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Controle de animais sinantrópicos de importância em saúde pública: Morcegos. Residente em Saúde Coletiva Guilherme da Silva Azevedo Objetivos da aula Conhecer a importância dos morcegos não hematófagos e hematófagos. Hábitos alimentares. Identificação de abrigos. Desalojamento. Características dos morcegos hematófagos. Métodos de controle. Morcegos Noções gerais Pertencem à Ordem Chiroptera (possui aproximadamente 1000 espécies). Únicos mamíferos com capacidade de voo, devido à transformação de seus braços em asas. Não toleram a luz: hábitos noturnos e moradia escura. Segundo maior transmissor da raiva aos seres humanos. Principal transmissor do vírus aos animais domésticos e silvestres. Também são benéficos ao homem. Morcegos Subordens Megachiroptera (raposas voadoras) Microchiroptera 1,70m de envergadura 2Kg de peso 10 a 80cm de envergadura 50 a 200g de peso Morcegos Hábitos alimentares: Grande variedade de tipos de alimentos: frutos, flores, insetos, pássaros, pequenos mamíferos e sangue. Insetívoros: representam 70% da população. Função ecológica importante (controle de pragas). Fitófagos (Frugívoros e Nectarívoros): São responsáveis pela polinização e dispersão de sementes de plantas e flores. Morcegos Carnívoros: alimentam-se de pequenos vertebrados - mamíferos, peixes, anfíbios, pequenos roedores e outros morcegos. Hematófagos: sangue de vertebrados (aves e mamíferos). Nos ecossistemas naturais, os morcegos hematófagos auxiliam no controle das populações de herbívoros. Morcegos Ecolocalização Os morcegos (microchiropteros) emitem ultra-sons pelas narinas ou pela boca, que ao encontrarem um obstáculo, retornam em forma de ecos captados pelos seus ouvidos, possibilitando sua orientação. Morcegos Reprodução São mamíferos: filhotes gerados no útero da mãe. Expectativa de vida varia de 10 a 30 anos. Qualquer época do ano (↑ quando ↑ alimento). Tempo de gestação: Insetívoros – 2 a 3 meses de gestação. Fitófagos – 3 a 5 meses de gestação. Hematófagos – 7 meses de gestação. Morcegos Abrigos Oferecem condições que permitam proteção, acasalamento, criação dos filhotes, e a digestão do alimento. Diurnos: repousam durante o dia, onde há ausência de luz. Internos – cavernas, fendas de rochas, edificações. Externos - folhagem, superfície de troncos de árvores. Morcegos Abrigos Noturnos: chamados de pouso noturno, ou digestório. No chão encontram-se restos de alimentos e fezes. Morcegos Áreas urbanas Homem: modifica o ambiente e oferece abrigo, água e alimento. Encontrados em maior número morcegos insetívoros e fitófagos (frugívoros e nectarívoros). Edificações urbanas servem de cavernas artificiais. Locais de predileção Insetívoros: dilatações dos prédios, caixas de persianas, chaminés. Nectarívoros: sótãos e porões. Frugívoros: telhados. Morcegos Identificação de abrigos Visualização de manchas de fezes e o odor característico causado por elas. Chiados e ruídos feitos pelos animais. Visualização dos animais em horários que saem do abrigo. RISCOS: Em grandes quantidades ocasionam rachaduras e apodrecimentos da madeira do forro. Transmissão da Raiva. Histoplasmose: Doença respiratória devido a inalação de partículas fúngicas presente nas fezes. Morcegos Procedimentos para desalojar morcegos Morcegos são animais silvestres protegidos por lei, sendo o manejo e/ou controle regulamentado pela Instrução Normativa do IBAMA nº141/2006. Algumas medidas podem ser tomadas para afugentar exemplares de telhados, caixas de persianas e/ou adentramento ocasional em residência: Observar onde estão localizados os morcegos. A presença de suas fezes, chiados e ruídos, podem auxiliar na sua localização. Verificar os espaços abertos por onde os morcegos saem e entram nos edifícios e os horários nos quais isso ocorre (final da tarde/anoitecer). Vedar de modo permanente as demais aberturas existentes, deixando somente aquelas utilizadas pelos morcegos. Aguardar, no horário estabelecido, a saída dos morcegos e vedar essas aberturas com material provisório, permitindo a saída, no seu horário habitual, dos morcegos que tenham, eventualmente, permanecidos no abrigo na noite anterior. Após a saída dos remanescentes vedar, provisoriamente, e no dia seguinte, fechar definitivamente as aberturas de entrada e saída dos morcegos. Utilizar produtos de odor forte: naftalina, formol, pedra sanitária. Morcegos Adentramento ocasional em residências: 1. Mantenha a calma; 2. Lance um pano sobre o animal; 3. Com o auxílio de uma vassoura ou semelhante, coloque-o dentro de uma caixa de papelão, lata ou outro recipiente (furos para ventilação); 4. Envie o animal para o Posto de Saúde mais próximo para realizar exame de raiva. Obs. NÃO capture animais com as mãos, pois a mordida é inevitável. Use sempre EPI´s (luvas, máscaras, botas de borracha). Morcegos Morcegos hematófagos Compreendem apenas três espécies, que estão restritas à América Latina : Desmodus rotundus Diaemus youngi Diphylla ecaudata. Desmodus rotundos (sangue mamíferos) Diaemus youngi (sangue aves) Diphylla ecaudata (sangue aves) Morcegos Características biológicas de morcegos hematófagos: Olfato muito desenvolvido: atraído pelo odor das fezes dos bovinos distantes até 130m. Demoram até 40 minutos para chegar em sua presa. Atacam as presas quando sentem segurança. Alimentam-se por até meia hora – 30ml de sangue por vez. Após alimentação vão para as copas das árvores fazer a digestão. Na falta de bovinos podem atacar o homem. Morcegos Características biológicas dos morcegos hematófagos: Os hematófagos formam colônias separadas de outras espécies de morcegos (não hematófagos). Não toleram a luz: possuem hábitos noturnos e habitam moradia escura (oco de árvores, cavernas, casas abandonadas, forros de casas). Visitam sempre a mesma vítima, reabrindo a ferida da noite anterior. Possuem substância anticoagulante na saliva e sugam o sangue com a língua (possuem um sulco na base da língua que possibilita a sucção do sangue). Possuem o hábito de lamberem uns aos outros. Morcegos Locais de preferência para sugar sangue: Bovinos Tabua do pescoço Orelha Focinho Pregas anais e vulvares Tetos e axilas Morcegos Locais de preferência para sugar sangue: Equinos Tabua do pescoço, orelha, base dos olhos, base da cauda. Suinos Orelhas, dorso, mamilos, focinho. Caprinos Tabua do pescoço, dorso, orelhas. Morcegos Locais de preferência para sugar sangue Homem Ponta do nariz Orelha Dedos Couro cabeludo Mordedura defensiva (qualquer espécie) Mordedura de alimentação (só hematófagos) Morcegos Controle de Morcegos Hematófagos (Por que?) Aspecto econômico: queda na produção de leite e carne; perda da qualidade do couro. Aspecto sanitário: transmissão da raiva aos animais e ao homem; lesão da mordedura: porta de entrada para agentes infecciosos e predisposição para miíases. Morcegos Morcegos Métodos de controle restritivos: Não matam o morcego Métodos que buscam evitar as agressões por morcegos hematófagos a animais e humanos, através de métodos físicos que funcionem como barreiras de proteção entre animais e os morcegos hematófagos. Uso de luz como meio de proteção contra o morcego hematófago Uso de barreiras mecânicas (telas de arame com malhas finas) Vantagens: Ecologicamente correto Sem risco a saúde humana Sem treinamento específico Fácil realização Desvantagem: Restrito a pequenos rebanhos Morcegos se adaptam a presença de luz Morcegos Métodos de controle seletivo: Elimina o morcego Indireto: uso de substâncias anticoagulantes usadas nos animais “vítimas” ou sugados. Anticoagulante tópico em mordeduras: warfarina 2%, veiculada em vaselina sódica, sobre feridas recentes e 3 cm ao redor. Único método seletivo indireto disponível no Brasil Vantagens: Baixo risco a saúde humana Boa eficiênciaEcologicamente correto Baixo custo Não requer treinamento Desvantagens: Rebanhos extensivos – dificuldade de obsrveção Morcegos Métodos de controle seletivo: Direto: busca o controle da população de Desmodus rotundus, através da captura e do tratamento tópico, com produtos a base de anticoagulantes, dos morcegos capturados. O morcego, uma vez tratado, será solto para retornar ao abrigo e impregnar seus companheiros, que irão morrer após a ingestão do produto. Anticoagulante tópico no morcego: Warfarina em pasta Morcegos Métodos de controle seletivo: Direto Vantagens: A cada 10 fêmeas capturadas – 100 mortas Resposta rápida (3 a 7 dais nos tratados e 15 nos demais). Desvantagens: Ecologicamente incorreto Treinamento específico Alto custo Risco a saúde humana Morcegos Controle: Obrigado! Médico Veterinário Guilherme Azevedo Residente em Saúde Coletiva Email: guilhermegamg@hotmail.com
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