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MÓDULO IV (VERSÃO PARA DOWNLOAD)

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93 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 Olá! Chegamos ao último módulo da disciplina e esperamos que, até aqui, você 
esteja se interando bem do quanto a Metodologia Científica é fundamental para sua 
prática de estudos. Neste módulo, iremos trabalhar um pouco sobre os conceitos e 
práticas da pesquisa científica. Veremos quais são as bases de pensamento que 
embasam as ações e técnicas adotadas por diversas áreas do conhecimento. Talvez, 
seja necessário que você retome um pouco os conteúdos do primeiro módulo. Pelo 
menos neste início. 
 Vamos também explorar os mecanismos práticos de pesquisa, as possibilidades 
quanto à coleta e organização dos dados, sem contar os passos básicos para elaborar 
um projeto de pesquisa. 
 Este conteúdo será fundamental para você desenvolver seu Trabalho de 
Conclusão de Curso futuro e para a organização dos trabalhos de disciplinas ao logo 
de sua formação. Por isso, tenha-o sempre a mão. Agora, vamos lá! 
 
 
OBJETIVOS DO MÓDULO 
 
Esperamos que, após o estudo do conteúdo deste módulo, você seja capaz de: 
� Entender os vários direcionamentos que uma pesquisa científica pode ter; 
� Conhecer as variedades de técnicas de coleta de dados para o desenvolvimento 
de uma pesquisa científica; 
� Inteirar-se dos principais passos para a elaboração de um projeto de pesquisa; 
TÉCNICAS DE PESQUISA CIENTÍFICA 
MÓDULO 4 
94 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
1 INTRODUÇÃO 
A pesquisa é caracterizada como o caminho para se gerar conhecimento 
científico. Constitui um processo investigativo que exige do pesquisador dedicação e 
empenho. 
Como já foi salientado nos módulos anteriores, todo texto científico é produto de 
uma investigação; o grau de complexidade da pesquisa é que varia de acordo com o 
propósito do texto, ou seja, se você vai fazer um trabalho para uma disciplina, sua 
pesquisa será baseada em textos científicos, com um grau de profundidade coerente 
com o que o professor pedir. Entretanto, se sua pesquisa visa à produção de um texto 
que valerá como seu Trabalho de Conclusão de Curso, a complexidade aumenta. 
Dessa forma, a investigação pode também assumir diferentes meios para ser 
desenvolvida. O importante é que tais meios sejam reconhecidamente adequados à 
produção do conhecimento. 
 Para entendermos como o processo de pesquisa pode ser desenvolvido, é 
importante que tenhamos conhecimento dos mecanismos lógicos nos quais se baseia, 
ou seja, dos diferentes raciocínios utilizados para definir os métodos e ações que serão 
empregados em uma pesquisa. 
 
2 BASES LÓGICAS DO MÉTODO CIENTÍFICO 
 Podemos entender como método científico o caminho pelo qual se chega a um 
determinado conhecimento. Esse caminho pode variar em sua concepção, ou seja, em 
ralação aos mecanismos básicos de como proceder. 
 
2.1 MÉTODO INDUTIVO OU EMPÍRICO 
 O método indutivo tem como principal precursor Bacon e parte do princípio de 
que o conhecimento é produzido através da formulação de ideias, entretanto as ideias 
devem ser inicialmente formuladas com base em experiência sensorial. 
 Segundo Marconi & Lakatos (2000 p.53), “indução é um processo mental por 
intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-
se uma verdade geral ou universal”. Sendo assim, uma das diretrizes básicas do 
método indutivo é tomar como base de que os dados utilizados são verdadeiros e, 
assim, as conclusões geradas a partir deles também o serão. 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
O método indutivo estabelece que, se observarmos repetidamente o 
comportamento de um fenômeno, podemos entender seu funcionamento. Dessa forma, 
a observação intensiva de um fenômeno possibilitará que sua dinâmica seja 
compreendida e, a partir dessas informações, faz-se possível a concepção de leis que 
descrevam o funcionamento dessa realidade. 
 Podemos dizer que este método parte de informações particulares que passam 
por análise, reflexão e, assim, podem produzir um conceito que pode ser expandido 
para situações similares. 
 O método indutivo adota, como raciocínio, análises de premissas (informações) 
de acordo com o seguinte silogismo: 
O cisne 1 é branco. 
O cisne 2 é branco. 
O cisne n é branco (sendo n o número de observações). 
Logo, todos os cisnes são brancos. 
 
Cobre conduz energia. 
Zinco conduz energia. 
Cobalto conduz energia. 
Ora, cobre, zinco e cobalto são metais. 
Logo, metais conduzem energia. 
 Tais conclusões podem ser verdadeiras desde que nunca venha a surgir um 
cisne de outra cor ou que se descubra um metal que não conduza energia. Dessa 
forma, podemos dizer que quanto maior o número de experimentos, dados ou 
observações, maior a confiabilidade das pesquisas que adotam esse método. 
 O método indutivo adota, como meio de raciocínio, a lógica ao analisar os 
indícios percebidos para formulação das teorias gerais. Sendo assim, é um método que 
parte do específico para o geral, do específico para o abrangente, de fatos para leis e 
de leis para teorias. 
 Adota como passos: 1 observação dos fenômenos, busca de dados que 
representem o fenômeno estudado; 2 descoberta da relação entre eles, verificam-se, 
neste momento, as relações de causa e efeito demonstradas pelos fenômenos 
estudados; 3 generalização da relação, nesta última etapa, generalizam-se as 
relações encontradas. Isso pode ser feito através de experimentos em outros locais, ou 
com o estudo de fenômenos semelhantes. 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 O método indutivo é frequentemente aplicado em situações totalmente 
desconhecidas. Por exemplo, se você deseja verificar o quanto um material 
recentemente descoberto é resistente ao aumento gradativo de temperatura. Essa 
resposta só é possível testando experimentalmente esse material e, a partir dos 
resultados obtidos, novas inferências e generalizações poderão ser propostas. 
 
2.2 MÉTODO DEDUTIVO 
 O método dedutivo é baseado no racionalismo de Descartes. Apresenta um 
raciocínio inverso ao indutivo, pois tem como ponto inicial da investigação certos 
conhecimentos já produzidos. Tem como característica central que as informações nas 
quais se baseia são verdadeiras e, através da lógica e da reflexão, novos 
conhecimentos são gerados. 
 O método dedutivo é considerado seguro, pois não há como tirar conclusões 
falsas a partir de premissas verdadeiras. Isso acontece por ser um método baseado na 
razão, e esta razão garante a correlação das descobertas, de forma a constituir uma 
relaçãoreal. 
 Podemos afirmar que o raciocino dedutivo parte de concepções gerais para 
particulares. De acordo com Marconi & Lakatos (2002), podemos expressar o raciocínio 
dedutivo de acordo com o seguinte silogismo: 
 
Todo mamífero tem um coração. 
Todos os cães são mamíferos. 
Logo, todos os cães têm um coração. 
 
 Ao analisarmos a colocação acima, podemos perceber que o método dedutivo 
parte de dois princípios. O primeiro é que a conclusão alcançada está subentendida 
nas premissas colocadas. Sendo assim, podemos afirmar que a informação já existe e 
o raciocínio do pesquisador só a identifica. O segundo é que, para que a conclusão 
seja falsa, pelo menos uma das premissas deve estar incorreta. 
 Uma crítica que se faz ao método dedutivo é que, para se chegar a informações 
consideradas verdadeiras, os meios de investigação nem sempre são dedutivos, ou 
seja, para se descobrir que todos os cães têm coração, foi necessária uma 
investigação indutiva que verificasse a presença de coração. 
97 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
Leia um pouco mais 
sobre as diferentes 
linhas de pensamento 
da pesquisa científica 
e suas características 
em: 
CARVALHO, Alex et al. 
Aprendendo Metodologia 
Científica. São Paulo: O 
Nome da Rosa, 2000, 
pp. 11--69 
 
 O método dedutivo é frequentemente empregado em pesquisas de revisão da 
literatura, nas quais conhecimentos e reflexões são alcançados 
através de informações já existentes e disponíveis. Contudo, foi o 
método empregado por Einstein, na elaboração das teorias da 
relatividade geral e restrita, que revolucionou a Física do século 
XX. Dessa forma, é um método eficaz, em pesquisas teóricas, 
onde se utilizam teorias e leis já concebidas para a produção de 
novos conceitos. 
 O quadro abaixo pode evidenciar bem como se relacionam 
os métodos indutivo e dedutivo. Perceba que, através da indução, 
leis e teorias podem ser formuladas; estas podem servir de base 
para a construção de conhecimentos seguros através da 
dedução. 
 
 
Fonte: http://www.ecientificocultural.com/ECC2/artigos/metcien2.htm 
 
2.3 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO 
 O método hipotético-dedutivo, diferentemente dos descritos anteriormente, tem 
como ponto de partida da investigação o levantamento de um problema a ser 
investigado e da hipótese que expressa sua suposta solução, que será testada pela 
observação ou experimentação. 
 O principal nome associado ao método hipotético-dedutivo foi Karl Popper, cujo 
principal argumento é o de que o mundo material existe independente do registro dos 
dados. Sendo assim, esse método busca a enunciação clara de um problema e testar 
as várias soluções propostas para solucioná-lo. 
 Para Popper, o método indutivo está sujeito à necessidade de verificações 
infinitas ou à mera aceitação das coisas como se mostram, não podendo muitas vezes 
ser justificado. Assim sendo, a única forma de produzir conhecimento seria com o 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
No método 
Fenomenológico, o que 
importa é o significado. 
Assim, cada objeto pode 
representar uma função 
diferente para pessoas com 
propósitos diferentes, ou 
mesmo com uma vivência 
diferente. 
levantamento de um problema e com a busca de sua solução através de tentativas e 
da eliminação dos erros (MARCONI & LAKATOS, 2000). 
 Então, o método hipotético-dedutivo tem como ponto de 
partida o acesso ao conhecimento prévio já existente que, 
associado à imaginação criativa do pesquisador e de seu raciocínio 
lógico, possibilitará a formulação de uma questão-problema. 
A questão-problema trata-se de uma lacuna no 
conhecimento existente, que pode ter um caráter teórico ou 
prático. O problema permite que o pesquisador formule suas 
conjecturas (justificativas e razões para o problema) e a 
hipótese de trabalho. A hipótese trata-se da suposta solução 
para o problema, entretanto seu enunciado necessita ser 
testado. Uma hipótese que não é testada não possibilita a 
produção de novos conhecimentos (SANTOS, 2002). 
O teste da hipótese se dá através de dados, que podem ser obtidos das mais 
diversas formas: observação, levantamento de dados, experimentos e outros. O 
importante é que o teste gere informações que possibilitem verificar a veracidade da 
hipótese. A avaliação dos dados e sua correlação com o conhecimento prévio 
permitem que duas possibilidades ocorram. A primeira é a aceitação da hipótese. 
Assim, um novo enunciado teórico será formulado e irá contribuir para o conhecimento 
existente. 
A segunda possibilidade é a rejeição da hipótese e, nesse caso, novas 
propostas para o problema deverão ser pensadas. Muitas vezes, os estudantes 
acreditam que uma pesquisa que tem sua hipótese rejeitada é descartada pela ciência. 
Entretanto, quando se rejeita uma hipótese, descarta-se uma possível resposta ao 
problema, o que direciona as próximas investigações a como não proceder (MARCONI 
& LAKATOS, 2000). 
Como você pode perceber, o método hipotético-dedutivo faz uma integração dos 
dois citados anteriormente, unindo o raciocínio dedutivo com o teste das hipóteses 
através de dados empíricos. 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
2.4 MÉTODO FENOMENOLÓGICO 
 O método fenomenológico surge no início do século XX, sendo um método 
contrário ao positivismo (método dedutivo). No raciocínio metodológico, não há 
separação entre o sujeito produtor do conhecimento e o objeto estudado. É um método 
que valoriza o fenômeno sem si, ou seja, os acontecimentos que ocorrem e como 
ocorrem. Dessa forma, valoriza-se muito o sentido que o pesquisador dá ao interpretar 
um conhecimento. 
 Dessa maneira, o conhecimento não é independente de quem o produz, o 
histórico de vida, os meios de educação e os preceitos religiosos de um pesquisador 
irão influenciar no como ele vê seu objeto de estudo, podendo haver variações desse 
conhecimento, de acordo com o pesquisador (CARVALHO, 2000). 
 Diferentemente dos métodos anteriores, o método fenomenológico não 
considera que existem fatos que, por si só, garantem a objetividade da ciência. Nesse 
contexto, a produção de conhecimento científico se reduz ao fenômeno entendido pelo 
pesquisador e, sem a consciência do pesquisador, não existe conhecimento. 
 É um método amplamente utilizado nas ciências humanas, principalmente nas 
áreas da psicologia. 
 
2.5 MÉTODO DIALÉTICO 
O termo dialética, desde suas bases filosófica, refere-se à discussão de ideias 
com o objetivo de chegar a um ponto comum. Dessa forma, o método dialético é 
baseado na argumentação que faz clara a distinção entre ideias e conceitos envolvidos 
em uma discussão. Sendo assim, um dos principais precursores da dialética é a 
concepção de que sempre existem contrapontos dentro de uma realidade. Ou seja, 
uma mesma realidade pode ser descrita de forma diferente por observadores que 
tenham diferentes pontosde vista. 
Então, você pode se perguntar: “mas como uma realidade pode 
ser descrita de duas formas diferente?” Vamos refletir um pouco 
em cima do seguinte exemplo: Imagine duas pessoas que têm a 
mesma idade. Uma nasceu no centro de São Paulo e morou a 
vida toda em um apartamento de 100m2, em um conjunto 
habitacional com 6 blocos, cada um com 20 apartamentos. A 
área residencial consta com uma piscina, um playground e uma 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
Muito bem, terminada esta seção do módulo 4, é importante que você faça 
uma reflexão sobre os diferentes modos de pensar o desenvolvimento de uma 
pesquisa. 
Um importante 
físico da atualidade 
chamado Fritjof 
Capra diz em seu 
livro intitulado “O 
Ponto de Mutação” 
que toda mudança é 
precedida por uma 
crise. 
 
churrasqueira. A outra pessoa nasceu e sempre morou em uma 
fazenda no Mato Grosso, de 5 mil hectares, numa casa com 
cerca de 300 m2, com um amplo jardim, campo de futebol e 
demais áreas de lazer. Se pedirmos para que ambas 
descrevam seu conceito de espaço e conforto, concorda que 
terão concepções bem diferentes? Por esse exemplo, 
percebemos que, embora as concepções sejam distintas, elas 
não estão erradas, só apresentam um ponto de vista diferente. 
Segundo esse método, a realidade é um conjunto de 
processos, em constante mudança, o mundo não deve ser 
considerado como um conjunto de coisas acabadas. Sendo 
assim, os objetos observados estão em constante movimento. Por outro lado, as coisas 
não existem isoladamente, mas por fenômenos organicamente ligados entre si, que 
são interdependentes (CARVALHO, 2002). 
Como exemplo desse pensamento, temos o processo de fotossíntese, no qual a 
planta absorve gás carbônico, nutrientes, libera oxigênio e água, modificando a 
composição da atmosfera. Por outro lado, também absorve o oxigênio e libera gás 
carbônico; pois, como ser vivo, respira. Você pode notar que todos os eventos estão 
interligados, são interdependentes e se alternam constantemente. 
Outro ponto importante do pensamento dialético é a questão das mudanças. 
Toda mudança é precedida por um processo de negação, ou seja, o contexto de uma 
realidade deve ser negado. Essa negação desencadeará um processo de crise que, 
por sua vez, desencadeará uma mudança. Se não houver negação, não há razão para 
a mudança. 
O método dialético é bastante empregado em pesquisas que envolvem os 
significados, ou seja, o que as pessoas pensam, esperam ou buscam de uma 
realidade, dando ênfase ao fenômeno. 
 
 
 
101 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
Para saber mais os 
critérios de 
classificação da 
pesquisa científica, 
leia MARCONI, M. 
A.; LAKATOS, E. M. 
Metodologia 
Científica. 3 ed. São 
Paulo: Atlas, 2000 
3. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 
 A pesquisa científica pode adotar diversos mecanismos 
de investigação de acordo com seu propósito, objetivos ou 
mesmo com as características dos dados a serem obtidos. 
Iremos descrever, nesse tópico, as principais diferenciações 
que a pesquisa pode apresentar. 
 
3.1 Quanto ao nível da investigação 
 A pesquisa científica apresenta dois grandes propósitos 
quando desenvolvida. O primeiro (que já discutimos bastante 
no módulo 1) é o de produzir conhecimentos, permitindo a 
promoção de saber. O segundo é promover aprendizado com 
seu desenvolvimento. Sendo assim, podemos distinguir dois níveis de investigação: a 
pesquisa acadêmica e a pesquisa de ponta. 
3.1.1 Pesquisa Acadêmica 
A Pesquisa Acadêmica tem como principal função preparar o estudante, 
principalmente em nível universitário, para a formulação e entendimento de questões 
científicas, além de familiarizá-lo com os mecanismos de produção do conhecimento 
científico. 
Sendo assim, ao desenvolver uma questão-problema e estabelecer os 
mecanismos de investigação dessa questão, o graduando entrará em contato com 
conhecimentos mais específicos e com um quantitativo de informações que, 
certamente, contribuirá com o montante de informações por ele adquirido no processo 
de graduação. Por esse motivo, atualmente, a grande maioria dos cursos de graduação 
requer de seus formandos o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso. 
Esse trabalho visa capacitar o profissional na prática da produção do 
conhecimento, bem como na criação de um senso crítico, para melhor avaliar situações 
e veracidades na prática científica. 
A pesquisa acadêmica está sempre vinculada ao processo de aprendizado de 
quem a desenvolve. Sendo assim, é desenvolvida em instituições de ensino de nível 
superior, ou em institutos de pesquisa vinculadas às de ensino. Ao término de uma 
pesquisa acadêmica, o estudante receberá um grau ou título, sendo o de bacharelado 
102 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
A pesquisa qualitativa é 
aquela que identifica as 
exceções nos dados 
quantitativos e se propõe 
a investigar o porquê do 
padrão diferenciado. 
 
na graduação, especialista na pós-graduação lato sensu, de mestre no mestrado, e de 
doutor no doutorado. 
 
3.1.2 Pesquisa de Ponta 
O outro propósito da pesquisa é a produção de conhecimentos novos, de modo 
a promover avanço na ciência. Esse tipo de pesquisa é chamado de Pesquisa de 
Ponta. Essa investigação é caracterizada por gerar conhecimento inédito, sendo 
construtora da ciência. São pesquisas realizadas com o intuito de gerar novos 
conhecimentos, possibilitando o avanço da ciência e o desenvolvimento do ser 
humano. As pesquisas de ponta são desenvolvidas, geralmente, em institutos de 
pesquisa e em universidades com linhas de pesquisa voltadas para o avanço do 
conhecimento. 
Então, você pode estar se perguntando: “quando 
desenvolvemos uma pesquisa acadêmica, não produzimos 
conhecimento?” Bem, em muitos casos, a pesquisa acadêmica 
também gera pesquisa de ponta, principalmente as pesquisas 
de doutorado, que têm como característica ser uma pesquisa 
original. Entretanto, em nível de graduação e especialização, 
não há exigência de que algo novo seja abordado. 
 
3.2 QUANTO À ABORDAGEM DOS DADOS 
 3.2.1 Pesquisas Qualitativas 
 Em relação a como coletar e tratar os dados de uma pesquisa, podemos 
distinguir duas abordagens: a pesquisa qualitativa e a quantitativa. 
As Qualitativas são pesquisas que visam ao conhecimento profundo e 
detalhado de poucos objetos de estudo, ou seja, determina-se uma abrangência restrita 
do objeto de estudo. Entretanto, busca-se conhecê-lo em sua totalidade. 
Esse tipo de abordagem na pesquisa pode adotar vários métodos de coleta de 
dados, tomando como princípio que tais métodos irão produzir conhecimentos em com 
alto grau de profundidade. Sendo assim, a metodologia de coleta de dados da pesquisa 
qualitativa não é fixa; pois, se no decorrer da investigação o pesquisador verificar a 
necessidade de alterar os mecanismosde coleta de dados, ele poderá fazê-lo para 
melhor atender aos seus objetivos. 
103 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
A pesquisa bibliográfica se 
faz necessária em qualquer 
tipo de pesquisa. Mesmo 
pesquisadores com anos de 
experiência, em uma área 
de estudo, nunca 
dispensam o levantamento 
bibliográfico ao escrever 
um texto. 
As pesquisas qualitativas, em geral, produzem conhecimentos subjetivos, isto é, 
as informações geradas são - muitas vezes - influenciadas pela visão do pesquisador. 
Nesse caso, diferentes pesquisadores que estudam um mesmo objeto podem 
apresentar informações com ênfase diferenciada, pois sua interpretação dos dados 
será influenciada por causa de suas vivências pessoais. Esse fato promove 
informações mais completas sobre o fenômeno estudado. 
 
3.2.2 Pesquisas Quantitativas 
Já as Pesquisas Quantitativas buscam compreender a porção mensurável da 
realidade, ou seja, aquilo que pode ser representado numericamente. Para isso, vale-
se das teorias matemáticas e estatísticas, que permitem a distinção de padrões. Dessa 
forma, distingue o comportamento da maioria dos dados; permitindo, assim, a 
comparação entre grupos diferentes e semelhantes. 
A pesquisa quantitativa geralmente trabalha com 
amostras, ou seja, uma parcela do total e, para que essa 
parcela seja aceitável como objeto de estudo de uma 
pesquisa, ela deve ser significativa. Uma amostra 
significativa é aquela que apresenta todas as possibilidades 
encontradas no universo total, ou seja, todas as situações 
existentes devem estar presentes na amostra. Por isso, 
quanto maior a amostra de uma pesquisa, maiores as 
chances de ser significativa, pois maior o número de 
situações por ela registradas. 
As pesquisas quantitativas buscam determinar padrões no comportamento dos 
dados, e isso é evidenciado através de porcentagens ou diferenças registradas a partir 
de análises estatísticas. Para que isso seja possível, é necessário que os dados sejam 
coletados de forma criteriosa, isto é, seguindo padrões de coleta fixos e previamente 
determinados; evitando, assim, possíveis erros. Sendo assim, ao contrário da pesquisa 
qualitativa, não é possível variações nas técnicas de coleta dos dados, pois estas 
devem ser definidas no planejamento da pesquisa e mantidas até o término da 
obtenção de dados. 
Você pode se perguntar qual é a melhor? As pesquisas qualitativa e quantitativa 
são complementares, ou seja, a partir de dados quantitativos, uma pesquisa qualitativa 
pode ser desenvolvida e vice-versa. Dessa forma, dependendo de seu objetivo e da 
104 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
questão que você deseja investigar, o tipo de abordagem dos dados pode ser 
qualitativo ou quantitativo. 
 
3.3 QUANTO AOS OBJETIVOS 
 Outro critério de classificação da pesquisa refere-se ao objetivo da mesma. 
Nesse caso, o pesquisador deve ter em mente o que pretende com a pesquisa, qual 
sua questão a ser respondida. Sendo assim, de acordo com o conhecimento que se 
pretende produzir com a pesquisa, ela pode ser de três tipos: Exploratória, Descritiva 
ou Explicativa. 
 
 3.3.1 Pesquisa Exploratória 
A pesquisa Exploratória possibilita o primeiro contato do pesquisador com um 
tema, visando aumentar seu conhecimento sobre o assunto investigado. Busca a 
definição de conceitos, colocações e pesquisas já realizadas, ou seja, saber o que já se 
conhece sobre o tema. É fundamental e imprescindível, em todos os tipos de pesquisa, 
pois direciona o pesquisador na busca de informações ainda não geradas. 
A pesquisa exploratória também é chamada de pesquisa bibliográfica, quando 
os objetivos propostos e a questão-problema levantada têm condições de serem 
atendidos somente com os dados e informações disponíveis na literatura. 
Em outras situações, a pesquisa exploratória constitui uma etapa da pesquisa, 
sendo seguida por uma investigação prática com coleta de dados. Sendo assim, esse 
tipo de pesquisa se torna indispensável a qualquer investigação científica, e quanto 
mais sólida for, maiores os conhecimentos gerados ao pesquisador. 
 
3.3.2 Pesquisa Descritiva 
A pesquisa Descritiva constitui um nível mais avançado na investigação, pois 
busca descrever os fatos e fenômenos estudados. Normalmente, é posterior à 
pesquisa exploratória e consiste no levantamento de características através do registro 
de dados, com maior grau de precisão possível. 
 Esse tipo de pesquisa busca conhecer o comportamento dos fenômenos 
estudados, ou seja, saber quais são os fatores que influenciam diretamente e 
105 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
Algumas pesquisas podem, 
com frequência, adotar 
mais de uma fonte de 
dados para seu 
desenvolvimento, 
entretanto esse diferencial 
deve ficar bem claro ao 
leitor do texto final. 
indiretamente no comportamento deles. São pesquisas que relatam como as coisas 
são, e quais as mudanças que ocorrem quando algum aspecto da realidade é mudado. 
São bastante importantes em situações nas quais o tema é completamente 
desconhecido, pois geram informações básicas, sobre as quais se desenvolvem novas 
investigações. 
 
3.3.3 Pesquisa Explicativa 
Na terceira abordagem quanto ao objetivo, temos a Pesquisa Explicativa, que 
se preocupa com o porquê dos fatos e fenômenos que preenchem a realidade. Em 
geral, trata-se do tipo mais complexo de investigação; pois, além de entender o 
comportamento dos fatos e quais os fatores que exercem influências, busca-se 
também entender como, por que e o quanto influenciam. 
Dessa forma, a pesquisa explicativa tem por meta compreender a essência dos 
fatos investigados e, por esse motivo, promove o avanço científico e tecnológico. Cabe 
salientar também que, devido ao seu comprometimento com a realidade, a pesquisa 
explicativa exige maior envolvimento e responsabilidade do pesquisador para com os 
dados obtidos (SANTOS, 2002). 
 
3.4 QUANTO À FONTE DE DADOS 
 A fonte de dados de uma pesquisa refere-se a como 
tais informações serão obtidas, ou seja, onde e como foram 
coletados. Refere-se também aos lugares ou situações de 
onde se extraem as informações, podendo ser 
representados em três situações: campo, laboratório ou 
bibliográfico. 
 
3.4.1 Pesquisa de Campo 
Quando a pesquisa tem o Campo como fonte de 
dados, ela obtém dados diretamente onde acontecem (in natura). Nesse caso, o 
pesquisador se desloca para um certo local e nele obtém os dados. Os meios utilizados 
para tal obtenção pode variar; indo desde uma simples observação, até complexas 
medições numéricas de fenômenos da realidade. 
106CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
Os dados obtidos em campo, pela natureza desse tipo de coleta, devem sofrer o 
mínimo de influência possível do pesquisador, pois este busca compreender o 
comportamento deles na natureza, ou seja, como normalmente se comportam. 
 
3.4.2 Pesquisa de Laboratório 
Outro meio de obtenção de dados é através das pesquisas em Laboratório. 
Esse tipo de pesquisa pode ser caracterizado pela manipulação do pesquisador na 
produção e obtenção dos dados. Nesse caso, o pesquisador pode ditar em que 
situação seus dados serão obtidos, que condições serão necessárias e a forma de 
leitura dos dados a ser adotada. 
 Como você pode perceber, ela difere em essência da pesquisa de campo. No 
laboratório, é possível - muitas vezes - que limites sejam estabelecidos como, por 
exemplo, saber o ponto de ebulição de um líquido quando a pressão atmosférica é 0,8 
atm. Esse tipo de investigação não seria possível em campo, pois é impossível 
condicionar a pressão atmosférica em ambiente aberto. Faz-se necessário para isso 
um ambiente hermético (vedado) e isso só é possível em laboratório. 
 A pesquisa laboratorial cria meios artificiais para a obtenção de dados. Isso 
permite que o pesquisador estabeleça as condições nas quais os dados serão 
produzidos, que sejam testados padrões específicos, que seriam impossíveis de serem 
estabelecidos em condições naturais. Isso promove dados mais precisos. 
 
3.4.3 Pesquisa Bibliográfica 
Já a pesquisa Bibliografia refere-se à busca de dados através da consulta de 
conhecimentos já produzidos, através de várias formas de pesquisa, e que são 
disponibilizados à comunidade científica na forma de livros, periódicos e relatórios. É 
uma preciosa fonte de informação para construção do referencial teórico do 
pesquisador; devendo, assim, encabeçar qualquer processo de busca científica. 
A pesquisa bibliográfica possibilita que o pesquisador perceba a evolução do 
conhecimento em determinada área, pois tem disponíveis textos de várias épocas. 
Você pode, por exemplo, ter acesso a dados sobre o índice de câncer de pele, desde 
os anos 80 do século passado, até hoje. Permite também que acesse dados de 
diferentes localidades, possibilitando uma amplitude espacial maior sobre determinada 
107 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
Para entender melhor 
as características dos 
diferentes tipos de 
pesquisa, leia: 
SANTOS, 
Metodologia 
Científica, a 
construção do 
conhecimento. 5 ed. 
São Paulo: DP&A, 
2002). 
 
área científica, como saber a incidência do câncer de pele nos diferentes estados 
brasileiros. 
O importante da pesquisa com dados bibliográficos é que o pesquisador deve 
trabalhar com dados gerados por outras pessoas. Dessa forma, pode ser que essas 
informações não respondam exatamente o que foi perguntado. Sendo assim, cabe ao 
pesquisador estabelecer correlação entre diferentes textos, de forma que - através de 
sua reflexão - possa alcançar seus objetivos e responder suas questões. 
 
3.5 QUANTO AO PROCEDIEMENTO DE COLETA DE DADOS 
 O procedimento de coleta de dados de uma pesquisa refere-se aos métodos 
práticos utilizados para obtenção de informações. Você verá que podem ser os mais 
diversificados possíveis, desde que sejam programados e reconhecidos como meios 
viáveis de obtenção de dados. Devem, ainda, respeitar todos os parâmetros éticos 
científicos. 
 É bastante comum que uma mesma pesquisa adote mais de um procedimento, 
em diferentes etapas, promovendo assim uma variedade maior de dados. Outro critério 
utilizado refere-se ao objeto de pesquisa, dependendo da área do conhecimento ou do 
objetivo a ser alcançado, um ou outro procedimento pode ser mais adequado. 
 
 3.5.1 Pesquisa Experimental 
A pesquisa Experimental é desenvolvida através de 
experiências realizadas pelo pesquisador. Trata-se da reprodução, 
de forma controlada, de um determinado fato ou fenômeno. Esse 
tipo de pesquisa possibilita a manipulação de fatores que 
influenciam no objeto estudado, isto é, o pesquisador define em que 
situação os dados serão produzidos e obtidos. 
Dessa forma, a pesquisa experimental permite que sejam 
definidos padrões de comportamento dos dados, o que possibilita 
uma compreensão da realidade que não poderia ser descoberta de 
forma natural. 
Os experimentos são geralmente feitos através de 
amostragens, ou seja, uma parcela do universo de total. Assim, 
108 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
quanto maior o número de amostras envolvidas no experimento, maior a seguridade 
dos dados. 
A pesquisa experimental pode ser subdividida em três formas: 
 Genuinamente Experimental: trata-se de uma pesquisa com dois grupos 
formados aleatoriamente, ou seja, sem influência do pesquisador na escolha do grupo. 
Um dos grupos é chamado de GRUPO ALVO, sendo este o que receberá a 
intervenção do pesquisador (será submetido a algum tipo de teste). O outro grupo é 
chamado de GRUPO CONTROLE, sendo este semelhante - em todos os sentidos - ao 
grupo alvo, menos no fator testado. Dessa forma, a pesquisa poderá ter - na 
comparação dos dois grupos - os resultados para o fator testado. É um tipo de 
pesquisa bastante utilizado na área de ciências biológicas e biomédicas, principalmente 
pelo poder de teste de fatores ou situações. 
 Um exemplo desse tipo de pesquisa é o teste de eficácia de medicamentos. 
Nesse caso, existe o grupo alvo, que receberá o princípio ativo; e o grupo controle, que 
receberá o placebo (composto sem o medicamento). Ambos os grupos apresentam 
composição semelhante e, após o período de testes, são avaliadas as diferenças entre 
ambos; detectando, assim, os benefícios e efeitos colaterais do medicamento testado. 
 Em muitos casos, nem o próprio pesquisador sabe que indivíduo faz parte do 
grupo alvo, e quem é do grupo controle. Essas pesquisas são chamadas de DUPLO 
CEGO e buscam evitar o máximo de interferência, ou desvio de interpretação dos 
resultados por parte do pesquisador. 
 
Pré-experimental: Neste caso, a pesquisa é realizada com um único grupo, 
também formado aleatoriamente. Entretanto, não há como compará-lo com outro 
grupo. Sendo assim, faz-se uma avaliação do grupo no início do experimento e, em 
seguida, faz-se a intervenção, testando algum fator. Após um período de tempo 
determinado, o grupo passa por uma reavaliação, para que seja evidenciada alguma 
mudança em relação ao quadro inicial. 
 
Quase Experimental: Neste tipo de pesquisa experimental, o grupo analisado 
apresenta características específicas desejadas pelo pesquisador (ser fumante, 
diabético etc.). Dessa forma, sua formação não será aleatória e sim intencional. 
 Esse tipo de pesquisa experimental é o único que sofre intervenção do 
pesquisador no momento de formar os grupos; podendo, ainda, ser feita a comparação 
109 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educaçãoa Distância 
 
entre grupos distintos. Por exemplo, verificar a incidência de câncer de pulmão entre 
fumantes e não fumantes. Após a definição da característica-chave a ser investigada, a 
formação do grupo de estudo pode ser aleatória, ou seja, de um grupo de fumantes, 
escolhe-se uma amostra de forma aleatória. 
 
3.5.2 Pesquisa Ex-Post-Facto 
Este tipo de pesquisa é desenvolvido após a ocorrência de um fenômeno, ou 
fato que aconteceu, sem o planejamento ou controle do pesquisador. Podemos tomar 
como exemplo a ocorrência de um fenômeno natural como um terremoto, ou um 
fenômeno fisiológico como um infarto. A pesquisa busca compreender as causas e 
consequências do fenômeno ocorrido e suas extensões. 
É um tipo de pesquisa que gera dados, visando promover meios de prever e 
evitar futuros acontecimentos semelhantes. Muitas áreas das ciências naturais, e 
mesmo médica, construíram muitos de seus conhecimentos com base em pesquisas 
ex-post-facto. 
 
3.5.3 Pesquisa do tipo Levantamento 
A pesquisa tipo Levantamento consiste na busca de informações sobre algum 
fenômeno, ou fato estudado sobre o qual não se tem dados. Normalmente, trata-se de 
pesquisas desenvolvidas com um grupo específico, por exemplo, o levantamento das 
espécies que compõem uma população de árvores em um fragmento de mata, ou 
ainda, o levantamento dos acidentes de trabalho envolvendo materiais pérfuro-
cortantes em um hospital. 
A pesquisa de levantamento pode trabalhar com amostragem, isto é, uma 
porcentagem do total. Normalmente realizada através de mensurações (registros 
numéricos), questionários, formulários ou entrevistas; os dados normalmente são 
tratados quantitativamente, passando por análises estatísticas que irão gerar uma 
informação mais confiável. 
 
3.5.4 Pesquisa do tipo Estudo de Caso 
Trata-se de toda pesquisa feita com base em um objeto de pesquisa restrito 
(caso). Normalmente, o pesquisador faz uma análise da situação no início da pesquisa, 
descrevendo as características do caso. Em seguida, é traçado um plano de ação que 
110 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
busca melhorar o quadro descrito. Após o período de estudo, o quadro passa por uma 
nova avaliação, dando ênfase às melhorias evidenciadas. 
As pesquisas do tipo têm algumas restrições; pois, como são desenvolvidas a 
partir de um ou poucos casos, os dados gerados não podem ser generalizados, uma 
vez que outros casos semelhantes podem não apresentar a mesma resposta ao 
mesmo tipo de ação. 
As pesquisas envolvendo estudo de caso são muito comuns na área médica; 
entretanto, definindo-se bem o objeto de estudo e objetivo da pesquisa, qualquer área 
pode se valer desse meio de investigação. 
 
 3.5.5 Pesquisa Bibliográfica 
 A pesquisa Bibliográfica compreende uma pesquisa a qual se utiliza de 
diversas fontes de consulta bibliográfica como base de informação. Sendo assim, a 
pesquisa é baseada em informações já conhecidas pela comunidade científica, 
entretanto tem por intuito desenvolver novos raciocínios com base nas leituras e 
resultados encontrados nos textos científicos. 
 Sendo assim, o meio de coleta de dados da pesquisa bibliográfica se dá através 
da leitura de textos, dos quais se utilizam os dados apresentados pelos autores. Sendo 
assim, o pesquisador que adota esse método de coleta de dados irá trabalhar com os 
dados produzidos por terceiros. Entretanto, tem o trabalho de interpretá-los e 
correlacioná-los, gerando o conhecimento proposto por sua questão-problema. 
 
3.5.6 Pesquisa Documental 
A pesquisa Documental se assemelha à bibliográfica, entretanto os dados 
envolvidos não foram ainda analisados, ou seja, são registros que foram armazenados, 
mas que ainda não passaram por uma análise para se gerar conhecimento a partir 
deles. Normalmente, referem-se a documentos que não foram organizados e 
interpretados por um pesquisador (ex.: prontuários, exames, registros etc.). 
 
3.6 QUANTO AO ENVOLVIMENTO DO PESQUISADOR 
 O grau de envolvimento pessoal do pesquisador em relação à pesquisa, muitas 
vezes depende do objeto de investigação. Por exemplo, um pesquisador que tenha 
111 
 
 
 
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como objeto de estudo os peixes-boi (mamífero aquático), certamente terá um 
envolvimento carinhoso por esses animais, sendo comum tratá-los com grande apreço. 
Já um pesquisador que investigue o mercado financeiro, pode não desenvolver 
nenhum sentimento especial por seu objeto de estudo. 
 Dessa forma, podemos distinguir formas de pesquisa nas quais o envolvimento 
pode ser maior ou menor, sendo elas. 
 O pesquisador normalmente tende a se envolver nos procedimentos de coleta 
ou análise dos dados de uma pesquisa, entretanto podemos distinguir dois tipos de 
pesquisa quanto a esse envolvimento: 
 
3.6.1 Modelo Clássico 
Neste caso, o pesquisador não se envolve pessoalmente com a pesquisa 
realizada, mesmo tendo seres humanos como objeto de estudo. A ação do pesquisador 
fica restrita aos dados em si, deixando de lado qualquer questão emocional ou 
ideológica ocorrida na produção dos mesmos. 
No modelo clássico, muitas vezes, o pesquisador tem como objeto de estudo 
fenômenos físicos ou naturais. Outras vezes, ele só entra em contato com números 
gerados, facilitando o não envolvimento pessoal. 
 
3.6.2 Pesquisa participante 
Neste caso, o pesquisador se envolve emocional ou ideologicamente com o 
desenvolvimento da pesquisa. O pesquisador tem por objetivo se familiarizar com os 
sujeitos envolvidos na produção dos dados. Deve-se ressaltar que o envolvimento deve 
ser considerado pelo pesquisador, devendo ele permanecer dentro de limites que não 
comprometam a veracidade e confiabilidade dos dados gerados pela pesquisa. 
Um exemplo clássico da pesquisa participante é aquela desenvolvida em 
populações específicas, como os índios. Para que o pesquisador consiga obter dados, 
deve se integrar ao grupo, viver com eles e partilhar de seus hábitos e costumes. Só 
assim terá acesso às informações de que necessita. 
 
3.6.2 Pesquisa-Ação: 
São pesquisas participantes, realizadas com o objetivo de resolver um problema 
de interesse coletivo ou suprimento de uma necessidade de um grupo específico de 
112 
 
 
 
CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
Bem, após esta seção, você pode verificar que o processo de 
investigação científica é bem variado. Vamos agora conhecer quais são 
as etapas para se planejar e executar uma pesquisa cientifica. Embora 
você só venha a utilizar este conteúdo na metade final do seu curso, é 
importante que desde já você tenha conhecimento de como proceder no 
desenvolvimento de uma pesquisa científica 
 
pessoas. Nesse caso, faz-se necessário o envolvimento, tanto do sujeito, como do 
investigador, para se obter êxito com a resolução do problema, uma vez que a adesão 
dos sujeitos é um fator determinante. Existe participaçãoe cooperação entre 
pesquisadores e colaboradores. 
 
 Você percebeu que existe uma grande variedade de formas de se investigar 
uma realidade, e podemos dizer que algumas áreas costumam adotar um ou outro 
método com maior frequência. Por exemplo, na área de pesquisa social, é comum a 
pesquisa participante. Já nas áreas de ciências naturais, é comum a pesquisa ex-post-
facto ou a experimental. 
 Assim, você pode estar se perguntado: “mas como eu vou saber qual método eu 
devo adotar?” Isso irá variar de acordo com o objeto de estudo, com a área de 
pesquisa e com o objetivo proposto. Através da leitura de textos científicos, na área de 
conhecimento em que estamos atuando, temos acesso aos mecanismos de produção 
dos dados. Isso é bem descrito, principalmente nas monografias e nos artigos 
científicos. 
 
 
 
 
4. PROJETO DE PESQUISA 
 Pesquisar é uma tarefa investigativa e, para que se tenha êxito nesse processo, 
faz-se necessário esclarecer bem o que se deseja investigar, como e quais 
conhecimentos se deseja produzir com essa investigação. É claro que, dependendo do 
nível intelectual do pesquisador, o grau de complexidade da investigação será maior ou 
menor. 
 Você deve estar se perguntando: “mas eu vou desenvolver pesquisa durante a 
graduação?” Sim, e muito. Fora a monografia, que certamente será produto de uma 
pesquisa, todos os trabalhos e atividades que você irá desenvolver nas disciplinas 
depende de pesquisa. Mesmo o ato de estudar é uma pesquisa. Ao estudarmos, 
buscamos respostas para lacunas no nosso conhecimento, e isso é pesquisa. É claro 
113 
 
 
 
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 SOBRE OS AUTORES
 
 
O planejamento adequado 
de uma pesquisa evita que 
dados sejam coletos sem 
necessidade, ou que dados 
necessários sejam 
desprezados, por isso 
sempre se deve investir um 
tempo no planejamento de 
uma atividade de 
investigação, mesmo que 
seja um simples trabalho. 
que algumas dessas pesquisas exigem maior grau de profundidade e uma 
sistematização nos procedimentos de investigação. Os procedimentos são mais 
flexíveis, exigindo menor rigidez nos processos. 
Em qualquer área da ciência, o procedimento para realização de uma pesquisa 
passa por três etapas: Planejamento; Execução e Redação. 
 
4.1 PLANEJAMENTO 
O planejamento de qualquer projeto de pesquisa, 
mesmo da pesquisa bibliográfica, é fundamental para 
seu bom andamento. Planejar uma atividade facilita na 
identificação do que será necessário para se ter êxito no 
que foi proposto e facilita na identificação e correção de 
possíveis erros cometidos. 
O planejamento refere-se à elaboração de um 
projeto de pesquisa. Esse projeto irá definir o caminho 
intelectual, o qual direcionará as etapas futuras da 
investigação (SANTOS, 2002). 
A fase de planejamento pode ser subdividida em 
duas: o pré-projeto, ou anteprojeto, e o projeto propriamente dito. No pré-projeto, 
definem-se alguns aspectos intelectuais e conceituais da pesquisa. Digamos que, 
nessa etapa, “pensa-se nas questões teóricas” da pesquisa. Já no projeto, planeja-se a 
parte prática da pesquisa, ou seja, definem-se neste momento os mecanismos de 
coleta e organização dos dados que serão obtidos. 
 
4.1.1 Pré-projeto 
O Pré-projeto consiste na definição de aspectos relacionados à escolha do 
tema a ser investigado e do problema a ser proposto: 
Escolha do tema: 
Trata-se da fase inicial de qualquer atividade de pesquisa. A escolha do tema 
refere-se à escolha do assunto que será abordado, sendo uma importante etapa, uma 
vez que a definição do assunto também implicará a definição de todas as demais fases. 
O tema escolhido pelo pesquisador deve atender a alguns critérios descritos a seguir: 
114 
 
 
 
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 SOBRE OS AUTORES
 
 
A questão-problema de 
uma pesquisa pode ser 
comparada à coluna 
vertebral do nosso 
esqueleto. Ela é que dá 
sustentação para os demais 
ossos do corpo, bem como 
para os músculos. Sendo 
assim, a questão-problema 
irá direcionar a definição 
dos objetivos e da 
metodologia da pesquisa. 
 - Ser agradável ao pesquisador, ou seja, o 
pesquisador precisa gostar do tema, ter facilidade 
de entendimento de seus conceitos e dos textos 
publicados sobre ele. 
- Ser adequado às condições intelectuais do 
pesquisador e as suas aptidões físicas e 
psicológicas. Uma pessoa que é alérgica a abelhas 
não poderia realizar um estudo no qual estivesse 
sujeito a picadas. 
 - Ter um objeto de estudo que mereça e tenha 
condições de ser investigado. Existem inúmeros 
estudos que não podem ser executados por falta de 
recursos tecnológicos ou por necessitarem de 
estudos prévios. Ex.: Estudo das características 
físico-químicas da água encontrada congelada em Marte. 
 - Deve estar sujeito a testes por quantos e quaisquer que o desejem, por isso 
deve ser preciso, claro e bem delimitado. 
 
 Levantamento Bibliográfico (Pesquisa Exploratória): 
Compreende o aprofundamento do conhecimento do pesquisador sobre o tema, 
ou seja, trata-se da pesquisa exploratória definida no item anterior. Em geral, é feito 
através do levantamento de trabalhos já publicados sobre o mesmo assunto. Esse 
levantamento dá ao pesquisador um referencial teórico suficiente, para desenvolver um 
trabalho com um bom nível de aceitabilidade. O levantamento de dados pode ser feito 
pela: 
- Pesquisa documental: pesquisa de documentos originais que gerem 
informação importante; 
- Pesquisa bibliográfica: textos científicos já publicados; 
- Contato direto: Comentários pessoais, informações obtidas em congressos e 
conferências. 
 
 Formulação do Problema: 
Refere-se a uma dificuldade teórica ou prática, em determinada área da ciência, 
cuja solução é de real importância. A questão-problema é o que se deseja descobrir 
115 
 
 
 
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com a pesquisa. Para que seja formulada adequadamente, necessita de boa base 
conceitual do pesquisador, obtida com o levantamento bibliográfico, além de 
imaginação criativa. É uma importante etapa; pois - com base no problema – 
desenvolvem-se todas as etapas seguintes da pesquisa. A formulação da questão-
problema deve seguir alguns critérios: 
 - Deve ser redigida de forma clara e precisa, detalhando as relações entre os 
fatores que serão investigados. 
- Deve ter condições de ser investigada, pois não basta ser uma boa questão. O 
pesquisador deve ter condições de acessar os dados que irão respondê-la. 
 - Deve ser bem delimitada; pois, quanto maior sua abrangência, mais complexa e 
demorada será a pesquisa. 
 A questão-problema normalmente é expressa na introdução do projeto, por 
exemplo: “Assim, faz-se necessário investigar quais os efeitos do chá de berinjela no 
controle do colesterol.” 
 
Definição das Hipóteses: 
 Uma hipótese pode ser definidacomo possível solução do problema proposto. A 
redação da hipótese é frequentemente cobrada nas teses de doutorado, sendo comum 
ser dispensada nos demais tipos de textos. A hipótese será testada através da análise 
dos dados e, dessa forma, pode ser confirmada ou rejeitada. 
 Retomando o exemplo citado na questão-problema, poderíamos ter a seguinte 
hipótese: “o uso constante da infusão (chá) de berinjela auxilia significativamente no 
controle do colesterol.” 
Perceba que a hipótese é uma suposta resposta à questão-problema, e sua 
veracidade está sujeita ao que os dados mostrarão após o término da investigação. 
Sendo assim, a hipótese é algo que só terá credibilidade após passar pelo teste dos 
dados. 
 
4.1.2 Projeto 
No Projeto, trabalham-se as questões mais práticas da pesquisa e seguem-se 
as questões teóricas da pesquisa definidas no anteprojeto. Consta dos seguintes itens. 
Delimitação do tema: 
 A delimitação do tema é a restrição do que será abordado dentro do assunto 
definido. Esta etapa é feita de forma compatível com a hipótese. Geralmente, a 
116 
 
 
 
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especificação do tema corresponde ao título do futuro trabalho escrito. Deve ser feita 
com bastante cuidado, pois indica o conteúdo desenvolvido no trabalho e, dessa forma, 
todos os aspectos do assunto que não serão abordados na pesquisa devem ser 
descartados no momento da delimitação. 
A delimitação do tema permite que seja definido o tipo de pesquisa que será 
desenvolvida, ou seja, se será qualitativa ou quantitativa, se adotará o campo ou o 
laboratório como fonte de dados etc. 
 
Elaboração do Objetivo Geral: 
 Na sequência da delimitação do tema, define-se o objetivo geral do projeto. Esse 
processo é de extrema importância, pois determina as diretrizes da pesquisa. Expressa 
as pretensões da investigação e qual será o resultado intelectual da pesquisa, 
delimitando e dirigindo os raciocínios desenvolvidos. 
É determinado por verbos que demonstrem uma ação, indicando atividade 
mensurável, ou seja, que pode ser verificada. Segundo Santos (2002), os níveis de 
conhecimento expressos pelo objetivo geral podem ser classificados em níveis de 
complexidade, de acordo com o verbo utilizado, podendo ser de: 
 Conhecimento: apontar, citar, classificar, definir, relatar, conhecer, descrever, 
identificar, reconhecer. 
Compreensão: compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, 
diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar. 
Aplicação: aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, 
praticar, selecionar, traçar. 
Análise: analisar, verificar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, 
examinar, investigar, provar. 
Síntese: compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, 
produzir, propor, sintetizar, reunir. 
Avaliação: argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, 
medir, selecionar. 
 
A redação do objetivo geral deve ser precisa e objetiva, demonstrada em frases 
curtas e com um único sentido. Por exemplo, “Verificar a variação anual dos níveis de 
nutrientes dissolvidos no ribeirão Claro”. 
 
117 
 
 
 
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Definição dos Objetivos Específicos: 
Compreende a subdivisão do objetivo geral, em etapas, para o seu melhor 
entendimento, ou seja, as etapas a serem alcançadas para atingir o objetivo geral. 
Cada objetivo específico pode compor um capítulo do trabalho final em pesquisas 
bibliográficas. 
É importante destacar que os objetivos específicos constituem partes do objetivo 
geral e, dessa forma, se todos os específicos forem alcançados, o geral também o 
será. 
Retomando o exemplo dado no objetivo geral, teríamos. 
“Conhecer as variações dos parâmetros físico-químicos da água;” 
“Determinar a concentração de compostos nitrogenados ao longo do período de 
estudo;” 
“Determinar a concentração dos compostos fosforados durante o período de 
estudo;” 
“Verificar as variações anuais dos parâmetros analisados.” 
Cabe destacar que os verbos utilizados nos objetivos específicos devem ter, 
preferencialmente, menor grau de complexidade que o verbo utilizado no objetivo geral. 
 
Materiais e Métodos ou Procedimento de Coleta / Metodologia: 
No item Materiais e Métodos, definem-se as atividades práticas necessárias para 
aquisição de dados que vão confirmar ou rejeitar as hipóteses formuladas 
anteriormente. 
A metodologia é elaborada através do planejamento de como tais dados serão 
coletados para responder a cada objetivo específico, quais os procedimentos, os 
métodos e as técnicas utilizadas para tal. Devem ser considerados também o objetivo 
da pesquisa, os recursos financeiros disponíveis, a equipe de trabalho e os recursos 
tecnológicos necessários. 
Também faz parte da metodologia a definição de um plano de amostragem, no 
qual é definida a área de coleta de dados, a periodicidade de amostragem e como será 
feita a coleta em relação ao número de amostras e ao tratamento estatístico utilizado. 
118 
 
 
 
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É importante destacar que, no projeto de pesquisa, a metodologia deve ser bem 
descrita e detalhada, demonstrando o domínio do pesquisador em relação às 
atividades que terá que desenvolver. 
Em pesquisas bibliográficas, a metodologia especifica quais assuntos serão 
abordados e quais fontes de dados serão consultadas. 
 
Cronograma: 
O Cronograma do projeto reflete de forma ilustrada, quando cada etapa do 
projeto será desenvolvida. Normalmente apresentado no formato de um quadro, onde 
são estipuladas as atividades e a data (mês) na qual será realizada. Ex.: 
 2011 
Atividade/Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago 
Levant. Bibliog. X X X X X X X 
Plano de pesquisa X X 
Execução do plano X X 
Análise dos resultados X X 
Redação final X 
 
 O Cronograma pode se estender por um ano ou mais, dependendo da extensão 
da investigação. 
 
4.2 EXECUÇÃO DA PESQUISA 
Nesta etapa, tudo que foi planejado para atingir os objetivos propostos e 
solucionar a questão problema será aplicado. Constitui uma das fases mais trabalhosas 
da pesquisa e necessita de muita determinação e persistência do pesquisador, pois a 
coleta deve sempre ser disciplinada; evitando, assim, erros e o consequente 
comprometimento dos dados. 
A coleta de dados, principalmente em pesquisas experimentais, demanda um 
grande investimento de tempo por parte do pesquisador, sendo necessário o 
envolvimento do mesmo para que o processo de obtenção (dos dados) transcorra sem 
nenhum contratempo. 
As etapas que constituem a execução da pesquisa são: 
 
4.2.1 Coleta de Dados 
119CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
A coleta de dados consiste na aplicação dos métodos e técnicas selecionadas, 
no desenvolvimento do projeto, de acordo com os objetivos propostos. Deve ser 
realizada com um apurado critério quanto ao registro dos dados, seguindo sempre um 
padrão metodológico de fidedignidade, ou seja, um registro fiel dos dados como 
ocorrem. 
Esse processo requer de um investimento muitas vezes pessoal, visto que o 
envolvimento do pesquisador no processo de coleta de dados pode demandar tempo e 
energia. 
Em pesquisas que envolvem o uso de equipamentos eletrônicos, por exemplo, 
faz-se necessário ainda um cuidado com os mesmos, no que se refere à calibragem, à 
limpeza, ao armazenamento e ao desgaste do aparelho. 
 
4.2.2 Elaboração dos dados 
A classificação dos dados refere-se a um refinamento nos dados obtidos. Muitas 
vezes, principalmente em pesquisas quantitativas, o pesquisador termina a coleta de 
dados com uma série de planilhas repletas de números, sendo necessário que esse 
material seja organizado, para que os conhecimentos gerados possam ser explorados. 
 Essa etapa consiste em uma organização sistemática dos dados, de acordo 
com os seguintes passos. 
 Seleção: Exame minucioso dos dados, procurando detectar falhas ou erros, e 
evitando informações confusas. Exclusão de dados excedentes ou nova coleta para 
dados que estejam faltando. Na seleção, faz-se um arranjo dos dados, uma 
organização para que eles iniciem a demonstração da informação que representam. 
 Codificação: Agrupamento dos dados, em categorias, de acordo com suas 
relações e atribuição de símbolos (números ou letras) a cada categoria. Nesse 
momento, agrupam-se os dados de acordo com suas características. É o momento de 
verificar padrões de comportamento e relações diretas (e indiretas) entre os dados. 
Essa etapa exige critérios postulados pelo pesquisador e previamente definidos, ou 
seja, de acordo com seus objetivos, você irá buscar as correlações. 
 Tabulação: Disposição dos dados em quadros e/ou tabelas, para facilitar a 
averiguação de suas inter-relações. Implica a aplicação do método estatístico, 
previamente definido de acordo com os objetivos. Elaboração de gráficos e tabelas. 
 
 4.2.3 Análise e Interpretação dos dados: 
120 
 
 
 
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A análise e interpretação dos dados constitui o núcleo central da pesquisa. 
Embora sejam atividades distintas, estão estritamente relacionadas. 
 A análise compreende a tentativa de evidenciar as relações entre os fenômenos 
e os fatores estudados. Necessita de Interpretação, na qual é feita a verificação da 
relação entre variáveis dependentes (influenciadas) e independentes (que influenciam); 
de Explicação, em que é esclarecida a origem da variável dependente; e de 
Especificação, onde é feita a explicação sobre até que ponto a relação entre variáveis 
independentes e dependentes são válidas. 
 De posse dos dados estatísticos, o pesquisador estabelece relações entre os 
dados e as hipóteses formuladas, e estas são confirmadas ou refutadas (rejeitadas). 
 A interpretação refere-se à atividade intelectual, que procura dar um significado 
aos dados, ou seja, mostrar e analisar as informações produzidas através dos dados 
analisados. Nesse momento, busca-se verificar se os objetivos propostos foram 
atingidos e se a questão-problema foi respondida. 
Normalmente, a interpretação dos dados é o conteúdo expresso no capítulo 
discussão de um trabalho científico, sendo uma característica marcante desse texto a 
correlação dos dados produzidos com os de outras pesquisas desenvolvidas por outros 
pesquisadores. Significa a verdadeira reflexão intelectual, em relação ao material 
apresentado e aos objetivos e tema propostos. 
 
 4.2.4 Representação dos dados: 
Neste momento, escolhem-se as principais formas de ilustrar os dados, o que 
pode ser feito através de quadros, tabelas e figuras (fotos, desenhos, gráficos). Deve-
se ter a precaução de não repetir dados, expondo-os de duas formas. 
A representação dos dados deve sempre ter em mente o leitor. Sendo assim, a 
escolha do tipo e cores de um gráfico deve ser a melhor possível para o entendimento 
do leitor ao interpretá-lo. 
 
5. REDAÇÃO DO TEXTO PENSADO 
 O próximo passo da pesquisa é construir o texto que irá expressar todas as 
etapas anteriores. O formato e conteúdo do texto podem variar de acordo com o tipo de 
texto a ser produzido. Entretanto, o estilo de redação e organização seguirá sempre um 
padrão técnico e formal, como vimos no módulo 3. 
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 É isso aí! Finalizamos aqui a disciplina. Esperamos que os conteúdos dispostos 
aqui sejam facilitadores no seu cotidiano de estudo e aprendizado. Você poderá ver 
necessidade de acessar esse material em vários momentos do seu curso, 
principalmente na finalização de seus trabalhos. 
 Boa Sorte e lembre-se: Você é responsável pelo que aprende e como aprende. 
Seja perseverante nas suas dificuldades e excelente naquilo que tem facilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CNEaD – Coordenadoria Nacional de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– referências. NBR 6023. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informações e documentação 
– trabalhos acadêmicos - apresentação. NBR 14724. Rio de Janeiro: ABNT, 2005. 
CARVALHO, Alex et al. Aprendendo Metodologia Científica. São Paulo: O Nome da 
Rosa, 2000, pp. 11—69. Disponível em: 
http://www.biomaterial.com.br/Metodologia_pesquisa.pdf. Acesso em 31 de Nov. de 
2011. 
CARVALHO, M. C. de. Construindo o saber: metodologia científica, fundamentos 
e técnicas. 2 ed. Campinas: Papirus, 2002. 
CERVO, A. L. ; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill 
do Brasil, 2000. 
HÜHNE, L. M. Metodologia Científica: cadernos de textos e técnicas. 7 ed. Rio de 
Janeiro: Agir, 2002. 
KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática da 
pesquisa. 18 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. 
MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Atlas, 
2000. 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e 
resenhas. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PRICE, D. de S. A ciência desde a Babilonia. Belo Horizonte: Itatiaia, 2000. 
SANTOS, A. R. dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 5 ed. 
Rio de Janeiro: DP&A, 2002. 
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 21 ed. São Paulo: Cortez, 
2000. 
 
 
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1. Segundo Pitta & Castro (2006), para iniciarmos uma pesquisa científica, 
devemos partir de três pré-requisitos básicos: 1) conhecer bem e ter competência no 
assunto a ser pesquisado; 2) ter acesso e dominar a amostra; e 3) depender o mínimo 
possível de terceiros para realizar a pesquisa. Dentre os três requisitos citados pelos 
autores, assinale o tipo de pesquisa que atende ao requisito 1. (0,5) 
a) Pesquisa genuinamente experimental 
b) Pesquisa exploratória 
c) Pesquisa ex-post-facto 
d) Pesquisa de levantamento 
e) Pesquisa ação 
 
2. Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a 
como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a 
intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a 
realidade em sentido teórico e prático”. Com isso, podemos afirmar corretamente que: 
(0,5) 
a) Toda pesquisa deve obrigatoriamente partir de uma pesquisa de campo que 
gere dados numéricos, pois estes são mais fiéis em representar a realidade; 
b) A pesquisa bibliográfica, por não gerar dados obtidos diretamente pelo 
pesquisador, não contribui com a promoção da descoberta e interpretação da 
realidade. 
c) Os meios de coleta de dados que envolvem a experimentação são os mais 
adequados para a produção de conhecimentos que de fato expressem a 
realidade. 
d) A pesquisa científica deve sempre partir de uma dúvida ou questão que será 
investigada no decorrer do processo investigativo, podendo adotar os mais 
diversos meios para a obtenção de dados. 
e) As pesquisas qualitativas só podem ser desempenhadas em áreas onde não é 
possível obter dados quantitativos, pois esses são mais adequados à geração 
de conhecimentos seguros e confiáveis. 
 
3. Sabe-se que o surgimento das disciplinas voltadas para a investigação científica 
data dos séculos XVI e XVII, quando o homem desenvolve a necessidade de 
conhecer os fenômenos que os cercavam com maior rigor e precisão. Assinale a 
forma de coleta de dados que promove informações mais precisas, com dados exatos 
que possibilitem identificar intervalos de valores, nos quais os fenômenos podem 
ocorrer: (0,5) 
a) Pesquisa experimental 
b) Pesquisa quantitativa 
c) Pesquisa acadêmica 
d) Pesquisa bibliográfica 
e) Pesquisa básica 
 
MÓDULO 4 
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4. A pesquisa experimental é fundamental para a busca de conhecimentos 
específicos, nos quais fatores são testados de acordo com critérios estabelecidos pelo 
pesquisador. Com base na pesquisa experimental, assinale a afirmativa Incorreta. 
(0,5) 
a) A pesquisa experimental seleciona grupos homogêneos entre si, os quais são 
submetidos a tratamentos diferenciados. Após os períodos de estudo, os resultados 
são checados estatisticamente. 
b) O pesquisador nunca pode intervir na formação dos grupos, pois isso inviabilizaria 
qualquer tipo de pesquisa experimental. 
c) Na pesquisa quase experimental, o pesquisador pode determinar uma 
característica específica, a qual será o principal fator a ser investigado e, dessa 
forma, o grupo de estudo pode não ser formado aleatoriamente. 
d) Os resultados são obtidos e analisados de acordo com os estímulos (os testes 
feitos), pois o propósito da pesquisa experimental é analisar as relações de causa-
efeito. 
e) A pesquisa experimental geralmente trabalha com grupos selecionados 
aleatoriamente, de forma que o pesquisador não influencia na escolha dos 
elementos que formam o grupo investigado. 
 
5. Explique, de forma objetiva, as principais diferenças entre o método indutivo, 
dedutivo e hipotético-dedutivo. 
 
6. Descreva a importância da questão-problema no planejamento de uma 
investigação científica. 
 
7. Estabeleça uma questão-problema hipotética e elabore, para atendê-la, o 
suposto objetivo de um projeto. 
 
8. Justifique a necessidade de se fazer a seleção e tabulação dos dados obtidos 
com uma investigação antes de analisá-los.