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resumo 1807695 paulo igor 15592995 direito penal novo parte geral aula 45 punibilidade

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Punibilidade
DIREITO PENAL (PARTE GERAL)
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PUNIBILIDADE
1. PUNIBILIDADE
Conceito: É o direito que o Estado tem de aplicar a sanção penal prevista na 
norma incriminadora contra quem praticou a infração penal.
Atenção!
• A punibilidade não constitui elemento do conceito analítico de infração 
penal, que é a soma apenas do fato típico, da ilicitude e da culpabilidade.
É possível que exista um crime que não seja punível? Zaffaroni ensina 
que o vocábulo punibilidade tem dois sentidos:
1. Merecimento de Pena: Nesse sentido, todo delito é punível, pois todos os 
crimes merecem ser punidos.
2. Possibilidade de Aplicação da Pena: Nesse sentido, nem todo delito é 
punível, pois, em determinadas situações, por diversas razões, não se pode dar 
ao agente a punição que lhe cabia.
1.1. Causas Extintivas da Punibilidade
Estão previstas no artigo 107 do CP:
Art. 107. Extingue-se a punibilidade:
I – Pela morte do agente;
II – Pela anistia, graça ou indulto; 
III – Pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – Pela prescrição, decadência ou perempção;
V – Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada;
VI – Pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
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a) Morte do Agente: 
A morte do agente extingue apenas os efeitos penais da sentença condena-
tória, permanecendo os extrapenais (como a reparação do dano, por exemplo).
Como é atestada a morte do agente no processo penal? Com a juntada 
da certidão de óbito (Art. 62 do Código Penal).
E, se depois do trânsito em julgado da sentença declaratória extintiva 
da punibilidade, descobre-se que a certidão de óbito do réu era falsa? Para 
os Tribunais Superiores, essa decisão é nula e inexistente, podendo portanto ser 
revogada. 
b) Anistia, Graça e Indulto:
Anistia: É concedida por meio de lei penal, a qual apaga todos os efeitos 
penais (principais e secundários). Os efeitos extrapenais permanecem inaltera-
dos.
Graça e Indulto: São concedidos por meio de decreto presidencial e atingem 
apenas os efeitos executórios da pena, permanecendo todos os efeitos penais 
secundários e extrapenais. 
O professor Rogério Sanches ilustra bem as diferenças entre os institutos 
com dois quadros bem didáticos:
Anistia Graça e Indulto
Lei penal Decreto
Pode ser concedida antes da condenação. Pressupõem condenação.
Extingue todos os efeitos penais. Extinguem somente o efeito executório: o cum-primento da pena.
Graça Indulto
Benefício individual, com destinatário certo. Benefício coletivo, sem destinatário certo.
Depende de provocação do interessado. Não depende de provocação do interessado.
c) Decadência, Perempção e Prescrição:
Decadência: Consiste na perda do direito de ação pelo escoamento do prazo 
estabelecido em lei para o oferecimento da queixa (nos crimes de ação penal 
privada) ou da representação (nos crimes de ação penal pública condicionada).
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A regra, de acordo com o art. 103 do CP, é o prazo de seis meses contados a 
partir do conhecimento da autoria do fato.
Nos casos de ação penal privada subsidiária pública (quando ocorre a inér-
cia do membro do Ministério Público), a decadência se dará após passados seis 
meses do dia em que se encerrar o prazo do Ministério Público. 
Perempção: Consiste na perda do direito de prosseguir com a ação. É uma 
causa extintiva da punibilidade que recai somente sobre as ações penais priva-
das (personalíssimas ou exclusivas, já que não é possível falar em perempção 
na ação penal privada subsidiária da pública).
Ocorre em quatro hipóteses previstas no art. 60 do CPP:
Art. 60:
I – Quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do proces-
so durante 30 dias seguidos;
II – Quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não compa-
recer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, 
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III – Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer 
ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de con-
denação nas alegações finais;
IV – Quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar su-
cessor.
Prescrição: É a perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado 
punir ou executar punição já imposta. Trata-se de um limite temporal do direito 
de punir do Estado (jus puniendi). A prescritibilidade dos delitos se constitui em 
verdadeira garantia constitucional implícita do cidadão. Dessa forma, a excep-
cional imprescritibilidade de determinados delitos só pode ser determinada pelo 
texto constitucional, a exemplo do que ocorre com os delitos de racismo e de 
ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o estado democrático, 
previstos respectivamente nos incisos XLII e XLIV do art. 5º da CF/88.
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d) Renúncia e Perdão do Ofendido: 
Renúncia: É o ato unilateral do ofendido pelo qual ele abdica do seu direito 
de promover a ação penal privada. 
Em regra, a renúncia é aplicada nos casos de crimes de ação penal privada, 
mas excepcionalmente pode ocorrer nos crimes de ação penal pública condicio-
nada à representação, desde que o crime seja de menor potencial ofensivo, pois a 
composição civil dos danos no rito dos juizados especiais implica em renúncia ao 
direito de queixa e de representação (art. 74, parágrafo único da Lei n. 9.099/1995)
Perdão do Ofendido: Diferentemente da renúncia, o perdão é um ato bilate-
ral. Ou seja, o ofendido oferece o perdão ao querelado, que deve aceitá-lo para 
que produza os seus efeitos. Vale lembrar que o silêncio do querelado implica 
em aceitação do perdão!
e) Retratação do Agente: 
A retratação do agente é causa extintiva da punibilidade restrita a determina-
dos crimes específicos em que há a previsão legal desse instituto. Atualmente 
ocorre nos crimes de: 
• Calúnia e Difamação (Art. 143 CP):
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou 
da difamação, fica isento de pena.
• Falso Testemunho e Falsa Perícia (Art. 342, §2º CP):
Art. 342:
(...)
§2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu 
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
f) Perdão Judicial:
Diferentemente do perdão do ofendido, o perdão judicial não demanda acei-
tação do réu, sendo na verdade um direito público subjetivo sempre que estive-
rem presentes todas as circunstâncias autorizadoras previstas em lei. Por meio 
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do perdão judicial, o juiz reconhece a existência de um fato típico, ilícito e pra-
ticado por agente culpável, mas que não deve receber a punibilidade prevista 
para aquele delito.
Exemplo: Art. 121, § 5º:
Art. 121.
(...)
§5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se 
as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária.
���������Este material foi elaborado pela equipepedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Paulo Igor.

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