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Aula 05
Português p/ ENEM 2016
Professores: Equipe Rafaela Freitas, Rafaela Freitas
Português p/ ENEM 2016 
Teoria e Questões Comentadas 
Profª Rafaela Freitas ʹ Aula 05 
 
 
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AULA 01 
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO 
PONTUAÇÃO EXPRESSIVA 
A 
Caros alunos, meu nome é professora Rafaela Freitas e, a partir desta 
aula, estarei com vocês no estudo do Português para o ENEM! Vamos manter 
o mesmo cronograma e data de postagens e vocês podem continuar enviando 
suas dúvidas pelo fórum, inclusive sobre as aulas anteriores. 
Trarei muitas questões comentadas das últimas provas do ENEM. Meu 
compromisso é fazer a diferença na sua preparação sem que NADA fique de 
fora! Aguardem vídeos novos com conteúdo de qualidade e gravados 
especialmente para este curso. 
Vamos continuar estudando o período composto, mas, agora, com foco na 
SUBORDINAÇÃO! Falarei um pouco sobre a pontuação expressiva também! 
Vamos juntos! 
 
SUMÁRIO 
RELEMBRANDO O PERÍODO COMPOSTO...................................................02 
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO..............................................03 
FORMA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS...................................................05 
CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS......................................06 
PONTUAÇÃO PARA EXPRESSAR SENTIMENTOS >> INTERJEIÇÃO.................13 
HORA DE PRATICAR...............................................................................17 
LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA....................................55 
GABARITO............................................................................................86 
O MEU ATÉ BREVE.................................................................................86 
 
 
 
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Sabemos que é muito importante para a prova do ENEM sabermos 
diferenciar subordinação de coordenação em período composto (página 12 
da aula 04). É importante também não D� ³GHFRUHED´� GH� FODVVLILFDomR� GH�
orações, mas reconhecer as relações de sentido que as conjunções exprimem 
ao unirem duas ou mais orações. 
 
RELEMBRANDO O QUE É PERÍODO COMPOSTO 
 
Um período pode ser simples ou composto, depende do número de verbos 
que possui: para cada oração, um verbo. 
 
Período simples: possui apenas uma oração (um verbo) 
Fizemos o melhor. 
 
Período composto: possui duas ou mais orações (mais de um verbo) 
Chegamos aqui para fazermos o melhor! 
 
O período composto subdivide-se em: 
 
1) Subordinação: reúne orações dependentes, ou seja, uma é função 
sintática da outra. 
Desejo / que você seja feliz 
Or. Principal Or. Subordinada (função de OD do verbo da oração 
principal) 
 
2) Coordenação: reúne orações independentes, isto é, uma não é 
função sintática da outra. As orações existem independentemente. 
Você estuda em Brasília e mora em Taguatinga 
 Oração Coordenada Oração Coordenada 
 
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PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO 
 
No estudo da língua portuguesa, dividimos as orações subordinadas em 
três grupos, de acordo com a função sintática que desempenham e a classe 
de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas, adjetivas ou 
adverbiais. Sabem a diferença? Não? Então tomem como base o que virá a 
seguir: 
 
Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele. 
 
Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação verbal da palavra 
"percebi". "A profundidade das palavras dele" é objeto direto da forma verbal 
"percebi". O núcleo do objeto direto é "profundidade". Subordinam-se ao 
núcleo desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das palavras dele ". No 
adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o substantivo "palavras", ao 
qual se prendem os adjuntos adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é 
adjunto adverbial de tempo. 
 
 É possível transformar a expressão "a profundidade das palavras dele", 
objeto direto, em oração. Observe: 
 
Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas. 
 
Nesse período composto, o complemento da forma verbal "percebi" é a 
oração "que as palavras dele eram profundas". Ocorre aqui um período 
composto por subordinação, em que uma oração desempenha a função de 
objeto direto do verbo da outra oração. O objeto direto é uma função 
substantiva da oração, ou seja, é função desempenhada por substantivos e 
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palavras de valor substantivo. É por isso que a oração subordinada que 
desempenha esse papel é chamada de oração subordinada substantiva. 
 
Pode-se também modificar o período simples original transformando em 
oração o adjunto adnominal do núcleo do objeto direto, "profundidade". 
Observe: 
 
Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele 
continham. 
 
Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade" passa a ser a 
oração "que as palavras dele continham". O adjunto adnominal é uma função 
adjetiva da oração, ou seja, é função exercida por adjetivos, locuções adjetivas 
e outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são chamadas de 
subordinadas adjetivas as orações que, nos períodos compostos por 
subordinação, atuam como adjuntos adnominais de termos das orações 
principais. 
 
Outra modificação que podemos fazer no período simples original é a 
transformação do adjunto adverbial de tempo em uma oração. Observe: 
 
Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele. 
 
Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma oração que atua 
como adjunto adverbial de tempo do verbo da outra oração. O adjunto 
adverbial é uma função adverbial da oração, ou seja, é função exercida por 
advérbios e locuções adverbiais. Portanto, são chamadas de subordinadas 
adverbiais as orações que, num período composto por subordinação, atuam 
como adjuntos adverbiais do verbo da oração principal. 
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FORMA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS 
 
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes: 
 "Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto." 
Oração Principal Oração Subordinada 
 
Observe que na Oração Subordinada temos o verbo "existe", que está 
conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. As orações 
subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos 
do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações 
desenvolvidas ou explícitas. 
 
Podemos modificar o período acima. Veja: 
 Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. 
Oração Principal Oração Subordinada 
 
Observe que a análise das orações continua sendo a mesma: "Eu sinto" é 
a oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada "existir em meu 
gesto o teu gesto". Note que a oração subordinadaapresenta agora verbo no 
infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia as duas orações, 
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas 
nominais (infinitivo - flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos 
orações reduzidas ou implícitas. 
 
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem 
pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introduzidas por preposição. 
 
Com toda essa análise, eu pretendo mostrar que o período composto deve 
ser analisado caso por caso, sem DECOREBA! 
 
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CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS 
 
Agora, quero mostrar para vocês a análise sintática das orações, como o 
período composto por subordinação é analisado e classificado. O ENEM não 
virá cobrando classificação, mas faz parte da base de seu estudo conhecê-la! 
 
1. SUBSTANTIVAS: têm função equivalente a um substantivo ± 
funcionam como: Sujeito, Objeto Direto, Objeto Indireto, Complemento 
Nominal, Aposto, Predicativo. São introduzidas, normalmente, pelas 
conjunções integrantes que e se. 
 
a) Subjetiva - possui função de sujeito da oração principal. 
Convinha a todos / que você partisse 
 Oração Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva 
 
b) Objetiva Direta ± possui função de Objeto Direto da oração 
principal. 
Ela viu / que o dinheiro terminara 
Or. princ. Or. Sub. Subst. Objetiva Direta 
 
Observe que a oração principal tem um VTD (ver)! 
 
c) Objetiva Indireta - possui função de Objeto Indireto da oração 
principal. 
Todos gostaram / de que estivesse lá 
Or. Princ. Or. Sub. Subst. Objetiva Indireta 
 
Observe que a oração principal possui um VTI (gostar)! 
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d) Completiva Nominal - possui função de Complemento Nominal da 
oração principal. 
 
Tive a impressão de que algo explodira 
 Or. Princ. Or. Sub. Subst. Completiva Nominal 
 
Observe que a oração Completiva Nominal está completando o 
QRPH�³LPSUHVVmR´�GD�RUDomR�SULQFLSDO� 
 
e) Apositiva - possui função de Aposto da oração principal. 
Disse algo terrível: que ia casar 
 Or. Princ. Or. Sub. Subst. Apositiva 
 
f) Predicativa - possui função de predicativo do sujeito da oração 
principal, que, é claro, deve possuir um verbo de ligação. 
O problema foi que chegaste tarde demais 
 Or. Princ. Or. Sub. Subst. Predicativa 
 
2. ADJETIVAS: Têm a função equivalente a um Adjetivo (Adjunto 
Adnominal). São introduzidas por um pronome Relativo. 
 
a) Restritivas ± são aquelas que limitam, restringem um ser ou 
grupo. Nunca são colocadas entre vírgulas. 
As regiões que produzem laranjas foram premiadas 
 Or. Sub. Adjetiva Restritiva 
 
$�RUDomR�SULQFLSDO�p��³DV�UHJL}HV�IRUDP�SUHPLDGDV´� 
$� RUDomR� VXERUGLQDGD� UHVWULQJH� R� WHUPR� ³UHJL}HV´�� SRLV� QHP� WRGDV� as 
regiões foram premiadas, apenas as que produzem laranjas. 
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b) Explicativas - caracterizam o ser ou o conjunto a que se refere. 
Explica algum termo da oração principal. Estão SEMPRE entre vírgulas, 
caso contrário, seriam restritivas. 
 
Os Alunos, que leem, sabem redigir 
 Or. Sub. Adj. Explicativa 
 
$�RUDomR�SULQFLSDO�p��³RV�DOXQRV�VDEHP�UHGLJLU´� 
A oração explicativa ³TXH� OHHP´� está dizendo que os alunos que não 
sabem ler, também não redigem. 
 
 
 A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração 
principal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela vírgula. É 
comum, por isso, que a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as 
orações explicativas das restritivas: de fato, as explicativas vêm sempre 
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. 
Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é necessário levar em 
conta as diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas 
implicam. Em muitos casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou 
restritiva de acordo com o que se pretende dizer. 
 
Exemplo 1: 
Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma. 
 
No período acima, podemos afirmar com segurança que a pessoa que fala 
ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos, um que mora em Roma e um que 
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mora em outro lugar. A palavra "irmão", no caso, precisa ter seu sentido 
limitado, ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se uma 
oração subordinada adjetiva restritiva. 
 
Exemplo 2: 
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma. 
 
Nesse período, é possível afirmar com segurança que a pessoa que fala ou 
escreve tem apenas um irmão, o qual mora em Roma. A informação de que o 
irmão more em Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um elemento 
identificador, diferenciador, e sim um detalhe que se quer realçar. 
 
Observações: 
 
As orações subordinadas adjetivas podem: 
 
a) Vir coordenadas entre si; 
 
Por Exemplo: 
É uma realidade que degrada e assusta a sociedade. 
e = conjunção 
 
b) Ter um pronome como antecedente. 
 
Por Exemplo: 
Não sei o que vou almoçar. 
o = antecedente 
que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva Restritiva 
 
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2. ADVERBIAIS: Têm função equivalente a um Advérbio. São 
introduzidas pro conjunções adverbiais. Indicam a circunstância em que 
ocorre a ação verbal da oração principal. 
 
a) Causais: indicam a causa do fato expresso na Oração Principal. 
A aula foi interrompida porque faltou giz 
 Or. Principal Or. Sub. Adverbial Causal 
 
 
Observe: 
³A aula foi interrompida´�± Or. Principal = CONSEQUÊNCIA 
³3RUTXH�IDOWRX JL]´�± Or. Subordinada = CAUSA 
 
Sempre temos tanto a causa quanto a consequência no período, 
mas a classificação é sempre da subordinada! 
 
b) Consecutivas: indicam consequência do fato da Oração Principal. 
O professor falou tanto que ficou rouco 
 Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Consecutiva 
 
Observe: 
³2�SURIHVVRU�IDORX�WDQWR´�± Or. Principal = CAUSA 
³4XH�ILFRX�URXFR´�± Or. Subordinada = CONSEQUÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
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As mudanças políticas, sociais e culturais, nos 
últimos vinte anos, fizeram-se sentir no âmbito do 
direito administrativo e, mais especificamente, na forma de administrar a coisa 
pública. Diante dessa nova realidade, para atender às necessidades 
fundamentais da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível, a 
administração pública precisou aperfeiçoar suaatuação, afastando-se da 
administração burocrática e adotando uma administração gerencial. 
A antiga forma de administrar empregada pela administração pública 
calcava-se essencialmente em uma gestão eivada de processos burocráticos, 
criados para evitar desvios de recursos públicos, o que a tornava pouco ágil, 
pouco econômica e ineficiente. (...). 
Maria Denise Abeijon Pereira Gonçalves. A gestão pública adaptada ao novo paradigma 
da eficiência. Internet: <www.egov.ufsc.br> (com adaptações). 
 
Marque certo ou errado: Há relação de causa e efeito entre as 
transformações políticas, sociais e culturais e as mudanças ocorridas no âmbito 
da administração pública. 
 
Comentário: comprava-se que a assertiva está correta pelo trecho a 
seguir: 
³'LDQWH�GHVVD�QRva realidade, para atender às necessidades fundamentais 
da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível (CAUSA), a 
administração pública precisou aperfeiçoar sua atuação, afastando-se da 
administração burocrática e adotando uma administração gereQFLDO��()(,72�´� 
GABARITO: CERTO. 
 
c) Comparativas: expressam relação de comparação entre os fatos 
expressos nas orações. 
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Nada dói tanto como um sorriso triste 
 Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Comparativa 
 
e) Condicionais: expressam condição sob a qual se realiza a or. Principal. 
Iremos ao clube se não chover 
 Or. Princ. Or. Sub Adverbial Condicional 
 
f) Concessivas: concedem ou admitem uma condição contrária ao que 
foi dito na Oração Principal. 
Amanhã haverá aula embora seja domingo 
 Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Concessiva 
 
g) Conformativas: indicam adequação ou conformidade com a or. 
Principal. 
Tudo terminou conforme tínhamos previsto 
Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Conformativa 
 
h) Finais: indicam a finalidade para a qual se destina a Oração Principal. 
Estudou muito para que fosse aprovado 
 Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Final 
 
 
 
 
As mudanças políticas, sociais e culturais, nos 
últimos vinte anos, fizeram-se sentir no âmbito do 
direito administrativo e, mais especificamente, na forma de administrar a coisa 
pública. Diante dessa nova realidade, para atender às necessidades 
fundamentais da sociedade de forma eficaz e com o menor custo possível, a 
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administração pública precisou aperfeiçoar sua atuação, afastando-se da 
administração burocrática e adotando uma administração gerencial. 
(...) 
 
Marque certo ou errado: As vírgulas empregadas nas linhas 4 e 6 
isolam segmento de QDWXUH]D�DGYHUELDO��³SDUD�DWHQGHU�������FXVWR�SRVVtYHO´� 
 
Comentário: as vírgulas isolam uma oração adverbial final, ou seja, indica 
XPD�ILQDOLGDGH��³SDUD�DWHQGHU�jV�QHFHVVLGDGHV�IXQGDPHQWDLV�GD�VRFLHGDGH�GH�
IRUPD�HILFD]�H�FRP�R�PHQRU�FXVWR�SRVVtYHO´� 
GABARITO: CERTO 
 
i) Proporcionais: indicam fatos direta ou inversamente proporcionais. 
A inundação aumentava à medida que subiam as águas 
Or. Princ. Or. Sub. Adverbial Proporcional 
 
j) Temporais: indicam em que tempo ocorreu o fato da Oração Principal. 
O rapaz ficou pálido quando viu a noiva 
 Or. Princ. Or. Sub Adverbial Temporal 
 
 
PONTUAÇÃO PARA EXPRESSAR SENTIMENTOS >> INTERJEIÇÃO 
 
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, 
estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a 
adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de 
estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo: 
 
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! 
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No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se 
traduz numa palavra: Droga! 
 
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou 
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga! 
 
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma 
sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em posições adequadas a 
cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-
frase", ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de 
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma 
sentença. Veja os exemplos: 
 
 Bravo! Bis! 
 Bravo e bis: interjeição 
 Sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!" 
 
 Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... 
 Ai: interjeição 
 Sentença (sugestão): "Isso está doendo!" ou "Estou com dor!" 
 
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia 
organizada de maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim a 
manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação 
particular, um momento ou um contexto específico. 
 
Exemplos: 
 
 Ah, como eu queria voltar a ser criança! 
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 Ah: expressão de um estado emotivo = interjeição 
 
 
 Hum! Esse pudim estava maravilhoso! 
 Hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição 
 
O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são 
proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão 
vai adquirir em cada contexto de enunciação. 
 
Exemplos: 
 Psiu! 
 Contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua. 
 Significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!" 
 
 Psiu! 
 Contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital. 
 Significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!" 
 
 Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! 
 Puxa: interjeição 
 Tom da fala: euforia 
 
 Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! 
 Puxa: interjeição 
 Tom da fala: decepção 
 
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: 
 
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc. 
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Por exemplo: 
- Você faz o que no Brasil? 
-Eu? Eu negocio com madeiras. 
-Ah, deve ser muito interessante. 
 
b) Sintetizar uma frase apelativa: 
 
Por exemplo: 
Cuidado! Saia da minha frente. 
 
As interjeições podem ser formadas por: 
 
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô 
 
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro! 
 
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora bolas! 
 
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com 
que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição tenha mais de 
um sentido. 
 
Por exemplo: 
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade) 
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)Português p/ ENEM 2016 
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Como, na fala, as interjeições precisam ser ditas apoiadas em 
uma entonação correspondente, na escrita, a PONTUAÇÃO cumpre o papel de 
marcar a intenção do autor! Observem que as interjeições estão sempre 
apoiadas em pontos de exclamação, interrogação e em reticências! Isso é um 
caso de PONTUAÇÃO EXPRESSIVA. 
 
 
 
A educação possível 
 
A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas 
é mais nociva do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos 
frangalhos. 
Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde 
precisam ser dadas as primeiras informações sobre o mundo (com criança 
também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. 
Continua na vida pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual 
vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima dos seus já 
polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente 
humilhantes, e artistas fazendo propaganda de bebida num momento em que 
médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares 
de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, 
autoridades. Não precisa ser hipócrita nem bancar o santarrão, mas precisa ter 
consciência de que seus atos repercutem, e muito. Mas vamos à educação nas 
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escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e 
se mantém um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes 
para este mundo competitivo onde todos têm direito de construir sua vida e 
desenvolver sua personalidade? 
É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis 
que se nos apresentam. Não sou contra colocarem um computador em cada 
sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, 
saibamos ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de 
computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua autoridade, seu 
entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje 
predomina nas casas e escolas prejudica mais do que uma sala de aula com 
teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é 
trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa. 
Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da 
comunidade onde se vive, conseguindo contar, ler, escrever e falar bem (não 
dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor 
seu pensamento, é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as 
artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se 
comunicar dentro dos limites de sua idade. 
No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum 
curso técnico superior, o leque de conhecimentos deve aumentar. Mas não 
adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem 
conhecer bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o 
nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar como indivíduos em 
nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar 
em nosso próprio benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo 
tão em voga e WmR�PDO�DSOLFDGR��³FLGDGDQLD´�� 
O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos 
especializados, tem seu fundamento eficaz nos dois primeiros. Ou tudo 
acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um 
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texto simples, muito menos escrever de forma coerente. Universitários, 
portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender 
qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por 
trabalho, inseguros e atordoados, logo, frustrados. 
Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular 
de linguística em uma faculdade particular. Meu desgosto pela profissão ± que 
depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos ± deveu-se em 
parte à minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas 
reuniões de departamento, o caderno de chamada, o currículo, as notas...) e 
em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que 
mal conseguiam articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens 
que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto incapazes de assimilar e 
discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a 
faculdade, alguns com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de 
reprovar. 
Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa 
economia floresce, mas a cultura, senhores, que inclui a educação (ou vice-
versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso 
pode ser muito simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos 
políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós, 
que os escolhemos e sustentamos. 
(<i>Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)</i 
 
01. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: 
�� �� (P� ³���� enquanto professores recebem salários escrachadamente 
humilhantes����´���ž†���D�H[SUHVVmR�GHVWDFDGD�LQGLFD�WHPSR�� 
����(P�³Dizem que nossa economia floresce����´���ž†���D�DXWRUD�ID]�XVR�GD�
linguagem conotativa. 
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����(P�³só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar, escolher e se 
comunicar dentro dos limites de sua idade�´� ��ž†��� RV� WHUPRV� GHVWDFDGRV�
indicam condição. 
�� �� $� HOLPLQDomR� GDV� YtUJXODV� DOWHUD� R� VHQWLGR� GR� WUHFKR�� ³No segundo 
grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico 
superior, o leque de conhecimentos deve aumentar.´�(5º§) 
����(P�³��� mas a cultura, senhores, que inclui a educação���´���ž†���R�XVR�
da vírgula é facultativo. 
A sequência está correta em: 
a) F, V, V, F, F 
b) V, V, V, F, F 
c) V, V, F, V, F 
d) F, F, V, F, F 
e) F, V, F, V, F 
 
Comentário: analisando cada alternativa, temos: 
a) V - Nesse caso, "enquanto" é uma conjunção temporal. 
b) V - Ocorre conotação quando uma palavra é tomada em um sentido 
incomum ou figurado, nesse caso "floresce". Na frase, ela está empregada no 
sentido de "crescimento": "dizem que nossa economia cresce". 
c) F - O segundo "se" é um pronome oblíquo, apenas o primeiro é uma 
conjunção que indica condição. 
d) V - Oração adjetiva explicativa deve ser necessariamente separada por 
vírgulas, caso contrário ela se torna restritiva. 
e) F - A vírgula é obrigatória para separar o vocativo. 
GABARITO: C 
 
02. �7H[WR� ³8PD� HGXFDomR� SRVVtYHO´� GD� TXHVWmR� DQWHULRU�� A análise dos 
elementos destacados está INCORRETA em: 
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a) ³���� RQGH� SUHFLVDP� VHU� GDGDV�as primeiras informações sobre o 
mundo���´���ž†��± objeto direto 
b) ³���de que seus atos repercutem����´� ��ž†�� ± oração subordinada 
substantiva completiva nominal 
c) ³0DLV� XPD� YH]�� FRUULJLU� isso SRGH� VHU� PXLWR� VLPSOHV�´� ��ž†�� ± objeto 
direto 
d) ³-i�QRV�DQRV����UHFHEtDPRV�QD�XQLYHUVLGDGH� jovens���´���ž†��± objeto 
direto 
e) ³���� que nossa economia floresce����´� ��ž†�� ± oração subordinada 
substantiva objetiva direta 
 
Comentário: vamos analisar cada alternativa: 
 D�� ³���� RQGH� SUHFLVDP� VHU� GDGDV as primeiras informações sobre o 
mundo���´���ž†��± objeto direto 
ERRADA! É SUJEITO paciente. Basta colocar a frase na ordem correta - AS 
PRIMEIRAS INFORMAÇÕES SOBRE O MUNDO precisam ser dadas. 
E�� ³���de que seus atos repercutem����´� ��ž†�� ± oração subordinada 
substantiva completiva nominal. 
CERTO!! "...mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem" - 
Ter consciência DISSO (oração subordinada substantiva) + oração sublinhada 
completa o nome consciência = or. subordinada substantiva completiva 
nominal. 
F�� ³0DLV� XPD� YH]�� FRUULJLU� isso SRGH� VHU� PXLWR� VLPSOHV�´� ��º§) ± objeto 
direto. 
CERTO!!! Isso completa o verbo corrigir (VTD - quem corrige, corrige 
ALGO). 
G��³-i�QRV�DQRV����UHFHEtDPRV�QD�XQLYHUVLGDGH jovens���´���ž†��± objeto 
direto. 
CERTO!!! Jovens completa o verbo recebíamos (VTD - quem recebe, 
recebe ALGO) 
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e�� ³��� que nossa economia floresce����´� ��ž†�� ± oração subordinada 
substantiva objetiva direta. 
CERTO!!! "Dizem que nossa economia floresce" - Dizem ISSO - oração 
subordinada substantiva + Exerce função de objeto direto (completa o verbo 
DIZEM) = or. subordinada substantiva objetiva direta. 
GABARITO: A 
 
Na ordem do dia 
 
A mobilidade entrou definitivamente na pauta do poder público. Há dois 
anos, o Brasil conta com uma Política Nacional de Mobilidade Urbana, que foi 
instituída pela Lei 12.587/2012. Nela ficou estabelecida a prioridade do 
transporte coletivo sobre o individual e da circulação de pedestres sobre a de 
veículos. Uma de suas diretrizes é a integração da mobilidade com a política de 
desenvolvimento urbano. Até 2015, deverão ser desenvolvidos planos locais e 
regionais de mobilidade, como condição para que estados e municípios 
obtenham financiamentos para essa área. 
Outra conquista está em curso. Em dezembro de 2013, a Câmara dos 
Deputados aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 90/2011, que 
tramita agora no Senado, que equipara o transporte coletivo ao rol dos demais 
direitos sociais. A nova condição legal poderá significar a adoção de políticas 
públicas de maior alcance social. 
 
03. &RQVLGHUDQGR� D� UHODomR� VHPkQWLFD� HVWDEHOHFLGD� HP� ³>���@ como 
condição para TXH�HVWDGRV�H�PXQLFtSLRV�REWHQKDP�ILQDQFLDPHQWRV�>���@´���ž†���
é correto afirmar que o termo em destaque denota 
a) finalidade 
b) causa, motivo. 
c) termo de movimento. 
d) circunstância de lugar, origem. 
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&RPHQWiULR�� D� FRQMXQomR� ³SDUD´ estabelece relação semântica de 
finalidade entre as orações. 
GABARITO: A 
 
As verdades da razão 
 
Raciocinar não é algo que aprendemos na solidão, mas algo que 
inventamos ao nos comunicar e nos confrontar com os semelhantes: toda 
razão é fundamentalmente FRQYHUVDomR��³&RQYHUVDU´�QmR�p�R�PHVPR�TXH�RXYLU�
sermões ou atender a vozes de comando. Só se conversa - sobretudo só se 
discute - entre iguais. Por isso o hábito filosófico de raciocinar nasce na Grécia, 
junto com as instituições políticas da democracia. Ninguém pode discutir com 
Assurbanipal ou com Nero, e ninguém pode conversar abertamente em uma 
sociedade em que existem castas sociais inamovíveis. [...] Afinal de contas, a 
disposição a filosofar consiste em decidir-se a tratar os outros como se 
também fossem filósofos: oferecendo-lhes razões, ouvindo as deles e 
construindo a verdade, sempre em dúvida, a partir do encontro entre umas e 
outras. 
[...] Oferecemos nossa opinião aos outros para que a debatam e por sua 
vez a aceitem ou refutem, não simplesmentH�SDUD�TXH�VDLEDP�³RQGH�HVWDPRV�
H�TXHP�VRPRV´��(�p�FODUR�TXH�QHP�WRGDV�DV�RSLQL}HV�VmR�LJXDOPHQWH�YiOLGDV��
valem mais as que têm melhores argumentos a seu favor e as que melhor 
resistem à prova de fogo do debate com as objeções que lhe sejam colocadas. 
[...] A razão não está situada como um árbitro semidivino acima de nós 
para resolver nossas disputas; ela funciona dentro de nós e entre nós. Não só 
temos que ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações como 
também - e isso é muito importante e, talvez, mais difícil ainda - devemos 
desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões, venham 
de quem vierem. [...] A partir da perspectiva racionalista, a verdade buscada é 
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sempre resultado, não ponto de partida: e essa busca incluía conversação 
entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. Não como afirmação da 
própria subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva 
através das múltiplas subjetividades. 
()HUQDQGR�6DYDWHU��³As verdades da razão´��In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.) 
 
04. 2V� WHUPRV� GHVWDFDGRV� HP� ³1mR� FRPR� DILUPDomR� GD� SUySULD�
subjetividade, mas como caminho para alcançar uma verdade objetiva através 
GDV�P~OWLSODV�VXEMHWLYLGDGHV�´���ž†��LQGLFDP��UHVSHFWLYDPHQWH��XPD�UHODomR�GH� 
a) ressalva e explicação. 
b) oposição e finalidade. 
c) oposição e explicação. 
d) explicação e finalidade. 
 
Comentário: a conjunção ³PDV´� PDUFD� D� RSRVLomR� HQWUH� D� DILUPDomR� GD�
própria subjetividade e caminho de uma verdade objetiva. Não poderia ser 
ressalva, visto que, tal termo dá ideia de retificação, uma pequena correção, e 
QmR�XPD�FRPSOHWD�RSRVLomR��$�FRQMXQomR�³para´��SRU�VXD�YH]��H[SULPH�LGHLD�GH�
finalidade no sentido de que se alcança a uma verdade objetiva. Não podendo 
ser explicação, visto que não existe justificativa para se alcançar uma verdade 
objetiva. 
GABARITO: B 
 
O auge da vida democrática é o momento do voto. A democracia, regime 
em que a maioria escolhe os governantes, é também o regime da igualdade, 
em que todos têm o mesmo valor, sejam ricos ou pobres, integrados ou 
excluídos. Por isso, tenho sustentado que ela é o regime mais ético que existe. 
Melhor dizendo, é o único regime que hoje podemos considerar ético. As 
formas de governo que a teoria antigamente chamava de monarquia ou 
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aristocracia, considerando-as legítimas, atualmente apenas podem ser 
chamadas de ditaduras. Uma ditadura, em nossos dias, é ilegítima. Só a 
democracia é legítima. 
[...] 
O mínimo, numa democracia, é ter dois lados opostos, divergentes, mas, 
respeitados. Porém, se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que 
XP�ODGR�p�R�EHP��H�R�RXWUR��R�PDO��H�SRUWDQWR�� WHQWDUHL� LPSHGLU� ³R�PDO´�DWp�
mesmo de concorrer.Assim, foi a perseguição ao comunismo, no Brasil, 
mesmo quando não tínhamos uma ditadura escancarada. Assim foi a 
perseguição aos partidos liberais nos regimes comunistas. [...] 
 Há saída? O mais óbvio é: a Ética é um pré-requisito. Queremos, de 
todos os candidatos, que sejam honestos. Que não sejam antiéticos. E, entre 
os postulantes decentes, optaremos por critérios políticos. [...] É preciso 
grandeza de espírito para sair dessa incapacidade de pensar o que desejamos 
construir. Porque propor a Política é formular o futuro. 
(Ribeiro, Renato Janine. Filosofia. Setembro de 2012. Adaptado.) 
 
05. Em ³����se eu aplicar o modelo da Ética à Política, entenderei que um 
lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto��WHQWDUHL�LPSHGLU�µR�PDO¶�DWp�PHVPR�
de concorrer.´�� RV� WHUPRV� GHVWDFDGRV� SURGX]HP� HIHLWRV� GH� VHQWLGR� TXH�
traduzem, respectivamente, 
a) ressalva e acréscimo. 
b) ressalva e explicação. 
c) condição e conclusão. 
d) condição e explicação. 
e) conformidade e conclusão. 
 
Comentário: no trecho ³���� se eu aplicar o modelo da Ética à Política, 
entenderei que um lado é o bem, e o outro, o mal; e portanto, tentarei impedir 
µR� PDO¶� DWp� PHVPR� GH� FRQFRUUHU�´� R� ³VH´� HVWDEHOHFH� UHODomR� GH� FRQGLomR�
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�FRQMXQomR� VXERUGLQDWLYD� FRQGLFLRQDO�� H� R� ³SRUWDQWR´�� UHODomR� GH� FRQFOXVmR�
(conjunção subordinativa conclusiva). 
GABARITO: C 
 
 
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06. Aquele que age na direção da lei como que age contra a moral 
FDUDFWHUL]DGD�SHOR� ³ID]HU� FRPR�D�JUDQGH�PDLRULD´�� OHYDQGR�HP�FRQWD�TXH�QR�
kPELWR�GD�FRUUXSomR�VH�HQWHQGH�TXH�R�TXH�D�PDLRULD�TXHU�p�³GLQKHLUR´��(L. 38-
42) A respeito do período anterior, analise as afirmativas a seguir. 
I. O período apresenta orações coordenadas e subordinadas. 
II. Há ocorrência de exemplo de oração reduzida. 
III. Há ocorrência de exemplo de oração subordinada substantiva objetiva 
direta. 
Assinale 
a) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. 
c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. 
 
Comentário: vamos separar o período em questão para analisá-lo: 
[Aquele que age na direção da lei] Oração 1 
>FRPR�TXH� DJH� FRQWUD� D�PRUDO� FDUDFWHUL]DGD� SHOR� ³ID]HU� FRPR�D� JUDQGH�
PDLRULD´@ Oração 2 
[levando em conta que no âmbito da corrupção] Oração 3 
[se entende que] Oração 4 
[o que a maioria quer] Oração 5 
>p�³GLQKHLUR´@�2UDomR��� 
A oração 2 é uma oração subordinada adverbial comparativa 
(Conector como). A 01 é oração principal de 02. A oração 3 é exemplo de 
oração reduzida (de gerúndio, no caso). A oração 6 é oração subordinada 
substantiva objetiva direta da oração 06: O que a maioria quer (verbo 
Transitivo Direto)? - p�GLQKHLUR� �2EMHWR�GLUHWR�GR�YHUER�³TXHUHU´� 
Dessa forma, é possível afirmar que no período citado há orações 
subordinadas (Orações 2 e 6), oração reduzida (Oração 3) e Oração 
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Subordinada substantiva objetiva direta (Oração 6). No entanto, não há 
oração coordenada no período. 
Concluímos que: Item I: Falso Itens II e III: Verdadeiros. 
GABARITO: B 
 
 
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07. Para ele, como a população crescia em progressão geométrica e a 
produção de alimentos em progressão aritmética, a fome se alastraria. O 
segmento grifado acima tem o sentido de: 
a) causa. 
b) consequência. 
c) temporalidade. 
d) finalidade. 
e) condição. 
 
Comentário: observe que trata-se de uma questão de relação de 
causa/consequência entre duas orações. Cuidado, pois sempre que a relação é 
essa, temos tanto causa, quanto consequência entre as alternativas, não é? A 
chance de errar para aqueles que não estudaram é grande! Para facilitar, 
lembre-se de que sempre que houver uma consequência haverá uma causa, 
então as duas sempre estarão juntas em um período. Qual marcar então? 
Causa o consequência? Vejam as orações separadas: 
 
como a população crescia em progressão geométrica e a produção de 
alimentos em progressão aritmética, - CAUSA ± oração subordinada adverbial 
causal. 
 
a fome se alastraria. - CONSEQUÊNCIA ± oração principal 
 
A classificação será sempre da oração subordinada (aquela que possui a 
conjunção), a oração principal nunca é classificada, ela é apenas a principal! 
Se a causa está na oração subordinada, esta será a resposta: causa. Se a 
consequência estivesse nela, a resposta seria outra. 
GABARITO: A 
 
 
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Desenredo 
 
Do narrador seus ouvintes: 
± Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de 
cerveja. Tinha o para não ser célebre. Como elas quem pode, porém? Foi Adão 
dormir e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta 
observação, a Jó Joaquim apareceu. 
Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. 
Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. 
Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e 
vento. Mas tendo tudo de ser secreto, claro, coberto de sete capas. 
Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são 
a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o 
clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo 
abismo é navegável a barquinhos de papel. 
Não se via quando e como se viam. Jó Joaquim, além disso, existindo só 
retraído, minuciosamente. Esperar é reconhecer-se incompleto. Dependiam 
eles de enorme milagre. O inebriado engano. 
Até que deu-se o desmastreio. O trágico não vem a conta-gotas. 
Apanhara o marido a mulher: com outro, um terceiro... Sem mais cá nem mais 
lá, mediante revólver, assustou-a e matou-o. Diz-se, também, que a ferira, 
leviano modo. 
[...] 
Ela ± longe ± sempre ou ao máximo mais formosa, já sarada e sã. Ele 
exercitava-se a aguentar-se, nas defeituosas emoções. 
Enquanto, ora, as coisas amaduravam. Todo fim é impossível? Azarado 
fugitivo, e como à Providência praz, o marido faleceu, afogado ou de tifo. O 
tempo é engenhoso. 
 [...] 
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Sempre vem imprevisível o abominoso? Ou: os tempos se seguem e 
parafraseiam-se. Deu-se a entrada dos demônios. 
Da vez,Jó Joaquim foi quem a deparou, em péssima hora: traído e 
traidora. De amor não a matou, que não era para truz de tigre ou leão. 
Expulsou-a apenas, apostrofando-se, como inédito poeta e homem. E viajou a 
mulher, a desconhecido destino. 
Tudo aplaudiu e reprovou o povo, repartido. Pelo fato, Jó Joaquim sentiu-
se histórico, quase criminoso, reincidente. Triste, pois que tão calado. Suas 
lágrimas corriam atrás dela, como formiguinhas brancas. Mas, no frágio da 
barca, de novo respeitado, quieto. Vá-se a camisa, que não o dela dentro. Era 
o seu um amor meditado, a prova de remorsos. 
Dedicou-se a endireitar-se. 
 [...] 
Celebrava-a, ufanático, tendo-a por justa e averiguada, com convicção 
manifesta. Haja o absoluto amar ± e qualquer causa se irrefuta. 
Pois produziu efeito. Surtiu bem. Sumiram-se os pontos das reticências, o 
tempo secou o assunto. Total o transato desmanchava-se, a anterior evidência 
e seu nevoeiro. O real e válido, na árvore, é a reta que vai para cima. Todos já 
acreditavam. Jó Joaquim primeiro que todos. 
Mesmo a mulher, até, por fim. Chegou-lhe lá a notícia, onde se achava, 
em ignota, defendida, perfeita distância. Soube-se nua e pura. Veio sem culpa. 
Voltou, com dengos e fofos de bandeira ao vento. 
Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria 
retomaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil 
vida. 
E pôs-se a fábula em ata. 
ROSA, João Guimarães.Tutameia ± Terceiras estórias . Rio de Janeiro: José Olympio, 
1967. p. 38-40. 
 
 
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Vocabulário 
frágio: neologismo criado a partir de naufrágio. 
ufanático: neologismo: ufano+fanático. 
 
08. $�FODVVLILFDomR�GD�RUDomR�GHVWDFDGD�QR�IUDJPHQWR�³2�UHDO�H�YiOLGR��
na árvore, é a reta QUE VAI P$5$�&,0$�´�p�RUDomR�VXERUGLQDGD� 
a) adverbial causal. 
b) substantiva predicativa. 
c) substantiva subjetiva. 
d) adjetiva restritiva. 
e) adjetiva explicativa. 
 
Comentário: o fragmento destacado é uma oração subordinada adjetiva 
restritiva, uma vez que restringe, especifica o sentido do termo a que se 
refere, individualizando-R��1R�FDVR�GR�SHUtRGR�DFLPD��D�RUDomR�³TXH�YDL�SDUD�
FLPD´�HVWi�HVSHFLILFDQGR�R�WHUPR�reta. Alternativa correta, letra D. 
Gabarito: D 
 
Inauguração da Avenida 
 [...] 
 Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve 
delírio. O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu. 
 Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está 
comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o 
tom das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste 
ou naquele grupo. 
1mR� IDOR� GDV� FRQYHUVDV� GD� JHQWH� FXOWD�� GRV� ³GRXWRUHV´� TXH� VH� MXOJDP�
doutos. 
Falo das conversas do povo - do povo rude, que contempla e critica a 
DUTXLWHWXUD�GRV�SUpGLRV��³1mR�JRVWR�GHVWH����*RVWR�PDLV�GDTXHOH����(VWH�p�PDLV�
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ULFR���� $TXHOH� WHP� PDLV� DUWH���� (VWH� p� SHVDGR���� $TXHOH� p� PDLV� HOHJDQWH���´� 
 Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei 
saboreando uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás 
e da eletricidade, iam apontando os prédios: e - cousa consoladora - eu, que 
acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez 
deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto 
subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o 
QRPH� GH� ³PLVWpULRV� GD� *UDoD� UHYHODGD´� - aquela simples e rude gente, que 
nunca vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da 
arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com 
clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro 
ordinário o diamante puro. 
É que o nosso povo - nascido e criado neste fecundo clima de calor e 
umidade, que tanto beneficia as plantas como os homens - tem uma 
inteligência nativa, exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e 
relâmpagos, e que apanha e fixa na confusão as ideias, como a placa 
sensibilizada de uma máquina fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo 
de uma faísca de luz oxídrica, todos os objetos mergulhados na penumbra de 
uma sala... 
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na 
revolução moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da 
reforma material da cidade. 
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo 
coberto de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que 
imediatamente nas almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom 
gosto: olhos, que só haviam contemplado até então betesgas, compreenderam 
logo o que é a arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, 
estupidamente conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas 
restar a lembrança? 
[...] 
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E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais 
uma vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...] 
Gazeta de Notícias - 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São Paulo: 
Companhia de Letras, 1996, p. 264-267. 
 
Vocabulário: 
baiuca: local de última categoria, malfrequentado. 
betesga: rua estreita, sem saída, 
mó��GR�ODWLP�³PROH´���PXOWLGmR��JUDQGH�TXDQWLGDGH� 
revolutear: agitar-se em várias direções, 
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto 
 
09. 6REUH� D� RUDomR� GHVWDFDGD� HP� ³1mo falo das conversas da gente 
FXOWD�� GRV� µGRXWRUHV¶� 48(� 6(� -8/*$0� '28726�´� �WH[WR� - § 3), é correto 
afirmar que: 
a) ocorre no texto sob a forma de um sintagma adverbial, no qual a 
palavra gramatical conjuntiva dá a base da oração. 
b) a expressão gramatical típica da consequência se concretiza na 
conjunção que. 
c) combina-se, independente, para expressar um ato discursivo diferente 
do estabelecido pela primeira oração. 
d) ocorre no texto sob a forma de um sintagma adjetivo, conhecido como 
oração adjetiva, delimitando a parte de um conjunto. 
e) a unidade subordinada adquire um padrão no qual juntam-se as 
orações para formar um sintagma adverbial. 
 
Comentário: considerando que, de acordo com o Dicionário Priberam, 
sintagma é o conjunto de palavras subordinadas a um núcleo, formando um 
constituinte da frase H� TXH� D� RUDomR� GHVWDFDGD� ³TXH� VH� MXOJDP� GRXWRV´� HVWi�
UHVWULQJLQGR�R�VHQWLGR�GR�WHUPR�TXH�R�DQWHFHGH�³GRXWRUHV´��FRQFOXtPRV�TXH�D�
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opção correta é a letra D por se tratar de um sintagma adjetivo, ou seja, uma 
oração subordinada adjetiva restritiva. 
Gabarito: D 
 
As intermitências da morte (Fragmento) 
 
A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste. Se é 
certo que nunca sorri, é só porque lhe faltam os lábios, e esta lição anatômica 
nos diz que, ao contrário do que os vivos julgam, o sorriso não éuma questão 
de dentes. Há quem diga, com humor menos macabro que de mau gosto, que 
ela leva afivelada uma espécie de sorriso permanente, mas isso não é verdade, 
o que ela traz à vista é um esgar de sofrimento, porque a recordação do tempo 
em que tinha boca, e a boca língua, e a língua saliva, a persegue 
continuamente. Com um breve suspiro, puxou para si uma folha de papel e 
começou a escrever a primeira carta deste dia, Cara senhora, lamento 
comunicar-lhe que a sua vida terminará no prazo irrevogável e improrrogável 
de uma semana, desejo-lhe que aproveite o melhor que puder o tempo que lhe 
resta, sua atenta servidora, morte. Duzentas e noventa e oito folhas, duzentos 
e noventa e oito sobrescritos, duzentas e noventa e oito descargas na lista, 
não se poderá dizer que um trabalho destes seja de matar, mas a verdade é 
que a morte chegou ao fim exausta. Com o gesto da mão direita que já lhe 
conhecemos fez desaparecer as duzentas e noventa e oito cartas, depois, 
cruzando sobre a mesa os magros braços, deixou descair a cabeça sobre eles, 
não para dormir, porque morte não dorme, mas para descansar. Quando meia 
hora mais tarde, já refeita da fadiga, a levantou, a carta que havia sido 
devolvida à procedência e outra vez enviada, estava novamente ali, diante das 
suas órbitas atônitas. Se a morte havia sonhado com a esperança de alguma 
surpresa que a viesse distrair dos aborrecimentos da rotina, estava servida. 
[...] Entre ir e vir, a carta não havia demorado mais que meia hora, 
provavelmente muito menos, dado que já se encontrava em cima da mesa 
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quando a morte levantou a cabeça do duro amparo dos antebraços, isto é, do 
cúbito e do rádio, que para isso mesmo é que são entrelaçados. Uma força 
alheia, misteriosa, incompreensível, parecia opor-se à morte da pessoa, apesar 
de a data da sua de função estar fixada, como para toda a gente, desde o 
próprio dia do nascimento. É impossível, disse a morte à gadanha silenciosa, 
ninguém no mundo ou fora dele teve alguma vez mais poder do que eu. eu 
sou a morte, o resto é nada. 
SARAMAGO, José. . São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 139-40. 
 
10. (P� ³&$5$� 6(1+25$�� ODPHQWR� FRPXQLFDU-lhe que a sua vida 
terminará no prazo irrevogável e improrrogável de XPD� VHPDQD�´� RV� WHUPRV�
destacados compõem a função de: 
A) vocativo. 
B) aposto. 
C) sujeito. 
D) adjunto adnominal. 
E) complemento nominal. 
 
Comentário: o vocativo é um chamamento, é um termo da oração por 
meio do qual se interpela o interlocutor, sendo separado por vírgula. Aposto é 
um termo acessório da oração que especifica ou explica outro elemento da 
oração. Sujeito é o ser, a pessoa, o animal, a coisa, a situação sobre a qual se 
faz uma declaração, é de quem ou do que se fala. O adjunto adnominal é o 
termo que determina, especifica ou explica um substantivo. E complemento 
nominal é um termo que completa o sentido de uma palavra que não seja 
verbo e pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por 
meio de preposição. A partir desses conceitos, concluímos que a reposta 
FRUUHWD� SDUD� HVVD� TXHVWmR� p� D� OHWUD� $�� XPD� YH]� TXH� D� H[SUHVVmR� ³&DUD�
VHQKRUD´�HVWi�HYRFDQGR�DOJXpP�SDUD�TXHP�IRL�IHLWD�XPD�GHFODUDomR� 
Gabarito: A 
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11. ³3RUTXH� D� YHUGDGH� p� TXH� HX� WDPEpP� QmR� VHL�´� $� UHVSHLWR� GHVVH�
período, analise as afirmativas a seguir. 
I. O período é composto por coordenação. 
II. O QUE é uma conjunção integrante. 
III. A segunda oração é subordinada substantiva predicativa. 
 
A alternativa que indica apenas a (s) afirmativa (s) correta (s) é: 
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a) II 
b) II e III 
c) III 
d) I e III 
e) I 
 
Comentário: a afirmativa I está incorreta porque o período é composto 
por subordinação e não por coordenação. A II está correta, o que é uma 
conjunção integrante, pois indica que a oração subordinada que ela introduz 
completa ou integra o sentido da principal, introduzindo sempre orações que 
equivalem a substantivos. $� DILUPDWLYD� ,,,� WDPEpP� HVWi� FRUUHWD�� ³TXH� HX�
WDPEpP� QmR� VHL´� p� RUDomR� VXERUGLQDGD� VXEVWDQWLYD� SUHGLFDWLYD� SRUTXH� HVWi�
conectada à principal por um verbo de ligação, completando o seu sentido. A 
alternativa correta para essa questão é a letra B. 
Gabarito: B 
 
 
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12. $� UHODomR� VHPkQWLFD� HQWUH� DV� GXDV� RUDo}HV� FRRUGHQDGDV� GH�� ³$V�
minhas idas e vindas ao hotel repetiam-se e não o enFRQWUDYD�´� �†� ���� p�
análoga à que se observa na seguinte passagem de Graciliano Ramos: 
a) Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. 
b) O nordeste começou a soprar, e a porta bateu com fúria. 
c) Despertaram todos, e a lourinha fez um movimento para se levantar. 
d) Assinei as cartas e meti-as nos envelopes. 
e) No tempo de D. Pedro, corria pouco dinheiro, e quem possuía um conto 
de reis era rico. 
 
Comentário: na oração em destaque no enunciado, a conjunção e está 
introduzindo uma informação que contrasta com a ideia trazida pela oração 
principal, funcionando como conjunção adversativa (As minhas idas e vindas 
ao hotel repetiam-se, porém, todavia, mas não o encontrava.), o mesmo 
ocorre com a oração constante na opção A (Ela se revelou pouco a pouco, 
mas, porém, todavia nunca se revelou inteiramente.). Nas demais 
alternativas, temos a conjunção e funcionando como conjunção aditiva, uma 
vez que apenas conecta duas orações independentes entre si. Opção correta é 
letra A. 
Gabarito: A 
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O Flamengo começou a partida no ataque, enquanto o Botafogo procurava 
fazer uma forte marcação no meio campo e tentar lançamentos para Victor 
Simões, isolado entre os zagueiros rubro-negros. Mesmo com mais posse de 
bola, o time dirigido por Cuca tinha grande dificuldade de chegar à área 
alvinegra por causa do bloqueio montado pelo Botafogo na frente da sua área. 
No entanto, na primeira chance rubro-negra, saiu o gol. Após 
cruzamento da direita de Ibson, a zaga alvinegra rebateu a bola de cabeça 
para o meio da área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por cima do 
goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu nas costas da defesa e empurrou 
para o fundo da rede quase que em cima da linha: Flamengo1 a 0. 
Disponível em: http://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado). 
 
13. (ENEM-2010) O texto, que narra uma parte do jogo final do 
Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009, contém vários conectivos, 
sendo que 
a) após é conectivo de causa, já que apresenta o motivo de a zaga 
alvinegra ter rebatido a bola de cabeça. 
b) enquanto tem um significado alternativo, porque conecta duas opções 
possíveis para serem aplicadas no jogo. 
c) no entanto tem significado de tempo, porque ordena os fatos 
observados no jogo em ordem cronológica de ocorrência. 
G��PHVPR�WUD]�LGHLD�GH�FRQFHVVmR��Mi�TXH�³FRP�PDLV�SRVVH�GH�EROD´��WHU�
dificuldade não é algo naturalmente esperado. 
e) por causa de indica consequência, porque as tentativas de ataque do 
Flamengo motivaram o Botafogo a fazer um bloqueio. 
 
Comentário: percebemos que em todas as opções são apresentados 
conectivos, mas é o reconhecimento das relações semânticas estabelecidas 
por eles nos contextos nos quais estão inseridos que a questão exige. 
 
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Sendo assim: 
Eliminamos a letra A, por apresentar a ideia do TEMPO em que a zaga 
alvinegra rebateu a bola, em relação ao cruzamento de Ibson; 
Eliminamos a letra B, por apresentar a ideia de TEMPO simultâneo das 
ações entre Flamengo e Botafogo; 
Eliminamos a letra C, por apresentar a ideia de OPOSIÇÃO em relação à 
falta de chance do Flamengo para chegar à área do Botafogo 
Eliminamos a letra E, pois, na própria locução conjuntiva, há a ideia de 
CAUSA, a respeito da dificuldade de chegada do time rubro-negro no gol. 
Ficamos com a letra D, pois mostra a ideia de CONCESSÃO, ou seja, tendo 
mais posse de bola, espera-se que o time não apresente dificuldade, mas foi 
permitido que o contrário ocorresse, apesar de todas as condições favoráveis. 
GABARITO: D 
 
Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para 
diminuir o risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e 
derrame. Significa que manter uma alimentação saudável e praticar atividade 
física regularmente já reduz, por si só, as chances de desenvolver vários 
problemas. Além disso, é importante para o controle da pressão arterial, dos 
níveis de colesterol e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o 
estresse e aumentar a capacidade física, fatores que, somados, reduzem as 
chances de infarto. Exercitar-se, nesses casos, com acompanhamento 
ATALIA, M. Nossa vida. Época, 23 mar. 2009. 
 
14. (ENEM-2011) As ideias veiculadas no texto se organizam 
estabelecendo relações que atuam na construção do sentido. A esse respeito, 
identifica-se, no fragmento, que 
D��D�H[SUHVVmR�³$OpP�GLVVR´�PDUFD�XPD�VHTuenciação de ideias. 
E�� R� FRQHFWLYR� ³PDV� WDPEpP´� LQLFLD� RUDção que exprime ideia de 
contraste. 
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F�� R� WHUPR� ³FRPR´�� HP ³FRPR� PRUWH� V~ELWD� H� GHUUDPH´�� introduz uma 
generalização. 
G��R�WHUPR�³7DPEpP´�H[SULPH�XPD�MXVWLILFDWLYD� 
H�� R� WHUPR� ³IDWRUHV´ retoma coesiYDPHQWH� ³QtYHLV� GH� colesterol e de 
JOLFRVH�QR�VDQJXH´� 
 
Comentátio: a locução ³além disso´ expressa a ideia de continuidade na 
enumeração dos benefícios de um estilo de vida saudável, com prática regular 
de exercícios físicos e alimentação equilibrada, assim como demonstra a 
alternativa A. 
2�³0DV�WDPEpP´�H�R�³WDPEpP´�H[SULPHP�LGHLD�GH�DGLomR��R�TXH�LQYDOLGD�
DV� DOWHUQDWLYDV� %� H� '�� 2� ³FRPR´� LQGLFD� H[HPSOLILFDomR�� WRUQDQGR� D� &�
LQDGHTXDGD��$�DOWHUQDWLYD� (�HVWi� HUUDGD�� SRLV� ³IDWRUHV´� UHWRPD� FRHVLYDPHQWH�
³GLPLQXLU�R�HVWUHVVH�H�DXPHQWDU�D�FDSDFLGDGH�ItVLFD´� 
GABARITO: A 
 
 
 
15. (ENEM/2012) As palavras e as expressões são mediadoras dos 
sentidos produzidos nos textos. Na fala de Hagar, a expresVmR� ³p FRPR� VH´�
ajuda a conduzir o conteúdo enunciado para o campo da 
a) conformidade, pois as condições meteorológicas evideNciam um 
acontecimento ruim. 
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b) reflexibilidade, pois o personagem se refere aos tubarões usando um 
pronome reflexivo. 
c) condicionalidade, pois a atenção dos personagens é a condição 
necessária para a sua sobrevivência. 
d) possibilidade, pois a proximidade dos tubarões leva à suposição do 
perigo iminente para os homens. 
e) impessoalidade, pois o personagem usa a terceira pessoa para 
expressar o distanciamento dos fatos. 
 
Comentário: a H[SUHVVmR�³p�FRPR VH´�HVWDEHOHFH�XPD�DQDORJLD�GD qual se 
infere a possibilidade do perigo iminente. 
GABARITO: D 
 
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16. A palavra Assim articula os dois primeiros períodos do terceiro 
parágrafo do Texto I. 
No contexto, esse conector estabelece uma relação de causa e efeito entre 
um(a) 
a) tese e sua exemplificação 
b) hipótese e sua incoerência 
c) generalização e sua correção 
d) conceito e sua crítica 
e) pensamento e sua potencialização 
 
Comentário: R�WHUPR�³DVVLP´�HVWi�OLJDQGR�D tese (afirmação, que seria o 
raciocínio primário) aos exemplos que argumentam em favor da dela. O 
exemplo é a melhor ferramenta para sustentar uma tese. Portanto, a 
alternativa A está correta. Vejamos as outras: 
b) hipótese e sua incoerência 
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ERRADA. Não há incoerência. Dentro da argumentação o autor comprova 
a tese por meio de exemplos. 
c) generalização e sua correção 
ERRADO. Não há nada a ser corrigido. 
d) conceito e sua crítica 
ERRADA. Não foi feita crítica alguma, mas uma exemplificação. 
e) pensamento e sua potencialização 
ERRADA. Potencialização seria uma crítica, o que não é o caso. 
GABARITO: A 
 
 
17. A palavra pois�� HPSUHJDGD� HP� ³VH� R� IL]�� PHUHoR� GHVFXOSDV�� pois 
QXQFD�WLYH�HVVD�LQWHQomR´��SRGH�VHU�VXEVWLWXtGD��UHVSHLWDQGR�D�QRUPD-padrão e 
mantendo-se o sentido original, pelo que se destaca em: 
a) Se o fiz, mereço desculpas, por que nunca tive essa intenção. 
b) Por que nunca tive essa intenção, se o fiz, mereço desculpas. 
c) Se o fiz, mereço desculpas, nunca tive porquê essa intenção. 
d) Se o fiz, mereço desculpas, nunca tive essa intenção por quê. 
e) Porque nunca tive essa intenção, mereço desculpas se o fiz 
 
Comentário: 2� ³SRUTXH´, usado como conjunção, possui o sentido de 
³SRLV´, devendo ser grafado sempre como uma palavra só, ou seja, junto e 
sem acento (com acento ± porquê - seria um substantivo e sinônimo de 
motivo). Alternativa E traz a substituição correta. 
GABARITO: E 
 
Clima alentador 
 
China e EUA anunciam metas para combater o aquecimento global e 
revivem expectativa de acordo em Copenhague. 
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Copenhague, afinal, pode sair menos ruim que a encomenda. Quando já 
se contava com um fiasco da conferência sobre mudança do clima, que começa 
daqui a uma semana na capital dinamarquesa, surgem sinais animadores de 
que um acordo razoável possa ser obtido. Limitado, mas melhor que acordo 
nenhum. 
Já se sabe que não será aprovado um tratado forte, com compromissos 
legais dos países para redução de gases do efeito estufa. Essa era a 
expectativa anterior: algo mais ambicioso que o Protocolo de Kyoto (1997), 
fracassado, que determinava corte médio de 5,2% nas emissões só das nações 
desenvolvidas. O compromisso obtido em Copenhague será apenas 
"politicamente vinculante". 
O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a meta for impedir que 
o aumento da temperatura média da atmosfera ultrapasse 2°C de aquecimento 
neste século, como recomenda a maioria dos climatologistas. Isso exige dos 
países desenvolvidos chegar a 2020 emitindo 25% a 40% menos poluentes 
que em 1990, ano-base de Kyoto. 
Os países menos desenvolvidos, por seu turno, precisam desacelerar a 
trajetória crescente de suas emissões. Estima-se que seja necessário um corte 
de 15% a 30%, aplicados no caso sobre os níveis que estariam emitindo em 
2020, mantido o ritmo atual. A ideia é de que a redução não prejudique seu 
esforço de desenvolvimento e redução da pobreza. 
Os sinais alentadores surgidos na semana partiram dos EUA e da China. 
Juntos, respondem por 40% das emissões mundiais. 
Jornal Folha de S. Paulo, Editorial. 29 nov. 2009, p. A2. (Fragmento) 
 
18. No fragmento "O novo acordo precisa ir muito além de Kyoto, se a 
meta for impedir que o aumento da temperatura média da atmosfera 
ultrapasse 2 °C de aquecimento neste século, como recomenda a maioria dos 
climatologistas.", o termo "se" tem o sentido equivalente ao de 
a) logo que. 
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b) à medida que. 
c) no caso de. 
d) apesar de. 
e) uma vez que. 
 
Comentário: D� FRQMXQomR� ³VH´� WHP� YDORU� FRQGLFLRQDO�� PHVPR� YDORU�
VHPkQWLFR� TXH� SRVVXL� D� ORFXomR� FRQMXQWLYD� ³QR� FDVR� GH´�� da alternativa D. 
Vejamos as outras: 
a) logo que >> possui valor temporal. 
b) à medida que >> possui valor proporcional. 
c) no caso de >> possui valor de oposição concessiva. 
e) uma vez que >> possui valor causal. 
GABARITO: D 
 
A REDESCOBERTA DO BRASIL 
 
Na segunda metade do século XVI, quando o rei D. Manoel, o capitão-mor 
Pedro Álvares Cabral e o escrivão Pero Vaz de Caminha já estavam mortos 
havia mais de duas décadas, começaria a surgir em Lisboa a tese de que o 
Brasil fora descoberto por acaso. Tal teoria foi obra dos cronistas e 
historiadores oficiais da corte. [...] 
Embora narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem 
acesso aos arquivos oficiais, os cronistas reais descreveram o descobrimento 
do Brasil com base na chamada Relação do Piloto Anônimo. A questão 
intrigante é que em nenhum momento o "piloto anônimo" faz menção à 
tempestade que, segundo os cronistas reais, teria feito Cabral "desviar- se" de 
sua rota. Embora a carta de Caminha não tenha servido de fonte para os 
textos redigidos pelos cronistas oficiais do reino, esse documento também não 
se refere a tormenta alguma. Pelo contrário: mesmo quando narra o 
desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde, ocorrido duas semanas depois da 
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partida de Lisboa, Caminha afirma categoricamente que esse navio sumiu 
"sem que houvesse tempo forte ou contrário para poder ser". 
Na verdade, a leitura atenta da carta de Caminha e da Relação do Piloto 
Anônimo parece revelar que tudo na viagem de Cabral decorreu na mais 
absoluta normalidade e que a abertura de seu rumo para oeste foi proposital. 
De fato, é difícil supor que a frota pudesse ter-se desviado "por acaso" de sua 
rota quando se sabe ± a partir das medições astronômicas feitas por Mestre 
João ± que os pilotos de Cabral julgavam estar ainda mais a oeste do que de 
fato estavam. [...] 
 
Reescrevendo a História 
 
Mais de 300 anos seriam necessários até que alguns dos episódios que 
cercavam o descobrimento do Brasil pudessem começar a ser, eles próprios, 
redescobertos. O primeiro passo foi o ressurgimento da carta escrita por Pero 
Vaz de Caminha ± que por quase três séculos estivera perdida em arquivos 
empoeirados. [...] O documento foi publicado pela primeira vez em 1817, pelo 
padre Aires do Casal, no livro Corografia Brazílica. Ainda assim, a versão 
lançada por Aires do Casal era deficiente e incompleta [...]. A "redescoberta" 
do Brasil teria que aguardar mais algumas décadas. 
Não por coincidência, ela se iniciou no auge do Segundo Reinado. Foi 
nesse período cheio de glórias que o país, enriquecido pelo café, voltou os 
olhos para a própria história. Por determinação de D. Pedro II, o Instituto 
Histórico e Geográfico Brasileiro (fundado em 1838) foi incumbido de 
desvendar os mistérios que cercavam o descobrimento do Brasil. [...] 
Ainda assim, a teoria da intencionalidade [...] e a tese da descoberta 
casual [...] não puderam, e talvez jamais possam, ser definitivamente 
comprovadas. Por mais profundas e detalhadas que sejam as análises feitas 
sobre os três únicos documentos originais relativos à viagem (as cartas de 
Pero Vaz de Caminha, do Mestre João e do "piloto anônimo"), elas não são 
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suficientes para provar se o descobrimento de Cabral obedeceu a um plano 
preestabelecido ou se foi meramente casual. 
BUENO, Eduardo. A Viagem do Descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998. 
(Coleção Terra Brasilis, v. 1). p. 127-130. Adaptado. 
 
19. As orações que substituem "Embora narrassem fatos ocorridos 
havia apenas meio século e tivessem acesso aos arquivos oficiais", de 
acordo com a norma-padrão e sem alterar o sentido do trecho, são: 
a) Caso narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem 
acesso aos arquivos oficiais. 
b) Quando narravam fatos ocorridos havia apenas meio século e tiveram 
acesso aos arquivos oficiais. 
c) Se narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem 
acesso aos arquivos oficiais. 
d) Apesar de terem narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e 
terem tido acesso aos arquivos oficiais. 
e) Mas tendo narrado fatos ocorridos havia apenas meio século e tendo 
tido acesso aos arquivos oficiais. 
 
Comentário: LPSRUWDQWH�GHVWDFDU�TXH�D�FRQMXQomR�³HPERUD´��QR�SHUtRGR��
denota concessão. Então, devemos buscar nas alternativas aquela que possui o 
mesmo valor semântico: 
a) Caso narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem 
acesso aos arquivos oficiais. 
(55$'$��³&DVR´�GHQRWD�FRQGLomR��QmR�FRQFHVVmR�� 
b) Quando narravam fatos ocorridos havia apenas meio século e tiveram 
acesso aos arquivos oficiais. 
(55$'$��³4XDQGR´�GHQRWD tempo. 
c) Se narrassem fatos ocorridos havia apenas meio século e tivessem 
acesso aos arquivos oficiais. 
Português p/ ENEM 2016 
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