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 UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – HABILITAÇÃO EM 
EDIFÍCIOS 
TABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC 
 
 
 
 
 
 
CORRUPÇÃO NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS: UM ENFOQUE SOBRE 
OS PRINCIPAIS TIPOS DE FRAUDES EM LICITAÇÕES DE OBRAS 
PÚBLICAS NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI. 
 
 
CÍCERA FURTADO PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ 
2016
 
 
 
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CÍCERA FURTADO PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORRUPÇÃO NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS: UM ENFOQUE SOBRE OS 
PRINCIPAIS TIPOS DE FRAUDES EM LICITAÇÕES DE OBRAS PÚBLICAS NA 
REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa apresentado a 
Universidade Regional do Cariri - URCA 
como requisito para obtenção do título de 
Tecnólogo com habilitação em Edifícios, 
sob orientação do 
Prof. Me. Jefferson Luiz Alves Marinho 
 
 
 
 
 
 
 
JUAZEIRO DO NORTE – CEARÁ 
2016 
 
 
 
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CICERA FURTADO PEREIRA 
 
 
 
CORRUPÇÃO NAS LICITAÇÕES PÚBLICAS: UM ENFOQUE SOBRE OS 
PRINCIPAIS TIPOS DE FRAUDES EM LICITAÇÕES DE OBRAS PÚBLICAS NA 
REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI. 
 
 
 
Elaborado por CÍCERA FURTADO PEREIRA 
Aluna do Curso de Tecnologia da Construção Civil – habilitação em Edifícios - URCA 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
PROF. Me. JEFFERSON LUIZ ALVES MARINHO 
(ORIENTADOR) 
 
 
 
PROF. Esp. VANGIVALDO DE CARVALHO FILHO 
 (AVALIADOR) 
 
 
 
PROF. Me. JORGE LUÍS ISHIMARU 
 (AVALIADOR) 
 
DATA DE APROVAÇÃO:______ DE ___________________ DE 2016. 
 
 
 
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Aos meus pais pelo esforço e 
dedicação para realização do meu 
sonho e a todos aqueles que 
acreditaram em mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pois foi ele quem me concedeu a 
oportunidade de iniciar esta caminhada e me deu força para ir até o final. 
Aos meus Pais pelo ensinamento maior, exemplo de que vitórias são possíveis 
quando as desejamos. A minha avó Maria Alves Pereira (In memorian) que sempre 
esteve do meu lado com palavras de incentivo e força. 
As minhas irmãs Cecilia e Flavia por serem guerreiras e principalmente 
companheiras. 
A meu sobrinho Adryan, pelos momentos de alegria. 
Ao meu Orientador, Jefferson Luiz Alves Marinho, por ter acreditado neste trabalho 
e com sua dedicação e paciência fez com que pudéssemos alcançar nosso 
objetivo. 
A turma a ― A casa caiu‖, na qual foi fundamental na minha caminhada, me 
proporcionou momentos de felicidades em especial a Nayanne Paloma, Rayane, 
Prisce e Darley. 
Aos meus colegas de trabalho e a diretoria pela compreensão dos meus horários, 
em especial a Rikaline Patricio de Oliveira por ser minha amiga confidente. 
Também quero deixar meus especiais agradecimentos a meu namorado Gracielio, 
pelo Amor dedicado, pelo respeito, paciência e atenção nos momentos em que 
precisava. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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―A diferença entre o possível e o impossível está na vontade 
humana.‖ 
(Louis Pasteur). 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
Licitação é um procedimento do ordenamento jurídico previsto para a 
Administração Pública eleger a proposta mais vantajosa ao fim proposto, no 
entanto, com a corrupção cada vez mais presente no nosso país, tem sido 
realizada de forma fraudulenta pelos gestores públicos. Esse trabalho consiste em 
uma análise de situações que objetiva identificar as fraudes em licitações ocorridas 
na Região Metropolitana do Cariri com enfoque na construção civil. Dos casos 
relatados pelo Ministério Público do Estado do Ceará e pelo Tribunal de Contas dos 
Municípios fica claro que a modalidade mais utilizada para fraudes é a Carta 
Convite e que a fraude mais comum é a formação de cartel. São inúmeros os 
meios que os corruptos encontram para burlar o processo licitatório e desviar os 
recursos públicos, mas também são inúmeras as maneiras de se evitar a 
ocorrência de fraudes. O que falta é o acompanhamento em tempo real do 
processo licitatório que iniba a fraude do processo e faça valer o princípio da 
publicidade aos editais. 
 
Palavras-chave: Licitação. Fraude. Obras públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Bidding is a procedure of the law provided for the Public Administration choose the 
most advantageous offer to the proposed order, however, corruption is increasingly 
present in our country, it has been made fraudulently by public managers. This work 
consists of an analysis of situations that aims to identify fraud in bidding occurred in 
Metropolitan Cariri Region with a focus on construction. Of the cases reported by 
the Ceará State Public Prosecutor and the Court of Auditors of the municipality 
became clear that the method most commonly used for fraud is the Invitation Letter 
and the most serious form used is the formation of a cartel. There are countless 
ways that are corrupt to circumvent the bidding process and divert public resources, 
but there are also numerous ways to prevent fraud from occurring. What is missing 
is the real-time monitoring of the bidding process that inhibit the process of fraud 
and enforce the principle of advertising for bidding documents. 
 
Keywords: Bidding. Fraud. Public Works. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Etapas de Licitação de obras públicas no Brasil. ___________________________ 15 
Figura 2 - Procedimentos de Licitação - Fases Interna e Externa. _____________________ 18 
Figura 3 - Triângulo de Fraude de Cressey. ________________________________________ 24 
Figura 4 - Como as Fraudes são descobertas. _____________________________________ 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Modalidades e os tipos de licitação. _____________________________________ 17 
Tabela 2 - Dez principais tipos de irregularidades graves com indicativo de paralisação. _ 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 
1.1. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 11 
1.2. OBJETIVO ............................................................................................................... 12 
1.2.1. GERAL ............................................................................................................. 12 
2. LICITAÇÃO ................................................................................................................ 13 
3. PROCESSO LICITATÓRIO ........................................................................................ 15 
3.1. MODALIDADES .......................................................................................................... 15 
3.1.1. CONCORRÊNCIA ............................................................................................ 16 
3.1.2. TOMADA DE PREÇO ...................................................................................... 16 
3.1.3. CONVITE .......................................................................................................... 16 
3.1.4. CONCURSO ..................................................................................................... 16 
3.1.5. PREGÃO .......................................................................................................... 17 
3.1.6. LEILÃO ............................................................................................................. 17 
3.2. TIPOS DE LICITAÇÃO ...........................................................................................17 
3.3. FASE PRELIMINAR À LICITAÇÃO ........................................................................... 18 
3.4. FASE INTERNA .......................................................................................................... 18 
3.5. FASE EXTERNA ......................................................................................................... 19 
3.6. FASE CONTRATUAL ................................................................................................. 20 
3.7. FASE POSTERIOR A CONTRATAÇÃO.................................................................... 20 
4. FRAUDES EM LICITAÇÃO ........................................................................................ 21 
4.1. CRIMES E PENAS PREVISTAS NA LEI 8.666/93 .................................................... 24 
4.2. COMO DETECTAR FRAUDES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................... 27 
5. O PODER DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................... 30 
6. LICITAÇÃO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS.......................................... 32 
7. FRAUDES EM LICITAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI. ............ 35 
8. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 40 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O processo licitatório é uma ferramenta utilizada pela Administração Pública 
para seleção de empresas prestadoras de serviço, que visa selecionar as 
propostas mais vantajosas em termos de técnica e preço para a mesma. A qual foi 
imposta como obrigatória no Brasil por diversos diplomas legislativos. 
A Lei 8.666/93 institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências. Tal processo deverá sempre ter como resultado 
final a obtenção de seu objeto, seja uma obra, serviço, alienação, locação, compra, 
permissão ou concessão, sempre nas melhores condições para o Poder Público. 
Este trabalho está centrado nas fraudes em licitações de obras da 
construção civil, pois a Controladoria Geral da União - CGU apurou desvios que 
chegam a R$ 5 milhões, só no ano de 2008 (CGU, 2010). Nesse trabalho a área de 
abrangência será a região do Cariri, onde se constatou que existem algumas 
cidades investigadas pelo Ministério Público (Estadual e Federal) por supostas 
fraudes em licitações. 
Em investigações realizadas pelo CGU em 2015 foram detectadas supostas 
irregularidades no Crato, município da região do Cariri, como por exemplo, a 
dispensa de licitação beneficiando doadores de campanha do atual prefeito e o 
superfaturamento na contratação de transporte escolar. Segundo o Jornal Hoje, 
tais fraudes investigadas somam mais de R$ 3 milhões. 
 
1.1. JUSTIFICATIVA 
 
Devido a dimensão que o tema Corrupção vem tomando nos últimos 20 
anos, a Administração Pública no Brasil vem buscando reestruturar os órgãos e 
reformar os processos de gestão pública para combater esse mal que assola nosso 
país. Logo, é essencial identificar onde ela mais se processa dentro de todo o ciclo 
orçamentário da despesa pública. 
Foi com base na repercussão desse assunto que se resolveu pesquisar 
sobre a fraude nas licitações de obras de construção civil de modo especial as 
verificadas na região do Cariri. 
 
 
 
 
 
12 
 
1.2. OBJETIVO 
 
1.2.1. GERAL 
 
O objetivo principal desse trabalho é identificar os principais tipos de fraudes 
nos processos licitatórios da Construção Civil com enfoque na região do 
Cariri. 
 
1.2.2. ESPECÍFICOS 
Para se alcançar o objetivo geral se fará uso das seguintes ações: 
 Descrever os tipos e procedimentos do processo licitatório; 
 Identificar como as fraudes acontecem e como detectá-las; e, 
 Analisar os principais tipos de fraudes constatadas, na região do Cariri, 
propondo solução para evitá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2. LICITAÇÃO 
 
Conforme a Lei 8.666/93, a licitação é um procedimento administrativo que 
consiste na seleção de candidatos que estão aptos a celebrar contratos ou 
tornarem-se permissionários de serviços públicos ou do uso de bens públicos. De 
maneira que deve ser garantida a isonomia entre os participantes, a seleção da 
proposta mais vantajosa (em termos de técnicas e preço) para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável, respeitando os princípios 
expressos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, 
probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento 
objetivo; e os princípios implícitos da competitividade, do procedimento formal, do 
sigilo das propostas e da adjudicação compulsória (ARCINE, 2007, p. 16). 
Segundo o Art. 2° da Lei 8.666/93, todo contrato realizado pela 
Administração Pública com terceiros, que envolvam obras, serviços, publicidade, 
compras, alienações, concessões, permissões e locações, deverão, 
obrigatoriamente, ser precedidos de licitação. E o Art. 89 dessa mesma Lei afirma o 
cometimento de crime caso ocorra dispensa não prevista em lei. 
Submetem-se ao regime da Lei 8.666/93 os órgãos da Administração Direta, 
Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia 
Mista, fundos especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente 
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (ARCINE, 2007, p. 16). 
Pelo princípio da transparência e da publicidade todos os interessados 
devem ter conhecimento das condições licitatórias, para se evitar a prática de 
irregularidades nos respectivos procedimentos e contratações sigilosas, danosas 
ao Erário (TCU, 2010, p. 22). É tentando se evitar fraudes nos processos licitatórios 
que se determinou que na licitação não há fase sigilosa (art. 3°, § 3º, Lei 8.666/93). 
Para se evitar preços exorbitantes ou defasados, inicialmente, deve ser 
realizada uma estimativa prévia de preço para ser utilizada como um parâmetro no 
julgamento das ofertas apresentadas e para que se possa escolher a modalidade 
de licitação (TCU, 2010, p.85-86). 
As modalidades de licitação são: Concorrência, Tomada de preços, Convite, 
Concurso, Leilão e Pregão. Sendo os três primeiros mais utilizados, principalmente 
na construção civil, sobre os seguintes critérios: 
 Concorrência: serviços e obras de engenharia com valor estimado 
acima de R$ 1.500.000,00; 
 Tomada de preços: serviços e obras de engenharia com valor 
estimado acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00; 
 
 
14 
 
 Convite: serviços e obras de engenharia com valor estimado 
acima de R$ 15.000,00 até R$ 150.000,00 (TCU, 2010, p. 101). 
 
Segundo a Lei 8.443/92, art. 46, caso seja detectada a ocorrência de fraude 
comprovada à licitação, o Tribunal de Contas da União declarará a inidoneidade do 
licitante fraudador para participar de licitação na Administração Pública Federal, por 
até cinco anos. Nesse sentindo, para se detectar a ocorrência de fraudes, Affonso 
(2004, p. 11) destaca que os elementos a seguir devem constar da Matriz de 
Planejamento: 
 regularidade formal e real dos procedimentos licitatórios; 
 situação física e jurídica dos licitantes; 
 termos e valores firmados; 
 situação das obras; e 
 identificação dos responsáveis envolvidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3. PROCESSO LICITATÓRIO 
 
Segundo Alves (2014, p. 22) - apud Altounian (2012, p. 55) - o processo 
licitatório se divide, basicamente, em duas fases, interna e externa, e é precedido 
pela fase preliminar, onde a Administração toma a decisão de licitar, conforme 
Figura 1. Em seguida a licitação tem-se a execução e conclusão da obra e, após 
esta etapa, se encerra todo o processo com a garantia de qualidade e durabilidade 
da obra entregue, que por Lei, a empresa deve oferecer. O autor ainda acrescenta 
que ―nenhumadas etapas é menos valiosa que as outras, pois todas existem em 
razão de proteger a autoridade contratante e esse sistema teoricamente evita o 
desperdício dos recursos públicos‖. 
 
Figura 1 - Etapas de Licitação de obras públicas no Brasil. 
 
Fonte: TCU, 2013. 
 
3.1. MODALIDADES 
 
A lei 8.666/93 traz no seu art. 22 as seguintes modalidades de licitação: 
Concorrência, Tomada de preços, Convite, Concurso, Leilão e Pregão. Sendo os 
três primeiros mais utilizados, principalmente na construção civil. 
 
 
 
16 
 
 
3.1.1. CONCORRÊNCIA 
A modalidade concorrência se caracteriza por não exigir um cadastramento 
prévio dos licitantes com o órgão contratante e por permitir que quaisquer 
interessados que comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação 
exigidos no edital possam participar. Esta modalidade é aplicada em serviço e 
obras de engenharia com valor estimado acima de R$ 1.500.000,00 (TCU, 2010, 
p.38). 
 
3.1.2. TOMADA DE PREÇO 
A tomada de preços é a modalidade realizada entre interessados 
devidamente cadastrados como fornecedor do contratante ou que atenderem a 
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia antes da data de 
entrega dos envelopes. Esta é aplicada a serviços e obras de engenharia com valor 
estimado acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00. E é comum que os editais 
de licitações desta modalidade sejam mais exigentes do que aqueles na 
modalidade de concorrência (TCU, 2010, p.39; ALVES, 2014, p.24). 
 
3.1.3. CONVITE 
O convite é a modalidade utilizada para serviços e obras de engenharia com 
valor estimado acima de R$ 15.000,00 até R$ 150.000,00. Esta modalidade é mais 
simples e é realizada entre interessados escolhidos e convidados em número 
mínimo de três pela Administração. Sua divulgação é feita mediante fixação de 
cópia do convite em quadro de avisos do órgão ou entidade, localizado em lugar de 
ampla divulgação. É permitida a participação de licitantes que não tenham sido 
formalmente convidados, mas que sejam cadastrados no órgão ou entidade 
licitante ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf). Os 
interessados devem solicitar o convite com antecedência de até vinte e quatro 
horas da apresentação das propostas (TCU, 2010, p. 40). 
 
3.1.4. CONCURSO 
É a modalidade entre quaisquer interessados para a escolha de trabalho 
técnico, científico ou artístico, mediante pagamento de prêmios ou remuneração 
dos vencedores (art. 22, § 4°, Lei 8.666/93). 
 
 
 
 
17 
 
3.1.5. PREGÃO 
É a modalidade de licitação adotada em razão da natureza do objeto e é 
utilizado para aquisição de bens e serviços comuns, como, por exemplo, obras. 
Possui um critério de julgamento baseado no menor preço, pode ocorrer de forma 
presencial ou eletrônica e em qualquer valor de contrato (Lei 10.520/2002). 
 
3.1.6. LEILÃO 
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de 
imóveis inservíveis, oriundos de procedimentos judiciais ou de dação em 
pagamento; ou de produtos apreendidos ou penhorados (art. 22, §5°, Lei 8.666/93). 
 
3.2. TIPOS DE LICITAÇÃO 
O §1° do art. 42 da Lei 8.666/93 institui os tipos de licitação aplicáveis a 
todas as modalidades, com exceção da modalidade concurso, e a Tabela 1 
relaciona ambos: 
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta 
mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o 
licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do 
edital ou convite e ofertar o menor preço; 
II - a de melhor técnica; 
III - a de técnica e preço. 
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens 
ou concessão de direito real de uso. 
 
Tabela 1 - Modalidades e os tipos de licitação. 
Modalidades Possíveis tipos de licitação 
Convite 
Tomadas de Preço 
Menor preço (regra), Melhor técnica, Técnica e Preço. 
Concorrência Menor preço (regra), Melhor técnica, Técnica e preço, 
Maior lance ou oferta (alienação de bens). 
Pregão Menor Preço. 
Leilão Maior lance ou oferta. 
Concurso Nenhum. 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
18 
 
3.3. FASE PRELIMINAR À LICITAÇÃO 
 
A fase preliminar à licitação tem o objetivo de identificar necessidades, 
estimar recursos e escolher a melhor alternativa para o atendimento dos anseios 
da sociedade (TCU, 2013, p.12). Portanto, a realização dessa etapa visa evitar a 
elaboração desnecessária de projetos mais complexos e onerosos, licitação e 
execução de empreendimentos inviáveis. 
Esta fase é compreendida, basicamente, pela análise de necessidade, 
estudo de viabilidade e anteprojeto. 
 
3.4. FASE INTERNA 
 
É na fase interna da licitação que se especifica detalhadamente os objetos a 
ser contratado, através de um projeto básico, e se definem todos os requisitos para 
elaboração do edital, conforme mostra a Figura 2 (TCU, 2013, p.14). Esta fase é de 
tal importância, pois a Lei 8.666/93 exige expressamente que se forneça ao 
licitante uma perfeita caracterização da obra e previsão adequada de recursos, 
estando o processo ou contrato sujeito à nulidade (ALVES, 2014, p.27, apud 
ALTOUNIAN, 2012, p.135). 
 
Figura 2 - Procedimentos de Licitação - Fases Interna e Externa. 
 
Fonte: Google. 
 
O edital deve trazer em seu escopo, de forma clara e direta, o objeto da 
obra, projeto básico e executivo, cronograma físico-financeiro, planilha de 
 
 
19 
 
quantitativos e custos unitários preenchida com o preço de referência cotado pela 
Administração (ALVES, 2014, p.26). 
Visando reduzir as fraudes em licitações, deve-se se atentar, nesta fase, a 
legislação que limita as exigências que podem ser feitas pelo gestor quanto à 
documentação e proíbe a participação de servidores ou dirigentes da entidade 
contratante, membros da comissão ou autores do projeto que participem da 
licitação, na intenção de que a licitação ocorra com o maior número de 
concorrentes possível (ALVES, 2014, p.27). 
 
3.5. FASE EXTERNA 
 
A fase externa da licitação é a etapa mais importante e se inicia com a 
publicação do edital e termina com a assinatura do contrato, conforme mostra a 
Figura 2. Esta publicação deve ser feita em Diário Oficial e jornal diário de grande 
circulação (TCU, 2013). 
Nesta fase ocorre à avaliação da documentação dos participantes e do 
preço dos concorrentes e, no caso de obras e serviço de engenharia, considera-se 
inexequível as propostas que apresentarem preço inferior a 70% do menor dos 
seguintes valores: 
 média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% 
do valor orçado pela Administração; ou 
 valor orçado pela Administração (TCU, 2013, p.40). 
Para se evitar fraudes, essa etapa é acompanhada por um representante 
devidamente credenciado de cada empresa que poderá examinar a documentação 
e proposta dos concorrentes, nas quais deverão ser abertas em ato público 
previamente designado. Desta maneira os representantes podem verificar se estão 
sendo respeitados os direitos de sua empresa e se há irregularidades que 
inabilitem seu concorrente (ALVES, 2014, p.28 e 29). 
Após todo processo de análise das propostas, homologa-se a licitação 
declarando uma empresa vencedora. Então se dá a leitura e assinatura do contrato 
dando início a uma nova fase da concepção de uma obra pública. 
 
 
 
 
 
20 
 
3.6. FASE CONTRATUAL 
 
A fase contratual inicia com a assinatura do contrato e a emissão da ordem 
de serviço e se encerra com o recebimento da obra (TCU, 2013, p.41). Durante a 
execução da mesma a contratante deve acompanhar os serviços da empresa por 
meio de fiscalização e medições (ALVES, 2014, p.29). 
Assim como nas outras fases, para se evitar fraudes através de acréscimos 
exorbitantes no preço ao decorrer da obra, o contrato só pode ser acrescido ou 
reduzido quando se fizer necessários nas obras ou serviços até 25% do valor inicial 
do contrato e, no caso particular de reforma de edifício ou equipamento, até o limite 
de 50%,apenas para os seus acréscimos. Para tanto essa alteração pode 
significar em aumento ou diminuição do prazo de execução da obra (TCU, 2013, p. 
44). 
E no caso do não cumprimento ou inexecução total ou parcial do contrato, 
segundo TCU (2013): 
A administração poderá aplicar ao contratado as seguintes sanções, 
garantida a prévia defesa: 
 • Advertência; 
 • Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato; 
 • Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento 
de contratar com a Administração, por prazo não superior a dois 
anos; 
 • Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
Administração pública enquanto perdurarem os motivos 
determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação 
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será 
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos 
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada 
com base no item anterior. 
 
3.7. FASE POSTERIOR A CONTRATAÇÃO 
 
Após a entrega da obra, a empresa contratada é obrigada por Lei a reparar 
os defeitos que surgirem por falha de execução por características de materiais 
utilizados durante o período de cinco anos (Alves, 2014, p.30, apud Altounian, 
2012). Portanto, a empreiteira deve prestar assistência para reparar, corrigir, 
remover, reconstruir ou substituir o objeto do contrato no total ou em parte sem 
ônus para a contratada (TCU, 2013, p.52). 
 
 
21 
 
No ato de entrega da obra a empresa contratada deve entregar ao 
contratante o as built da obra, o qual trará todas as informações de como a obra foi 
construída, e toda a documentação necessária para a utilização do 
empreendimento (ALVES, 2014, p. 31, apud ALTOUNIAN, 2012). 
 
4. FRAUDES EM LICITAÇÃO 
 
São inúmeras as estratégias utilizadas para se fraudar licitações. O TCU 
(2013) aponta alguns indícios de fraude no processo licitatório. Uma estratégia 
muito conhecida é a burla feita por ―empresas fantasmas‖, ou seja, que inexistem 
física ou juridicamente, e as consequentes ―notas frias‖. Outra fraude muito usual é 
a de empresas legalmente constituídas e com funcionamento normal que vendem 
aos municípios, com o conluio dos administradores públicos cúmplices, produtos e 
serviços superfaturados ou recebem contra a apresentação de notas que 
discriminam serviços não executados e produtos não entregues (TREVISARI et al, 
2003, p.20). 
Outro artifício utilizado por licitantes é o ―jogo de planilha‖, no qual, a partir 
de projetos básicos deficitários e/ou por informações privilegiadas, consiste na 
manipulação dos custos unitários de uma proposta, atribuindo custos unitários 
elevados para os itens que terão o seu quantitativo aumentado e custos unitários 
diminutos nos serviços cujo quantitativo será diminuído ou suprimido. Esse artifício 
só é possível através de informações antecipadas de quais os serviços que terão o 
quantitativo aumentado e que partem da cumplicidade de muitos funcionários 
públicos corruptos. Desse modo vencem a licitação por conseguirem um valor 
global abaixo dos concorrentes, graças aos custos unitários diminutos que não 
serão executados. Essas alterações quantitativas na planilha contratual levam ao 
pagamento de um valor global muito acima do de mercado, ou seja, ao 
superfaturamento (CAMPITELI, 2006). 
É evidente que para aplicação de muitas das estratégias conhecidas se 
precisa da cumplicidade de muitos administradores corruptos e que a principal 
causa de fraudes em licitações é simplesmente o desejo do interessado em usufruir 
do dinheiro público. 
Dentre as inúmeras fraudes já constatadas, a mais grave de todas é o cartel, 
pois extingui a competitividade que é a alma do certame. O cartel consiste no 
acordo explícito ou implícito entre os concorrentes visando o aumento de preço, a 
restrição da oferta e a conspiração contra a inovação dos produtos Acórdão n. 
2.140/2008 (VIEIRA, 2012). Segundo a cartilha de ―Combate a Cartéis em 
Licitações‖ do Ministério da Justiça (2008), os cartéis podem se manifestar da 
seguinte forma: 
 
 
22 
 
a) Fixação de preços, na qual há um acordo formado entre 
concorrentes para aumentar ou fixar preços e impedir que as propostas 
fiquem abaixo de um ―preço base‖. 
b) Direcionamento privado da licitação, em que há a definição 
de quem irá vencer determinado certame ou uma série de processos 
licitatórios, bem como as condições nas quais essas licitações serão 
adjudicadas. 
c) Divisão de mercado, representada pela divisão de um conjunto 
de licitações entre membros do cartel, que, assim, deixam de concorrer 
entre si em cada uma delas. Por exemplo, as empresas A, B e C fazem 
um acordo pelo qual a empresa A apenas participa de licitações na região 
Nordeste, a empresa B na região Sul e a empresa C na região Sudeste. 
d) Supressão de propostas, modalidade na qual concorrentes 
que eram esperados na licitação não comparecem ou, comparecendo, 
retiram a proposta formulada, com intuito de favorecer um determinado 
licitante, previamente escolhido. 
e) Apresentação de propostas “pro forma”, caracterizada 
quando alguns concorrentes formulam propostas com preços muito altos 
para serem aceitos ou entregam propostas com vícios reconhecidamente 
desclassificatórios. O objetivo dessa conduta é, em regra, direcionar a 
licitação para um concorrente em especial. 
f) Rodízio, acordo pelo qual os concorrentes alternam-se entre os 
vencedores de uma licitação específica. Por exemplo, as empresas A, B e 
C combinam que a primeira licitação será vencida pela empresa A, a 
segunda pela empresa B, a terceira pela empresa C e assim 
sucessivamente. 
g) Subcontratação, pela qual concorrentes não participam das 
licitações ou desistem das suas propostas, a fim de serem subcontratados 
pelos vencedores. O vencedor da licitação a um preço supra-competitivo 
divide o sobre-preço com o subcontratado. 
 
Umas das medidas utilizadas para o combate a formação de cartel são: a 
não previsão de cláusulas restritivas nos editais de licitação; a disponibilização na 
íntegra dos editais na internet; a descrição do bem, serviço ou obra com as 
características necessárias para a Administração; e o parcelamento do objeto 
utilizando-se da modalidade de licitação pertinente para o objeto inteiro. Todas 
essas medidas aumentam a competitividade, de modo que quanto maior for esta, 
menor será a possibilidade de cartel (VIEIRA, 2012). 
O Acórdão n. 2.140/2008 do Plenário do Tribunal de Contas da União 
menciona os dez principais tipos de irregularidades graves com indicativo de 
paralisação (IG-P), observadas nas obras fiscalizadas pelo TCU em 2008, 
conforme Tabela 2. 
 
 
23 
 
Tabela 2 - Dez principais tipos de irregularidades graves com indicativo de paralisação. 
 
Fonte: Mourão e Couto (2011, apud Acórdão n. 2.140/2008). 
 
Segundo o Modelo do Triângulo de Fraude de Donald Cressey (1953), a 
fraude é o resultado de pressão, oportunidade e racionalização, conforme 
demonstra a Figura 3. Onde a pressão se caracteriza por uma situação de 
dificuldade financeira, o que leva a procura por oportunidades, como, por exemplo, 
atividades com fiscalização precária. E por fim racionaliza a fraude para si antes de 
cometê-la por insatisfação no trabalho, por exemplo, como uma espécie de 
mecanismo para desassociar a culpa a si mesmo (COSTA, 2016). 
 
 
 
24 
 
Figura 3 - Triângulo de Fraude de Cressey. 
 
Fonte: portal.tcu.gov.br/, 2016. 
 
Os motivos encontrados para se explicar a ocorrência dessas fraudes foram: 
controle interno deficiente, sensação de impunidade, agentes corruptores, 
dificuldade na formação de provas e artifícios legais de defesa. E as áreas onde 
mais se encontra essa ocorrência são: licitações públicas, administração de 
contratos, controle de bens patrimoniais, convênios e repasses, conformidade 
documental e sonegação fiscal (ESAF, 2015). 
 
4.1.CRIMES E PENAS PREVISTAS NA LEI 8.666/93 
 
A Lei 8.666/93 discerne sobre a penalidade prevista para as pessoas que 
agem de má-fé impondo limites às ações dos licitantes e demais envolvidos ou, até 
mesmo, aos que contratam de forma direta com dispensa da licitação, a qual não 
foi autorizada: 
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas 
em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à 
inexigibilidade: 
Pena: detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou 
qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento 
 
 
25 
 
licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem 
decorrente da adjudicação do objeto da licitação: 
Pena: detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado 
perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à 
celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder 
Judiciário: 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato 
de procedimento licitatório: 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, 
grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: 
Pena: detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da 
pena correspondente à violência. 
 
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação 
instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato 
dela decorrente: 
I - elevando arbitrariamente os preços; 
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada 
ou defeituosa; 
III - entregando uma mercadoria por outra; 
IV - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a 
proposta ou a execução do contrato: 
Pena: detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Quanto à administração, a Lei 8.666 determina que caso esta celebre 
contrato ou facilite a licitação para pessoas idôneas também estará sujeita a 
penalidades: 
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou 
profissional declarado inidôneo: 
 
 
26 
 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de 
qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente 
a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito: 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
E por fim, é determinado no artigo 99, da mesma lei, que o valor da multa 
não seja inferior a 2 % e nem superior a 5% do valor do contrato licitado ou 
celebrado e que a mesma será revertida à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou 
Municipal. 
A Lei 8.429/92, que discorre sobre improbidade administrativa, prevê, no art. 
12, a proibição de contratar com o Poder Público durante: 
 10 anos, na hipótese de condenação por ato de improbidade 
administrativa prevista no art. 9º (enriquecimento ilícito); 
 5 anos, por condenação de ato de improbidade constante do art. 10 
(dano ao erário); 
 3 anos, pelo reconhecimento da improbidade administrativa 
prevista no art. 11 (ofensa aos princípios que regem a administração 
pública). 
A Lei 10.028/2000 traz os crimes cometidos contra as finanças públicas e as 
penas aplicadas: 
 Contratação de operação de crédito: 
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, 
interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
 Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar: 
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de 
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda 
limite estabelecido em lei: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 Ordenação de despesa não autorizada: 
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art359a
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art359d
 
 
27 
 
4.2. COMO DETECTAR FRAUDES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A auditoria e a fiscalização são ferramentas utilizadas pelo Poder Executivo 
Federal para detectar fraudes. A auditoria consiste em avaliar a gestão pública 
através dos processos e resultados gerenciais e da aplicação dos recursos 
públicos, enquanto que a fiscalização objetiva verificar se o objeto dos programas 
do governo corresponde às especificações estabelecidas e se atende às 
necessidades as quais foram definidas (ESAF, 2015). 
Mourão e Couto (2011, apud Affonso, 2004) trazem os elementos essenciais 
para detecção de fraude a serem aplicados na auditoria: a regularidade formal e 
real dos procedimentos licitatórios; a situação física e jurídica dos licitantes; os 
termos e valores formados; a situação das obras; e a identificação dos 
responsáveis envolvidos. De forma que seja aplicado em todas as entidades 
envolvidas com os seguintes objetivos: 
1 — NO ÓRGÃO REPASSADOR: identificar os convênios, objeto 
da análise, e levantar os valores repassados, as datas dos repasses, 
verificando a situação da prestação de contas. 
2 — NO SIAFI E SIAPE: verificar a situação dos convênios e 
levantar o rol dos gestores responsáveis (nome, CPF, endereço e período 
de gestão), certificando o registro da situação dos convênios e 
identificando os responsáveis e respectivos períodos de gestão. 
3 — NA ENTIDADE INTERVENIENTE (Caixa Econômica Federal 
ou outro): solicitar contratos de repasse, cópia dos processos e relatórios 
de acompanhamento das obras, certificando o registro da situação dos 
convênios e identificando os responsáveis e respectivos períodos de 
gestão. 
4 — NO ÓRGÃO EXECUTOR: 
a) analisar formalmente os procedimentos licitatórios, bem como a 
compatibilidade entre as datas e o local do recebimento dos convites, o 
domicílio das empresas convidadas, as datas do início da execução da 
obra e/ou data dos pagamentos, analisando a compatibilidade cronológica 
dos fatos; 
 b) verificar os contratos firmados, listando os dados da empresa 
executante, bem como de seus sócios proprietários e representantes 
(realizar os mesmos procedimentos no caso de sub-rogação de contratos), 
confirmando o real executor da obra; 
c) listar, em planilha, os dados dos participantes das licitações, 
relativos a: nome das empresas participantes; endereço e área de 
atuação; composição acionária; data da constituição e do registro na Junta 
Comercial; identificação completa dos sócios proprietários e dos 
representantes legais (nome, CPF e endereço), apurando a existência de 
pessoas coincidentes nas sociedades; 
 
 
28 
 
d) levantar a identificação completa dos membros da Comissão de 
Licitação e do responsável pelo Termo de Aceitação da Obra (nome, CPF, 
endereço), avaliando a sua participação em eventuais irregularidades 
apuradas; 
e) comparar os contratos com os projetos básicos e executivos e a 
situação física da obra, bem como os pagamentos efetuados, verificando a 
compatibilidade dos itens contratados com os executados e os preços de 
mercado destes à época da execução; 
f) listar os pagamentos efetuados e os beneficiários dos 
pagamentos, bem como os números dos cheques emitidos, agência 
bancária e conta corrente, por beneficiário, e comparar com os extratos 
bancários, apurando se a movimentação financeira corresponde aos 
pagamentos efetuados. 
5 — NOS ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS: solicitar cópias, 
de frente e verso, dos cheques relacionados, analisando a pertinência dos 
beneficiários e, ainda, possíveis endossos para outras empresas ou 
pessoas físicas. 
6 — NA JUNTA COMERCIAL DO ESTADO: solicitar o extrato da 
situação jurídica das empresaslistadas, com as alterações de sócios, de 
endereço e de área de atuação, verificando a regularidade de sua 
constituição e do funcionamento à época das licitações e execução das 
obras. 
7 — NO DOMICÍLIO DAS EMPRESAS: visitar os endereços das 
empresas, indicados nos documentos apresentados nas licitações e na 
Junta Comercial (atentando para a possibilidade de mudança de 
endereços), e, em caso de inexistência física no local indicado, solicitar 
informações de moradores e fotografar os locais indicados como 
endereços, documentando a inexistência física ou incapacidade 
operacional das empresas. 
8 — NAS RECEITAS FEDERAL, ESTADUAL OU MUNICIPAL: 
solicitar a data da inscrição das empresas nos respectivos cadastros e a 
situação de funcionamento, no período analisado, verificando a idoneidade 
das Notas Fiscais. 
9 — NO LOCAL DAS OBRAS: identificar os reais executores das 
obras, o estágio de construção, o material empregado e a compatibilidade 
da execução com os projetos aprovados, apurando se a apresentação 
física corresponde aos pagamentos efetuados, aos termos contratuais e 
às cláusulas dos convênios. 
10 — JUNTO AOS BENEFICIÁRIOS: fazer entrevistas sobre a 
utilização das obras, avaliando o cumprimento do objeto dos convênios. 
 
Quanto à identificação da formação de cartel, a cartilha ―Combate a cartéis 
em licitações‖ do Ministério da Justiça traz o que se deve avaliar: 
 
 
29 
 
 As propostas apresentadas possuem redação semelhante ou os 
mesmos erros e rasuras. 
 Certos fornecedores desistem, inesperadamente, de participar da 
licitação. 
 Há empresas que, apesar de qualificadas para a licitação, não 
costumam apresentar propostas a um determinado órgão, embora o façam 
para outro. 
 Existe um padrão claro de rodízio entre os vencedores das licitações. 
 Existe uma margem de preço estranha e pouco racional entre a 
proposta vencedora e as outras propostas. 
 Alguns licitantes apresentam preços muito diferentes nas diversas 
licitações que participam, apesar de o objeto e as características desses 
certames serem parecidos. 
 O valor das propostas se reduz significativamente quando um novo 
concorrente entra no processo (provavelmente não integrante do cartel). 
 Um determinado concorrente vence muitas licitações que possuem a 
mesma característica ou se referem a um tipo especial de contratação. 
 Existe um concorrente que sempre oferece propostas, apesar de nunca 
vencer as licitações. 
 Licitantes vencedores subcontratam concorrentes que participaram do 
certame. 
 Licitantes que teriam condições de participar isoladamente do certame 
apresentam propostas em consórcio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
5. O PODER DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O poder discricionário consiste no poder de escolha concedido ao agente do 
Estado dentro dos limites legais estabelecidos. Logo, a Administração deve atuar 
dentro dos limites estabelecidos pela lei para que não seja arbitrária. E à medida 
que compete à Administração um espaço de poder discricionário ou de apreciação, 
ela tem o direito à ―última decisão‖ (SCHEIBLER & FAGANELLO, 2015, p. 4). Este 
ato visa impedir que, sob a desculpa de agir com discricionariedade, a 
Administração pratique atos de desvio ou abuso de poder. 
A análise jurisdicional dos atos discricionários pode ser feita para verificar se 
a Administração atuou em conformidade com as leis, ou seja, dentro do princípio 
da legalidade (SCHEIBLER & FAGANELLO, 2015, p. 5). Logo, esses atos 
administrativos discricionários serão sempre analisados sob dois aspectos: o da 
legalidade, que consiste nos fatores ditados expressamente pela norma; e o do 
mérito, que consiste no juízo de oportunidade e conveniência, que induz à prática 
do ato (CATANESE et al., 2010, p. 3). 
A discricionariedade nas licitações é verificada na fase interna na elaboração 
do edital, pois na fase externa a administração está condicionada as limitações do 
instrumento convocatório. É nessa etapa em que a administração promove uma 
discriminação entre os concorrentes que deve ser feita com base em critérios 
objetivos apresentados no instrumento convocatório (SCHEIBLER & FAGANELLO, 
2015, p. 7). 
A discricionariedade no estabelecimento de critérios de qualificação técnica, 
principalmente para licitação de obras ou serviços, deve exigir em seu edital 
empresas com domínio de técnicas específicas, existência de pessoal 
especializado, disponibilidade de equipamentos apropriados e assim por diante. ―É 
vedada a exigência que individualize bens que já sejam do licitante e que estejam 
em determinado local, para evitar o direcionamento da licitação e possibilitar 
apenas a algumas determinadas empresas a sua participação no certame‖ 
(SCHEIBLER & FAGANELLO, 2015, p. 15). 
Com isso a Administração é obrigada a sempre escolher os melhores meios 
para satisfazer o interesse público e não pode arriscar. A eficiência deve ser 
considerada um limite da discricionariedade. Devem ser observados os princípios 
da realidade e razoabilidade, de modo que o ato satisfaça a sua finalidade. Quanto 
a realidade o objeto deve ser possível, ou seja, lícito. O objeto deve ser compatível 
com a finalidade a ser atingida. As decisões devem ser eficientes para satisfazer a 
finalidade da lei que é o interesse público (CATANESE et al., 2010, p. 10). 
 
 
31 
 
Portanto, segundo o manual de Sanções Administrativas em Licitações e 
Contratos (2014), os gestores da Administração Pública devem observar as 
seguintes condutas: 
a) Atuar conforme a lei e o Direito; 
b) Atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; 
c) Divulgar de maneira oficial os atos administrativos, ressalvadas as 
hipóteses de sigilo previstas na Constituição; 
d) Promover a adequação entre meios e fins, vedada à imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público; 
e) Indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decisão; 
f) Observar as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados; 
g) Adotar formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; 
h) Garantir os direitos à comunicação, à apresentação de legações finais, 
à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que 
possam resultar sanções e nas situações de litígio; 
i) Observar a proibição de cobrança de despesas processuais, 
ressalvadas as previstas em lei; 
j) Dar impulsão, de ofício, no processo administrativo, sem prejuízo da 
atuação dos interessados. 
 
Em contrapartida o manual traz condutas que devem ser evitadas pelos 
gestores: 
a) Aplicar sanção sem instauração de processo administrativo; 
b) Aplicar sanções sem a observância do contraditório e da ampla defesa; 
c) Conferir prazo exíguo para a defesa prévia; 
d) Aplicar sanção sem atentar à dosimetria e a proporcionalidade; 
e) Fixar prazos exíguos para o cumprimento do ato de correção da 
irregularidade conduzindo o contratado à reincidência; 
f) Deixar, injustificadamente, de aplicar sanção; 
g) Deixar de registrar no SICAF ou nos sistemas adequados as sanções 
aplicadas; 
h) Deixar de requerer a complementação de garantias após o seu uso; 
i) Deixar de motivar a decisão que aplica a sanção; 
j) Deixar de fornecer informações dos atos processuais ao sancionado. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
6. LICITAÇÃO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS 
 
A Lei 8.666/93, art. 6°, inciso I, define obra como sendo ―toda construção, 
reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou 
indireta‖. Ela também determina no seu art. 7° que: 
Art. 7° As licitações para a execução de obras e para a prestação 
de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à 
seguinte sequência: 
I - projeto básico; 
II - projetoexecutivo; 
III - execução das obras e serviços. 
§ 2
o
 As obras e os serviços somente poderão ser licitados 
quando: 
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e 
disponível para exame dos interessados em participar do processo 
licitatório; 
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a 
composição de todos os seus custos unitários; 
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o 
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem 
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo 
cronograma; 
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição 
Federal, quando for o caso. 
§ 5
o
 É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e 
serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações 
exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda 
quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime 
de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório. 
 
O projeto básico que cita o art. 7° da referida lei é descrito no art. 6° como 
sendo: 
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e 
suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou 
serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado 
com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que 
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto 
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165
 
 
33 
 
obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter 
os seguintes elementos: 
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer 
visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos 
com clareza; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente 
detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de 
variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de 
realização das obras e montagem; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e 
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que 
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o 
caráter competitivo para a sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos 
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a 
obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da 
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as 
normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados. 
Os Projetos Básico e Executivo, citados no art. 7°, serão obrigatórios para 
licitações de obras e serviços de engenharia realizadas nas modalidades 
concorrência, tomadas de preços e convite. E a execução dessas obras e serviços 
deverão ocorrer nas seguintes formas (art. 10°, Lei 8.666/93): 
 Execução Direta; 
Art. 6°, VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e 
entidades da Administração, pelos próprios meios. 
 
 Execução Indireta: 
Art. 6°, VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade 
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: 
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução 
da obra ou do serviço por preço certo e total; 
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução 
da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; 
c) (Vetado). 
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos 
por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento 
em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, 
serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da 
contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em 
 
 
34 
 
operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em 
condições de segurança estrutural e operacional e com as características 
adequadas às finalidades para que foi contratada. 
 
Outros dispositivos legais a serem observados são: 
a) Lei 5.194: Os contratos de obras públicas só podem ser firmados com 
empresas ou profissionais legalmente, habilitados a construir, sob pena de nulidade 
do ajuste: 
 Art. 69: ―Só poderão ser admitidos nas concorrências públicas para 
obras ou serviços técnicos e para concursos de projetos, 
profissionais e pessoas jurídicas que apresentarem prova de quitação 
de débito ou visto do Conselho Regional da jurisdição onde a obra, o 
serviço técnico ou projeto deva ser executado‖; 
b) Lei 8.666, art. 33, § 1o: ―No consórcio de empresas brasileiras e 
estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado 
o disposto no inciso II deste artigo‖. Ou seja, a Administração Pública só poderá 
contratar a prestação de serviços de consultoria técnica e de engenharia com 
empresas estrangeiras nos casos em que não houver empresa nacional 
devidamente capacitada para o desempenho dos serviços a contratar; 
c) Lei 8.666, art. 32, §6º: a contratação de empresas estrangeiras só 
poderá ser feita mediante ―prévia autorização do Chefe do Poder Executivo‖; 
d) D.L. 73.140/73, art. 3°, § 2.°: A licitação com base em anteprojeto, só 
será admitida quando se tratar de obras ou serviços de pequeno vulto e natureza 
simples, reconhecida e justificada a urgência de sua realização; 
e) D.L. 73.140/73, art. 6°, VII: É impedida de participar de licitação ou 
consórcio empresa que possua dirigentes, gerentes, sócio detentores de mais de 
10% do capital social, responsáveis e/ou técnicos que seja diretor ou servidor do 
órgão ou entidade responsável por promover a licitação; 
f) D.L. 73.140/73, art. 6°, XII: Não poderá participar do concurso a empresa 
que participou da elaboração do projeto ou anteprojeto respectivo; 
g) Lei 8.666/93, art. 24: é dispensável licitação se tratando de: 
I – Obras e serviços de engenharia: até R$ 15 mil. 
 
 
 
 
 
35 
 
7. FRAUDES EM LICITAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DO 
CARIRI. 
 
Em pesquisa de campo realizada com o Promotor de Justiça José 
Silderlandio do Nascimento, na Comarca de Juazeiro do Norte, foram identificados: 
 
i. Tipos de Fraude mais frequente na região: 
Superfaturamento: 
O superfaturamento consiste na cobrança de preços superiores aos de 
mercado e geralmente é acompanhado do direcionamento ou dispensa de licitação, 
podendo, também, ser consequência de acordo prévio entre os concorrentes. 
 
Montagem: 
Esse tipo de fraude é utilizado para justificar a aquisição fraudulenta de 
materiais e serviços e se dá através da criação de concorrências públicas fictícias. 
São usadas nomes e dados de empresas idôneas para dar ares legais à disputa. 
 
Direcionamento da Licitação: 
O direcionamento ocorre como uma devolução de ―favores‖, onde o 
privilegiado é, quase sempre, um investidor da campanha eleitoral. Não é difícil 
burlar o processo já que, como o valor das licitações são relativamente baixo nas 
prefeituras de porte pequeno, a modalidade mais comum de licitação é a carta-
convite. Neste caso o administrador público dirige essas licitações a fornecedores 
―amigos‖, por meio da especificação de condições impeditivas da livre 
concorrência, incluindo exigências que os demais fornecedores em potencial não 
têm condições de atender. 
Esse tipo de fraude pode ocorrer através de Clausulas Restritivas, 
Fracionamento da Despesa, Simulação de Dispensa/Inexigibilidade, dentreoutros 
exemplos. A estratégia mais frequente é a exigência de qualificações técnicas 
muito detalhadas e específicas para prestação de serviço ou compra de produto, 
geralmente beneficiando apenas um dos concorrentes. 
Ficando comprovado o direcionamento de licitações de compras a 
fornecedores privilegiados, o fato configura formação de quadrilha ou crime 
organizado. 
 
 
 
36 
 
ii. Tipo de Licitação em que ocorre mais fraude: 
Convite: 
A fragilidade da Carta Convite contribui para a fraude em processos 
licitatórios. Por ser considerada a modalidade mais simples, a Carta Convite 
possibilita aos fraudulentos meios de burlarem a lei, direcionando licitações para as 
empresas de seu interesse, visando que estas sejam as vencedoras do certame, 
para que se possa através delas extrair dinheiro dos cofres públicos. Mas a 
fragilidade desta modalidade ainda está ligada ao fato de que a Lei 8.666/93 
determina que a administração pública afixe em local apropriado a cópia do 
instrumento convocatório, violando assim o princípio da publicidade, pois impede 
que as empresas concorrentes tenham conhecimento do certame (MOURA, 2014, 
p. 23). 
 
iii. Área de Licitação mais fraudada: 
Locação de veículos, Publicidade e Material de consumo. 
 
iv. Penalidades aplicadas ao gestor que pratica fraude: 
Perda do cargo; 
Suspensão dos direitos políticos; 
Multa: 
Segundo Simões (2013, p.1): 
A multa é a sanção pecuniária que atinge o patrimônio do 
contratado, normalmente estabelecida em um determinado percentual do 
valor do contrato e deve estar prevista no edital e no instrumento 
contratual, sob pena de tornar inviável sua aplicação. 
A Lei 8.666/93 determina essa penalidade para os casos de atraso em 
executar o contrato e de inexecução do contrato. 
Ressarcimento ao erário; 
Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de 
contratar com a Administração: 
A suspensão temporária consiste na proibição de participar de licitações e 
de contratar com a Administração Pública pelo prazo de até dois anos. E deve ser 
utilizada quando apurada falta grave do contratado (SIMÕES, 2013, p.1). 
 
 
37 
 
 
v. Como a fiscalização ocorre nos municípios: 
Fiscalização in loco, análise documental, análise da capacidade 
econômica da empresa, consulta aos bancos de dados, requisição de 
cheques públicos e quebra de sigilo bancário e fiscal. 
 
vi. Maior dificuldade na fiscalização e detecção de fraude: 
Deficiência na estrutura de pessoal do Ministério Público e ausência de 
equipe técnica de perícia no âmbito do MP, tendo que socorrer-se das 
auditorias do TCM. 
 
vii. Fatos ocorridos na região do Cariri: 
Os casos mais recentes de fraudes em licitações encontradas: 
 Em março de 2016, o Ministério Público do Estado do Ceará, na 
comarca de Santana do Cariri, determinou o afastamento do 
procurador-geral do município, da secretária de Saúde e do secretário 
de Finanças, além de vários servidores públicos e empresas em virtude 
de supostas fraudes em licitações para a aquisição de ambulâncias e 
de serviços de pavimentação naquele município. Foi estimado um dano 
ao Erário em mais de R$ 180 mil (MPCE, 2016). 
 
 Em abril de 2014, o Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará (TCM) 
encontrou irregularidades em 76% das licitações acompanhadas pelo 
Observatório de Licitações Municipais. Das 47 licitações 
acompanhadas entre 10 de março e 10 de abril, foram encontrados 
erros ou indícios de fraude em 36 delas. Das cidades envolvidas 
estavam: Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte. Os problemas 
encontrados nas licitações foram: 
- Vícios na elaboração do Edital, de modo que comprometia a 
competitividade entre os interessados e dava indícios de 
favorecimento: ―falta de ampla divulgação da licitação, ausência de 
especificações necessárias e erros na escolha da modalidade de 
licitação‖; 
- Contratação direta com dispensa de processo licitatório. 
 
 
38 
 
Segundo o presidente do TCM, o acompanhamento presencial feito 
pelo Observatório inibiu a conclusão de muitos processos licitatórios 
irregulares. Em alguns casos, interessados em participar do processo 
licitatório desistiram ao perceberem a presença dos técnicos do 
Observatório (DIÁRIO DO NORDESTE, 2014). 
 
 Operação Cactus: em 2013, a CGU juntamente com a Polícia Federal, 
detectou desvios de recursos públicos transferidos pela União a 
diversos municípios cearenses mediante convênios e contratos de 
repasse. 
A operação de busca e apreensão ocorreram nos municípios de 
Aiuaba, Apuiarés, Barbalha, Canindé, Catarina, Fortaleza, Guaraciaba 
do Norte, Iguatu, Irauçuba, Itapipoca, Itapiúna, Juazeiro do Norte, 
Morada Nova, Mucambo, Quixeramobim, Reriutaba, Saboeiro, 
Tarrafas, Tejuçuoca e Ubajara (CGU, 2013). 
 
 Em 2012, o Ministério Público Federal denunciou 13 pessoas 
envolvidas em um esquema de fraudes nas licitações e na execução 
de contratos para obras em escolas públicas no município de Juazeiro 
do Norte. Segundo o procurador da República, Celso Costa Lima Verde 
Leal, a fraude ocorreu no caráter competitivo da licitação e na não 
execução total dos contratos, mas com o recebimento do pagamento 
integral, com se o serviço tivesse sido concluído. Suspeita-se que 
houve fraude em pelo menos 7 licitações realizadas em 2009 pela 
prefeitura de Juazeiro do Norte. As licitações realizadas em 2009 foram 
dividas em três modalidades: concorrência (01); tomada de preço (03); 
e carta convite (08). 
Na modalidade carta convite, apenas empresas envolvidas no 
esquema eram convidadas e ambas combinavam propostas para que 
uma delas fosse a escolhida (JUSBRASIL, 2012). 
 
 Operação Certame: em 2010, a Controladoria-Geral da União (CGU), o 
Ministério Público Federal e a Polícia Federal deflagraram a Operação 
Certame, a qual objetivava desarticular esquema criminoso de desvios 
de recursos públicos nos municípios cearenses de Aurora, Ipaumirim, 
Milagres, Juazeiro do Norte, Barbalha, Abaiara, Fortaleza e Itapajé. 
Foram apurados a utilização de: 
 - empresas ―fantasmas‖ ou com endereços inexistentes; 
 
 
39 
 
- assinaturas dos ―licitantes‖ claramente divergentes em um mesmo 
procedimento licitatório, com indícios de falsificação; 
- eliminação de empresas de certames, mesmo estando com 
documentação regular; 
- obras/serviços claramente superfaturados e/ou elaborados em 
desacordo com os projetos e recursos recebidos, dentre outros 
apontados pela fiscalização da CGU. 
Foram detectados também indícios de conluios entre empresários 
supostamente concorrentes em licitações, mas, na verdade, acertados 
para fraudá-las. 
Os envolvidos poderão ser condenados na Justiça por crimes de fraude 
em licitações, peculato, formação de quadrilha e corrupção (CGU, 
2010). 
 
 Operação Mão Dupla: operação realizada pela Polícia Federal e pela 
CGU, em 2010, constatou a existência de esquema criminoso voltado à 
prática de fraude em procedimentos licitatórios, superfaturamento, 
desvio de verbas e pagamentos indevidos em obras de infraestrutura 
rodoviária realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de 
Transportes no Estado do Ceará - DNIT/CE. 
Aos servidores do DNIT competia facilitar o desvio de dinheiro público 
durante a execução das obras contratadas, mediante auxílio às 
empresas no superfaturamento, alteração de qualidade e quantidade 
de materiais, atesto de obras não executadas, pagamentos indevidos, 
advertência sobre procedimentos de fiscalização, montagem, alteração 
e ocultação de documentos, dentre outras condutas. Já as empresas 
contratadas corrompiam os servidores do DNIT para possibilitarem a 
prática de todo tipo de fraude na execução das obras (CGU, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
8. CONCLUSÃO 
 
Com base na publicação da Associação do Ministério Público de Minas 
Gerais de 2011, dados da organização Transparência Internacional e projeções do 
Fiesp apontamque o Brasil responde por 26% de todo o dinheiro movimentado 
pela corrupção no mundo, o que corresponde a um prejuízo nacional de, 
aproximadamente, R$ 70 bilhões por ano. Logo, fraudar licitações é apenas uma 
das formas que os corruptos encontraram para desviar de forma silenciosa verbas 
destinadas à educação, alimentação, transporte, obras e etc. Nos municípios da 
Região Metropolitana do Cariri não poderia ser diferente, são inúmeras as 
denúncias de fraudes em licitações. 
Pelos casos de relatos apresentados é visível a forma das fraudes utilizadas 
pelos detentores do poder nesses municípios. A criação de empresas fantasmas, 
conluios entre empresários (formação de cartel) e contratação direta com dispensa 
de processo licitatório não autorizado foram apenas um dos meios utilizados. 
Quanto às modalidades a Carta Convite se mostrou mais vulnerável à fraudes, já 
que ocorre sem divulgação e as cartas são enviadas justamente para aqueles que 
estão envolvidos no esquema. Logo, uma forma de se evitar seria abrir espaço 
para a imprensa como um meio eficaz para a denúncia de atos inapropriados na 
forma de corrupção e desvios de verbas públicas (GOMES, 2012). 
Segundo o Presidente do TCM, Francisco Aguiar, muitos dos problemas 
encontrados nos processos licitatórios podem ter sido devido à inabilidade do 
gestor em conduzir tais processos. O mesmo acredita que a realização de cursos 
de capacitação pode ajudar a reduzir a ocorrência de fraudes (DIÁRIO DO 
NORDESTE, 2014). 
Para se combater a fraude em licitações uma medida a ser tomada seria dar 
maior publicidade ao edital, principalmente à modalidade Carta Convite, em 
diversos veículos de comunicação, como: publicação na imprensa oficial, em jornal 
de grande circulação local, internet, entre outros, tornando o princípio da 
publicidade uma prática recorrente no ambiente público. De forma que resultará 
numa maior competitividade com oportunidades iguais aos interessados que 
quiserem contratar com o poder público, e, por outro lado, a administração pública 
teria como contratar propostas mais vantajosas, preservando o interesse público 
(MOURA, 2014, p. 23). 
Outra medida a ser tomada seria aumentar o grau de fiscalização, pois ficou 
claro que, no caso relatado pelo TCM do Ceará, o acompanhamento presencial 
pelo Observatório de Licitações Municipais inibiu a participação de interessados em 
fraudar o processo licitatório. Talvez o que falte no nosso país seja mais fiscal para 
suprir a quantidade de municípios, pois dados mostram que enquanto a Dinamarca 
e a Holanda possuem 100 auditores por 100.000 habitantes, o Brasil tem somente 
 
 
41 
 
oito auditores por 100.000 habitantes. É daqui que se precisa começar a modificar 
o sistema, já que, enquanto que na Dinamarca e na Holanda a corrupção é 
detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena, no Brasil a corrupção é 
detectada somente quando chega a milhões de dólares ou quando alguém resolve 
colocar a boca no trombone, não por um processo sistemático de auditoria. 
Segundo o Relatório de Fraudes de 2002 da KPMG (MOURÃO & COUTO, 2011), 
as formas mais comuns de descobertas de fraudes seguem na Figura 4. 
 
Figura 4 - Como as Fraudes são descobertas. 
 
Fonte: Mourão e Couto (2011, apud KPMG, 2002). 
 
Quando o assunto é a corrupção nas gestões das Prefeituras Municipais, 
96,7% das prefeituras que recebem recursos da União Federal têm suas contas 
rejeitadas. Segundo a AGU, a cada R$ 100,00 desviado, só R$ 2,00 voltam para os 
cofres públicos. Esse órgão, o qual é responsável pelas ações de cobrança, afirma 
que isto é fruto da morosidade dos tribunais e da omissão dos ministérios na 
análise das prestações de contas de entidades, prefeituras e estados conveniados. 
Fica claro que todas essas medidas de prevenção da fraude devem ser 
acompanhadas por uma Justiça mais ágil para punir os corruptos. Os políticos 
precisam acreditar que serão punidos caso cometam irregularidades, porém, como 
no Brasil a Justiça é falha e lenta, eles sabem que até serem pegos o valor 
desviado estará camuflado atrás de laranjas. No ranking dos países mais corruptos 
do mundo, no ano de 2016, o Brasil ficou como o 4° país mais corrupto do mundo, 
segundo o Fórum Econômico Mundial. Talvez a corrupção já esteja enraizada em 
nossa cultura. 
 
 
 
 
 
42 
 
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