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Controle de vocabulário Recuperação da informação Arquivologia Aguiar
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Manuela Eugênio Maia
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a] contribuir para que os arquivos [adquirissem] uma posição instrumental relativamente à Paleografia e à Diplomática, disciplinas em ascensão desde os finais do século XVIII”. Verificou-se, que a acepção de documento defendida pela Biblioteconomia e Documentação, incorporou o elemento “informação” como constituinte do documento bibliográfico muito antes da Arquivística. Arrisca-se em dizer que talvez seja pelo fato, do “documento bibliográfico” enunciar, de um modo mais visível, a percepção das categorias conteúdo-assunto. Já o documento arquivístico o assunto é circustancial, pois o que caracteriza o conteúdo de um documento arquivístico é o seu contexto de produção (princípio de proveniência), ou seja, o conteúdo de um documento arquivístico só pode ser compreendido na medida em que seja possível relacionar o documento ao seu contexto de produção. Na prática organizativa da arquivística, Smit (2005, p.9) assinala que a função do documento [arquivístico] é definidora de sua entrada no sistema de informação e posterior organização, na biblioteconomia enfatiza-se sua função no momento da saída do sistema (uso). Conseqüentemente, organizam-se os documentos de acordo com outro parâmetro: a informação neles contida sob forma de assunto. Diante do exposto até aqui se pode afirmar que os processos e as atividades de descrição, classificação não são orientadas para disponibilizar 196 pontos de acesso temáticos18 - devem refletir o contexto de produção do documento. Dito de outra maneira, a noção de assunto não é considerada como ponto de acesso principal nos sistemas de recuperação da informação arquivística. O assunto como um ponto de acesso só adquire legitimidade nos arquivos permanentes, nesse sentido assinalam Smit e Guimarães (1998, p.371) citado por RODRIGUES (2006, p.113) ao afirmarem que o documento arquivístico em sua fase permanente pode apresentar um conteúdo funcional e informacional. Ainda nesse sentido, Jardim e Fonseca (1998, p.371) identificam dois níveis de informação arquivística: ? a informação contida no documento do arquivo, isoladamente; ? e a informação contida no arquivo em si, naquilo que o conjunto, em sua forma, em sua estrutura, revela sobre a instituição ou sobre a pessoa que o criou. O conteúdo funcional relaciona-se com as características orgânico- funcionais, reflete as atividades e ações de seu produtor, já o conteúdo informacional é caracterizado pelo conteúdo temático/assunto. No entanto, possibilitar o acesso e a busca a partir de pontos de acesso temático não é tão simples como parece. Nesse sentido é oportuno realçar alguns traços institucionais dos arquivos permanentes. Sob essa perspectiva, pode-se afirmar que as instituições arquivísticas, em especial os arquivos públicos permanentes no Brasil são subutilizados, possuem um nível muito baixo de visibilidade social. Mesmo havendo instrumentos legais para garantir o acesso e a consulta pública aos cidadãos, é possível afirmar que são poucos os segmentos sociais que enxergam e reconhecem o potencial informativo dos arquivos públicos. Além disso, não basta somente criar decretos e leis para instrumentalizar o direito a informação, pode-se dizer que o direito ao acesso não garante, nem provoca o uso dos 18 De acordo com a norma ISAAR (CPF) “Ponto de acesso” (access point). Nome, termo, palavra-chave, expressão ou código que pode ser usado para pesquisar, identificar e localizar descrições arquivísticas, inclusive registros de autoridade” (CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS, 2003, p.14). 197 conteúdos arquivísticos. A nosso ver, é necessária a construção de uma política nacional de acervos públicos orientadas para o uso em detrimento da preservação, queremos dizer que é necessário uma política sistêmica que contemple recursos financeiros para o desenvolvimento de projetos de instituições arquivísticas públicas, sendo necessário também o investimento de campanhas de marketing para divulgação de seus produtos, ações, serviços e atividades para todos os segmentos da sociedade. Diante do exposto, pode-se dizer que a institucionalização social das instituições arquivísticas é muito menor que a das bibliotecas. A maioria dos segmentos sociais não vê os arquivos como um sistema de informação a ser explorado, e que grande parte dos arquivos públicos não estão preparados tecnicamente para receber usuários. Pode-se afirmar que disponibilizar pontos de acesso temático é apenas uma das ações para institucionalização social dos arquivos permanentes. A possibilidade dos arquivos permanentes utilizarem à categoria “'assunto” ou “temático” como dispositivo para ampliar a busca e recuperação dos conteúdos arquivísticos na fase permanente é legitima, pois a informação arquivística já cumpriu sua principal função ao subsidiar as atividades e ações administrativas, legais, financeiras, técnicas, científicas, culturais, etc. das organizações, sua razão de ser na fase primária (arquivos correntes). Nesse sentido a informação arquivística poderá assumir a dimensão temática caso esteja implícito/explícito nos conteúdos dos documentos arquivísticos pontos de acesso temáticos em potencial para ampliar a busca e recuperação da informação arquivística. Ao evidenciar a temática/assunto, as evidências físicas, orgânicas, funcionais e estruturais de um conteúdo de documento arquivístico como pontos de acesso estar-se-a contribuindo para a garantia da completitude de seu conteúdo, além da inteligibilidade da memória documentária arquivística. Corroboramos Smit (2002) ao enfatizar a noção de complementaridade das instituições arquivísticas atuando em conjunto com outros sistemas de 198 recuperação da informação (Bibliotecas, Centros de Documentação, Museus, Web, etc) no processo de difusão e transferência de conteúdos documentais. Nessa perspectiva, pode-se dizer que as instituições arquivísticas são sistemas de informações complementares, ou seja, a informação arquivística custodiada num arquivo permanente caso seja dotada de ações de organização e tratamento da informação pode contribuir para subsidiar o desenvolvimento de pesquisas para a construção de novos conhecimentos, contribuindo ativamente para a construção da tão aclamada sociedade da informação. É a partir desses apontamentos que pensamos ser oportuno a inserção temática como mais uma possibilidade de busca e recuperação da informação arquivística. Nesse sentido entra em cena o uso do controle de vocabulário controlado e do vocabulário controlado para ativar a complementaridade das instituições arquivísticas na perspectiva da disseminação da informação arquivística para um uso social mais amplo. Aí está o ponto para o qual queremos chamar a atenção: a utilização do vocabulário controlado como um instrumento para representar os conteúdos arquivísticos. Além de representar e recuperar os aspectos contextuais de um conjunto de documentos, o vocabulário controlado oferece mecanismos em sua estrutura para recepcionar a categoria assunto/tema como ponto de acesso e de recuperação de conteúdos documentais custodiados nos arquivos permanentes. Ao oferecer o acesso temático contribuirá para que a busca retrospectiva possa ser ampliada é claro, desde que tenha sido contemplado nas atividades de descrição arquivística (ISAD (G); ISAG (CPF) a identificação de pontos de acesso temático em potencial contidos nos conjuntos e documentos arquivísticos. Apesar da norma ISAD (G) apresentar a área 3.3.1 – âmbito e conteúdo para a descrição de elementos informativos como período de tempo, localização