, por sua vez tinha um estudo elitizado, porém 
não ignorou a simplicidade da poesia. Suas ideias são mais tradicionais, por ser 
a favor da monarquia, acabava se esquivando da modernidade sócio política. Sua 
característica predominante é usar a mitologia greco-romana, como a do 
Arcadismo, numa mistura de destino humano. Reis, focalizava muito na 
racionalidade humana, levantando reflexões tão filosófica, quanto os gregos 
antigos. Já Álvaro de Campos, também estudado, passou por fases poéticas ( 
decadentista ,futurista e pessimista),diferentemente dos outros, seus olhos estão 
fixos à modernidade, fazendo referências a mesma, porém, com toque de emoção. 
Pode-se considera-lo um poeta emotivo.

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