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A Assistência Social no período anterior à Constituição Federal

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A Assistência Social no período anterior à Constituição Federal (1988) e pós Constituição até a atualidade.
Por muito tempo no Brasil, a assistência as pessoas pobres, ou em situação de risco e vulnerabilidade social, não foi merecedora de atenção do poder público. O Estado era um mero distribuidor de isenção clientelista a grupos privados e religiosos e estes concentravam atendimento à população vulnerável. A pobreza era tida como uma fatalidade e a assistência deixada a iniciativa da Igreja.
As principais ações desenvolvidas de caráter filantrópico eram a assistência à saúde e aos presos, a promoção de auxílios para funerais e a manutenção de asilos para idosos, viúvas, deficientes e crianças abandonadas. Assim, o componente de solidariedade que assegurava a proteção social foi, no início da formação da sociedade brasileira, fortemente marcado pela ação restrita, de cunho religioso e filantrópico, e pela ausência do poder público na ação direta (Silva, 2010, p.21)
 A história do assistência social no Brasil, tem início no seio da Igreja Católica, pois esta desenvolvia ações de caridade as pessoas que não tinham condições de prover seu próprio sustento. A partir do século XVIII a Igreja criou as Santas Casas para os atendimentos emergências das pessoas em situação de vulnerabilidade social. 
Desde o século XVIII, a filantropia e a assistência social associavam-se intimamente às práticas de caridade no Brasil. Dependiam de iniciativas voluntárias e isoladas de auxílio aos pobres e desvalidos da “sorte”. Estas iniciativas partiam das instituições religiosas que, sob o prisma da herança moral cristã, dispensavam seus cuidados, oferecendo abrigos, roupas e alimentos, em especial às crianças abandonadas, aos velhos e doentes em geral. É mais do que reconhecido o papel de organizações como as Santas Casas de Misericórdia no país como também atividades desenvolvidas por várias ordens religiosas. (Escorsim, 2008, p. 2-3)
As ações continuavam filantrópicas a cargo das instituições religiosas e instituições como hospitais a asilos. 
No Brasil, o reconhecimento da assistência social pelo Estado aconteceu muito lentamente, a Revolução de 1930 conduziu a questão social ao centro da agenda pública, na época o Estado aumentou sua atuação na área social, era uma resposta ao fortalecimento das lutas sociais e trabalhistas.
Na Era Vargas o Brasil conheceu a força do Governo Federal no cenário político. O período pós-revolucionário baseava-se no estado de compromisso, a ação pública no campo social aumentou. O governo criou o Ministério do Trabalho, Industria e Comércio e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Surgiram ainda os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP’s), peças de um sistema de previdência baseado na lógica do seguro. O acesso aos benefícios eram condicionados ao pagamento de contribuição.
Em 1935 criou-se a lei n.º 2.497 para a formação do Departamento de Assistência Social do Estado. O presidente da república neste período era o Sr. Getúlio Vagas, que foi considerado o "pai dos pobres" e a "mãe dos ricos", criou leis em benefício aos trabalhadores, já que sua política social era forte e assistencialista. (Vieira,2010, p.2)
Em 1938 em pleno Estado Novo, o Estado voltou-se um pouco mais aos excluídos do Sistema da Previdência Social, o amparo passou a ser dirigido aos que não conseguiam garantir sua sobrevivência. 
Em 1942 o governo criou a Legião Brasileira de Assistência (LBA) formando por pessoas indicadas pelo presidente Vargas.
Da assistência “as famílias dos convocados”, progressiva e rapidamente a LBA começa a atuar em praticamente todas as áreas de assistência social, inicialmente para suprir sua atividade básica e em seguida visando a um programa de ação permanente. (Iamamoto,2011, p. 266)
No primeiro momento a LBA surgiu para atender, famílias de pracinhas brasileiras enviados para guerra passou atender também os mais empobrecidos. Foi a primeira instituição de Assistência Social com abrangência nacional, a LBA produziu na esfera pública o modelo assistencialista que já acontecia no campo não governamental, reforçando os laços de dependência dos mais vulneráveis. A primeira dama Darcy Vargas adotou a instituição e passou a ter no comando as esposas dos presidentes da República. 
(...) a LBA é organizada sobre estrutura nacional (órgãos centrais, estaduais e municipais), procurando mobilizar e coordenar as obras particulares e as instituições públicas, ao mesmo tempo em que, através de iniciativas próprias, tenta suprir brechas mais evidentes da rede assistencial (...) (Iamamoto, 2011, p. 266)
A partir de 1946 muitas coisas mudaram, porém na área social pouca coisa mudou, a LBA se espalhou por todo país com a criação das comissões municipais, estimulando o voluntariado feminino. O modelo assistencial baseado na caridade e na benemerência foi aprofundado e ampliado. Incentivou-se o surgimento de instituições assistenciais públicas e privadas, gerando ações fragmentados, pontuais e desordenadas, nada na perspectiva do direito.
A primeira grande instituição de assistência social será a Legião Brasileira de Assistência – LBA - que tem sua gênese marcada pela presença das mulheres e pelo patriotismo. Segundo Sposati (2004, p.19)
A ditadura militar em 1964 marcou a vida do brasileiro, pelo autoritarismo a e retirada de direitos e não chegou a promover inovações significativas no padrão existente, a assistência social se burocratizou com regras normas e critérios de atendimento à população excluída. 
De 1984 á 1988 o Brasil vive uma intensa mobilização popular, com a criação da Constituição Federal de 1988, a assistência social passou a ser reconhecida como política pública integrante da seguridade social, ao lado das políticas de Saúde e Previdência Social, a Constituição representou assim um ampliação dos direitos sociais. A proteção social foi reconhecida como direito de todos e dever do Estado.
O constituinte, atento à miséria e à desigualdade existente em nosso país, reconheceu a assistência como um direito social, inserindo-a no bojo da Carta, passando a ser mais um dos direitos a ser provido pelo Estado de que, embora não o tenha previsto expressamente, inseriu em seu corpo inúmeros direitos sociais que não deixam dúvida de sua adoção. (Bicca, 2011, p. 3-4)
O que antes era visto como coisa pobre, a assistência social passou a ser uma questão de todos, uma responsabilidade pública garantida por lei. Pela primeira vez na história brasileira, o Estado determina que aqueles que não contribuíram com a previdência também tem direito a proteção social.
Como afirma Silveira e Moretto (2011, p.4) apud Gonçalves (2003, p. 59), a inclusão da assistência social como política de seguridade social é resultado da luta de movimentos que aconteceram na sociedade brasileira ao longo dos anos, principalmente, pela categoria dos assistentes sociais e de outros trabalhadores da área de assistência social, que defendiam que é de responsabilidade do Estado propor uma política que reconheça as necessidades sociais como uma questão pública.
Dois artigos da Constituição Federal de 1988, o 203 e o 204, escreveram de vez o direito a assistência social na vida dos brasileiros.
 Art.203 A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social (...)Art.204 As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.195, além de outras fontes (...) (Constituição Federal, 1988, p.60)
O avanço que a Constituição Federal de 88 marcou na área de assistência social, pode ser visto como uma ruptura à trajetória do período anterior. Foi a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que regulamentou os artigos, da Constituição Federal de 88, que trataram da assistência social garantindo o modelo e gestão e de controle social de forma descentralizada e participativa.
Os princípios da assistência social também constaram na legislação (LOAS), sendo sua previsão importantepara a compreensão do espírito da assistência social e para garantir-lhe maior legitimidade. O legislador estabeleceu, também, as diretrizes da assistência social, determinando os caminhos a serem observados pelos seus responsáveis, sendo sua observância necessária para a condução eficiente de tal política e para o alcance dos resultados esperados. (Bicca, 2011, p.5) 
A LOAS extinguiu o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS) e instituiu o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). A nova instância, com incumbência de fiscalizar a política de assistência social adquiriu formação paritária e caráter deliberativo.
A Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) de 1993 assegura os princípios de universalidade dos direitos e o processo descentralizado e participativo da política pública de assistência social. A base da estrutura dessa política está na criação dos conselhos deliberativos e paritários, que são os responsáveis pela formulação, gestão e controle social. (Moretto e Silveira, p.1)
Em consonância com Zanirato, no que se refere aos conselhos de assistência social, este relata que:
A Lei Orgânica da Assistência Social, estabeleceu que os Conselhos seriam instâncias deliberativas, de caráter permanente e de composição paritária entre o governo e a sociedade civil. Foram então criados os Conselhos Estaduais e Municipais de Assistência Social. (2001, p.3)
Assim, verifica-se que a história da assistência social no Brasil, avançou bastante por conta dos movimentos sociais criados e inspirados na universalização de direitos, e graças a inserção da assistência social no tripé da seguridade social, que passou a ser garantida por lei através da Constituição Federal, deixando de ser ações de caráter caritativo e de benemerência executados pelas instituições religiosas passando a ser dever do Estado e direito do cidadão, através de serviços, benefícios, programas e ações para pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social, que não tem condições de contribuir com a previdência social, isto é, a assistência social não é contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que dela necessitarem.
REFERENCIA 
ESCORSIM, Silvana Maria. A filantropia no Brasil: entre a caridade e a política de assistência social. 2008, Revista Espaço Acadêmico, Nº 86 disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/086/86escorsim.htm, Acessado em: 23 de março de 2016, ás 17h00.
VIEIRA, Talita Carmonia. A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL, 2010. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-historia-do-servico-social/44882/ Acessado em: 23 de março de 2016, ás 17h10.
SILVA, Geovana. INSTITUIÇÕES CATÓLICAS E CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL/CMAS NO RIO DE JANEIRO, 2010. 
Disponível em: http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/16568/16568_1.PDF e http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/16568/16568_3.PDF. Acessado em: 23 de março de 2016 ás 17h20.
SPOSATI, A. O. A menina Loas: um processo de construção da assistência social. São Paulo: Cortez, 2004.
BICCA, Carolina Scherer. A ASSISTÊNCIA SOCIAL APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. UMA NOVA FASE. Caderno Virtual Nº 24, v. 1 – jul-dez/2011, Mestrado Constituição e Sociedade IDP. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/index.php/cadernovirtual/article/viewFile/588/420. Acessado em: 23 de março de 2016 ás 17h30.
MORETTO Sandra de Souza e SILVEIRA Darlene de Moraes. A CONTRIBUIÇÃO DOS CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NA MATERIALIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS).
Disponível:http://www.egem.org.br/arquivosbd/basico/0.230880001296753559_conselhos_de_assistencia_social.pdf. Acessado em 02 de Abril de 2016 ás 14h00.
ZANIRATO, S. H. A assistência social no Brasil após a Constituição de 1988. A descentralização e a participação como princípios.Perspectiva Latino-americana, Costa Rica, v. 61, 2001. 
Disponível em: http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/pela/pl-000060.pdf Acessado em: 02 de Abril de 2016, ás 14h30. 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Relações Sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico – metodológica.33. ed – São Paulo: Cortez, 2011. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 2013.p. 60.

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