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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO TOLEDO/PR 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MATHEUS ALLAN MAIOR MATHEUS PIASECKI PEDRO VINICIUS DE SIQUEIRA LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO TOLEDO/PR 2014 Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Física Geral e Experimental II do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Prof Dr. Fernando Rodolfo Espinoza- Quiñones. 1. RESUMO A prática laboratorial teve por objetivo estudar o comportamento e verificar-se as linhas de campo elétrico para diferentes eletrodos, além de verificar-se o efeito de blindagem elétrica, utilizando-se para isso, nove configurações diferentes, sempre usando dois eletrodos em cada configuração, e adicionando-se alguns objetos metálicos descarregados em algumas configurações. Os resultados observados foram correspondentes com o esperado da teoria, concluindo-se a efetividade do método empregado. Concluiu-se, então, que os objetivos foram atingidos com sucesso. 2. INTRODUÇÃO No século XIX, Michael Faraday introduziu o conceito de campo elétrico, imaginando o espaço ao redor de um corpo carregado como sendo preenchido por linhas de força. Embora não tenham significado físico real, tais linhas, denominadas linhas do campo elétrico, fornecem um modo convincente de se visualizar a configuração dos campos elétricos (HALLIDAY, 1996). A relação entre as linhas do campo e os vetores campo elétrico para uma carga pontual ocorre da seguinte maneira (HALLIDAY, 1996): 1) Em qualquer ponto, a direção de uma linha retilínea do campo ou a direção da tangente a uma linha curva do campo dá a direção do vetor campo elétrico ( ⃗ ) naquele ponto; 2) As linhas do campo são desenhadas de modo que o número de linhas por unidade de área de um plano perpendicular às linhas seja proporcional ao módulo de ⃗ . Assim sendo, nas regiões em que as linhas são próximas, ⃗ é grande, e nas regiões em que elas estão afastadas, ⃗ é pequeno. Essas propriedades são ilustradas na Figura 1. A densidade das linhas através da superfície A é maior do que a densidade das linhas através da superfície B. Consequentemente, a magnitude do campo elétrico sobre a superfície A é maior do que sobre a superfície B. Além disso, o campo demonstrado na Figura 1 não é uniforme porque as linhas em posições diferentes apontam em direções diferentes (SERWAY et al., 2005). Figura 1: Linhas de campo elétrico penetrando em duas superfícies (SERWAY et al., 2005). Algumas linhas representativas do campo elétrico para cargas pontuais são representadas pela Figura 2. Para uma única carga pontual positiva, as linhas estão orientadas radialmente para fora em todas as direções a partir da carga. Como uma partícula de prova carregada positivamente colocada nesse campo seria repelida pela carga , as linhas afastam-se radialmente de . Da mesma maneira, as linhas do campo elétrico para uma única carga negativa pontual são direcionadas para a carga. Nos dois casos, as linhas são radiais e se estendem ao infinito (SERWAY et al., 2005). Figura 2: Linhas de campo elétrico para uma carga pontual (ESPINOZA- QUIÑONES, 2014). Num campo uniforme, como mostrado na Figura 3, as linhas de força são paralelas e de densidade constante. Um plano infinito carregado com densidade uniforme de cargas é um exemplo de uma distribuição que dá origem a um campo uniforme, como se pode ver por razões de simetria. Com efeito, uma carga de prova positiva abandonada na frente do plano afastar-se-á do plano e, como não há razão nenhuma para subir ou descer ou ir para a direita ou para a esquerda, afastar-se-á ao longo de uma perpendicular ao plano que é a direção das linhas de força. Figura 3: Linhas de força em um campo uniforme (ESPINOZA-QUIÑONES, 2014). 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Materiais empregados. Os materiais empregados estão listados a seguir: Um gerador eletrostático de Van der Graaf; Duas conexões de fios com pino banana; Dois conjuntos de fixadores para eletrodos; Um eletrodo em anel maior; Um eletrodo em anel menor; Um anel sem haste; Um eletrodo em ferradura; Dois eletrodos retos; Dois eletrodos pontuais; Um eletrodo em “V”; Um eletrodo pontiagudo; Uma cuba acrílica cilíndrica; Óleo. 3.2. Metodologia aplicada. Colocou-se inicialmente uma fina camada de óleo na cuba cilíndrica, em quantidade suficiente para cobrir o fundo da cuba e definir os contornos dos eletrodos. Em seguida posicionou-se de forma diametralmente opostas os conjuntos de fixadores para os eletrodos, nos quais esses fixadores foram alternados durante a prática. Utilizando as conexões de fios com pino banana os conjuntos de fixadores com os eletrodos foram conectados às saídas da esfera e de terra do gerador. Nove procedimentos foram realizados, um para cada par de eletrodos diferentes, onde os mesmos eram posicionados e o gerador era ligado para fazer o alinhamento das partículas. Os pares de eletrodos utilizados estão listados abaixo. As Figuras 4-12 representam as configurações formadas, já indicando as linhas de campo formadas. Duas hastes paralelas: Essa configuração representa duas placas paralelas. Dois eletrodos pontuais: Representa duas cargas pontuais. Um anel e um eletrodo pontual: Representam uma carga pontual carregada positivamente e uma casca esférica carregada negativamente. Uma haste e um eletrodo pontual: Representam uma placa carregada positivamente e uma carga pontual carregada negativamente. Dois anéis concêntricos: Essa configuração representa duas esferas concêntricas carregadas positivamente e negativamente. Dois anéis concêntricos e eletrodo pontual central: Representam duas esferas concêntricas com uma carga pontual no centro, sendo a esfera mais externa carregada positivamente, a interna descarregada e carga pontual carregada negativamente. Duas hastes paralelas e um anel central: Essa configuração representa um anel descarregado imenso entre duas placas carregadas. Um eletrodo em V e uma haste: Representam uma placa e um vértice condutor. Uma ferradura e um anel: Representa uma esfera oca aberta carregada positivamente concêntrica a outra esfera menor carregada negativamente. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se cada uma das configurações montadas, expondo os resultados nas Figuras 4-12 abaixo. Para duas hastes paralelas, as linhas de campo formadas eram perpendiculares à superfície metálica, sendo paralelas entre si entre as hastes, curvando-se levemente à medida que chegava-se perto das bordas, devido ao chamado “poder das pontas”. Figura 4: Linhas de campo para duas hastes paralelas. Na situação de duas cargas pontuais, as linhas de campo eram curvadas, saindo em todas as direções da carga positiva, e chegando na carga negativa de mesma forma, sempre perpendicular à superfície do “ponto”.Figura 5: Linhas de campo para duas cargas pontuais. Para o caso de um anel e um eletrodo pontual, as linhas de campo saiam do ponto, positivo, chegando perpendiculares ao anel, assumindo dessa forma a direção radial. As linhas não passaram para fora do anel metálico. Figura 6: Linhas de campo para uma carga pontual e um anel metálico. Analisando-se o sistema com uma haste e uma carga pontual, percebeu- se as linhas de campo saindo do ponto, positivo, de forma curvada e direção radial, ficando aproximadamente paralelas próxima da haste, chegando de fato perpendicularmente à superfície da mesma. Figura 7: Linhas de campo para uma carga pontual e uma haste. Ao colocar-se dois anéis concêntricos, as linhas de campo surgiram entre os dois anéis, saindo do positivo e entrando no negativo, na direção radial. Não formou-se linhas fora do anel maior nem dentro do anel menor, devido ao efeito de blindagem elétrica. Figura 8: Linhas de campo para dois anéis concêntricos. Para dois anéis concêntricos com uma carga pontual exatamente no centro, percebeu-se a formação de linhas de campo saindo da carga pontual, positiva, e chegando no anel maior, negativo, passando pelo anel menor, que estava descarregado. Pode-se afirmar que induziu-se cargas elétricas nas superfícies interna e externa do anel menor, fazendo com que se tivesse linhas de campo entre os três objetos. Figura 9: Linhas de campo para dois anéis concêntricos e uma carga pontual central. Na situação de duas hastes paralelas e um anel central descarregado, formou-se linhas de campo paralelas entre as duas placas, que foram curvando-se a medida em que chegava-se perto do anel, entrando de forma radial no anel, sempre perpendicular à superfície do mesmo. Isso se deve pela indução de carga fora do anel, sendo que metade do anel ficou com carga positiva e metade com carga negativa. Não formou-se linhas de campo dentro do anel por não haver carga induzida dentro do mesmo. Também não observou-se linhas de campo entrando na esfera que fossem paralelas às duas hastes, pelo fato do anel estar com cargas induzidas positivas de um lado e negativas do outro, causando o efeito blindagem dentro do anel. Figura 10: Linhas de campo para duas hastes paralelas e um anel descarregado no centro. Quando montou-se um eletrodo em V e uma haste, as linhas de campo saíam do eletrodo em V, positivo, chegando na haste, negativa, sempre perpendicular a superfície de ambos. Não observou-se uma linha saindo do ponto de vértice central do eletrodo, pelo fato da angulação não permitir, uma vez que a ponta estava virada para o outro lado, aonde não formou-se campo. Novamente, pelo poder das pontas, próximo das bordas dos eletrodos, as linhas de campo curvavam-se, entrando perpendicular à superfície. Figura 11: Linhas de campo para um eletrodo em V e uma haste. Para uma ferradura em um anel concêntrico, percebeu-se que as linhas de campo formadas eram radiais aos dois elementos, até chegar na abertura da ferradura, quando as linhas de campo que saíam do anel, positivo, curvavam-se procurando pela superfície da ferradura, chegando perpendicular à mesma pelas laterais e pelo lado externo da ferradura. Não ocorreu-se linhas de campo dentro do anel menor, por não haver carga em tal área. Figura 12: Linhas de campo para uma ferradura e um anel concêntrico. Pode-se perceber, no experimento, que as partículas neutras da farinha orientaram-se sob a ação do campo elétrico. Isso se deve pelo fato de se induzir cargas nas mesmas, pois estão entre dois eletrodos, interagindo então com o campo elétrico. Percebeu-se, ainda, que as linhas de campo são sempre perpendiculares às superfícies metálicas, uma vez que o campo elétrico nas mesmas é uniforme. Em metais, a menos que uma força maior interfira, as linhas serão sempre perpendiculares. Analisando-se todos os casos, pode-se ver que as linhas de campo não formaram-se paralelamente à superfície metálica em nenhum dos casos. Isso está associado ao fato das cargas percorrerem o menor caminho sempre, uma vez que estão sofrendo forças de atração. Caso as linhas de campo fossem paralelas, as cargas não chegariam à superfície metálica, cortando a força de atração. Observou-se, ainda, que quando formava-se as linhas de campo, as partículas de farinha que encostassem no eletrodo eram imediatamente repelidas. Pode-se explicar esse efeito pelo fato das partículas, ao encostarem no eletrodo, assumirem a mesma carga do mesmo, eletrizando-se por contato, e, portanto, sendo repelidas. 5. CONCLUSÃO Ao final da prática, pode-se concluir que os objetivos foram atingidos com sucesso, visualizando-se o campo elétrico formado entre dois eletrodos de diferentes formas, além da interação do mesmo com partículas neutras, metálicas ou não. Pode-se também averiguar o efeito de blindagem elétrica e a formação das linhas para várias configurações, fornecendo uma melhor visualização do conteúdo aprendido em sala de aula. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ESPINOZA-QUIÑONES, F.R. Apostila de aulas práticas - Eletricidade, Toledo, 2014. HALLIDAY, D., RESNIK R., KRANE, D.S. Física 1, Volume 1, 4ª Ed, Rio de Janeiro: LTC, 1996. SERWAY, R. A., JEWETT, J. W. Princípios de Física – Eletromagnetismo, Volume 3, 3ª Edição, Thomson Learning, São Paulo – 2005.
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