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Universidade Federal da Bahia – UFBa Disciplina – Antropologia I Professor – Pedro Paulo Skinner Aluno – Igor Oliveira Gomes Avaliação I 1) Discorra sobre as particularidades da antropologia enquanto ciência social e as características que marcam sua diferença com relação às ciências naturais. Tendo seu surgimento como ciência no início do século XX, a partir dos grandes descobrimentos realizados por navegadores e viajantes europeus sobre culturas consideradas “exóticas” e destinada a um entendimento amplo, comparativo e crítico dos seres humanos, a antropologia se constituiu como um campo específico, que se articula com outras áreas cientificas, mas conserva sua unidade, uma vez que desenvolve métodos particulares para investigar os indivíduos e suas diversas formas culturais, a exemplo da etnografia. A etnografia consiste, basicamente, no estudo cientifico realizado pelos antropólogos com o objetivo de descrever com precisão e profundidade a forma de vida e os aspectos culturais, no tempo e no espaço, de um determinado povo, através da observação detalhada, obtida principalmente através do trabalho de campo. O método etnográfico configura-se, então, um método distinto das demais ciências e de outros modos pesquisa, dado que necessita, imprescindivelmente, de requisitos básicos, tais como: pesquisa de campo conduzido no local em que os indivíduos convivem; multifatorial, conduzido pelo uso de duas ou mais técnicas de coleta de dados; indutivo, acumulo descritivo de detalhes e holístico, retrato mais completo possível do grupo em estudo. Nesse sentido, apesar de ter objeto e método definidos, a Antropologia apresenta diferenças consideráveis das demais ciências e necessita de uma interação com outras áreas para que possa cumprir sua tarefa. Essas diferenças existem, essencialmente, por lidar diretamente com a história do homem. Outro fator também é fundamental: a linguística, que se mostra importante não só porque o conhecimento do idioma é necessário ao antropólogo nas pesquisas de campo, mas também porque muitos conceitos elaborados são fundamentais para a análise de determinados aspectos das sociedades. Normalmente, são utilizados sete métodos nas pesquisas de Antropologia: o primeiro é o método histórico, o segundo é o método estatístico, o terceiro é o método etnográfico, o quarto é chamado de comparativo ou etnológico, o quinto método é conhecido como monográfico, também chamado de estudo de caso, e, por fim, há o método genealógico e o método funcionalista. O surgimento da Antropologia está diretamente ligado ao desejo da humanidade de conhecer-se a si mesma, buscando perceber as características existentes entre os diversos grupos sociais e culturais. Nesse sentido, seu campo apresenta-se muito vasto, abrangendo diversos espaços. Por essa razão, ela possui âmbitos distintos, que costumam dividir-se em dois grandes grupos: Antropologia Física/Biológica e Antropologia Cultural. O antropólogo pode se ocupar de estudar desde os grupos humanos mais simples até aqueles mais complexos que possuem uma sociedade a parte. Atribui-se a ele a tarefa de formular princípios explicativos da formação e desenvolvimento das culturas. No Brasil, A antropologia se desenvolveu através dos estudos de pesquisadores europeus sobre as sociedades indígenas no território brasileiro. A partir da década de 1960, os antropólogos passaram a se dedicar ao estudo de outros grupos culturais de nossa sociedade, no âmbito antropologia urbana. Assim, os temas antropológicos saíram das margens e passaram a ter visibilidade e reconhecimento do seu papel político. Atualmente, a Antropologia está inserida nos debates das grandes questões nacionais e é importante em diversas frentes, como por exemplo, na mediação da relação entre povos indígenas e populações tradicionais com o Estado brasileiro. A principal dificuldade em que se debate a antropologia cultural consiste em sua carência de um corpo unificado de conceitos. Outro problema com que se defrontam os antropólogos culturais é o fato de estarem desaparecendo as culturas tradicionais, seu objeto de trabalho habitual por muito tempo. 02) Comente sobre as principais doutrinas raciais do século XIX. Como o Darwinismo Social e a Antropologia Cultural/Social se desenvolveram paralelamente? No século XIX houveram muitas doutrinas raciais, entre os destaques estavam o darwinismo social e antropologia cultural, contudo, antes dessa vieram o monogenismo e poligenismo. No monogenismo, que pode ser considerada um precursor da teoria da evolução de Darwin, abordava que o ser humano vem de um único ser. Essa teoria surgiu antes de Darwin, contudo, passou a ser largamente aceita após a “origem das espécies”, ela tem caráter praticamente irrefutável na antropologia moderna. Já poligenismo retrata que os seres humanos surgem de diferentes ancestrais, essa teoria era defendida por meios religiosos como meios científicos. Houve um período em que duas teorias distintas eram desenvolvidas no mundo o darwinismo cientifico e a antropologia sócio/cultural. O darwinismo cientifico era a teoria que afirmava que umas sociedades eram superiores às outras e que as que se sobrepõem de forma física e intelectual acabam por se tornar as governantes, enquanto as menos aptas deixariam de existir porque não eram capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade, entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção natural da Teoria da Evolução, essas ideias deram base para muitos abusos no mundo como: o holocausto na Alemanha, a dominação de países desenvolvidos na África e até mesmo o apartheid na África do Sul. Contra essa corrente surgia a antropologia sócio/cultural e um antropólogo de renome que ia contra essa corrente racista era Franz Boas, considerado pai da antropologia americana. Boas fez estudos biológicos e sociais e percebeu que a diferença entre os grupos de seres humanos se dava por meio cultural e não biológico. Tanto o darwinismo social quanto a antropologia sócio/cultural conviveram de forma simultânea até meados do século XX, onde os avanços técnicos-científicos possibilitaram a comparação de diversos genomas e de inúmeras etnias, para, enfim, provar que a diferença é cultural e não racial. 06) Há muitas décadas o conceito de raça não é mais aplicado cientificamente para tratar de outros humanos. Na sua opinião, por que a desigualdade racial ainda existe? Faça um breve levantamento na internet sobre dados relacionados a essa questão no Brasil. No dia 13 de maio deste ano a lei áurea completou 130 anos, porém, sem muitas lembranças pela mídia e sem muita repercussão social. O fato é que a libertação dos escravos foi apenas o ponta pé inicial rumo a igualdade de oportunidades no Brasil. Nosso país foi um dos últimos a abolir a escravidão, que só ocorreu no fim do século XIX, naquela época, quando os negros finalmente saíram das senzalas, a suma maioria deles não tinham para aonde ir e muitos queriam voltar a condição de escravos, fato que foi agravado com a política de embranquecimento da população brasileira com a facilitação da vinda de imigrantes para o Brasil, imigrantes esses que vieram para ocupar o lugar que os escravos deixaram nas lavouras, isso fez com que houvesse um processo de formação de favelas, pois esses negros em suma maioria não tinham para aonde ir, já que havia um preferência social para a contratação de brancos (caracterizando racismo), logo excluídos os negros começaram a construir suas moradias em morros nas periferias das grandes cidades. No fim do século XIX depois da teoria da evolução deDarwin muitos cientistas tentaram usar a ciência para comprovar que determinadas raças eram superiores a outras (Darwinismo social), teorias essas que foram usadas para segregar certos grupos e exclui- los da sociedade, nesse período o termo raça da biologia era o que era utilizado para sustentar essa segregação, contudo na época moderna percebeu-se que o ser humano tem uma variabilidade genética muito grande para ser subdivido em raça e passou-se a adotar termo etnia que está mais ligado a fatores culturais e de localização. No Brasil esse processo não chegou a se dar de maneira legal como em outros países, contudo foi no século XX a consolidação de favelas no Brasil e a displicência governamental para deixar com o que tráfico de drogas tomasse conta desses lugares. A comunidade sempre foi um prato cheio para o tráfico de drogas, jovens pobres, sem oportunidades, sem a devida educação escolar, sem acesso ao esporte e muitas vezes com pais e mães extremante negligentes, podemos afirmar com veemência que seu destino certamente será se aliar aquele poder ali existente, atrelado a tudo está o fato dessas periferias serem compostas por maioria negra absoluta (67% em 2015 segundo instituto data favela) que sem muitas oportunidades ou acabam em empregos de baixo prestigio social e com salários mínimos ou acabam no mundo do crime onde em de todos os casos acabam mal visto pela sociedade atrelando a imagem de pessoas negras a pessoas pobres ou a ladrões perpetuando assim o racismo na sociedade moderna.