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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE BACHAREL EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS SABRINA CRISTIANE MARTINS DE OLIVEIRA AS MODALIDADES DE LICITAÇÕES MAIS UTILIZADAS PELO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU FOZ DO IGUAÇU 2016 1 SABRINA CRISTIANE MARTINS DE OLIVEIRA AS MODALIDADES DE LICITAÇÕES MAIS UTILIZADAS PELO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis da UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Foz do Iguaçu. Professor: Welinton Camargo Ferreira, Ms. FOZ DO IGUAÇU 2016 2 OLIVEIRA, Sabrina Cristiane Martins de. Acadêmica – Foz do Iguaçu, 2016 60. p. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do Iguaçu, 2016 Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Curso de Ciências Contábeis. 3 SABRINA CRISTIANE MARTINS DE OLIVEIRA AS MODALIDADES DE LICITAÇÕES MAIS UTILIZADAS PELO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU Esta monografia foi apresentada como trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus Foz do Iguaçu, sendo julgada adequada e aprovada em sua forma final pela banca constituída. Foz do Iguaçu, 17 de fevereiro de 2017 José Antonio Cescon, Ms. UNIOESTE - Foz do Iguaçu Coordenador de Trabalho de Conclusão de Curso Banca: Welinton Camargo Ferreira, Ms. UNIOESTE - Foz do Iguaçu Professor Orientador Ricardo Santana de Almeida, Esp. Tércio Vieira de Araújo, Ms. UNIOESTE - Foz do Iguaçu UNIOESTE - Foz do Iguaçu Membro da banca Membro da banca 4 Dedico primeiramente a Deus, a minha avó, e ao meu pai por me proporcionarem a vida, ao meu noivo e à minha irmã que compreenderam a minha ausência quando necessário, e aos meus amigos e familiares que me incentivaram nos momentos difíceis. 5 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, que me permitiu concluir uma etapa em minha vida, me proporcionando saúde e força nos momentos de dificuldades. À minha avó Maria Geralda, que sempre me apoiou em minhas decisões, demostrando sempre sua dedicação e seu carinho. Não deixando com que eu desanimasse, sempre acreditando no meu potencial. Guiando-me ao caminho certo. Ao meu noivo André que me apoiou nos momentos de dificuldades, compreendendo a minha ausência. À minha família que sempre esteve ao meu lado, e acreditou que era capaz. Aos meus professores, que por vezes tiveram que me aguentar em suas aulas, mas mesmo assim não desistiram de mim e dispuseram de seu tempo para me proporcionar desenvolvimento e conhecimento. Ao meu orientador, pelo apoio e dedicação, que não mediu esforços em me ajudar no que fosse preciso. Aos amigos de graduação, Cláudia, Danielle, Elaine e Simone, em especial Henrique e Patrícia que se tornaram uma família, que vou levar da universidade para a minha vida, pessoas essas que se tornaram fundamentais nesses cinco anos de trajetória. Enfim a todos no geral que colaboraram de maneira direta ou indireta na conclusão deste trabalho. 6 “Sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista”. Aldo Novak 7 RESUMO As licitações públicas são procedimentos administrativos pelos quais o ente público seleciona a proposta mais vantajosa para aquisição de produtos ou realização de serviços. Esses procedimentos são obrigatórios nas esferas Federal, Estadual e nos Municípios. O presente estudo tem como proposito identificar as modalidades de licitações utilizadas pelo Município de Foz do Iguaçu, para tanto foi realizado um levantamento de dados junto ao Portal da Transparência do Município e no Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, no período de 2012 a 2015. O levantamento dos dados visa responder a pergunta da pesquisa que seria apresentar a modalidade de licitação que mais se utilizou no período de 2012 a 2015 no município. Para tanto, foram coletados dados sobre os orçamentos executados e as licitações realizadas no período. O resultado do presente estudo destaca a modalidade pregão como sendo a mais utilizada no período por ser uma modalidade licitatória com a melhor relação custo benefício, mais ágil, transparente e eficaz frente as outras opções de modalidade. Palavras-chave: Contabilidade Pública, Procedimentos Licitatórios, Pregão 8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Orçamento Anual x valores utilizados através de processos licitatórios no período de 2012 a 2015 (em Reais) ........................................... 41 FIGURA 2 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2012 (em Reais) ....................... 42 FIGURA 3 - Modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2012 ........................................................................................................... 43 FIGURA 4 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2013 (em Reais) ....................... 43 FIGURA 5 - Modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2013 ........................................................................................................... 44 FIGURA 6 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2014 (em Reais) ....................... 45 FIGURA 7 - Modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2014 ........................................................................................................... 46 FIGURA 8 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2015 (em Reais) ....................... 46 FIGURA 9 - Modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2015 ........................................................................................................... 47 FIGURA 10 - Variação percentual das Modalidades de Licitações no Município de Foz do Iguaçu no período de 2012 a 2015 .................................................. 49 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – Modalidades de Licitações ........................................................ 24 QUADRO 2 - Valores limites para licitações .................................................... 26 QUADRO 3 - Principais diferenças entre o pregão presencial e o pregão eletrônico ........................................................................................................ 287 QUADRO 4 - Prazos para contratação ..........................................................300 QUADRO 5 – Percentual de utilização das modalidades de licitações no Município de Foz do Iguaçu no período de 2012 a 2015 ............................... 489 9 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística LAI - Lei de Acesso à Informação LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias LOA - Lei Orçamentária Anual LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal PPA - Plano Plurianual RREO - Relatório Resumido da Execução Orçamentaria TCEPR - Tribunal de Contas do Estado do Paraná TCU - Tribunal de Contas da União 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 14 2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA ................................................................... 14 2.2 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA .................... 15 2.3 ORÇAMENTO PÚBLICO ........................................................................ 16 2.3.1 PLANO PLURIANUAL - PPA ....................................................................... 17 2.3.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO .............................................. 17 2.3.3 LEI DE ORÇAMENTO ANUAL – LOA............................................................ 18 2.4 RECEITAS .............................................................................................. 19 2.5 DESPESAS ............................................................................................ 20 2.6 LICITAÇÕES........................................................................................... 21 2.6.1 DEFINIÇÕES ............................................................................................. 22 2.7 MODALIDADES DE LICITAÇÕES .......................................................... 23 2.7.1 PREGÃO................................................................................................... 26 2.7.2 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O PREGÃO PRESENCIAL E O PREGÃO ELETRÔNICO ....................................................................................................... 27 2.8 TIPOS DE LICITAÇÃO ............................................................................ 28 2.9 PUBLICAÇÃO ......................................................................................... 29 2.10 CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO ......................................................... 31 2.11 DISPENSA DE LICITAÇÃO .................................................................... 31 2.12 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO ......................................................... 32 2.13 LEI DE ACESSO Á INFORMAÇÃO ......................................................... 33 2.14 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .................................................. 35 2.15 TRIBUNAL DE CONTAS ......................................................................... 36 2.16 MURAL DE LICITAÇÕES ....................................................................... 37 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................ 38 3.1 TIPOS DE PESQUISA ............................................................................. 38 3.2 ABORDAGENS DO TEMA ....................................................................... 39 3.3 MÉTODOS DE PESQUISA ...................................................................... 39 3.4 TÉCNICAS DE PESQUISA ...................................................................... 40 3.5 UNIVERSO, POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................ 40 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................ 41 5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................ 51 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53 ANEXOS .......................................................................................................... 57 11 1 INTRODUÇÃO Contabilidade é a ciência que tem por objetivo o estudo das variações quantitativas e qualitativas ocorridas no Patrimônio das entidades sendo elas com ou sem fins lucrativos. Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. Por meio da contabilidade são gerados relatórios de suma importância e as informações contidas nesses relatórios servem de base para as análises e tomadas de decisões, conforme a afirmação de Marion (2004) e que descreve que a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. A contabilidade moderna surgiu no século XV a partir das atividades de troca e venda dos comerciantes, onde havia a necessidade de acompanhar as modificações que estavam ocorrendo nessas transações, no qual eram apenas registrados os fatos ocorridos, assim servindo de base para o recolhimento dos impostos pelo governo (Portal de Contabilidade, 2014). A contabilidade está inserida no o cenário social, devida a sua tamanha importância, atualmente a contabilidade se divide em várias subáreas, sendo uma delas a contabilidade pública. A contabilidade pública é uma área da contabilidade que registra, controla e demostra o desempenho dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública, o patrimônio público e suas transformações. A contabilidade pública relaciona a previsão da receita e estima a despesa, estipulado no orçamento público e deferido no exercício. Segundo Andrade (2010), a contabilidade pública deve, pois, incentivar a elaboração de ferramentas capazes de realizar controles internos, capazes de dar confiabilidade indiscutível aos demonstrativos legais, a fim de satisfazer as necessidades de informações corretas e apropriadas perante a administração pública. A contabilidade pública é uma ferramenta fundamental no meio da administração pública, pois é através dela que são apurados os elementos necessários para que se possa apresentar um resultado eficiente, transparente e sem erros. Na contabilidade pública é necessário que se faça a publicação dos relatórios e documentos contábeis, conforme a Lei Federal nº 12.527, Lei de 12 Acesso à Informação de 18 de novembro de 2011. Lei que efetiva o direito previsto no artigo 5º, inciso XXXIII da Constituição Federal, de que todos têm a prerrogativa de receber dos órgãos públicos além de informações do seu interesse pessoal, também aquelas de interesse coletivo. Permitindo que a população tenha acesso aos contratos, convênios, licitações, ações e programas do governo. Através dos processos licitatórios são gastos grande parte dos recursos públicos, o Município de Foz do Iguaçu atualmente é a sétima maior cidade do Paraná, com aproximadamente 256.088 habitantes. Deste modo, Foz do Iguaçu precisa buscar satisfazer as necessidades dos munícipes com o menor custo possível. Nesse sentido entende-se que os procedimentos licitatórios exercem um papel fundamental no atendimento as necessidades. Sendo assim, tem-se a seguinte pergunta, para ser desenvolvida no decorrer da pesquisa: quais foram às modalidades de licitações mais utilizadas no Município de Foz do Iguaçu no período de 2012 a 2015. O objetivo geral do presente estudo é apresentar as modalidades de licitações mais utilizadas pelo Município de Foz do Iguaçu, avaliando os editais de processos licitatórios do município, através de pesquisas bibliográficase documental, juntamente ao Portal da Transparência do Município de Foz do Iguaçu e no Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Para se atingir ao objetivo geral foram necessários estipular objetivos específicos: a) Realizar uma pesquisa bibliográfica para demonstrar os conceitos que serão utilizados na abordagem do tema; b) Realizar um levantamento, junto ao órgão municipal, das variáveis necessárias para as análises propostas, bem como descrevê-las em suas relevâncias e características; c) Identificar e apresentar a interpretação dos dados coletados; Demonstrar os resultados alcançados de maneira clara e objetiva, respondendo o problema de pesquisa desse trabalho. Esta pesquisa justifica-se na intenção de despertar a importância para pesquisas mais avançadas, com a finalidade de acompanhar, compreender e solucionar os problemas da administração pública, pois os problemas não 13 afetam apenas um indivíduo, mas a população no geral, gerando assim um interesse da população pelas ações governamentais. Esta pesquisa tem o intuito de um aperfeiçoamento pessoal, e crescimento intelectual no decorrer da pesquisa. Sendo assim, para melhor compreensão do usuário, este trabalho será constituído de cinco capítulos, para esclarecer o assunto tratado, de maneira que tenha um formato harmonioso, sendo o primeiro capítulo a introdução ao assunto abordado. O segundo capítulo apresentara o referencial teórico para a realização do estudo fundamentado no tema e na linha de pesquisa. O terceiro capítulo será composto pelos procedimentos metodológicos utilizados para permitir de forma clara e explicita os resultados alcançados no decorrer do processo de pesquisa. No quarto capítulo, serão apresentados os elementos de modo quantitativo e qualitativo, de acordo com o que está sendo proposto no trabalho. Sendo assim realizada uma análise nas modalidades de licitações, através dos dados levantados junto ao site do Tribunal de Contas do Estado do Paraná e da página oficial de Transparência do Município de Foz do Iguaçu, tendo por entidade executora o Município de Foz do Iguaçu, dessa forma avaliar e apresentar o que foi encontrado. No quinto capítulo, são apresentadas as conclusões respondendo assim o problema de pesquisa, e sugestões para trabalhos futuros, com relação ao tema abordado. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Marion et al. (2002, pg.38), “O referencial teórico deve conter um apanhado do que existe, de mais atual na abordagem do tema escolhido, mesmo que as teorias atuais não façam parte de suas escolhas.” O referencial teórico é que proporciona elementos para conduzir todo o estudo. Com base ao tema escolhido, aliado ao conhecimento sobre o que determina o referencial teórico que abordaremos sobre os conceitos de contabilidade pública, com a relevância no campo de aplicação, orçamentos que engloba o plano plurianual. Assim como a importância da questão da legislação orçamentária municipal nos quais prevê os gastos anuais, abordaremos também sobre os conceitos de receita e despesas públicas, com sua relevância para os processos licitatórios justamente com a lei portal da transparência. Neste sentido que, o referencial teórico apresentado nos proporcionara alguns princípios da forma como presente trabalho está estruturado. 2.1 CONTABILIDADE PÚBLICA O objeto da contabilidade é o patrimônio, seus fenômenos e alterações, tal em perspectiva quantitativa quanto qualitativa. No entanto, a contabilidade pública não está empenhada somente no patrimônio, mas também no orçamento e em sua realização, que é a estima e o recolhimento da receita, a definição e a aplicação da despesa. Slomski (2009, apud Petri, 2008, pg.28) diz que a contabilidade pública “é um dos ramos da contabilidade geral, aplicada às entidades de direito público interno”. Já KOHAMA (2010) define a contabilidade pública como um ramo que estuda, orienta, controla e demostra a organização e execução da fazenda pública, o patrimônio público e suas variações. ARAÚJO e ARRUDA (2009) diz que entre às principais funções da contabilidade pública está a de estudar, orientar, controlar e demonstrar a 15 organização dos orçamentos e a sua execução, além de todos os atos e fatos administrativos referentes à fazenda pública. Assim, o objetivo da contabilidade pública é de fornecer aos gestores relatórios presentes e adequados para contribuir com as tomadas de decisões, aos órgãos de controle interno e externo para a execução da legislação. A contabilidade empregada no setor público representa para a cidadania o principal instrumento de controle e auditoria das ações, verificando a aplicação correta dos recursos públicos, respeitando a ética da gestão. Pois é responsabilidade do contador fornecer os resultados alcançados de forma adequada para alinhar-se com os gestores para as cabíveis tomadas de decisões. 2.2 CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA O campo de aplicação é área de exercício do profissional de contabilidade que requer conhecimento, compreensão, fiscalização e exposição de acontecimentos contábeis, derivados de mudanças patrimoniais em organizações do setor público e/ou de entidades que recolhem, administram ou empregam recursos públicos, na execução de suas incumbências, no que se diz respeito aos aspectos contábeis da prestação de contas. O campo de atuação da contabilidade pública é limitado à administração pública, no nível de governo federal, estadual e municipal, abrangendo os órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta (SLOMSKI, 2008). Contabilidade aplicada ao setor público é a área da ciência contábil que emprega no processo gerador de informações, os princípios fundamentais de contabilidade e as normas contábeis voltadas ao controle patrimonial de entidades do setor público (RES. CFC 1128/08 NBC T 16.1 item 3). De acordo com a NBC T 16.1 2013 O objetivo da contabilidade aplicada ao setor público é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio ao processo 16 de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social. As instituições que são englobadas pela área de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se as seguintes finalidades conforme a NBC T 16.1 2013 Integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os conselhos profissionais; Parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do controle social. Concluindo a atribuição da contabilidade aplicada ao setor público é de traduzir ordenadamente o ciclo da administração pública para produzir informações necessárias para as tomadas de decisões. 2.3 ORÇAMENTO PÚBLICO O orçamento é um instrumento de grande importância, é onde se planeja e controla as operações de qualquer que seja o ramo de atividade. É através do orçamento que se estipula metas, dando assim uma visão do que se almeja. O orçamento público é uma lei de iniciativa do Poder Executivo que determina as políticas públicas para o exercício a que se referir (SLOMSKI, 2008). O orçamento é, portanto, conforme Pires (2002, pg. 70) “um processo de planejamentocontínuo e dinâmico de que o Estado se utiliza para demonstrar seus planos e programas de trabalho, para determinado período”. O orçamento público é uma lei que, transparece em termos financeiros a destinação dos recursos públicos. Para Araújo e Arruda (2009, p. 57) o orçamento público é o demonstrativo orgânico da economia pública, representando o retrato real da vida do Estado, onde o governo decide quanto, em que e como vai gastar o dinheiro que arrecada dos contribuintes ou de outras fontes de recursos. O orçamento trata de um instrumento de planejamento que demonstra as decisões políticas, determinando aquilo que se faz prioritário para assim atender a necessidade da comunidade, em frente à ausência de recursos. 17 O orçamento público é regido pela Lei nº 4.320/64 onde estabelece normas de direito financeiro e pela Lei Complementar 101/00, como sendo um eficaz meio de controle, fiscalização e transparência dos recursos públicos. 2.3.1 Plano Plurianual - PPA O Plano Plurianual (PPA) é uma ferramenta destinada a organizar e viabilizar a ação pública, com o intuito de executar os princípios e os objetivos da República. O plano plurianual é um plano de médio prazo, através do qual se procura determinar as ações do governo que levem ao alcance dos objetivos e metas fixadas para um período de quatro anos, ao invés do governo federal, e também de quatro anos ao nível dos governos estaduais e municipais (KOHAMA, 2010). O PPA é também conhecido como o planejamento estratégico, pois apresenta a visão de futuro para o país, o plano proporciona que a sociedade tenha um maior comando sobre as ações concluídas através do governo. Slomski (2008, pg. 304) menciona que essa lei “estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública”, o PPA possibilita uma perspectiva mais abrangente da política fiscal. 2.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO A Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - compõe os propósitos e as prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro seguinte, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, apontará sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação financeira (SLOMSKI, 2008). Além das determinações constitucionais, a Lei Complementar nº 101/00, art. 4° estabelece que a Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá dispor sobre: 18 a) Equilíbrio entre receitas e despesas; b) Critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada na hip ótese previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; c) (Vetado) d) (Vetado) e) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultad os dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) Demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas; Integrará a Lei de Diretrizes Orçamentárias o plano de Anexo das Metas Fiscais, onde se estabelece as metas anuais, no art. 4º, § 2º da Lei Complementar nº 101/00. O Anexo de Metas Fiscais conterá ainda: I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercício s, destacandoa origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; IV - avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio de previdência social dos servidores públicos se houver, e demais fundos e programas atuarial; V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receit a e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. 2.3.3 Lei de Orçamento Anual – LOA É na Lei Orçamentária Anual - LOA - que o governo delimita as prioridades inclusas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. Para proporcionar a concretização das situações planejadas no plano plurianual são necessárias transformá-las em realidade, obedecendo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, elaborando o Orçamento Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os objetivos determinados (KOHAMA, 2010). 19 A Lei de Orçamento Anual é o mecanismo utilizado para manifestação dos objetivos que foram planejados, tendo em vista otimizar o melhor auxílio e satisfação da sociedade. 2.4 RECEITAS Carvalho (2008) define receita como recursos instituídos e arrecadados pelo poder público com o propósito de ser aplicados em dispêndios que atendam aos anseios e demandas da sociedade. Entende-se por receita pública todo e qualquer recolhimento feito aos cofres públicos, quer que seja efetuado por intermédio de numerários ou outros bens representativos de valores (KOHAMA, 2010). Receita pública caracteriza-se como um ingresso de recursos ao patrimônio público, mais especificamente como uma entrada de recursos financeiros que se reflete no aumento das disponibilidades (PISCITELLI e TIMBÓ, 2009). Portanto a receita pública é a totalidade arrecadada pelo setor público, integrado ao patrimônio do Estado, que é utilizado para liquidar despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. A receita pública classifica-se em dois grupos, sendo Receita Orçamentária e Receita Extra orçamentária. As receitas orçamentárias são representadas por um conjunto de recursos financeiros, que vão para os cofres estatais, provenientes de quaisquer fontes, a fim de acorrer às despesas orçamentárias. Receita orçamentárias é aquela que integra o orçamento e de que o estado pode deliberar como propriedade sua. Complementa a situação líquida do patrimônio financeiro (QUINTANA, 2011 et al. apud LICHTNOW, 2002). As receitas orçamentárias são classificadas em dois principais grupos, as receitas orçamentárias correntes e receitas de capital. Receitas correntes e Receitas de capital conforme a Lei nº 4.320/64, no art. 11 20 § 1º “são Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes”. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinado a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. Kohama (2010, pg. 69) receitas orçamentárias compreende os recolhimentos feitos que constituam compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentaria e, portanto, independe de autorização legislativa. Quintana et al (2011, pg. 44) diz que “receita orçamentária é aquela que não integra o orçamento público, altera a composição do patrimônio financeiro, sem modificar a situação líquida da organização”. São extra orçamentárias as receitas que não fazem parte do orçamento, de forma que não serão consideradas quando estabelecidas as despesas públicas. Segundo Slomski (2008, pg. 309) receitas orçamentárias são recursos de terceiros que transitam pelos cofres públicos.2.5 DESPESAS É o conjunto de despesas realizado pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos (CARVALHO, 2008). Constitui despesa pública os gastos determinados na lei orçamentária ou em leis especiais e fixado a execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais (KOHAMA, 2010). Despesa pública é um desembolso ou um gasto por parte da gestão pública para criarem ou adquirirem bens ou realizar uma prestação de serviço, para atender as necessidades públicas. Portanto, a despesa pública classifica- se em dois grupos, sendo a Despesa Orçamentária e a Despesa Extra orçamentária. 21 É considerada despesa orçamentária a que está integrada na lei orçamentária anual, e ainda as originárias dos créditos adicionais abertos durante o exercício financeiro (CARVALHO, 2008). São despesas fixadas e especificadas na lei do orçamento e/ou lei de créditos adicionais, primeiramente autorizada pelo poder Legislativo, devem respeitar as devidas fases (QUINTANA et al. apud LICHTNOW, 2011). A despesa orçamentária classifica-se em despesa corrente e despesa de capital. Despesa corrente são todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital (CARVALHO, 2008). Despesa de capital são aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital (CARVALHO, 2008). É considerada despesa extra orçamentária a que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo as diversas saídas de numéricos, decorrentes do pagamento ou recolhimento de contas (CARVALHO, 2008). Segundo Kohama (2010, pg. 88) é aquela paga à margem da lei orçamentária e, portanto, independe de autorização legislativa, pois se constitui em saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro. As despesas extra orçamentária são provenientes das receitas extra orçamentária, correspondendo a compensação ou transferências dos valores recebidos. 2.6 LICITAÇÕES Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a administração pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. O TCU (2010, pg. 19) afirma que, Licitação é procedimento administrativo formal em que a Administração Pública convoca, por meio de condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços. 22 Licitação é o conjunto de regimes administrativos, legalmente estabelecidos, através do qual a administração pública cria meios de fiscalizar, quem oferece melhores condições para a realização de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações (PISCITELLI e TIMBÓ, 2009). As leis que constituem a legislação básica sobre licitações e contratos para a administração pública são as Leis de nº 8.666/93, Lei de Licitações e Contratos Administrativos, e a Lei nº 10.520/02, Lei do Pregão. A Constituição Federal dispõe em seu art. 37º que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. E o art. 2º da lei nº 9.784/99 vem complementar dentre outros princípios como o da finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, e interesse público. A licitação é voltada para assegurar o cumprimento do princípio constitucional da uniformidade, a distinção e seleção da proposta mais rentável para a administração e a melhoria do desenvolvimento nacional sustentável, sendo assim arbitrada pelos princípios básicos, Lei nº 12.349/10. 2.6.1 Definições A Lei nº 8.666/93 nos ressalta em seu art. 3º que: A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. De acordo com o que consta na Lei nº 8.666/93, são consideradas Obras, a execução direta ou indireta, de reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, dentre outras. 23 Assim como Serviço, que é definido como sendo qualquer exercício designado a obter dada utilidade de interesse para a Administração, como por exemplo: demolição, conserto, instalação, montagem, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, dentre vários outros. Tendo ainda o setor de Compra que tem por intuito toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente. A Alienação trata-se de toda transferência de bens de controles a terceiros. Execução direta é realizada através de órgãos e entidades da administração, praticadas a pelos próprios meios. Conforme a Execução indireta o órgão ou entidade contrata com terceiros apenas os que se enquadram em qualquer dos seguintes regimes a seguir como: a empreitada por preço global em que a obra ou o serviço deve ser empregada pelo preço certo e total; a empreitada por preço unitário como já sugere o nome deve ser contratada por um valor definido de unidades determinadas; na tarefa é estabelecido o preço da mão de obra já estipulado com ou sem fornecimento de materiais; e pôr fim a empreitada integral na qual se contrata uma empresa em sua integralidade, ficando sobre sua responsabilidade o comprimento de todas as etapas necessárias e pôr fim a sua entrega, Lei nº 8.666/93. 2.7 MODALIDADES DE LICITAÇÕES As licitações devem seguir um conjunto de regras em seus procedimentos sempre analisando os critérios de escolha, tanto o critério qualitativo onde o valor estimado para a contratação independe das características do objeto licitado, quanto o critério quantitativo onde a definição se faz através do valor estimado para a contratação. Conforme a Lei n° 8.666/93 e a Lei nº 10.520/02 são modalidade 24 Tipo Lei Art.º Texto Concorrência Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 Art. 22 § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. Tomada de preços Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 Art. 22 § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Convite Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 Art. 22 § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Concurso Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 Art. 22 § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados paraescolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 dias. Leilão Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993 Art. 22 § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Pregão Lei n° 10.520 de 17 de julho de 2002 Art.1º a 13º Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. QUADRO 1 – Modalidades de Licitações Fonte: Lei 8.666/93 e Lei n° 10.520/02 Segundo Figueiredo (2002, pg. 28) concorrência “é a modalidade entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução do seu objeto”. A concorrência é a modalidade de licitação destinada para todos que estiverem interessados em participar, satisfazendo as exigências previstas no edital. A concorrência é destinada a contratações de valor mais elevado, isto é, para a aquisição de materiais e serviços com valores acima de R$ 650.000,00, e para a execução de obras e serviços de engenharia com valores acima de R$ 1.500.000,00, conforme está disposto na Lei 8.666/93. 25 De acordo com Figueiredo (2002, pg. 28) tomada de preço “é a modalidade entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o 3˚ (terceiro) dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”. A tomada de preço é uma modalidade que deve ser seguida dentro do limite determinado pela legislação, voltada para interessados devidamente cadastrados. O valor previsto é de até R$ 650.000,00 para a aquisição de materiais e serviços, e de R$ 1.500.000,00 para a execução de obras e serviços de engenharia, conforme está disposto na Lei 8.666/93. Convite é uma modalidade de licitação com o âmbito mais simples, empregada nos contratos de menor valor, voltada para interessados que atua na área de atividade a qual está disponível o convite. Para a aquisição de materiais e serviços o limite é de até R$ 80.000,00, e para a execução de obras e serviços de engenharia até o valor de R$ 150.000,00, conforme está disposto na Lei 8.666/93. De acordo com a Lei 8.666/93, Concurso é a modalidade determinada para as escolhas com relação a trabalho técnico, cientifico ou artístico, tendo como retribuição prêmios ou bonificações aos vencedores, segundo o que foi determinado em edital. O leilão é a modalidade de licitação disponível para qualquer pessoa que se faz interessada, é utilizada para a venda de bens móveis inservíveis, não tem a necessidade de serem bens danificados, artefatos apreendidos ou penhorados, e também bens que não dispõe mais de serventia para a Administração Pública, conforme está disposto na Lei 8.666/93. O pregão é uma nova modalidade de licitação regida pela Lei n° 10.520/02, utilizada para a obtenção de bens ou prestação de serviços comuns, com a alternativa de redução das ofertas apresentadas durante os lances dos licitantes, no qual o vencedor será o que possuir o menor valor. A disputa pode ser realizada de maneira presencial ou eletrônica. Seguem no Quadro 2 os valores limites para cada modalidade de licitação e para cada tipo de aplicação. 26 Modalidade Prazo Compras ou Serviços Obras e Serviços de Engenharia Dispensa Até de R$ 8.000,00 Até R$ 15.000,00 Convite 05 dias úteis Acima de R$ 8.000,00 até R$ 80.000,00 Acima de R$15.000,00 até R$ 150.000,00 Tomada de Preços 15 dias corridos Acima de R$ 80.000,00 até R$ 650.000,00 Acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00 Concorrência 30 dias corridos Acima de R$650.000,00 Acima de R$ 1.500.000,00 Pregão Presencial 08 dias úteis Bens e serviços de uso comum Pregão Eletrônico 08 dias úteis Compras e serviços Não valido QUADRO 2 - Valores limites para licitações Fonte: Lei n° 8.666/93 e Lei n° 10.520/02 2.7.1 Pregão Pregão é uma modalidade de licitação com o objetivo de se adquirir bens e serviços públicos, sendo assim o seu valor estimado de contratação livre, a disputa no pregão é realizada através de propostas e lances, sendo essas realizadas de maneira presencial, na qual o licitante deve comparecer na sessão pública, ou na forma eletrônica, utilizando-se de meios da tecnologia. O TCU (2010, pg. 45) define pregão como uma Modalidade realizada entre interessados do ramo de que trata o objeto da licitação que comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital, em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública. Pode ser presencial ou eletrônico. O Pregão foi fundamentado, no âmbito da União, pela Medida Provisória nº 2.026/00, que posteriormente a várias alterações e melhora foi transformada na Lei nº 10.520/02, regulamento que outorgou a modalidade a todos os órgãos e entidades da Administração dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Na instancia Federal, o presencial é instituído pelo Decreto nº 3.555, de 08 de agosto de 2000, e o eletrônico pelo Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. 27 O uso desta modalidade é voltado para a contratação de bens e serviços comuns, que de acordo com a Lei nº 10.520/02 são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possa ser objetivamente definida pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado, garantindo assim a realização da comparação dos bens ou dos serviços oferecidos, de maneira a viabilizar a aquisição com base no menor preço. O Decreto nº 5.450/05, na esfera federal, tornou-se obrigatório o uso do pregão nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns, compondo-se preferencialmente de forma eletrônica. De acordo com Decreto Nº 3.555/00 em seu art. 4º a licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas. Apesar do pregão não haver um limite de valor ele não se aplica a contratação de obras e serviços de engenharia, delimitando-se apenas para aquisição de bens e serviços comuns. 2.7.2 Principais diferenças entre o Pregão presencial e o Pregão eletrônico No Quadro 3 é apresentada uma comparação entre as principais diferenças do pregão presencial e do pregão eletrônico. (Continua) Aspecto Pregão presencial Pregão eletrônico Sessão pública Sessão pública com a presença dos licitantes. Envio de informações à distância (via internet) Lances O licitante autor da menor proposta e os demais que apresentarem preços até 10% superiores a ela estão classificados para fase de lances. Todos os licitantes,cujas propostas não foram desclassificadas, podem oferecer lances. 28 Caso não haja pelo menos três licitantes que atendam essas condições, deverão ser convocados para essa fase os demais, obedecida a ordem de classificação das propostas, até o máximo de três, quaisquer que sejam os preços oferecidos por eles. Autoria dos lances Os presentes na sessão sabem quem são os autores dos lances. É vedada a identificação dos licitantes responsáveis pelos lances. Ordem dos lances Os licitantes são classificados, de forma sequencial e apresentam lances verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor. Os licitantes podem oferecer lances sucessivos, independentemente da ordem de classificação. Término da fase de lances Ocorre quando não houver lances menores que o último ofertado. Ocorre por decisão do pregoeiro e o sistema eletrônico encaminha aviso de fechamento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de até trinta minutos, aleatoriamente determinado. Habilitação A documentação da habilitação não contemplada no Sicaf deve ser apresentada em envelope lacrado. Os documentos de habilitação que não estejam contemplados no Sicaf, inclusive quando houver necessidade de envio de anexos, devem ser apresentados via fax após solicitação do pregoeiro no sistema eletrônico Recursos A intenção do licitante de recorrer deve ser feita de forma verbal, no final da sessão, com registro em ata da síntese das razões. A intenção de recorrer pode ser realizada pelo licitante, de forma imediata e motivada, em campo próprio no sistema eletrônico. QUADRO 3 - Principais diferenças entre o pregão presencial e o pregão eletrônico Fonte: Manual de Licitações e Contratos – CGU (2016) (Concluído) Nas demais modalidades analisam-se primeiro a habilitação e posteriormente a disputa pelo preço, ao contrário do pregão onde se verifica primeiro a disputa do preço e após analisa-se a habilitação, dando assim maior agilidade no desempenho do processo. 2.8 TIPOS DE LICITAÇÃO Os tipos de licitações que devem ser aplicados a todas as modalidades, excetuando-se o concurso, no qual os demais são definidos pela Lei nº 8.666/93 no seu art. 45º § 1º. Compreendendo assim os critérios previamente 29 estabelecidos no ato convocatório, é declarado vencedor no tipo Menor Preço o licitante que apresentar o menor preço com a melhor qualidade, de acordo com os critérios estabelecidos no edital ou convite; a Melhor Técnica tem a finalidade de escolher a melhor proposta, será declarado vencedor o licitante que apresentar a melhor técnica em relação à vantagem do preço; no tipo Técnica e Preço é levado em consideração o licitante que apresentar a proposta com a melhor técnica e com o menor preço, de acordo com os critérios estabelecidos no edital ou convite; e Maior Lance ou oferta são adaptado nos casos onde exista alienação de bens ou concessão de direito real de uso. 2.9 PUBLICAÇÃO O princípio da publicidade faz parte da definição de licitação, que é apresentada na Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º, A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. É necessário que se faça a publicação antecipada dos procedimentos fundamentais para a participação no processo licitatório. A licitação não consistirá de maneira sigilosa, sendo assim acessíveis ao público. A publicação será realizada através de um edital, que deverá conter todas as informações necessárias com relação a licitação em si, permitindo o reconhecimento do item licitado, do órgão contratante juntamente com as datas e os prazos determinados. O Quadro 4 evidencia os prazos a serem seguidos pela Administração Pública levando em conta o prazo para publicação do aviso, incluindo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos, dos leilões e dos pregões: 30 MODALIDADE TIPO DO ATO PRAZO MÍNIMO* VEÍCULO Concurso / Concorrência para: empreitada integral ou do tipo técnica ou técnica e preço Regulamento do Concurso ou Aviso contendo o resumo do edital 45 dias corridos - Jornal diário de circulação estadual - Jornal de circulação municipal (se houver) - Diário Oficial do Estado (quando se tratar de licitação feita por órgão da Administração Pública Estadual ou Municipal) - Diário Oficial da União (quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal ou por qualquer outro, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidos por instituições federais) Tomada de preços do tipo técnica ou técnica e preço / Concorrência quando não for: empreitada integral ou do tipo técnica ou técnica e preço Aviso contendo o resumo do edital 30 dias corridos Leilão / Tomada de preços quando não for do tipo técnica ou técnica e preço Aviso contendo o resumo do edital 15 dias corridos Pregão Aviso contendo o resumo do edital 8 dias úteis Diário Oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local; - Meios eletrônicos (facultativamente); - em jornal de grande circulação (conforme o vulto da licitação); - na home-page “contas públicas”. Convite Cópia do instrumento do convite 5 dias úteis Fixação em local apropriado * Prazos mínimos até o recebimento das propostas ou realização do evento. Contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo o que ocorrer mais tarde. QUADRO 4 - Prazos para contratação Fonte: Manual de Licitações e Contratos – CGU (2016) Seja qual for a modificação que ocorrer no edital determina-se que a divulgação ocorra na mesma maneira que se deu o texto original, dando abertura ao prazo inicialmente estabelecido, salvo quando, a mudança não influenciar as deliberações a cargo dos licitantes, em relação as documentações e propostas. 31 2.10 CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO Dentro do processo licitatório conforme o art. 9 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. Assim poderão participar da licitação quaisquer licitantes interessados que comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação e cujo objeto social da empresa, expresso no estatuto ou contrato social, especifique ramo de atividadecompatível com o objeto da licitação. 2.11 DISPENSA DE LICITAÇÃO São eventos esporádicos, mesmo havendo a possibilidade de competição, este processo de licitação pode apresentar-se com desvantagem ao interesse público. De acordo com Carvalho (2008, pg. 649) “dispensa de licitação são as hipóteses em que, embora exista viabilidade jurídica de competição, a lei autoriza expressamente a celebração direta do contrato, sem realizar o procedimento licitatório”. Citadini (1999, pg. 183) representa o seguinte sobre a dispensa de licitação: A licitação é dispensada, em situações descritas pela legislação, nas quais se poderá, em tese, realizar o procedimento licitatório, mas que, entende-se desnecessário o certame, já que sua realização não proporcionaria ao Poder Público a escolha de proposta 32 economicamente mais adequada, nem o pronto atendimento do interesse público (nacional, estadual ou local) que requer providências imediatas. A dispensa de licitação é regida pela Lei nº 8.666/93, onde estabelece em seu art. 24, os eventos passiveis de dispensa. Os cinco primeiros casos principais de dispensas trazidos neste artigo são: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e está, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas; 2.12 INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO A inexigibilidade no setor da licitação são situações de exceção, caracterizadas pela impossibilidade de competição, o que inviabiliza a realização do procedimento licitatório. Segundo Carvalho (2008, pg. 651) “é inexigível a licitação sempre que houver impossibilidade jurídica de competição. Se a competição não for viável, ou seja, não tiver mais de um interessado, não há por que realizar uma licitação, sendo impossível realizar tal procedimento”. A inexigibilidade de licitação é regida pela Lei nº 8.666/93, que ressalta hipóteses de inexigibilidade de licitação. 33 De acordo com a Lei nº 8.666/93 no art. 25. São inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.” Segundo Meirelles (2007, pg. 124) “a lei considera inexigível a licitação para aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor ou vendedor exclusivo, porque seria inútil licitar o que não é passível de competição de preço ou de qualidade”. 2.13 LEI DE ACESSO Á INFORMAÇÃO Lei de Acesso à Informação (LAI) também conhecida como a lei da transparência criado conforme a Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Lei que efetiva o direito previsto no artigo 5º, inciso XXXIII da Constituição Federal, de que todos têm a prerrogativa de receber dos órgãos públicos além de informações do seu interesse pessoal, também aquelas de interesse coletivo. Esta lei veio para dispor a respeito dos procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso as informações públicas. Proporcionando que qualquer pessoa sendo essa de origem física ou jurídica o acesso as informações dos órgãos e entidades públicas. As informações devem ser dispostas de maneira transparente, para que o cidadão possa ter um acesso mais ágil e fácil a essas informações. 34 A LAI ressalta no seu art. 3º os procedimentos que se destinam a assegurar o direito fundamental do acesso às informações, devendo ser desempenhado com respeito aos princípios básicos da administração pública e com os procedimentos a seguir: I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação; IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública; V - desenvolvimento do controle social da administração pública. No art. 10º, do § 2º a LAI prevê que o os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. Com isso diminuindo a burocracia e facilitando o acesso as informações desejadas. Para Quintana et al. (2011) a disponibilização da home page Portal de Transparência Pode ser considerada como o marco para uma melhor relação Estado/sociedade e fundamental para o aumento de transparência dos atos governamentais, estimulando assim o controle social e o aumento da cidadania. O portal de transparência é uma ferramenta que disponibiliza para o cidadão as informações atualizadas sobre a arrecadação dos impostos, os repasses que estão sendo realizados pelo município, aonde o governo está aplicando os recursos públicos, com dados atualizados diariamente ou semanalmente. Segundo Souza et al (2009, pg. 12) A transparência nos atos da Administração Pública tem como desígnio impedir ações impróprias e eventuais, como o uso indevido dos bens públicos, por parte dos governantes e administradores. Alargando o acesso dos cidadãos às informações públicas, em todas as esferas, a fim da edificação de um país mais democrático, onde todos os segmentos da sociedade possam desempenhar com êxito o controle social, ajudando na efetivação de uma gestão mais eficaz e eficiente. Através da LAI é possível que o cidadão tenha um acesso mais amplo as ações que envolvem o governo, abrindo-se assim uma janela para reprimir os35 processos ilícitos podendo assim acompanhar as informações e manter o controle da gestão pública. 2.14 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL A Lei Complementar nº 131/09, acrescenta dispositivos à Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), no qual estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, definindo os princípios básicos da responsabilidade. A LRF é mais um instrumento parar determinar as diretrizes necessárias para um bom desempenho das finanças públicas, desta forma obtém-se um maior controle nas contas públicas. A LRF, prevê no seu art. 1º, § 1º, a responsabilidade de se buscar transparência na gestão pública: § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. Essa Lei exige transparência por parte do governo em todas as etapas, do planejamento, do orçamento e na execução dos gastos. De acordo com Pereira (2010, pg. 236) o propósito da LRF é: Elevar a transparência na gestão do gasto público, permitindo que os mecanismos de mercado e o processo político sirvam como instrumento de controle e punição dos governantes que não agirem de maneira correta. Ao mesmo tempo, espera-se que os bons administradores sejam premiados com o reconhecimento da população e do mercado, inclusive com maior acesso a crédito. A LRF tem como base a transparência e a responsabilidade, no qual tem por objetivo a busca e a administração do equilíbrio das contas públicas em todos 36 os níveis de governo como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 2.15 TRIBUNAL DE CONTAS De acordo com o art. 73º da Constituição Federal o Tribunal de Contas da União – TCU tem sede no Distrito Federal, com jurisdição em todo o território nacional, é composto por nove ministros e tem quadro de pessoal próprio. O art. 73º da Constituição Federal o Tribunal de Contas da União traz no seu § 1º o critério de escolha, nos quais os ministros são nomeados entre os brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos de idade, que vivencie uma idoneidade moral e reputação ilibada e que desfrutem de notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública, comprovados com mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija esses conhecimentos. O TCEPR é responsável por fiscalizar o uso do dinheiro público do Estado e dos 399 municípios paranaenses, ele delibera e controla todo os recursos públicos injetados pelo governo do Paraná e prefeituras, transmitindo para a população aonde os recursos foram implantados. De Acordo com o TCEPR são suas atribuições: Controlar a receita e a despesa do Estado e dos Municípios; Acompanhar a legalidade das contratações de pessoal, das aposentadorias, reformas e pensões estaduais e municipais; Analisar e julgar a legalidade das prestações de contas dos Poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e de todos os órgãos públicos; Emitir parecer prévio nas contas do governador do Estado e dos prefeitos, para posterior julgamento pelo Poder Legislativo, quer estadual, quer municipal; Julgar as contas de todas as associações e entidades que tenham recebido recursos do Estado ou dos municípios, para atividades sociais; Apreciar e julgar as denúncias sobre irregularidades ou ilegalidades praticadas por administradores públicos; Prestar orientação nas ações administrativas, respondendo as consultas formuladas. 37 O Tribunal de Contas é uma organização que tem por finalidade garantir o controle do dinheiro público, garantindo que ele seja aplicado de maneira que traga retorno para a população através de um serviço de qualidade (TCEPR). 2.16 MURAL DE LICITAÇÕES O Tribunal de Contas do Estado do Paraná traz em sua normativa nº 37/2009 mecanismos para a disponibilização de informações necessárias ao cumprimento do princípio da transparência e publicidade nas licitações e contratos e para divulgação dos fornecedores impedidos de licitar e contratar com a Administração Pública. Esta instrução dispõe também a respeito do Mural de Licitações Municipais, que de acordo com o seu art. 1º se constitui em uma seção do sítio eletrônico do Tribunal de Contas, de livre acesso público, para divulgação e o tempestivo conhecimento de todas as licitações previstas para serem processadas pelas administrações públicas municipais. O Mural de Licitações foi lançado pelo Tribunal de Contas do Estado em janeiro de 2010, sendo ele disponibilizado através de um serviço eletrônico de cadastro e divulgação das licitações realizadas pelos órgãos municipais de todo o Paraná (TCEPR). O mural serve como um mecanismo de transparência, permitindo a todos analisar e examinar os procedimentos realizados pela prefeitura do município. 38 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para se realizar um estudo, seja qual for a sua linha de desenvolvimento, é preciso delimitar as medidas que servirão de auxílio no momento da estruturação da pesquisa. Estes elementos são definidos no decorrer dos procedimentos metodológicos, que reproduz a maneira como será realizada a pesquisa, isto é, os passos que serão realizados para atingir o objetivo exposto. Assim a metodologia corresponde a um quadro de procedimentos a serem explorados na obtenção do conhecimento. O trabalho foi estruturado por meio de procedimentos que evidenciam de forma clara e concreta os passos para a execução das atividades de pesquisa, verificação, análise, colhimento de dados e demonstração dos resultados e conclusões, métodos, estes que são detalhados neste capítulo. 3.1 TIPOS DE PESQUISA Esta pesquisa foi de caráter bibliográfico, descritivo. Segundo Vergara (2011, pg. 43) pesquisa bibliográfica é “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Este estudo foi bibliográfico, pois se utilizou como embasamento para a pesquisa as análises de Leis, Decretos, Resoluções, pesquisa em sites e revistas. A pesquisa bibliográfica visou esclarecer e fundamentar os a coleta de dados, bem como à formação e solução do problema de pesquisa em questão. A pesquisa se enquadrou como descritiva, pois descreve as características, do tema que está em estudo, podendo ser definida como o estudo das características de um conjunto. Na pesquisa descritiva foram analisados atributos de determinados acontecimentos, sendo realizada uma avaliação e exposição dos fatos. Em questão ao tema tratado será realizada uma análise detalhada dos dados disponíveis, relacionados à contabilidade pública contendo seus conceitos 39 e seu campo de aplicação, orçamento público, receitas e despesas, processos licitatórios, discernindo o que regulamenta o evento dos mesmos, ocasionando uma informação clara e objetiva. 3.2 ABORDAGENS DO TEMA Encontram-se dois tipos de abordagem para os temas de pesquisa, a quantitativa e a qualitativa. A quantitativa é ométodo de pesquisa social que se utiliza de técnicas estatísticas, onde é necessária a comparação e definição de pontos em comum para a análise dos resultados, e a qualitativa é a observação, realizando-se os registros constantes e precisos, detalhando o que acontece neste ambiente, através de descrições narrativas. Analisando as características expostas sobre abordagem, conclui-se que esta pesquisa se utiliza de abordagem quantitativa, visto que será necessário o recolhimento dos dados, gerando assim quadros e figuras para ser analisados, e após apresentado os resultados, para assim possa chegar ao objetivo proposto. 3.3 MÉTODOS DE PESQUISA Quanto ao método enquadra-se o dedutivo que parte de leis e teorias para os dispostos gerais, para assim então comprovar sua autenticidade. Ruiz (2008, pg. 138) relata que “o pensamento é dedutivo quando, a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular ou menos geral”, portanto para se analisar o conteúdo abordado é necessário examinar os dados que foram determinados para que assim possa atingir ao resultado desejado. 40 3.4 TÉCNICAS DE PESQUISA Técnica de pesquisa é uma sequência utilizada pelo pesquisador para realizar a coleta de dados inclusa ao âmbito que é o objeto da sua pesquisa, desta forma coordenando e observando as informações coletadas. Os dados foram coletados no Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná e no portal de transparência da prefeitura do Município de Foz do Iguaçu, num período de 2012 a 2015, foram avaliado os editais de processos licitatórios do município num período de quatro anos. Os dados foram coletados ano a ano, gerando assim uma planilha com todos os processos realizados em cada período, separando o valor utilizado em cada modalidade e a quantidade de utilização de cada modalidade, com isso foi possível analisar separadamente cada ano com relação a que mais se utilizava de recursos e a modalidade de licitação que era mais utilizada. Após o levantamento do dados foi possível analisar e determinar se foi satisfatório ou não os resultados obtidos. 3.5 UNIVERSO, POPULAÇÃO E AMOSTRA Universo em uma pesquisa científica significa a totalidade da população que se possui para reproduzir a amostra, que é a população que se tem disponível para eleger para o seu estudo. O universo da pesquisa foi delimitado ao Município de Foz do Iguaçu, com população segundo o IBGE (2016) estimado em 256.088 habitantes e com orçamento inicial previsto para 2016 de R$ 793 milhões, uma média de R$ 3.096,00 por pessoa (per capita). A amostra da pesquisa foi as modalidades de licitações ocorridas no Município de Foz do Iguaçu no ano de 2012 a 2015, tal amostra foi delimitada aos últimos quatro anos para que assim fosse possível apresentar de maneira sucinta e precisa os resultados obtidos. Essas informações foram tabuladas através dos dados coletados no Portal da Transparência do Município de Foz do Iguaçu e no Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. 41 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Inicialmente para realização das análises foram coletados os orçamentos municipais através do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, acessados através do Portal da Transparência do Município e os dados sobre os processos licitatórios abertos pelo Município de Foz do Iguaçu no período de 2012 a 2015, extraídos do Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Conforme apresentados na sequência. FIGURA 1 - Orçamento Anual x valores utilizados através de processos licitatórios no período de 2012 a 2015 (em Reais) Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentaria – RREO, Mural de Licitações do Tribunal de Contas do Estado do Paraná – TCEPR Na Figura 1 apresentamos os valores do orçamento atualizado em cada período e os valores utilizados através dos processos licitatórios, no período de 2012 a 2015 foram orçados 2.288.000.774,00 (dois bilhões duzentos e oitenta e oito milhões setecentos e setenta e quatro mil reais) dos quais, 63,83% foram executados através de processos licitatórios. Um fato importante se destaca no ano de 2013, onde, o valor utilizado em processos licitatórios foi superior ao orçamento do período, tal fato se justifica através da análise dos processos realizados, onde é possível verificar que apenas um processo de licitação utilizou 405.723.400,66, este processo prevê a concessão do Gerenciamento integrado da limpeza pública, sendo dessa forma licitado em 2012, mas sua execução se dará em 15 anos. 193.108.289,89 592.079.927,84 452.628.734,30 222.702.396,86 535.636.173,24 494.483.627,52 675.460.612,44 582.420.360,80 2012 2013 2014 2015 Licitações Orçamento Anual 42 Na sequência são apresentados os valores utilizados em cada período de acordo com a modalidade de licitação utilizada. FIGURA 2 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2012 (em Reais) Fonte: Mural de Licitações – TCEPR – Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Na Figura 2 são apresentados os valores utilizados no ano de 2012 pelo Município de Foz do Iguaçu em cada modalidade de licitação, o maior volume de recursos foi utilizado na modalidade pregão, 122.908.883,40, esta modalidade foi introduzida pela Lei nº 10.520/02, para aquisição de bens e serviços comuns podendo ser realizado de maneira presencial ou eletrônico, este modelo de licitação tem oferecido uma série de benefícios para as instituições públicas, reduzindo os custos e dando celeridade e transparência aos processos. Em segundo lugar ficou a concorrência pública, modalidade que se destina a todos que estiverem interessados em participar tendo como principal requisito o comprimento de todas exigências previstas no edital, com 38.696.496,85, em terceiro temos o processo de inexigibilidade de licitação, de acordo com o art. 25, o valor utilizado foi de 20.271.911,40, somados esses valores representam 94,18% do valor utilizado no período. Na sequência são apresentadas em percentual as modalidades mais utilizadas pelo Município de Foz do Iguaçu no período de 2012. 193.108.289,89 122.908.883,40 38.696.496,85 20.271.911,40 6.367.556,62 2.892.696,50 1.433.745,12 537.000,00 Total Geral Pregão Concorrência Processo Inexigibilidade Tomada de Preços Convite Processo Dispensa Leilão 43 FIGURA 3 - Modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2012 Fonte: Mural de Licitações – TCEPR – Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Na Figura 3 a modalidade de licitação mais utilizada em 2012 foi o processo de inexigibilidade com 34,91%, em segundo lugar ficou a modalidade pregão com 27,93%, em terceiro lugar apresentou-se a modalidade convite com 13,74%, somadas as três modalidades mais utilizadas tem-se 76,58% dos processos realizados pelo Município de Foz do Iguaçu. Os processos de inexigibilidade e dispensa de licitação (arts. 24 e 25 da lei nº 8.666/93) correspondem a 47,07% dos processos realizados no período, embora sua utilização corresponda a quase 50% os valores empregados nestes processos correspondem apenas a 11,24% sobre o valor utilizado em 2012. FIGURA 4 - Valores utilizados de acordo com as modalidades de Licitações utilizadas no Município de Foz do Iguaçu em 2013 (em Reais) Fonte: Mural de Licitações – TCEPR – Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Concorrência
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