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Prof. VITOR SOUZA DIREITO ADMINISTRATIVONoções Introdutórias I – REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO 1. INTRODUÇÃO: Conjunto de regras e princípios que disciplinam a vida em sociedade. Permite a coexistência pacífica dos seres em sociedade. Para fins didáticos, o direito é divido em dois grandes grupos: Público e Privado. a) Público: conjunto de regras e princípios que disciplinam a atuação do Estado, em sua atuação de persecução do interesse público, primário ou secundário. b) Privado: aquele que se preocupa coma a relações particulares, com as relações privadas. 2. DIREITO ADMINISTRATIVO: “Conjunto de normas (princípios e regras) que regem os órgãos e os agentes públicos disciplinando o exercício das atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. (Hely Lopes Meirelles). “Ramo do direito público que tem por objetivo os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). I - ESTADO - GOVERNO – ADMINISTRAÇÃO 1. ESTADO - ASPECTOS FUNDAMENTAIS NA FORMAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 1.1 – DEFINIÇÃO DE ESTADO: Podemos definir Estado sob dois aspectos distintos, mas que se correlacionam. a) Aspecto Sociológico: ente personalizado formado pelos elementos povo, território e governo soberano. Portanto, sociologicamente falando, o Estado é: São elementos do Estado: - Povo – elemento humano- Território – elemento físico, espacial;- Governo soberano – elemento político (não admite ingerência externa em seu território). b) Aspecto Jurídico: a pessoa jurídica de direito público (art. 40 e 41 do CC/2002), apresentando-se como sujeito de direitos e obrigações na ordem jurídica interna e nas relações internacionais com outros Estados. “Um povo fixado num território, de que é senhor, e que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade própria, órgãos que elaborem as leis necessárias à vida coletiva e que imponham a respectiva execução.” 1.2 - FORMAS DE ESTADO: baseia-se na organização política do território, ou seja, na distribuição do poder político em um determinado território. Seguindo-se a evolução da Teoria Geral do Estado, duas formas destacam-se: Com o passar do tempo, essa forma de Estado (Unitário Puro) sofreu alterações, evoluindo para acompanhar as complexidades decorrentes do aumento populacional e das relações sociais, de modo que, modernamente, vislumbra-se as concepções de Estado Unitário Desconcentrado e de Estado Unitário Descentralizado, como ocorre na Itália e na Espanha. Destacando que no Estado Unitário Descentralizado ocorre, apenas, descentralização administrativa. a) Estado Unitário / Simples:aquele no qual ocorre uma centralização política, ou seja, um único centro ou pólo de poder. QUESTÃO DE CONCURSO(CESPE – 2009 – ANATEL) Acerca dos órgãos públicos, julgue os itens seguintes. O Estado, como ente despersonalizado, tanto no âmbito internacional, como internamente, manifesta sua vontade por meio de seus agentes, ou seja, as pessoas jurídicas que pertencem a seus quadros. (CESPE/Técnico Administrativo/PA) o Estado brasileiro é um ente personalizado formado pelos elementos povo, território e governo soberano. (2016-CESPE-TRT - 8ª Região/PA e AP) A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado. b) O Estado é um ente despersonalizado. c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista. e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro. 5. (CESPE - 2013 - TCE-RO) Acerca do direito administrativo e do conceito de Estado, julgue o seguinte item. O Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, mas também internamente, como pessoa jurídica de direito público capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. (2015-CESPE-MPOG) A respeito das noções de Estado, governo e administração pública, julgue o item a seguir. Povo, território e governo compõem os três elementos constitutivos do conceito de Estado. b) Federado/Composto: aquele no qual há uma descentralização política, isto é, existe mais de um centro de poder. Ocorre uma distribuição geográfica do poder político. Haverá um ente soberano (o Estado) e outros entes dotados de autonomia. Esses entes dotados de autonomia compõem a federação. CF/88. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Interesse Local: MunicípiosInteresse Regional: EstadosInteresse Geral: União•DF* Entes Pólíticos A AUTONOMIA DOS ENTES FEDERATIVOS BASEIA-SE: - Auto-organização: possuem Constituição própria. - Autogoverno: capacidade eleger seus próprios dirigentes. - Autoadministração: capacidade de administrar seus próprios quadros, prestar seus próprios serviços e tenham receitas próprias. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. CURISIODADECARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO STF Senado e dos Municípios 1.3 - PODERES DE ESTADO: Concepção da expressão PODER: a) Soberania: atributo do Estado, cujo titular é o POVO. Nesse aspecto, o PODER (POLÍTICO) é uno e indivisível. CF/88. Art. 1º. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. b) Órgãos do Estado: estrutura por meio do qual o Estado exerce suas funções: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Tripartição, ou seja, separação que se dá em razão da necessidade de exercício de diversas funções pelo Estado: Legislativa, Executiva e Legislativa. Cada um dos Poderes exerce uma das função três como sendo a sua típica/principal. Porém, poderá exercer as demais funções atipicamente (função secundária). FUNÇÕES DO ESTADO: a) Função Legislativa: Típica do Poder Legislativo, que pode inovar o ordenamento jurídico, revogando lei vigente e criando a nova lei. Disciplina situações em abstrato, tendo repercussão geral, erga omnes. Via de regra, independe de provocação, ou seja, é função direta, sendo que o próprio legislador tem iniciativa para exercê-la. b) Função Judiciária: Típica do Poder Judiciário. Consiste na aplicação coativa da lei. Trata-se de atuação concreta e de repercussão individual. É função indireta, pois depende de provocação (Princípio da Inércia). A principal característica da função judiciária é a chamada IMUTABILIDADE, ou seja, definitividade, impossibilidade de modificação, também conhecida como coisa julgada. c) Função Executiva: Típica do Poder Executivo. É a atividade exercida de forma concreta e, normalmente, individual. Independe de provocação, ou seja, trata-se de função direta e não produz imutabilidade jurídica. FUNÇÕES DO ESTADO PODER \ FUNÇÃO TÍPICA ATÍPICA EXECUTIVO (Presid + Govern + Prefeituras) ADMINISTRAR . Legislar - Ex, Art. 62.. Julgar – Ex: CARF*. LEGISLATIVO (CongNac+ Ass. Leg + CâmMun) LEGISLARFISCALIZAR . Julgar: Ex, Art. 52, I. Admin – Ex, Art. 37 + XXI JUDICIÁRIO JULGAR . Legisl. – Ex, Art. 96, a) e f). . Admin. – Ex, art. 37 e outros. * Conselho Administrativo de RecursosFiscais - criado pela MP nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941/2009: solução dos litígios tributários. 2 - GOVERNO:O objetivo do Estado é alcançar o bem estar social e atender as necessidades da coletividade. Para tanto, precisa expressar-se por meio de um grupo de pessoas, escolhido/destacado dentre os demais e que trabalha pela consecução dos objetivos do Estado – o GOVERNO. Portanto, o termo governo é utilizado para destacar as pessoas ou órgãos responsáveis por comandar, coordenar, dirigir e fixar objetivos, planos e diretrizes de atuação do Estado. Para que o Estado seja independente o GOVERNO tem que ser SOBERANO. Soberania nada mais é do independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna. 2.1 - SISTEMAS DE GOVERNO: é o modo como se dá a relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo no exercício de suas funções governamentais. b) Parlamentarista: Há uma predominante colaboração entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo o chefe de Estado é um presidente ou um monarca, e o chefe de governo é um primeiro-ministro ou um conselho de ministros. a) Presidencialista: Predomina o princípio da divisão dos Poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si. Opresidente é ao mesmo tempo chefe de Estado (representa seu país fora) e chefe de governo (representante dentro do país). 2.2 - FORMAS DE GOVERNO: refere-se à forma como ocorre a instituição e transmissão do Poder, bem como se efetiva a relação entre governantes e governados.a) Monarquia. b) República. A assunção do Poder se dá pelo critério do sangue, ou seja, pela hereditariedade, sendo também caracterizada pela vitaliciedade e pela não responsabilização do monarca (não precisa prestar contas). A assunção do Poder se dá pelo critério da paridade (entre os pares –qualquer do povo), ou seja, pela eletividade, sendo ainda caracterizada pela transitoriedade do Poder e pela responsabilização do governante (tem que prestar contas, pois a coisa é pública). CURIOSIDADE – Cláusula Pétrea - FORMA DE ESTADO FEDERADO - FORMA E SISTEMA DE GOVERNO: Cédula eleitoral de 1993 –Consulta plebiscitária nacional (forma e sistema de governo) CF/88. Art. 60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico;III - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais. QUESTÃO DE PROVA (CESPE - 2012 - IBAMA - Técnico Administrativo) Com relação à administração pública e ao meio ambiente, julgue os próximos itens.O presidente da República possui atribuições de chefe de Estado e de chefe de governo. Como chefe de governo, representa a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. (CESPE - 2013 - MS - Analista Técnico -Administrativo) Acerca de Estado, governo e administração, julgue os itens a seguir.A tripartição de funções é absoluta no âmbito do aparelho do Estado. (2014-CESPE-TJ-CE) No que se refere ao Estado, governo e àadministração pública, assinale a opção correta. a) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na sociedade e na economia. b) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe de governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo. c) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa. d) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito àatividade administrativa exercida pelas pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa. e) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas as atividades executivas, legislativas e judiciais. 3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Em sentido amplo, refere-se a todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando àsatisfação das necessidades coletivas.É o conjunto de pessoas, poderes e órgãos instituídos para que o GOVERNO possa realizar suas competências a atribuições – GESTÃO. É a estrutura, a máquina administrativa. É O INSTRUMENTAL DE QUE DISPÕE O ESTADO PARA POR EM PRÁTICA AS DECISÕES DO GOVERNO. Dentre as funções estatais, a função administrativa é atividade típica do Poder Executivo. Mas pode ser, atipicamente, desempenhada pelos demais Poderes do Estado (Poder Legislativo e Poder Judiciário). ASPECTOS CONCEITUAIS: Tema recorrente nos concursos públicos é a análise dos aspectos conceituais de ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. b) NO ASPECTO MATERIAL OU OBJETIVO: a administração pública deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado, ou melhor, a função administrativa: Poder de Polícia, Contratação, licitação etc. a) NO ASPECTO FORMAL, ORGÂNICO OU SUBJETIVO:Entidades, órgãos e agentes que compõem a estrutura Estatal. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Julgue os itens a seguir, que versam sobre organização administrativa. Administração pública, em sentido objetivo ou material, consiste no conjunto de órgãos, agentes e pessoas jurídicas instituídas para a consecução dos objetivos do governo. (FCC - 2010 - Casa Civil-SP) Administração Pública em seu sentido subjetivo compreendea) o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas. b) a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses privados. c) aquelas atividades exercidas pelo conjunto dos órgãos que possuem personalidade jurídica própria e autonomia administrativa relativa. d) as entidades com personalidade jurídica própria, que foram criadas para realizar atividades descentralizadas. e) as atividades exclusivamente executadas pelo Estado, por seusórgãos e agentes, com base em sua função administrativa. 2. (ESAF/2009) Em seu sentido subjetivo, o estudo da Administração Pública abrange: a) a atividade administrativa. FALSO – Sentido objetivo b) o poder de polícia administrativa. FALSO – é também atividade / objetivo c) as entidades e órgãos que exercem as funções administrativas. CORRETA d) o serviço público. FALSO – é também atividade / objetivo e) a intervenção do Estado nas atividades privadasFALSO – é também atividade / objetivo (2013 - MPE-ES) No sentido objetivo, material ou funcional, a expressão Administração Pública compreende: a) os entes que exercem a atividade administrativa. b) as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a atividade administrativa. c) os órgãos administrativos e os órgãos governamentais. d) em sentido estrito, apenas os órgãos administrativos. e) a natureza da atividade exercida pelos entes que realizam a atividade administrativa. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRATIVA PÚBLICA A definição das pessoas que compõem a administração indireta segue um critério formal, ou seja, o rol de pessoas jurídicas da administração indireta édefinido pela lei (Decreto-Lei 200/67), e sua classificação é feita com base na natureza da função desempenhada – Código Civil / 2002 e Dec-Lei 200/67. ADMINISTRAÇÃO DIRETA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA UNIÃO ESTADOS DISTRITO FEDERAL MUNICÍPIOS AUTARQUIAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS EMPRESAS PÚBLICAS SOC. DE ECONOMIA MISTA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (CESPE-2016-INSS) Conforme o Decreto n.º7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social, assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social. Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e indireta. O INSS integra a administração direta do governo federal, uma vez que esse instituto é uma autarquia federal vinculada ao MPS Conforme o Decreto n.º 7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidadepromover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social, assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social. Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e indireta.O INSS integra a administração direta do governo federal, uma vez que esse instituto é uma autarquia federal vinculada ao MPS. II - REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO: DOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVOA Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público. Em regra, quem define o regime a que se submete a Administração Pública é a Constituição Federal ou a lei. A expressão regime jurídico da Administração Pública éutilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. Di Pietro aponta que a expressão REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Resume a referida doutrinadora o regime administrativo em duas palavras apenas: PRERROGATIVAS e SUJEIÇÕES. (CESPE - 2014 - TJ-CE) Com relação aos princípios que fundamentam a administração pública, assinale a opção correta. a) Pelo princípio da autotutela, a administração pode, a qualquer tempo, anular os atos eivados de vício de ilegalidade. b) O regime jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras e princípios que norteia a atuação do poder público e o coloca numa posição privilegiada. c) A necessidade da continuidade do serviço público é demonstrada, no texto constitucional, quando assegura ao servidor público o exercício irrestrito do direito de greve. d) O princípio da motivação dos atos administrativos, que impõe ao administrador o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito que determinam a prática do ato, não possui fundamento constitucional. e) A publicidade marca o início da produção dos efeitos do ato administrativo e, em determinados casos, obriga ao administrado seu cumprimento. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA José Cretella Júnior nos indica que PRINCÍPIOS “são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência”. O regime jurídico apresenta um conjunto de princípios que, guardando entre sim uma correlação lógica, que são aplicáveis aos órgãos e entidades que compõem a administração pública, bem como à atuação dos agentes administrativos. São princípios orientadores de toda atividade administrativa, podendo ser encontrados, explícita ou implicitamente, no texto constitucional ou nas diversas leis que compõem o regime jurídico administrativo. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO Notadamente, o art. 37 da CF/88 enumera diversos princípios que devem ser observados, obrigatoriamente, não só pelo Poder Executivo, mas por todos os Poderes, bem como por toda a Administração Pública Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Analisaremos vários dos princípios que compõem o regime jurídico administrativo, sem, no entanto, esgotar por completo, pois o entendimento de alguns será melhor desenvolvido no estudo de institutos que virão adiante, exemplo, princípios ligados à prestação dos serviços públicos, licitação etc. Os princípios do regime jurídico administrativo se subdividem em três grupos: a) Supraprincípios do Direito Administrativob) Princípios Constitucionalmente Expressos / explícitos:c) Princípios Reconhecidos, Implícitos e Infraconstitucionais 1.1. SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Chamados de PEDRAS DE TOQUE (Celso Antonio Bandeira de Mello). Estão na base, no alicerce do direito administrativo: a) supremacia do interesse público; b) indisponibilidade do interesse público. No eventual conflito entre o interesse particular e o interesse público, este deve prevalecer. A existência de vida em sociedadedepende, precipuamente, da existência de uma supremacia do interesse público. Trata-se de princípio implícito, não grafado expressamente no texto constitucional, mas que decorre da estruturação e instituições adotadas pelo ordenamento jurídico do Brasil, estando presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública. 1.1 - PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: Inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua atuação, determinando privilégios, ou melhor, prerrogativas jurídicas e um patamar de superioridade ao interesse público, criando uma desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados, uma vez que a primeira é quem em regra labuta em nome do interesse público. Na lição de José dos Santos, “as atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim último de sua atuação deve ser voltado para o interesse público.” Alexandre Mazza complementa ensinando que “significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. A outorga dos citados poderes projeta a Administração Pública a uma posição de superioridade diante do particular. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1) NÃO É SUPREMACIA DO ADMINISTRADOR NEM DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA. A SUPREMACIA É DO INTERESSE PÚBLICO.Exemplos de prerrogativas: a) Poder de Polícia: que permite à Administração frenar, limitar a atuação do particular em nome do interesse público. b) Imperatividade de ALGUNS atos administrativos: o Poder Público quando limita a velocidade de veículos em determinada via pública, que se violada permite ao Poder Público aplicar multa. Situações excepcionais – urgências e expressamente autorizadas por lei. c) Proteção de bens públicos, que são impenhoráveis; d) Intervenção na Propriedade: requisição, desapropriação etc. e) Cláusulas exorbitantes em contratos administrativos: - Em nome do Princípio da Supremacia, a Administração pode quase tudo, menos dispor do interesse público. 2) O Prof. ALEXANDRE MAZZA adverte: Os dois supraprincípiossão princípios relativos, e não absolutos. Assim, não existe supremacia absoluta do interesse público sobre o privado, nem indisponibilidade absoluta dos interesses públicos. 2. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO:Limitação imposta à Administração no sentido de que o interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador, que exerce a sua função gerenciando a coisa pública, devendo, pois, atuar nos limites da lei, sendo-lhe imposto o dever de prestar contas. A Administração e seus agentes estão a cuidar de bens e interesses públicos que lhe não pertencem à Administração, cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los em nome da coletividade. Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo destacam que “o dever de prestar contas decorre diretamente do princípio da indisponibilidade do interesse público, sendo inerente à função do administrador público, mero gestor de bens e interesses alheios, vale dizer, do povo.” Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, "significa que sendo interesses qualificados como próprios da coletividade - internos ao setor público - não se encontram à livre disposição de quem quer que seja, por inapropriáveis. O próprio órgão administrativo que os representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los -o que é também um dever -na estrita conformidade do que dispuser a intentio legis". 3.2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONALMENTE EXPRESSOS / EXPLÍCITOS Art. 37. A administraçãopública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 3.2.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:A atividade administrativa fica condicionada à observância da lei, significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, O ADMINISTRADOR SÓ PODE FAZER O QUE A LEI AUTORIZA E DETERMINA. O administradornão pode criar regra nova. Critério de subordinação à lei. OBSERVAÇÃO - LEGALIDADE E O PARTICULAR: CF/88. Art. 5º. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Marçal Justen Filho ressalta que: "O princípio da legalidade está abrangido na concepção de democracia republicana. Significa a supremacia da lei (expressão que abrange a Constituição), de modo que a atividade administrativa encontra na lei seu fundamento e seu limite de validade.” O PARTICULAR PODE TUDO, SALVO O QUE ESTIVER VEDADO EM LEI. Critério de não contradição à lei. Prevalece o Princípio da Autonomia das Vontades. 3.2.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE: A doutrina indica que pode ser observados sob dois aspectos: a) primeiramente, indicar que o agente público está impedido de considerar quaisquer inclinações e interesses pessoais (interesses próprios ou de terceiros), devendo sempre ter como objetivo o interesse público. - VEDA PRIVILÉGIOS, FAVORITISMOS OU DISCRIMINAÇÕES. Ainda nesse aspecto, José dos Santos indica que o referido princípio “objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma faceta do princípio da isonomia”. Hely Lopes Meirelles correlacioana a IMPESSOALIDADE a um velho princípio do regime jurídico administrativo, a FINALIDADE:“o princípio da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal” b) também indica vedação a que o servidor se promova às custas das realizações da Administração Pública. O ATO ADMINISTRATIVO NÃO É DO AGENTE E SIM DA PESSOA JURÍDICA. CF/88. Art. 37. § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. DICA: O ATO ADMINISTRATIVO NÃO É DO AGENTE E SIM DA PESSOA JURÍDICA. Daí também decorre a ideia da IMPUTAÇÃO DIRETA / Teoria do Órgão – os atos são imputados à própria Administração, e não a quem os praticou. (2015-FCC-MPE/PB) A sistemática dos precatórios judiciais estáprevista no artigo 100 da Constituição Federal que dispõe: Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. O citado dispositivo constitucional constitui cristalina aplicação do princípio da a) presunção de veracidade. b) publicidade. c) motivação. d) supremacia do interesse privado. e) impessoalidade. (FCC - 2014 - TCE/GO) Um dos princípios básicos da Administração pública, além de consagrado explicitamente na Constituição Federal, quando trata dos princípios que norteiam a atuação administrativa, também consta implicitamente ao longo do texto constitucional, como por exemplo, quando a Carta Magna exige queo ingresso em cargo, função ou emprego público dependerá de concurso público, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. Do mesmo modo, ao estabelecer que os contratos com a Administração direta e indireta dependerão de licitação pública que assegure igualdade de todos os concorrentes. Trata-se do princípio da a) proporcionalidade. b) publicidade. c) eficiência. d) motivação. e) impessoalidade. Considere que Platão, prefeito de município da Federação, após assumir seu mandato de prefeito no ano de 2013, resolveu praticar remoção do servidor público Aristóteles, da zona urbana para rural, com a finalidade de puni-lo, devido ao fato de Aristóteles ter apoiado seu adversário político durante o período de campanha eleitoral. O referido ato praticado pelo prefeito Platão desrespeita o seguinte principio:a) Legalidadeb) Eficiênciac) Continuidade do Serviço Públicod) Publicidadee) Impessoalidade 3.2.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA: impõe ao administrador uma atuação de estrita OBSERVÂNCIA DE PADRÕES ÉTICOS, DE BOA-FÉ, DE LEALDADE, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração Pública. Intimamente relacionado com ideia de honestidade. Lei 9.784/99. Art. 2º, p.u.IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; Fernanda Marinella ressalta que: “O princípio da moralidade administrativa não se confunde com a moralidade comum. Enquanto a última preocupa-se com a distinção entre o bem e o mal, a primeira é composta não só por correção de atitudes, mas também por regras de boa administração, pela idéia de função administrativa, interesse do povo, de bem comum. Moralidade administrativa está ligada ao conceito de bom administrador”. DICA: O princípio jurídico da moralidade administrativa impõe o dever respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade – torna jurídica a exigência de uma boa administração. OBSERVAÇÃO - NEPOTISMO Qualquer pessoa pode ocupar cargo comissão, salvo os caso previstos na Súmula Vinculante 13 do STF (proibição do nepotismo): Súmula Vinculante 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. a) DIVULGAÇÃO OFICIAL / PUBLICAÇÃO: Necessidade de divulgação dos atos dos agentes públicos para conhecimento e cumprimento, além de ser condição de eficácia de vários atos administrativos. A princípio, todos os atos dos agentes públicos devem ser publicados, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou em caso de interesses superiores da Administração Pública, que serão preservados em processo previamente declarado sigiloso. Lei 9.784/99. Art. 2ºV - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; CF/88. Art. 39.§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. 3.2.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: Exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, dando-se aos administrados amplo acesso às informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral. Também é princípio que pode ser analisado sob dois aspectos: publicação e transparência b) TRANSPARÊNCIA NO EXERCÍCIO DAFUNÇÃO PÚBLICA: CF/88. Art. 5º. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelascujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Lei 12.527/2011. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; São INSTRUMENTOS CONCRETIZADORES do Princípio da Publicidade: a) o direito de petição, pelo qual os indivíduos podem dirigir-se aos órgãos administrativos para formular qualquer tipo de postulação (art. 5º, XXXIV, "a", CF); b) as certidões, que, expedidas por tais órgãos, registram a verdade de fatos administrativos, cuja publicidade permite aos administrados a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas situações (art. 5º, XXXIV, "b", CF); c) a ação administrativa ex officio de divulgação de informações de interesse público. (FCC - MANAUSPREV - 2015 - Regime jurídico administrativo) A publicidade e a transparência permitem o acompanhamento e a participação dos administrados na gestão pública, o que éconvergente com os princípios do Estado Democrático de Direito. Em razão disso a) permitem aos administrados o controle e revisão da atuação da Administração, desde que de forma indireta. b) se prestam não só a garantir a participação dos administrados, como viabilizar que seja feito controle direto ou indireto da gestão. c) preterem o princípio da legalidade, de modo que não pode haver expressa previsão de lei afastando a publicidade ou a transparência. d) podem ser considerados princípios absolutos, em especial em razão da positivação da transparência, não podendo ser afastados. e) representam medida de controle externo da Administração direta, vedada sua aplicação às empresas estatais. (2014-IDECAN-HC-UFPE) Sobre o tema Princípios do Direito Administrativo, marque a alternativa INCORRETA.a) Adota-se o princípio da moralidade administrativa, que não se confunde com a moralidade comum. b) O princípio da supremacia do interesse público determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular. c) O princípio da especialidade decorre da centralização administrativa. Por ele, os servidores devem praticar os atos previstos em lei e a eles atribuídos especificamente. d) Diferentemente do direito privado, no Direito Administrativo o princípio da legalidade significa que o administrador só pode fazer aquilo que a lei autoriza ou determina. e) O princípio da eficiência não constava expressamente da Constituição da República Federativa do Brasil quando de sua promulgação, sendo incluído por emenda constitucional. 3.2.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA: Princípio introduzido no Texto Constitucional por meio da EC Nr 19/98. No entanto, esse princípio já estava expresso no art. 7º da Lei 8.987/95. Consiste na busca de resultados práticos de qualidade, de produtividade, de economicidade, a fim de não desperdiçar dinheiro público e de alcançar, também no serviço público, o rendimento típico da iniciativa privada, sendo que aqui o lucro édo povo. Tem como pressupostos a plena satisfação dos administrados e o menor custo para a sociedade. “O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”. Esse Princípio trouxe uma série de conseqüências, ou melhor, repercussões no serviço público: 1ª) Requisitos para aquisição da Estabilidade: a) Aprovação em Cargo Público; b) Nomeação em cargo efetivo; c) Três anos de exercício de serviço; d) Aprovação em avaliação especial de desempenho. 2ª) Requisitos para perda da Estabilidade: CF/88. Art. 41. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa 3ª) Racionalização da Máquina Administrativa: princípio aqui é visto sob o prisma da economicidade, a fim de não desperdiçar dinheiro público: a) Contrato de gestão das agências executivas (art. 37, § 8º, da CF): para ampliação de sua autonomia órgãos ou entidades e fixação de metas de desempenho. b) Parcerias da Administração Pública: variados instrumentos de cooperação entre a Administração e particulares para aumento da qualidade e eficiência nas atividades públicas, tais como: - parcerias público-privadas (Lei n. 11.079/2004), - concessões e permissões de serviço público (Lei n. 9.897/99), - termos de parceria firmados com organizações da sociedade civil de interesse público (9.790/99), - contratos de franquia etc. (2016-SUGEP-UFRPE) De acordo com a Constituição Federal, em seu Art. 37, a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deverá obedecer aos princípios de: a) transparência, respeito, legalidade, impessoalidade e moralidade. b) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. c) impessoalidade, legalidade, publicidade, eficiência e respeito. d) ética, respeito, transparência, legalidade e impessoalidade. e) moralidade, transparência, ética, eficácia e eficiência. (2016-CESPE-PC-PE) Considerando os princípios e fundamentos teóricos do direito administrativo, assinale a opção correta. a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa jurídica de direito privado, não integram a administração indireta. b) Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para outra, ao passo que descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, em razão da sua organização hierárquica. c) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que não estiver expressamente proibido pela lei.d) A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exerçam função administrativa. e) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o ingresso de ação judicial no Poder Judiciário para questionar ato do poder público é condicionado ao prévio exaurimento da instância administrativa. 5.3. Princípios Implícitos ou Reconhecidos e Infraconstitucionais: É possível encontrarmos princípios administrativos implícitos, ou outros esparsos no texto constitucional voltados à atuação estatal de modo amplo, que podem ser aplicados, também, à Administração Pública, tais como ampla defesa. Exemplos: 1) Princípio da Participação:Art. 37. § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 2) Princípios do Contraditório e da Ampla DefesaArt. 5º. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 3) Princípios Infraconstitucionais: Lei 9.784/99. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 3.3.1. PRINCÍPIO DA ISONOMIA: A doutrina aponta-nos que a ISONOMIA se apresenta no tratamento dos iguais de forma igual e dos desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. A norma constitucional vigente veda,em princípio, o tratamento discriminatório. CF/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, àliberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; No entanto, a própria constituição apresenta situações em que se fomenta o tratamento diferenciado. CF/88. Art. 39. § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 3.3.1. PRINCÍPIO DA ISONOMIA: Alexandre Mazza destaca que: “a chave para investigar a compatibilidade de um tratamento desigual, diante do princípio da isonomia, está na verificação de que o fator de discriminação (idade, sexo, tempo de serviço, período de experiência, nível de escolaridade) é coerente com a diferenciação realizada e com os princípios fundamentais protegidos pelo ordenamento. Em outras palavras, deve haver justa razão explicando a distinção perpetrada. Como dito anteriormente, a própria constituição fomenta, em alguns casos o tratamentos diferenciado, discriminatório, como o que o ocorre em relação às microempresas e empresas de pequeno porte CF/88. Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. PRINCÍPIO DA ISONOMIA: A doutrina entende que se apresenta no tratamento dos iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. Verificação do fator de discriminação, devendo o mesmo estar compatível com o objetivo da norma. Havendo incompatibilidade, incorreráofensa ao Princípio da Isonomia. IGUALDADE x ISONOMIA 3.3.2. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE Objetiva aferir a compatibilidade entre os meios empregados e osfins desejados na prática de um ato administrativo, para se buscar um justo equilíbrio entre os meios empregados (adequação: ato efetivamente apto a atingir os objetivos pretendidos) e os fins a serem alcançados. 3.3.2.1 – PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: Exige-se que o administrador haja de forma coerente, equilibrada. Não pode o administrador, a pretexto de cumprir a lei, agir de forma despropositada ou tresloucada, desarrazoadas, incoerente, devendo-se manter um padrão razoável. Como leciona Mazza, “Impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso. Não basta atender à finalidade pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público deve ser atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade”. Princípio de meio - instrumento para se alcançar um resultado proporcional. Já era previsto na Lei 9.784/99. Passou a ser expresso no texto constitucional com a EC nº 45, no que se refere àduração de processos, onde se mostra INTIMAMENTE RELACIONADO ÀIDEIA DE EFICIÊNCIA. Lei 9.784/99. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. CF/88. Art. 5º.LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 3.3.2.2 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE: Equilíbrio entre a extensão e a gravidade da medida adotada. Por meio deste, exige-se equilíbrio entre o sacrifício imposto ao interesse de alguns e a vantagem geral obtida, de modo a não tornar excessivamente onerosa a prestação. Alguns autores entendem que este princípio está embutido na razoabilidade. O Princípio da Proporcionalidade está implícito na Constituição. Porém, está expresso, no art. 2º da Lei 9.784/99. Art. 2º. VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; Tem o objetivo de coibir excessos, por meio da aferição da compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar restrições desnecessárias ou abusivas. José dos Santos aponta que a proporcionalidade deve revestir-se de tríplice fundamento: a) adequação: o meio empregado deve ser compatível com o meio o fim colimado; b) exigibilidade: a conduta deve ter-se por necessária, não havendo outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim público; c) proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem alcançadas superam as desvantagens. Portanto, como a busca de uma atuação arrazoada, de consequente resultado proporcional, decorre de imposição legal (art. 2º da Lei 9.784/99), pode-se afirmar que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, são formas indiretas de se analisar a validade do ato administrativo, o que pode ensejar, pois, diante da violação desses princípios a anulação do mesmo. Lei 9.784/99. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 3.3.3. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS: O serviço público tem que ser prestado de forma contínua e ininterrupta, de forma adequada, sem interrupções, evitando-se colapso e prejuízos nas atividades particulares. Para Celso Antônio decorre da exigência da obrigatoriedade da prestação de serviço público. A interrupção só seria possível nos casos de inadimplência do usuário, nos termos do § 3º do art. 6º da Lei 8.987/95. Lei 8.987/95Art. 6º. § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. CURIOSIDADE – DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIOa) o direito de greve dos servidores públicos será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica (art. 37, VII, da CF); b) restrição à aplicabilidade da exceptio non adimpleticontractus, pois o contratado só pode interromper a execução do contrato após permanecer noventa dias sem receber a remuneração (art. 78, XV, da Lei n. 8.666/93); c) possibilidade de intervenção na concessionária para garantia de continuidade na prestação do serviço (art. 32 da Lei n. 8.987/95); d) ocupação provisória de bens, pessoal e serviços para garantia de serviços essenciais (art. 58, V, da Lei n. 8.666/93); e) reversão de bens do concessionário indispensáveis àcontinuidade do serviço (art. 36 da Lei n. 8.987/95); f) encampação do contrato de concessão mediante a retomada do serviço pelo concedente (art. 37 da Lei n. 8.987/95); g) suplência, delegação e substituição de servidores públicos (Lei n. 8.112/90). 3.3.4. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA: Possibilidade que tem a Administração de rever os seus próprios atos para anulá-los quando ilegais ou revogá-los quando inconvenientes. Lei 9.784/99Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. - Súmulas 346 e 473 do STF. Súmula 473A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDOEIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. LIMITE TEMPORAL - Lei 9.784/99Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 3.3.5. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E DE VERACIDADE Indicam a presunção de que os atos administrativos são realizados em conformidade com as normas legais e morais, e, ainda, está de acordo com a verdade dos fatos. Todo ato administrativo épresumidamente legítimo e fundado na verdade, até que se prove o contrário. Traz como conseqüência jurídica, a aplicação imediata dos atos administrativos. No entanto, trata-se de presunção relativa (iuris tantum), ou seja, admite prova em contrário. Lei 9.784/99 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 3.3.6. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA: Também chamado de Princípio da Boa-féou Princípio da Proteção à Confiança, tem adquirido contornos de grande destaque e relevância na doutrina moderna, sendo indicativo de que, não obstante o princípio da legalidade impor ao administrador os limites que norteiam a atuação estatal, deve haver a busca pela estabilidade e certeza das relações jurídicas. O Prof. José dos Santos Carvalho Filho aponta-nos que os institutos da prescrição e da decadência “são fatos jurídicos através dos quais a ordem jurídica confere destaque ao princípio da estabilidade das relações jurídicas, ou, como se tem denominado atualmente, ao princípio da segurança jurídica”. Pode ser analisado sob dois aspectos – objetivo e subjetivo a) Sentido objetivo: traduz o ideal de certeza jurídica, limitando a aplicação retroativa de nova norma, ou de nova interpretação desta, que prejudiquem direito adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa julgada. CF/88. Art. 5º. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Lei 9.784/99. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Lei 9.784/99 (Processo Administrativo). Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. b) Sentido subjetivo: Originário do direito alemão e traduz a ideia de proteção à confiança legítima, impondo uma atuação fundada na boa-fé, na coerência, lealdade. Voltado à garantia de estabilidade, de ordem, de previsibilidade e, consequentemente, paz social. A doutrina e jurisprudência têm admitido que em nome da proteção àconfiança, é possível, excepcionalmente, a manutenção de atos administrativos ilegais. Mas a doutrina apresenta outras manifestações do presente princípio, tais como, o dever de nomeação de candidato aprovado em concurso dentro das vagas indicadas no edital etc. Lei 9.784/99. Art. 2º .XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 3.3.7. PRINCÍPIO DA GARANTIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA: CF/88. Art. 5º. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Lei 9.784/99. Art. 2º. X - garantia dos direitos à comunicação, àapresentação de alegações finais, à produção de provas e àinterposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; Art. 3º. II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 3.3.7.1. GARANTIA DO CONTRADITÓRIO: Chamamento dos acusados, no processo administrativo, para a produção de cada prova, com a faculdade de apresentar quesitos e formular perguntas. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. 3.3.7.2. GARANTIA DA AMPLA DEFESA: permitir a qualquer pessoa acusada o direito de se utilizar de todos os meios de defesa admissíveis em direito. Art. 27. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 5.3.8. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: Impõe-se à Administração Pública o dever de indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões, isto é, justificar a prática do ato apresentando os pressupostos que determinaram a prática do ato. É mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da Administração Pública. Quanto à sua obrigatoriedade, há divergência na doutrina. Alguns defendem a ideia de que a Motivação só seria obrigatória nos casos previstos em lei. Mas para a doutrina majoritária, a motivação é obrigatória, exceto nos caso de inviabilidade no nos casos de expressa dispensa legal. Tal obrigatoriedade encontra fundamento em vários dispositivos do texto constitucional, tais como: Constituição Federal / 88Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:II - a cidadania;Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 5º. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Além do texto constitucional, o dever de motivar os atos administrativos encontra fundamento no em norma infraconstitucional. Lei 9.784/99. Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;V - decidam recursos administrativos;VI - decorram de reexame de ofício;VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;VIII -importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. SUPER DICA: MOTIVAÇÃO ALIUNDE ou PER RELATIONEM A motivação aliunde ou per relationem: aquela indicada fora do ato, consistente em concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. Lei 9.784/99. Art. 50.§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (2015 - FCC - TRT / 6ª Região -PE) Acerca dos princípios informativos da Administração pública, considere:I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no mercado. II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração. III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional no 19/1998, aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e indireta. Está correto o que consta APENAS ema) III.b) I e II.c) II e III.d) I (Técnico Ministerial - PGJ/CE - FCC/2013) Determinado administrado formulou requerimento administrativo perante a Administração Pública pleiteando o fornecimento de remédio. Contudo, passados quase cinco meses do requerimento, a autoridade competente não tinha analisado o pedido, o que ensejou a propositura de ação judicial. O caso narrado evidencia a violação ao seguinte princípio do Direito Administrativo:(A) eficiência. (B) especialidade. (C) tutela. (D) autotutela. (E) publicidade. (2009-FCC-TRT - 7ª Região /CE) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere:I. O princípio da publicidade é absoluto, no sentido de que todo ato administrativo, sem exceção, deve ser publicado. II. O princípio da impessoalidade tem dois sentidos: um relacionado à finalidade, no sentido de que ao administrador se impõe que só pratique o ato para o seu fim legal; outro, no sentido de excluir a promoção pessoal das autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas. III. Por força do princípio da segurança jurídica não é possível retroagir interpretação de lei a casos já decididos com base em entendimento anterior. IV. A necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas, é consequência do princípio da eficiência. É correto o que se afirma APENAS ema) I e IV.b) I e III.c) I e II.d) II e III.e) III e IV. (2014-FCC-TC/RS) Os princípios que regem a Administração públicaa) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta.b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta.c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante.d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos.e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos. (2014-FCC-TCE/PI) A Administração pública se sujeita a princípios na execução de suas funções, expressamente consagrados na Constituição Federal ou implícitos no ordenamento jurídico. Dessa realidade se pode depreender quea) a violação aos princípios que regem a atuação da Administração pública dá lugar a tutela judicial dos interesses em questão, desde que também tenha havido infração à legislação vigente.b) os princípios expressos na Constituição Federal são hierarquicamente superiores aos demais princípios gerais de direito, ainda que previstos na legislação setorial, posto que estes possuem natureza apenas opinativa para a atuação da Administração pública.c) a violação a algum dos princípios constitucionais permite a tutela judicial para que sejam conformados ou anulados os atos da Administração pública.d) somente os princípios expressos na Constituição Federal possuem coercibilidade para conformar a Administração pública ao atendimento de seu conteúdo.e) os princípios previstos na legislação infraconstitucional são regras desprovidas de sanção pelo seu descumprimento, de modo que sua violação não se consubstancia em ilegalidade. “O maior obstáculo ao progressonão é a ignorância, e sim a ilusão do conhecimento”. ATÉ A PRÓXIMA!!! “O maior obstáculo ao progressonão é a ignorância, e sim a ilusão do conhecimento”. ATÉ A PRÓXIMA!!!