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Lâminas de serra

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Serra circular 
n
π.Φ
p = Equação 02. 
 
Serra de fita 
n
L
p = Equação 03 
onde, 
p = passo do dente, mm n = número de dentes 
π = constante, 3,1416 L = comprimento da lâmina de serra-fita, m. 
φ = diâmetro do disco, m 
 
SANTINI, E.J. Lâminas de serra 
 
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3.3. Garganta do dente (gullet area) 
 
É o espaço existente entre dois dentes sucessivos, utilizado para alojar a serragem 
produzida durante o corte. A área da garganta é determinada pela altura, passo e formato do 
dente. A capacidade volumétrica, além das variáveis mencionadas, é influenciada pela espessura 
da lâmina ou largura de corte. Consequentemente, qualquer mudança nesses fatores, provoca 
alteração na quantidade de serragem a ser transportada pela mesma. 
A relação entre a altura e o passo do dente deve ficar em torno de 1:2, podendo variar 
com a espécie de madeira e espessura da lâmina. Se a altura do dente for muito grande em 
relação ao passo, podem ocorrer oscilações e vibrações da lâmina, produzindo uma maior largura 
de corte. 
O volume de serragem produzido durante o corte é, normalmente, 3 a 6 vezes maior do 
que o volume de madeira que lhe deu origem. Quando a serra corta madeira verde e de baixa 
densidade, o volume de serragem pode atingir até três vezes mais que o volume de madeira 
original. Entretanto, se a madeira for seca e de alta densidade, o volume de serragem pode ser até 
seis vezes maior. 
É oportuno lembrar que a serragem produzida durante o corte é armazenada e 
transportada pela garganta. Como regra geral, considera-se que a serragem pode ser compactada 
na garganta, em 50% do seu volume a granel sem provocar problemas durante o corte. Deste 
modo, pode-se assumir que a capacidade da garganta oscila entre 1,5 a 3,0 vezes maior do que o 
volume de madeira transformada em serragem. Caso a garganta seja sobrecarregada, a serragem 
será forçada para fora da mesma, e ocupará o espaço entre a lâmina e a madeira. Esta situação 
acarretará uma fricção, e conseqüente aquecimento da lâmina, resultando em prejuízos ao corte. 
Uma serra bem afiada e operada corretamente, produz serragem limpa e bem aparada. 
Caso contrário, se a serra apresentar uma afiação deficiente, a serragem terá uma aparência 
macerada e farinhenta. Neste caso, pode ocorrer da serragem escapar da garganta, alojando-se 
lateralmente e formando uma camada de pó fino. Se a garganta for sobrecarregada, a serragem 
também pode escapar para o espaço entre a lâmina e a madeira, aderindo-se a esta. Entretanto, 
poderá compactar-se na garganta e continuar na lâmina em forma de cavaco compacto. Tanto no 
sobrecarregamento como no insuficiente carregamento da garganta, podem ocorrer oscilações da 
lâmina, produzindo um corte irregular na madeira. Para evitar esses inconvenientes, a capacidade 
da garganta deve ser limitada a 75% de sua área. 
A área da garganta pode ser obtida através da seguinte equação: 
 
a
h.p
A = Equação 04. 
onde, 
A = área da garganta, mm2 
p = passo do dente, mm 
h = altura do dente, mm 
a = valor variável em função do formato do dente, entre 1,65 e 1,75 
 
A capacidade da garganta é calculada da seguinte maneira: 
 
)p5,0D(dG −= Equação 05. 
 
onde, 
G = capacidade da garganta, mm2 D = profundidade de corte, mm 
d = avanço por dente, mm p = passo do dente, mm 
SANTINI, E.J. Lâminas de serra 
 
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3.4. Ângulo de incidência (clearance angle) 
 
O ângulo de incidência é formado por uma linha reta que passa pelas pontas dos dentes e 
outra que tangencia o dorso do dente, passando pela sua ponta. O valor do ângulo não deve ser 
muito pequeno (inferior a 5°), porque a fricção resultante do atrito entre o dorso do dente e a 
madeira produzirá superaquecimento no mesmo. Por outro lado, valores muito grande (superior a 
16°) podem enfraquecer o dente, além de comprometer os ângulos de afiação e de chanfro. Por 
ocasião da afiação da lâmina, deve-se tomar o cuidado de afiar também o dorso do dente, de 
maneira a manter o ângulo correto. 
 
3.5. Ângulo de afiação (sharpness angle) 
 
É formado pela ponta metálica que materializa o dente. Também chamado de ângulo de 
ponta, este elemento determina a resistência do dente, razão pela qual deve ser suficientemente 
grande. Usualmente, este ângulo não deve ser inferior a 40°, sendo adotado um valor em torno de 
50° para madeiras duras e próximo de 35° para madeiras muito macias. Na costa do pacífico 
americana, o valor de 44° é considerado padrão para lâminas de serra-fita largas travadas por 
recalque. 
 
3.6. Ângulo de gancho (hook or rake angle) 
 
É formado por uma normal à linha que passa pelas pontas dos dentes e uma reta que 
tangencia a frente do dente, passando pela sua ponta. É um dos fatores determinantes da 
capacidade de corte da serra, e influi decisivamente na sua capacidade de produção. 
O ângulo de gancho precisa ser adaptado em função do tipo de madeira, da velocidade da 
serra, da velocidade de alimentação, da forma e do tipo de dente. Um valor pequeno produz na 
madeira serrada uma superfície mais lisa do que um ângulo maior. Além disso, se o ângulo de 
gancho de uma serra-fita for insuficiente, haverá resistência ao corte, a lâmina será forçada no 
sentido contrário ao movimento dos volantes, e o pó de serra não será adequadamente eliminado. 
Por outro lado, se o ângulo for muito grande para a velocidade de alimentação estabelecida, o 
dente pode penetrar excessivamente na madeira, enfraquecendo-o. Se a velocidade de 
alimentação for baixa em relação ao ângulo, os dentes não desempenharão suas funções, e as 
pontas desenvolverão uma ação de fricção ao invés de corte, resultando perda prematura do fio. 
Esta condição se manifesta principalmente durante o corte de madeiras abrasivas. 
O ângulo de gancho precisa ser mantido dentro de certos limites determinados pela 
experiência. Deve-se evitar valores superiores a 40°, devido ao alto consumo de energia. A 
experiência tem demonstrado que ângulos em torno de 30° produzem um melhor corte, com um 
mínimo consumo de energia. 
 
 
4. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS LÂMINAS DE SERRA 
 
 São as operações realizadas com o objetivo de manter a lâmina de serra em condições 
favoráveis para execução do corte da madeira. 
 
4.1. Travamento (setting) 
 
É uma deformação produzida manual, mecânica ou automaticamente nas pontas dos 
dentes, de maneira que a largura de corte seja maior que a espessura da lâmina de serra. O 
SANTINI, E.J. Lâminas de serra 
 
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objetivo desse procedimento é evitar o atrito entre a madeira e a lâmina, fazendo com que esta 
passe livremente através do corte realizado previamente pelos dentes. 
A operação de travamento produz esforços no material que podem ir além do seu limite 
elástico, submetendo-o aos riscos da deformação plástica, o que requer cuidados especiais por 
ocasião de sua realização. 
Os dentes de serra são comumente submetidos a dois tipos de travamentos: torção e 
recalque. Com relação as serras de fita, o primeiro é geralmente empregado para lâminas 
estreitas e de pequena espessura, ao passo que o segundo se aplica às lâminas largas e mais 
espessas. O travamento por torção é geralmente empregado para serras circulares de 
processamento secundário e demais equipamentos utilizados para cortes manuais. 
 
4.1.1. Travamento por torção (spring setting) 
 
Consiste em se fazer a inclinação lateral dos dentes de serra, alternadamente, em direções 
opostas, ora para a direita, ora para a esquerda da lâmina. Esta operação pode ser executada 
manualmente com ferramentas simples conhecidas como alicate de travar ou travador, ou ainda 
através de máquinas automáticas. O travamento com máquinas é mais difícil de ser executado 
em lâminas de fita estreitas que em lâminas mais largas, porque tanto os dentes como seus passos 
são pequenos.
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