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APOSTILA AMB. 2014

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INTRODUÇÃO
Direito Ambiental é um conjunto de normas jurídicas relacionadas à proteção do meio ambiente. Pode ser conceituado como direito transversal ou horizontal, que tem por base as teorias geopolíticas ou de Política Ambiental transpostas em leis específicas, pois abrange todos os ramos do direito, estando intimamente relacionado com o direito constitucional, direito administrativo, direito civil, direito penal, direito processual e direito do trabalho.
O Direito Ambiental diz respeito à proteção jurídica do meio ambiente. Para facilitar a sua abordagem didática, Celso Fiorillo e José Afonso da Silva dividem o meio ambiente em: natural, artificial, cultural e do trabalho. Esta divisão não é a única, pois muitos autores costumam não incluir o meio ambiente do trabalho dentro do objeto do direito ambiental.
Em suma, podemos dizer que a definição de Direito Ambiental é o ramo do direito público composto por princípios e regras que regulam as condutas humanas que afetem, potencial ou efetivamente, direte ou indiretamente, o meio ambiente, quer o natural, o cultural ou o artificial.
Frisa-se que a legislação ambiental faz o controle de poluição, em suas diversas formas. A quantidade de normas dificulta a complexidade técnica, o conhecimento e a instrumentalização e aplicação do direito neste ramo do direito. O ideal é a extração de um sistema coerente, cuja finalidade é a proteção do meio ambiente. Para a aplicação das normas de direito ambiental, é importante compreender as noções básicas e adequá-las à interpretação dos direitos ambientais.
PARTE GERAL
2.1 História do Direito do Ambiente
Foi apenas nos anos 60 do século XX que a proteção do Ambiente foi catapultada para a ribalta da discussão política, logo também para o Direito. De uma visão puramente antropocêntrica do Direito, nos últimos anos tem-se passado a uma visão mais abrangente que inclui o dever de preservação do meio ambiente, os direitos dos animais, entre outros.
No ano de 1972 foi realizada, em Estocolmo, Suécia, a I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, marco inicial das reuniões envolvendo representantes de diversos Estados para o debate sobre a questão ambiental no mundo. O Brasil, que vivia sobre o regime da ditadura militar um período denominado como milagre econômico, participou da Conferência, se posicionando a favor do crescimento econômico ambientalmente irresponsável.
Durante os anos 80, a discussão sobre a questão ambiental frente ao desenvolvimento econômico foi retomada. Em 1983, a Organização das Nações Unidas, em assembléia geral, indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para a presidência da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD), criada para estudar o tema. Esta comissão apresentou, em 1987, seu relatório intitulado Our Common Future (Nosso futuro comum), também conhecido como Relatório Brundtland, que cunhou a expressão desenvolvimento sustentável.
2.2 A crise ambiental e o Direito ambiental no Brasil
Na medidade em que cresce a degradação irracional ao meio ambiente afetando negativamente a qualidade de vida das pessoas e colocando em risco as futuras gerações, torna-se crucial a maior e eficaz tutela dos recursos ambientais pelo Poder Público e por toda a coletividade.
Neste sentido, em especial a partir dos anos 60 do século passado, os países começaram a editar normas jurídicas mais rígidas para a proteção do meio ambiente. No Brasil, pode-se citar, por exemplo, a promulgação do Código Florestal, editado por meio da Lei nº 4.771/65, assim como a Lei nº 6.938/81, que aprovou a Política Nacional do Meio Ambiente.
Na Lei n° 4.771/65 (Código Florestal) foram tratados de forma pioneira assuntos relacionados ao direito material fundamental. Todavia, a matéria do meio ambiente só foi introduzida em nosso ordenamento jurídico através da Lei 6.938/81. Em 1985 foi editada a Lei 7.347, que proporcionou a oportunidade de agir processualmente, através da Ação Civil Pública, toda vez que houvesse lesão ou ameaça ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. No projeto da citada Lei, em seu artigo 1º, inciso IV, foi à primeira oportunidade onde se falou de defesa dos direitos difusos e coletivos do cidadão; porém, este inciso foi vetado pelo Presidente da República.
Em 1992, o Brasil recepcionou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), mais conhecida como ECO-92 ou Rio-92, oportunidade em que se aprovou a Declaração do Rio, documento contendo 27 princípios ambientais, bem como a Agenda 21, instrumento não vinculante com metas mundiais para a redução da poluição e alcance de um desenvolvimento sustentável.�
Recentemente ocorreu em nosso país RIO +20 no ano de 2012, onde se reuninaram autoridades mundiais para discutir os problemas ambientais advindos da sociedade de risco em que vivemos.
Temos que compreender que o crescimento econômico não poderá ser ilimitado, pois depende diretamente da disponibilidade dos recursos ambientais naturais que são limitados.
2.3 O ANTROPOCENTRISMO, O ECOCENTRISMO E O BIOCENTRISMO.
Culturamente o Direito é tradicionalmente informado por uma visão antropocêntrica, ou seja, o homem é o ser que está no centro do Universo, sendo que todo o restante giro ao seu redor. Logo, seguindo esta visão a proteção ambiental serve ao homem, como se este não fosse integrante do meio ambiente.
LUIZ REGIS PRADO define a referida visão em duas teorias da seguinte forma,
[…] teoria antropocêntrica absoluta: a proteçãop do meio ambiente é feita tão somente em razão de sua lesividade ou danosidade para o homem, e por intermédio de outros bens jurídicos (vida, integridade física, saude). […]teoria antropocêntrica moderada ou relativa (concepção ecológico antropocêntrica): o ambiente é protegido como bem jurídico-penal autônomo e de caráter relativamente antropocêntrico. É classificado como tal – dotado de autonomia sistemática – conquanto objeto jurídico de proteção penal, mas se vincula de modo indireto a interesses individuais […] (2008, p. 55). 
Contudo, existem outras doutrinas éticas que pensam diferente a relação entre o homem e o ambiente, que vêm tomando corpo com o agravamento da crise ambiental, que aos poucos informam a elaboração das normas jurídicas pelo mundo. Destancando-se o ecocentrismo e o biocentrismo.
O ecocentrismo defende o valor não instrumental dos ecossistemas, e da própria ecosfera, cujo equilíbrio se revela preocupação maior do que a mera proteção de cada ser vivo em termos individuais. Sustenta que o ser humano deve limitar determinadas atividades agrícolas e industriais assumindo-se como um dos componentes da natureza. Onde o meio ambiente possui um valor próprio supraindividual, porquanto aparecem acima dos seres humanos individuais.
Já o biocentrismo sustenta a ideia de exitência de valor nos demais seres vivos, independentemente da existência do homem, notadamente os mais complexos, a exemplo dos mamíferos, pois são seres sencientes.
 
CONCEITO DE MEIO AMBIENTE
Feita uma análise inicial do direito ambiental na Constituição Federal, num primeiro momento verificamos a prórpia terminologia empregada, extraímos que meio ambiente relaciona-se a tudo aquilo que nos circunda. Costuma-se criticar tal termo, porque pelonástico, redundante, eis que ambiente já traz em seu conteúdo a ideia de “âmbito que circunda”, sendo desnecessária a complementação pela palavra meio.
O legislador infraconstitucional tratou de definir o meio ambiente, art. 3°, I, Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente): Art. 3° Para fins previstos nesta Lei, entende-se por: I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
Já SIRVINSKAS adota um conceito simples como sendo o Direito Ambiental aciência jurídica que estuda, analisa e discute as questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano, tendo por finalidade a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de vida do planeta.
Em face da sistematização dada pela CF/88, podemos tranquilamente afirmar que o conceito de meio ambiente dado pela Lei da Política Nacional do Meio Ambiente foi recepcionado. Em virtude que a Carta Magna, buscou tutelar não só o meio ambiente natural, mas também o artificial, o cultural e o do trabalho.
Tal conclusão é alcançada pela observação do art. 225 da CF, que utiliza a expressão sadia qualidade de vida. De fato, o legislador constituinte optou por estabelecer dois objetos de tutela ambiental, segundo JOSÉ AFONSO DA SILVA, obra DIREITO CONSITUCIONAL AMBIENTAL, Malheiros, 1994: “um imediato, que é a qualidade do meio ambiente, e outro mediato, que é a saude, o bem-estar e a segurança da população, que se vêm sintetizando na expressão de qualidade de vida”. 
Aliás, o próprio Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nos trouze um conceito de meio ambiente mais completo do que o posto na Lei nº 6.938/81, englobando o patrimônio cultural e artificial, o definindo como o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite abrigam e regem a vida em todas as suas formas”, Anexo I, XII, da Resolução CONAMA 306/2002.
Logo, a definição de meio ambiente é ampla, devendo-se observar que o legislador optou por trazer um conceito jurídico indeterminado, a fim de criar um espaço positivo de incidência da norma.
DIREITOS DIFUSOS
A lei 8.078/90 em seu art. 81, parágrafo único, I, trouxe um conceito legal, 
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
        Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
        I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
Transindividualidade: como aqueles que transcendem o indivíduo, ultrapassando o limite da esfera de direitos e obrigações de cunho individual. São os interesses que despassam a esfera de atuação dos indivíduos isoladamente considerados, para surpreendê-los em sua dimensão coletiva.
Indivisibilidade: o direito difuso possui a natureza de ser indivisível. Não há como cindi-lo. Trata-se de um objeto que, ao mesmo tempo, a todos pertence, mas ninguém em específico o possui. Ex.: ar atmosférico.
Titulares Indeterminados e interligados: os direitos difusos possuem titulares indeterminados. Como exemplo pode citar o ar atmosférico poluído, pois não temos como precisar quais são os indivíduos afetados por ele. Talvez seja possível apenas delimitar um provável espaço físico que estaria sendo abrangido pela poluição atmosférica, todavia, seria inviável determinar todos os indivíduos afetados e expostos a seus malefícios.
Nesse contexto, temos que os titulares estão interligados por uma circunstância fática. Inexiste uma relação jurídica. Experimenta a mesma condição por conta dessa circunstância fática, no caso exposto a poluição atmosférica.
5. DIREITOS COLETIVOS
Os direitos coletivos strictu sensu possuem definição legal, trazida pela Lei nº 8.078/90, em seu art. 81, parágrafo único, II, o qual preceitua que:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
…
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
Titulares do direito coletivo: o legislador fala em interesses ou direitos coletivos que são transindividuais, transcendem o indivíduo, ou seja, ultrapassando o limite da esfera de direitos e obrigações de cunho individual.
Indivisibilidade do objeto: assim como no direito difuso o direito coletivo é indivisível. Esta indivisibilidade está restrita à categoria, ao grupo ou à classe titular do direito, de forma que a satisfação de um só implica a de todos, e a lesão de apenas um constitui lesão de todos.
	DIREITO DIFUSO
	DIREITO COLETIVO
	Encontra-se difundido pela coletividade, pertencendo a todos e a ninguém ao mesmo tempo.
	Possuem como traço característico a determinabilidade dos seus titulares. Mesmo que num primeiro momento não seja possível determinar todos os titulares, esses por estarem ligados por uma relação jurídica entre si ou pela parte contrária são identificáveis.
6. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
A definição legal de D. individuais homogêneos também encontramos na Lei anteriormente mencionada, ou seja, 8.078/90, em seu art. 81, parágrafo único, III.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo. 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
…
III - interesses ou direitos individuais homogêneos assim entendidos os decorrentes de origem comum.
7. DIREITO AMBIENTAL NA SOCIEDADE DE RISCO
A denominação “sociedade de risco” foi atribuida a Ulrich Beck, em 1986, tendo-se em vista a insegurança social gerada na sociedade contemporânea, por causa dos efeitos decorrentes do progresso econômico na modernidade. Tal fato tem por condão chamar a atenção do Estado e da sociedade sobre as consequências que podem ocorrer se não colocar freio a esse desenvolvimento, levando-se em conta as ameaças potenciais.
A sociedade de risco tem como característica a geração de riscos que não podem ser controlados e/ou conhecidos de maneira satisfatória. Beck apresenta cinco aspectos para discuti-la, quais sejam:
Os riscos produzidos escapam à percepção sensorial. Permanecem invisíveis até seu conhecimento pela sociedade ou que fujam ao controle. Os riscos passam a ser socialmente construídos, modificados, dramatizados ou minimizados de acordo com o conhecimento, elevando-se a importância da mídia de massa e das profissões legais e científicas responsáveis pela definição dos riscos;
Os riscos não respeitam necessariamente as desigualdades sociais da modernidade simples, isto é, classes, etnias, e em determinado momento atingem aqueles que os fabricaram ou os que lucram com sua ocorrência;
Os riscos não quebram a lógica do mercado, ao contrário, surgem mercados especializados no gerenciamento e na mitigação dos riscos;
Os conhecimentos sobre os riscos e as catástrofes ambientais ganham contornos políticos; e,
As catástrofes e os riscos socialmente reconhecidos ganham força política.
 
O crescimento industrial e populacional passa a trazer problemas cada vez mais graves, diminuindo a qualidade de vida do cidadão e colocando em xeque o modelo econômico que vivenciamos. O conforto humano proporcionado pelo consumo de recursos ambientais, cada vez mais escassos, pode colocar em risco a atual e a futura geração. É o risco que assumimos para satisfazer o nosso consumo exagerado e infinito.
O risco pode ser diagnosticado e prevenido por um sistema normativo adequado. Porém, nem tudo é possível prevenir. Além disso, o risco possui várias origens, dando um contorno de uma multidimensionalidade, “circunstância que acentua as dificuldades dessas instâncias em lidar com os problemas dessa ordem, e que caracterizam o modelo sociológico desenvolvido por Ulrich Beck conhecido por sociedade de risco”.
8. Aspectos gerais da CF/88
A CF reconhece que os problemas ambientais são de vital importância para a nossa sociedade, seja porque são necessários para a atividade econômica, sejaporque considera a preservação de valores cuja mensuração é extremamente complexa. 
A correta interpretação das normas ambientais existentes na Constituição da República deve ser feita, com a análise das diferentes conexões materiais e de sentido que elas guardam entre si e, principalmente, com outras áreas do direito. A CF possui 22 artigos que de uma forma ou de outra se relacionam com o meio ambiente, podemos citá-los:
Art. 5°, incisos XXIII, LXXI, LXXIII;
Art. 20, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, IX, X, XI e §§ 1° e 2°;
Art. 21, incisos XIX, XX, XXIII, alíneas a, b e c, XXV;
Art. 22, incisos IV, XII, XXV;
Art. 23, incisos I, III, IV, VI, VII, IX, XI;
Art. 24, incisos VI, VII, VII;
Art. 43, § 2°, IV, e § 3°;
Art. 49, incisos XIV, XVI;
Art. 91, §1°, inciso III;
Art. 129, inciso III;
Art. 170, inciso VI;
Art. 174, §§ 3° e 4°;
Art. 176 e §§;
Art. 182 e §§;
Art. 186;
Art. 200, incisos VII, VIII;
Art. 216, inciso V e §§ 1°, 3° e 4°;
Art. 225;
Art. 231;
Art. 232; e,
No Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os artigos 43, 44 e §§.
8.1 Constituição Federal de 1988, no entanto, trouxe ao nosso ordenamento jurídico a defesa dos bens coletivos, através da inclusão da redação constante no artigo 225, o capítulo destinado ao Meio Ambiente. Admite, inclusive, a existência de uma terceira espécie de bem: o bem ambiental. Este bem é caracterizado por não ter uma propriedade definida, isto é, não é interesse único do particular, nem tampouco é considerado bem público: é um bem comum, de uso coletivo de todo um povo.
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O primeiro ponto que merece ser abordado é o vocábulo todos, que dá início ao capítulo. Todos tal como presente no art. 225, tem o sentido de qualquer indivíduo que se encontre em território nacional, independente de sua condição jurídica perante nosso ordenamento jurídico. Quer dizer todos os seres humanos. Aqui há uma ampliação do rol de direitos constitucionalmente garantidos, pois, diferentemente dos direitos eleitorais e os de controle da probidade administrativa, não se exige a condição de cidadão.
Embora existam controvérsias que envolvem as concepções éticas ambientais na Constituição Federal, entende-se que o ordenamento constitucional brasileiro adotou o antropocentrismo, mitigado por doses de biocentrismo e de ecocentrismo, o que acentua o dialeticismo constitucional.
Deveras, a cabeça do art. 225 da CF tem nítida carga antropodêntrica, ao instituir o direito fundamental de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Já o inciso VII, do § 1º, do art. 225, que determina que o Poder Público proteja a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à cureldade, foi inspirado primordialmente nas linhas eco e biocêntricas.
Pois os direitos e as garantias individuais definidos no artigo 5° não se destinam a toda e qualquer pessoa, os seus destinatários são os brasileiros e os estrangeiros residentes no País.
A interpretação equivocada de tal vocábulo tem levado a interpretação de que todos teriam como destinatário todo e qualquer ser vivo, mas não se justifica tal interpretação, pois a CF tem como um de seus princípios reitores a dignidade da pessoa humana e, portanto, a ordem jurídica nacional tem cmo seu centro o indivíduo humano.
9. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
A política nacional do meio ambiente estabelece-se diante dos princípios que a norteiam com o único fim de alcançar os objetivos pretendidos, os quais se passam a analisar um a um.
9.1 O princípio do desenvolvimento sustentável conceitua-se como as práticas de desenvolvimento que ajudam a atender as necessidades atuais sem comprometer as condições futuras para as próximas gerações.
O princípio do desenvolvimento sustentável tem como base necessidades essenciais, a priori, aquelas relacionadas às populações mais pobres; e limitações que a tecnologia e a organização social se impõem diante ao meio ambiente,
Em sentido amplo, a estratégia de desenvolvimento sustentável tem como escopo promover a harmonia entre os seres humanos e a natureza, restringindo a capacidade de atender às necessidades atuais e futuras.
Nas palavras Celso Antonio Pacheco Fiorillo:
Constata-se que os recursos ambientais não são inesgotáveis, tornando-se inadmissível que as atividades econômicas desenvolvam-se alheias a esse fato. Busca-se com isso a coexistência harmônica entre economia e meio ambiente. Permite-se o desenvolvimento, mas de forma sustentável, planejada, para que os recursos hoje existentes não se esgotem ou tornem-se inócuos.
Este princípio ocorre apenas nos países novos, e menos desenvolvidos, pois os mais desenvolvidos chegaram ao extremo, e assim perceberam que esses valores estavam invertidos.
A análise sob a ótica do desenvolvimento sustentável verificou-se que os modelos de desenvolvimento não se limitaram apenas à manutenção do sistema capitalista, tendo em vista essas características intrínsecas, são por si excludentes, haja vista, haver uma necessidade de se estabelecer novas formas de desenvolvimento baseadas em outras composições, com outros parâmetros de inserção, contudo, menos degradáveis e que sejam benevolentes a qualidade de vida para sociedade.
9.2 Já o Princípio do Poluidor-Pagador se conceitua como um recurso econômico que obriga aquele que poluir pagar pelo dano causado ao meio ambiente, ou seja,  que haja a vinculação dos efeitos externos, passando assim a repercutir nos custos finais dos produtos, e serviços oriundos da atividade.
Urge salientar, que a reparação não pode minimizar o dano, assim, vale enfatizar, que ato correto seria prevenir o dano, porém, se não for possível, ao menos que seja garantida a reparação, e que não esqueça, pois em algumas situações o dano chega a atingir proporções tais, que até mesmo aferir o quantum torna-se difícil.
Entende o doutrinador Celso Pacheco:
Com isso, é correto afirmar que o princípio do poluidor–pagador determina a incidência e ampliação de alguns aspectos do regime jurídico da responsabilidade civil aos danos ambientais; a) a responsabilidade Civil objetiva; b) prioridade da reparação específica do dano ambiental; c) solidariedade para suportar os danos causados ao meio ambiente.
  Por fim, é interessante ressaltar que não se deve confundir a norma do poluidor-pagador com "permissão para poluir". Haja vista que alguns pensariam que ao estabelecer o pagamento de custos para compensar a poluição estaria se tratando de algum tipo de licença ou passe para poluir, ou ainda isentos de culpa. Diante disso, é de bom alvitre conscientizar as pessoas através de educação ecológica nas escolas, família, e participação popular.
9.3 Dentre os princípios estudados, destaca-se o Princípio da Prevenção do dano ambiental, este consiste no comportamento efetuado com o intuito de afastar o risco ambiental. Visam-se sempre medidas para evitar agressões ao meio ambiente.
O doutrinador Celso Pacheco:
Para proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a degradação do meio ambiente.
Ainda no mesmo sentido discursa Celso Pacheco:
Diante da importância do sistema jurídico, incapaz de restabelecer, em igualdades de condições, uma situação idêntica à da anterior, adota-se o princípio da prevenção do dano ao meio ambiente como sustentáculo do direito ambiental, consubstanciando-se como o seu objetivo fundamental. 
Sua importânciaé um liame relacionado ao fato e o dano, motivo pelo qual, se houver agressão ambiental, é praticamente impossível a sua reconstituição. Uma vez gerado um dano no ecossistema, jamais pode ser revivido. Uma espécie morta, bem como, a fauna, flora, etc, é uma vida irreparável.
9.4 PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
A CF/88 em seu art. 225, caput, consagrou na defesa do meio ambiente a atuação presente do ESTADO e da SOCIEDADE CIVIL na protelção e preservação do meio ambiente, ao impor à coletividade e ao Poder Público tais deveres.
Logo, retira-se uma atuação conjunta entre organizações ambientalistas, sindicatos, indústrias, comércio, agricultura dentre outros organismos sociais comprometidos nessa defesa e preservação.
A idéia de participação diferencia-se da cooperação. 
Cooperar exige coesão de vontades, para que se possa operar juntamente, ao passo que a participação não descarta a idéia de oposição, pois estará participando quem se manifesta contra um projeto de recuperação ambiental por considerá-lo insatisfatório. 
A cooperação, além disso, tem uma carga simbólica de ajuda material, ao passo que a participação pode limitar-se, por exemplo, ao comparecimento a uma audiência pública. 
Assim, se um grupo da sociedade civil prontifica-se a reflorestar uma área se o Estado fornecer às mudas a hipótese será de cooperação, enquanto se o mesmo grupo optar por fazer uma manifestação pública para que o Estado faça sozinho, o reflorestamento, a hipótese será de participação. 
A participação ganha conotação especial no Direito Ambiental, impondo-se ao Estado fomentá-la. 
Leis ambientais mais recentes contemplam generosamente a participação, como, por exemplo: Lei 9.433/98, art. 1º, VI; Medida Provisória 2.186-16/2001, art. 11, VI; e Lei 9.985/2000, artigo 5º, II. (O conceito de participação efetiva do art. 5º, II, da Lei 9.985/2000 aproxima-se mais da colaboração, como aqui considerada). 
O Princípio da Participação, assim diferenciado do Princípio da Cooperação, merece ser mantido.
CURIOSIDADE.: MOVIMENTOS POPULARES, em virtude dos princípios acima elencados, surgiram movimentos populares visando a preservação do meio ambiente. Como precursor surgiu em nosso estado RS, no ano de 1955, a União Protetora da Natureza, e posteriormente no ano de 1971, surge a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), sendo que o primeiro ato de impacto nacional promovido foi no ano de 1977 quando o estudante de arquitetura Carlos Alberto Darriel subiu em um pé de Tipuana, no centro de Porto Alegre para evitar que fosse cortada para posterior construção de um viaduto. Temos ainda movimento contra a RIOCELL, contra o POLO PETROQUÍMICO DE TRIUNFO, USINAS TERMELÉTRICAS DE CANDIOTA E DE JACUÍ. Devido a estes e outros movimentos surgiram diversas leis protetoras do meio ambiente. Dentre essas pode ser destacada a Lei nº 7.747/82, que proíbe a produção e comercialização de agrotóxicos no RS.
 COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA AMBIENTAL
As competências legislativas ambientais estão aparentemente muito repartidas pela CF, sendo certo que tanto a União como os Estados-Membros e os Municípios possuem-na, em tese, ainda de que forma e graus diferentes. A repartição de competências legislativas, feita com espírito que, à primeira vista, se passa por descentralizador, muito embora não o seja, implica a existência de um sistema legislativo complexo e que, nem sempre funciona de modo integrado, como seria de se esperar e que tende a operar como uma força centrípeta.
Isso acontece devido a toda uma gama de circunstâncias que variam desde interesses locais e particularizados até conflitos interburocráticos e ainda chegam até as dificuldades inerentes ao próprio sistema federativo tripartite. 
Competência Federal
A CF, em seu art. 22, determina competir privativamente à União legislar sobre: águas, energia, jazidas, minas e outros recursos minerais e atividades nucleares de qualquer natureza. Os itens acima citados estão amplamente relacionados com o meio ambiente. Formam, portanto, parte significativa da legislação ambiental, tal quantidade de competências privativas, quando mesclada com as concorrentes, gera uma teia que muito pouco, ou quase nada, resta para os demais entes federativos.
Na forma do art. 23 da CF, a União, tem competência comum com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para: proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; preservar as florestas, a flora e a fauna; registrar, acompanhar e fiscalizar a concessão de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. A competência comum é uma verdadeira “armadilha”, visto que, na prática, a atribuição de todos acaba se transformando na atribuição de ninguém. Ademais, a competência comum não é complementada pela indispensável fonte de recursos para a sua implementação, gerando uma dependência de Estados e municípios em relação ao poder federal. 
Veja-se, ademais, que a competência comum despreza o princípio da subsidiariedade, sendo articulada sem nenhum critério claro ou, minimamente, compreensível. Não há, na Constituição, um critério fundado na possibilidade de uma prestação de serviço mais adequada ou de maior proteção ao meio ambiente.
O art. 24 CF, determina competir à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação, defesa do meio e dos recursos naturais, proteção ao meio ambiente e controle da poluição; proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico.
Por incrível que possa parecer, verifica-se, mais uma vez e sem muita dificuldade, que diversas das matérias que integram a competência privativa da União estão, concomitantemente, arroladas nas competências comum e concorrente dos diversos formadores da Federação.
Esta notória superposição legislativa e de competências ainda não foi esclarecida, pois não existe uma lei que delimite claramente o conteúdo da competência de cada uma das entidades política que constituem a Federação brasileira. A Resolução nº 237 do CONAMA, ainda que sem a necessária base legal, tentou enfrentar o problema. 
O papel desempenhado pela União se avulta, pois, dado que à União compte estabelecer os princípios gerais da legislação ambiental, as suas normas servem de referencial para Estados e Municípios, que, não raras vezes não produzem legislação própria e acabam aplicando diretamente a legislação federal, o que não parece juridicamente válido, embora aconteça na prática cotidiana.
A competência definida no art. 22 CF, ou seja, a competência privativa, sometne pode ser exercida pela própria União, a menos que ela, mediante lei complementar, autorize os Estados-Membros a legislar sobre questões específicas incluídas nas matérias contempladas no parágrafo único. A competência privativa é competência legislativa que só pode ser exercida pelos Estados mediante autorização dada por lei complementar federal para casos específicos. 
O STF já tem entendimento pacífico no sentido de inadmitir a legislação local enquanto não for editada a Lei Complementar determinada pela própria Constituição. (ADI 2432/RN Relator: Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno. DJU 26-08-2005, p. 5. Republicação: DJU 23-09-2005, p. 7.).
10.1.1 Omissões constitucionais
Todo problema jurídico-constitucional relativo à repartição de competências tem uma origem bem demarcada nas omissões do Congresso Nacional que não disciplina, por leis próprias, as matérias relativas à repartição de competências e, com isso, reforça o seu próprio papel político em detrimento da autonomia dos Estados e dos municípios.
Por pacto federativo tem sido entendido um amplo acordo entre os entes federados quanto ao exercício das competências de cada um. Apenas deve ser lembrado que consta na própria CF, que deveria, simplesmente, ser cumprido. Para a implementação de tal pacto, chegou a criar “comissões tripartites”, nasquais estão representados o IBAMA, os órgãos estatuais de meio ambiente e os órgãos municipais. Todos estes fortalecem a centralização.
Há a necessidade constitucional de que se elabore uma lei sobre normas gerais para que as competências concorrentes possam ser exercidas de forma harmônica e conforme o desejo do legislador constituinte. O art. 61 CF determina a titularidade ativa para a iniciativa de lei que, no caso concreto, está deferida a qualquer membro do Congresso Nacional e ao Presidente da República. Entretanto até o momento não temos uma lei sobre as normas gerias de competências. 
Como EXEMPLO da compentência concorrente temos o art. 24, VI CF, que diz que legislar sobre florestas é matéria que integra a competência concorrente dos Estados, do Distrito Federal e da União; neste sentido o Código Florestal tem sido considerado como Lei geral e aos Estados têm sido deferida a competência para dispor suplementarmente sobre matéria florestal. No entanto o STF entende que à capacidade dos Estados de suplementar é muita restrita, somente admitindo-se o preenchimento de lacunas relativas a realidade local.
Em regime federativo (o Estado Federal é dotado de personalidade jurídica de direito público internacional, enquanto a União é a entidade federal com personalidade jurídica de direito público interno, autônoma em relação aos Estados-membros e a quem cabe o exercício das prerrogativas de soberania do Estado brasileiro) cabe ao Poder Judiciário decidir as questões relativas às inconstitucionalidades de leis e atos normativos federais e estaduais em face da CF e daquelas dos Estados. Ao STF é deferida a elevada atribuição de, ao declarar as inconstitucionalidades em face da CF, estabelecer o perfil jurídico constitucional da relação entre os diversos integrantes da Federação, fazendo com que ele seja o ponto de equilíbrio da própria União. Isto pode ser feito por diversos meios, dentre os quais se destaca a Ação Direta de Inconstitucionalidade, seja por ação ou omissão. (art. 102, I e 103, § 2º).
10.2 COMPETÊNCIA ESTADUAL
A competência dos Estados-Membros da Federação para atuar em matéria ambiental está prevista nos artigos 23 e 24 CF. No art. 23, como já mencionado, existe uma atribuição de cooperação administrativa entre os diversos componentes da Federação. Já o art. 24 afirma uma competência legislativa própria para os Estados. Ele não trata do meio ambiente como um bem unitário, ao contrário, subdivide-o em diversos “setores” que, integrando-o, estão tutelados por normas legais estaduais.
Assim os Estadospodem legislar concorrentemente sobre: florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente, controle da poluição; proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; responsabilidade por dano ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Observadas as normas gerais federais, cada Estado pode estabelecer as suas próprias normas de tutela ambiental, criando sistemas estaduais de proteção ao meio ambiente. Este é um caminho interessante para a proteção do meio ambiente, pois a maior proximidade entre o bem a ser tutelado e a agência de controle ambiental é bastante positiva e possibilita mais efetividade na tutela almejada. Evidentemente que o estabelecimento de sistemas estaduais de proteção ao meio ambiente encontra fortes obstáculos em questões de natureza econômico-financeira.
COMPETÊNCIA MUNICIPAL
Os Municípios, pela CF/88, foram elevados à condição de integrantes da Federação (art. 1º e 18). Esta é uma novidade em relação às Cartas anteriores e uma tendência das modernas constituições que adotam o federalismo. 
Na forma do art. 23 CF, os Municípios têm competência administrativa para defender o meio ambiente e combater a poluição. Contudo, os Municípios não estão arrolados enter as pessoas jurídicas de direito público interno encarregadas de legislar sobre o meio ambiente. No entanto, seria incorreto e insensato dizer-se que os Municípios não têm competência legislativa em matéria ambiental.
O art. 30 da CF atribui aos Municípios competência para legislar sobre assuntos de interesse local: suplementar a legislação federal e estadual no que couber; promover, no que couber adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observadas a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Diante da análise do dispositivo acima fica claro que o meio ambiente está incluído no conjunto de atribuições legislativas e administrativas municipais e, em realidade, os Municípios formam um elo fundamental na complexa cadeia de proteção ambiental. Eis que, as populações e autoridades locais reúnem amplas condições de bem conhecer os problemas e mazelas ambientais de cada localidade, sendo certo que são as primeiras a localizar e identificar o problema.
RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE
Introdução
Ao estudar a origem da responsabilização, embora seja matéria controvertida, destaca-se que etimologicamente, o termo responsabilidade deriva de responsável, que se origina do latim responsus, particípio passado do verbo respondere, que significava na época responder, afiançar, prometer e  pagar.
A responsabilidade surge como derivação de uma obrigação anterior, à qual o responsável deixou de observar, é sem duvidas, noção peculiar a todas as relações jurídicas, visando assegurar a observância de alguma obrigação nela existente, ou porque se assumiu tal obrigação, seja em decorrência de um fato ou ato, ocorrido ou praticado.
 Em um contexto geral a responsabilidade exprime a obrigação de responder por alguma coisa, revelando o dever jurídico em que se coloca a pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão que lhe sejam imputáveis, para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legalmente previstas.
A Responsabilidade Civil é a que se apura para que se possa exigir a reparação civil, uma forma de sanção imposta ao agente ou responsável pelo ato ilícito. O Código Civil Brasileiro impõe àquele que, por ação ou omissão, lesar direito de outrem, fica-lhe obrigado a reparar o dano.
 
A Responsabilidade Administrativa, a prima facie, é a que resulta da infringência de norma da administração estabelecida em lei, regulamentos ou até mesmo por força contratual, impondo um ônus ao contratado para com qualquer órgão público. É independente das demais responsabilidades, e é pessoal, mas a sanção nem sempre é de execução personalíssima, caso em que pode transmitir-se aos sucessores do contratado, quer sejam pessoas físicas ou jurídicas, como ocorre com as multas e encargos tributários. 
A própria administração é quem aplica as sanções pertinentes que vão de uma simples advertência a multas, interdição de atividades, até a suspensão provisória do trabalho, conforme o estatuto da classe, que se desenvolve por meio de um processo interno, facultando ao acusado defender-se.
 Tanto no Direito Civil como no Administrativo, a responsabilidade pode ser objetiva, podendo  até mesmo ser impessoal.
Diferentemente se opera no Direito Penal devido ao bem indisponível que o regula, muitas vezes de caráter irreparável, devendo assim ser a responsabilidade subjetiva, personalíssima e atender aos ditames da teoria geral do delito. Será um sujeito responsabilizado criminalmente quando sua conduta violar ou contribuir para violação de um bem jurídico tutelado na esfera penal e ainda possuir culpabilidade.
Neste sentido nos deparamos com os ensinamentos do mestre Noronha, onde nos diz que a responsabilidade penal: "...é a obrigação que alguém tem de arcar com as conseqüências jurídicas do crime. É o dever que tem a pessoa de prestar contas de seu ato. Ele depende da imputabilidadedo indivíduo, pois não pode sofrer as conseqüências do fato criminoso (ser responsabilizado) senão o que tem a consciência de sua antijuridicidade e quer executá-lo (ser imputável)."
 A sociedade moderna evoluiu rapidamente e notoriamente revelando conhecimentos científicos, que em última análise, confere ao cidadão uma inigualável qualidade de vida, reconhecendo-se, todavia o esforço daqueles que dedicam as suas vidas ao desempenho de atividades em todas as áreas.
Todavia, passou-se a questionar, entretanto, que esse notável aprimoramento técnico-científico, idealizado para facilitar o convívio do ser humano, reflete-se em formas de concretização de fatos delituosos, pois se tratava o meio ambiente como um ente isolado, com a função básica de fornecer matéria prima ao desenvolvimento desenfreado sob um sistema capitalista.
Surge então o que o professor Canotilho já considerava no inicio da década de 90, o direito de Quarta Geração, “São os direitos de quarta geração (...) que abrangem as suas sucessivas sedimentações históricas ao longo do tempo, perpassando os tradicionais direitos negativos, conquista da revolução liberal; os direitos de participação política, emergentes da superação democrática do Estado Liberal; os direitos positivos de natureza econômica, social e cultural (direitos sociais), constituintes da concepção social do Estado; finalmente os direitos de quarta geração, como o direito ao meio ambiente e a qualidade de vida”.
Detecta-se no Direito Ambiental, três esferas básicas de atuação, quais sejam: a preventiva, a reparatória e a repressiva. A preventiva está voltada para o momento anterior a consumação do dano, ou seja, o mero risco, atendendo ao objetivo fundamental do direito ambiental. Importante aqui ressaltar que na prevenção ocorre ação inibitória, enquanto que nas demais, a reparatória e a repressiva, se limitam a tratar do dano já causado, que é quase sempre incerto, de difícil reparação e custoso.
 No que concerne à reparação ambiental, uma vez ocorrido o dano, ressalta-se que até então funciona através das normas de responsabilidade civil. 
 A questão toda gira em torno do fato que no direito ambiental brasileiro, prevalece à regra da responsabilidade objetiva, que prescinde de culpa, ou seja, para pleitear a reparação do dano, basta que o autor demonstre o nexo causal entre a conduta do réu e a lesão ao meio ambiente a ser protegido. Portanto, três são os pressupostos considerados para que a responsabilidade ocorra: a ação ou omissão do réu; o evento danoso e a relação de causalidade. 
O art. 225, § 3°, CF previu a tríplice responsabilidade do poluidor (tanto pessoa física como jurídica) do meio ambiente: a sanção penal, por conta da chamada responsabilidade penal (ou responsabilidade criminal), a sanção administrativa, em decorrência da chamada responsabilidade administrativa, e a sanção que, didaticamente poderíamos denominar civil, em razão da responsabilidade vinculada à obrigação de reparar danos causados ao meio ambiente.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil pelos danos causados ao meio ambiente é do tipo objetiva, em decorrência de o art. 225, § 3°, da CF, preceituar a “…obrigação de reparar os danos causados” ao meio ambiente, sem exigir qualquer elemento subjetivo para a configuração da responsabilidade civil.
O art. 14, § 1°, da Lei n° 6.938/81 foi recepcionada pela CF, ao prever a responsabilidade objetiva pelos danos causados ao meio ambiente e também a terceiros. Além disso, a responsabilidade civil pelos danos ambientais é solidária, conforme aplicação do art. 3°, I, da Carta Magna.
11.2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA NO DIREITO AMBIENTAL 
 Com as transformações ocorridas pela revolução industrial e o início da civilização moderna, houve a necessidade de adaptação do objeto da responsabilidade civil das relações advindas das inovações tecnológicas e do saber científico, ou seja, ampliou-se às pessoas passíveis de responsabilização e também aumentou as possíveis vítimas do dano. Por isso, foi necessário que o alicerce teórico da responsabilidade civil passasse da culpa a responsabilidade civil subjetiva, para a idéia do risco das atividades, à responsabilidade civil objetiva. 
 Visando atingir o princípio constitucional da igualdade, houve a objetivação da responsabilidade civil, decorrendo dos reflexos sociais resultantes destas atividades que motivaram a incorporação no ordenamento jurídico de legislações contemporâneas para tratar desigualmente as pessoas e as vítimas desiguais, entre elas à natureza.
No início do século passado, quando o nosso antigo Código Civil de 1916 foi promulgado, o Brasil era um país tipicamente agrário, colonial, sendo então desnecessária previsão de uma responsabilização civil objetiva. No entanto, com as instalações das indústrias em nosso país, inverteu-se a situação brasileira, isto é, de um país agrário passou a ter grandes centros urbanos oriundos de grandes parques industriais em alguns estados, formando em certos casos verdadeiras metrópoles.
 Assim, houve uma mudança de vida, na medida em que determinados fatos ocorreram no cotidiano das pessoas, estas constataram que não havia em nosso ordenamento jurídico, previsão legal para tais acontecimentos, ficando, portanto, desamparadas, e pior que isso, causou na grande maioria uma sensação de impunidade, pois os agentes causadores dos fatos restavam impunes. 
 Como podemos observar, consolidando tal à assertiva, encontramos alguns exemplos de situações onde a lei incorporou, no ordenamento jurídico, a responsabilidade objetiva, independentemente de culpa, associada ao risco da atividade, senão vejamos:
 A edição do Decreto 3.724/19 determinou a responsabilidade objetiva das empresas pelos danos decorrentes de acidentes do trabalho; o artigo 184, da Constituição Federal de 1946, determina a responsabilidade objetiva ao Estado; os artigos 1.277 e 1.280 do Código Civil, que tratam dos direitos de vizinhança, contemplaram a responsabilidade civil ambiental objetiva pelo uso nocivo da propriedade. Ressalta-se que o problema é a interpretação do que seja vizinho na perspectiva ambiental, na sua limitação geográfica, e de tratar especificamente da integridade do ser humano como objeto do bem a ser tutelado, não contemplando a natureza como primeiro objetivo; no Código do Consumidor, Lei nº 8.078/90, nos artigos 12 e 14, dispõe a responsabilidade objetiva para o fornecedor e realizador de serviços nas relações de consumo;
Sendo que a norma mais importante na esfera ambiental foi a Lei nº 6.938/81 considerada um marco na década de 80 para o Brasil, pois instituiu a responsabilidade objetiva em matéria ambiental, fundamentalmente no artigo 14, parágrafo 1º, da Lei 6938/81. 
 Este dispositivo legal rompeu com o paradigma tradicional individualista, porque objetivou a responsabilidade civil por danos ambientais, não mais empregando o artigo 159 do Código Civil de 1916, que hoje, encontra-se revogado pela Lei 10.406/02, que inseriu o Novo Código Civil Brasileiro.
    Portanto, a exigência de reparação do poluidor à vítima do dano ambiental, restara caracterizada pela atividade do agente e o nexo de causalidade com o dano ambiental, não mais se exigindo a culpabilidade deste agente. 
 A própria Constituição Federal de 1988 incorporou a responsabilidade objetiva ambiental proclamada pela legislação ordinária ao mencionar no parágrafo 3º do seu artigo 225, que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os degradadores a reparar os danos causados, não fazendo qualquer menção da existência de culpa na atuação do agente degradador. 
 Também, o artigo 927 CC, estabelece a obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, fica obrigado de repará-lo em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Cabe repetir que a sociedade atual apresentaum avanço tecnológico e científico, como por exemplo, na bioética, na farmacologia, na produção e etc., onde se apresentam situações absolutamente imprevisíveis. É necessário que se encontre um equilíbrio entre os direitos da livre iniciativa, de colocar novos produtos no mercado, mas que por outro lado, não infrinja os direitos da coletividade, de cada um como indivíduo referente à sua integridade física, moral e psíquica.
É neste cenário que a responsabilidade civil objetiva deve ser introduzida, para permitir que determinadas pessoas físicas ou jurídicas que criam um risco, um mal-estar ou a possibilidade de um dano a outras pessoas da sociedade sejam punidas.  
 O dano ambiental é de regra de natureza difusa, certamente por compreender a toda uma coletividade de pessoas, não podendo determiná-las ou ainda atingir a natureza sem definir os possíveis ecossistemas atingidos e conseqüências determináveis. É desta forma, pela natureza difusa do dano ambiental, o fundamento complementar da responsabilidade civil ambiental objetiva. Além do risco proveniente da atividade, a característica difusa da natureza corrobora a aplicação da responsabilidade objetiva em matéria ambiental.  
Assim, havendo uma atividade que cause dano difuso ambiental, necessária se faz a responsabilização pelo risco ambiental proveniente desta atividade, não há de perquirir se a atividade estava isenta de culpa ou se estava acobertada por excludentes de força maior ou estado de necessidade. 
Segundo a Constituição Federal de 1988, para que se possa pleitear a reparação do dano ambiental, o autor deve demonstrar o nexo causal entre a conduta do réu e a lesão do meio ambiente  protegido. Segundo tal concepção, há, a partir da Carta Magna, a impossibilidade de alteração do regime da responsabilidade civil objetiva quanto a dano ambiental, por qualquer lei infraconstitucional.  
Na atualidade a doutrinaria e jurisprudência são no sentido de não aceitar as clássicas excludentes da responsabilidade civil, indicando cinco conseqüências da adoção da responsabilidade civil, no tocante à questão ambiental, quais sejam: a) irrelevância da intenção danosa (basta o prejuízo); b) irrelevância da mensuração do subjetivismo; c) inversão do ônus da prova; d) irrelevância da licitude da atividade; e) atenuação do relevo do nexo casual.
Quando houver dano ao meio ambiente, surge a responsabilidade civil objetiva, aquela que vige, independentemente da existência de culpa, sob a modalidade do risco integral, que não admite qualquer excludente de responsabilidade.
Segundo Milaré, “a responsabilidade civil objetiva funda-se num princípio de eqüidade, existente desde o Direito Romano: aquele que lucra com uma atividade deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela resultantes. Assumem o agente, destarte, todos os riscos de sua atividade, pondo-se fim, à prática inadmissível da socialização do prejuízo e privatização do lucro”. 
Pelo sistema adotado no Direito Ambiental Brasileiro não se discute, necessariamente, a legalidade do ato. É a potencialidade de dano que o ato possa trazer aos bens ambientais que servirá de fundamento para a responsabilização, desta forma, não exonera o poluidor ou degradador a prova de que sua atividade é normal e lícita, de acordo com as técnicas mais apuradas. 
O que se leva em conta, quanto à responsabilidade objetiva, é a doutrina da normalidade da causa e anormalidade do resultado.
Portanto, não há que se falar em vinculação do dano ambiental com a transgressão de normas administrativas, isto é, não se elimina a responsabilidade, mesmo no caso de observância aos padrões oficiais, mas com a ocorrência do dano em si, ou seja, mesmo que este não derive de um ato ilícito, pode dizer que haverá dano.
Há a aditar que a parte final do § 3º do artigo 225 da Constituição Federal vigente estabeleceu a responsabilidade civil objetiva em matéria ambiental. 
A bem da verdade, deve ser salientado que a responsabilidade objetiva já preexistia à Carta Constitucional artigo 14, § 1º da Lei nº 6.938, de 31.08.81. [...] A responsabilidade é um dos temas recorrentes do direito, e de fato se constitui em verdadeira questão central para aqueles que pretendam tornar efetiva a tutela constitucional do meio ambiente.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA EM MATÉRIA AMBIENTAL. PODER DE POLÍCIA EM MATÉRIA AMBIENTAL.
O § 3° do art. 225 da CF informa que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções administrativas.
Sanções administrativas são penalidades impostas por órgãos vinculados de forma direta ou indireta aos entes estatais (funcionários dos órgãos ambientais integrantes do sistema nacional do meio ambiente [Sisnama]), nos limites de competências estabelecidas por lei, com o objetivo de impor regras de conduta àqueles que também estão ligados à Administração no âmbito do Estado Democrático de Direito.
 As sanções administrativas estão ligadas ao denominado poder de polícia enquanto atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato em razão de interesse público vinculado à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou mesmo respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.
Cabe destacar que em se tratando da tutela jurídica de bens ambientais e observando os fundamentos do Estado Democrático de Direito, o poder de polícia não estaria vinculado a interesse público e sim a interesse difuso.
Logo a CF entendeu por bem autorizar os órgãos antes mencionados, observados os parâmetros previstos na Carta Magna, a impor sanções as mais variadas, como advertência, multas, apreensão de bens, destruição ou mesmo inutilização de produtos, suspensão de venda e fabricação de produtos, embargo ou mesmo demolição de obras… destinadas a resguardar os bens ambientais vinculados ao uso comum do povo.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NO ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL – A LEI 9.605/98, INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA AMBIENTAL E O DESTINO DOS VALORES ARRECADOS EM PAGAMENTO DE MULTAS.
Embora a Lei n° 9.605/98 tenha procurado estabelecer um capítulo específico (cap. VI) para regrar de maneira geral infrações administrativas ambientais, inclusive com a previsão de sanções e critérios destinaods a apurar infrações ambientais (processo administrativo), encontramos na verdade várias normas em nosso ordenamento jurídico reservadas a estabelecer a denominada responsabilidade administrativa em face dos bens ambientais, observados no plano do patrimônio genético, meio ambinete cultural, meio ambiente artificial, meio ambiente do trabalho e meio ambiente natural.
De qualquer maneira, a Lei n° 9.605/98, devidamente aplicada, configura-se atualmente importante instrumento destinado a defender assim como preservar os bens ambientes.
Trazendo definição de infração administrativa ambiental temos o art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, da Lei 9.605/98, que se aplica a qualquer poluidor, a saber, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que por ação ou omissão viole a tutela jurídica dos bens ambientais (uso, gozo, promoção, proteção e mesmo recuperação de aludidos bens).
Referido poluidor, visando defender-se em decorência de processo administrativo instaurado (art. 70, §§ 1°, 2°, 3° e 4°), tem assegurado o contraditório bem como a ampla defesa (art. 5°, LV e LVI), observando os prazos fixados no art. 71 da Lei 9605/98.
Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental (arts. 73 a 75), na medida em que se destinamà tutela de bens ambientais de natureza jurídica difusa, são revertidos para o Fundo Nacional do Meio Ambiente, Fundo Naval, fundos estaduais ou mesmo municipais visando resguardar, diante de casos concretos, a tutela jurídica dos bens essenciais à sadia qualidade de vida.
A responsabilidade administrativa em matéria ambiental, em resumo, tem como finalidade obrigar os órgãos vinculados de forma direta ou indireta aos entes estatais a defender e preservar os bens ambientais para as presentes e futuras gerações ante a proteção indicada pela Constituição Federal aos interesses difusos e coletivos em proveito da dignidade da pessoa humana.
RESPONSABILIDADE PENAL PELOS DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE
DIFERENÇA ENTRE ILÍCITO CIVIL E O ILÍCITO PENAL
Na verdade a ilicitude é uma só. Em regra, deveria importar sempre uma pena, porém esta é tida como um mal não só para o delinquente e sua família como para o próprio Estado, obrigado a gastos e dispêndios.
Ainda, tendo em vista a falta de instrumentos compatívies com a finalidade da sanção penal, tem o Estado procurado intervir apenas em situações que envolvam, em regra, ofensas de maior vulto à segurança de toda coletividade. Trata-se do princípio da intervenção mínima do Estado. Apresentando-se a sanção civil eficaz para a proteção da ordem legal, desnecessário que ele intervenha, de modo a estabelecer através do legislador a aplicação de sanção penal.
ILÍCITO PENAL é a violação do ordenamento jurídico contra a qual, pela sua intensidade ou gravidade, a única sanção adequada é a pena, enquanto o ILÍCITO CIVIL é a violação da ordem jurídica para cuja debelação bastam as sanções atenuadas da indenização, execução forçada, restituição em espécie, breve prisão coercitiva, anulação do ato, etc.
13.2 RESPONSABILIDADE PENAL NO MEIO AMBIENTE 
Devido às preocupações levantadas, como conseqüências trazidas pelo progresso técnico e industrial, a partir da década de 70, vários países deixaram a crença no progresso ilimitado da ciência que impulsionou a ideologia positivista no século XIX até os dias atuais. A proteção do meio ambiente passou a constituir um problema fundamental no mundo contemporâneo. 
A humanidade, antes despreocupada com o meio ambiente,  encontra-se hoje ante a ameaça de sua extinção, pelo processo de autodestruição. Surge a necessidade de se tomar medidas enérgicas para proteger a vida e sua qualidade contra aquele que a ameaça, resolvendo o eventual conflito entre desenvolvimento econômico e proteção do meio ambiente, rumo ao então desejado desenvolvimento sustentável.
Como já abordado anteriormente, a nossa Constituição, sedimentou ampla tutela ao meio ambiente e a declaração de seus princípios fundamentais no seu art. 225, que juntamente com a Lei 9.605/88, criaram mecanismos para que se assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto aos seus recursos naturais.
Consequentemente, também se espera que o Direito Penal contribua, como parte integrante da ordem jurídica, e como recurso extremo na proteção dos valores fundamentais da sociedade, através das sanções que lhe são próprias, sendo a violação dos mesmos intoleráveis e inevitável de outra forma. 
O Direito Penal agirá como recurso necessário de defesa social, garantidor da coexistência pacífica entre os membros da coletividade, e instrumento de uma política que atenda aos anseios sociais sem descurar os do desenvolvimento econômico e as necessidades básicas da população. Nesse diapasão, se torna necessário então realizar a compatibilização da Política Criminal com as diretrizes da Política Ambiental, dotando-se a legislação penal de instrumentos e normas adequadas à proteção dos valores ambientais, refazendo e redimensionando um sistema que, além de apropriado às finalidades visadas, possa atender melhor aos anseios e às exigências da nova ordem social.
Os recursos às mais contundentes medidas de proteção, que pode proporcionar o ordenamento jurídico, são plenamente justificáveis para a conservação e manutenção do meio ambiente, pois se trata de um bem jurídico de especial transcendência cuja proteção resulta essencial para a própria existência do ser humano e em geral da vida, e que se encontra seriamente ameaçado. 
No Estado Democrático de Direito, o Direito Penal adequado, figura como um Direito Penal de mínima intervenção, em que este só atuará a fim de proteger os bens jurídicos fundamentais da sociedade, vez que sufocaria a convivência social se não fosse limitada a sua intervenção. Nesta nova concepção do controle social penal está a dignidade da pessoa humana, como centro da organização estatal, que coloca o ser humano como fim último da organização social.
Ocorrem que, principalmente a partir da década de 80, as relações sociais têm sofrido grandes mudanças, caracterizadas, as grandes empresas transnacionais que acabaram por deslocar, até certo ponto, o poder o qual passa a ter âmbito mundial, não mais regional ou nacional.
Diante de tais mudanças, ocorridas principalmente pelo incremento tecnológico, a globalização e as relações econômicas em âmbito internacional, ocorreram transformações nos fins da sociedade, a qual passa a organizar-se não mais em torno do indivíduo, mas no sentido de atingir os fins do capitalismo mundial, uma sociedade assim organizada ganha um tom organicista, onde o homem não é mais que um subsistema do sistema social e este sim devem ser preservados, demandando que o Direito Penal passe a assumir outras funções que não a de proteção de bens jurídicos fundamentais.
Perde, com isso, espaço o Direito Penal voltado à proteção de bens jurídicos, para ganhar espaço um Direito Penal de máxima intervenção, destinado a produzir mudanças estruturais necessárias. 
O objetivo de um Direito Penal Promocional seria o de aquietar a sociedade em geral, e certos segmentos sociais em particular. O resultado, no entanto, não é sempre satisfatório. A proteção do meio ambiente revela-se, atualmente, condição essencial para a sobrevivência da própria espécie humana. A ordem constitucional revela a proteção do meio ambiente como bem jurídico fundamental.
O Direito Penal, no plano de um Estado Democrático de Direito, deve ser direcionado preferencialmente para o combate dos crimes que impedem a realização dos objetivos constitucionais do Estado, ou seja, no Estado Democrático de Direito, instituído no art. 1o da CF/88, devem ser combatidos os crimes que fomentam a injustiça social, o que significa afirmar que o direito penal deve ser reforçado naquilo que diz respeito aos crimes que promovem e/ou sustentam as desigualdades sociais. Nessa linha, estão os novos bens jurídicos fundamentais, entre eles, o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
13.3 A RESPONSABILIDADE AMBIENTAL DA PESSOA JURÍDICA NA ESFERA PENAL
A grande questão ainda não respondida de um todo é se responde ou não criminalmente a pessoa jurídica, e talvez a maior problemática resida no que tange a como se aplicar as penas privativas de liberdade no ente jurídico. Inúmeros e acirrados debates tem-se travado ao longo das últimas décadas para verificar a possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito ativo no campo penal, onde basicamente duas correntes antagônicas, e uma terceira viam em formação, debate a responsabilidade penal das pessoas jurídicas, questão relevante para o direito ambiental.
Aos que se filiam ao sistema romano-germânico, que representam a esmagadora maioria, onde vige o princípio societas delinquere non potest, segundo o qual, é inadmissível a punibilidade penal dos entes coletivos, aplicando-se lhes somente a punibilidade administrativa ou civil. Por outro lado, nos países anglo-saxões e naqueles que receberam suas influências, vige o princípio da common law, que admite a responsabilidade penal da pessoa jurídica.
É bem verdade que esta orientação começa a conquistar espaço entre os países que adotam o sistema romano-germânico, como por exemplo, a Holanda e mais recentementea França e a Dinamarca. Essa tendência se fortaleceu depois da Primeira Guerra Mundial em principio por duas razões: a primeira o Estado passou a ser mais intervencionista, regulando a produção e distribuição de vários produtos e serviços, e a segunda porque as empresas passaram a ser, em face do seu poderio resultante da formação de gigantescos monopólios, se transformando nas principais violadoras das normas estatais. 
          Existe muita controvérsia na doutrina nacional sobre a questão no âmbito constitucional. Alguns entendem que continua em vigor o princípio societas delinquere non potest, não revogado, mas ratificado pela Carta de 1988. Outros, ao contrário, sustentam que efetivamente a mais recente Constituição Brasileira desejou inovar e se adequar à tendência universal no sentido de responsabilizar penalmente a pessoa jurídica. 
A Constituição de 1988, sobre o tema, assim declara:  
“A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a as punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular" (art. 173, § 5o). 
“As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados” (art. 225, § 3o). 
Como adeptos da responsabilidade penal das pessoas jurídicas, podemos citar: Paulo Affonso Leme Machado, Gilberto Passos de Freitas, Ivette Senise Ferreira, Sérgio Salomão Shecaria, Antônio Evaristo de Morais Filho, Fausto Martin de Sanctis, dentre outros ilustres.
Além dos penalistas, grande parte dos constitucionalistas, também, reconhece a responsabilidade da empresa na Carta Política de 1988. 
José Afonso da Silva defende que o disposto no art. 173, § 3o, prevê a possibilidade de responsabilização das pessoas jurídicas, independentemente de seus dirigentes, sujeitando-os às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica, tendo como um dos seus princípios a defesa do meio ambiente. 
Tanto para o supracitado autor, ou como para Shecaria, os dois dispositivos da Carta Magna, invocados no início deste capítulo têm entre si uma articulação orgânica, que impedem possam ser examinados separadamente, por estarem no âmbito do mesmo contexto. 
A segunda corrente ressalta a evidência de que a pessoa coletiva não possui consciência e vontade, ou seja, não é capaz de ser sujeito ativo do delito, pois sem estes dois elementos, consciência e vontade, são impossíveis falar-se, tecnicamente, em ação, que é o primeiro elemento estrutural do crime, ao menos, que se pretenda destruir o Direito Penal e partir, assumidamente, para a responsabilidade objetiva. 
No entanto, percebe-se que as duas correntes têm boa fundamentação, aos legalistas vai de encontro ao sistema, mas resta claro que dentro da realidade jurídico-penal que está instalada com a introdução de citados dispositivos legal, onde a inércia legislativa mostra-se contrários ao molde criminal que está firmando-se neste terceiro milênio, sendo pois, imperiosa a adequação da legislação penal, estabelecendo um forte elo de ligação com a Carta Magna, buscando nesta releitura, o fim de poder de dar ampla e irrestrita aplicabilidade à responsabilidade penal da pessoa jurídica.
Concebendo ser a lei do meio ambiente uma realidade e não um projeto em fase de discussão, entende-se que o legislador ordinário nada mais fez do que concretizar o imperativo constitucional em conforme uma demanda mundial de se proteger o meio ambiente, sem desconsiderar, embora não concretizada, a necessidade de intimidar ou responsabilizar o causador do dano, ainda que pessoa jurídica fosse, para atender ao clamor e aos anseios da população que clama por justiça e por proteção ao meio ambiente, bem comum da humanidade.
A POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE E O SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
A política e o sistema nacional do meio ambiente encontram-se disciplinados na Lei nº 6.938/81. Essa lei dispõe sobre a Politica Nacional do Meio ambiente e institui o sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). Trata-se da lei ambiental mais importante depois da CF. nela está traçada toda a sistemática necessária para a aplicação da política ambiental (conceitos básicos, objeto, princípios, objetivos, diretrizes, instrumentos, órgãos, responsabilidade objetiva, etc.)
Assim, a política nacional do meio ambiente visa dar efetividade ao princípio matriz contido no art. 225, caput, da CF, consubstanciado no direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Além da PNMA, há outras que foram sendo criadas, na esfera nacional, para disciplinar a utilização de determinados recursos ambientais, quais sejam: Política Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97); Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99); Política ou sistema Nacional Unidade de Conservação da Natureza (Lei nº 9.985/200); Política Nacional Urbana – Estatuto da cidade (Lei nº 10.257/2001); Política Nacional da biodiversidade (decreto nº 4.339/2002); Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007); Política Nacional de Desenvolvimento sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto nº 6.040/2007); Política do Desenvolvimento sustentável da Aquicultura e da Pesca (Lei nº 11.959/2009); Política Nacional sobre Mundana do climna (Lei nº 12.187/2009); Política Nacional dos Resíduos sólidos (Lei nº 12.305/2010); Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei nº 12.334/2010) etc.
Objeto
O objeto de estudo da política nacional do meio ambiente é a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e futuras gerações. Qualidade ambiental é o estado do meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput, da CF). Esse desiderato só poderá ser alcançado com o cumprimento dos objetivos arrolados no art. 4º da Lei nº 6.938/81, os quais tem por escopo a preservação, a melhoria e a recuperação da natureza e dos ecossistemas. É pelo estudo desse objeto (qualidade ambiental) que o direito ambiental vai traçar sua política nas diversas esferas da Federação (art. 2º da Lei 6.938/81).
Assim, preservar é impedir a intervenção humana na região, procurando manter o estado natural dos recursos ambientais. Melhorar é permitir a intervenção humana no ambiente com o objetivo de melhorar a qualidade dos recursos ambientais, realizando o manejo adequado das espécies animais e vegetais. Recuperar, por fim, é permitir a intervenção humana, buscando a reconstituição da área degradada e fazer com que ela volte a ter as mesmas características da área original.
Objetivos 
A política nacional do meio ambiente tem por objetivo a harmonização do meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico (desenvolvimento sustentável). Essa harmonização consiste na conciliação da proteção do meio ambiente, de um lado, com a garantia do desenvolvimento socioeconômico, de outro, objetivando assegurar condições necessárias ao progresso industrial, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana )art. 2º da Lei nº 6.938/81).
Esse desiderato só poderá ser alcançado mediante o cumprimento dos objetivos arrolados no art. 4º dessa lei, vejamos:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
V -à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
Tais objetivos têm por escopo dar efetividade ao desenvolvimento sustentável previsto constitucionalmente, garantir o desenvolvimento socioeconômico e os interesses da segurança nacional e proteger a dignidade da vida humana prevista na Lei infraconstitucional.
Princípios
Os princípios da PNMA estão arrolados no art. 2º, incisos I a X da Lei nº 6.938/81. Tais princípios não se confundem com os princípios doutrinários, mas com eles devem compatibilizar-se. Trata-se de princípios legais.
É de observar que nem todos os denominados princípios citados podem ser considerados verdadeiros princípios, pois muitos deles apresentam-se como mera orientação da ação governamental.
É possível ainda haver eventual contradição entre os supostos princípios e, nesse caso, deve prevalecer aquele mais favorável ao meio ambiente.
Instrumentos
Não se confundem com os instrumentos materiais previstos no § 1º, I a VII do art. 225 da CF.
No art. 9°, da Lei n° 6938/81, foram enunciados os instrumentos para o cumprimento dos objetivos (art. 4º) da PNMA:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;  (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;  (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;  (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.  (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
José Afonso e Silva distribui em:
INSTRUMENTOS DE INTERVENÇÃO AMBIENTAL: mecanismos condicionadores das condutas e atividades no meio ambiente ( I, II, III, IV, V, VI e IX);
INSTRUMENTOS DE CONTROLE AMBIENTAL: medidas e atos pelo poder Público ou Particular para verificar a observância das normas e planos de padrão de qualidade ambiental. [Prévia – II e IV; durante a ação – VII, VIII, X e XI, auditoria ambiental por ex.; repressivas – IX.] 
Diga-se que o sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA (VII) é um importante instrumento da PNMA, sofrendo regulamentação pelo art. 11, II do Decreto 99274/1990, competindo ao Ministério do Meio Ambiente coordenar a troca de informações entre as entidades e órgãos que compõem o SISNAMA.
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)
O SISNAMA criado pelo art. 6° da Lei 6938/81, que detém a competência para realizar a Política Nacional do Meio Ambiente, é composto por todas as entidades políticas, autarquias e fundações previstas que desempenhem função administrativa na seara ambiental, especificadamente a proteção e melhoria da qualidade do meio ambiente, tendo a seguinte estrutura:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;  
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
Este órgão é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente, com as seguintes competências, nos moldes do art. 8° da Lei 6938/81:
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.
III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA;  (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV - (VETADO);
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.
O CONAMA é composto pelo Plenário, pela Câmara Especial Recursal, pelo Comitê de Integração de Políticas Ambientais, pelas Câmaras Técnicas, pelos Grupos de Trabalho e Grupos Assessores, cabendo ao Ministro do Meio Ambiente presidir o Plenário, sendo a participação dos membros do CONAMA considerada serviço de natureza relevante e não remunerada.
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
É o Ministério do Meio Ambiente.
 
IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; 
Ex.: SEMA – Secretaria do Meio Ambiente.
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis

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