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15/06/2018 1 Universidade Federal da Bahia Ins0tuto de Ciências da Saúde Departamento de Biorregulação ANALGÉSICOS OPIÓIDES Prof. Dr. Rodrigo Molini Leão 2018 1 Conceito de Dor “Mecanismo de proteção do corpo que ocorre sempre que qualquer tecido estiver sendo lesado e faz com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso.” Guyton, 2001 ”A dor é um componente presente virtualmente em todas as patologias clínicas e seu tratamento é um imperativo clínico fundamental.” Goodman & Gilman, 2012 15/06/2018 2 DOR Tipos de dor e suas características Dor lenta Dor rápida DOR Tipos de dor e suas características Dor rápida Dor lenta A! C Mielinizado Amielinizado 15/06/2018 3 A dor crônica pode ser classificada em: Nociceptiva: quando resulta da estimulação persistente de nociceptores aferentes primários com ativação contínua das vias centrais de dor. Ex: dor lombar após uma aracnoidite. A dor crônica pode ser classificada em: Nociceptiva: quando resulta da estimulação persistente de nociceptores aferentes primários com ativação contínua das vias centrais de dor. Ex: dor lombar após uma aracnoidite. Neuropática: resultante de lesão nas vias nociceptivas centrais ou periféricas. Ex: dor resultante de lesões em alguns núcleos do tálamo (dor talâmica). 15/06/2018 4 A dor crônica pode ser classificada em: Nociceptiva: quando resulta da estimulação persistente de nociceptores aferentes primários com ativação contínua das vias centrais de dor. Ex: dor lombar após uma aracnoidite. Neuropática: resultante de lesão nas vias nociceptivas centrais ou periféricas. Ex: dor resultante de lesões em alguns núcleos do tálamo (dor talâmica). Psicogênica: prevalência de mecanismos psicológicos na gênese da dor. Ex: dor abdominal ou cefaléia associada a problemas emocionais como ansiedade e depressão MECANISMOS PERIFÉRICOS DA DOR Como os estímulos nocivos de naturezas diferentes (química, mecânica, térmica) são convertidos em impulsos nervosos? Neurofisiologia da Dor 15/06/2018 5 RECEPTORES: Sensoriais e Nociceptivos Receptores sensoriais: transdutores: convertem diversas formas de energia em potencias de ação (PA) nos neurônios. Energias conversíveis em PA pelos receptores: 1. Mecânica (mecanoceptores) 2. Térmica (termoreceptores) 3. Química (ex: substâncias irritantes) 1. 2. 3. RECEPTORES: Sensoriais e Nociceptivos Receptores Nociceptivos: - são receptores sensoriais especializados em perceber estímulos nocivos e transmitir a informação ao SNC - partes especializadas nos neurônios (próximo a extremidade) - também chamados de nociceptores 15/06/2018 6 MEDIADORES QUÍMICOS DA DOR - a dor é mediada quimicamente - quando ocorre injúria tecidual ocorre liberação desses agentes que estimularão as terminações nervosas (nociceptores) - atuação periférica - Principais mediadores químicos: PROSTAGLANDINAS E2 (Principal) LEUCOTRIENOS BRADICININAS HISTAMINA SEROTONINA R e t i r a d o d e L e n t , C e m B i l h õ e s d e N e u r ô n i o s , 2 0 0 1 15/06/2018 7 15/06/2018 8 MECANISMOS CENTRAIS DA DOR Onde percebemos a dor? Por que a dor evoca sensações emocionais? 15/06/2018 9 Via A scendente (excitatório ) Via D escendente (in ib itório ) Regulação da Dor Subst. CinzentaPeriaquedutal Locus Coeruleus Núcleo Magnoda Rafe 15/06/2018 10 Regulação da Dor - Importância dos opióides - • O pióides endógenos: - Encefalinas - Endorfinas - D inorfinas • O pióides - efe itos: - Im pede a liberação do glutam ato por term inais pré-sináp=cos - Prom ove a hiperpolarização das m em branas pós-sináp=cas - in ib indo os neurônios Vias de analgesia endógena Opióides Endógenos Peptídeos Opióides 15/06/2018 11 β-endorfina encefalinas dinorfinas propiomelanocortina proencefalina prodinorfina Precursores: Peptídeos: Opióides Endógenos Receptores Opióides μ δ κ Peptídeos endógenos β-endorfina +++ +++ +++ Encefalina ++ +++ _ Dinorfina ++ + +++ Seletividade de Peptídeos Opióides Subtipos de Receptores + representaatividadeagonista; - representaatividade fraca ousematividade M o d i f i c a d o d e R a n g e t a l . , P h a rm a c o lo g y , 2 0 0 6 15/06/2018 12 - β-endorfina - encefa lina R eceptor µ-opió ide (G i) Pós-S ináptico R eceptor µ-opió ide (G i) Pré-S ináptico Medula Espinhal Opióides Exógenos Tintura de láudano: analgesia , euforia , sono e antid iarré ico 15/06/2018 13 Opióides Exógenos - O pió ide é um term o gera l que define qualquer substância , se ja e la natura l ou sin té tica, que tenha ação sim ilar àquelas da m orfina. - O piáceos referem -se som ente aos com postos presentes no óp io , resina extra ída do cá lice da papoula, flo r da p lanta Papaver Somniferu. Opióide ou Opiáceo? Opióides Exógenos O s opio ides podem ser c lassificados com o: (1) opió ides naturais ou opiáceos : São substâncias derivadas do óp io (óp io , m orfina e codeína); (2) opió ides sem issintéticos : Substâncias que resu ltam de m odificações parcia is dos com postos natura is (heroína, h idrom orfona, oxim orfona); (3) opió ides sintéticos : Substâncias to ta lm ente s in té ticas, fabricadas em laboratório (m etadona, fentan ila , m eperid ina, pentazocina). Opióide ou Opiáceo? 15/06/2018 14 Morfina e Análogos Opióides Exógenos São bem absorvidos quando adm in istrados pe las v ias ora l, subcutânea e in tram uscular. Variam quanto ao m etabolism o de prim eira passagem , o que determ ina as d iferenças da b iod isponib ilidade via ora l desses com postos. O utras v ias de adm in istração incluem : - v ia nasal (spray in tranasal), - m ucosa ora l (pastilhas), - re ta l (supositórios) e - transdérm ica (adesivos transdérm icos). Farmacociné*ca 15/06/2018 15 Opióides Exógenos • Por v ia ep idura l ou in tra teca l, devem -se preferir op io ides m ais lipossolúve is (h idrom orfona ou fentan ila). (decorrente da ráp ida absorção pe los tecidos neura is esp ina is, o que garante ação m ais segm entar e loca lizada) • Fárm acos m ais h idrofílicos (m orfina) a tingem com m aior facilidade a porção m ais rostra l do SN C : - centro de contro le resp ira tório supraespina l (depressão resp ira tória) Farmacociné*ca Opióides Exógenos O s opió ides, assim com o os O pio ides Endógenos, in teragem com os receptores μ , κ e δ . R eceptores M etabotróp icos (G i/o) D iferem quanto à loca lização e ao grau de afin idade para determ inados ligantes. Mecanismo de Ação 15/06/2018 16 •A interação de agonistas opióides com receptores µ, δ ou κ fecha canais de cálcio voltagem-dependentes e reduz a entrada de cálcio para o interior de terminais nervosos, diminuindo a liberação de neurotransmissores. • A ativação de receptores µ, δ ou κ abre canais de potássio produzindo hiperpolarização da membrana celular. Mecanismo de Ação Locais de Ação dos Opióides 15/06/2018 17 Subst. CinzentaPeriaquedutal Locus Coeruleus Núcleo Magnoda Rafe Opióides Exógenos R elação entre os efeitos farm acológicos e os tipos de receptores opio ides G rande parte dos efe itos farm acológ icos dos opio ides é decorrente da in teração com os receptores μ , entre e les: - analgesia , - euforia , - dependência fís ica, - sedação e - depressão resp ira tória . Efeitos Farmacológicos 15/06/2018 18 - Disforia: agitação, tremor, agressividade, ansiedade - Depressão respiratória - Náuseas e vômitos - Aumento da pressão intracraniana- Hipotensão postural acentuada por hipovolemia - Constipação intestinal e retenção urinária - Prurido Opióides Exógenos Efeitos Adversos 15/06/2018 19 Características dos Principais Fármacos Analgésicos Opióides Fármaco Uso V ia A d m in is t r a ç ã o A s p e c t o s F a r m a c o c in é t ic o s Principais Efeitos Adversos Observações M o r f in a D o r a g u d a e c r ô n ic a V O , IM , IV , S C , IT t½ B 3 - 4 h o r a s , m e ta b ó l i t o a t iv o : m o r f in a - 6 - g l ic o r u n íd e o S e d a ç ã o , d e p r e s s ã o r e s p ir a tó r ia , c o n s t ip a ç ã o , n á u s e a e v ô m ito , p r u r id o , to le r â n c ia , d e p e n d ê n c ia e e u f o r ia To le r â n c ia e d e p e n d ê n c ia n ã o s ã o c o m u n s q u a n d o u s a d a p a r a a n a lg e s ia M e ta d o n a D o r c r ô n ic a ; m a n u te n ç ã o d o s d e p e n - d e n te s V O t ½ B lo n g a ( > 2 4 h ) In íc io le n t o C o m o a m o r f in a , p o r é m c o m p o u c o e fe ito e u fó r ic o . A c u m u la ç ã o ( m e ia - v id a lo n g a ) A r e c u p e r a ç ã o le n t a r e s u l t a e m s ín d r o m e d e a b s t in ê n c ia a t e n u a d a M e p e r id in a ( p e t id in a ) D o r a g u d a V O , IM t½ B 2 - 4 h M e ta b . a t iv o ( n o r p e t id in a ) p o d e s e r r e s p o n s . p e lo s e fe ito s e s t im u la n te s C o m o a m o r f in a E fe ito s a n t ic o l in é r g ic o s R is c o d e e x c i t a ç ã o e c o n v u ls õ e s I n te r a g e c o m IM A O B u p r e n o r f in a D o r a g u d a e c r ô n ic a S u b l in g u a l, IT t½ B a p r o x . 1 2 h In íc io le n to In a t iv a p e la V O d e v id o a o m e ta b o l is m o d e p r im e ir a p a s s a g e m C o m o a m o r f in a , p o r é m m e n o s p r o n u n c ia d o s D e p r e s s ã o r e s p i r a t ó r ia p r e c a r ia m e n t e r e v e r t id a p o r n a lo x o n a ( n ã o a p r o p r ia d a p a r a u s o o b s t é t r ic o ) Ú t i l n a d o r c r ô n ic a c o m s is t e m a s d e in je ç ã o c o n t r o la d o s p e lo p a c ie n t e F e n ta n i l D o r a g u d a A n e s te s ia IV , P e r id u r a l, E m p la s t r o t r a n s d é r m ic o M e ia - v id a d e 1 - 2 h o r a s C o m o a m o r f in a A a lta p o tê n c ia p e r m ite a a d m in is t r a ç ã o t r a n s d é r m ic a S u fe n ta n i l é s e m e lh a n te 15/06/2018 20 Fármaco Uso V ia A d m in is t r a ç ã o A s p e c t o s F a r m a c o c in é t ic o s Principais Efeitos Adversos Observações C o d e ín a D o r m o d e r a d a A ntitussígeno V O p r ó - fá r m a c o N ã o p r o v o c a d e p e n d ê n c ia T r a m a d o l D o r a g u d a e c r ô n ic a ( p ó s - o p e r a tó r ia ) V O , IV B e m a b s o r v id o M e ia - v id a : 4 - 6 h To n tu r a S e m d e p r e s s ã o r e s p ir a tó r ia M e c . in c e r t o , r e c e p t o r e s o p ió id e s in ib e r e c a p t a ç ã o d e N E
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