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A coagulação consiste essencialmente na desestabilização das partículas coloidais e suspensas presentes na água captada para o abastecimento. 1 Coagulação Histórico da coagulação Em tempos remotos, os egípcios já possuíam o hábito de armazenar água bruta em jarros por dias para decantação, adicionavam nozes e feijão para acelerar o processo 1827: Londres: melhor eficiência na clarificação da água com o emprego de sulfato de ferro em água aquecida 1869: Holanda e Bélgica empregavam sulfato de alumínio para produzir um precipitado que removia a turbidez da água Uma ETA em Nebraska trabalhava com coagulação 34 anos antes da construção dos filtros No século XIX a coagulação se estabeleceu como processo inicial do tratamento de água, excetuando a filtração lenta Coagulação 3 Coagulação Floculação Aumento da velocidade de decantação Economia na implantação de decantadores e maior remoção de microrganismos patogênicos Mistura rápida: trecho que proporcione gradiente de velocidade e tempo de mistura compatível com o desejado (ensaios de laboratório / NBR 12226) ETA Guarau SABESP Tamanho das partículas encontradas em águas naturais 4 Partículas em suspensão Partículas dissolvidas • Turbidez • Cor aparente • SST • Cor real • SDT • Compostos dissolvidos 0,45 m 1 m 10-3 m Partículas coloidais Sólidos na água Coloide Emulsão: dispersão líquido-líquido Aerossol: dispersão líquido-gás ou sólido-gás Sol: dispersão sólido – líquido: silicatos, caulinita, óxidos de metais. Fitoplânctons, húmus, matéria orgânica, microrganismos, algas, vírus, bactérias... Elevada área superficial Cargas elétricas Suspensão Coagulação 7 + + + Água bruta Coagulação Floculação Al(OH)3(p) Al x (OH)y n+ Produtos químicos Sólidos incipientes ou espécies hidrolisadas solúveis Mistura lenta Mistura rápida Coagulantes 8 Principais Coagulantes Características Concentração (% ) Sulfato de Alumínio Al2(SO4)3, 18H2O (massa molar = 666,4g) Pó branco (solubilidade = 660 g/L) Solução líquida (densidade 25ºC =1,45) ~15% Al2O3 7,5 à 8% Al2O3 Policloreto de Alumínio Aln(OH)m(Cl)x (SO4)y Líquido amarelo palha (densidade 25ºC =1,15 à 1,2) 8 à 10% Al2O3 Cloreto Férrico FeCl3 (massa molar=162,2g) Líquido marron (densidade 25ºC =1,45) 41% FeCl3 (1g ou 0,69 mL contém 410 mg FeCl3) Coagulantes orgânicos 9 Tanino; Moringa; Quitosana; Vantagens em relação aos coagulantes inorgânicos por serem biodegradáveis e não-tóxicos, e ainda produzirem lodo em menor quantidade e isento de sais metálicos, o que facilita a sua disposição final. Em relaça ̃o a custos, os biopolímeros apresentam ainda um custo superior aos dos coagulantes inorgânicos. Podem incrementar a concentração de matéria orgânica na água tratada, aumentando o potencial de formação de trihalometanos Reações químicas do alumínio 10 Reações químicas com o Ferro 11 Uso de coagulante vs pH ótimo Coagulantes Faixa de pH Sulfato de alumínio 5,0 a 8,0 Sulfato ferroso 8,5 a 11,0 Sulfato férrico 5,0 a 11,0 Cloreto férrico 5,0 a 11,0 PAC 4,5 a 9,5 Ajuste de pH: cal hidratada ou ácido sulfúrico Sulfato de alumínio (5 mg/L a 100 mg/L); Cloreto férrico (5 mg/L a 70 mg/L); Sulfato férrico (8 mg/L a 80 mg/L); Coagulantes orgânicos catiônicos (1 mg/L a 4 mg/L); PAC (< 10 mg Al2O3/L). Coagulante Qualquer agente que produz coagulação, é um coagulante: Sulfato de alumínio: corrosivo em solução 1 mg/L consome 0,5 mg/L de alcalinidade e produz 0,26 mg/L de Al(OH)3 Aluminato de sódio: não corrosivo e não consome alcalinidade, libera OH- Sulfato férrico e cloreto férrico: corrosivo em solução 1 mg/L consome 0,75 e 0,56 mg/L de alcalinidade e produz 0,54 e 0,40 mg/L de Fe (OH)3 respectivamente Polimérico: polímeros catiônicos de alto peso molecular neutralizam os coloides por adsorção. Não afetam no pH nem na alcalinidade da água. Possuem baixa eficiência na remoção de cor. Normalmente utilizados em floculadores como coagulante secundário Calcule a quantidade de alcalinidade (em mg/L) consumida a partir da adição de 100 mg/L de sulfato de alumínio na água bruta. Calcule a quantidade de hidróxido (mg/L) que irá compor o lodo desta ETA para cada 100 mg/L de coagulante adicionado. Al2(SO4)3 . 14 H2O + 6HCO3 - 2Al(OH)3 . 3H20 + 6CO2 + 8 H2O + 3 SO4 2- 1. Calcule os mol/L de sulfato de alumínio adicionados 2. Calcule os mol/L de alcalinidade consumidos 3. Converta para mg/L 4. Calcule os mol/L de hidróxido que irá preciptar 5. Converta para mg/L Exercício Consumo de alcalinidade Mecanismos: Compressão dupla camada 16 Para desestabilizar a partícula coloidal (negativamente carregada) é necessário fazer com que ela adsorva íons positivos. Para que esses íons atravessem a dupla camada que cerca a partícula, é necessário que eles sejam adicionados à água com grande energia. Diminuindo a espessura da dupla camada e permitindo a aproximação das partículas por Van der Waals Polímeros Diagrama de coagulação para o sulfato de alumínio Auxiliares de coagulação Materiais em partículas insolúveis, tipicamente, são adicionados para melhorar o processo de coagulação: Argila (bentonita, caulinita), silicato, carbonato de sódio, de cálcio precipitado, diatomita, carvao ativado em pó (utilizado como adsorvente), e areia fina têm sido utilizados como coadjuvantes de coagulação; São frequentemente adicionados às águas que contêm baixas concentrações de partículas para formar sítios de nucleação para a formação de flocos maiores. Tem como objetivo o aumento da velocidade de sedimentação Exemplo: Calcular a quantidade de Sulfato de Alumínio para uma ETA que funciona 24 h/d, cuja vazão é 285L/s, prevendo uma dosagem de 20 mg/L. Cdsa =Q.N.dc Cdsa = consumo diário de S.A (Kg/d) Q = vazão da ETA (L/s) N = Número de horas diário de funcionamento da ETA dsa = dosagem de S.A pretendida (mg/L) 22 Cdsa=285x24x20x0,0036 493 Kg Consumo diário Consumo mensal Cmsa = 493x 30 = 14790 Kg ou 14790/50 = 296 sacas V P G Mistura rápida 23 Tem a finalidade de promover a dispersão do coagulante na água de forma rápida e homogênea por que as reações de hidrólise do coagulante e desestabilização dos coloides são rápidas (5 segundos) e irreversíveis. O tempo da mistura do coagulante na água deverá ser extremamente curto ( de 5s); A intensidade de agitação deverá ser forte para permitir uma dispersão completa do coagulante na água. O gradiente de velocidade compreendido entre 300 a 1200 s-1. Gradiente de velocidade: limite da relação entre a diferença de velocidade entre duas camadas de um fluido. G = gradiente de velocidade (s-1) P = potência aplicada à água (W) µ = viscosidade (N.s.m-2) V = volume da câmara de mistura (m3) J.v pg G Exemplo Verificar as condições de mistura na canalização de chegada de água bruta em uma estação de tratamento com capacidade de 50L/s. Dados: L = 4 m, D = 200 mm, C = 120, g = 18ºC, µ = 1,057 x 10 -3 N.s.m-2, ρ = 998,59 kg.m-3 J = 10,62.C -1,85 .D-4,87.Q1,85 (perda de carga unitária Hazen-Williams) Misturadores rápidos segundo a NBR 12216 Qualquer trechoou seção de canal ou de canalização que produza perda de carga compatível com as condições desejadas, em termos de gradiente de velocidade e tempo de mistura; Difusores que produzam jatos da solução de coagulante, aplicados no interior da água a ser tratada; Agitadores mecanizados; Entrada de bombas centrífugas; Qualquer dispositivo que produza turbulência intensa. 25 COAGULAÇÃO (Mistura Rápida) Misturadores hidráulicos: considerar variações na vazão afluente a) Medidor Parshall: alia a função de medidor de vazão a de misturador rápido. 26 Vertedores O ideal é que a lâmina d’água vertente caia sobre um pequeno anteparo. Nestas condições, a energia resultante dessa queda propiciará a máxima energia, possibilitando excelentes condições de mistura rápida. 27 Ponto e forma de aplicação do coagulante 28 Ponto e forma de aplicação do coagulante 29 Malhas difusoras 30 Misturadores mecânicos: Turbinas e hélices 31
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