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Antenas Antena = transição entre propagação guiada (circuitos) e propagação não-guiada (espaço). Antena transmissora: transforma elétrons em fótons; Antena receptora: transforma fótons em elétrons. Antena Isotrópica Fonte pontual que radia potência igualmente em todas as direções (onda esférica); Potência total transmitida: PT Densidade de potência média (a uma distância r da fonte): 2 T med r4 P π=S [W/m 2] Vetor de Poynting: HE rrr ×=P Valor médio (no ar, E e H perpendiculares): 2 0 med E2 1HE 2 1 η=⋅=P com η0 = 120π Ω Campo elétrico a uma distância r da fonte: Pmed = Smed ⇒ 2 0 2 T E 2 1 r4 P η=π Logo: r P60 TE = [V/m] (antena isotrópica) Exemplo: Uma antena isotrópica transmite uma potência de 5 kW. Calcular a densidade de potência e o campo elétrico a 1 km da fonte. ( )23 3 2 T med 104 105 r4 P S ×π ×=π= ⇒ 2 med mW398µ=S 3 3 T 10 10560 r P60 E ××== ⇒ mV548,0E = O dipolo infinitesimal - elemento radiador com corrente uniformemente distribuída no seu comprimento; - comprimento l curto perante o comprimento de onda: l << λ (critério usual: l < λ/10); Corrente: ( )tcosII 0 ω= (independente de z) Campos no ponto "P" (fasores): 0H r = rj32 0 0 r ecosrj 1 cr 1 2 IE β−⋅θ⋅ ω+πε= l (1) 0H =θ rj322 0 0 esen rj 1 cr 1 rc j 4 IE β−θ ⋅θ⋅ ω++ ω πε= l (2) 0E =φ rj20 esenr 1 cr j 4 IH β−φ ⋅θ⋅ +ωπ= l (3) , onde c = 3 × 108 m/s e c 2 ω=λ π=β . Campos distantes: Em pontos distantes da antena (r grande): r 1 r 1 2 << e r 1 r 1 3 << Critério usual: λ> 2d2r , com d = maior dimensão da antena. (dipolo: d = l) Neste caso, tem-se: 0H r = , 0=θH , 0r =E , 0E =φ rj0 esen r I60jE β−θ ⋅θ⋅λ π= l (4) rj0 esen r2 IjH β−φ ⋅θ⋅λ= l (5) Desta forma, para pontos distantes da antena os campos elétrico e magnético são perpendiculares entre si e ambos são perpendiculares à direção de propagação (direção radial). Além disso, Ω=Ωπ= φ θ 377120 H E . Conclui-se portanto que, na região de campos distantes, a antena radia uma onda TEM (transverso-eletromagnética). Decomposição do campo: =θE π60 × 0I × r 1 × λ l × θsen × rjje β− constante corrente distância comprimento padrão de fase elétrico radiação Diagrama de radiação: ρ(θ , φ) Representação gráfica que mostra as propriedades de radiação de uma antena em função de coordenadas espaciais. O diagrama de radiação mostra a amplitude do campo distante (ou da potência radiada) em função dos ângulos θ e φ. No caso geral, o diagrama é uma figura tridimensional, mas na maioria das vezes é representado como figuras bidimensionais (planos de corte vertical e horizontal). Para o dipolo infinitesimal: diagrama de campo ⇒ ( ) θ=φθρ sen, Diagrama 2D (plano vertical) direção de máxima radiação O diagrama acima independe de φ (o diagrama 2D no plano horizontal seria uma circunferência). Neste caso, diz-se que a antena é onidirecional. Densidade de potência média (vetor de Poynting médio): Para o campo distante tem-se: φθ ⋅== HE2 1S medmed P (6) Usando (4) e (5) vem: θ λ π= 220 2 2med senIr 15 lS (7) Assim, na região de campo distante, a potência radiada pela antena decai com o inverso do quadrado da distância e o fluxo de potência (vetor de Poynting) aponta na direção radial. Para calcular a potência total (PT) radiada, basta integrar a densidade de potência média em qualquer superfície fechada que contenha a antena. Por simplicidade, geralmente a integração é feita na região de campos distantes. ∫ ⋅= sup medT SdSP rr (8) Parâmetros Principais de uma Antena 1 - Resistência de radiação (Rr): resistência fictícia que dissipa uma potência igual à potência radiada pela antena. Rr potência radiada Potência radiada pela antena = potência dissipada em Rr ∫ =⋅= sup 20rmedT IR2 1SdSP rr ⇒ 2 0 T r I P2 R = (9) Exemplo: Calcular a resistência de radiação do dipolo infinitesimal. ∫ ⋅= sup medT SdSP rr com r220 2 2med asenIr 15 rr θ λ π= l rr S (direção radial) e (coordenadas esféricas) r 2 addsenrSd φθθ= Portanto ∫ ∫ π π φ θθ λπ= 2 0 0 32 0 2 T ddsenI15P l mas 3 8 3 cos2 3 cossen2dsen2ddsen 0 2 0 3 2 0 0 3 π= θ−θθ−π=θθπ=φ θθ πππ π ∫∫ ∫ logo 20 2 2 T I40P λπ= l . De (9): 2 0 2 0 2 2 2 0 T r I I402 I P2R λπ×== l ⇒ 2 2 r 80R λπ= l [Ω] Exercício: Calcular a resistência de radiação de um dipolo de 1 cm operando na freqüência de 300 MHz. Calcular a corrente necessária para 1 W de potência radiada. l = 1 cm m1 103 10300 c f 8 6 =× ×==λ (l = λ/100) 2 2 r 100 180R π= ⇒ Ω≅ m79R r 2 0rT IR 2 1P = ⇒ r T 0 R P2 I = Para PT = 1 W e Rr = 79 mΩ vem: A5I0 ≅ Conclusão: como Rr é pequena para o dipolo infinitesimal, a corrente tem que ser alta. Isso mostra que o dipolo infinitesimal é um radiador pouco eficiente. 2 - Diagrama de radiação: mostra a potência radiada (ou os campos) em função da posição angular (geralmente na região de campos distantes). Exemplos: diagramas de radiação de potência. a) Antena isotrópica: F(θ,φ) = constante b) Dipolo infinitesimal: F(θ,φ) = sen2 θ c) Antena direcional (exemplo): Diagrama 3D Diagrama 2D 2 Pmax maxP Características principais: - lobo ou feixe principal; - lobos menores: laterais e posteriores; - largura de feixe de meia potência ou ângulo de abertura ("HPBW"). 3 - Diretividade (D): medida da "focalização" do lobo principal. Indica a capacidade da antena de direcionar a potência radiada. Ganho diretivo: ( ) T med 2 P Sr4 ,D π=φθ (10) A diretividade corresponde ao ganho diretivo máximo. Exemplos: a) antena isotrópica: 2 T med r4 P S π= ⇒ ( ) 1P Sr4 ,D T med 2 =π=φθ Diretividade: 1D = ou dB0Dlog10 ==D b) dipolo infinitesimal: θ λ π= 220 2 2med senIr 15 lS e 20 2 2 T I40P λπ= l Logo ( ) θ=π=φθ 2 T med 2 sen5,1 P Sr4 ,D O ganho diretivo máximo ocorre para θ = 90°. Diretividade: dB76,1ou5,1D = Observação: a partir de (10) e da definição da diretividade tem-se que, para uma antena qualquer, a densidade de potência radiada na direção de ganho diretivo máximo é dada por: 2 T med r4 PD S π= (11) Exercício: Um dipolo infinitesimal transmite uma potência de 5 kW. Calcular a densidade de potência e o campo elétrico a 1 km da antena na direção de máxima radiação. 22 T med 10004 50005,1 r4 PD S ×π ×=π= ⇒ 2 med mW597S µ= Mas, para uma onda no espaço livre: 2 0 med E2 1S η= ⇒ med0 S2E η= Portanto: 6105973772 −×××E = ⇒ mV671,0E = 4- Ganho (G): o ganho de uma antena depende de sua diretividade (D) e de seu rendimento ou eficiência de transmissão (η). DG η= com aplicadatotalPotência radiadaPotência=η (0 ≤ η ≤ 1) ôhmicasPerdasradiadaPotênciaaplicadatotalPotência += Para uma antena sem perdas (η = 1): deDiretivida=Ganho 5 - Polarização: indica a direção do campo elétrico da onda radiada. Fator de casamento de polarização (FCP): recebidapossívelmáximaPotência recebidaPotência FCP = Pode-se mostrar que ψ= 2cosFCP onde ψ = diferença angular entre as polarizações da onda e da antena receptora. (a) (b) (c) Exemplos: a) ψ = 0° ⇒ antena "casada" (ou alinhada com a onda): FCP = 1 ⇒ Precebida = Pmáxima possível; b) 0 < ψ < 90° ⇒ descasamento parcial: 0 < FCP < 1 ⇒ 0 < Precebida < Pmáxima possível; c) ψ = 90° ⇒ descasamento total: FCP = 0 ⇒ Precebida = 0. 6 - Abertura efetiva (Ae): razão entre a potência recebida (PR) e a densidade de potência média incidente (com FCP = 1). med R e S P A = [m2] Para antenas sem perdas, pode-se mostrar que : π λ= 4D A 2e Exemplos: a) antena isotrópica: D = 1 ⇒ Ae = 0,0796 λ2 (= 0,282 λ × 0,282 λ) b) dipolo infinitesimal: D = 1,5 ⇒ Ae = 0,1194 λ2 (= 0,345 λ × 0,345 λ) 7 - Impedância de entrada (Z): impedância "vista" nos terminais da antena. Circuitos equivalentes: ⇒ antena transmissora: ⇒ antena receptora: ≡ Z LT ≡ + _ Vth LT Z antena antena 8 - Largura de banda: faixa de freqüências dentro da qual uma antena opera corretamente, com pouca variação de seus parâmetros. Quanto maior a largura de banda de uma antena, maior a sua capacidade de transmitir e receber sinais de diferentes freqüências. O dipolo de meia onda Uma das antenas mais usadas na prática é o dipolo de meia onda, que consiste em dois segmentos metálicos alinhados com comprimento total igual a λ/2. distribuição de corrente l = λ/2 ⇒ Distribuição de corrente: a corrente pode ser considerada distribuída senoidalmente ao longo do comprimento da antena, sendo nula nas extremidades e máxima (I0) no ponto de alimentação. λ π= z2senII 0 ⇒ Campos distantes: Para obter o campo radiado pelo dipolo de meia onda, este é decomposto em elementos (dipolos) infinitesimais. O campo total radiado corresponde à soma (integral) dos campos de todos os elementos infinitesimais. Fazendo isto, obtém-se: rj0 e sen cos 2 cos r I60 jE β−θ ⋅ θ θπ ⋅= rj0 e sen cos 2 cos r2 I jH β−φ ⋅ θ θπ ⋅π= Como os campos distantes se comportam como os de uma onda TEM, tem-se: Ωπ= φ θ 120 H E . ⇒ Diagrama de radiação: A partir das equações anteriores, obtém-se: ( ) 2 sen cos 2 cos ,F θ θπ =φθ ⇒ Resistência de radiação: Ω= 73rR ⇒ Diretividade e ganho: dB15,2ou64,1GD == 0,361 λ ⇒ Abertura efetiva: 22e 522,0131,0A l=λ= 0,361 λ ⇒ Impedância de entrada: Ω+= 5,42j73Zin Obs.: na prática, é comum encurtar ligeiramente o comprimento do dipolo de forma a torná-lo ressonante, isto é, com impedância de entrada puramente resistiva (Zin ≅ 70 Ω). O monopolo de quarto de onda Consiste num fio metálico retilíneo, com comprimento igual a λ/4, colocado sobre um plano condutor infinito ("plano de terra"). A análise é feita usando o método das imagens. Os efeitos da presença do plano condutor podem ser levados em conta substituindo-o por uma antena fictícia correspondente à imagem da antena real formada abaixo do plano condutor. Desta forma, os campos produzidos por um monopolo de quarto de onda (l = λ/4) colocados sobre um plano condutor correspondem aos campos produzidos por um dipolo de meia onda (l = λ/2) sem a presença do plano. Esta equivalência só é válida para os campos acima do plano condutor; abaixo do plano, os campos são obviamente nulos. ⇒ Diagrama de radiação: ( ) 2 sen cos 2 cos ,F θ θπ =φθ (0° ≤ θ ≤ 90°) ⇒ Resistência de radiação: 2 73 r Ω=R ⇒ Ω= 5,36R r ⇒ Diretividade e ganho: ⇒ 64,12GD ×== dB16,5ou28,3GD == 0,512 λ ⇒ Abertura efetiva: ⇒ 2e 131,02A λ×= 22e 192,4262,0A l=λ= 0,512 λ ⇒ Impedância de entrada: 2 5,42j73 Zin Ω+= ⇒ Ω+= 25,21j5,36Zin Casamento de impedâncias Se a impedância de entrada da antena for diferente da impedância característica da linha de transmissão conectada a ela, devem-se utilizar as técnicas de casamento de impedância vistas anteriormente. Transformador de λ/4 Stub Alguns exemplos de antenas Antena bicônica Antena cônica Loop circular Antena helicoidal Corneta retangular Corneta circular Antena Yagi-Uda Antena log-periódica Refletor parabólico Refletor "corner" Cálculo de rádio-enlaces ("radio-links") Seja o enlace de rádio mostrado abaixo, consistindo de uma antena transmissora e de uma antena receptora separadas por uma distância r. r PR Rx PT Tx Sejam PT = potência transmitida PR = potência recebida DT = diretividade da antena transmissora DR = diretividade da antena receptora AT = abertura efetiva da antena transmissora AR = abertura efetiva da antena receptora Considerações: - as antenas são sem perdas (η = 1); - as polarizações das antenas estão casadas (FCP = 1). ⇒ Densidade de potência radiada: Antena isotrópica (D = 1): 2 T r4 P S π= Antena qualquer: 2 TT r4 PD π ⋅=S (1) ⇒ Potência recebida: RR ASP ⋅= (2) De (1) e de (2): 2 TRT R r4 PAD P π ⋅⋅= (3) Mas π λ= 4D 2 eA (4) De (3) e (4) obtém-se a equação fundamental para o cálculo de rádio-enlaces: T 2 RTR Pr4 DDP π λ= (5) Fórmula de Friis (antenas sem perda) Ou, em termos de ganhos (G = η D): T 2 RTR Pr4 GGP ⋅ π λ⋅⋅= (6) Fórmula de Friis (antenas quaisquer) Exemplo: Um dipolo de meia onda sem perdas, operando em f = 100 MHz, é alimentado com uma potência de 100 W. Calcular; a) a densidade de potência radiada a 1 km de distância; b) a potência de alimentação de uma antena isotrópica que produziria a mesma densidade de potência calculada no item anterior; c) a potência máxima recebida por um outro dipolo de meia onda a 1 km do transmissor. Solução: f = 100 MHz → λ = 3 m a) 22 TT 10004 10064,1 r4 PD ×π ×=π ⋅=S → 2mW05,13S µ= b) DT = 1 → → 622T 1005,1310004Sr4P −×××π=π= W164PT = c) 100 10004 364,164,1P r4 DDP 2 T 2 RTR × ×π××=⋅ π λ⋅⋅= → W33,15PR µ=
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