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Trabalho Tópicos especiais em Direito

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A CRIAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DO NÃO LUGAR 
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE ANGRA DOS REIS BACHARELADO EM POLÍTICAS
PÚBLICAS 
Disciplina: Tópicos Especiais em Direito
Professor: Rafael Vieira
Aluno: Eduardo das Neves Encarnação Matrícula:116103021
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem a finalidade de discutir sobre um tema que em pleno século XXI traz
consigo o paradoxo de ao mesmo tempo que se mostra teoricamente superado no campo do direito
normativo e dogmático, com criação de leis específicas, criação de estatuto e jurisprudência. Tem se
mostrado desafiador no campo das vivências e das relações mais elementares e básicas de
reciprocidade do dia a dia. 
Falar do lugar social criado para o negro no Brasil, especialmente nas universidades
públicas, requer além de muito cuidado nas escolhas dos termos a serem mencionados. Um grande
desafio acadêmico e intelectual, já que teoricamente tudo sobre este assunto já foi resolvido. Vale
mencionar as políticas das ações afirmativas que propõe cotas tanto raciais quanto sociais para o
acesso a universidades. O que torna a abordagem ainda mais desafiadora. 
Como proposta inicial para estabelecer um debate sobre o tema, me propus a transcorrer
sobre alguns textos estudados em outras disciplinas que não tiveram como objetivo central tratar
sobre este assunto. Porém, como estou partindo de um pré suposto que existe um lugar criado e
estabelecidos socialmente para o povo negro, diversos textos acadêmicos são obrigados ainda que
minimamente a tratar sobre o assunto. E na segunda metade deste trabalho, tentarei transcorrer
sobre as lutas e conquistas da comunidade negra.
A Construção Social e Política do Não Lugar
Partirei noção de entendimento sobre os escritos de Santo Agostinho estudado no 3º período
na disciplina de Ética e Cidadania do curso de Políticas Públicas. Segundo o entendimento
compartilhado com a turma o Professor André Rodrigues criou uma linha de entendimento sobre o
bem e o mal como possíveis orientações de conduta. Porém uma dúvida pairava, se Deus é bom, e
se ele tudo criou, por que existe o mal? E segundo o consenso de entendimento, a existência só
existe na criação, e nós convencionamos nome para a ausência desta criação. Ou seja, o bem é a
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existência, para a sua ausência se convencionou ser chamado de mal. Assim seria para a “luz”, o
“calor”, etc.
Ou seja, o não lugar neste trabalho é tudo aquilo que não é criado como política pública, é a
ausência, o que sobra. E a partir daí se convenciona nomes para a ausência dessas políticas públicas.
Não é possível afirmar qual seria o posicionamento de Marx sobre o racismo, a escravidão, e
o lugar social destinado ao negro pós abolição da escravatura no Brasil, que Ângela Davis
classificou de mera formalidade jurídica. Pois, na visão de Marx a sociedade se dividiam em
classes. “A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classe” (Marx,
Engels,1998 pag. 40). Porém, luta remete o mínimo de condições de igualdade e resistência entre as
partes. E essa condição de igualdade não se observou em nenhuma instância nos relatos dos textos
apresentados ao longo do curso, ainda que de forma mínima pela comunidade intelectual. 
E fazer esta observação bibliográfica de disciplinas paralelas antes de entrar na bibliografia
recomendada desta disciplina se faz necessário, para o entendimento de como algumas políticas
públicas foram constituídas com a finalidade de excluir o negro da formação de um projeto de
nação. A primeira menção neste sentido vem da disciplina de “Políticas sociais Comparas”.
Disciplina do 5º período do curso de Bacharelado em Políticas Públicas. No livro “O Estado Do
Bem-Estar Social Na Idade Da Razão” de Celia Lessa Kerstenetzky. Surgem algumas discussões
sobre o estado do bem-estar social desde de sua criação no contexto europeu, sobretudo no pós-
guerra, para depois analisar o contexto latino e brasileiro. No caso brasileiro ela analisa os desafios
enfrentados pela formação da economia nacional de base escravista, e como esses trabalhadores
foram realocados com a criação da República. “É certo, porém, que a ausência de providências
significativas para a incorporação dos ex-escravos ao mainstream da vida brasileira na agenda
pública da jovem República de 1889” (Lessa, 2012 pag.179). A falta de providências significativa
mencionada por Celia, talvez até de forma romantizada, mostra como foi uma escolha política a não
inserção do negro na agenda pública. 
Esta mesma menção foi feita por Ruy Barbosa falando da construção política e social dos
escolhidos pela Burguesia nacional a habitarem a margem dos padrões mínimos aceitáveis em
período que foi determinante para as acomodações das classes e camadas sociais. Tendo em vista
que especialmente no Brasil o status de cidadão eram destinados aos possuidores de trabalho
formal. Nesse sentido Celia ainda traz parte do discurso de Ruy Barbosa quando se candidatava a
presidência da República em 1919.
“...os ex-escravos, e do atual operariado industrial. No discurso, a condição desses estratos sociais
é descrita com riqueza de detalhes (Barbosa, 1919). Dirigindo-se aos trabalhadores industriais
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urbanos, Barbosa fornece evidências perturbadoras das condições de vida e trabalho do que
poderia ser então considerado (e nas interpretações contemporâneas sobre o período muitas vezes
ainda o é) o segmento “privilegiado” dos trabalhadores brasileiros. Os trabalhadores industriais da
capital federal (Rio de Janeiro) são flagrados vivendo apinhados em casas de cômodos, ou
“empoleirados” em favelas, nos morros, onde o ar é irrespirável, o acesso à água, errático, a
higiene precária nas moradias sem banheiros”. (op. cit. 184).
Com esse contexto socialmente estabelecido que se iniciam as definições dos “lugares e não
lugares” socialmente falando. Para essa nova categoria chamada socialmente de “o povo negro”, e
na maioria das vezes pobre. A partir daí, dá para estabelecer uma série de discussões sobre o
assunto, dos mais variados eixos de temáticos imagináveis. Aqui vou mencioná-los como objeto
alvo das políticas públicas. Isso pensando de forma sociológica e antropológica, que tem como uma
de suas finalidades definir e descrever fenômenos dos comportamentos sociológico, e quem é o
outro que a antropologia tanto tenta descrever? Quem é o mítico, o exótico?
Algumas dessas indagações surgiram nas aulas de Metologia da Pesquisa, disciplina que
também faz parte da grade curricular do 5º período do curso de Políticas Públicas, ministradas pelo
professor Frederico Policarpo que é antropólogo. Um dos artigos analisados pela turma durante o
semestre procurava mostrar dos desafios que o campo das políticas públicas tem enfrentado para se
estabelecer como disciplina autônoma. Uma finalidade discursiva totalmente diferente das
apresentadas neste trabalho. Porém, quando se procurou estabelecer o alvo das ações públicas o
texto foi enfático: 
Todavia, cabe dizer que, até momento recente, com maior ou menor sofisticação teórico-
metodológica, e mesmo mostrando os ‘poderes’ desconhecidos dos não-dominantes, o ‘Outro’
privilegiado continuou sendo o ‘pobre’, o ‘dominado’, o ‘subalterno’, o ‘conquistado’, e isto ainda
quando se fala em trabalhar relacionalmente. (Lima, Castro, 2015, pag 29).
Voltando ao discuso de Ruy Barbosa quase cem anos antes que já mostrava a destinação dos
para os ex-escravos. Hoje não é correto afirmar que os morros e favelas são habitados
exclusivamente pelo preto pobre. Uma questão a ser observadanesse contexto, é que esse fenômeno
fala majoritariamente da destinação geográfica. Do êxodo da senzala para os morros e
comunidades. E ainda seguindo esta linha de raciocínio em relação ao objeto de estudo, as
universidades públicas brasileiras especialmente no campo das humanas. Nascem com este
objetivo, ou, pelo menos, uma de suas finalidades de criar conhecimento sobre o objeto. Fazendo
uma comparação com outras áreas do conhecimento, este objeto de estudo seriam como o corpo de
prova dos ensaios não destrutivo e destrutivo da Física; o rato estudado pela Biologia. E seria no
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mínimo estranho supor que tais objetos estudados pudessem dizer para a comunidade intelectual
qual a melhor forma de ser estudados.
E é nesse contexto histórico e social que o lugar do negro começa a ser desenhado. Diferente
da romantização da miscigenação descrita por Gilberto Freire em “Casa Grande Senzala”. O que se
percebeu a partir daí em determinadas situações, foi que algumas estratégias de cunho individuais
começaram a ser desenvolvidas pelos negros. Estratégia no sentido da própria sobrevivência e do
desenvolvimento pessoal e econômico, nesse sentido Florestan Fernandes no prefácio do livro o “O
Genocídio Do Negro Brasileiro” faz a seguinte observação:
O negro aceitou a tática do que parece ser o “caminho viável” e “mais fácil”: o da infiltração
individual, das compensações pessoais, que simplifica as coisas e revela que “o negro de alma
branca” é tão competente quanto qualquer outro. Nacional ou estrangeiro… Essa tática é suicida.
no plano coletivo: ela pressupõe a acefalização da população negra. Seu talento é transferido para
os estratos sociais da “raça” dominante e passa a ser utilizado na mais estrita defesa da ordem.
Todavia, esse é o preço a ser pago pela conquista de “um lugar ao sol”. Todavia, de modo indireto
ela é construtiva, pois cria, aos poucos, um novo negro. Que força a reeducação do branco na
avaliação do negro e do mulato e põe em cheque os estereotipas ou os estigmas raciais.(Florestan,
1978, prefácio).
Uma das observações feita e demostrada por Florestan nesse sentido, foi que parte da
estratégia adotada para a sobrevivência do povo negro, fez com que se abrisse mão de sua própria
condição humana de existência, uma situação no mínimo desafiadora. Olhando pelo olhar de Ruy
Barbosa as condições de moradia, e trabalho forçavam que os negros utilizassem para o mínimo de
ascensão social.
Todos esses acontecimentos se deram no século passado, em contexto social e político
totalmente diferente dos contextos atuais. Várias transformações no contexto social e político
aconteceram, talvez mais significativa dessas transformações tenha sido a ditadura de 64 durou até
meados da década de 80. A ditadura que mostrou um modelo muito repressivo aos movimentos
sociais, teve papel fundamental para a manutenção do que Florestan entende como expropriação do
negro e do pobre. Florestan percebia que existiam barreiras naturais a serem vencidas para que se
pudessem ascender socialmente. A primeira barreira é social, que se pode superá-la com
aprendizados, treinamentos, qualificações, etc. No caso do negro as barreiras segundo Florestan são
duas, a social e a racial. E superar a barreira racial não é tarefa fácil por todas as dificuldades
apresentas anteriormente.
A Inserção do Negro 
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A partir deste ponto farei uma análise da inserção do negro nas universidades públicas e de
algumas discussões que se deu no entorno dessas ações. Em especial mencionarei o caso da UNB,
caso que motivou a judicialização das políticas de cotas alegando a inconstitucionalidade dessas
políticas, pelo princípio da igualdade, e da autonomia universitária movida pelo partido político
DEM.
Parte desse documentário apresentado em aula, demostrou como alguns intelectuais se
posicionaram contrário as políticas de cotas demostrando parte do pensamento da classe
hegemônica, na negação da existência de um possível preconceito racial. E se o objetivo era
enegrecer a universidade, cotas sociais deveriam ser implementadas, já que o resultado esperado
seria o mesmo. Confirmando o olhar de Ruy Barbosa de quem era os pobres criados pela falta de
políticas públicas específicas. Uma das questões apresentadas no caso da UNB que esse espaço
criado, não foi socialmente e politicamente falando para quem não fazia parte do projeto de
desenvolvimento da nação. Porém, como Florestan havia mencionado, algumas estratégias foram
adotadas no sentido de se autoinserir nos espaços convencionados socialmente como lugar de gente
branca. 
E como as mudanças sociais, políticas, tecnológicas, foram se dando com a própria inserção
dos negros nesses espaços políticos. Não apenas da forma mencionada por Florestan, onde o branco
passava a ver o negro de maneira diferente, pela branquitude interior. Mas, no campo da própria
exigibilidade de se questionar o porque do não acesso. O porque que historicamente, não foram
criadas as condições materiais necessária para permitir este acesso do negro nas universidades. E se
essas condições de preparação para o acesso não são aplicáveis em curto prazo, condições de acesso
com equidade devem ser aplicas.
No quesito receptividade, esses espaços não se mostraram muito gentil. Nesse sentido vale
mencionar o que ficou conhecido como “o caso Ari” na UNB. Esse caso se deu no departamento de
antropologia, caso também mencionado no mesmo documentário. Ari foi o primeiro aluno negro do
programa de mestrado, que em vinte anos de existência nunca havia ocorrido uma reprovação em
nenhuma disciplina obrigatória, mesmo com notas expressivas em outras disciplinas ele foi
reprovado na obrigatória, sem que se houvesse justificativas acadêmicas para tal fato. O que permite
o enriquecimento da tese central defendida neste trabalho.
A lei que introduz as cotas em universidades é do ano de 2012, o caso Ari se deu no ano de
1999. A efetivação de uma política´em forma de lei é fundamental para que princípios básicos sejam
observados e respeitados. Nesse caso específico, a lei questionava a ordem social criada e
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conformadas em camadas e classes sociais, socialmente convencionadas e estabelecidas para a
própria manutenção da ordem. Nesse sentido o Art. 207 da constituição de 88, diz que as
universidades possuem autonomia para se auto gerir. Então como seria garantido essa autonomia se
existe uma lei específica dizendo o que deve ser feito e como deve ser feito.
Nesse sentido Sílvio de almeida, que é doutor e pós-doutor em direito, e negro, elabora um
documento de defesa filosófica e jurídica para questionar o próprio entendimento do que é a
autonomia. No campo filosófico ele se baseia na Grécia antiga, no sentido de as ações autônomas
eram tomadas pela e para a cidade. E na filosofia modernar ele se baseia em Kant onde a
autodeterminação baseada na razão seriam esta base. E o resultado seria a autodeterminação
coletiva que determinaria de forma autônoma.
Porém,é uma definição muito abstrata para questionar a hegemonia histórica. Nesse sentido
Sílvio alerta do perigo de se avaliar a constituição de forma isolada, e a partir desse desafios Sílvio
estabelece uma série de discussões sobre o princípio da igualdade e até que ponto a igualdade
formal serve para a manutenção da ordem hegemônica tendo em vista que a construção formal se
baseou no princípio da desigualdade material como demostrado acima. Para isso Sílvio faz uma
série dediálogos sobre princípios constitucionais, sobre leis de diretrizes básicas, e traz parte de
votos de alguns ministros do supremo que trataram sobre o caso. Dentre os votos vale mencionar o
diz a ministra Rosa Weber sobre o princípio da igualdade racial:
No presente processo, a questão que se põe diante desta Corte Constitucional é, a rigor, a da
igualdade racial. Não da raça como elemento genético, algo já afastado pelas ciências biológicas e
sociais, e por este mesmo Tribunal no chamado “caso Ellwanger” (HC 82.424), mas como
construção social responsável pela invisibilidade de parcela importante da população brasileira, e,
por assim dizer, por sua segregação, ainda que não em decorrência de política oficial nesse sentido.
A igualdade, é consabido, se apresenta, na construção do constitucionalismo moderno, por dois
enfoques: formal e material. A igualdade formal é a igualdade perante a lei. É aquela que permite
que todos sejam tratados, em abstrato, da mesma forma, independentemente de critérios outros que
não o seu reconhecimento como sujeito de direito. Se todos têm os mesmos direitos e obrigações,
todos são igualmente livres para realizar suas próprias perspectivas de vida, respeitada a máxima
segundo a qual, no plano do indivíduo, o que não é proibido é permitido. Mas, por ser uma
igualdade formal, com idêntico tratamento em normas gerais e abstratas, trata-se de igualdade
presumida, enquanto desconsidera processos sociais concretos de formação de desigualdades. 
Identificadas essas desigualdades concretas, a presunção de igualdade deixa de ser benéfica e
passa a ser um fardo, enquanto impede que se percebam as necessidades concretas de grupos que,
por não terem as mesmas oportunidades, ficam impossibilitados de galgar os mesmos espaços
daqueles que desfrutam de condições sociais mais favoráveis. E, sem igualdade mínima de
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oportunidades, não há igualdade de liberdade. Inegavelmente as possibilidades de ação, as
escolhas de vida, as visões de mundo, as chances econômicas, as manifestações individuais ou
coletivas específicas são muito mais restritas para aqueles que, sob a presunção da igualdade, não
têm consideradas suas condições particulares. (Almeida. 2015, pag. 8)
Quando a ministra usa termos como a “invisibilidade de parcelas importante da população”,
“segregação em decorrência da política oficial”. É o mesmo que dizer que politicamente, que houve
sim uma escolha de quem deveria estar fora de certos lugares. E pôr a responsabilidade e a culpa
pelo não acesso ao sujeito da exclusão é transferir para esse sujeito o fardo da invisibilidade.
Porém só o reconhecimento jurídico e normativo não é suficiente para que aconteçam
mudanças no campo material. Vale lembrar da ideia de simples “formalidade jurídica” presente em
Ângela Davis. E no campo das ações direcionadas a combater a segregação socialmente criada. É
importante observar que tais questionamentos surgem e surgiram na media em o objeto de estudo
passou a interagir e questionar tanto a forma, quanto próprio resultado produzido para si.
Conclusão
Este trabalho tentou buscar com argumentos históricos a finalidade de alguns espaços
públicos, e o público-alvo desses espaços. E tratando de políticas públicas, este trabalho tentou
levantar uma discussão sobre a invisibilidade que foi dado a parte significativa da sociedade.
Classificando esses territórios como o “não lugar”. A ideia deste termo surge com a finalidade
questionar o próprio sentido e finalidades das escolhas das políticas públicas, e das consequências
negativas que elas podem trazer no âmbito coletivo. Especialmente quando a escolha é a de não
fazer políticas públicas. O que pode soar paradoxalmente. Porém, o entendimento defendido neste
trabalho, é que essa ausência é uma política realizada com finalidades e objetivos alcançados.
O questionamento, as lutas política, as batalhas judiciais, devem ser considerados como um
grande avanço na direção do acesso nesses espaços públicos. Porém, ainda há muito o que avançar
para que o princípio da igualdade formal não seja mera formalidade jurídica. 
Bibliografia
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Autonomia universitária e ações afirmativas. Revista Brasileira de
Estudos Constitucionais, v.31, p. 963-983, 2015.
DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo.
Documentário Cotas na UNB (Doc.) - Parte 1, 2009. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=tVTAKUck3mc
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A CRIAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL DO NÃO LUGAR
Documentário “Florestan Fernandes – O mestre (A vida e a obra de Florestan Fernandes)”. Direção
de Roberto Stefanelli. 2004. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ncGSS2yyhNw
“Lessa Kerstenetzky, Célia (2012). O Estado do Bem-estar social na idade
da razão. São Paulo: Campus”.
 LIMA, Antônio Carlos de Souza; CASTRO, João Paulo Macedo. Notas para uma Abordagem
Antropológica da(s) Política(s) Públicas.Revista Anthropológicas, 26, n. 2 2015. 
 NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: Processo de um Racismo mascarado.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
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