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141 UNIDADE 3 ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • definir corrente elétrica e resistência, efetuar cálculos relacionados a essas grandezas; • conhecer o conceito de magnetismo e sua importância para o avanço da tecnologia; • relacionar corrente elétrica com campo magnético; • definir força magnética; • estudar o comportamento da luz através da ótica geométrica, reconhecer sua importância para a sociedade, além de estudar os seus princípios bási- cos; • empregar o conceito de onda para o estudo da acústica. A terceira unidade está dividida em cinco tópicos. No final de cada tópico você encontrará atividades que o(a) ajudarão a compreender as ideias apre- sentadas. TÓPICO 1 – CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA TÓPICO 2 – MAGNETISMO TÓPICO 3 – ÓTICA TÓPICO 4 – ACÚSTICA TÓPICO 5 – RELATIVIDADE E MECÂNICA QUÂNTICA 142 143 TÓPICO 1 CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Como já vimos, a agitação térmica está ligada à oscilação das partículas que compõem um corpo. Com as cargas livres acontece o mesmo. Apesar do movimento ser desordenado, ao estabelecermos um campo elétrico na região das cargas, aparece um movimento numa direção preferencial se sobrepondo ao primeiro. O fluxo dessas partículas portadoras de carga elétrica é denominado corrente elétrica. A oposição desse movimento, fornecida pelo corpo, é conhecido como resistência elétrica. Num chuveiro, numa estufa, num secador de cabelos ou num ferro de passar roupas, o calor é produzido pela corrente que atravessa um fio metálico (condutor). Nesse caso, a energia elétrica é transformada em energia térmica. Isso ocorre devido aos constantes choques dos elétrons contra os átomos do condutor, fazendo com que a energia cinética, média de oscilação dos átomos, aumente. Assim, aumenta a temperatura no condutor e, consequentemente, tudo o que estiver em contato com ele. 2 CORRENTE ELÉTRICA FIGURA 70 – INTERIOR DE UM FIO DE COBRE, COM ELÉTRONS LIVRES SALTANDO DE UM ÁTOMO PARA OUTRO SEM NENHUMA DIREÇÃO DEFINIDA FONTE: A autora UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 144 Um fio de cobre possui cerca de 1022 átomos por centímetro cúbico, isso quer dizer que tem aproximadamente 1022 elétrons livres por cm3. Esses elétrons ficam saltando de um átomo para outro sem qualquer movimento ordenado. No entanto, se estabelecemos um campo elétrico no interior do condutor (o fio de cobre), forçamos um movimento numa direção preferencial. Observe a figura a seguir: FIGURA 71 – UM CAMPO FOI ESTABELECIDO DEVIDO À DIFERENÇA DE POTENCIAL NOS TERMINAIS DA PILHA, OS ELÉTRONS SE ALINHAM AO CAMPO E SEGUEM PARA O POLO POSITIVO DA PILHA FONTE: A autora Chamamos de corrente elétrica o movimento preferencial das cargas elétricas através de um condutor. O sentido convencional da corrente i não é o sentido do movimento dos elétrons, como poderia se pensar, é o mesmo do vetor campo elétrico. Portanto, oposto ao movimento dos elétrons. A intensidade da corrente é a quantidade de carga que atravessa a seção transversal por unidade de tempo. Assim, se num intervalo de tempo ∆t passa através da seção uma quantidade de carga Q, a intensidade de corrente i é No SI a unidade de corrente elétrica é o ampère (A), onde 1 A = 1 C / 1 s. Ou seja, um ampère é igual a um coulomb dividido por um segundo. Exemplo 1: Através de um fio de cobre passam 12,5 . 1019 elétrons num intervalo de tempo de 10 s. Sendo a carga elétrica elementar e = 1,6 . 10 –19 C, determine: (a) a quantidade total de carga que atravessa a seção em 10 s; (b) a intensidade da corrente através desse condutor. Solução: (a) da expressão de quantização de carga, temos Q = n.e = 12,5 . 1019. 1,6 . 10 –19 = 20 C. TÓPICO 1 | CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA 145 (b) Da definição de corrente, Exemplo 2: Um dispositivo eletrônico é ligado em uma bateria de 9 V, sendo percorrido por uma corrente de 5mA. Qual será a energia elétrica consumida após uma hora? Solução: Da definição de corrente Onde transformamos 1 h em 3600 s e substituímos m (mili) por 10-3. Para encontrarmos a energia consumida calculamos o trabalho pela equação (3) do tópico anterior, WAB = Q(VA - VB) = 18 . 9 = 162 J. 3 RESISTÊNCIA ELÉTRICA E CONDUTÂNCIA Quando elétrons livres são forçados a percorrer um condutor sob efeito de um campo estabelecido, devido à diferença de potencial nos terminais, ocorrem interações entre esses elétrons e as demais partículas atômicas, aumentando a agitação dos átomos que compõem o condutor. Em consequência disso, ocorre um aumento na temperatura do condutor. Isso significa que ocorre uma conversão de energia elétrica em energia térmica (fenômeno conhecido também por “efeito joule”). A maior ou menor dificuldade de movimentação, na direção do campo, encontrada pelos elétrons, constitui a resistência elétrica R do condutor. As experiências mostram que a resistência depende da temperatura, do material e das dimensões do condutor. FONTE: A autora FIGURA 72 – FIO CONDUTOR UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 146 As experiências também mostram que quando uma diferença de potencial ∆V é aplicada ao condutor da figura, mantido à temperatura constante, a corrente observada é proporcional à voltagem aplicada. Sendo a constante de proporcionalidade igual a R, assim podemos escrever (lei de Ohm) A unidade da resistência elétrica no SI é o ohm Ω. Para muitos materiais, experiências mostram que a resistência é constante para grande parte das voltagens aplicadas. Por isso chamamos de dispositivos ôhmicos os materiais que obedecem à lei de Ohm. Mas esta não é uma lei fundamental na natureza. Alguns materiais não a obedecem, estes materiais são chamados de dispositivos não ôhmicos. O diodo (age como uma válvula de sentido único para a corrente) e a maioria dos dispositivos eletrônicos modernos, tais como transistores, são dispositivos não ôhmicos (SERWAY; JEWETT, 2005). Na figura anterior vemos a representação de um fio condutor de comprimento L, percorrido por uma corrente i que passa pela seção transversal a, devido ao campo E estabelecido por causa da tensão ∆V = V A - V B . 3.1 PRIMEIRA LEI DE OHm 3.2 SEGUNDA LEI DE OHm As grandezas físicas que influenciam na resistência podem ser relacionadas através da expressão Onde R é a resistência, ρ a resistividade do material, L o comprimento e A a seção transversal do condutor. O inverso da resistividade, σ=1/ρ, é a condutividade do material. A resistividade varia linearmente com a temperatura (dentro de certos limites) segundo a equação NOTA TÓPICO 1 | CORRENTE ELÉTRICA E RESISTÊNCIA 147 ρ = ρ0[1 + α(θ - θ0)], sendo ρ0 a resistividade à temperatura padrão θ0, e α o coeficiente de temperatura (semelhante ao coeficiente de dilatação térmica da Unidade 2). Veja a tabela a seguir, para valores de ρ e α de alguns materiais à temperatura de 200C. Podemos definir o inverso da resistência elétrica R como a condutância G do condutor, G = 1/R. Dada em unidades de siemes (S), que é 1/ohm. Exemplo 2: Um fio condutor de cobre apresenta 2,0 m de comprimento e 5,0 mm2 de área de seção transversal. Consultando a tabela, responda: (a) Qual a resistividade do cobre? (b) Qual a resistência desse fio condutor? (c) Qual é a tensão elétrica nos terminais desse fio condutor, se ele é percorridopor uma corrente de 10 A? Solução: Convertendo a área para m2, obtemos A = 5,0 mm2 = 5,0 . 10 –6 m2. a) A resistividade pode ser tirada diretamente da tabela 1: ρ = 1,70 . 10 –8 Ω.m. b) Da segunda definição de R, c) Da primeira definição de R, Material Resistividade (10 –8 Ω.m) Coeficiente de temperatura (10 –3 0C –1) Grafite 2000 a 10000 -8 a -2 Níquel-cromo 110 0,17 Cobre 1,70 4,0 Prata 1,59 4,0 TABELA 12 – VALORES DE ρ E α DE ALGUNS MATERIAIS À TEMPERATURA DE 200C [6] FONTE: A autora UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 148 Exemplo 3: Em relação ao fio condutor do exercício anterior, explique o que ocorreria com o valor de sua resistência se a tensão elétrica fosse triplicada (mantidas as mesmas condições). Solução: A resistência permaneceria a mesma, pois ela depende apenas da resistividade, do comprimento e da área da seção transversal. Triplicando a tensão, apenas a intensidade da corrente também triplicaria, de acordo com a lei de Ohm. 149 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico você viu que: Sempre que estabelecemos uma diferença de potencial entre os terminais de um condutor, geramos um movimento de cargas numa direção preferencial que chamamos de corrente elétrica. Sendo esta a quantidade de carga que passa pela seção transversal durante o intervalo de tempo ∆T, ou seja, a corrente é dada por . Os átomos do condutor oferecem certa resistência à passagem de elétrons livres. Chamamos essa resistência de resistência elétrica, definida por . Quando, num dispositivo, em certa temperatura constante, a corrente obedece à lei de Ohm, dizemos que o dispositivo é ôhmico e utilizamos a equação . 150 AUTOATIVIDADE 1 O que é corrente elétrica? 2 Qual é o sentido convencional da corrente elétrica? 3 Em um chuveiro com a chave ligada na posição inverno passam por segundo na secção transversal da resistência, por onde circula a água, 12,5 . 1019 elétrons. Determine a intensidade da corrente elétrica na resistência sabendo que o valor absoluto da carga do elétron é e = 1,6.10 -19 C. 4 Um fio condutor de certo material tem resistência elétrica de 50 Ω. Qual será a resistência de outro fio de mesmo comprimento e material, mas com o dobro do raio do primeiro? 5 (a) Usando os valores na tabela, apresentada na seção 3 deste tópico, determine a resistência elétrica de um fio de níquel-cromo de 0,50 m de comprimento e 2,0 mm2 de área de seção transversal a 20 0C. (b) Qual a condutância desse fio? 6 Os gráficos representam a tensão em função da intensidade da corrente para dois condutores, A e B. a) Qual desses condutores é ôhmico? b) Qual é a resistência elétrica de cada condutor para uma tensão de 40 V? c) É possível determinar a resistência elétrica dos condutores para uma tensão de 60 V? Justifique. 151 7 O gráfico V x i (diferença de potencial x intensidade de corrente elétrica) foi obtido com um condutor ôhmico, mantendo-se a temperatura constante. A quantidade de carga elétrica que atravessa a seção reta desse condutor, em 6,0s, quando estiver submetido à diferença de potencial de 40 V, será de quanto? 8 Ao consertar uma tomada, uma pessoa toca um dos fios da rede elétrica com uma mão e outro fio com a outra mão. A ddp da rede é V = 220 V e a corrente através do corpo é i = 4 x 10-3 A. Determine a resistência elétrica da pessoa. 9 Um fio de secção circular, comprimento L e diâmetro D, possui resistência R. Outro fio de mesmo material possui comprimento 4 L e diâmetro D/4. Qual é a sua resistência R? 152 153 TÓPICO 2 MAGNETISMO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO De Magnete, Magneticisque Corporibust, de Magno Magnete Tellure (sobre os ímãs, os corpos magnéticos e o grande imã terrestre), é o título do livro cuja capa aparece na figura a seguir. Nesse trabalho, Gilbert descreve os aspectos sobre os fenômenos magnéticos e propõe que o centro da Terra seja um grande ímã. Tanto que o campo magnético gerado por esse ímã orienta a agulha imantada da bússola. Esse tratado foi de suma importância para a navegação e serviu de base para trabalhos de outros cientistas, como Newton, Halley, Gauss e Oersted. FONTE: Disponível em: <www.new-science-theory.com>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 73 – CAPA DO LIVRO DE MAGNETE 154 UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS Quatrocentos anos depois continuam surgindo aplicações do magnetismo, como o estudo e a fabricação de materiais magnéticos e nanoestruturas. Para fabricar esses materiais é necessário manipular objetos do tamanho de átomos da ordem de 1 até 100 nanômetros. Tem por finalidade criar materiais para dispositivos e sistemas com propriedades que permitem funções específicas. Observe os exemplos de nanoestruturas na figura. Esta tecnologia está produzindo um impacto nas indústrias de saúde e energia, uma vez que se tornou possível manipular átomos a partir de robôs controlados por computador. Esta tecnologia está sendo adaptada para ser empregada em cirurgias minimamente invasivas ou à distância. No setor de energia já se emprega a nanoengenharia para produzir nanoenergia. Atualmente a nanotecnologia apresenta a maior oportunidade para o desenvolvimento econômico e sustentável de muitos países; estimativas feitas por estudiosos da área de energia apontam para um valor de um trilhão de dólares para a indústria nanotecnológica em 2015. No ano 1600, no reinado de Elizabeth I, podia-se apreciar, em Londres, as obras de Shakespeare e ao mesmo tempo ver a população sendo dizimada pela peste bubônica. Nesta mesma época, um físico e médico inglês, William Gilbert, publicou um tratado de magnetismo conhecido como De Magnete. Manipulando átomos, os laboratórios da IBM constroem obras de arte com ferro sobre cobre mostrando a revolucionária produção de novos materiais no século XXI. Explorando a geometria e as possibilidades da disposição atômica em círculo, retângulo e estádio. O ideograma chinês, terceira figura da esquerda para a direita, é a menor palavra escrita e significa átomo. A última figura mostra um boneco formado por moléculas de carbono. FONTE: Disponível em: <www.terra.com.br/istoe/ciencia/143007.htm> Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 74 – NANOESTRUTURAS NOTA NOTA TÓPICO 2 | MAGNETISMO 155 Na figura a seguir fizemos uma analogia entre dois eventos bem distantes no tempo e que significaram um grande avanço para a humanidade. Na figura vemos um ímã à direita, gerando um campo magnético que atrai pequenas partículas. À esquerda, ímãs sendo aproximados pelos polos de nomes iguais e pelos polos de nomes diferentes. FONTE: JORNAL MUNDO FÍSICO. Disponível em: <http://www.mundofisico.joinville. udesc.br/index.php?idSecao=102&idSubSecao=&idTexto=81>. Acesso em: 16 jul. 2008 FIGURA 75 – DOS DESENHOS DE LEONARDO DA VINCI ÀS NANO-ENGRENAGENS FONTE: Disponível em: <http://www.cienciahoy.org.ar/ln/hoy85/magnetismo.htm>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 76 – CAMPO MAGNÉTICO 2 POLOS MAGNÉTICOS E CAMPO MAGNÉTICO Os ímãs possuem a propriedade de atrair materiais e apresentam duas regiões distintas, denominadas polos, que possuem o nome de polo norte e polo sul. Note a figura que segue. Polos magnéticos de mesmo nome se repelem e de nomes contrários se atraem. NOTA 156 UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS Nós já tínhamos discutido a importância das equações de Maxwell para o eletromagnetismo. Pois bem, nesse estudo sugerimos a íntima ligação dos campos magnético e elétrico. Vejaa experiência de Oersted (figura a seguir). Esse físico notou, em uma de suas experiências sobre eletricidade, que um condutor percorrido por uma corrente elétrica muda a orientação da agulha de uma bússola próximo dele. Isso significa que o movimento dos elétrons da corrente elétrica gera um campo magnético nas proximidades dele. FONTE: Disponível em: <http://www.pixii.com/apparatus.htm>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 77 – EXPERIÊNCIA DE OERSTED Na figura vemos Oersted demonstrando a sua experiência sobre o campo magnético de um fio condutor conduzindo uma corrente elétrica. Por outro lado, as experiências de Lenz mostram que o inverso também é verdadeiro, a variação de um campo magnético próximo a um fio condutor gera corrente elétrica. Embora campos magnéticos e elétricos sejam associados, existe uma diferença primordial entre cargas elétricas e polos magnéticos. Podemos isolar cargas elétricas positivas e negativas, porém o mesmo não acontece com os polos magnéticos; é impossível separar polo norte e polo sul. Ao dividir um ímã em duas partes podemos observar que cada parte conterá um novo polo norte e um novo polo sul. E assim sucessivamente, por mais divisões que efetuamos. Denominamos campo magnético a região ao redor do ímã e o representamos através de linhas imaginárias fechadas que saem do polo norte e entram no NOTA TÓPICO 2 | MAGNETISMO 157 polo sul. Na figura a seguir mostramos as linhas de campo de dois ímãs criados industrialmente e o campo magnético devido ao interior da Terra. Que tal fazer uma experiência com linhas de campo? Faça o seguinte: coloque uma folha de papel sobre um ímã e jogue sobre ela limalha de ferro. Você poderá observar que os pedacinhos de ferro ficam orientados conforme as linhas de campo criadas pelo ímã. FONTE: Disponível em: <http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index. php?idSecao=8&idSubSecao =&idTexto=217>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 78 – LINHAS DE CAMPO MAGNÉTICO 3 CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR UM CONDUTOR RETILÍNEO Os estudos de Ampére estabelecem uma regra para determinar o campo magnético criado por uma corrente elétrica conhecida como a regra da mão direita. FONTE: Disponível em: <http://br.geocities.com/saladefisica3/laboratorio/ maodireita/maodireita.htm>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 79 – REGRA DA MÃO DIREITA NOTA 158 UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS Observando a figura podemos imaginar um fio condutor sendo envolvido pelos dedos da mão direita. A direção e o sentido da corrente são os mesmos do polegar, enquanto que a direção e o sentido do campo são iguais aos dos outros dedos. Na figura a seguir vemos um condutor no plano do papel e a representação dos campos saindo e entrando na página. A intensidade do campo magnético pode ser segundo a seguinte relação, , onde k é a constante de proporcionalidade e r a distância do ponto considerado até o fio condutor. A unidade do campo magnético é o tesla (T). (vetor indução entrando na folha) FONTE: A autora FIGURA 80 – REPRESENTAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO NO PLANO DO PAPEL A constante de proporcionalidade k depende do meio em que o condutor está imerso e pode ser encontrada através de , sendo a permeabilidade magnética do meio. Exemplo 1: O condutor retilíneo da figura anterior é percorrido por uma corrente de intensidade 2 A. Determine a intensidade e o sentido do vetor indução magnética num ponto P, localizado a 10 cm do condutor. Considere o meio como sendo o vácuo e utilize . IMPORTANT E TÓPICO 2 | MAGNETISMO 159 FONTE: A autora FIGURA 81 – FIO SENDO PERCORRIDO POR UMA CORRENTE I Solução: Importante: acima de um determinado valor de temperatura os condutores perdem as suas propriedades ferromagnéticas. A temperatura de ponto Curie é uma constante que depende do material. A tabela a seguir mostra esses valores para alguns materiais. TABELA 13 – TEMPERATURA DE CURIE DO FERRO, DO COBALTO E DO NÍQUEL Material Ponto Curie Ferro 11310C Cobalto 7700C Níquel 3580C FONTE: CLINTON, Marcico Ramos; BONJORNO, José Roberto. Temas de Física: eletricidade - Introdução à física moderna. São Paulo: FTD, 1946. p. 537, v.3. 4 FORÇA MAGNÉTICA A carga elétrica, quando está na presença de um campo magnético, sofre a ação de uma força magnética conhecida como a força de Lorentz. Uma característica importante dessa força é ser perpendicular ao plano formado pelos vetores B (campo magnético) e ν (velocidade da carga elétrica). Utilizando a regra da mão direita nós podemos dar o sentido da força magnética Fm com o polegar, orientando o indicador no sentido do campo B e o dedo médio no sentido da velocidade ν. Olhe a ilustração dos vetores B , ν e Fm na figura a seguir. → → → → → → 160 UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS FONTE: A autora A intensidade da força magnética Fm é dada pela expressão, , onde q é a carga elétrica e é o ângulo entre v e B. Exemplo 2: uma partícula elétrica de 5µC desloca-se com velocidade de 1000m/s, formando um ângulo de 300 com um campo magnético uniforme de intensidade 8.104T. Qual a intensidade da força magnética? Solução: O estudo da eletricidade e do magnetismo não termina aqui, vimos apenas uma ponta do iceberg. No próximo tópico iniciamos o estudo da luz. → → → 4.1 FORÇA MAGNÉTICA SOBRE UM CONDUTOR RETILÍNEO FONTE: Disponível em: <http://osfundamentosdafisica.blogspot.com/2010/10/cursos- do-blog_12.html>. Acesso em: 12 abr. 2011. FIGURA 82 – REGRA DA MÃO DIREITA FIGURA 83 – CONDUTOR RETILÍNEO TÓPICO 2 | MAGNETISMO 161 Vamos considerar um condutor retilíneo de comprimento l, imerso num campo magnético uniforme B. Sendo i a intensidade de corrente elétrica que passa por esse condutor e θ o ângulo entre B e i. A resultante das forças de Lorentz que age sobre cada carga da corrente elétrica tem intensidade dada pela expressão, Fm = BilsenӨ Tendo direção perpendicular a B e a i e o sentido dado pela regra da mão direita. Exemplo 3: Um condutor reto de 30 cm de comprimento, percorrido por uma corrente de intensidade 3 A, é colocado perpendicularmente a um campo magnético uniforme de intensidade 6 x 10-3 T. Determine a intensidade da força que o campo exerce sobre o condutor. Solução: Fm = BilsenӨ Fm = 6 • 10-3 • 3 •0,3 • sen90º Fm = 0,0054N 162 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico você viu que: A nanotecnologia representa um grande avanço para a ciência. Os ímãs possuem dois polos de diferentes nomes. O polo norte e o polo sul. Frisamos o fato de que se aproximamos polos iguais, sentimos uma força de repulsão e de polos diferentes uma força de atração, semelhantemente ao que acontece com as cargas elétricas. Apesar de ter um comportamento que lembra o da carga elétrica, os polos dos ímãs são inseparáveis, diferentemente do que acontece com as cargas positiva e negativa. Definimos o campo magnético B e a força magnética Fm e mostramos uma forma de encontrar as direções e os sentidos dos vetores Fm, v e B utilizando a regra da mão direita. → → → →→ 163 AUTOATIVIDADE 1 De que maneira o magnetismo contribui para o nosso desenvolvimento? 2 Como você caracteriza um ímã? 3 Um fio condutor retilíneo e muito longo é percorrido por uma corrente de intensidade 2,0 A. Qual a intensidade do campo magnético do fio a 50 cm? 4 Uma partícula elétrica de -3µC desloca-se com velocidade de 500 m/s, formando um ângulo de 600 com um campo magnético uniforme de intensidade 104T.Qual é a intensidade da força magnética que atua sobre a partícula? 5 Um corpúsculo, carregado com 300µC, penetra em um campo magnético uniforme com velocidade de 60 m/s, na direção perpendicular às suas linhas de indução. Sabendo que a intensidade da força que age sobre esse corpúsculo é de 1,6 mN, quanto vale a intensidade do vetor indução magnética? 6 Um condutor retilíneo de 160 cm de comprimento é disposto perpendicularmente às linhas de indução de um campo magnético uniforme de intensidade 8 x 10-3 T. Calcule a intensidade de corrente que passa pelo condutor, sabendo que a força magnética que age sobre ele tem módulo de 3,2 x 10-2 N. 7 Um condutor reto de 40 cm de comprimento, percorrido por uma corrente de intensidade 3 A, é colocado perpendicularmente a um campo magnético uniforme de intensidade 8 x 10-3 T. Determine a intensidade da força que o campo exerce sobre o condutor. 8 Uma partícula de carga 8 x 10-18 C e massa 4 x 10-26 kg penetra, ortogonalmente, numa região de campo magnético uniforme de intensidade 2 x 10-3 T, com velocidade de 2 x 105 m/s. Determine o raio da órbita descrita pela partícula. 164 165 TÓPICO 3 ÓTICA UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Numa entrevista, o diretor da rede do Emergia, Clemente Quero, utilizou a seguinte frase para descrever a capacidade das fibras óticas: “Um único cabo de fibra ótica pode transmitir o conteúdo dos 4 milhões de livros da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, de Washington a Lima, em menos de um minuto. Se fosse utilizado um modem de 56 k conectado a uma linha telefônica comum, a transmissão só seria realizada em 81 anos” (apud CSF, 2008). Mas o que é a fibra ótica, além desses cabinhos brilhantes que estão entre os dedos da mão que aparece na figura a seguir? Trata-se de um filamento com capacidade de transmitir luz. É lançado um feixe de luz numa das extremidades da fibra e esse feixe percorre a fibra até chegar na outra extremidade através de sucessivas reflexões. A luz, por sua vez, é uma onda eletromagnética que carrega consigo informações que podem ser decodificadas. FONTE: Disponível em: <http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/fisica/ fibra-optica.php>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 84 – CABOS DE FIBRA ÓTICA Porém, a luz é somente uma das formas de radiação eletromagnética. Há outros tipos de radiação com o qual nos deparamos diariamente, tais como os raios X, os raios gama, o infravermelho, o ultravioleta, as ondas de rádio. Devido à sua natureza ondulatória, as radiações são determinadas pelas suas frequências e, consequentemente, pelos seus comprimentos de onda. Nesse tópico abordaremos os estudos relacionados ao comportamento da luz. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 166 2 TRAJETÓRIA DA LUZ Na figura que segue, à esquerda, a luz branca entra no prisma e se dispersa quando sai, se dividindo nas outras cores do espectro visível. Podemos compreender isso se pensarmos na luz como uma onda. Observe o esquema no centro da figura. A onda é constituída por uma oscilação periódica no espaço. Essa oscilação é uma perturbação que se propaga através de um meio. Quando a luz muda de um meio menos denso para outro mais denso, a sua velocidade de propagação varia com o comprimento de onda de cada cor. Porém, mesmo que a luz branca possa se dispersar em outras cores do espectro, ela não perde sua característica de se propagar em linha reta em meios homogêneos e transparentes. FONTE: Disponível em: <http://www.mardecoral.com.br/octopi/hqi.htm>. Acesso em: 16 jul. 2007. FIGURA 85 – DECOMPOSIÇÃO DA LUZ BRANCA No lado esquerdo da figura a luz branca incide sobre uma das faces de um prisma e é dispersa na face que a luz volta a sair. No centro, esquema ilustrativo dos comprimentos de onda de cada cor. Desse modo tornou-se natural representar o raio de luz como um segmento de reta orientado. O conjunto de raios luminosos é chamado de feixe de luz e é representado por vários segmentos de reta orientados. NOTA TÓPICO 3 | ÓTICA 167 2.1 FONTES DE LUZ FIGURA 86 – ECLIPSE DA LUA FONTE: Disponível em: <http://www.silvestre.eng.br/astronomia/criancas/ eclipselua/>. Acesso em: 22 fev. 2008. Para que possamos ver um objeto é necessário que ele irradie alguma luz até nossos olhos. Essa luz pode ser própria ou simplesmente o reflexo de alguma luz incidindo sobre ele. Esses corpos emitindo luz são denominados fontes de luz e podem ser de dois tipos. Fontes primárias, que fornecem a própria luz, ou fontes secundárias, que fornecem a luz proveniente da reflexão sobre a sua superfície. Na figura acima temos o exemplo de uma fonte primária, o Sol, e uma fonte secundária, a Terra. 2.2 PRINCÍPIOS DA ÓTICA GEOMÉTRICA Os conhecimentos adquiridos com o estudo da ótica geométrica tornaram possível a construção de instrumentos óticos, tais como telescópio, luneta, binóculo, microscópio, máquina fotográfica e outros. Esses princípios baseiam-se nas observações de que: a trajetória da luz é retilínea nos meios homogêneos, isotrópicos e transparentes (Princípio de propagação em linha reta); a trajetória não se modifica na presença de outro feixe de luz (Princípio da independência dos raios luminosos); a trajetória independe do sentido da propagação (Princípio da reversibilidade dos raios luminosos). Observe os raios da luz do Sol sobre a Terra produzindo regiões de sombra e penumbra: UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 168 FIGURA 87 – A GEOMETRIA DE UM ECLIPSE LUNAR FONTE: Disponível em: <http://www.observatorio.ufmg.br/pas59.htm>. Acesso em: 22 fev. 2008. 3 PROPRIEDADES DA LUZ A luz viaja com velocidade de c = 3.108 m/s em linha reta. Quando refletida ou refratada, sofre um desvio, continuando em seguida a trajetória retilínea. Essa propriedade da luz implica em algumas leis que facilitam a sua observação e aplicação em instrumentos óticos. 3.1 REFLEXÃO FIGURA 88 – ÂNGULO - RAIO INCIDENTE, ´ - RAIO REFLETIDO E ´´ - RAIO REFRATADO, TODOS COM A RETA NORMAL FONTE: Disponível em: <http://physicsact.wordpress.com/2007/11/29/ optica-de-raios/>. Acesso em: 22 fev. 2008. Ao incidirmos luz sobre a superfície de separação entre dois meios n e n´, parte da luz retorna ao meio de origem e a outra parte entra no segundo meio. Quando estudamos a luz que é refletida pela superfície precisamos ter em mente duas leis importantes. TÓPICO 3 | ÓTICA 169 A primeira lei nos diz que a reta normal, o raio incidente 1 e o raio refletido 2 estão no mesmo plano. A segunda lei afirma que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão ´, ou seja = ´. 3.2 REFRAÇÃO Note o raio 3, na figura anterior, parte da luz atravessou o meio n´ mudando de direção, φ´´. A refração depende do meio que o raio atravessa. Também depende do ângulo de incidência. Os raios que incidem perpendicularmente ao meio não sofrem refração. Raios que incidem próximo à normal sofrem pequeno desvio, e este aumenta à medida que o ângulo de incidência aumenta. A maior ou menor refração depende do comprimento de onda. Os comprimentos de onda maiores (vermelho) sofrem menor desvio que os comprimentos menores (azul), para um mesmo ângulo de incidência. Podemos relacionar as velocidades dos raios nos dois meios com os respectivos ângulos através da seguinte expressão, 3.3 ÍNDICE DE REFRAÇÃO Dependendo do meio onde se propaga, a luz apresenta diferentes velocidades.Denominamos índice de refração n a propriedade que caracteriza esse meio. Para obter o índice de refração absoluto do meio devemos dividir a velocidade da luz no vácuo c pela velocidade v nessemeio, . Como n e v são inversamente proporcionais, podemos escrever a seguinte expressão, . Assim podemos redefinir a expressão obtida no item 3.2 como 3.4 REFLEXÃO TOTAL Quando a luz é refratada ao passar de um meio mais refringente n2 para outro menos refringente n1 existe uma situação em que o raio refratado é paralelo à superfície (ângulo limite ). Aumentando um pouco mais o ângulo de incidência, o raio refratado desaparece e toda a luz é refletida. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 170 Com n2 > n1 podemos encontrar o ângulo limite entre a refração e a reflexão através da seguinte expressão, . O fenômeno de reflexão total é aplicado na comunicação quando a luz atravessa a fibra ótica sem que haja muita perda de energia ou interferência. Existem outros fenômenos que estão associados às propriedades da luz, tais como difração e interferência, mas eles não são explicados através da ótica geométrica. Esses fenômenos são abordados na teoria ondulatória da luz. No próximo tópico introduziremos o conceito de onda ao abordarmos o som. A teoria ondulatória é bastante complexa, e embora seja relevante para a nossa cultura, não temos espaço para acrescentá-la aqui. Esperamos que, no futuro, o(a) acadêmico(a) tenha a oportunidade de estudá-la, pois é de fato muito emocionante. 3.5 DIFRAÇÃO Devido ao comportamento onda-partícula da luz, é possível analisar a luz sob o ponto de vista da teoria ondulatória além da ótica geométrica estudada nas seções anteriores. Na teoria ondulatória destacamos o fenômeno de difração da luz quando encontra um obstáculo ou atravessa um orifício, como o da figura a seguir. FIGURA 89 – RAIO PASSA DE UM MEIO MAIS REFRINGENTE PARA UM MEIO MENOS REFRINGENTE E É REFRATADO PARALELAMENTE À SUPERFÍCIE DE INCIDÊNCIA FONTE: A autora ESTUDOS FU TUROS TÓPICO 3 | ÓTICA 171 FONTE: Disponível em: <http://alfaconnection.net/pag_avsf/ond0402.htm>. Acesso em: 12 abr. 2011. A luz proveniente da fenda se divide em duas novas fontes, F1 e F2, que produzem ondas que interferem formando uma imagem constituída por franjas claras e escuras formadas pela difração. A fotografia da figura a seguir mostra a difração da luz monocromática numa fenda. FONTE: Disponível em: <http://alfaconnection.net/pag_avsf/ond0402.htm>. Acesso em: 12 abr. 2011. FIGURA 90 – FENÔMENO DE DIFRAÇÃO OBSERVADO QUANDO A LUZ PASSA POR UMA FENDA FIGURA 91 – FOTOGRAFIA DA LUZ NUMA FENDA 172 Neste tópico você viu que: Discutimos a importância do estudo da luz em instrumentos óticos e sistemas de informação e a contribuição desses avanços para a humanidade. Observamos o fato da luz ser uma onda que pertence ao espectro eletromagnético. Notamos que em meios homogêneos e transparentes a luz se propaga em linha reta. Dividimos as fontes de luz em primárias e secundárias. Falamos de três princípios da ótica geométrica: princípio de propagação em linha reta, princípio da independência dos raios luminosos e princípio da reversibilidade dos raios luminosos. Estudamos as propriedades de reflexão e refração da luz. Definimos o índice de refração do meio e o ângulo limite para reflexão total. RESUMO DO TÓPICO 3 173 1 Qual a importância do estudo da luz para a humanidade? 2 O que é possível afirmar a respeito da trajetória da luz? 3 Explique e exemplifique fontes primárias e fontes secundárias. 4 Enuncie os princípios da ótica geométrica. 5 Qual é a velocidade da luz? 6 Um feixe de luz monocromático, ao atravessar um meio, possui velocidade de 2.108 m/s. Considerando a velocidade que a luz tem no vácuo igual a 3.108 m/s, determine o índice de refração do meio. 7 Explique o fenômeno de difração da luz. 8 Qual é a velocidade da luz em um diamante com índice de refração igual a 2,42? 9 Ache a altura h indicada na figura. AUTOATIVIDADE 174 175 TÓPICO 4 ACÚSTICA UNIDADE 3 O MP3 player, além de tocar qualquer arquivo de som, tem microfone e uma função que mostra as letras das músicas. E o relógio da figura a seguir é um celular GSM equipado com uma câmera de 1.3 megapixels e que funciona como MP3 player, toca vídeos no formato MP4, faz filmagens, tira fotos e pode navegar pela internet. Você pode até não achar importante ter um equipamento desses, mas a sua existência é no mínimo surpreendente. Tente se transportar para algumas décadas atrás e imagine o que acharia uma pessoa normal daquela época se você demonstrasse os atributos do seu relógio do século XXI. Estamos vivendo um grande momento histórico! A tecnologia que nós temos a nosso dispor é poderosíssima, precisamos concentrar toda a nossa inteligência e responsabilidade para não desaparecermos num piscar de olhos. FIGURA 92 – MP3 PLAYER FONTE: Disponível em: <https://images-na.ssl-images-amazon. com/images/G/01/electronics/detail-page/sansa-e200-angle. jpg>. Acesso em: 22 fev. 2008. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 176 FIGURA 93 – RELÓGIO GSM FONTE: Disponível em: <https://ae01.alicdn.com/kf/HTB10hbXPpXX XXaMXpXXq6xXFXXXM/2017-Aplus-GV18-Smart-font-b-watch-b-font- font-b-phone-b-font-font-b.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2017. Para obter os avanços do nosso século foi preciso o esforço de muitos cientistas que aplicaram os conhecimentos abordados principalmente em eletromagnetismo, ótica e acústica. Agora, vamos finalizar nossa discussão de física geral estudando um pouco de acústica, desvendar alguns segredos do som e descobrir que leis o governam. 2 ONDAS SONORAS Temos falado de ondas ao longo desse texto: ondas eletromagnéticas, ondas de luz, e agora queremos falar de ondas sonoras. Para tanto, torna-se indispensável conhecer essa grandeza que chamamos de onda. A onda da figura a seguir é uma perturbação periódica que se desloca no espaço-tempo. O comprimento de onda λ caracteriza a oscilação espacial e a frequência f caracteriza a periodicidade do movimento. Essas duas grandezas estão relacionadas à velocidade de propagação da onda v através da equação . A unidade de medida da frequência no Sistema Internacional é o hertz (Hz). FIGURA 94 – ONDA FONTE: A autora TÓPICO 4 | ACÚSTICA 177 O som é uma onda que se propaga nos sólidos, líquidos e gases e sua frequência é detectada pelo sistema auditivo devido à pressão que causa sobre o tímpano. A velocidade do som no ar, a uma temperatura de 200C, é de 344m/s, na água aproximadamente 1500m/s e nos sólidos tem valores próximos de 3000m/s. Os sons são usados de diferentes maneiras, para comunicação através da fala, para transformação em expressões de arte, como a música, e informações sobre o ambiente através do sonar, infrassom e ultrassom. 3 EFEITO DOPPLER Quando um carro passa por nós buzinando, a frequência do som diminui à medida que o carro se afasta. Este fenômeno foi descrito pela primeira vez por Christian Doppler, no século XIX, e por isso recebeu o nome de efeito doppler. Quando existe um movimento relativo entre a fonte e o ouvinte, a frequência do som percebido é diferente da frequência emitida. Vamos analisar dois casos distintos. Para tanto, vamos supor que a propagação se dá através do ar e que as direções das velocidades são ao longo da linha reta que une o ouvinte e a fonte. Observe a figura a seguir. A fonte sonora é o carro, o ouvinte que está se afastando (observador 1) detecta um som com uma frequência menor que a emitida pela fonte. O ouvinte que está se aproximando da fonte (observador 2) detecta um som com uma frequência maiorque a da fonte. FIGURA 95 – DIFERENÇAS NA DETECÇÃO DO SOM FONTE: Disponível em: <http://www.numaboa.com.br/coreto/tutor/fenomenos. php>. Acesso em: 22 fev. 2008. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 178 A escolha dos sinais na fórmula é positivo no sentido do observador para a fonte. Assim, o sentido do observador 1 até o carro é para a direita e o observador 2 é da direita para a esquerda. Sempre que o sentido da velocidade do ouvinte ou da fonte for contrário a essa convenção empregamos o sinal negativo para f0 ou vF. Utilizando os conceitos de velocidade relativa e teoria ondulatória, encontramos uma expressão matemática para o estudo deste fenômeno, onde f0 é a frequência da onda que o ouvinte percebe, f F é a frequência emitida pela fonte, vs é a velocidade do som no meio, v0 é a velocidade com que o ouvinte se move e vF é a velocidade com que a fonte se move. O sinal positivo sempre é do observador em direção à fonte. Exemplo: Uma jovem encontra-se num carro com os vidros totalmente abertos. Sabendo que um carro de bombeiros com a sirene ligada emite uma onda com frequência de 2700Hz, determine a frequência do som que a moça escuta nos seguintes casos: a) Quando o carro de bombeiros está parado e o carro da jovem se aproxima com velocidade de 50m/s. b) Quando os dois estão em movimento e se aproximando um do outro em sentidos opostos, ambos com 30m/s. Considere a velocidade do som no ar igual a 300m/s. a) b) 4 RESSONÂNCIA, ECO E REVERBERAÇÃO Quando ondas atingem um corpo que possui a mesma frequência natural de vibração que essas ondas, o corpo começa a oscilar junto com as ondas, caracterizando o fenômeno de ressonância. Se uma nota musical emitida por um instrumento musical tiver a mesma frequência que uma das preferências de vibração de um copo de cristal, ambos vibram juntos, aumentando o estado de agitação das moléculas do copo, podendo fazer com que ele trinque. A marcha NOTA TÓPICO 4 | ACÚSTICA 179 regular de um pelotão de soldados próxima de umas das frequências naturais de vibração de uma ponte pode rompê-la, por atingir uma amplitude muito elevada. O reflexo do som devido ao choque da onda em um obstáculo é chamado de eco. O ouvido humano só consegue distinguir esse som se o intervalo de tempo entre a emissão e a recepção for superior a 0,1 segundo. Se o obstáculo estiver a menos de 17 m não percebemos a diferença entre o som que emitimos e o que recebemos. Os ecos são úteis em sistemas de radar e sonar, mas são completamente indesejáveis em sistemas telefônicos. Quando o intervalo de tempo for inferior a 0,1 segundo o som detectado pelo ouvido humano é semelhante a um prolongamento do som emitido; esse efeito é chamado de reverberação. Para evitá-lo, as casas de espetáculos revestem as paredes e o chão de materiais acarpetados, que absorvem parte do som e impedem a reflexão indesejada nesses ambientes. 5 DIFRAÇÃO, INTERFERÊNCIA E BATIMENTOS As ondas têm a capacidade de contornar os obstáculos. Observa-se que a onda, ao contornar um obstáculo, faz uma curva que pode ser exemplificada com o caso da figura a seguir. O obstáculo possui um orifício no centro. A onda que o atravessa não se propaga apenas entre as extremidades da passagem, como poderia se pensar. Na verdade, o que acontece é que o orifício funciona como uma fonte puntiforme, produzindo ondas circulares. FIGURA 96 – ONDA INCIDINDO SOBRE UM OBSTÁCULO COM UM ORIFÍCIO NO MEIO FONTE: A autora Esse fenômeno pode ser explicado pelo princípio de Huygens, onde o ponto de uma dada frente de onda age como se fosse uma fonte puntiforme de ondas. A nova frente de onda, num instante posterior, é determinada pela superfície UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 180 envoltória de todas estas ondículas esféricas emitidas por estas fontes puntiformes que se propagaram durante esse intervalo de tempo. Uma frente de onda, se propagando para a direita, com a localização de alguns pontos que funcionam como fontes puntiformes secundárias que criam frentes de onda secundárias que se somam para formar uma nova frente de onda. FIGURA 97 – FRENTE DE ONDA SE PROPAGANDO PARA A DIREITA FONTE: Disponível em:<http://efisica.if.usp.br/otica/universitario/difracao/ huygens/>. Acesso em: 22 fev. 2008. Chamamos de interferência quando duas ou mais ondas de fontes diferentes vibram juntas, ou seja, quando estão em “fase”. Nessas ocasiões notamos que em determinadas direções as duas ondas se somam interferindo construtivamente, e em outras direções interferem destrutivamente. Olhe para a figura que segue. Podemos ver que as frentes de ondas são intercaladas com lugares claros e escuros que denominamos de máximos e mínimos. FIGURA 98 – FRENTES DE ONDA GERADAS POR DUAS FONTES DISTINTAS FONTE: Disponível em: <http://euclides.if.usp.br/~ewout/ensino/ fge1189/000164.html>. Acesso em: 22 fev. 2008. TÓPICO 4 | ACÚSTICA 181 Agora, observe a figura a seguir. Representamos duas ondas progressivas com o mesmo comprimento de onda, a mesma frequência e a mesma amplitude se propagando em sentidos opostos (curvas em cinza). E uma onda estacionária formada pela superposição das duas (curva em preto). No primeiro caso, instante T/16, a amplitude da onda estacionária é maior do que das duas outras. No segundo caso, instante 4T/16, as duas ondas cinzas estão completamente defasadas e resultam numa amplitude igual a zero. O ponto onde o deslocamento resultante é igual a zero chama-se nó, e o ponto onde o deslocamento é máximo chama-se ventre. A distância entre dois nós adjacentes é de meio comprimento de onda ( /2). À esquerda da figura vemos duas ondas progressivas, com mesmo comprimento de onda, frequência e amplitude, se propagando em sentidos opostos (curvas em cinza), onda estacionária formada pela superposição das duas (curva em preto). À direita aparecem os pontos de interferência destrutiva (nós) e os pontos de interferência construtiva (ventres). T é o período, intervalo de tempo em que a posição de um ponto da onda se repete. O período é o inverso da frequência, FIGURA 99 – ONDAS PROGRESSIVAS E PONTOS DE INTERFERÊNCIAS FONTE: A autora NOTA UNI UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 182 O aumento e decréscimo em intensidade, causado pela interferência de ondas com o mesmo comprimento de onda e frequências ligeiramente diferentes, é o que chamamos de batimentos. O número de batimentos por segundo é igual à diferença na frequência e no caso de ondas sonoras produz um som pulsante. 6 QUALIDADES FISIOLÓGICAS O ouvido humano tem capacidade de distinguir três qualidades distintas no som, a altura, o timbre e a intensidade. A altura do som permite ao ouvido distinguir entre um som agudo ou grave. Observe as ondas apresentadas na figura a seguir. Um som agudo é um som alto com frequência alta. O som grave é um som baixo e de frequência baixa. O som mais agudo audível pelo ouvido humano é de aproximadamente 20000Hz. E o som mais grave é de aproximadamente 20Hz. FIGURA 100 – A E B MOSTRAM OS PERFIS DE ONDA DE DOIS DIAPASÕES; C MOSTRA A VARIAÇÃO DA INTENSIDADE DO SOM QUANDO AMBOS SÃO ACIONADOS CONJUNTAMENTE FIGURA 101 – FREQUÊNCIA DAS VIBRAÇÕES DE UMA PARTÍCULA DO CAMPO ONDULATÓRIO (MEIO) FONTE: Disponível em: <http://www4.prossiga.br/Lopes/prodcien/fisicanaescola/ cap23-3.htm>. Acesso em: 15 jul. 2007. FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/fisica/acustica. html>. Acesso em: 22 fev. 2008. TÓPICO 4 | ACÚSTICA183 A intensidade permite ao ouvido distinguir entre um som fraco, de pequena intensidade, e um som forte, de grande intensidade. Observe a figura a seguir: o som forte está relacionado a uma amplitude de onda maior (deslocamento s). A pressão sobre o tímpano é que permite ao ouvido comparar um som forte com um som fraco. A taxa temporal média de energia transportada por unidade de área define a intensidade e é dada em W/m2 (watt por metro quadrado). O ouvido humano é sensível a um intervalo de intensidade muito grande, por isso se adota uma escala logarítmica para as intensidades, o nível sonoro é dado então em decibéis (dB). Veja: na tabela a seguir os valores típicos de algumas fontes sonoras. Fonte ou descrição do som Nível de intensidade sonora, (dB) Intensidade (W/m 2) Limiar da dor 120 1 Máquina de rebitar 95 3,2.10-3 Trem em um elevado 90 10-3 Tráfego pesado 70 10-5 Conversa comum 65 3,2.10-6 Automóvel silencioso 50 10-7 Rádio com volume baixo 40 10-8 Sussurro médio 20 10-10 Ruído de folhas 10 10-11 Limiar da audição a 1000Hz 0 10 -12 FIGURA 102 – AMPLITUDE DAS VIBRAÇÕES DE UMA PARTÍCULA DO CAMPO ONDULATÓRIO (MEIO) FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/fisica/ acustica.html>. Acesso em: 15 nov 2007 Na tabela a seguir, observe valores típicos de intensidades sonoras de algumas fontes. TABELA 14 – NÍVEL DE INTENSIDADE SONORA DE DIVERSAS FONTES (VALORES TÍPICOS) FONTE: Sears e Zemansky (2006, p. 296) O timbre caracteriza sons com a mesma frequência, mas provenientes de instrumentos musicais diferentes. Note a diferença entre o padrão da onda de uma flauta e de uma trombeta, na figura a seguir. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 184 FIGURA 103 – ONDAS SONORAS GERADAS POR DOIS INSTRUMENTOS MUSICAIS DIFERENTES FIGURA 104 – ONDAS DE SOM DE DUAS FONTES DIFERENTES FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/fisica/acustica.html>. Acesso em: 14 nov. 2007. 7 INSTRUMENTOS MUSICAIS Os instrumentos musicais são utilizados para produzir sons que provocam sensações agradáveis aos nossos ouvidos. Esses sons executados com o propósito de nos entreter são chamados de sons musicais. FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/fisica/acustica.html>. Acesso em: 12 jul. 2007. Observe o padrão das duas ondas que aparecem na figura. Notamos um movimento harmônico na primeira onda, enquanto que na segunda o movimento é completamente irregular, apesar de oscilatório. Quanto ao efeito sobre o ouvido, os sons podem ser classificados como sons musicais ou ruídos. Embora esta classificação não possa ser tomada a rigor, pois há quem ache o rock’n rol um ruído, enquanto há outros que se deixam enlevar por esse som. O fato é que uma corda rigidamente fixa nas duas extremidades pode produzir música. Segundo os autores Sears e Zemansky (2006, p. 269), quando você puxa a corda de uma guitarra, uma onda se propaga na corda. Esta onda se reflete sucessivamente nas duas extremidades, produzindo-se uma onda estacionária. Esta onda estacionária dá origem a uma onda sonora que se propaga no ar, com a frequência determinada pelas propriedades da corda. É por esta razão que os instrumentos com as duas extremidades fixas são muito úteis para produzir música. TÓPICO 4 | ACÚSTICA 185 Em cada extremidade da corda há um nó, por isso o comprimento da corda é sempre um múltiplo de λ/2. Quando todas as partículas de um sistema oscilante se movem senoidalmente com a mesma frequência temos um modo normal. A onda estacionária cujo comprimento é igual a λ/2 possui um só ventre e é chamado de frequência fundamental e constitui o primeiro modo normal. O segundo modo normal aparece quando o comprimento da corda é igual a 2λ/2, constituindo o segundo harmônico. Com 3λ/2 temos o terceiro harmônico e assim sucessivamente aumentamos os modos normais sempre que aumentamos uma unidade no fator λ/2 do comprimento da corda. Tubos fechados e abertos podem produzir ondas estacionárias através de variações de pressão do ar. Esses instrumentos musicais são conhecidos como tubos sonoros. Membranas, placas e hastes vibrantes também podem produzir ondas sonoras e constituem instrumentos tais como tambores, címbalos, diapasões e triângulos. Em suma, um som musical é a superposição de ondas sonoras periódicas ou aproximadamente periódicas, que podem ser compostas por uma única onda harmônica ou por várias ondas harmônicas, como mostramos na figura a seguir. FIGURA 105 – ONDAS DE TRÊS FONTES DIFERENTES E A SUPERPOSIÇÃO DAS MESMAS FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/fisica/acustica.html>. Acesso em: 26 fev. 2008. UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 186 Emissoras declaram guerra das freqUências Em 1926, a NBC (National Broadcasting Company) iniciou a transmissão de programas de Nova York para os Estados Unidos, por circuitos telefônicos, propalando sua intenção de “ganhar dinheiro”. No ano seguinte já havia 7 milhões de aparelhos de rádio nos Estados Unidos. A proliferação de estações criou uma guerra no ar, com as frequências se superpondo umas às outras. Houve confusão até 1934, quando as frequências foram regulamentadas. A radiodifusão é um assunto apaixonante e poderia encher volumes inteiros de relatos. Especialmente quando começaram a aparecer os cantores de sucesso popular e o rádio transformou-se num acessório indispensável aos automóveis. Ao som das grandes orquestras, a voz dos cantores românticos ou mesmo dos grupos ancestrais do rock, se podia literalmente viajar com as ondas de rádio. No Brasil, a primeira emissão radiofônica foi feita em 7 de setembro de 1922, no centenário da Independência. A primeira emissora de rádio brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada por Henrique Morize e Edgar Roquette Pinto, em 20 de abril de 1928, com sede na Academia Brasileira de Ciências. O vasto território brasileiro era um cenário especial para o rádio. Emissoras prenderam a respiração de milhões de pessoas com suas novelas radiofônicas. Os concursos de Rainha do Rádio, nos anos 50, eram um assunto de que ninguém ficava de fora. Como aconteceu com a telefonia, os sinais de rádio também passaram a ser retransmitidos por satélite. No Brasil e em outros lugares, o antigo poder das estações, que transmitiam para todo o país e era um símbolo de unidade nacional, foi sendo lentamente corroído. Agora qualquer estação que tenha um número suficientemente alto de ouvintes é transmitida por satélite. Um certo refinamento, que caracteriza os primeiros tempos do rádio, então um veículo nobre de comunicação, foi perdido. No final do século XX, a radiodifusão passa por um processo de busca de identidade, repartindo seu público com a televisão. FONTE: Bertoldi; Vasconcelos (2001, p. 95) LEITURA COMPLEMENTAR 187 Neste tópico você viu que: Estudamos as grandezas relacionadas às ondas, tais como comprimento de onda, frequência e velocidade de propagação. Verificamos o efeito Doppler. Conceituamos onda, eco, ressonância e reverberação. Definimos as propriedades fisiológicas do som e conceituamos difração, interferência e batimentos. Mostramos a utilização dos instrumentos musicais como fontes sonoras. RESUMO DO TÓPICO 4 188 AUTOATIVIDADE 1 Quando você anda em um velho ônibus urbano é fácil perceber que, dependendo da frequência de giro do motor, diferentes componentes do ônibus entram em vibração. O fenômeno físico que está sendo produzido nesse caso é conhecido como: a) ( ) Eco. b) ( ) Dispersão. c) ( ) Refração. d) ( ) Ressonância. 2 O radar é um dosequipamentos utilizados para controlar a velocidade dos veículos nas estradas. Ele é fixado no chão e emite um feixe de microondas que incide sobre o veículo e, em parte, é refletido para o aparelho. O radar mede a diferença entre a frequência do feixe emitido e a do feixe refletido. A partir dessa diferença de frequências é possível medir a velocidade do automóvel. O que fundamenta o uso do radar para essa finalidade é o(a): a) ( ) Lei da refração. b) ( ) Lei da reflexão. c) ( ) Efeito Doppler. d) ( ) Efeito fotoelétrico. 3 O alarme de um automóvel está emitindo som de uma determinada frequência. Para um observador que se aproxima rapidamente desse automóvel, esse som parece ser de ____________ frequência. Ao afastar-se, o mesmo observador perceberá um som de ____________ frequência. a) ( ) maior – igual. b) ( ) maior – menor. c) ( ) igual – igual. d) ( ) menor – maior. 4 Defina as qualidades fisiológicas do som. 5 Uma fonte sonora que emite um som de frequência 550Hz se aproxima de um observador em repouso, com velocidade de 20 m/s. Sendo a velocidade do ar de 340 m/s, calcule a frequência recebida pelo observador. 189 6 Um automóvel, movendo-se a 30 m/s, passa próximo a uma pessoa parada junto ao meio-fio. A buzina do carro está emitindo uma nota de frequência 3,0 kHz. O ar está parado e a velocidade do som em relação a ele é 340 m/s. Que frequência o observador ouvirá: a) Quando o carro estiver se aproximando? b) Quando o carro estiver se afastando? 190 191 TÓPICO 5 RELATIVIDADE E MECÂNICA QUÂNTICA UNIDADE 3 2 TEORIA DA RELATIVIDADE O estudo do movimento como forma de compreender os fenômenos naturais vem desde a Grécia Antiga. Aristóteles propôs a ideia de que as coisas entravam em movimento devido à atração de cada substância pelo seu lugar natural. Como os movimentos observados no universo não se opunham às hipóteses de Aristóteles, suas ideias foram aceitam durante quase 2000 anos. Após esse período, Galileu Galilei, com seus experimentos, conseguiu demonstrar que a filosofia natural de Aristóteles estava errada. 100 anos depois, Isaac Newton conseguiu generalizar as experiências de Galileu em suas leis do movimento. A experimentação desencadeou uma miríade de descobertas importantes relacionadas em teorias físicas para explicá-las. No século XX essas teorias foram complementadas por Maxwell, Carnot e outros com as leis do eletromagnetismo e da termodinâmica. No entanto, nesse mesmo século, Lorde Kelvin apontou duas nuvens no horizonte da física: a incapacidade de descrever o espectro de radiação emitido pelo corpo negro que não estavam de acordo com as leis da termodinâmica e os resultados inexplicáveis do experimento de Michelson-Morley, contrariando a relatividade newtoniana, além de que o efeito fotelétrico e os espectros dos átomos não podiam ser explicados pela teoria eletromagnética. A chave para esses e outros enigmas surgiram com a teoria da relatividade e a mecânica quântica (TIPLER; LLEWELLYN, 2006). A teoria da relatividade restrita, também chamada de relatividade especial, foi apresentada por Albert Einstein em 1905 e compara os referenciais inerciais (com velocidade constante) em movimento relativo. Dez anos depois, essa teoria foi generalizada para referenciais não inerciais (com aceleração), sendo chamada de teoria da relatividade geral. 1 INTRODUÇÃO UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 192 A relatividade restrita possui dois postulados: 1. PRIMEIRO POSTULADO: as leis da física são as mesmas em todos os referenciais inerciais. 2. SEGUNDO POSTULADO: a velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor qualquer que seja o referencial da fonte. 2.1 TRANSFORMAÇÃO DE LORENTZ Na figura a seguir, temos dois referenciais inerciais, o referencial S em repouso e o referencial S’ se movendo com velocidade v em relação ao referencial S. Segundo Galileu, as relações entre os dois referenciais são: FONTE: A autora Com os postulados da relatividade foi possível deduzir as transformações corretas que relacionam os dois referenciais, FIGURA 106 – DOIS REFERENCIAIS INERCIAIS. O REFERENCIAL S’ ESTÁ SE MOVENDO COM VELOCIDADE V EM RELAÇÃO AO REFERENCIAL S TÓPICO 5 | RELATIVIDADE E MECÂNICA QUÂNTICA 193 2.2 SIMULTANEIDADE, DILATAÇÃO DO TEMPO E CONTRAÇÃO DA DISTÂNCIA As consequências das equações de Lorentz são que dois eventos simultâneos no referencial S’ não serão simultâneos no referencial S, o intervalo de tempo no referencial S será, Essas relações são conhecidas como transformação de Lorentz e γ é o fator de Lorentz, E c é a velocidade da luz, c = 2,998 x 108 m/s. Quando dois eventos ocorrem no mesmo local do referencial S’, o intervalo de tempo ∆t’ pode ser medido com o mesmo relógio, assim o intervalo de tempo medido é o intervalo de tempo próprio ∆t0 e a equação para a dilatação do tempo será, Quando um corpo se encontra em movimento, ele sofre uma contração na direção do movimento em relação ao tamanho que tem quando medido em repouso. Imagine uma régua se movendo no referencial S: vamos considerar ∆x como sendo o comprimento L da régua no referencial S; então, temos a seguinte equação para a contração da distância, Exemplo 1: Uma espaçonave foi enviada da Terra para uma base terrestre no planeta P1407, e na lua desse planeta se instalou um destacamento de reptulianos, uma raça de alienígenas que não nutrem grande simpatia pelos terráqueos. Quando a nave está passando pelo planeta e pela lua em uma trajetória retilínea, detecta uma emissão de micro-ondas proveniente da base reptuliana e, em seguida, 1,10s mais tarde, uma explosão na base terrestre acontece a 4,00 x 108 m de distância da base UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 194 reptuliana, no referencial da nave. Tudo leva a crer que os reptulianos atacaram os humanos, de modo que os tripulantes da nave se preparam para bombardear a base reptuliana. (a) A velocidade da nave em relação ao planeta e sua lua é 0,980c. Determine a distância e o intervalo de tempo entre a emissão e a explosão no referencial do sistema planeta-lua (e, portanto, no referencial dos ocupantes das bases). (b) O que significa o sinal negativo de ∆t’? (c) A emissão causou a explosão, a explosão causou a emissão ou os dois eventos não estão relacionados? (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2003). Solução: FONTE: A autora FIGURA 107 – UM PLANETA E SUA LUA SE MOVENDO PARA A DIREITA NO REFERENCIAL S’ E UMA ESPAÇONAVE NO REFERENCIAL S a) b) O sinal negativo significa que t’em>t’ex, ou seja, que no referencial planeta-lua, a emissão aconteceu 1,04s depois da explosão e não 1,10s antes da explosão, como no referencial da nave. TÓPICO 5 | RELATIVIDADE E MECÂNICA QUÂNTICA 195 c) Os dois eventos ocorreram em ordem diferente nos dois referenciais. Se houvesse uma relação causalidade entre dois eventos, algum tipo de informação teria que viajar do local onde aconteceu um dos eventos (o evento causador) até o local onde aconteceu o outro evento (o evento causado pelo primeiro). Vamos verificar com que velocidade esta informação teria que viajar. No referencial da nave, esta velocidade Uma velocidade que não pode existir na prática, já que é maior que a velocidade da luz. 3 MECÂNICA QUÂNTICA 3.1 A QUANTIZAÇÃO DA MATÉRIA A Mecânica Quântica explica as propriedades dos átomos e das moléculas de modo diferente do que da Mecânica Clássica. Enquanto a mecânica clássica é capaz de descrever a trajetória de uma partícula, a mecânica quântica apenas pode dar uma probabilidade do elétron estar num ponto ou no outro do espaço. A passagemda física clássica para a física moderna ampliou o elenco de fenômenos que podem ser compreendidos e descritos. Essa extensão se assemelha a uma superposição de “camadas de conhecimento”. Cada camada tem suas leis, que são mais amplas e gerais que as da anterior. Nesse sentido, a Física Clássica constitui o estado mais interno, circundando pelas camadas relativísticas e quânticas. (AMALDI, 1995) A física moderna tornou possível responder a várias perguntas a respeito das partículas atômicas, levando à construção dos dispositivos microeletrônicos entre outros avanços como nas áreas de astronomia, química e bioquímica. A mecânica quântica estuda principalmente as propriedades do mundo microscópico. As grandezas físicas normalmente são encontradas em múltiplos de uma quantidade elementar, fundamental, quando isso acontece dizemos que essa grandeza física é quantizada. Essa quantidade elementar é denominada de quantum e no plural, quanta. Einstein em 1905 propôs a quantização da luz e chamou o quantum de luz de fóton e afirmou que a menor quantidade de energia que uma onda de luz pode possuir é a energia de um único fóton, UNIDADE 3 | ELETROMAGNETISMO, ÓTICA, ACÚSTICA E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS 196 E = hf Onde E é a energia do fóton, f a frequência da onda e h é a constante de Planck, e vale h = 6,63 x 10-34J.s = 4,14 x 10-15eV.s Einstein propôs que sempre que a luz é absorvida ou retida por um corpo, esta absorção ou emissão ocorre nos átomos do corpo. Quando um fóton de frequência f é absorvido por um átomo, a energia hf do fóton é transferida da luz para o átomo. Este evento de absorção implica a aniquilação de um fóton. Quando um fóton de frequência f é emitido por um átomo, uma energia hf é transferida do átomo para a luz. Esse evento de emissão implica a criação de um fóton. (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2003). 3.2 O EFEITO FOTELÉTRICO Os metais, quando banhados por energia radiante, emitem elétrons. Esse fato é conhecido como efeito fotelétrico. Cada elétron ligado a um metal interage com o núcleo por uma força atrativa; é preciso fornecer a ele uma quantidade mínima de energia para que ele possa ser extraído, essa energia mínima necessária é conhecida como função trabalho W e depende do tipo de material que está sendo utilizado. Assim, se a energia do fóton incidente superar a energia da função trabalho, o elétron adquire uma energia cinética. Assim, os átomos de um corpo podem emitir ou absorver fótons. Essa energia pode ser expressa como, E = hf – W Exemplo 2: Um feixe de luz, de certa frequência, incide sobre uma placa metálica arrancando elétrons. a) O que acontece com a energia cinética dos elétrons arrancados da placa se aumentarmos a intensidade da luz incidente? E se aumentarmos a frequência da luz incidente? b) Sabendo-se que a função trabalho do metal da placa é 4,3 eV, determine a frequência mínima da luz que consegue arrancar elétrons. Dados: 1eV = 1,6 x 10-19J. (CARRON; GUIMARÃES, 2003). Solução: a) Aumentando-se a intensidade da luz incidente, a energia cinética não se altera. Quando se aumenta a frequência da luz, porém, a energia cinética aumenta. b) Se a energia do fóton incidente é igual à função trabalho, a energia cinética do elétron extraído é nula, TÓPICO 5 | RELATIVIDADE E MECÂNICA QUÂNTICA 197 E = hf – W 0 = 6,6 • 10-34 • f – 4,3 • 1,6 • 10-19 f =1,042 • 1015 = 1015 hz O efeito fotelétrico é apenas um exemplo de aplicação de uma das ideias abordadas na física moderna, mas a teoria quântica é muito mais ampla e envolve discussões de matemática superior que escapam ao propósito desse livro. ~ Caro(a) acadêmico(a)! Para aprofundar seus conhecimentos sugerimos as obras: PESSOA JR., Osvaldo. Conceito de Física Quântica - v. 1. São Paulo: Livraria da Física, 2005. ORZEL, Chad. Como Ensinar Física ao Seu Cachorro: uma visão bem-humorada da física moderna. São Paulo: CAMPUS, 2010. NOTA 198 Neste tópico você viu que: • As teorias da mecânica quântica e da relatividade completam a teoria clássica da física. Tais teorias possibilitaram o avanço da tecnologia e o aparecimento de dispositivos fotossensíveis e eletrônicos através do estudo das propriedades físicas das partículas elementares. • As equações de Lorentz permitem relacionar diferentes referências e estudar fenômenos, como a simultaneidade, a dilação do tempo e a contração do espaço. • A luz é quantizada e a quantidade mínima de energia em uma onda de luz é a energia de um único fóton E = hf. Onde E é a energia do fóton, f a frequência da onda e h é a constante de Planck e vale h = 6,63 x 10-34J.s. • Os átomos de um corpo podem emitir ou absorver fótons. Essa energia pode ser expressa como, E = hf – W. Onde W é a função trabalho, energia necessária para extrair o elétron. RESUMO DO TÓPICO 5 199 AUTOATIVIDADE 1 Uma barra rígida de 2 m de largura é medida por dois observadores: o primeiro em repouso e o segundo se movendo numa direção paralela à barra. A que velocidade deve-se deslocar o segundo observador para ver a barra contraída de 2 mm? E de 100 cm? 2 Determine as dimensões e a forma de uma placa quadrada de 1 m2 que se move afastando-se de um observador numa direção paralela à sua base, com velocidade de 0,9c. 3 Um feixe de luz, de certa frequência, incide sobre uma placa metálica arrancando elétrons. Sabendo-se que a função trabalho do metal da placa é 8,6 eV, determine a frequência mínima da luz que consegue arrancar elétrons. Dados: 1 eV = 1,6 x 10-19J. 4 Determine a função trabalho do sódio, sabendo que a frequência mínima para ejetar elétrons é de 5,5 x 10 14 Hz. 5 As funções trabalho do potássio e do césio são 2,25 e 2,14 eV, respectivamente. Como o efeito fotelétrico será observado em alguns destes elementos (a) com uma luz incidente cujo comprimento de onda é 565 nm? (b) Com uma luz incidente cujo comprimento de onda é 518 nm? 6 Determine a energia cinética máxima dos elétrons ejetados de certo material, se a função trabalho do material é 4,6 eV e a frequência da radiação incidente é 6,0 x 10 15 Hz. 7 Necessita-se escolher um elemento para uma célula fotelétrica que funcione com luz visível. Quais dos elementos a seguir são apropriados. Alumínio (W = 4,2 eV), tungstênio (W = 4,5 eV), bário (W = 2,5 eV) e o lítio (W = 2,3 eV)? 200 201 REFERÊNCIAS AMALDI, Ugo. Imagens da física: as ideias e as experiências do pêndulo aos quarks. São Paulo: Scipione, 1997. ANJOS, I; ARRUDA, M. Física na escola atual: eletricidade e ondulatória. São Paulo: Atual, 1993. BERTOLDI, O. G.; VASCONCELOS, J. R. Ciência e sociedade. São Paulo: Scipioni, 2001. CARRON, Wilson; GUIMARÃES, Osvaldo. Física. São Paulo: Moderna, 2003. ______. Física: volume único. São Paulo: Moderna, 1999. CSF. Colégio São Francisco. Disponível em: <http://www.colegiosaofrancisco. com.br/alfa/fisica/fibra-optica.php>. Acesso em: 16 jan. 2008. FREEDMAN, R. A. et al. Física III: eletromagnetismo. 10. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2003. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física: mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2008. ______. Fundamentos de física – óptica e física moderna. Rio de Janeiro: LTC, 2003. v. 4. ______. Fundamentos de física: eletromagnetismo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 3. ______. Fundamentos de física: gravitação, ondas e termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 2. HERSKOWICZ, G; SCOLFARO, V; RAMALHO, F. Elementos da física. São Paulo: Moderna, 1986. v. 2. HEWITT, Paul G. Fundamentos de física conceitual. São Paulo: Bookman, 2009. ORZEL, Chad. Como ensinar física ao seu cachorro: uma visão bem-humoradada física moderna. São Paulo: CAMPUS, 2010. PESSOA JR., Osvaldo. Conceito de física quântica. São Paulo: Livraria da Física, 2005. v. 1. PIRES, D. P. L.; AFONSO, J. C.; CHAVES, F. A. B. A termometria nos séculos XIX 202 e XX. Revista Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, V. 28, n. 1, 2005. RESNICK, Robert; HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth S. Fisica 2. Rio de Janeiro: LTC, 2006. SÁNCHEZ, R. D.; ZYSLER, R. D. Magnetismo de sistemas nanoscópicos, algunas aplicaciones. Revista Ciencia Hoy en Linea, Bariloche: Instituto Balseiro y Centro Atómico Bariloche - Comisión Nacional de Energía Atómica, v. 15, n. 85, Feb./ Mar. 2005. SEARS, F; ZEMANSKY, M. W. Física II: termodinâmica e ondas. 10. ed. São Paulo: Pearson Brasil, 2006. SERWAY, R; JEWETT, J. Princípios de física. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. v. 3. TIPLER, Paul A.; LLEWELLYN, Ralph A. Física moderna. Rio de Janeiro: LTC, 2006. TOLEDO; RAMALHO; NICOLAU. Os fundamentos da física – mecânica. São Paulo: Moderna, 1991. UENO, Paulo. Física. São Paulo: Ática, 2005. 203 ANOTAÇÕES ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 204 ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________
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