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RESUMO AÇÃO

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RESUMO DA AULA JURISDIÇÃO AÇÃO E PROCESSO
Sempre ao começarmos a estudar um novo instituto de TGP, lembramos os estágios pelo qual passou o processo:
1º como um anexo do direito civil
2º totalmente desvinculado do direito civil, cuja separação foi muito criticada pois havia excesso de preocupação do processo como instrumento
3º reaproximação do direito material , posto que como instrumento deve ser manejado para a concretização do direito material.
Esta evolução esta intimamente ligada com a evolução da “ação”, pois até hoje se discute a natureza jurídica da ação.
Assim temos diversas teorias a respeito da natureza jurídica da ação:
Teoria Imanentista
De acordo com essa teoria o processo é absorvido pelo direito material. O processo é visto como um procedimento, é uma dinâmica do direito material ou seja é o próprio direito material em movimento.
Características:
Direito material em movimento
Processo é um mero procedimento do direito material
Direito de ação contra o adversário
Teoria Concreta da Ação
Nessa teoria temos as primeiras manifestações com intenção de diferenciar o direito material do direito de ação.
O direito de ação é analisado sob dois aspectos:
É exercido contra o Estado e tem por finalidade obter um pronunciamento favorável.
É um direito exercido contra a parte adversária
É um direito potestativo.
Problema desta teoria:
1.Como sustentar o direito quando da sentença julgando improcedente o direito?
2.No caso de uma ação que tem por objetivo declarar a existência de uma relação jurídica não haveria direito de ação?
Teoria abstrata do direito de ação
Para essa teoria o direito de ação pode existir sem o direito material, pois constitui tão somente um direito de pronunciamento do Estado no exercício da função jurisdicional.
Assim não é necessário nenhum condicionamento para o direito de ação , não se falando portanto em condições da ação.
Com a nova sistemática do NCPC que não fala mais em condições da ação e portanto em carência da ação, parte da doutrina tem defendido esta teoria como consentânea ao NCPC.
Para os defensores desta teoria interesse e legitimidade são questões de mérito e como tais deem ser analisadas.
Entende-se que tal procedimento esta em consonância com o principio da economia processual, pois se analisados como condições da ação e portanto, preliminarmente levaria a nova propositura da ação ao passo que se analisados com o mérito evitam nova propositura da ação.
Resumindo a teoria abstrata
Direito a um pronunciamento do estado
Direito de ação existe ainda que sem direito material
Não há condições da ação ou sentença terminativa por carência da ação.
Interesse e legitimidade são assuntos de mérito.
Teoria Eclética
A teoria eclética é a teoria predominante na doutrina brasileira.
Ela mantém a distinção entre direito de ação e direito material, argumentando que são autônomos e independentes entre si. 
Defende que para o exercício do direito de ação é necessário verificar a existência de condições prévias.
Assim, somente haverá exame de mérito se estas condições forem preenchidas.
Caso as condições não sejam preenchidas haverá decisão terminativa por carência da ação, sem a formação da coisa julgada em sentindo material.
Haverá coisa julgada formal mas não coisa julgada material não ficando prejudicado o conteúdo que se pretende discutir ou seja a parte pode ingressar novamente em juízo para discutir as questões de mérito, pois não houve coisa julgada material (mérito).
Ainda para se entender a teoria eclética há necessidade de se diferenciar o “direito de ação do direito de petição”
Direito de peticionar é incondicionado
Direito de se obter um pronunciamento de mérito é condicionado ao preenchimento as condições da ação.
As condições da ação são consideradas matérias de ordem pública.
(são imperativos que norteiam a correta aplicação da atividade jurisdicional. Delas não se podem afastar os litigantes e o julgador)
Sendo questões de ordem pública podem ser analisados de officio pelo julgador a qualquer momento da marcha processual, muito embora o ideal é que sejam analisadas na propositura da ação.
Resumo da teoria Eclética.
Direito de ação é condicionado (legitimidade e interesse)
Carência da ação forma apenas coisa julgada formal.
Condição da ação é matéria de ordem pública podendo ser analisada a qualquer momento.
Direito de petição é incondicionado.
Teoria da asserção (afirmar com certeza – admite-se provisoriamente que o autor esta dizendo a verdade).
Meio termo entre a teoria abstrata pura e teoria eclética.
Reconhece também a separação entre o direito de ação e o direito material com a presença das condições da ação.
A diferença consiste em que as condições da ação serão analisadas no início do processo de acordo com os elementos fornecido pela parte na petição inicial.
Fala-se em cognição superficial pois o magistrado ira analisar as condições da ação tão logo seja apresentada a ação, ou seja apenas com as informações da parte autora quando da propositura da co judicial..
Por isso que se fala em teoria da asserção, porque a análise das condições da ação parte da proposição feita pela parte, do que ela alega inicialmente. Com essa análise prévia do juiz (cognição sumária) é possível eliminar processos inúteis que, manifestamente, não possuem as condições da ação e, com isso, o magistrado profere uma sentença terminativa.
Caso o magistrado não consiga., quando haverá a denominada “cognição aprofundada”, com os dados trazidos na ação, analisar as condições da ação, o processo seguirá o seu curso. Com o prosseguimento do processo, ao sentenciar , o juiz concluir que não há interesse e legitimidade, nesse caso a sentença será definitiva. Entende-se, portanto, que a análise do interesse e legitimidade ao final do processo, é análise de mérito, razão pela qual a decisão não será meramente terminativa, mas definitiva.
EM QUE MOMENTO NÓS SABEMOS QUE AS CONDIÇÕES DA AÇÃO DEIXARÃO DE SER ANALISADAS EM COGNIÇÃO SUMÁRIA E FICARÃO PARA ANÁLISE FINAL DO PROCESSO???
A partir do momento que o Juiz determinar a citação do réu. Assim, a análise prévia, em asserção, das condições da ação, deve ocorrer com a propositura da ação.
Se em razão dos dados informados pela parte, não tiver elementos para refutar o interesse e a legitimidade, cita-se a parte contrária e esses tópicos serão analisados na sentença.
RESUMO DA TEORIA DA ASSERÇÃO
Distinção entre direito matéria e direito de ação
Direito de ação condicionado a legitimidade e interesse
Avaliação das condições da ação á vista das afirmações do demandante em cognição sumária, que pode levar a carência da ação.
Avaliação do interesse e legitimidade como matéria de érito que pode conduzir à rejeição do pedido.
Condições da ação:
Interesse: Utilidade e necessidade da tutela jurisdicional.
O Autor deve demonstrar que o provimento pretendido é capaz de melhorar sua situação fática a ponto de justificar o dispêndio de tempo, de energia e de dinheiro no processo.
Binômio necessidade e adequação:
O processo será necessário toda vez que o Autor não tiver outro meio para obter o bem da vida pretendido, a não ser por intermédio do Poder Judiciário.
8Adequação : O processo será adequado se, em razão dos pedidos deduzidos, o processo for apto a resolver o conflito de interesses. O poder judiciário dever ser capaz de afastar o conflito para obtenção do bem da vida pretendido pela parte.
Exemplo de falta de interesse: A parte ingressa com uma ação para cobrar dívida ainda não vencida.
Caracterizado o interesse, é importante estudar o artigo 19 e 20 do NCPC:
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – Da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica.
II – Da autenticidade de um documento.
Esses dois dispositivos trazem exemplos de interesse que justificam o ingresso da ação pela parte.
Nesse caso, o bem da vida buscado perante o poder judiciário é a certeza.
De acordo co a doutrina o interessedeve ser:
Jurídico
Objetivo
Atual
Jurídico: A incerteza é capaz de ofender a esfera jurídica de uma pessoa.
Objetivo: Há alguma conduta ou fato exterior que gera dúvida.
Atual: A certeza não é meramente possível, mas efetivamente existente.
Portanto, qualquer relação jurídica pode ser declarada judicialmente, desde que observe os requisitos acima.
Importante: O PROVIMENTO JUDICIAL EM FACE DA AÇÃO DECLARTÓRIA NÃO FORMA TÍTULO EXECUTIVO, DE MODO QUE A EXECUÇÃO FORÇADA NÃO PODERÁ SER USADA COMO INSTRUMENTO, POIS ESTA AÇÃO PRESTA-SE A CONFERIR APENAS UMA CERTEZA JURÍDICA.
Finalizando, 
Art. 20 NCPC:
É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito..
Legitimidade
Pertinência subjetiva da ação.
Titularidade para promover ativa ou passivamente a ação.
Em regra terá legitimidade o titular da relação jurídica de direito material.
Esse será o legitimado comum. Originário.
Há contudo algumas especificidades prevista na legislaçã que permite que alguém que não seja o titular do direito possa buscar a tutela jurisdicional
Art. 18 NCPC
Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único: Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
Legitimação extraordinária.
Detalhes relevantes da legitimação extraordinária:
Legitimação não se confunde com substituição processual
Legitimação extraordinária não se confunde com processo
Na legitimação extraordinária o substituído detém, em regra, todos os poderes inerentes a ação:
Capacidade de alegar, postular e produzir provas.
Não poderá: fazer depoimento pessoal, praticar atos de disposição do direito material do titular do direito, como renunciar e reconhecer o pedido e transacionar.Pa ra esses ato é necessário a anuência expressa do substituído.
Possibilidade Jurídica do Pedido.
O Novo CPC não fala mais em possibilidade jurídica do pedido como uma das condições da ação, todavia este será analisado no mérito, pois ao sentenciar, o juiz vai verificar se o pedido do autor é possível.
De acordo com a doutrina, podemos ter:
Pedido apto a receber tutela judicial por que é previsto no ordenamento jurídico.
Pedido não previsto,porém não vedado, portanto é apto a ser tutelado.
Pedido expressamente vedado por lei.
ELEMENTOS DA AÇÃO
PARTE - PEDIDO - CAUSA DE PEDIR
Esses elementos permitem identifica se as ações são diferentes, semelhantes ou idênticas.
Isso será importante para o estudo do instituto competência.
PARTES: 
Parte Processual :
Aquela que esta em uma relação jurídica processual, que exerce o contraditório, atua com parcialidade e pode sofrer consequências com a decisão.
Parte Material: É o sujeito da relação jurídica discutida em juízo, podendo (legitimação ordinária) ou não ( legitimação extraordinária) ser parte processual.
O que nos interessa é a parte processual.
São partes num processo: Autor e Réu que participam da relação jurídica processual, levando seus pedidos ao juiz para que sejam analisados.
Em rega, as partes atuam isoladamente no processo. Contudo é possível atuarem em conjunto, em litisconsórcio.
CAUSA DE PEDIR
Causa de pedir envolve os fatos que dão origem a lide, juntamente com os fundamentos jurídicos que demonstram a violação do direito, justificando a pretensão da parte perante o juiz:
FATOS + FUNDAMENTOS JURÍDICOS= CAUSA DE PEDIR
O fato é o caso apresentado ao magistrado. Fundamento jurídico é o direito que se afirma, independentemente da hipótese normativa. Assim, o fundamento jurídico não é o fundamento legal, mas o direito que se afirma ter em juízo.
Em razão disso, houve a formulação de teorias para explicar a causa de pedir:
 Teorias que prelecionam acerca da causa de pedir, são elas:
Teoria da individualização ou individuação;
Teoria em que a causa de pedir é composta pelos fatos naturais
Teoria da substanciação ou substancialização
Teoria da individualização ou individuação: diz que a causa de pedir é composta apenas pelo fundamento jurídico, sendo irrelevantes os fatos. Ressalta-se que fundamento jurídico não se confunde com fundamento legal.
Teoria dos fatos naturais: afirma que a causa de pedir é composta pelos fatos naturais que são aqueles desprovidos de qualquer consequência jurídica. Essa teoria é pouco difundida sendo aceita por alguns autores norte-americanos com base em um precedente da Suprema Corte. Não foi atribuído nome a essa teoria.
Teoria da substanciação ou substancialização: adotada pelo CPC (art. 282, III do CPC) preleciona que a causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos jurídicos. Cabe ao autor alegar os fatos constitutivos de seu direito.
Adotamos a teoria da substanciação, que distingue a causa de pedir remota da causa de pedir próxima. 
Assim, a causa de pedir remota é o fato jurídico que gerou o direito e a causa de pedir próxima é o direito que se afirma ter.
Causa de pedir remota (fática) : constitui o fato que deu origem a lide.
Causa de pedir próxima: é o próprio direito aplicado a partir da descrição fática.
Às partes basta a indicação da causa de pedir remota, sem necessidade de indicação dos dispositivos legal que fundamentam o pedido, dada a aplicação do princípio da iura novit curia, segundo o qual o juiz conhece o direito.
A teoria da substanciação da causa de pedir é adotada pelo Direito Processual Civil brasileiro e exige os fatos e os fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir.
Essa teoria pressupõe que o magistrado conhece o direito e o importante é uma discrição fática correta, tendo em vista que o juiz irá decidir sobre o direito posto. Desse modo, a fundamentação legal apresentada pelo autor não vincula o magistrado, que pode decidir por intermédio de sua livre convicção jurídica sobre o caso apresentado.
PEDIDO
O pedido é o objeto da ação. Consiste na pretensão do autor que é levada ao juiz, que irá prestar a tutela jurisdicional a respeito dessa pretensão.
Doutrinariamente o pedido é dividido em dois:
Pedido imediato - aspecto processual - espécie de tutela jurisdicional
Pedido mediato – aspecto material - bem da vida.
Pedido imediato : providencia jurisdicional
Pedido mediato: objeto da ação propriamente dito.
ESPÉCIES DE AÇÃO:
1)Natureza da relação jurídica discutida:
REAL: é um ramo do direito privado que trata dos direitos de posse e propriedade dos bens móveis e imóveis, bem como das formas pelas quais esses direitos podem ser transmitidos.
Relação entre pessoa e coisa
PESSOAL: relação entre duas pessoas
2)Segundo o objeto do pedido mediato:
MOBILIÁRIA: envolve bens móveis
IMOBILIÁRIA: envolve bens imóveis
3)Classificação segundo o tipo de tutela jurisdicional:
Ação de conhecimento: certificação do direito
Ação de execução: efetivação do direito
Ação cautelar: proteger a efetivação de um direito
4) Classificação segundo o conhecimento
ação condenatória: aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. 
Ação constitutiva: aquela que tem por objetivo obter uma certificação e efetivação de um direito potestativo.
 Açõe declaratória: aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica.
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