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* * CRIMINOLOGIA * * 1 – Definição (Antonio Garcia-Pablos de Molina) – “Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social” * * O método do direito é dedutivo (há uma lei geral que se aplica ao caso). O método da criminologia é empírico e indutivo, pois o contado com o objeto é imediato. A política criminal não tem um método próprio. É uma estratégia de ação política orientada pelo saber criminológico. * * Objeto Crime: Incidência aflitiva Incidência massiva. Persistência espaço-temporal Inequívoco consenso quanto à efetividade da intervenção * * Criminoso. Concepções criminológicas: ente biológico? Ente sociológico? Ente jurídico? Ente político? * * Vítima: Benjamin Mendelsohn – 1º vitimólogo – Professor da Universidade Hebraica de Jerusalém – “Um horizonte novo na ciência biopsicossocial: a vitimologia (1947). Pesquisas de vitimização. Vitimização: primária e secundária (e terciária) * * Controle Social. Não se resume à repressão penal (Prisão e Polícia). Formal – proveniente de fonte estatal. Informal – fonte não estatal. * * Nascimento da Criminologia * * “O homem delinquente” (1876) de Cesare Lombroso * * Atavismo (salto geracional de uma característica primitiva) Craniometria e fisionomia Frenologia Criminoso nato Degenerescência * * Causas do crime – tríptico lombroseano: 1 – Regressão atávica 2 – Taras degenerativas 3 – Fatores externos (apenas como desencadeantes). * * Enrico Ferri Rafaele Garófalo * * As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil (1938) – Raimundo Nina Rodrigues * * Escolas do Consenso * * Escola de Chicago/ Ecológica ou Arquitetura Criminal. Principais autores – William Thomas, Robert Park, Ernest Burgess. * * Teoria da associação diferencial Edwin Sutherland (1883-1950) * * 1 – o comportamento criminal é um comportamento aprendido 2 – É aprendido mediante a interação com outras pessoas em um processo comunicativo 3 – A maior carga de aprendizagem se dá nas relações sociais mais próximas 4 – o aprendizado inclui a técnica do delito, além da própria justificação do ato. 5 – surge o delinquente quanto às definições favoráveis à violação da norma superam as desfavoráveis. * * Teoria da anomia Émile Durkheim (fundador da sociologia), cunhou o termo anomia para designar uma situação de falta de objetivos sociais e ausência de normas. Enfraquecimento da consciência coletiva. * * Robert K. Merton apropria-se desse conceito e constrói uma teoria criminológica em “Teoria social e estrutura social” (1938). * * Teoria das subculturas delinquentes Albert K. Cohen (1955): Delinquent boys: the culture of the gang. * * Características da delinquência subcultural: 1 – malícia (prazer perverso na conduta) 2 – não-utilitarismo 3 – negatividade. * * Escolas do conflito – questionam a existência de uma realidade ontológica no delito, passando a entender o delito como uma entidade originalmente jurídica. * * Contexto cultural Guerra do Vietnam movimento beatnik e hippie Thimothy Leary populariza o LSD Pacifismo feminismo (Nancy Fraser) Martin Luther King e Malcom X – Panteras Negras. America Latina – resistência às ditaduras. * * Labelling approach – abordagem do etiquetamento, interacionismo simbólico ou teoria da rotulação social ou da reação social. Surge na sociologia a partir da publicação de Outsiders (studies in the sociology os deviance), de Howard S. Becker (1963). * * Conclusão – nenhum ato é desviante por si próprio, mas o desvio é criado por um rótulo imposto, criado pelos “gestores morais” – quem são? Classes dominantes culturalmente, elites políticas e Estado. * * Outros autores do labelling approach: Kai T. Erikson Edwin Lemert Edwin Schur Erving Goffman (Manicômios, Prisões e Conventos e Estigma) * * Conceitos fundamentais do labelling approach: Role engulfment (mergulho no papel desviado) – a partir da imposição do estigma de criminoso, doente mental etc, a pessoa passa a se comportar a partir das expectativas dos gestores da moral. * * Profecia auto-realizável – O estigma molda a pessoa a partir da identidade social virtual. No âmbito criminológico, esses conceitos coincidem com a ideia de institucionalização ou prisionização (Donald Clemmer). * * Modelo explicativo de “carreira criminal”: - delinquência primária – resposta ritualizada e estigmatização – distância social e redução de oportunidades – surgimento de uma subcultura delinquente com reflexo na auto-imagem – estigma decorrente da institucionalização – delinquência secundária. * * TEORIAS CRÍTICAS * * Fundadores: Inglaterra – Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young (“A nova criminologia” – 1973 – e “criminologia crítica” – 1975). * * - Propõem a revisão dos fatos criminalizados, para a descaracterização do d. penal como forma de manutenção da exploração das classes proletárias. o direito não é uma ciência, mas uma ideologia. crime deveria ser entendido, desde uma óptica de esquerda, como os atos de exploração. * * Base do “neo-realismo de esquerda” – a solução para o crime consiste na transformação revolucionária e na eliminação da exploração do homem pelo homem. - Proposta – criminalização dos atos que proliferam a exploração (colarinho branco, crimes econômicos e ambientais) e minimalização da repressão penal sobre as classes exploradas. - Criação de uma nova criminalidade e diminuição da velha criminalidade de massa. * * - Contraponto – vertentes abolicionistas - O d. penal não é compatível com a justiça social e a diminuição das desigualdades. * * Thomas Mathiesen (Noruega - vertente maxista) – The politics of abolition (1974) - o direito é uma instância de manutenção da exploração e nunca será usado para reduzir desigualdades (vide os crimes econômicos). * * Louk Hulsman – Holanda - Penas Perdidas (1982) – Jacqueline Bernat de Celis. O que entendemos como crime são situações-problema que não podem ser tratadas como se fossem fruto de um mesmo conflito. * * Nils Christie – Noruega - (1996 – Indústria do controle do crime) – analisa o ganho econômico advindo da exploração do crime no imaginário popular (segurança privada). * * Pensamento de Michel Foucault Vigiar e punir – 1975 * * Desenvolve a tese de que o poder soberano cedeu espaço, na sociedade moderna, a uma nova forma de dominação, que pode ser identificada nas instituições modernas como a prisão, a escola e o hospital psiquiátrico – o poder disciplinar. * * Táticas para o bom adestramento – Vigilância hierárquica, a sanção normalizadora e o exame. * * Novas tendências da criminologia: * * Neo-realismo de direita, law and order, “broken windows” – punição das pequenas infrações. Direito Penal do Inimigo * * David Garland - Inglês (Oxford)– 2001 – Cultura do controle Loïc Wacquant – Berkley – Prisões da Miséria (1999) Relacionam o encarceramento em massa com a política neo-liberal e o desmonte do Estado de Bem-Estar Social. * * Zygmunt Bauman – o criminoso é o “consumidor falho”, que não interessa à sociedade de consumo e deve ser tirado das vistas da sociedade pós-moderna. * * - CRIMINOLOGIA CLÍNICA “estudo do fenômeno criminal por meio do exame da personalidade do culpado” (Benigno Di Tullio). * * - Modelos (Alvino Augusto de Sá) Médico-psicológico Psicossocial Crítico * * Modelo médico-psicológico Paradigma causal de motivação criminal (etiológico) Intervenção – Tratamento Penitenciário ** Classificações dos criminosos: Classificação etiológica (Hilário Veiga de Carvalho) Classificação natural (Cícero Christiano de Souza e Odon Ramos Maranhão) * * Exame Criminológico – Legislação – art. 34 do CP e art. 8º da LEP Obs - Art. 112 da LEP (Previa o exame criminológico para progressão. Foi alterado pela lei 10.792/2003) * * súmula vinculante n. 26: “Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico” * * STJ - súmula n. 439, publicada em 13 de maio de 2010, que estabelece: “admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”. * * Resolução 12/2011, do Conselho Federal de Psicologia Art 4º, § 1º. Na perícia psicológica realizada no contexto da execução penal ficam vedadas a elaboração de prognóstico criminológico de reincidência, a aferição de periculosidade e o estabelecimento de nexo causal a partir do binômio delito delinqüente. Obs – revogou a resolução 9/2012, que proibia expressamente o exame criminológico, cedendo a pressão do MP. * * Modelo psicossocial Paradigma multifatorial de motivação criminal. Intervenção – ressocialização (ideologias “re”) * * Modelo Crítico Paradigma crítico Intervenção (clínica da vulnerabilidade e reintegração social)
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