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Aula 12 Contabilidade Geral e Avançada Participações societárias

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Aula 12
Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB - 2015 (com videoaulas)
Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 12 
 
Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 86 
 
SUMÁRIO 
 
MAIS UMA AULA!............................................................................................................. 2 
1. PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS ..................................................................................... 3 
1.1 AÇÕES ..................................................................................................................... 3 
1.2 - DIVIDENDOS .......................................................................................................... 3 
1.3 - RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS E RESERVA ESPECÍFICA DE PRÊMIO DE DEBÊNTURES 4 
1.4 - DEBÊNTURES .......................................................................................................... 6 
1.5 - PARTES BENEFICIÁRIAS ........................................................................................... 7 
1.6 - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS ................................................................................. 8 
2 ± TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS ......................................................... 9 
2.1 - INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 
2.2 - INVESTIMENTOS ..................................................................................................... 9 
2.2.1 - MÉTODO DE CUSTO ............................................................................................ 10 
2.2.2 - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL ............................................................ 11 
2.2.2.1 DEFINIÇÕES. ..................................................................................................... 12 
2.2.2.2 CÁLCULO DO MEP .............................................................................................. 14 
2.2.2.3 OUTRA FORMA DE CÁLCULO DO MEP .................................................................... 17 
2.2.3 CONTABILIZAÇÃO DOS DIVIDENDOS ...................................................................... 19 
3. LUCROS NÃO REALIZADOS ......................................................................................... 21 
4 - APURAÇÃO E TRATAMENTO CONTÁBIL DA MAIS VALIA, DO GOODWILL E DO DESÁGIO: 
CÁLCULOS, AMORTIZAÇÕES E FORMA DE EVIDENCIAÇÃO. ................................................ 37 
4.1 - RESUMO GERAL ................................................................................................... 39 
5 ± QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................................... 42 
6 - QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ....................................................................... 72 
7 - GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ................................................ 86 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 12: 13. TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS, CONCEITO DE 
COLIGADAS E CONTROLADAS, DEFINIÇÃO DE INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA, 
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO, CÁLCULOS, APURAÇÃO DO RESULTADO DE 
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL, TRATAMENTO DOS LUCROS NÃO REALIZADOS, 
RECEBIMENTO DE LUCROS OU DIVIDENDOS DE COLIGADAS E CONTROLADAS, 
CONTABILIZAÇÃO. 14. APURAÇÃO E TRATAMENTO CONTÁBIL DA MAIS VALIA, DO 
GOODWILL E DO DESÁGIO: CÁLCULOS, AMORTIZAÇÕES E FORMA DE 
EVIDENCIAÇÃO. 
04056114390
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 12 
 
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MAIS UMA AULA! 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! Mais uma aula de Contabilidade Geral para 
a o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
 
A aula de hoje versará sobre os seguintes assuntos: 
 
Aula 12 
13. Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas 
e controladas, definição de influência significativa, métodos de 
avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência 
patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de 
lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 14. 
Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do 
deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 
 
Veremos também nessa aula o WySLFR� ³18. Debêntures, conceito, avaliação e 
tratamento contábil´, que ficou faltando. 
 
O fórum de dúvidas está funcionando. 
 
Um abraço e excelentes estudos a todos nós. 
 
Gabriel Rabelo/Luciano Rosa 
04056114390
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
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1. PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
 
Ocorre quando uma empresa (investidora) adquire ações ou quotas de outra 
empresa (investida). 
 
As participações societárias podem ser temporárias ou permanentes. 
 
As participações temporárias são aquelas que a empresa adquire com intenção 
de vender após algum tempo, de caráter especulativo. Neste caso, a intenção é 
lucrar com a valorização das ações. Este tipo de participação societária fica 
classificada no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo. 
 
Nas participações permanentes, não há intenção de venda, ou seja, a empresa 
adquire a participação com intenção de mantê-la. 
 
Geralmente, esse tipo de investimento está relacionado com as operações da 
empresa. Pode ser uma participação num fornecedor importante (com a 
finalidade de assegurar o fornecimento de matérias-primas) ou num cliente de 
grande porte (para viabilizar a venda dos produtos). Fica classificado no Ativo ± 
Investimentos. 
 
1.1 AÇÕES 
 
Representam a menor fração do capital social de uma empresa. 
 
Dividem-se em Ações Ordinárias, Ações Preferenciais e Ações de Fruição. 
 
As ações de fruição atribuem a seus titulares direitos estabelecidos no estatuto 
da empresa, normalmente dividendos. Este tipo de ação não representa parcela 
do capital social e não dá direito a voto. 
 
As ações ordinárias dão direito a voto e aos dividendos. 
 
As ações preferenciais possuem prioridade no recebimento dos dividendos, mas 
não dão ao seu titular direito de voto nas assembleias de acionistas. 
 
As ações preferenciais sem direito a voto não podem ultrapassar 50% do total 
das ações emitidas. 
 
1.2 - DIVIDENDOS 
 
A Lei 6.404/76 estabelece que o Estatuto poderá estabelecer o dividendo como 
porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para 
determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não 
sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou 
da maioria (art. 202, parágrafo 1º). 
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Se o Estatuto for omisso, a empresa deve distribuir 50% do lucro ajustado 
como dividendos. 
 
O lucro ajustado é calculado da seguinte forma: 
 
Lucro líquido do exercício 10.000 
(-) Constituição da Reserva Legal (500) 
(-) Constituição da Reserva de Contingência (2.000) 
(+) Reversão da Reserva de Contingência 700 
= Lucro ajustado (basepara dividendos) 8.200 
 
Dividendos obrigatórios: $8.200 x 50% = $ 4.100 
 
Contabilização: 
 
D ± Lucros Acumulados (PL) 4.100 
C ± Dividendos a pagar (Passivo) 4.100 
 
Finalmente, se o Estatuto for omisso e a empresa quiser instituir uma fórmula 
de calculo no Estatuto, não poderá ser inferior a 25% do lucro ajustado. 
 
1.3 - RESERVA DE INCENTIVOS FISCAIS E RESERVA ESPECÍFICA DE 
PRÊMIO DE DEBÊNTURES 
 
Além das Reservas mencionadas acima, também a Reserva de Incentivos 
Fiscais e a Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures devem ser 
excluídas da base de cálculo dos dividendos. 
 
Esses valores, antes das alterações na contabilidade, eram Reservas de Capital. 
OU seja, eram contabilizadas diretamente no PL e não afetavam o Resultado do 
Exercício. A contabilização (anterior às alterações) era assim: 
 
Reserva de incentivos fiscais (por exemplo, doação de um terreno no valor de 
10.000): 
 
D ± Terrenos (imobilizado) 10.000 
C ± Reserva de Capital ± doações (PL) 10.000 
 
Atualmente, a contabilização é a seguinte: 
 
Vamos supor que haja alguma condição (como construir uma fábrica e gerar 
empregos) vinculada à doação. 
 
1R� PRPHQWR� GD� GRDomR�� D� HPSUHVD� DLQGD� QmR� ³JDQKRX´� R� WHUUHQR�� $LQGD�
precisa cumprir a sua parte ± no caso, construir uma fábrica. Portanto, deve 
reconhecer um Passivo, pois irá devolver o terreno se não cumprir a condição. 
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D ± Terreno ± Doações (Imobilizado) 10.000 
C ± Doações com encargos (Passivo) 10.000 
 
Após algum tempo, a empresa constrói a fábrica. Já cumpriu a sua parte e 
portanto ganhou o terreno. Mas a receita deve ser reconhecida 
proporcionalmente às despesas geradas pela doação (no caso, seria a 
depreciação da fábrica). 
 
Vamos supor que a fábrica será depreciada em 20 anos. No momento em que 
acaba a construção, deve ser feita a seguinte contabilização: 
 
D ± Doações com encargos (Passivo) 10.000 
C ± Receitas Diferida (Passivo) 10.000 
 
A conta Receitas Diferidas poderia também ser chamada de Receitas a 
Apropriar. Embora fique classificada no Passivo, possui a natureza do antigo 
Grupo Resultado de Exercícios Futuros. 
 
Vamos entender melhor. Esse valor não é um Passivo genuíno. Não é uma 
obrigação presente, e não será pago a ninguém. Pelo contrário, constitui uma 
receita da empresa que deverá ser apropriada por competência, em 20 anos. 
 
Anteriormente, seria classificado como Resultado de Exercícios Futuros. Mas 
esse grupo do Balanço Patrimonial foi extinto. Ficou, em seu lugar, a conta 
Receitas Diferidas, que é classificada no Passivo, mas possui a natureza do 
antigo grupo Resultados de Exercícios Futuros. 
 
Muito bem. Após um ano, vamos iniciar o reconhecimento da Receita, de forma 
proporcional às despesas, na base de 1/20 avos por ano (Obs: naturalmente, o 
reconhecimento deve ser feito mês a mês. Para fins didáticos, vamos 
contabilizar diretamente o valor do ano.) 
 
D - Receitas Diferida (Passivo).10.000/20 500 
C ± Receita de Doações (Resultado) 500 
 
Esta contabilização se repete, ano a ano, até zerar a conta Receita Diferida e 
transferir todo o seu valor para Resultado do Exercício. 
 
Com isso, o Resultado ficou maior do que ficaria antes das alterações. Afinal, o 
valor da Doação, que antigamente era contabilizado como Reserva de Capital, 
agora está transitando pelo Resultado do Exercício. Para não prejudicar a 
empresa com o pagamento de mais Imposto de Renda e manter a neutralidade 
tributária, a empresa PODE constituir a Reserva de Incentivos Fiscais, e 
transferir para essa Reserva a parcela da doação ou da subvenção que transitou 
pelo Resultado. 
 
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Vamos supor que o Resultado do Exercício seja de $ 8.000, já considerando a 
receita de doação de $ 500. 
 
Pela transferência do Resultado para Lucros Acumulados: 
D ± Resultado do Exercício 8.000 
C ± Lucros Acumulados (PL) 8.000 
 
Pela constituição da Reserva de Incentivos Fiscais: 
D ± Lucros Acumulados (PL) 500 
C - Reserva de Incentivos Fiscais (PL) 500 
 
Assim, a empresa poderá calcular o lucro ajustado para dividendos da seguinte 
forma: 
 
Lucro Líquido 8.000 ± Reserva Legal ± Reserva de Contingência + reversão da 
Reserva de Contingência ± Reserva de Incentivos Fiscais 500 (essa última é 
facultativa). 
 
O prêmio na Emissão de Debêntures é semelhante ao caso descrito acima, 
como veremos a seguir. 
 
1.4 - DEBÊNTURES 
 
O Prêmio na emissão de debêntures era classificado como reserva de capital. 
Com o advento da Lei n° 11.638 e 11.941, ele passou a ser apropriado ao 
resultado como receita, conforme o regime de competência. 
 
As debêntures são títulos exclusivos das sociedades anônimas. É uma forma 
alternativa ao lançamento de ações no mercado e aos empréstimos bancários, 
para captação de recursos. Não podem ser confundidas com as ações, pois não 
são títulos de propriedade. Não se confundem também com os empréstimos, 
uma vez que oferecidas ao público, não sendo captados junto a instituições 
financeiras. 
 
Quando o preço da debênture supera o seu valor nominal, teríamos, à visão da 
legislação antiga, uma reserva de capital a ser registrada, chamada Reserva de 
Prêmio na Emissão de Debêntures. Isso ocorre quando as condições como 
juros, garantias e outras vantagens forem atraentes para os investidores. 
 
Se uma empresa lançasse debêntures a R$ 1,00, num vulto de 10.000 
debêntures, com resgate em 10 anos encontrando investidores que pagassem 
R$ 1,50 pelo referido título, lançaríamos: 
 
D ± Caixa 15.000 (Ativo) 
C ± Debêntures a pagar 10.000,00 (PNC) 
C ± Reserva de capital ± prêmio na emissão de debêntures 5.000,00 (PL) 
 
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Contudo, essa reserva de capital deixou de existir e a mesma situação é agora 
registrada da seguinte forma: 
 
D ± Caixa 15.000 (Ativo) 
C ± Debêntures a resgatar 10.000,00 (PNC) 
C ± Receitas recebidas antecipadamente - 5.000,00 (PNC ± 
Receitas diferidas) 
 
Assim, exemplificando, se o resgate dessas debêntures se dará em 10 anos, 
deveremos apropriar ao resultado (utilizando-se do método linear) R$ 500,00 
por ano, através do seguinte lançamento: 
 
D - Receitas recebidas antecipadamente 500,00 (PNC ± Receitas diferidas) 
C ± Receitas financeiras 500,00 (Resultado) 
 
Para fins didáticos, usamos o método linear. Mas o correto é usar o método 
exponencial (juros compostos). 
 
O valor apropriado ao resultado pode ser destinado à formação de reserva 
específica de prêmios de debêntures, para evitar a tributação pelo Imposto de 
Renda (Lei 11.941/09). 
 
Ressaltamos que é uma faculdade da empresa. Ela pode ou não constituir tal 
reserva. Se não constituir, será tributada pelo IR. 
 
A reserva específica de prêmio de debêntures é reserva de lucro, eis que esse 
valor transitou pelo resultado do exercício. 
 
1.5 - PARTES BENEFICIÁRIAS 
 
Segundo a Lei das S.A´s: 
 
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem 
valor nominal e estranhos ao capitalsocial, denominados "partes beneficiárias". 
 
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito 
eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais 
(artigo 190). 
 
Vê-se que as partes beneficiárias são estranhas ao capital social. Diferem das 
ações, pois não dão direito a uma parte do patrimônio da companhia, nem o de 
participação da administração. Não se confundem também com as debêntures, 
uma vez que não dá direito creditório contra a companhia para os que as 
possuem. 
 
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O direito a lucro é eventual. Esta é a palavra chave. A emissão das PB´s é 
exclusivo de cias fechadas (LSA, art. 47). Como já dito, a participação nos 
lucros deve ser menor do que 10%. 
 
As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições 
determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a 
fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à 
companhia (LSA, art. 47). Somente a alienação onerosa das partes beneficiárias 
gera lançamento contábil. 
 
Assim, se os administradores de uma companhia, que tanto contribuíram para o 
seu crescimento, resolvem aposentar, e os novos administradores, como forma 
de reconhecimento deste trabalho, alienam partes beneficiárias a esses antigos 
administradores, por R$ 100.000,00. O lançamento é o que se segue: 
 
D ± Caixa 100.000,00 (Ativo) 
C ± Reserva de Capital ± Produto de alienação de partes beneficiárias 
100.000,00 (PL). 
 
A LSA dispõe que: 
 
Art. 200. Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda de 
partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos. 
 
1.6 - COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS 
 
A Lei das S.A.s (Lei 6404/76) estabelece o seguinte: 
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda 
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer 
participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o Imposto sobre a 
Renda. 
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos 
lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem. 
3RUWDQWR�� TXDQGR� D� TXHVWmR� PHQFLRQDU� ³3UHMXt]RV� $FXPXODGRV´�� GHYHPRV�
diminuí-lo do lucro, para cálculo dos dividendos. 
 
O esquema completo fica assim: 
 
Lucro Líquido 
 
(-) Prejuízos acumulados 
(-) Constituição da Reserva Legal 
(-) Constituição da Reserva de Contingência 
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(+) Reversão da Reserva de Contingência 
(-) Constituição da Reserva de Incentivos Fiscais (opcional) 
(-) Constituição da Reserva Específica para prêmios de Debêntures (opcional) 
= Lucro ajustado (Base para os dividendos). 
 
2 ± TRATAMENTO DAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS 
 
2.1 - INTRODUÇÃO 
 
Podemos identificar as seguintes situações nas participações em outras 
empresas, conforme o grau de controle exercido pela investidora: 
 
- Pouca ou nenhuma influência sobre a investida, sem intenção de 
permanência: Trata-se de um ativo financeiro, sendo que o principal benefício 
esperado do ativo é a sua valorização. Deve ser reconhecido e mensurado pelo 
valor justo (ou ao custo, se não houver uma mensuração confiável a valor 
justo), de acordo com o Pronunciamento CPC 38 ± Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração. 
 
- Pouca ou nenhuma influência sobre a investida, com intenção de 
permanência: Trata-se de investimento permanente sem influência 
significativa ou controle. Deve ser avaliado pelo custo, ajustado a eventuais 
perdas. 
 
- Influência significativa sobre a investida�� $� ³LQIOXrQFLD� VLJQLILFDWLYD´�
caracteriza uma Coligada da investidora, sendo tal participação reconhecida e 
mensurada conforme o CPC 18 ± Investimentos em Coligadas e Controladas, 
através do método da equivalência patrimonial. Lembramos que coligada é uma 
investida na qual a investidora tem influência significativa, mas sem atingir o 
ponto de controle. 
 
- Controle conjunto sobre a investida: Refere-se a um empreendimento 
conjunto (joint venture), ou seja, quando duas ou mais investidoras detêm, em 
conjunto, o controle da entidade. Tal participação deve ser reconhecida e 
mensurada de acordo com o CPC 19 ± Investimento em Empreendimentos 
Controlados em Conjunto. Deve ser avaliado pela consolidação proporcional. 
Nos balanços individuais a avaliação é pela equivalência patrimonial. 
 
- Controle sobre a investida: As controladas devem ser reconhecidas e 
mensuradas de acordo com o CPC 15 ± Combinações de Negócios e CPC 36 ± 
Demonstrações Consolidadas. 
 
2.2 - INVESTIMENTOS 
 
Há duas formas de avaliar os investimentos permanentes: pelo Método de 
Custo ou pelo Método da Equivalência Patrimonial. 
 
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Os investimentos em coligadas e controladas são avaliados pelo Método da 
Equivalência Patrimonial. 
 
Os outros investimentos, que não sejam em coligadas e controladas, serão 
avaliados pelo método de Custo. 
 
2.2.1 - MÉTODO DE CUSTO 
 
Conforme a Lei 6404/76: 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO ATIVO 
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios: 
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, 
ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido 
de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa 
perda estiver comprovada como permanente, e que não será modificado em 
razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas 
bonificadas; 
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão 
para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução 
do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; 
Os artigos 248 a 250 referem-se aos investimentos em coligadas e controladas, 
que estudaremos a seguir. 
 
Os investimentos que não sejam em coligadas ou controladas são avaliados 
pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis. 
 
Os dividendos distribuídos são contabilizados como receita, quando da 
distribuição. 
 
Entretanto, os dividendos distribuídos no prazo de até 6 meses após a aquisição 
do investimento são considerados como uma recuperação de parte do 
investimento. A justificativa para esse procedimento é que o valor da compra já 
incluía o lucro, que seria posteriormente distribuído. 
 
Confira o Regulamento do Imposto de Renda: 
Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em 
decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, 
adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão 
registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não 
influenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei nº 2.072, de 1983, art. 2º). 
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Segundo o Manualde Contabilidade Societária, de Sérgio de Iudícibus e outros, 
1ª edição, 2010, as normas internacionais de contabilidade não aceitam esse 
procedimento. 
 
2.2.2 - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
A Lei 6.404/76 estabelece o seguinte: 
 
Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas 
 
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas 
ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo 
grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da 
equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado 
com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado, com 
observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, 
no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de patrimônio 
líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de 
negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, 
ou por ela controladas; 
 
II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o 
valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de 
participação no capital da coligada ou controlada; 
 
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II, e o 
custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como 
resultado do exercício: 
 
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; 
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos; 
c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela 
Comissão de Valores Mobiliários. 
 
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos deste 
artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de 
créditos da companhia contra as coligadas e controladas. 
 
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá 
elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I. 
 
Vamos examinar as alterações dos pronunciamentos do CPC, com respeito à 
equivalência: 
 
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2.2.2.1 DEFINIÇÕES. 
 
Texto do Pronunciamento CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada e em 
Controlada: 
 
3. Os termos a seguir são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes 
significados: 
 
Coligada é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa. 
 
Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um grupo 
econômico, em que ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e 
fluxos de caixa da controladora e de suas controladas são apresentados como 
se fossem uma única entidade econômica. 
 
Método da equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio 
do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é 
ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor 
sobre os ativos líquidos da investida. As receitas ou as despesas do investidor 
incluem sua participação nos lucros ou prejuízos da investida, e os outros 
resultados abrangentes do investidor incluem a sua participação em outros 
resultados abrangentes da investida. 
 
Negócio em conjunto é um negócio do qual duas ou mais partes têm controle 
conjunto. 
 
Controle conjunto é o compartilhamento, contratualmente convencionado, do 
controle de negócio, que existe somente quando decisões sobre as atividades 
relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o 
controle. 
 
Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um acordo 
conjunto por meio do qual as partes, que detêm o controle em conjunto do 
acordo contratual, têm direitos sobre os ativos líquidos desse acordo. 
 
Investidor conjunto (joint venturer) é uma parte de um empreendimento 
controlado em conjunto (joint venture) que tem o controle conjunto desse 
empreendimento. 
 
Influência significativa é o poder de participar das decisões sobre políticas 
financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle 
individual ou conjunto dessas políticas. 
 
Comentários: 
 
De acordo com a Lei 6404/76 Art. 243 § 1º: ³6mR�FROLJDGDV�DV�VRFLHGDGHV�QDV�
TXDLV�D�LQYHVWLGRUD�WHQKD�LQIOXrQFLD�VLJQLILFDWLYD´� 
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³†��ž Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém 
ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou 
operacional da investida, sem controlá-OD�´ 
 
³†�ž�e�SUHVXPLGD�LQIOXrQFLD�VLJQLILFDWLYD�TXDQGR�D�LQYHVWLGRUD�IRU�WLWXODU�GH�����
(vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-OD�´ 
 
Para definir se uma empresa é ou não coligada precisamos verificar a existência 
da ³influência significativa´� 
 
Há influência significativa: trata-se de coligada e deve ser usado o método 
da equivalência patrimonial. 
 
Não há influência significativa e se trata de investimento permanente: deve 
ser avaliado pelo método de custo. 
 
Devemos notar que o §5º apresenta uma presunção relativa, que admite prova 
em contrário. Confira o texto do pronunciamento CPC 18 (R2): 
 
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA 
 
5. Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por meio de controladas, 
por exemplo), vinte por cento ou mais do poder de voto da investida, 
presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que possa 
ser claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor 
detém, direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos 
de vinte por cento do poder de voto da investida, presume-se que ele não 
tenha influência significativa, a menos que essa influência possa ser 
claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da 
investida por outro investidor não necessariamente impede que o investidor 
minoritário tenha influência significativa. 
 
6. A existência de influência significativa por investidor geralmente é 
evidenciada por um ou mais das seguintes formas: 
 
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; 
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões 
sobre dividendos e outras distribuições; 
(c) operações materiais entre o investidor e a investida; 
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; 
(e) fornecimento de informação técnica essencial. 
 
 
 
 
 
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2.2.2.2 CÁLCULO DO MEP 
 
Vamos explicar o cálculo do MEP, desde o início. As bancas ainda não estão 
cobrando o assunto com muita profundidade, normalmente encontramos 
questões mais simples. 
 
Os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que 
façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão 
avaliados pelo método da equivalência patrimonial. 
 
A Lei 6404/76 (Lei das S.A.s) apresenta a seguinte definição: 
 
$UW�� ���� †� �ž�� ³&RQVLGHUD-se controlada a sociedade na qual a controladora, 
diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos desócio 
que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas 
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos 
administradores�´ 
 
O Método da Equivalência Patrimonial (MEP) consiste em reconhecer o resultado 
auferido pela investida na medida em que ocorre, e não apenas quando há 
distribuição de dividendos. 
 
Para isso, multiplicamos o percentual de participação da investidora pelo PL da 
investida, e comparamos com o valor do investimento da investidora. 
 
Exemplifiquemos. A Cia ABC foi constituída em 31.12.X1, com capital social de 
$100.000, sendo que a empresa KLS possui 90% do capital da Cia ABC. Trata-
se de uma controlada. Portanto esse investimento da empresa KLS será 
avaliado pelo MEP. 
 
A CIA ABC apresentou os seguintes resultados: 
 
31.12.X2 ± prejuízo de 40.000 (lançado integralmente em Prejuízos 
acumulados) 
31.12.X3 ± lucro de 10.000 (usado para abater parte dos prejuízos 
acumulados) 
31.12.X4 ± lucro de 50.000, sem distribuição de dividendos. (usado para abater 
o restante dos prejuízos e para constituição de reservas) 
31.12.X5 ± lucro de 30.000, com distribuição de dividendos no valor 
de $20.000 e constituição de reservas no valor restante. 
 
Na empresa KLS, a contabilização, nos diversos anos, seria a seguinte: 
 
Pela aquisição, em 31.12.X1: 
 
D ± Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC 90.000 
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C ± Caixa/bancos 90.000 
 
Como a Cia ABC acabou de ser constituída, seu balanço patrimonial tem a 
seguinte configuração: 
 
Ativo 100.000 
PL 100.000 
 
A empresa KLS possui 90% do Capital Social da Cia ABC. Desse modo, o valor 
do seu investimento é de: 
 
PL Cia ABC 100.000 x 90% = 90.000. 
 
Em 31.12.X2 a Cia ABC apurou prejuízos de R$ 40.000. Seu Balanço 
Patrimonial é o seguinte (Obs: para simplificar, vamos considerar que o Passivo 
é igual a zero. Como para o MEP o que interessa é o valor do PL, tal 
simplificação não fará diferença). 
 
CIA ABC 
 
Ativo 60.000 
Passivo ± x - 
 
PL 
Capital Social 100.000 
Prejuízos acumulados (40.000) 
 
Total Passivo + PL 60.000 
 
Valor da participação da Empresa KLS: 
 
 R$ 60.000 x 90% = R$ 54.000 
 
Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da 
empresa KLS: 
 
Valor contabilizado do investimento: 90.000 
Valor calculado pelo MEP: 54.000 
 
Resultado do MEP: Prejuízo de $90.000 ± $54.000 = $36.000 
 
Contabilização na empresa KLS: 
 
D ± Perdas com MEP (resultado) 36.000 
C - Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC 36.000 
 
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Com a contabilização acima, o investimento fica registrado, na empresa KLS, 
pelo valor de $54.000, que corresponde a 90% do PL da CIA ABC. 
 
Outra forma de cálculo do MEP: Como o resultado da Cia ABC foi um 
prejuízo de $60.000, o resultado do MEP para a empresa KLS poderia ser 
calculado diretamente sobre este resultado: 
 
Prejuízo Cia ABC $40.000 x participação da KLS 90% = $36.000 
 
31.12.X3 ± lucro de 10.000 (usado para abater parte dos prejuízos 
acumulados). 
 
Contabilização na Cia ABC: 
 
D ± Resultado do Exercício 10.000 
C ± Prejuízos acumulados (PL) 10.000 
 
O Balanço Patrimonial da Cia ABC fica assim: 
 
CIA ABC 
 
Ativo 70.000 
Passivo -x- 
 
PL 
 
Capital Social 100.000 
Prejuízos acumulados (30.000) 
 
Total Passivo + PL 70.000 
 
Valor da participação da Empresa KLS: 
 
 R$ 70.000 x 90% = R$ 63.000 
 
Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da 
empresa KLS: 
 
Valor contabilizado do investimento: 54.000 
Valor calculado pelo MEP: 63.000 
 
Resultado do MEP: Lucro de $63.000 ± $54.000 = $9.000 
 
Contabilização na empresa KLS: 
 
D ± Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC..............9.000 
C ± Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC......9.000 
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2.2.2.3 OUTRA FORMA DE CÁLCULO DO MEP 
 
Lucro Cia ABC $10.000 
x participação da KLS x 90% 
 ------------- 
Resultado do MEP $9.000 
 
Chamamos a atenção para o fato de que o MEP reflete, na investidora, o que 
está ocorrendo com o resultado da investida. Assim, quando a investida apura 
prejuízo ou lucro, isso se reflete no resultado da investidora, 
independentemente da distribuição dos dividendos. 
 
31.12.X4 ± lucro de 50.000, sem distribuição de dividendos. (usado para 
abater o restante dos prejuízos e para constituição de reservas). 
 
Contabilização na Cia ABC: 
 
D ± Resultado do Exercício 50.000 
C ± Prejuízos acumulados(PL) 30.000 
C ± Reservas de Lucro (PL) 20.000 
 
O Balanço Patrimonial da Cia ABC fica assim: 
 
CIA ABC 
 
Ativo 120.000 
Passivo -x- 
 
PL 
 
Capital Social 100.000 
Reservas de lucro 20.000 
 
Total Passivo + PL 120.000 
 
Valor da participação da Empresa KLS: 
 
R$ 120.000 x 90% = R$ 108.000 
 
Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da 
empresa KLS: 
 
Valor contabilizado do investimento: 63.000 
Valor calculado pelo MEP: 108.000 
 
Resultado do MEP: $108.000 ± $63.000 = $45.000 (lucro) 
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Contabilização na empresa KLS: 
 
D ± Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC..............45.000 
C ± Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC......45.000 
 
Temos, ainda, outra forma de cálculo do MEP: 
 
Lucro Cia ABC $50.000 
x participação da KLS x 90% 
 ------------- 
Resultado do MEP $45.000 
 
31.12.X5 ± lucro de 30.000, com distribuição de dividendos no valor 
de $20.000 e constituição de reservas no valor restante. 
 
Contabilização na Cia ABC: 
 
D ± Resultado do Exercício.......30.000 
C ± Lucros Acumulados(PL)......30.000 
 
A partir da conta Lucros Acumulados, é feita a destinação dos lucros. 
Lembramos que a conta Lucros Acumulados não pode constar com saldo no 
Balanço Patrimonial. Ou seja, todo o lucro apurado deve ser atribuído como 
reservas de lucro ou como dividendos. 
 
Contabilização na Cia ABC: 
 
D ± Lucros Acumulados(PL) 30.000 
C ± Reservas de Lucro (PL) 10.000 
C ± Dividendos a Pagar (Passivo) 20.000 
 
OBS: Estamos considerando que os dividendos são os dividendos obrigatórios. 
A regra de contabilização é a seguinte: 
 
Dividendos obrigatórios Æ Passivo 
Dividendos Adicionais não declarados até a data do balanço Æ Não são 
contabilizados. 
Dividendos Adicionais declarados até a data do balanço Æ são contabilizados no 
PL, até serem confirmados pela Assembleia de acionistas. Depois disso, vão 
para o Passivo. 
 
O Balanço Patrimonialda Cia ABC fica assim: 
 
 
 
 
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CIA ABC 
 
Ativo 150.000 
Passivo 20.000 
 
PL 
 
Capital Social 100.000 
Reservas de lucro 30.000 
 
Total Passivo + PL 150.000 
 
Valor da participação da Empresa KLS: 
 
Neste caso, precisamos considerar o PL da Cia ABC antes da distribuição dos 
dividendos, para a correta apuração do resultado da Equivalência Patrimonial. 
 
PL anterior: $120.000 + Lucros acumulados 30.000 = $ 150.000 (valor do PL 
antes dos dividendos). 
 
PL Cia ABC 150.000 
 X participação KLS x 90% 
 ------------ 
Valor do investimento Cia KLS 135.000 
 
Vamos comparar esse valor com o valor do investimento registrado no ativo da 
empresa KLS: 
 
Valor contabilizado do investimento: 108.000 
Valor calculado pelo MEP: 135.000 
 
Resultado do MEP: Lucro de $135.000 ± $108.000 = $27.000 
 
Contabilização na empresa KLS: 
 
D ± Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC 27.000 
C ± Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC 27.000 
 
2.2.3 CONTABILIZAÇÃO DOS DIVIDENDOS 
 
Os dividendos diminuíram o valor do PL da Cia ABC, de $ 150.000 para $ 
130.000. Portanto, a empresa KLS deverá contabilizar os dividendos a receber e 
diminuir o valor do seu investimento. Assim: 
 
Empresa KLS - contabilização 
 
D ± Dividendos a receber ± CIA ABC (20.000 x 90%) 18.000 
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C - Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC 18.000 
 
Com isso, o valor do Investimento na Cia ABC fica contabilizado por $ 135.000 
- $18.000 = $ 117.000. 
 
Este total bate com a participação da empresa KLS no PL da CIA ABC, após a 
distribuição dos dividendos: 
 
PL Cia ABC 130.000 
 X participação KLS x 90% 
 ------------- 
Valor do investimento da KLS: 117.000 
 
Outra forma de cálculo do MEP: 
 
Lucro Cia ABC $30.000 
x participação da KLS x 90% 
 ------------- 
Resultado do MEP $27.000 
 
Dividendos Cia ABC $20.000 
x participação da KLS x 90% 
 ------------- 
Resultado do MEP $18.000 
 
Contabilização Cia KLS: 
 
D ± Dividendos a Receber 18.000 
D - Investimento avaliado pelo MEP ± CIA ABC 9.000 
C - Resultado da Equivalência Patrimonial - CIA ABC 27.000 
 
A contabilização acima é idêntica à que apresentamos anteriormente. Apenas 
não está desmembrada, como a anterior. 
 
Importante 
 
No método de custo, o valor do investimento não se altera em função dos 
lucros ou prejuízos da investida. Só irá se alterar em função do teste de 
recuperabilidade. Os dividendos são contabilizados como receita. 
 
Método de custo ± contabilização dos dividendos: 
 
D ± Dividendos a Receber 
C ± Receita de dividendos 
 
Já no Método da Equivalência Patrimonial, o resultado da investida (lucro 
ou prejuízo) reflete-se no balanço e no resultado da Investidora. 
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E os dividendos diminuem o valor do investimento. 
 
Contabilização ± MEP: 
Pelo MEP: 
 
D ± Investimento ± MEP 
C ± Resultado com Equivalência Patrimonial 
 
Contabilização dos dividendos: 
 
D ± Dividendos a Receber 
C - Investimento ± MEP 
 
3. LUCROS NÃO REALIZADOS 
 
Quando uma empresa vende ativos a outra, coligada ou controlada, pode haver 
a ocorrência de lucros não realizados. Considera-se realizado o lucro quando o 
ativo for vendido para terceiros. 
 
O lucro não realizado pode ocorrer na venda de estoque, investimento, 
instrumentos financeiros de curto prazo, imobilizado ou intangível. 
 
No caso do imobilizado, além de excluir o lucro não realizado, é necessário 
controlar a depreciação referente a esse lucro inter-companhias (trata-se de um 
processo muito trabalhoso. Dificilmente será cobrado em concurso). 
 
A maioria das questões de lucro não realizado refere-se a venda de estoque. 
 
Texto do pronunciamento CPC 18 (R2): 
 
28. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) e 
descendentes (downstream) entre o investidor (incluindo suas controladas 
consolidadas) e a coligada ou o empreendimento controlado em conjunto 
devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis do investidor somente na 
extensão da participação de outros investidores sobre essa coligada ou 
empreendimento controlado em conjunto, desde que esses outros investidores 
sejam partes independentes do grupo econômico a que pertence a investidora. 
As transações ascendentes são, por exemplo, vendas de ativos da coligada ou 
do empreendimento controlado em conjunto para o investidor. As transações 
descendentes são, por exemplo, vendas de ativos do investidor para a coligada 
ou para o empreendimento controlado em conjunto. A participação do 
investidor nos resultados resultantes dessas transações deve ser eliminada. 
 
28A. Os resultados decorrentes de transações descendentes (downstream) 
entre a controladora e a controlada não devem ser reconhecidos nas 
demonstrações contábeis individuais da controladora enquanto os ativos 
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transacionados estiverem no balanço de adquirente pertencente ao mesmo 
grupo econômico. O disposto neste item deve ser aplicado inclusive quando a 
controladora for, por sua vez, controlada de outra entidade do mesmo grupo 
econômico. 
 
28B. Os resultados decorrentes de transações ascendentes (upstream) entre a 
controlada e a controladora e de transações entre as controladas do mesmo 
grupo econômico devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis da 
vendedora, mas não devem ser reconhecidos nas demonstrações contábeis 
individuais da controladora enquanto os ativos transacionados estiverem no 
balanço de adquirente pertencente ao grupo econômico. 
 
Esta é a principal alteração ocorrida no método da equivalência patrimonial. 
 
Vamos entender melhor o que foi alterado. O pronunciamento menciona 
transações ascendentes (upstream) e descendentes (downstream). 
 
Transações ascendentes = upstream = a investida vende para a investidora. 
Transações descendentes = downstream = a investidora vende para a 
investida. 
 
Pelo Pronunciamento, os lucros não realizados nas transações, seja de venda da 
investida para a investidora, seja de venda da investidora para a investida, são 
eliminados para o calculo do valor do investimento no balanço individual da 
investidora. 
 
Anteriormente, apenas os lucros não realizados decorrentes de venda da 
investida para a investidora eram eliminados. 
 
Como essa alteração é importante, vamos explicar melhor. 
 
Quando a Investida vende ativos com lucro para a investidora,o lucro fica 
contabilizado no PL da investida, o qual vai servir de base para o cálculo da 
equivalência patrimonial. Portanto, o PL da Investida era ajustado, diminuindo-
se os lucros não realizados, para o cálculo da equivalência Patrimonial. 
 
Mas, no caso de venda de Investidora para a Investida, o lucro fica no PL da 
investidora. Não há efeito no PL ou no resultado da investida, que será a base 
para a equivalência patrimonial. Estes resultados não realizados não eram 
ajustados no balanço individual da investidora. Agora, com as alterações da 
contabilidade, devem ser ajustados. 
 
A justificativa técnica é que, no caso de venda de ativo com lucro da 
Investidora para a investida, a não eliminação dos lucros não realizados 
distorce o valor das demonstrações individuais da Investidora. Com efeito, sem 
tal eliminação, o balanço da investidora estará demonstrando lucros não 
realizados, que ainda estão no estoque da investida. Deve ser considerado 
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realizado apenas o resultado referente à participação de terceiros; o lucro 
referente à participação da investidora deve ser ajustado. 
 
Conforme os itens 28A. e 28B acima, há uma diferença no balanço individual, 
da seguinte forma: 
 
Venda da Investidora para a Investida: 
 
- Balanço individual da Investidora: elimina os lucros não realizados. 
 
Venda da Investida para a Investidora: 
 
- Balanço individual da Investidora: elimina os lucros não realizados. 
- Balanço individual da Investida: não elimina os lucros não realizados, ou 
seja, o balanço individual da investida reconhece os lucros não realizados nas 
transações intragrupo. 
 
Esse assunto foi melhor detalhado na Interpretação Técnica ICPC 09 - 
Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, 
Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método de Equivalência 
Patrimonial , confira: 
 
Lucros não realizados em operações com coligada 
 
48. Os Pronunciamentos Técnicos CPC 18 ± Investimento em Coligada e em 
Controlada, CPC 19 ± Investimento em Empreendimento Controlado em 
Conjunto (Joint Venture) e CPC 36 ± Demonstrações Consolidadas tratam de 
lucros não realizados entre entidades investidora e investidas ou entre 
investidas diretas ou indiretas de uma mesma investidora. 
 
49. Nas operações de vendas de ativos de uma investidora para uma 
coligada (downstream), são considerados lucros não realizados, na 
proporção da participação da investidora na coligada, aqueles obtidos em 
operações de ativos que, à época das demonstrações contábeis, ainda 
permaneçam na coligada. Por definição, essa coligada deve ter um controlador 
que não seja essa investidora a fim de que sobre a investidora e a coligada 
possa existir apenas relação de significativa influência e não de controle, e para 
que ambas não sejam consideradas sob controle comum. Equiparam-se a 
venda, para fins de lucro não realizado, os aportes de ativos para integralização 
de capital na investida. 
 
50. Dessa forma, na venda da investidora para a coligada, deve ser considerada 
realizada, na investidora, a parcela do lucro proporcional à participação dos 
demais sócios na coligada que sejam partes independentes da investidora ou 
dos controladores da investidora. Afinal, a operação de venda se dá entre 
partes independentes, por ter a coligada um controlador diferente do 
controlador da investidora. Esses procedimentos também devem ser aplicados 
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para o caso de coligada e/ou investidora sem sócio controlador. Por exemplo, 
um ativo com valor contábil de $ 1.000.000 é vendido pela empresa A por $ 
1.400.000 para a coligada B, na qual A participa com 20% do capital votante. O 
tributo sobre esse lucro é de $ 150.000, de forma que o resultado da 
investidora está afetado pelo valor líquido de $ 250.000. Ao vender à coligada, 
é como se estivesse vendendo com lucro apenas na parte da venda aos 
detentores que têm 80% do capital votante de B. A empresa A não deve 
considerar realizada a parcela relativa à sua própria participação, ou seja, 20% 
de $250.000 = $ 50.000. 
 
50A. O lucro não realizado, na forma do exposto no item 50, deverá ser 
reconhecido à medida que o ativo for vendido para terceiros, for depreciado, 
sofrer impairment ou sofrer baixa por qualquer outro motivo. 
 
51. A operação de venda deve ser registrada normalmente pela investidora e o 
não reconhecimento do lucro não realizado se dá pela eliminação, no resultado 
individual da investidora (e se for o caso no resultado consolidado), da parcela 
não realizada e pelo seu registro a crédito da conta de investimento, até sua 
efetiva realização pela baixa do ativo na coligada. No exemplo do item 50, 
debita-se o resultado e credita-se a conta retificadora do investimento em B 
pelos $ 50.000 de lucro não realizado. Não devem ser eliminadas na 
demonstração do resultado da investidora as parcelas da venda, custo da 
mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis, já que a 
operação como um todo se dá com genuínos terceiros, ficando como não 
realizada apenas a parcela devida do lucro. Devem ser reconhecidos, quando 
aplicável, conforme Pronunciamento Técnico CPC 32 ± Tributos sobre o Lucro, 
os tributos diferidos. 
 
52. Na investidora, em suas demonstrações individuais e, se for o caso, nas 
consolidadas, a eliminação de que trata o item 51 se dá em linha logo após o 
resultado da equivalência patrimonial (suponha-se de $ 500.000, para fins de 
exemplo), com destaque na própria demonstração do resultado ou em nota 
explicativa. 
 
Exemplo: 
Resultado da equivalência patrimonial sobre investimentos em 
coligadas, controladas e joint ventures.................... .$ 500.000 
(-)Lucro não realizado em operações com coligadas... $ (50.000) $450.000 
 
53. Nas operações de venda da coligada para a investidora, os lucros não 
realizados por operação de ativos ainda em poder da investidora ou de suas 
controladas devem ser eliminados da seguinte forma: do valor da 
equivalência patrimonial calculada sobre o lucro líquido da investida é 
deduzida a integralidade do lucro que for considerado como não realizado 
pela investidora. 
 
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Por exemplo, a coligada D obteve um lucro líquido de $ 800.000, dentro dos 
quais estão $ 300.000 de lucro (já líquido do tributo sobre o resultado) de uma 
operação de venda para a investidora C de bem que ainda está no ativo de C. 
Essa investidora possui 30% de D. Assim, a investidora C não deve reconhecer 
a parte que lhe caberia de 30% sobre o lucro de $ 300.000 da operação entre a 
coligada e ela, por não estar realizado, aplicando a equivalência de 30% sobre o 
restante do lucro líquido de C, ou seja, 30% x ($ 800.000 - $ 300.000) = $ 
150.000. Os demais $ 90.000 (30% x $ 300.000) serão reconhecidos por C à 
medida da realização do ativo em questão, conforme exposto no item 50A. 
 
54. A existência de transações com ativos que gerem prejuízos é, normalmente, 
evidência de necessidade de reconhecimento de Impairment conforme 
Pronunciamento Técnico CPC 01 ± Redução ao Valor Recuperável de Ativos, oque pode levar à não eliminação da figura desse prejuízo. Afinal, se 
caracterizada a perda por não recuperabilidade de parte do ativo, deverá essa 
perda ser reconhecida, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 01 ± Redução 
ao Valor Recuperável de Ativos, antes da operação de venda, mesmo que 
somente para fins do cálculo da equivalência patrimonial pela investidora 
quando o ativo estiver na coligada. Esse conceito deve ser aplicado também 
para as operações com controlada e com joint venture. 
 
Ufa! Acabou...a leitura dos pronunciamentos é um tanto árida, mas é 
necessária para enfrentar as questões de literalidade. Façamos agora um 
 
Resumo das alterações: 
 
1) Devem ser eliminados os lucros não realizados resultante de venda da 
coligada para a investidora OU da investidora para a coligada, para a 
equivalência patrimonial. 
2) Deve ser eliminado apenas o lucro referente à participação da empresa 
investidora; o lucro referente à participação de terceiros é considerado 
realizado. 
3) Venda da investidora para a coligada: O lucro não realizado é eliminado na 
linha de resultado de equivalência patrimonial : 
 
Resultado de equivalência patrimonial sobre investimentos em coligadas, 
controladas e joint ventures $ 500.000 
(-)Lucro não realizado em operações com coligadas ($ 50.000) $ 450.000 
 
OBS: No balanço de publicação, normalmente o investimento fica demonstrado 
já pelo líquido: 
 
D ± Investimento em coligadas- equiv. Patr. $ 450.000 
 
Mas deve ser controlado em subcontas o valor do investimento ajustado pela 
equivalência patrimonial e o valor do ajuste dos lucros não realizados: 
 
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D ± Investimento em coligadas- equiv. Patr $ 500.000 
C - Lucro não realizado em operações com coligadas ($ 50.000) $ 450.000 
 
4) Venda da coligada para a investidora: o lucro não realizado é deduzido da 
equivalência patrimonial e não é reconhecido no balanço individual da 
investidora, mas é reconhecido no balanço individual da investida. 
 
5) Outra alteração: Prejuízos não realizados. 
 
Antes, os prejuízos não realizados não eram ajustados, para efeito da 
equivalência patrimonial. Atualmente, deve ser verificado se há indícios de 
perda por recuperabilidade, para definir se os prejuízos não realizados serão 
eliminados ou não. 
 
Explicando melhor: Uma empresa pode ter uma máquina contabilizada pelo 
valor líquido de $ 20.000, que vale, no mercado, $15.000. Se o valor de uso de 
tal máquina (ou seja, o que ela vai gerar de caixa futuro trazido a valor 
presente ± veja o capítulo de recuperabilidade) for inferior a $15.000, a 
empresa já deveria ter reconhecido uma perda por impairment no valor de 
$5.000. Portanto, se vendê-la para uma empresa do próprio grupo pelo valor de 
mercado ($ 15.000), reconhece um prejuízo que já deveria ter sido reconhecido 
anteriormente. Dessa forma, não há prejuízo não realizado. A diferença entre o 
valor contábil e o valor de mercado já deveria ter sido reconhecido; se a venda 
fosse realizada pelo valor contábil ($20.000), a compradora iria reconhecer uma 
perda por impairment assim que realizasse o primeiro teste de 
recuperabilidade. 
 
Mas vamos supor que o valor de uso da máquina fosse de $30.000. Nesse caso, 
não haveria perda por impairment e o prejuízo não realizado apurado na venda 
deve ser eliminado, para cálculo da equivalência patrimonial. Para o grupo, não 
há impairment ou perda, DSHQDV�D�WUDQVIHUrQFLD�GD�PiTXLQD�³GH�XP�EROVR�SDUD�
R� RXWUR´��REV�� R� H[HPSOR� DFLPD� IRL� EDVHDGR� QR� ³0DQXDO� GH� &RQWDELOLGDGH�
6RFLHWiULD´���)LSHFDIL��6pUJLR�GH�,XGtFLEXV�H�RXWURV��(GLWRUD�$WODV�����(GLomR�� 
 
6) O valor do resultado não realizado já deve estar líquido dos tributos 
incidentes sobre o lucro, vale dizer, imposto de renda e contribuição social. 
 
Exemplos: 
 
1) A Investidora A vendeu para a sua coligada B estoques com lucro de 10.000, 
os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da coligada B foi de 
100.000, e a participação da Investidora A é de 40%. Calcule o valor da 
equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito 
didático, desconsidere qualquer tributo). 
 
Equivalência Patrimonial: 
 
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Cálculo: 
 
Lucro B 100.000 
(-) Lucro não realizado -10.000 
sub total 90.000 
(x) participação A 40% x 40% 
(=) valor da equivalência 36.000 
 
Outra forma de cálculo: 
 
Lucro B 100.000 
(x) participação A 40% x 40% 
sub total 40.000 
(-) parte de A nos lucros não realizados 
(10000 x 40%) -4.000 
(=) valor da equivalência 36.000 
 
 
Contabilização no balanço individual da Investidora: 
 
D ± Investimentos em coligadas - equivalência patrimonial (Ativo) 40.000 
C ± Investimentos em coligadas ± Lucro a apropriar (retificadora) (4.000) 
 
C - Resultado de equivalência patrimonial (resultado) 40.000 
D - Lucro não realizado em operações com coligadas(resultado) (4.000) 
 
Na operação de venda da investidora para a investida acima, foi considerado 
lucro não realizado apenas a participação da Investidora A (10.000 x 40% = 
4.000), conforme o item 49 do ICPC 09. 
 
Na contabilização do lucro não realizado (4.000), retificamos (reduzimos) a 
receita de equivalência patrimonial, com contrapartida a crédito de 
Investimento, conforme os itens 51 e 52 do ICPC 09. 
 
2) A coligada B vendeu para a sua investidora A estoques com lucro de 10.000, 
os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da coligada B foi de 
100.000, e a participação da Investidora A é de 40%. Calcule o valor da 
equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito 
didático, desconsidere qualquer tributo). 
 
Cálculo: idênticos aos apresentados no exemplo 1. Aqui, só vai mudar a 
contabilização. A investida já calcula o valor da equivalência patrimonial líquido 
dos lucros não realizados: 
 
D ± Investimentos em coligadas - equivalência patrimonial (Ativo) 36.000 
C - Resultado de equivalência patrimonial (resultado) 36.000 
 
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Vamos ver, abaixo, como fica a equivalência patrimonial no caso de lucros não 
realizados em operações com controladas: 
 
Texto da INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R1) 
 
Lucros não realizados em operações entre controladora e controlada e 
entre controladas 
 
55. Nas operações com controladas, os lucros não realizados devem ser 
totalmente eliminados nas operações de venda da controladora para a 
controlada. São considerados não realizados os lucros contidos no ativo de 
qualquer entidade pertencente ao mesmo grupo econômico, não 
necessariamente na controlada para a qual a controladora tenha feito a 
operação original. 
 
55A. Deve ser aplicado o item 55 quando a controladora for, por sua vez, 
controlada de outra entidade do mesmo grupo econômico. Por exemplo, a 
controladora E controla F que, por sua vez, controla G; F deve eliminar 
totalmente qualquer lucro não realizado ao vender um bem para G, por ser 
controladora de G. 
 
55B. Nas demonstrações individuais, quando de operações de venda de ativos 
da controladorapara suas controladas (downstream), a eliminação do lucro não 
realizado deve ser feita no resultado individual da controladora, deduzindo-se 
cem por cento do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo 
econômico, em contrapartida da conta de investimento (como se fosse uma 
devolução de parte desse investimento), até sua efetiva realização pela baixa 
do ativo na(s) controlada(s). 
 
55C. A eliminação de que trata o item 55B na demonstração do resultado deve 
ser feita em linha logo após o resultado da equivalência patrimonial, com 
destaque na própria demonstração do resultado ou em nota explicativa, 
conforme item 52. Podem ser eliminadas na demonstração do resultado da 
controladora as parcelas da venda, custo da mercadoria ou produto vendido, 
tributos e outros itens aplicáveis, já que a operação como um todo não se dá 
com genuínos terceiros. Se não eliminados, esses valores devem ser 
evidenciados na própria demonstração do resultado ou em notas explicativas. 
 
56. Nas operações de venda da controlada para a controladora (upstream) ou 
para outras controladas do mesmo grupo econômico, o lucro deve ser 
reconhecido na vendedora normalmente. No caso das coligadas e joint 
ventures, adota-se o mesmo procedimento. 
 
56A. Nas demonstrações individuais da controladora, quando de operações de 
venda de ativos da controlada para a controladora ou entre controladas, o 
cálculo da equivalência patrimonial deve ser feito deduzindo-se, do patrimônio 
líquido da controlada, cem por cento do lucro contido no ativo ainda em poder 
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do grupo econômico. Com isso, a controladora deve registrar como resultado 
valor nulo, não tendo, por isso, afetação no seu resultado e no seu patrimônio 
líquido como decorrência do resultado reconhecido pela controlada. 
 
Portanto, no caso de resultado não realizado entre empresas controladas, 
temos: 
 
1) Devem ser eliminados os resultados não realizados tanto das vendas da 
controlada para a controladora, como das vendas da controladora para a 
controlada, no balanço individual da controladora e na equivalência patrimonial. 
 
2) Não eliminamos só o valor referente à participação da controladora; deve ser 
eliminado cem por cento do valor do lucro não realizado. 
 
Exemplos: 
 
1) A Controlada B vendeu para a sua controladora A estoques com lucro de 
10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da controlada B 
foi de 100.000, e a participação da Controladora A é de 70%. Calcule o valor da 
equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para efeito 
didático, desconsidere qualquer tributo). 
 
No balanço individual, a controlada reconhece normalmente o lucro ainda não 
realizado. Mas, no cálculo da equivalência patrimonial, o lucro não realizado é 
totalmente deduzido. (Lembramos que, no caso de coligadas, só deduzimos a 
participação da investidora; no caso de controladas, deduzimos 100% do lucro 
não realizado, ainda que a participação da controladora menos que 100%). 
 
Cálculo: 
 
Lucro B 100.000 
(x) participação A 70% 
 x 
70% 
Sub-total 70.000 
(-) 100% do lucro não 
realizado -10.000 
(=) valor da equivalência 60.000 
 
 
Lançamento na Controladora A: 
 
Pela equivalência patrimonial: 
 
D ± Investimentos ± controlada B(Ativo) 60.000 
C ± Resultado da Equivalência Patrimonial (resultado) 60.000 
 
2) A Controladora A vendeu para a sua controlada B estoques por 30.000, com 
lucro de 10.000, os quais não foram vendidos a terceiros. O lucro total da 
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coligada B foi de 100.000, e a participação da Controladora A é de 70%. Calcule 
o valor da equivalência patrimonial e indique a sua contabilização. (Obs: para 
efeito didático, desconsidere qualquer tributo). 
 
Equivalência Patrimonial: 
 
Lucro B 100.000 
(x) participação A 70% x 70% 
Sub-total 70.000 
(-) 100% do lucro não realizado -10.000 
(=) valor da equivalência 60.000 
 
Compare esse cálculo com o realizado acima, para vendas entre empresas 
coligadas. 
 
A diferença de tratamento é justificada pelo fato de que, nas vendas a 
coligadas, a transação ocorre, na maior parte, com terceiros. Portanto, 
ajustamos apenas a participação da investidora. 
 
Mas, nas transações entre empresas controladas, o que ocorre é uma venda da 
empresa para ela mesma. Portanto, ajustamos 100% do lucro não realizado, 
mesmo que a participação da controladora seja menor. 
 
&RQIRUPH� R� ³0DQXDO� GH� &RQWDELOLGDGH� 6RFLHWiULD´�� GH� 6pUJLR� GH� ,XGtFLEXV� H�
outros, pg. 185: 
 
³2�SURFHGLPHQWR�FRQWiELO��QHVVe caso, é o seguinte: a controladora debita seu 
resultado para eliminar o lucro na transação, e credita uma conta retificadora 
de investimento (equivalência patrimonial) que assim permanece até a 
realização final do resultado mediante venda efetiva do ativo para terceiros. 
Poderia, também, na controladora, a conta de lucro diferido ficar no passivo não 
circulante, (...) mas as normas internacionais preferem a alternativa de reduzir 
o valor da equivalência patrimonial sobre a controlada. Essa preferência está 
EDVHDGD�QR�IDWR�GH�VH�HQWHQGHU�TXH�p�FRPR�VH��DR�YHQGHU�FRP�³OXFUR´�SDUD�D�
controlada, e esta não houver ainda vendido para terceiros, estivesse a 
controladora na realidade recebendo de volta uma parte de seu investimento na 
controlada. 
 
A contabilização completa no balanço individual da controladora fica assim: 
 
Pela equivalência patrimonial: 
 
D ± Investimento em controladas (ativo) 70.000 
C ± Resultado da equivalência patrimonial (resultado) 70.000 
 
Pela eliminação dos lucros não realizados: 
 
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D ± Receita de vendas (Resultado) 30.000 
C ± Custo Produto Vendido (Resultado) 20.000 
C ± Lucros a apropriar (retificadora de investimentos ± ativo) 10.000 
 
A contabilização acima é equivalente a: 
 
D ± Lucros não Realizados (Resultado) 10.000 
C - Lucros a apropriar (retificadora de investimentos ± ativo) 10.000 
 
Mas a controladora deve eliminar, da sua demonstração do resultado, as 
parcelas da venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros 
itens aplicáveis. 
 
$� FRQWD� ³/XFURV� D� $SURSULDU´� ILFD�� QD� &RQWURODGRUD�� FRPR� UHGXWRUD� GD�
equivalência patrimonial. E, conforme a controlada venda os ativos para 
terceiros, a controladora vai transferindo tal valor para resultado. Por exemplo, 
se no mês seguinte a controlada já vendeu metade do estoque para terceiros, a 
controladora efetua o seguinte lançamento: 
 
D ± Lucros a apropriar (retificadora de investimentos ± ativo) 5.000 
D ± Custo Produto Vendido (Resultado) 10.000 
C ± Receita de vendas (Resultado) 15.000 
 
Texto da INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 
 
Lucros não realizados em operações com controlada em conjunto (joint 
venture) 
 
57. Nas operações de venda de ativos da investidora para a controlada em 
conjunto, o investidor considera como lucro realizado apenas a parcela relativa 
à participação dos demais investidores na controlada em conjunto, que são 
terceiros independentes, como no caso da operaçãocom coligada (itens 48 a 53 
desta Interpretação). 
 
58. Nas operações de venda de ativos da controlada em conjunto para a 
investidora (upstream), a investidora deve considerar a sua participação sobre 
esse lucro na joint venture como não realizado, como no caso da operação com 
coligada (itens 48 a 53 desta Interpretação). 
 
59. Nas operações de venda de bens da controlada em conjunto para os demais 
investidores, partes independentes da investidora, não há lucro não realizado 
sob a ótica da entidade investidora. 
 
Comentários: 
 
No caso de lucros não realizados em operações com controlada em conjunto 
(joint venture), a eliminação é idêntica à de coligadas, ou seja, eliminamos 
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apenas a parcela referente à participação da investidora. Veja exemplos de 
cálculo e contabilização acima, quando tratamos de Coligadas. 
 
Demonstrações Contábeis para aplicação do método da Equivalência Patrimonial 
 
Texto do Pronunciamento 
 
33. Deve ser utilizada a demonstração contábil mais recente da coligada, 
da controlada ou do empreendimento controlado em conjunto para aplicação do 
método da equivalência patrimonial. Quando o término do exercício social do 
investidor for diferente daquele da investida, esta deve elaborar, para utilização 
por parte do investidor, demonstrações contábeis na mesma data das 
demonstrações do investidor, a menos que isso seja impraticável. 
 
34. De acordo com o disposto no item 33, quando as demonstrações 
contábeis da investida utilizadas para aplicação do método da equivalência 
patrimonial forem de data diferente da data usada pelo investidor, 
ajustes pertinentes devem ser feitos em decorrência dos efeitos de 
transações e eventos significativos que ocorrerem entre aquela data e a data 
das demonstrações contábeis do investidor. Independentemente disso, a 
defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da 
investida e do investidor não deve ser superior a dois meses. A duração dos 
períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e qualquer diferença entre as 
respectivas datas de encerramento devem ser as mesmas de um período para 
outro. 
 
35. As demonstrações contábeis do investidor devem ser elaboradas utilizando 
práticas contábeis uniformes para eventos e transações de mesma natureza em 
circunstâncias semelhantes. 
 
36. Se a investida utilizar práticas contábeis diferentes daquelas adotadas 
pelo investidor em eventos e transações de mesma natureza em circunstâncias 
semelhantes, devem ser efetuados ajustes necessários para adequar as 
demonstrações contábeis da investida às práticas contábeis do investidor 
quando da utilização destas para aplicação do método da equivalência 
patrimonial. 
 
Comentário: 
 
Os pontos principais são: 
 
- As demonstrações da coligada/controlada devem ser da mesma data que da 
investidora, sendo aceitável uma defasagem de 2 meses (60 dias). Nesse caso, 
serão feitos ajustes, se necessário, em decorrência de eventos relevantes entre 
o fechamento das demonstrações contábeis e a data da aplicação da 
equivalência patrimonial. 
 
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- As demonstrações devem ser elaboradas com as mesmas políticas e critérios 
contábeis. 
 
- A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis deve ser 
igual. Ou seja, as demonstrações da investidora podem ser, por exemplo, de 
janeiro a dezembro de X1 e as da coligada de novembro / X0 a outubro / X1, 
mas ambas devem ter a mesma duração (no caso, 12 meses). Não seria 
aceitável que a investida apresentasse demonstrações abrangendo o período de 
novembro/X0 a dezembro / X1 (14 meses). 
 
Equivalência Patrimonial dos prejuízos apurados pela coligada/controlada 
 
38. Quando a participação do investidor nos prejuízos do período da 
coligada ou do empreendimento controlado em conjunto se igualar ou 
exceder o saldo contábil de sua participação na investida, o investidor 
deve descontinuar o reconhecimento de sua participação em perdas 
futuras. A participação na investida deve ser o valor contábil do investimento 
nessa investida, avaliado pelo método da equivalência patrimonial, juntamente 
com alguma participação de longo prazo que, em essência, constitui parte do 
investimento líquido total do investidor na investida. Por exemplo, um 
componente, cuja liquidação não está planejada, nem tampouco é provável que 
ocorra num futuro previsível, é, em essência, uma extensão do investimento da 
entidade naquela investida. Tais componentes podem incluir ações 
preferenciais, bem como recebíveis ou empréstimos de longo prazo, porém não 
incluem componentes como recebíveis ou exigíveis de natureza comercial ou 
quaisquer recebíveis de longo prazo para os quais existam garantias 
adequadas, tais como empréstimos garantidos. O prejuízo reconhecido pelo 
método da equivalência patrimonial que exceda o investimento em ações 
ordinárias do investidor deve ser aplicado aos demais componentes que 
constituem a participação do investidor na investida em ordem inversa de 
interesse residual ± seniority (isto é prioridade na liquidação). 
 
39. Após reduzir, até zero, o saldo contábil da participação do 
investidor, perdas adicionais devem ser consideradas, e um passivo 
deve ser reconhecido, somente na extensão em que o investidor tiver 
incorrido em obrigações legais ou construtivas (não formalizadas) ou 
tiver feito pagamentos em nome da investida. Se a investida 
subsequentemente apurar lucros, o investidor deve retomar o reconhecimento 
de sua participação nesses lucros somente após o ponto em que a parte que lhe 
cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua participação nas perdas não 
reconhecidas. 
 
39A. O disposto nos itens 38 e 39 não é aplicável a investimento em controlada 
no balanço individual da controladora, devendo ser observada a prática 
contábil que produzir o mesmo resultado líquido e o mesmo patrimônio 
líquido para a controladora que são obtidos a partir das demonstrações 
consolidadas do grupo econômico, para atendimento ao requerido quanto aos 
04056114390
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 12 
 
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atributos de relevância e de representação fidedigna (o que já inclui a primazia 
da essência sobre a forma), conforme dispõem o Pronunciamento Conceitual 
Básico ± Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório 
Contábil - Financeiro e o Pronunciamento Técnico CPC 26 ± Apresentação das 
Demonstrações Contábeis. 
 
Comentário: 
 
Coligadas: Os prejuízos na coligada devem parar de ser reconhecidos pela 
investidora, quando o valor da sua participação chegar a zero. Vamos a um 
exemplo numérico, para facilitar o entendimento: 
 
A Cia ABC adquiriu em 31/12/X1 uma participação de 40% na empresa XYZ, 
pagando o valor de R$ 80.000,00. Abaixo, o Balanço Patrimonial da investida 
em X1. 
31/12/X1 
Empresa XYZ 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 40.000 Fornecedores 140.000 
Clientes 60.000 Contas a pagar 60.000 
Estoque 110.000 
imobilizado 190.000 PL 
 Capital Social 200.000 
 
Total Ativo 400.000 Total Passivo + PL 400.000 
 
Contabilização na Investidora Cia ABC:

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