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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 1 CONHECIMENTOS GERAIS: Elementos de política brasileira. Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão. História do Brasil. Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus impactos na sociedade contemporânea. Meio ambiente e sociedade: problemas, políticas públicas, organi- zações não governamentais, aspectos locais e aspectos globais. Panorama da economia nacional. O cotidiano brasileiro. Elementos de política brasileira. Elementos da Política Antonio Gramsci É preciso dizer que os primeiros elementos a ser esquecidos são, jus- tamente, os mais elementares. No entanto, como eles se repetem inúmeras vezes, tornam-se os pilares da política e de qualquer ação coletiva. O primeiro elemento é que governados e governantes, dirigentes e diri- gidos existem realmente. Toda ciência e arte da política se baseia neste fato primordial, irredutível (em determinadas condições gerais). As origens desse fato são um problema à parte, que deve ser estudado separadamen- te (no mínimo se poderia e se deveria estudar como atenuar e até fazer desaparecer esse fato, mudando certas condições identificáveis como operantes nesse sentido). Entretanto, permanece o fato de que existem dirigentes e dirigidos, governantes e governados. A partir disso, é preciso ver como (estabelecidos certos objetivos) dirigir do modo mais eficaz e, portanto, como preparar da melhor maneira possível os dirigentes (esta é, precisamente, a primeira parte da ciência e da arte da política). Por outro lado, é preciso distinguir as linhas de menor resistência, ou linhas racionais, para obter a obediência de dirigidos e governados. Na formação dos diri- gentes, a seguinte premissa é fundamental: queremos que governados e governantes existam sempre ou queremos criar condições para que a necessidade desta divisão desapareça? Partiremos do princípio de que a perpétua divisão do gênero humano é inevitável ou acreditaremos que ela seja apenas um fato histórico que responde a determinadas condições? É preciso, todavia, ter sempre em mente que a divisão entre governantes e governados, embora (em última análise) remonte a uma divisão em grupos sociais, existe, sendo as coisas como são, mesmo dentro do mesmo grupo e mesmo que este grupo seja socialmente homogêneo. De uma certa forma, podemos dizer que esta divisão é uma criação da divisão do traba- lho; é um fato técnico. É sobre esta coexistência de motivos que especulam aqueles que, em tudo, vêem apenas "técnica", necessidade "técnica" etc., para não ter de enfrentar o problema fundamental. Tendo em vista que até no mesmo grupo existe a decisão entre gover- nados e governantes, é preciso fixar alguns princípios irrevogáveis. É justamente neste terreno, em que ocorrem os "erros" mais graves, que se manifestam as incapacidades mais criminosas e mais difíceis de corrigir. Acredita-se que, uma vez aceitos os princípios do próprio grupo, não só a obediência será automática e virá sem nenhuma demonstração de "neces- sidade" e racionalidade como também será indiscutível (alguns pensam e - o que é pior - agem acreditando que a obediência "virá" sem ser solicitada, sem que o caminho a seguir seja indicado). Assim é difícil extirpar dos dirigentes o "cadornismo" (1), isto é, a convicção de que uma coisa será feita só porque um dirigente acha justo e racional que seja feita: se nada acontece, joga-se a culpa em quem "deveria ter feito" etc. No entanto, o senso comum mostra que a maior parte dos desastres coletivos (políticos) acontece porque danos inúteis não foram evitados e o sacrifício e a vida das pessoas não foram levados em consideração. Todo mundo já ouviu oficiais do "front" contarem como os soldados arriscam a vida quando é necessário e como se rebelam quando se sentem negligenciados. Por exemplo: uma companhia era capaz de jejuar por muitos dias se soubesse que os víveres não podiam chegar por motivo de força maior, mas se amotinaria se uma só refeição não fosse servida por desleixo ou burocracia etc. Este princípio se estende a todas as ações que exigem sacrifício. Por isso é muito importante, depois de qualquer derrota, investigar, antes de tudo, a responsabilidade dos dirigentes, no sentido estrito. Por exemplo: um "front" é constituído de várias seções e cada seção tem seu dirigente. É possível que os dirigentes se uma seção sejam mais responsabilizados por uma derrota que os dirigentes de uma outra seção, mas é questão de mais ou menos e não de eximir algum dirigente da responsabilidade, jamais. Uma vez colocado o princípio de que existem dirigidos e dirigentes, go- vernados e governantes, é verdade que os "partidos" têm sido até agora o modo mais adequado de elaborar a capacidade de dirigir e os próprios dirigentes (os "partidos" podem apresentar-se com os mais diversos nomes, incluindo o de antipartido ou de "negação dos partidos". Na realidade, até os chamados "individualistas" são homens de partido, apenas gostariam de ser "chefe de partido" pela graça de Deus ou da imbecilidade de quem os segue). Desenvolvimento do conceito geral contido na expressão "espírito esta- tal". Esta expressão tem um significado bem preciso, historicamente deter- minado. Um problema, porém, se coloca: existe algo semelhante ao que se costuma chamar de "espírito estatal" em todo movimento sério, que não seja a expressão arbitrária de individualismos mais ou menos justificados? Para começar, o "espírito estatal" pressupõe a "continuidade", quer na direção do passado ou da tradição, quer na direção do futuro, isto é, pres- supõe que cada ato seja o momento de um processo complexo que já se iniciou e que vai continuar. A responsabilidade por esse processo, de ser ator desse processo, de ser solidário com forças materialmente "desconhe- cidas", mas que, todavia, são sentidas como operantes e ativas e levadas em conta como se fossem "materiais" e presentes fisicamente, se chama justamente, em certos casos, "espírito estatal". É evidente que uma tal consciência da "duração" não deve ser abstrata e sim concreta, isto é, não deve, em certo sentido, ultrapassar determinados limites. Digamos que os limites mínimos são uma geração precedente e uma geração futura, o que não é dizer pouco, pois as gerações não se contam trinta anos antes e trinta anos depois deste momento, mas organicamente, no sentido históri- co, o que ao menos para o passado é fácil de compreender: nos sentimos solidários com os homens que hoje são velhíssimos e representam para nós o "passado" que ainda vive entre nós, que é preciso conhecer, com o qual é preciso acertar as contas, que é um dos elementos do presente e uma das premissas do futuro. E com as crianças, com as gerações que nascem e crescem, por quem somos responsáveis. (Diferente é o "culto" da "tradição", que tem um valor tendencioso, que implica uma escolha e objeti- vo determinados, ou seja, que está na base de uma ideologia). No entanto, podemos dizer que mesmo se o tão falado "espírito estatal" existe em todo o mundo, é preciso, de vez em quando, combater suas deformações e seus desvios. "O gesto pelo gesto", a luta pela luta etc. e, especialmente, o individua- lismo mesquinho e pequeno, que é somente a satisfação caprichosa de impulsos momentâneos etc. (Na realidade, o problema é sempre o "apoliti- cismo" italiano, que assume essas formas pitorescas e bizarras). O indivi- dualismo é apenas apoliticismo animalesco; o sectarismo é apoliticismo e, se observarmos bem, o sectarismo é, na verdade, uma forma de "clientela" pessoal, pois lhe falta o espírito de partidoque é o elemento fundamental do "espírito estatal". Demonstrar que o espírito de partido é o elemento fundamental do espírito estatal é uma das teses mais importantes a defen- der e, vice-versa, o "individualismo" é um elemento de caráter animal, "admirado pelos estranhos" como os atos dos habitantes de um jardim zoológico. NOTAS {1} -Referente ao general Luigui Cadorna, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas italianas até a derrota de Caporetto (1917), da qual ele é considerado o principal responsável. Cadornismo representa, então, o autoritarismo e a irresponsabilidade de dirigentes que não consideram importante a adesão de seus comandados e menosprezam o trabalho político necessário para que a importância de uma ação seja compreendida e aceita por eles. (Extraído de Notas Sobre Maquiavel, in Gramsci: poder, política e par- tido. Editora Brasiliense. 2a. Edição. São Paulo: 1992. pp 15-19 – Faz parte dos Cadernos do Cárcere, Civilização Brasileira, 2007) APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 2 O Brasil é uma república federal presidencialista, de regime democrático-representativo. Em nível federal, o poder executivo é exercido pelo Presidente. É uma república porque o Chefe de Estado é eletivo e temporário. O Estado brasileiro é uma federação pois é composto de estados dotados de autonomia política garantida pela Constituição Federal e do poder de promulgar suas próprias Constituições. É uma república presidencial porque as funções de chefe de Estado e chefe de governo estão reunidas em um único órgão: o Presidente da República. É uma democracia representativa porque o povo dificilmente exerce sua soberania, apenas elegendo o chefe do poder executivo e os seus representantes nos órgãos legislativos, como também diretamente, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular. Isso acontece raramente, o que não caracteriza uma democracia representativa. Indicadores De acordo com o Índice de Democracia, compilado pela revista britânica The Economist, o Brasil possui desempenho elevado nos quesitos pluralismo no processo eleitoral (nota 9,5) e liberdades civis (nota 9,1). O país possui nota acima da média em funcionalidade do governo (nota 7,5). No entanto, possui desempenho inferior nos quesitos participação política (nota 5,0) e cultura política (nota 4,3). O desempenho do Brasil em participação política é comparável ao de Malauí e Uganda, considerados "regimes híbridos", enquanto o desempenho em cultura política é comparável ao de Cuba, considerado um regime autoritário.No entanto, a média geral do país (nota 7,1) é inferior somente à do Uruguai (nota 8,1) e do Chile (nota 7,6) na América do Sul. Dentre os BRIC, apenas a Índia (nota 7,2) possui desempenho melhor. De fato, em relação aos BRIC, a revista já havia elogiado a democracia do país anteriormente, afirmando que "em alguns aspectos, o Brasil é o mais estável dos BRIC. Diferentemente da China e da Rússia, é uma democracia genuína; diferentemente da Índia, não possui nenhum conflito sério com seus vizinhos". O Brasil é percebido como o 75º país menos corrupto do mundo, perdendo para Romênia, Grécia, Macedônia e Bulgária por apenas um décimo. O país está empatado com os países sul-americanos da Colômbia, do Peru e do Suriname, e ganha da Argentina (106°), da Bolívia (120°), da Guiana (126°), do Equador (146°), do Paraguai (154°) e da Venezuela (162°) na região. O Brasil ainda está em situação melhor que todos os outros países do BRIC. A China se encontra 80º lugar, a Índia em 84° e a Rússia em 146°. Organização O Estado brasileiro é dividido primordialmente em três esferas de poder: o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O chefe do Poder Executivo é o presidente da República, eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos, renovável por mais quatro. Na esfera estadual o Executivo é exercido pelos governadores dos estados; e na esfera municipal pelos prefeitos. O Poder Legislativo é composto, em âmbito federal, pelo Congresso Nacional, sendo este bicameral: dividido entre a Câmara dos Deputados e o Senado. Para a Câmara, são eleitos os deputados federais para dividirem as cadeiras em uma razão de modo a respeitar ao máximo as diferenças entre as vinte e sete Unidades da Federação, para um período de quatro anos. Já no Senado, cada estado é representado por 3 senadores para um mandato de oito anos cada. Em âmbito estadual, o Legislativo é exercido pelas Assembléias Legislativas Estaduais; e em âmbito municipal, pelas Câmaras Municipais. Unidades federativas O Brasil possui vinte e seis estados e um Distrito Federal, indissolúveis, cada qual com um Governador eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos renovável por mais quatro, assim como acontece com os Prefeitos. Tanto os estados quanto os municípios têm apenas uma casa parlamentar: no nível estadual os deputados estaduais são eleitos para 4 anos na Assembleia Legislativa e no nível municipal, os vereadores são eleitos para a Câmara Municipal para igual período. Poder Judiciário Finalmente, há o Poder Judiciário , cuja instância máxima é o Supremo Tribunal Federal , responsável por interpretar a Constituição Federal e composto de onze Ministros indicados pelo Presidente sob referendo do Senado, dentre indIvÍduos de renomado saber jurídico. A composição dos ministros do STF não é completamente renovada a cada mandato presidencial: o presidente somente indica um novo ministro quando um deles se aposenta ou vem a falecer. Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquite- tura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão. A CULTURA BRASILEIRA Literatura, artes, cinema, teatro, rádio, televisão, esportes A riqueza cultural da década de 30 Modernismo, regionalismo e samba O período inaugurado pela Revolução de 30 foi marcado por transformações na economia, na política e na estrutura social. De um lado, o sentido geral dessas transformações correspondia ao espírito do Movi- mento Modernista de 1922; de outro, iria repercutir em um novo movimento literário: o regionalismo. A consciência modernista aliava a necessidade de pesquisa de novos meios formais de comunicação a uma nítida preocupação com o conhecimento da realidade brasileira. A década de 30 aprofundou e deu novos traços à questão de uma cultura brasileira dotada de força artística e capaz de reflexão crítica. Por sua vez, o advento do rádio promoveu a popularização do samba, que desceu definitivamente do morro para a cidade. Além do rádio, outro meio de comunicação de massa passou por uma decisiva transforma- ção: surgiu o cinema falado. Os dois veículos participavam do caráter internacionalizador da cultura de massa. O rádio divulgava as músicas francesas e norte-americanas, mas tinha em contraposição o samba. Já o cinema trazia a divulgação do american way of life e popularizava também expressões estrangeiras. Essas características foram registradas com ironia no samba Não temi tradução, de Noel Rosa, em versos como: O cinema falado é o grande culpado da transformação (... ) E esse negócio de "aló, boy, aló Johnny" só pode ser conversa de telefone. No entanto, todo esse complexo fenômeno cultural restringia-se às cidades. O campo, o interior do país, permanecia afastado e vinculado às suas tradições culturais e folclóricas. Toda essa realidade foi tratada criticamente pelo regionalismo literário. Da criação literária à reflexão sobre o Brasil . Em 1930, Carlos Drummond de Andrade publicou seu primeiro livro, Alguma poesia, que se integrava à visão modernista, mas trazia uma nota pessoalde invenção e de registro irônico. A ficção regionalista come- çou a se fixar como tendência predominante, revelando autores como Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Veríssimo. Estava iniciada a "era do romance brasileiro". Em 1930 surgiu 0 'quinze, de Raquel de Queirós; em 1931, O país do carnaval de Jorge Amado; em 1932, Menino de engenho, de José Lins do Rego; em 1933, Caetés, de Graciliano Ramos. De modo geral, duas vertentes marcaram a ficção regionalista: uma, de teor crítico, e outra, de traços mais pitorescos, apegada ao exotis- mo. O caráter de realismo crítico fixado na realidade social brasileira assi- nalou a direção tomada pelos melhores representantes do regionalismo. Essa perspectiva crítica assumiu um teor burlesco no romance Serafim Ponte Grande (1933), do modernista Oswald de Andrade. Com a publicação de Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre (1933), iniciou-se todo um processo de reflexão sobre a formação cultural brasileira e suas características econômico-sociais. Desse modo, o ensaio de Freyre converteu-se numa espécie de marco da produção ensaística brasileira. Com uma perspectiva marxista, o ensaio de Caio Prado Jr., Evolução política do Brasil (1933), desencadeou também um rico diálogo de análise e de confrontos de perspectivas críticas. Em 1935, Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, trouxe novos elementos para o conhecimento crítico da realidade brasileira. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 3 Essa importante produção intelectual era, por assim dizer, a con- trapartida crítica à manipulação nacionalista exercida pelo governo Vargas. Na verdade, o rádio forneceu ao getulismo o grande instrumento de con- vencimento popular. A partir de 1938, em pleno Estado Novo, Getúlio Vargas criou o programa A hora do Brasil, e o DIP (Departamento de Im- prensa e Propaganda) incumbiu-se fazer prevalecer a doutrinação e a propaganda oficial. Nesse mesmo ano, surgiu a União Nacional dos Estu- dantes (UNE), que desempenharia um papel de crítica e de formação de militantes no período posterior ao Estado Novo. Para fechar o balanço cultural da década de 30, é fundamental registrar as tentativas de criação de uma produção cinematográfica nacional. Nesse sentido, destaca-se a obra de Humberto Mauro: Ganga bruta (1932/33), Favela & meus amores (1935) e o documento O descobrimento do Brasil (1937). Os anos 40 - o "americanismo" e o Brasil Brasil: a chegada do Zé Carioca Os conturbados anos 40 foram o palco da II Guerra Mundial e de suas conseqüências. A principal delas foi a divisão do mundo em dois grandes blocos econômicos e ideológicos: EUA e URSS, iniciando o perío- do que se convencionou chamar de guerra fria. Uma série de expurgos e de sectarismos ideológicos marcou esse período, e o Brasil não fugiu à regra. Alinhado com os EUA, dos quais historicamente sempre esteve mais ou menos dependente, o Brasil, através da política econômica, co- nheceu também a dependência cultural. O interesse dos Estados Unidos em manter sua influência ideológica diante do avanço da URSS e do socia- lismo foi um fator determinante nesse processo. O intercâmbio cultural - estimulado pelo governo através do ci- nema e da música - que teve na carreira internacional de Carmem Miranda sua melhor expressão, aumentou ainda mais a americanização dos costu- mes e modos de vida dos brasileiros. Em 1941, por exemplo, Walt Disney, que se tornara o porta-voz da política externa americana, batizada de "boa vizinhança" escolheu a música Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, para trilha sonora do fume Salud, amigos (Alô amigo !), que acabou sendo uru filme promocional da política norte-americana na América Latina. A criação do personagem de Disney - Zé Carioca - representando o Brasil, tornou-se um dos maiores estereótipos de nossa cultura no exterior. O rádio continuou expandindo seu alcance comercial e seu po- der ideológico. Destacavam-se a Rádio Nacional, encampada pelo governo em 1940, a Rádio Tupi de São Paulo; a Rádio Record (SP) e a Rádio Nacional (RJ), que passaram a transmitir, a partir de 1941, um dos maiores fenômenos de audiência do rádio: o Repórter Esso. Também em 1941, foi fundada a Companhia Cinematográfica A- tlântida, responsável pela popularização do cinema e pela consagração de uru gênero popular de produção cinematográfica: as chanchadas, mistura de comédia e de musical, que a partir de Moleque Tião, lançado em 1943, apresentaram uma dupla célebre do cinema brasileiro: Grande Otelo e Oscarito. O reino das chanchadas Os anos 40 assinalaram também a consagração de um grande autor teatral brasileiro, com uma temática crítica e irônica voltada para a classe média urbana: Nelson Rodrigues. Em 1943, estreia no Rio a peça Vestido de noiva, em 44, Álbum de família e, em 46, Anjo negro. Na ficção, destacam-se as obras de Clarice Lispector, cujo pri- meiro romance - Perto do coração selvagem - foi publicado em 1943, seguido pelo lançamento, em 1946, de O lustre. Nesses romances, afirma- va-se uma literatura de teor introspectivo. Na poesia, o ano de 1942 trouxe a revelação de João Cabral de Melo Neto com Pedra de sono, seguido por O engenheiro (1945). Bibi Ferreira (filha do consagrado ator Procópio Ferreira), Paulo Autran, Ângela Maria, Vicente Celestino e Gilda de Abreu eram os ídolos do teatro e do rádio. O sociólogo Josué de Castro publicou em 1946 seu livro mais famoso, Geografia da fome, e Victor Nunes Leal criticou o sistema oligárquico da República Velha com o livro Coronelismo, enxada e voto, publicado em 1949. Nesse ano, fundou-se em São Paulo a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, concorrente da Atlântida, já consagrada pelo enorme sucesso de suas produções. Para a inauguração do Maracanã - o maior estádio do mundo - o Brasil, sede da Copa de 50, promoveu uma festa que acabou em comoção nacional com sua derrota para o Uruguai (2x1), na partida final. As novelas de rádio, o futebol, os programas de notícias radiofônicos e os programas de auditório alcançaram e interessaram todo o território nacional. O teatro chegou a seu período de esplendor, com forte penetração na classe média. Mas tudo isso pouco significava perto do acontecimento de 18 de setembro de 1950: foi ao ar, pela primeira vez na América Latina, uma emissora de televisão. Era a PRF 3 TV Tupi, em São Paulo; começava, lentamente, uma nova fase cultural. A explosão cultural dos anos 50 Nacionalismo cultural O segundo governo da terceira República foi ocupado por Var- gas (1950-1954), que retornou ao poder pelo voto. Durante esse período, seu governo caracterizou-se por uma organização nacionalista da econo- mia, evidenciada com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Petrobrás. Esse nacionalismo econômico, que continuou sob o governo de Juscelino como nacional-desenvolvimentismo, revitalizou as preocupações com a questão da cultura brasileira, sobretudo na produção teatral e no cinema. Nesse sentido, dois diretores anteciparam o que veio a se cha- mar de Cinema Novo. Em 1953, Lima Barreto filmou O cangaceiro e con- quistou uma premiação no Festival Internacional de Cannes no mesmo ano. Filiando-se ao neo-realismo italiano, Nelson Pereira dos Santos dirigiu, em 1955, Rio, 40 graus e voltou a exercer sua visão crítica da realidade em 1957, com Rio, Zona Norte. Ainda, no mundo do cinema, um ator-diretor alcançou enorme êxito popular: Mazzaropi, que cunhou o tipo do caipira paulista ingênuo e trapalhão em Sai da frente (1952). Duas outras emissoras de televisão entraram no ar: a TV Rio e a TV Record.Em 1956, a população brasileira assistiu à primeira partida de futebol pela televisão: o jogo entre Brasil e Itália, no mês de janeiro. A televisão suplantava pouco a pouco o domínio do rádio, um fenômeno que se concretizaria com sua implantação a nível nacional. A literatura consagrou um escritor mineiro: Guimarães Rosa, com a publicação de Grande sertão: veredas e Corpo de baile, ambos em 1956. Sua estréia na literatura completava exatamente uma década, pois seu primeiro livro, Sagarana, é de 1946. O Brasil passou também a discutir o anúncio da construção da nova capital por Juscelino: Brasília. O populista Jânio Quadros, governador de São Paulo, alcançava as manchetes com a proibição de execução de rock'n roll em bailes. Na área do esporte, Maria Ester Bueno tornou-se campeã de tênis em Wimbledon, enquanto Pelé estreava na seleção brasileira. 1958: Brasil campeão E, por fim, em 1958 o Brasil tornou-se campeão mundial de futebol, vencendo a Suécia na final por 5x2. Pelé, Garrincha, Didi e Vavá tornaram- se ídolos nacionais. Ainda em 1958, entrou em funcionamento a TV Cultura - Canal 2, de São Paulo. Enquanto no Rio e em São Paulo um novo jeito de tocar violão e de cantar, cujos representantes maiores eram João Gilberto, Nara Leão, Tom Jobim, Roberto Menescal e outros da chamada Bossa Nova, dava destaque para a suavidade, o intimismo, a voz como um ins- trumento, as notas baixas e dissonantes. Esse "som" brasileiro correria o mundo; anos mais tarde, João Gilberto estaria no Carnegie Hall de Nova York, onde se radicaria definitivamente consagrando-se como um dos mais respeitáveis músicos brasileiros, no exterior, ao lado de Tom Jobim. A chanchada chegava ao fim, com a progressiva influência da tevê, simbolizada no fechamento e na falência das grandes companhias cinematográficas. Mas o teatro se revigorava com novos autores e temas sociais, como a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 4 no Teatro de Arena, em São Paulo, ainda em 1958. Em 1959, Celso Furta- do publicou o clássico Formação econômica do Brasil e Antônio Cândido lançou seu famoso ensaio Formação da literatura brasileira. As ciências humana e sociais alcançavam espaço e distinção nas universidades, des- tacando-se entre estas a produção da USP. A formação cultural da década chegou ao fim com a montagem da peça O pagador de promessas, do jovem autor Dias Gomes, e com a publicação de Laços de família, de Clarice Lispector, além da monumental História Geral da civilização brasilei- ra, organizada por Sérgio Buarque de Holanda. As diversidades econômicas, políticas e ideológicas da sociedade brasileira refletiam-se na arte e nas expressões mais significativas dessa sociedade: a cultura, com uma riqueza e efervescência ímpares em sua história. Os loucos anos 60 Novos talentos Os anos 60 foram ricos em crises e contradições no mundo todo e igualmente no Brasil. Era a maturidade da primeira geração do pós-guerra e ela não deixou de marcar época e fazer história. Foram anos de rupturas políticas, sociais, morais e ideológicas. O Brasil começou a década saudando a nova capital - Brasília - e nas eleições presidenciais escolheu Jânio Quadros e sua "vassoura" para presidente com a maior votação da história do país. Enquanto Jânio renunciava e toda uma crise política levava João Goulart ao último governo constitucional da década, Éder Jofre sagrou-se campeão mundial dos pesos-galo; em 1962, o Brasil tornou-se bicampeão mundial de futebol no Chile e profundas contradições econômicas levavam a inúmeras greves, paralisações e passeatas, em todos os setores sociais. A maior destas foi a luta pela reforma agrária. Só ao Congresso Camponês de 1961, realizado em Belo Horizonte, compareceram 1 600 delegados, lançando a campanha nacional pela reforma agrária. Em Recife, no ano seguinte, as manifestações pela reforma agrária foram reprimidas por tropas do Exército. A UNE assumiu dimensão nacional com a criação do CPC (Centro Po- pular de Cultura); em 1963, o educador Paulo Freire alcançou notoriedade nacional com seu "método" de alfabetização e conscientização de adultos, em Pernambuco e em todo o Nordeste. O cinema conseguiu outro prêmio internacional em Cannes com o filme de Anselmo Duarte O pagador de promessas. Em 1963, Nelson Pereira dos Santos filmou Vidas secas, baseado no clássico de Graciliano Ramos, e Glauber Rocha afirmou seu ta- lento com Deus e o diabo na tema do sol (1964). Com o golpe de 64, surgiu a necessidade de " resistência cultural''. O prédio da UNE foi incendiado no Rio; seguiram-se prisões de líderes políticos, estudantes, artistas e intelec- tuais. O reacionarismo e tradicionalismo, além do patrulhamento ideológico, da censura e dos mecanismos de coação tomaram conta do cenário cultu- ral do país. No governo de Castelo Branco realizou-se em São Paulo uma campanha de " moralização'' nas escolas: estudantes foram obrigados a cortar o cabelo, usar calças de boca estreita, e também proibidos de exibir cores berrantes ou "roupas exóticas". Em 1965, a censura proibiu inúmeras peças teatrais e filmes. Mesmo assim, foram lançados os filmes A falecida, de Leon Hirzsman, e Opinião pública, de Arnaldo Jabor. As transformações culturais e morais que o movimento hippie, os Beatles, o rock desencadeavam na sociedade internacional entraram no Brasil filtradas pela ditadura militar. Mesmo assim, a música popular nos anos 60 foi importante fator de resistência ao regime repressivo e apelo à liberdade de expressão. Os festivais foram o palco privilegiado dessa resistência. Em abril de 1965, a TV Excelsior de São Paulo promoveu o I Festival de Música Popular Brasileira, que deu a vitória à música Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Morais. Em setembro do mesmo ano, entra no ar a TV Jovem Guarda, um programa comandado por Roberto Carlos e Eras- mo Carlos, vinculado ao rock. Ao mesmo tempo, a Universidade de Brasília foi invadida e quinze de seus professores, presos. Os Atos Institucionais extinguiam os partidos políticos, criando o sistema bipartidário: ARENA (governo) e MDB (oposição). Em 1966, no Festival de Música Popular da TV Record saíram vencedoras as composições A Banda de Chico Buarque de Holanda, e Disparada de Geraldo Vandré e Theo Azevedo. No ano seguinte, explodi- ram as primeiras investidas armadas contra o regime: oito guerrilheiros do MR-8 foram presos em Caparaó, MG. O festival de MPB desse ano teve como vencedor Edu Lobo com a música Ponteio. Nesse mesmo ano, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou um manifesto denunciando a prisão de padres e freiras que tinham participação social de oposição ao governo. Ainda em 1967, o governo criou a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e a UNE realizou seu 29º Congresso na clandestinidade, e várias facções de esquerda optaram pela ação terrorista e pela guerrilha para enfrentar a ditadura. 68: o auge dos festivais Em 1968, a tensão entre as forças de oposição e o governo che- gou ao máximo. Organizações paramilitares de direita, como o Comando de Caça aos Comunistas (CCC), depredaram o teatro onde se apresentava a peça Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda, ferindo vários atores e participantes. Os atentados se multiplicaram. Ainda em 68, realizou-se no Rio o III Festival Internacional da Canção, no qual o público se identificou com a composição de Geraldo Vandré, Para não dizer que não falei das flores, que considerada subversiva, levou seu autor à prisão, e foi proibida de ser executada.Uma crise entre o Congresso e o governo emergiu com a cassa- ção do deputado Márcio Moreira Alves. A resposta foi o AI-5, o fechamento do Congresso e a concessão de poderes de exceção ao presidente. De- sencadeou-se, então, violenta repressão do governo, estabelecendo censu- ra prévia a órgãos de imprensa, livros e obras de arte além da perseguição e prisão de líderes estudantis, intelectuais e todos os opositores ao regime. Por outro lado, a explosão do movimento tropicalista, com Caetano Veloso e Gilberto Gil, provocava reações indignadas tanto em setores da direita quanto da esquerda. A Operação Bandeirantes (OBAN) - montada pelo governo - foi responsável por inúmeras prisões, torturas e desaparecimentos. Em con- trapartida, grupos guerrilheiros seqüestraram o embaixador norte- americano Charles Elbrick, exigindo para soltá-lo a libertação de presos políticos. Foram mortos os líderes guerrilheiros Virgílio e Carlos Marighella. No topo desse confronto, foi eleito presidente o general Garrastazu Médici, inaugurando a década de 70. A década de 70: da repressão à abertura Tortura e TV em cores Enquanto o Brasil conquistava o Tricampeonato Mundial de Fu- tebol no México, embalado pela marchinha Pra frente Brasil, e os brasileiros acompanhavam pela TV a maestria da "seleção canarinho", vibrando com Pelé, Jairziriho, Tostão, Gerson, acontecia muita coisa nos porões do DOI- CODI. Aos atentados terroristas de esquerda o Estado respondia com tortura, morte, desaparecimento. Anunciaram-se a Transamazônica e mais tarde a Itaipu. O ministro Delfim Neto proclamava “milagre brasileiro". Em 1971, depois de torturado e morto pelas Forças Armadas, desaparece o deputado Rubens Paiva. Enquanto isso, o Brasil via, em cores, as primeiras emissões coloridas da América Latina, a propaganda do governo e seu lema: "Brasil, ame-o ou deixe-o". O ministro Jarbas Passarinho reagiu às denúncias, encampadas por organismos internacionais, de tortura no Brasil: Afirmar que a tortura, no Brasil, é praticada como sistema de governo é uma infâmia. Em 1972, a Rede Globo lançou a primeira novela em cores no Brasil - O Bem Amado - criada por Dias Gomes e estrelada por Paulo Gracindo. As novelas da televisão, ou telenovelas, passavam a ter cada vez maior repercussão e audiência. Em 1972, a população brasileira che- gou aos cem milhões de habitantes. A televisão adquiriu a condição de moderadora de opiniões e comportamentos, quer pela padronização das informações quer pela propaganda e excitação ao consumismo. O cinema recompôs-se com a organização do I Festival de Gra- mado (RS), onde o filme Toda nudez será castigada, de Arnaldo Jabor, APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 5 sagrou-se o grande vencedor. Em 1977, Raquel de Queirós tornou-se a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras. Com a "abertu- ra" do governo Geisel, retornaram ao Brasil alguns líderes políticos e artis- tas exilados no exterior. Ainda nesse ano, um manifesto de 1 046 inte- lectuais exigia que o governo extinguisse a censura no país. Na mobiliza- ção contra a censura, ganhou destaque uma campanha pela liberação da peça Rasga Coração, de Oduvaldo Viana Filho, proibida desde 1974 e liberada em 1978. Os anos 80 Redemocratização, sindicalismo. Igreja As lutas pela redemocratização do país ganham força no início dos anos 80. As grandes redes de televisão tentavam reeditar os famosos festivais dos anos 60, sem o sucesso esperado, mas revelando alguns talentos. O processo de redemocratização do país era saudado pelos intelectuais, pela imprensa e pela Igreja, respaldada por amplos setores da sociedade. O sindicalismo dos últimos dois anos da década anterior torna- ra-se importante movimento de conscientização e repolitização da socieda- de. Os círculos reacionários, organizados em grupos e facções paramilita- res, descontentes com o processo de "abertura", promoveram inúmeros atentados, entre os quais se contam uma bomba colocada na sede da OAB (que matou uma pessoa) e o episódio Rio Centro, em que uma bomba explodiu em um carro onde se encontravam oficiais do Exército, à paisana, com o intuito de sabotar a celebração do li de Maio. Os inúmeros conflitos de terra, medrados pela Igreja, multiplica- ram-se pelo país. O papa João Paulo II visitou o Brasil, encontrando-se com os operários em São Paulo. Dois padres franceses foram presos por envolvimento em conflitos de terra no Araguaia. As cidades históricas de Ouro Preto e Olinda, bem como Brasí- lia, a capital do país, foram consideradas "patrimônio cultural da humanida- de'' pela UNESCO. O Brasil iniciou pesquisas na Antártida e lançou seus primeiros satélites de comunicações - Brasilsat I e II. Os filmes O Homem que virou suco, de João Batista de Andrade, e Pixote, de Hector Babenco, foram premiados internacionalmente. Depois de uma crise com a Embrafilme e outra com a censura, o filme de Roberto Farias Pra frente Brasil conseguiu ser exibido, recebendo o prêmio no Festival de Cinema de Berlim. Nelson Pereira dos Santos filmou Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, estrelado por Carlos Vereza, que rece- beu um prêmio no Festival Internacional de Cinema da Índia por seu de- sempenho. O beijo da mulher aranha, produção brasileira dirigida por Hector Babenco, levou o Brasil até Hollyvvood e Eu sei que vou te amar, de Arnaldo labor, deu à Fernanda Torres o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. Por ocasião da votação de uma emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB) para eleições diretas como forma e condução da sucessão presidencial, no final do governo Figueiredo, explodiu uma das maiores manifestações populares da História do país, consagrada como "DIRETAS JÁ''. O comício da Candelária, no Rio, reuniu 1 milhão de pes- soas. Era o fim da ditadura militar. Depois que a morte afastou Tancredo Neves da presidência, a Nova República começava com José Sarney. A proibição do filme Je vous salue, Marie, de Jean-Luc Godard, e Teledeum, em 1987, demonstrava a vigência, ainda que restrita, de mecanismos de censura de obras artísticas. O diálogo cultura-sociedade 1930: reflexão sobre as contradições. A década de 30 continuou e aprofundou a reflexão crítica sobre a sociedade brasileira inaugurada pelo Modernismo. A sociedade que surgia via-se presa entre as contradições da ordem política internacional e as próprias contradições do embate interno entre as classes sociais divergentes e antagônicas. Essas intensas contra- dições, ao lado da emergência de um combate ideológico em todo o mun- do, foram aspectos decisivos para o impulso que orientou a cultura brasilei- ra. O rádio, o cinema e a televisão, embora desenvolvam contornos e peculiaridades ligados às nossas especificações, quase sempre foram os meios de padronização, veiculação e sustentação das expressões culturais dominantes, sob forte influência dos EUA, a nação hegemônica do hemisfé- rio ocidental. Depois do modernismo, a ficção regionalista espelhou situações que afetavam distorções e misérias presentes em nossa realidade. O traço local não impediu que certas características essenciais de toda uma socie- dade fossem reveladas por Graciliano Ramos, José Lins e Jorge Amado. A visão crítica desses autores era ainda eficaz devido à força artística de suas obras. De outro lado, a própria cultura, como tudo o mais, passou a ser tratada, pela era de consumo de massa do capitalismo, como mercadoria. 1940: americanização. A década de 40 marcou o período áureo do alinhamento político-ideológico do Brasil. Os traços já delineados da cultura demassa adquiriram um raio de ação ainda mais amplo. Em contraposição, a universidade adquiria uma presença decisi- va na vida intelectual brasileira, com ênfase especial para a Universidade de São Paulo, que na década de 30 realizou um intenso programa de intercâmbio com as universidades francesas. Por fim, a própria americani- zação pode ser vista também como a conseqüência da modernização do país e de seu ingresso nos padrões de consumo do mercado internacional. 1950: a década da fermentação. Escritores como Carlos Drum- mond de Andrade, Murilo Mendes, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto dão continuidade às suas obras, mantendo suas qualidades e aprofundando suas pesquisas, oferecendo ao conjunto da literatura brasileira uma elevação nunca antes atingida. No cinema, Nelson Pereira dos Santos iniciava uma obra que anteciparia as preocupações do Cinema Novo, e a Bossa Nova trazia uma renovação rítmica e harmônica, além de uma sensibilidade intimista nas letras e nas interpretações. A van- guarda artística definia-se com a estética do concretismo. De 1960 aos 90: dilaceramento e padronização. Com a televi- são, instrumento privilegiado de padronização, o país tornou-se objeto de uma certa homogeneização cultural. O controle do setor de comunicações pela ditadura imprimiu à televisão um papel de catequese ideológica. Na música, o tropicalismo foi a grande manifestação sintonizada com a revolu- ção cultural dos anos 60. O Cinema Novo herdava a tradição crítica do melhor romance brasileiro e adquiria prestígio internacional. A vitalidade do teatro afirmou-o também como palco da resistência cultural à ofensiva da repressão ideológica desfechada pela ditadura. Exílios, prisões, torturas, guerrilhas, assassinatos configuraram uma época trágica, com um impacto de certo modo paralisante na cena cultural. Certos críticos vêem os anos 80 ainda definidos por essa paralisia, mas a extrema diversificação cultural alcançada pelos grandes centros urbanos é um fator importante e aberto às possibilidades de criação. A atividade cultural no final da década de 80 e início da de 90 so- freu grave redução no Brasil, por fatores como a recessão econômica e medidas políticas do governo Collor: a extinção da Lei Sarney, que canali- zava subsídios da iniciativa privada para a produção artística; a extinção da Funarte e Embrafilme; a classificação prévia de programas de TV. Em 91, a Lei Rounaet restabelece aqueles incentivos às artes. A produção artística teatral apresentou revelações, nesta primei- ra metade da década de 90, como o autor, diretor e ator Miguel Falabela e o diretor Gabriel Vilela. Peças como O Livro de Jó, Querida Mamãe e Pérola foram alguns dos destaques em 1995. Neste mesmo ano o cinema nacional deu um salto produtivo de repercussão internacional com O Qua- trilho e com o cinema bem cuidado de Walter Moreira Salles, com o filme Terra Estrangeira. Cultura do Brasil Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. "A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana da tradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas por coloridos herdados dos índios americanos e dos negros africanos. O Brasil emerge, assim, como um renovo mutante, remarcado de característi- cas próprias, mas atado genericamente à matriz portuguesa, cujas potenci- APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 6 alidades insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizariam plena- mente. " O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro, , pag 16.1 A cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira perfeitamente homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo brasileiro ser um mosaico étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil, especialmente em comparação com os países do Velho Mundo. Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com menor participação africana. No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na língua, culinária, música e outros aspectos. Outras etnias, como os árabes,espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais limitada. Formação da cultura brasileira O substrato básico da cultura brasileira formou-se durante os séculos de colonização, quando ocorre a fusão primordial entre as culturas dos indígenas, dos europeus, especialmente portugueses, e dos escravos trazidos da África subsahariana. A partir do século XIX, a imigração de europeus não-portugueses e povos de outras culturas, como árabes e asiáticos, adicionou novos traços ao panorama cultural brasileiro. Também foi grande a influência dos grandes centros culturais do planeta, como a França, a Inglaterra e, mais recentemente, dos Estados Unidos, países que exportam hábitos e produtos culturais para o resto do globo. Os portugueses Cavalhadas de Pirenópolis(Pirenópolis, Goiás) de origem portuguesa - Mascarados durante a execução do Hino do Divino. Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem portuguesa. Durante 322 anos o território foi colonizado por Portugal, o que implicou a transplantação tanto de pessoas quanto da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. O número de colonos portugueses aumentou muito no século XVIII, na época do Ciclo do Ouro. Em 1808, a própria corte de D. João VI mudou-se para o Brasil, um evento com grandes implicações políticas, econômicas e culturais. A imigração portuguesa não parou com a Independência do Brasil: Portugal continuou sendo uma das fontes mais importantes de imigrantes para o Brasil até meados do século XX. A mais evidente herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa, atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país. A religião católica, crença da maioria da população, é também decorrência da colonização. O catolicismo, profundamente arraigado em Portugal, legou ao Brasil as tradições do calendário religioso, com suas festas e procissões. As duas festas mais importantes do Brasil, o carnaval e as festas juninas, foram introduzidas pelos portugueses. Além destas, vários folguedos regionalistas como as cavalhadas, o bumba-meu-boi, o fandango e a farra do boi denotam grande influência portuguesa. No folclore brasileiro, são de origem portuguesa a crença emseres fantásticos como a cuca, o bicho-papão e o lobisomem, além de muitas lendas e jogos infantis como as cantigas de roda. Na culinária, muitos dos pratos típicos brasileiros são o resultado da adaptação de pratos portugueses às condições da colônia. Um exemplo é a feijoada brasileira, resultado da adaptação dos cozidos portugueses. Também a cachaça foi criada nos engenhos como substituto para a bagaceira portuguesa, aguardente derivada do bagaço da uva. Alguns pratos portugueses também se incorporaram aos hábitos brasileiros, como as bacalhoadas e outros pratos baseados no bacalhau. Os portugueses introduziram muitas espécies novas de plantas na colônia, atualmente muito identificadas com o Brasil, como a jaca e a manga. De maneira geral, a cultura portuguesa foi responsável pela introdução no Brasil colônia dos grandes movimentos artísticos europeus: renascimento, maneirismo,barroco, rococó e neoclassicismo. Assim, a literatura, pintura, escultura, música, arquitetura e artes decorativas no Brasil colônia denotam forte influência da arte portuguesa, por exemplo nos escritos do jesuíta luso-brasileiro Padre Antônio Vieira ou na decoração exuberante de talha dourada e pinturas de muitas igrejas coloniais. Essa influência seguiu após a Independência, tanto na arte popular como na arte erudita. Os indígenas A colonização do território brasileiro pelos europeus representou em grande parte a destruição física dos indígenas através de guerras e escravidão, tendo sobrevivido apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente, apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e conseguem manter parte da sua cultura original. Indígena brasileiro, representando sua rica arte plumária e de pintura corporal. Apesar disso, a cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a rede de descanso. Um dos aspectos mais notáveis da influência indígena foi a chamada língua geral (Língua geral paulista, Nheengatu), uma língua derivada do Tupi-Guarani com termos da língua portuguesa que serviu de língua franca no interior do Brasil até meados do século XVIII, principalmente nas regiões de influência paulista e na região amazônica. O português brasileiro guarda, de fato, inúmeros termos de origem indígena, especialmente derivados do Tupi-Guarani. De maneira geral, nomes de origem indígena são frequentes na designação de animais e plantas nativos (jaguar, capivara, ipê, jacarandá, etc), além de serem muito frequentes na toponímia por todo o território. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 7 A influência indígena é também forte no folclore do interior brasileiro, povoado de seres fantásticos como o curupira, osaci-pererê, o boitatá e a iara, entre outros. Na culinária brasileira, a mandioca, a erva-mate, o açaí, a jabuticaba, inúmeros pescados e outros frutos da terra, além de pratos como os pirões, entraram na alimentação brasileira por influência indígena. Essa influência se faz mais forte em certas regiões do país, em que esses grupos conseguiram se manter mais distantes da ação colonizadora, principalmente em porções da Região Norte do Brasil. Os africanos A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religiãoislâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo. Capoeira, a arte-marcial afro-brasileira. Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco,Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da migração dos escravos. Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás. A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé. Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial. Os imigrantes O imigrante germânico e suas tradições: Oktoberfest em Igrejinha. A maior parte da população brasileira no século XIX era composta por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, quando considerada a faixa de tempo entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências germânicas desses colonos. Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração japonesa, porém de forma mais limitada. De maneira geral, as vagas de imigração europeia e de outras regiões do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na culinária, por exemplo,foi notável a influência italiana, que transformou os pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões, especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência europeia imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 8 Aspectos Arquitetura e patrimônio histórico Obra de Mestre Ataíde na abóbada da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, símbolo do Barroco brasileiro. O interesse oficial pela preservação do patrimônio histórico e artístico no Brasil começou com a instituição em 1934 da Inspetoria de Monumentos Nacionais. O órgão foi sucedido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e hoje o setor é administrado nacionalmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que já possui mais de 20 mil edifícios tombados, 83 sítios e conjuntos urbanos, 12.517 sítios arqueológicos cadastrados, mais de um milhão de objetos arrolados, incluindo o acervo museológico, cerca de 250 mil volumes bibliográficos e vasta documentação arquivística.2 Tradições imateriais como o samba de roda do Recôncavo Baiano e a arte gráfica e pintura corporal dos índios Wajapi do Amapá também já foram reconhecidas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Também os estados e alguns municípios já possuem instâncias próprias de preservação e o interesse nesta área tem crescido nos últimos anos. Mesmo com a intensa atividade dos órgãos oficiais, o patrimônio nacional ainda sofre frequente depredação e tem sua proteção e sustentabilidade limitadas pela escassez de verbas e pela falta de consciência da população para com a riqueza de sua herança cultural e artística e para com a necessidade de um compartilhamento de responsabilidades para sua salvaguarda efetiva a longo prazo.3 O Palácio da Alvorada em Brasília, obra de Oscar Niemeyer. O patrimônio histórico brasileiro é um dos mais antigos da América, sendo especialmente rico em relíquias de arte e arquitetura barrocas, concentradas sobretudo no estado de Minas Gerais (Ouro Preto,Mariana, Diamantina, São João del-Rei, Sabará, Congonhas, etc) e em centros históricos de Recife, São Luis, Salvador, Olinda, Santos, Paraty, Goiana, Pirenópolis, Goiás, entre outras cidades. Também possui nas grandes capitais numerosos e importantes edifícios de arquitetura eclética, da transição entre os séculos XIX e XX. A partir de meados do século XX a construção de uma série de obras modernistas, criadas por um grupo liderado porGregori Warchavchik, Lucio Costa e sobretudo Oscar Niemeyer, projetou a arquitetura brasileira internacionalmente.4 O movimento moderno culminou na realização de Brasília, o único conjunto urbanístico moderno do mundo reconhecido pelaUNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. Parque Nacional Serra da Capivara Também há diversidade em sítios arqueológicos, como o encontrado no sul do estado do Piauí: serra da Capivara. Os problemas enfrentados pela maioria dos sítios arqueológicos brasileiros não afetam os mais de 600 sítios que estão no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Localizado em uma área de 130 mil hectares o Parque Nacional da Serra da Capivara é um exemplo de conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Em 1991, foi consagrado patrimônio mundial pela Unesco.5 A serra da Capivara é uma das áreas mais protegidas do Brasil, pois está sob a guarda do Iphan, Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundahm e do Ibama local, que tem poder de polícia. Nesta mesma área se localiza o Museu do Homem Americano, onde se encontra o mais velho crânio humano encontrado na América.6 Culinária Brigadeiro, doce típico do Brasil. A culinária brasileira é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos.7 A refeição básica do brasileiro médio consiste em arroz, feijão e carne. O prato internacionalmente mais representativo do país é a feijoada. Os hábitos alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e de peixes de água doce. No Sudeste há pratos diversos como o feijão tropeiro e angu, em Minas Gerais, e a pizza em São Paulo. No Sul do país há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul, que também é uma característica muito forte na cultura brasileira. O Brasil não possui carnes de qualidade tão elevada como a da Argentina e Uruguai que se destaca nessa área pelo seu terreno geográfico. No entanto, o brasileiro é um amante do bom churrasco acompanhado de bebidas como a cerveja, o chopp deixando o vinho para outras ocasiões. APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 9 Literatura Machado de Assis, um dos maiores escritores do Brasil. O primeiro documento a se considerar literário na história brasileira é a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Manuel I de Portugal, em que o Brasil é descrito, em 1500. Nos próximos dois séculos, a literatura brasileira ficou resumida a descrições de viajantes e a textos religiosos. O barroco desenvolveu-se no Nordeste nos séculos XVI e XVII e o arcadismo se expandiu no século XVIII na região das Minas Gerais. Aproximadamente em 1836, o Romantismo afetou a Literatura Brasileira e nesse período, pela primeira vez, a literatura nacional tomou formas próprias, adquirindo características diferentes da literatura europeia. O Romantismo brasileiro (possuindo uma temática indianista), teve como seu maior nome José de Alencar e exaltava as belezas naturais do Brasil e os indígenas brasileiros.8 Após o Romantismo, o Realismo expandiu-se no país, principalmente pelas obras de Machado de Assis (fundador da Academia Brasileira de Letras). Entre 1895 e 1922, não houve estilos literários uniformes no Brasil, seguindo uma inércia mundial. A Semana de Arte Moderna de 1922 abriu novos caminhos para a literatura do país. Surgiram nomes como Oswald de Andrade e Jorge Amado. O século XX também assistiu ao surgimento de nomes como Guimarães Rosa e Clarice Lispector, os chamados "romancistas instrumentalistas", elencados entre os maiores escritores brasileiros de todos os tempos.9 10 Atualmente, o escritor Paulo Coelho (membro da Academia Brasileira de Letras) é o escritor brasileiro mais conhecido, alcançando a liderança de vendas no país e recordes pelo mundo. Apesar de seu sucesso comercial, críticos diversos consideram que produz uma literatura meramente comercial e de fácil digestão, e chegam a apontar diversos erros de português em suas obras, principalmente em seus primeiros livros. Outros autores contemporâneos são bem mais considerados pela crítica e possuem também sucesso comercial, como Nelson Rodrigues, Ignácio de Loyolla Brandão, Rubem Fonseca, Luís Fernando Veríssimo e outros. Artes visuais "A descoberta da terra" (1941),pintura mural de Portinari no edifício da Biblioteca do Congresso,Washington, DC. O Brasil tem uma grande herança no campo das artes visuais. Na pintura, desde o barroco se desenvolveu uma riquíssima tradição de decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos coloniais, com destaque para os localizadosnos centros da Bahia, Pernambuco e sobretudo em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre Ataíde foi um dos marcos deste período. No século XIX, com a fundação da Escola de Belas Artes, criou-se um núcleo acadêmico de pintura que formaria gerações de notáveis artistas, que se encontram até hoje entre os melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles, Pedro Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o movimento internacional de renovação das artes plásticas e criadores como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari determinaram os novos rumos da pintura nacional, que até os dias de hoje não cessou de se desenvolver e formar grandes mestres. Escultura de Aleijadinho "Cristo no horto das oliveiras", localizada Congonhas, Minas Gerais. No campo da escultura, igualmente o barroco foi o momento fundador, deixando uma imensa produção de trabalhos de talha dourada nas igrejas e estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo de esculturas das Estações da Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, obra de Aleijadinho. Experimentando um período de retraimento na primeira metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a brilhar nas últimas décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas Artes e através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate de Victor Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 10 depois dele Alfredo Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans Krajcberg, Amilcar de Castro e uma série de outros, que têm levado a produção brasileira aos fóruns internacionais da arte. Da metade do século XX em diante outras modalidades de artes visuais têm merecido a atenção dos artistas brasileiros, e nota-se um rápido e grande desenvolvimento na gravura, no desenho, na cerâmica artística, e nos processos mistos como instalações e performances, com resultados que se equiparam à melhor produção internacional. Música A música do Brasil se formou, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus e africanos, trazidos respectivamente por colonizadores portugueses e escravos. Instrumentos populares no Brasil. Até o século XIX Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências que construíram a música brasileira, clássica e popular, introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse de origem portuguesa, mas genericamente europeia. O primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, autor de peças sacras com notável influência do classicismo vienense. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora. Sala São Paulo, em São Paulo, uma das salas de concerto com melhoracústica no mundo. Ao longo do tempo e com o crescente intercâmbio cultural com outros países além da metrópole portuguesa, elementos musicais típicos de outros países se tornariam importantes, como foi o caso da voga operística italiana e francesa e das danças como a zarzuela, o bolero e habanera de origem espanhola, e as valsas e polcas germânicas, muito populares entre os séculos XVIII e XIX, e o jazz norte-americano no século XX, que encontraram todos um fértil terreno no Brasil para enraizamento e transformação. Com grande participação negra, a música popular desde fins do século XVIII começou a dar sinais de formação de uma sonoridade caracteristicamente brasileira. Na música clássica, contudo, aquela diversidade de elementos se apresentou até tardiamente numa feição bastante indiferenciada, acompanhando de perto - dentro das possibilidades técnicas locais, bastante modestas se comparadas com os grandes centros europeus ou como os do México e do Peru - o que acontecia na Europa e em grau menor na América espanhola em cada período, e um caráter especificamente brasileiro na produção nacional só se tornaria nítido após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do século XX. Esportes Estádio do Maracanã, um dos maiores estádios de futebol do mundo. O futebol é o esporte mais popular no Brasil.11 A Seleção Brasileira de Futebol foi cinco vezes vitoriosa na Copa do Mundo FIFA, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.12 Basquetebol, futsal, voleibol, automo bilismo e as artes marciais também têm grande popularidade no país. Embora não sejam tão praticados e acompanhados como os esportes citados anteriormente, tênis, handebol, natação e ginástica têm encontrado muitos seguidores brasileiros ao longo das últimas décadas. Alguns esportes têm suas origens no Brasil: futebol de praia,13 futsal (versão oficial do futebol indoor),14footsack,15 futetênis16 17 e futevôlei emergiram de variações do futebol. Outros esportes criados no país são a peteca,18 oacquaride,19 20 21 o frescobol22 o sandboard,23 e o biribol.24 Nas artes marciais, os brasileiros têm desenvolvido acapoeira,25 vale-tudo,26 e o jiu-jitsu brasileiro.27 No automobilismo, pilotos brasileiros ganharam o campeonato mundial de Fórmula 1 oito vezes: Emerson Fittipaldi, em 1972 e 1974;28 Nelson Piquet, em 1981, 1983 e 1987;29 e Ayrton Senna, em 1988, 1990 e 1991.30 Grande Prêmio do Brasil de 2007 noAutódromo de Interlagos em São Paulo. O Brasil já organizou eventos esportivos de grande escala: o país organizou e sediou a Copa do Mundo FIFA de 195031 e foi escolhido para sediar a Copa do Mundo FIFA de 2014.32 O circuito localizado em São Paulo, Autódromo José Carlos Pace, organiza anualmente o Grande Prêmio do Brasil.33 São Paulo organizou os Jogos Pan-americanos de 196334 e o Rio de Janeiro organizou os Jogos Pan-americanos de 2007.34 Além disso, o país vai sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2016, que serão realizados na cidade do Rio de Janeiro.35 APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 11 Religião Estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro, Brasil. O Brasil é um país religiosamente diverso, com tendência de tolerância e mobilidade entre as religiões. A população brasileira é majoritariamente cristã (89%), sendo sua maior parte católica. Herança da colonização portuguesa, o catolicismo foi a religião oficial do Estado até a Constituição Republicana de 1891, que instituiu o Estado laico. A mão de obra escrava, vinda principalmente da África, trouxe suas próprias práticas religiosas, que sobreviveram à opressão dos colonizadores, dando origem às religiões afro-brasileiras. Na segunda metade do século XIX, começa a ser divulgado o espiritismo no Brasil, que hoje é o país com maior número de espíritas no mundo. Nas últimas décadas, as religiões protestantes têm crescido rapidamente em número de adeptos, alcançando atualmente uma parcela significativa da população. Do mesmo modo, aumenta o percentual daqueles que declaram não ter religião,grupo superado em número apenas pelos católicos nominais e evangélicos. Muitos praticantes das religiões afro-brasileiras, assim como alguns simpatizantes do espiritismo, também se denominam "católicos", e seguem alguns ritos da Igreja Católica. Esse tipo de tolerância com o sincretismo é um traço histórico peculiar da religiosidade no país. Seguem as descrições das principais correntes religiosas brasileiras, ordenadas pela porcentagem de integrantes de acordo com o recenseamento demográfico do IBGE em 2000. Folclore O folclore brasileiro é um conjunto de mitos, lendas, usos e costumes transmitidos em geral oralmente através das gerações com a finalidade de ensinar algo, ou meramente nascido da imaginação do povo. Por ser o Brasil um país de dimensões continentais, possui um folclore bastante rico e diversificado e suas histórias enaltecem o conhecimento popular e encantam os que as escutam. Referências Jump up↑ Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro, página 16 Jump up↑ Ministério da Cultura. Jump up↑ ALMEIDA, Luiz Fernando de. O Brasil e os Desafios do Patrimônio. Portal do Ministério da Cultura, 13 de Janeiro de 2007. Jump up↑ Fernando, Lara (12/09/2000). Vitruvius: Espelho de fora: arquitetura brasileira vista do exterior. 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Seja como for, ao iniciar-se o século XVI, Portugal inaugura a principal via marítima de passagem, a rota atlântica para as especiarias asiáticas, ao mesmo tempo em que minguava a tradicional função histórica do Mediterrâneo. Marco primordial do universalismo renas- centista, a descoberta do Brasil inicia a expansão colonial e comercial européia na época moderna. Período colonial A história do Brasil, nos três primeiros séculos a partir do descobrimen- to, é parte preponderante da história da expansão colonial e comercial européia. O Brasil, nos quadros do sistema colonial então vigente, repre- senta tanto uma meta da expansão da economia mercantil européia quanto um instrumento de poder da metrópole portuguesa. Portugal, como os demais antigos reinos medievais europeus -- Espanha, Países Baixos, França e Inglaterra -- buscava organizar-se em estado moderno, unificado e centralizado, e como eles lançava-se à construção do seu império colonial. Administração colonial. As práticas coloniais no Brasil estavam subor- dinadas a repartições que integravam o aparelho de estado português: o Conselho de Estado superintendia as decisões de maior relevância, até mesmo as de âmbito colonial; destacava-se nele o secretário de Estado, do qual a figura mais notória foi o marquês de Pombal no reinado de D. José I, APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos Conhecimentos Gerais A Opção Certa Para a Sua Realização 12 na segunda metade do século XVIII; os assuntos militares cabiam ao Con- selho de Guerra, enquanto o desembargo do Paço e a Casa da Suplicação encabeçavam as práticas judiciárias; o Conselho da Fazenda e a Casa da Índia tinham a seu cargo as finanças e o comércio, e a Mesa da Consciên- cia e Ordens intervinha nos assuntos eclesiásticos, das ordens religiosas- militares e de ensino. Em face da união da igreja e do estado, neste se incluía o Tribunal da Inquisição, cuja importância pode ser medida pela relevância do pensamento religioso como ideologia que legitimava a autori- dade do soberano. O Conselho Ultramarino tinha funções diretamente articuladas à política colonial e substituiu, depois da Restauração de 1640, o Conselho da Índia e Conquistas Ultramarinas, instalado na União Ibérica (1580-1640). Embora não houvesse uma legislação específica para o Brasil, nume- rosas decisões setoriais indicam a especificidade dos problemas brasileiros, como os regimentos e recomendações enviados aos governadores-gerais e vice-reis, as disposições legais sobre os indígenas, a ação catequética e as atividades econômicas, notadamente as de
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