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Aula Morcegos/ Saneamento Veterinária / UFPEL/ 2021.

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Controle de animais sinantrópicos de importância em saúde pública: Morcegos. 
Residente em Saúde Coletiva Guilherme da Silva Azevedo
Objetivos da aula
Conhecer a importância dos morcegos não hematófagos e hematófagos.
Hábitos alimentares.
Identificação de abrigos.
Desalojamento.
Características dos morcegos hematófagos.
Métodos de controle.
Morcegos
Noções gerais
Pertencem à Ordem Chiroptera (possui aproximadamente 1000 espécies).
Únicos mamíferos com capacidade de voo, devido à transformação de seus braços em asas.
Não toleram a luz: hábitos noturnos e moradia escura.
Segundo maior transmissor da raiva aos seres humanos.
Principal transmissor do vírus aos animais domésticos e silvestres.
Também são benéficos ao homem.
Morcegos
Subordens
Megachiroptera (raposas voadoras) Microchiroptera
1,70m de envergadura
2Kg de peso
10 a 80cm de envergadura
50 a 200g de peso
Morcegos
Hábitos alimentares: 
Grande variedade de tipos de alimentos: frutos, flores, insetos, pássaros, pequenos mamíferos e sangue.
Insetívoros: representam 70% da população. Função ecológica importante (controle de pragas). 
Fitófagos (Frugívoros e Nectarívoros): São responsáveis pela polinização e dispersão de sementes de plantas e flores. 
Morcegos
Carnívoros: alimentam-se de pequenos vertebrados - mamíferos, peixes, anfíbios, pequenos roedores e outros morcegos. 
Hematófagos: sangue de vertebrados (aves e mamíferos). Nos ecossistemas naturais, os morcegos hematófagos auxiliam no controle das populações de herbívoros. 
Morcegos
Ecolocalização
Os morcegos (microchiropteros) emitem ultra-sons pelas narinas ou pela boca, que ao encontrarem um obstáculo, retornam em forma de ecos captados pelos seus ouvidos, possibilitando sua orientação.
Morcegos
Reprodução
São mamíferos: filhotes gerados no útero da mãe.
Expectativa de vida varia de 10 a 30 anos.
Qualquer época do ano (↑ quando ↑ alimento).
Tempo de gestação:
Insetívoros – 2 a 3 meses de gestação. 
Fitófagos – 3 a 5 meses de gestação.
Hematófagos – 7 meses de gestação. 
Morcegos
Abrigos
Oferecem condições que permitam proteção, acasalamento, criação dos filhotes, e a digestão do alimento. 
Diurnos: repousam durante o dia, onde há ausência de luz.
Internos – cavernas, fendas de rochas, edificações.
Externos - folhagem, superfície de troncos de árvores.
Morcegos
Abrigos
Noturnos: chamados de pouso noturno, ou digestório. No chão encontram-se restos de alimentos e fezes.
Morcegos
Áreas urbanas
Homem: modifica o ambiente e oferece abrigo, água e alimento.
Encontrados em maior número morcegos insetívoros e fitófagos (frugívoros e nectarívoros).
Edificações urbanas servem de cavernas artificiais.
Locais de predileção
Insetívoros: dilatações dos prédios, caixas de persianas, chaminés.
Nectarívoros: sótãos e porões.
Frugívoros: telhados.
Morcegos
Identificação de abrigos
Visualização de manchas de fezes e o odor característico causado por elas.
Chiados e ruídos feitos pelos animais.
Visualização dos animais em horários que saem do abrigo.
RISCOS: 
Em grandes quantidades ocasionam rachaduras e apodrecimentos da madeira do forro.
Transmissão da Raiva.
Histoplasmose: Doença respiratória devido a inalação de partículas fúngicas presente nas fezes. 
Morcegos
Procedimentos para desalojar morcegos
Morcegos são animais silvestres protegidos por lei, sendo o manejo e/ou controle regulamentado pela Instrução Normativa do IBAMA nº141/2006. 
Algumas medidas podem ser tomadas para afugentar exemplares de telhados, caixas de persianas e/ou adentramento ocasional em residência:
Observar onde estão localizados os morcegos. A presença de suas fezes, chiados e ruídos, podem auxiliar na sua localização. 
Verificar os espaços abertos por onde os morcegos saem e entram nos edifícios e os horários nos quais isso ocorre (final da tarde/anoitecer). 
Vedar de modo permanente as demais aberturas existentes, deixando somente aquelas utilizadas pelos morcegos. 
Aguardar, no horário estabelecido, a saída dos morcegos e vedar essas aberturas com material provisório, permitindo a saída, no seu horário habitual, dos morcegos que tenham, eventualmente, permanecidos no abrigo na noite anterior. 
Após a saída dos remanescentes vedar, provisoriamente, e no dia seguinte, fechar definitivamente as aberturas de entrada e saída dos morcegos. 
Utilizar produtos de odor forte: naftalina, formol, pedra sanitária. 
Morcegos 
Adentramento ocasional em residências:
1. Mantenha a calma;
2. Lance um pano sobre o animal;
3. Com o auxílio de uma vassoura ou semelhante, coloque-o dentro de uma caixa de papelão, lata ou outro recipiente (furos para ventilação);
4. Envie o animal para o Posto de Saúde mais próximo para realizar exame de raiva.
Obs. NÃO capture animais com as mãos, pois a mordida é inevitável. Use sempre EPI´s (luvas, máscaras, botas de
borracha).
Morcegos
Morcegos hematófagos
Compreendem apenas três espécies, que estão restritas à América Latina :
Desmodus rotundus 
Diaemus youngi 
Diphylla ecaudata. 
Desmodus rotundos 
(sangue mamíferos) 
 
Diaemus youngi
(sangue aves)
Diphylla ecaudata
(sangue aves)
Morcegos
Características biológicas de morcegos hematófagos:
Olfato muito desenvolvido: atraído pelo odor das fezes dos bovinos distantes até 130m.
Demoram até 40 minutos para chegar em sua presa.
Atacam as presas quando sentem segurança.
Alimentam-se por até meia hora – 30ml de sangue por vez.
Após alimentação vão para as copas das árvores fazer a digestão.
Na falta de bovinos podem atacar o homem.
Morcegos
Características biológicas dos morcegos hematófagos:
 Os hematófagos formam colônias separadas de outras espécies de morcegos (não hematófagos). 
Não toleram a luz: possuem hábitos noturnos e habitam moradia escura (oco de árvores, cavernas, casas abandonadas, forros de casas). 
Visitam sempre a mesma vítima, reabrindo a ferida da noite anterior. 
Possuem substância anticoagulante na saliva e sugam o sangue com a língua (possuem um sulco na base da língua que possibilita a sucção do sangue). 
Possuem o hábito de lamberem uns aos outros.
Morcegos
Locais de preferência para sugar sangue:
Bovinos
Tabua do pescoço
Orelha
Focinho
Pregas anais e vulvares
Tetos e axilas
Morcegos
Locais de preferência para sugar sangue:
Equinos
Tabua do pescoço, orelha, 
base dos olhos, base da cauda.
Suinos
Orelhas, dorso, mamilos, focinho.
Caprinos
Tabua do pescoço, dorso, orelhas.
Morcegos
Locais de preferência para sugar sangue
Homem
Ponta do nariz
Orelha
Dedos
Couro cabeludo
Mordedura defensiva
(qualquer espécie)
Mordedura de alimentação
(só hematófagos)
Morcegos
Controle de Morcegos Hematófagos (Por que?)
Aspecto econômico: queda na produção de leite e carne; perda da qualidade do couro. 
 Aspecto sanitário: transmissão da raiva aos animais e ao homem; lesão da mordedura: porta de entrada para agentes infecciosos e predisposição para miíases. 
Morcegos
Morcegos
Métodos de controle restritivos: Não matam o morcego
Métodos que buscam evitar as agressões por morcegos hematófagos a animais e humanos, através de métodos físicos que funcionem como barreiras de proteção entre animais e os morcegos hematófagos. 
Uso de luz como meio de proteção contra o morcego hematófago
Uso de barreiras mecânicas (telas de arame com malhas finas)
Vantagens: 
Ecologicamente correto
Sem risco a saúde humana
Sem treinamento específico
Fácil realização
Desvantagem:
Restrito a pequenos rebanhos
Morcegos se adaptam a presença de luz
Morcegos
Métodos de controle seletivo: Elimina o morcego
Indireto: uso de substâncias anticoagulantes usadas nos animais “vítimas” ou sugados.
Anticoagulante tópico em mordeduras: warfarina 2%, veiculada em vaselina sódica, sobre feridas recentes e 3 cm ao redor. Único método seletivo indireto disponível no Brasil 
Vantagens:
Baixo risco a saúde humana
Boa eficiênciaEcologicamente correto
Baixo custo
Não requer treinamento
Desvantagens:
Rebanhos extensivos – dificuldade de obsrveção
Morcegos
Métodos de controle seletivo:
Direto: busca o controle da população de Desmodus rotundus, através da captura e do tratamento tópico, com produtos a base de anticoagulantes, dos morcegos capturados. O morcego, uma vez tratado, será solto para retornar ao abrigo e impregnar seus companheiros, que irão morrer após a ingestão do produto. 
 Anticoagulante tópico no morcego: Warfarina em pasta 
Morcegos
Métodos de controle seletivo:
Direto
Vantagens:
A cada 10 fêmeas capturadas – 100 mortas
Resposta rápida (3 a 7 dais nos tratados e 15 nos demais). 
Desvantagens:
Ecologicamente incorreto
Treinamento específico
Alto custo
Risco a saúde humana
Morcegos
Controle:  
Obrigado!
Médico Veterinário Guilherme Azevedo
Residente em Saúde Coletiva
Email: guilhermegamg@hotmail.com

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