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Departamento de Saúde Pública Universidade Federal de Santa Catarina Série Formação para a Atenção Básica PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO NA ATENÇÃO BÁSICA Unidade 2 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Nesta unidade, vamos discutir o papel dos profissionais da Atenção Básica na promoção do aleitamento materno e como você pode incorporar as ações de pro- moção do AM no seu processo de trabalho, envolvendo parcerias com a Educação Infantil, as lideranças comunitárias e a rede de apoio à família que amamenta, pro- curando garantir o direito da criança a essa alimentação. Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de empreender essa tarefa. 33 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica 2.1 O papel do profissional da Atenção Básica no incentivo do aleitamento materno O apoio dos profissionais de saúde é fundamental para que a amamentação tenha êxito. O sucesso do AM pode ser definido por uma amamentação exclusiva até os seis meses. Devemos frisar que a amamentação deve continuar até os dois anos de idade, ou mais; mesmo depois de serem introduzidos os alimentos regularmente, com boa aceitação, a criança deve ser amamentada. O sucesso pressupõe, além do tempo de seis meses de amamentação exclusiva, que a criança tenha um bom estado nutricional, ou seja, aumente de peso de maneira ade- quada, que tenha um bom desenvolvimento psicomotor e que haja uma boa interação entre a mãe e a criança durante a amamentação. Fo nt e: F ot ol ia . Destacamos, também, que o sucesso do aleitamento materno precisa levar em consi- deração o projeto da mãe para esse processo. Sob o ponto de vista da mãe, a prática do AM pode ser de curta duração, e pode ser um sucesso, desde que corresponda às suas expectativas (UNICEF, 2008). Assim, o êxito do AM depende do projeto da mãe sobre essa ação, que pode corresponder às suas expectativas, bem como das ações de incen- tivo que ela recebe ao longo de sua vida e do preparo para o parto e durante o pré-natal. Nesse contexto, para o sucesso da amamentação, você, profissional de saúde da Aten- ção Básica, tem papel importante a desenvolver, atuando sobre três fatores conjugados: • a decisão de amamentar; • o estabelecimento da lactação; • o suporte da amamentação. Para que você atue sobre esses três fatores, não basta ter conhecimentos sobre AM. Você precisa, também, de competência para se comunicar de modo eficiente. Essa co- municação não significa dizer à mulher o que ela deve fazer, mas a ajudá-la a tomar decisões após ouvir, tentar entendê-la e dialogar com ela sobre os prós e contras das opções (BRASIL, 2015a). Uma pesquisa foi realizada com trabalhadores de saúde comunitária e conselheiros, a partir de uma metanálise de intervenções, para oferecer suporte pré-natal e pós-natal a mães, pais e outros membros da família no domicílio. Esse estudo verificou o efeito de algumas intervenções para o AM, como aconselhamento por profissional da enfer- magem, por conselheiro treinado em lactação ou por outro profissional de saúde, in- cluindo ligações telefônicas após a alta, combinadas a visitas domiciliares. Isso permitiu identificar que as intervenções domiciliares e familiares foram efetivas para melhorar a AME, sendo aquelas que forneceram aconselhamento pré-natal e pós- natal ainda mais efetivas do que aquelas que abordaram apenas um período. Inter- venções na comunidade, incluindo aconselhamento em grupo ou educação e mobili- 34 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica zação social, com ou sem mídia de massa, foram similarmente efetivas, aumentando a iniciação oportuna da amamentação em 86% e a amamentação exclusiva em 20% (ROLLINS et al, 2016). Dessa forma, está comprovado que as ações de estímulo ao AM precisam fazer parte do processo de trabalho da equipe de saúde de maneira contínua. Por isso, o Ministério da Saúde propõe o preparo dos profissionais para a atuação em uma estratégia de- nominada Amamenta e Alimenta Brasil. Essa estratégia, regulamentada pela Portaria 1.920, de 05 de setembro de 2013, tem por objetivo qualificar o processo de trabalho dos profissionais da Atenção Básica, com o intuito de reforçar e incentivar a promoção do AM e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, conta com duas metodologias: Fo nt e: S hu tt er st oc k. • a formação de tutores da estratégia Amamenta e Alimenta Brasil; • as oficinas de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). As oficinas são conduzidas pelos tutores, que visam discutir a prática do AM e alimen- tação complementar saudável com os profissionais da UBS e planejar ações de incen- tivo à alimentação saudável na infância, de acordo com a realidade local. Saiba mais Clique no endereço eletrôni co indicado a seguir para conhecer mais sobre esse assunto: http://dab.saude.gov.br/portaldab/amamenta.php. 35 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Lembre-se de que é sua atribuição, como profissional de saúde da Atenção Básica, prover as informações sobre o AM e a alimentação complementar do seu ter- ritório de abrangência no Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). São três tipos de formulários a serem preenchidos: um desti- nado às crianças menores de seis meses, outro para crianças de seis a 23 meses e um para crianças com dois anos ou mais. Esse sistema permite a vigilância alimentar e nutricional no território e deve ser utiliza- do como ferramenta para o planejamento de ações de incentivo ao AM. Saiba mais A vigilância alimentar e nutricional é uma das importantes ações que você precisa realizar no acompanhamento das crianças do seu território. Saiba mais acessando: http://bvsms.saude.gov. br/bvs/publicacoes/marco_referencia_ vigilancia_alimentar.pdf. Elencamos no esquema ao lado algumas ações de in- centivo ao AM que podem ser desenvolvidas por você e sua equipe. Essas ações estão baseadas nos dez pas- sos para o sucesso da amamentação, propostos pela OMS e UNICEF, bem como na estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. 1 Ter uma norma escrita quanto à promoção, à proteção e ao apoio ao aleitamento materno, que deverá ser rotineiramente transmit- ida a toda a equipe da Unidade de Saúde. Capacitar toda a equipe da unidade de saúde para implementar esta norma. Orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as vantagens do AM e o manejo da amamen- tação, promovendo a amamen- tação exclusiva até os seis meses e complementada até os dois anos de vida ou mais. Escutar as preocupações, vivên- cias e dúvidas das gestantes e mães sobre a prática da amamen- tação, apoiando-as e fortalecendo sua autoconfiança. Orientar as gestantes sobre a importância de iniciar a amamen- tação na primeira hora após o parto e de ficar com o bebê em alojamen- to conjunto. Mostrar às gestantes e mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se estiverem separadas de seus filhos. Orientar as nutrizes sobre a amenorreia lactacional e os méto- dos contraceptivos adequados à amamentação. Encorajar a amamentação sob livre demanda. Orientar gestantes e mães sobre os riscos do uso de fórmulas infantis, mamadeiras e chupetas, não permitindo propaganda nem doações desses produtos na Unidade de Saúde. Implementar grupos de apoio à amamentação acessíveis a todas as gestantes e mães, procurando envolver os familiares. 2 6 7 8 9 3 4 5 10 36 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Você pode desenvolver as ações de incentivo ao AM em atendimentos individuais oucom a formação de grupos de apoio à gestante e à mãe que amamenta. Nas ações voltadas ao pré-natal, nos atendimentos individuais, de grupo ou em atividade de sala de espera, procure con- versar com as gestantes e acompanhantes sobre a inten- ção de amamentar, sobre vantagens da amamentação, tempo ideal de aleitamento materno, consequências do desmame precoce, produção do leite e manutenção da lactação, amamentação precoce ainda na sala de parto, importância do alojamento conjunto, técnica adequada de amamentação, problemas e dificuldades, direitos da mãe, do pai e da criança (BRASIL, 2015a). atenção materno-infantil no Brasil estabelecem como meta para as equipes de saúde, no acompanhamento pós-parto, que toda criança seja visitada no seu domi- cílio por profissional de saúde na primeira semana de vida (BRASIL, 2011; BRASIL, 2015a). Na promoção do AM, essa visita é importante tanto para a avaliação da criança quanto para o apoio à mãe, incluindo a obser- vação de possível risco para o desmame precoce e, com isso, a implementação de medidas de suporte ao alei- tamento (BRASIL, 2011b). É importante que você, como profissional de saúde, esteja atento às dúvidas e inseguranças da mãe e dos familiares, bem como às dificuldades da mãe e da criança, para poder ser um apoiador da amamentação. Nesse sentido, trazemos na sequência alguns pontos a serem trabalhados para o sucesso da amamentação. Reflexão A amamentação deve ser estimulada por todos os profissionais das UBS, incluindo, além das equipes de ESF, o NASF: psico- logia, nutrição, fonoaudiologia e serviço social. É importante lembrar e valorizar, também, o papel da odontologia. No período pós-parto, os profissionais de saúde preci- sam acompanhar o processo da amamentação e o cres- cimento e desenvolvimento da criança. As políticas de Boas práticas Algumas experiências exitosas com grupos de bebês para o cuidado da saúde bucal são desenvolvidas no âmbito da Atenção Básica em Florianópolis-SC. Citamos o trabalho realizado pelo cirurgião-dentista em uma das UBS, que recebeu o Prêmio Boas Práticas 2015 e teve como título: Grupo Capital Criança: Trabalho em Rede e Articulação Intersetorial na Atenção Neonatal e Puerpério. Você pode acessá-lo no endereço: https://drive.google.com/file/d/0B51Va5cKotQidGNtRXhUYkRHNDg/view?usp=sharing. Também destacamos a possibilidade da consulta do bebê com 30 dias de vida com o cirurgião-den- tista, prática adotada no serviço de atenção primária em Florianópolis desde 1997, pelo Programa Capital Criança. Além das práticas individuais e coletivas, é fundamental o trabalho da mobilização social para a pro- moção do aleitamento materno, como as campanhas e chamadas para a Semana Mundial de Amamen- tação. Destacamos o movimento Agosto Dourado e a prática em uma comunidade de Florianópolis, que foi tema de um dos Prêmios Boas Práticas de 2015: O Agosto é Dourado no Centro de Saúde Monte Cristo. Confira no endereço: https://drive.google.com/file/d/0B51Va5cKotQiZUlDeWctOS00Sms/view. Fo nt e: S hu tt er st oc k. 37 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica 2.2 Práticas para a promoção da pega correta na amamentação É importante você saber que, em princípio, a grande maioria dos bebês que nascem a termo e em boas con- dições está apta a sugar a mama corretamente e extrair o leite com eficácia. Sugar é um ato reflexo que o bebê faz desde o útero, mas ordenhar a mama com eficácia é um ato aprendido, que precisa da organização de várias habili- dades do bebê. Desde o útero o bebê tem capacidade de sugar. Pode- mos observar, nas ultrassonografias, os bebês sugando o dedo ou as mãos. Porém, ordenhar a mama é bem mais complexo. Apesar de a sucção do recém-nascido ser considerada um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o leite da mama de maneira eficaz. Para isso, ele precisa do reflexo de busca, de protrair a língua para que o mamilo atinja o local adequado no palato, de canular a língua e fazer os movimentos peristálticos de frente para traz para conduzir o leite, de uma boa aber- tura do maxilar, de sugar, deglutir e respirar. Fo nt e: S hu tt er st oc k.Organizar todos esses reflexos e movimentos na or- dem correta nem sempre é fácil para o bebê. Se pu- déssemos comparar a amamentação com o andar de bicicleta, poderíamos dizer que existem crianças que sentam na bicicleta e saem andando, porém há crian- ças que precisam da ajuda de algum adulto, de rodi- nhas na bicicleta, mas que, uma vez que aprendem, não esquecem mais. Os bebês que nascem a termo, de parto normal, e que são postos para sugar logo após o parto, têm chance maior de organizar seus movimentos mais precoce- mente, devido ao fato de os reflexos de sucção, res- piração e deglutição serem mais amadurecidos. Os bebês de parto normal nascem mais alertas do que os que nascem de cesárea. Quando sugam logo depois que nascem, os recém-nascidos têm maior chance de fazer um registro melhor da mamada e repeti-la de- pois. Por outro lado, a mulher, depois de um parto nor- mal, geralmente está bem e tem melhores condições de interagir com seu filho do que a que acabou de se submeter a uma cirurgia, uma vez que pode estar mais sonolenta, com soro, sonda, náuseas, o que dificulta a posição da mamada. A sucção eficaz é muito importante para a mãe e o bebê. Para a mãe, garante o esvaziamento adequado da mama, estimulando uma produção ajustada às neces- sidades do bebê, e evita o ingurgitamento que pode acontecer se o leite ficar estocado na mama por muito tempo, uma vez que, por ser um fluido semiplástico, o leite tende a se tornar um corpo sólido, causando o em- pedramento da mama. Além disto, um bebê que suga com eficácia, suga por um tempo menor e com interva- los maiores, o que garante às mães tempo de repouso 38 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica e a possibilidade de ela se organizar para descansar e fazer outras atividades demandadas da sua realidade. Para o bebê, a sucção eficaz permite que ele receba as três partes do leite e tenha ganho de peso, cresci- mento e desenvolvimento ótimos. Além disso, garante sono mais profundo e regular, e por um maior perío- Fatores da mãe Independentemente da posição em que o bebê for sugar, a mãe deve estar bem acomodada, com as cos- tas e os pés apoiados e, se estiver deitada, é impor- tante que também se sinta confortável, uma vez que deve ficar na mesma posição durante todo o tempo da mamada. Se estiver mal acomodada, sentirá do- res e contrairá os músculos da região dolorida, o que poderá provocar liberação de ocitocina, o hormônio responsável pela descida do leite, que é influenciado negativamente pela adrenalina circulante. Uma orientação que você pode dar à mãe que ama- menta é para utilizar travesseiro de suporte para o bebê, se estiver na posição sentada. Outro fator importante, do ponto de vista materno, para garantia da mamada eficaz e da pega correta, é que a aréola esteja macia e maleável. Uma aréola ingurgitada dificultará a pega do bebê e a tendência é de que ele pegue apenas o mamilo, o que pode- rá causar traumas mamilares e diminuir a retirada do leite. Uma dica interessante é retirar um pouco de lei- te por meio da ordenha manual, antes de oferecer a mama para o bebê. Isso permite amaciar a aréola e fa- cilitar que o bebê faça uma boa pega. A mãe deve trazer o bebê para ela, e não o contrário, e se inclinar sobre o bebê, oferecendo a mama. Posição da mãe Fonte: Do autor Mamas volumosas ou muito flácidas podem precisar de ajuda dasmães, como apoio, para manter a pega adequada. Nesses casos, pode-se sugerir que a mãe segure a mama com as mãos em forma de C, os de- dos formando um suporte na base e o polegar sendo usado como um suave suporte acima, sem pressio- nar, conforme a figura. do, o que lhe poupará energia. Isso o tornará um bebê que chora menos, o que dá mais tranquilidade aos pais e familiares. O sucesso da amamentação depende das boas con- dições físicas da mãe e do bebê, da interação entre mãe e filho e da ajuda de profissionais competentes no manejo da amamentação, além do apoio familiar e da sua rede social. Existem alguns pontos que você pode observar na mãe e no bebê para avaliação da pega e da posição corretas, a fim de favorecer o sucesso do AM. Confira a seguir. 39 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Fatores do bebê O bebê precisa ser estimulado a abrir bem a boca. A mãe deve tocar o lábio superior com a mão ou com a própria mama e esperar que o bebê abra bem a boca e protraia a língua. Assim que isso aconteça, a mãe deve projetar seu mamilo para o palato do bebê e trazer a criança rápida e firmemente para a mama. A cabeça do bebê deve estar no mesmo nível do ma- milo, com o nariz na mesma altura. O pescoço do bebê não deve estar distendido ou distorcido. A boca do bebê tem de estar no mesmo plano e de frente para a aréola, e os lábios devem estar curvados para fora, formando um lacre. O mamilo e a aréola, ou parte dela, precisam ficar introduzidos na boca do lactente, de tal maneira que o queixo fique apoiado na mama. Mesmo que o nariz fique estreitamente colocado contra a mama, ele conseguirá respirar, em função da formação anatômica do seu nariz, desde que sua cabeça não esteja sendo pressionada contra a mama. É sempre melhor apoiar a cabeça do bebê segurando a nuca. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal, e o ciclo de movimentos man- dibulares (para baixo, para frente, para cima e para trás) promove o crescimento harmônico da face do bebê (BRASIL, 2015a). Pega do bebê Fonte: BRASIL, 2009c. A deglutição precisa ser observável ou audível. É im- portante que o bebê fique virado para a mãe, barriga com barriga, e que as costas e a cabeça fiquem alinha- das e apoiadas, principalmente quando o bebê é um recém-nascido. Uma posição inadequada da mãe ou do bebê na ama- mentação dificulta o esvaziamento da mama, pode favorecer o ganho de peso inadequado e promover traumatismos na mama. Um bom sinal para saber se a pega está adequada é observar o mamilo assim que o bebê acaba de sugar, que pode estar mais alongado pela pressão negativa promovida pela sucção, mas não deve estar maior de um lado ou do outro, nem amassa- do. Além disso, a mãe não deve referir dor. Nos primei- ros dias, o mamilo pode estar sensível, no entanto, uma dor importante é um preditivo de pega inadequada. Outro fator que pode interferir é a roupa do bebê. Ela precisa ser adequada ao tempo (o bebê com frio ou calor excessivo tem dificuldades para sugar) e con- fortável, deixando livres os braços, para que não fi- quem entre o bebê e a mãe, fazendo com que fiquem mais distantes um do outro, o que favorece a pega apenas do mamilo. As roupas da mãe também precisam ser adequadas. Sutiãs com aberturas muito pequenas, além de garro- tear a mama, favorecendo o bloqueio de ductos, im- pedem o acesso do bebê à mama, dificultando a pega adequada. O ideal, sempre que possível, é que as rou- pas da mãe deixem a mama completamente exposta. Pega correta Pega correta Pega incorreta 40 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica A OMS (BRASIL, 2015a) elenca quatro pontos-chave que são característicos do posicionamento e da pega corretos. Veja adiante. pontos-chave do posicionamento adequado • Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo. • Corpo do bebê próximo ao da mãe. • Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido). • Bebê bem apoiado. pontos-chave da pega adequada • Mais aréola visível acima da boca do bebê. • Boca bem aberta. • Lábio inferior virado para fora. • Queixo tocando a mama. Língua Aréola Glândulas do leite 41 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Por fim, saiba que os seguintes sinais são referência de técnica inadequada de ama- mentação: • bochechas do bebê encovadas; • ruídos ou estalidos da língua; • mama aparentando estar esticada ou deformada durante a sucção. 2.2.1 Observação da mamada A observação da mamada é fundamental para você profissional da saúde saber se a amamentação está transcorrendo de maneira adequada. O monitoramento de uma mamada deve fazer parte da consulta de qualquer profissional de saúde, principal- mente no início da amamentação. Ao identificar algum problema e fazer a intervenção correta, tanto de abordagem como da técnica, você prevenirá complicações e possí- veis desmames precoces como consequência da dor ou de ganho inadequado de peso. Boas práticas Você pode propor a criação, em sua Unidade de Saúde, do Cantinho da Amamentação. O local para as mães amamentarem seus filhos deve ser confortável (podem ser estimuladas doações de poltronas, pufes etc.), tranquilo e reservado (pode ser fechado com cortinas ou biombos). O formulário de observação da mamada, proposto pela OMS/UNICEF e apresentado a seguir, indica os pontos importantes a serem observados em uma mamada. Amamentação com posicionamento e pega corretos não deve doer. A seguir, temos alguns indicadores de que um bebê está mamando de maneira correta. • O bebê fica tranquilo, ativo e dorme bem entre as mamadas. • Ele molha mais do que seis fraldas em 24 horas. • Seu ganho de peso é satisfatório. O importante é que o bebê esteja em curva ascendente de crescimento. Existe uma imposição de que a criança tenha de aumentar 30 g por dia de peso, o que acaba sendo razão para muitas prescrições desnecessárias de complemento alimentar. Fo nt e: F ot ol ia . 42 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Formulário de observação e avaliação de mamada. Fonte: WHO/UNICEF. Comportamentos favoráveis Posição Escore posição 1 Escore afetivo 1 Escore anatomia 1 Escore anatomia 2 Escore afetivo 2 Escore resposta 2Escore resposta 1 Escore posição 2 Respostas Estabelecimento de laços afetivos Anatomia Escore sucção 1 Escore sucção 2 Sucção Comportamentos indicativos de dificuldades Posição Respostas Estabelecimento de laços afetivos Anatomia Sucção Mãe relaxada e confortável Corpo e cabeça do bebê tocando o peito Queixo do bebê tocando o peito Nádegas do bebê apoiadas O bebê procura o peito quando sente fome O bebê roda e busca o peito O bebê explora o peito com a língua Bebê calmo e alerta ao peito Bebê mantém a pega da aréola Sinais de ejeção de leite (vazamentos, cólicas uterinas, fisgadas) Mãe segura o bebê no colo com firmeza Mãe e bebê mantém contato visual Grande quantidade de toques mãe e filho Mamas macias e cheias antes da mamada Mamilos projetando-se pra fora Tecido mamário com aparência saudável Mamas com aparência arredondada Boca bem abertaLábio inferior projeta-se pra fora Língua do bebê assume a forma de um cálice ao redor do bico Bochechas de aparência arredondada Sucção lenta e profunda com períodos de atividade e pausa É possível ver ou ouvir a deglutição Boca quase fechada, fazendo um bico pra frente Lábio inferior virado pra dentro Não se vê a língua do bebê Bochechas tensas ou encovadas Sucções rápidas com estalidos Pode-se ouvir barulhos altos, mas não a deglutiçãoMamas ingurgitadas e duras Mamilos planos ou invertidos Tecido mamário com escoriações, fissuras, vermelhidão Mamas esticadas ou caídas Mãe segura o bebê nervosamente, sacudindo-o, tremendo ou fracamente Nenhum contato ocular mãe e filho Mãe e bebê quase não se tocam Nenhuma resposta ao peito Nenhuma busca observada O bebê não está interessado no peito Bebê irriquieto ou chorando Bebê não mantém a pega da aréola Nenhum sinal de ejeção de leite Mãe com ombros tensos e inclinada sobre o bebê Corpo do bebê distante do da mãe O bebê está com o pescoço virado O queixo do bebê não toca o peito Só ombros/cabeça apoiados 43 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica 2.2.2 Duração e frequência das mamadas A duração da mamada é diferente para cada bebê. Al- guns sugam mais vigorosamente e mamam em menos tempo, já outros sugam mais tranquila e demorada- mente. Devemos deixar que cada bebê estabeleça seu próprio ritmo e mame em livre demanda, ou seja, sem- pre que quiser, sem horário fixo. A mãe precisa apren- der a reconhecer os sinais do seu filho e amamentá-lo sempre que ele tiver fome. No entanto, é importante que ela observe se as mamadas estão sendo eficazes, o que garantirá um tempo adequado de amamentação e de intervalo entre elas. O choro nem sempre é sinal de fome. Bebês choram quando estão com fome, com sono ou irritados por algum motivo: dor, calor ou frio. No começo, quando o bebê é menor, sua capacidade gástrica é pequena. Ele consegue mamar pouco volu- me, por isso precisa mamar mais vezes. À medida que aumenta a capacidade de sucção e o volume de leite in- gerido, a frequência das mamadas se reduz e a mamada noturna também vai diminuindo. Quando for necessário interromper as mamadas por alguma razão, a pressão exercida pela sucção deve ser interrompida colocando- se o dedo mínimo da mãe na comissura labial da crian- ça, evitando machucar o peito. Oriente a mãe a, após cada mamada, colocar o bebê para arrotar. Assim que eliminar o ar, o bebê deve ser posto para mamar novamente na mesma mama. Deste modo, ele receberá mais do leite posterior, rico em gordura, que lhe dará saciedade e plenitude gástrica. 2.2.3 Alternância das mamas Oriente a mãe a dar uma mama em cada mamada, para que o bebê sugue as três partes do leite e esvazie comple- tamente a mama, o que prevenirá o ingurgitamento. Caso seja necessário oferecer a segunda mama numa mesma mamada, a mãe precisará começar por essa mama, na próxima vez. Interrupção correta de mamada Fonte: BRASIL, 2007c. 44 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica É importante reconhecer as situações trabalhistas de cada mulher: • O local de trabalho é próximo do seu domicílio? • Há possibilidade de levar a criança para uma cre- che perto ou no local de trabalho? • Alguém pode levar a criança para mamar en- quanto a mãe está trabalhando? • A mãe pode retirar o leite antes de sair de casa e deixá-lo para ser dado à criança? • A mãe pode retirar o leite no local de trabalho? • Há sala de apoio à amamentação no local de tra- balho? • Na comunidade onde a mulher reside há creche que recebe o leite ordenhado para oferecer à criança, ou a mulher pode ir à creche amamentar seu filho? Você já deve ter percebido que tem um importante pa- pel na promoção da amamentação, orientando a posi- ção e a pega adequadas. Na sequência desse processo de incentivo e apoio à amamentação, você terá outro importante desafio: orientar a mãe para que consiga manter a amamentação após seu retorno ao trabalho (se for o caso dela). A manutenção da amamentação é um direito da mulher e da criança que deve ter garan- tido mediante políticas públicas. Assim, elencamos na sequência algumas informações importantes quanto à proteção desse direito. 2.3 O retorno ao trabalho da mãe que amamenta – como proteger o aleitamento materno? Você, como profissional de saúde, precisa conhecer os direitos das mulheres trabalhadoras, inclusive trazen- do a reflexão, para os atendimentos individuais e cole- tivos, de como essas mulheres vivenciam as situações de conflito entre poder trabalhar fora e poder amamen- tar, e como elas são apoiadas em seu ambiente de tra- balho (REA, 2011). Voltar a trabalhar é, na maioria das vezes, motivo de alguma ansiedade e preocupação para as mulheres. Porém esse fato não deve impedi-la de viver o período da maternidade. As possibilidades de combinar trabalho e amamenta- ção têm de ser pensadas juntas, entre mãe e profis- sional de saúde, levando em conta que cada situação é diferente de outra. Por isto, é tão importante que a mulher sinta que está sendo ouvida, não se sinta cul- pada porque vai deixar o bebê e perceba que soluções podem ser encontradas (REA, 2011). Você tem papel importante para que a mulher mante- nha a lactação depois da volta ao trabalho. Para isso, precisa desenvolver a habilidade de comunicação, de estreitar laços e vínculos com a família. Você deverá sa- ber ouvir a mulher, prestar atenção aos problemas que lhe são específicos, para ter uma dimensão completa da problemática dessa mulher-mãe-trabalhadora. 45 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Ressalte a importância de a mãe seguir o calendário de rotina de con- sultas de puericultura! Como a licença para algumas mães é de 120 dias, ela deve ser orientada an tes de quatro meses sobre os métodos para manter amamentação mesmo com trabalho. Antes do retorno ao trabalho Estimule os familiares, especialmente o companheiro, a dividir as tarefas domésticas. A mulher necessita saber que é possível manter a lactação mesmo quando separada de seu bebê. Procure esclarecer algumas medidas que facilitam a manutenção do alei- tamento materno, como as listadas a seguir. • A produção de leite é feita por um sistema de demanda-suprimento. • Vale a pena manter o aleitamento materno exclusivo. Quanto mais o bebê suga, mais leite é produzido. • A duração total da licença maternidade deve ser usada para amamentar exclu- sivamente. Não há necessidade de preparar o bebê com mamadeira antes da volta ao trabalho. • Quinze dias antes de retornar ao trabalho, a mulher deve passar a ordenhar e estocar o leite no freezer, acondicionado de preferência em pequenas quanti- dades, equivalentes às mamadas, de maneira que haja um estoque pronto a ser dado ao bebê quando começar a se ausentar. Após o retorno ao trabalho A mulher necessita se preparar bastante para a volta ao trabalho, pois deverá estar apta a realizar várias ações, como as que seguem. • Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite, pois a prolactina é produzida mais à noite e ajuda a manter o suprimento. • Reservar um tempo para extrair seu leite e para amamentar com calma, ou seja, acordando um pouco mais cedo do que necessitaria apenas para ir trabalhar. • Se for dado outro alimento ao bebê, evitar o uso de mamadeira, porque esta dicas de habilidades de comunicação • Estabeleça comunicação não verbal. • Pergunte em aberto, evitando julgar. • Mostre interesse e empatia, ou seja, que você pode sentir o que mãe está sen- tindo. • Aceite o que a mãe diz, cumprimentando-a pelo que está fazendo correta- mente. • Dê ajuda prática e algumas sugestões, nunca ordens. • Dê informação relevante e em linguagem simples (BRASIL, 2015b). 46 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Retirada do leite: os dedos da mão em forma de C, o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo, na transição aréola-mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos. Fonte: BRASIL, 2007. é menoshigiênica e pode causar confusão de bicos. Quem vai ficar com o bebê deve estar ca- pacitado a oferecer o leite em copinho ou colher. • Durante as horas de trabalho, esvaziar as ma- mas por meio de ordenha e guardar o leite em congelador. Levar para casa e oferecer à criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar. • Se der como alimento leite ordenhado congelado, este deve ser descongelado em banho-maria, sem contato direto com o fogo. Antes de ser oferecido à criança, o leite descongelado deve ser agitado suavemente para homogeneizar a gordura, senão talhará e não poderá ser utilizado. Testar o leite no dorso da mão para se certificar de que está na tem- peratura ideal e não causará queimadura no bebê. • Realizar a extração manual do leite, conforme a ilustração. • Dispor de frasco de vidro esterilizado para rece- ber o leite. O frasco preferencialmente deve ser de boca larga, com tampas plásticas que pos- sam ser submetidas à fervura durante mais ou menos 20 minutos. • Procurar um local tranquilo para esgotar o leite. • Prender os cabelos e usar touca ou um lenço limpo na cabeça. • Usar máscara ou lenço na boca e evitar falar, espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando o leite. • Ter por perto pano úmido limpo e lenços de pa- pel para higienização das mãos. • Lavar cuidadosamente mãos e antebraços. Não há necessidade de lavar os seios frequen- temente. • Secar mãos e antebraços com toalha limpa ou de papel. • Posicionar próximo ao seio o recipiente (copo, xícara, caneca ou vidro de boca larga) em que será coletado o leite materno. • Massagear delicadamente a mama como um todo, com movimentos circulares da base em direção à aréola. • Manter-se relaxada, sentada ou em pé, em posi- ção confortável. Pensar no bebê pode auxiliar na ejeção do leite. • Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar a saída do leite e aumentar o fluxo. • Com os dedos da mão em forma de C, colocar o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo 47 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica indicador ABAIXO do mamilo na transição aréola mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos. • Usar preferencialmente a mão esquerda para a mama esquerda e a mão direita para a mama direita, ou usar as duas mãos simultaneamente (uma em cada mama ou as duas juntas na mes- ma mama, pela técnica bimanual). • Pressionar suavemente o polegar e o dedo in- dicador, um em direção ao outro, e levemente para dentro, em direção à parede torácica. Evitar pressionar demais, pois pode bloquear os duc- tos lactíferos. • Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A mano- bra não deve doer se a técnica estiver correta. Em princípio, o leite pode não fluir, mas depois de pressionar algumas vezes, começará a pin- gar. Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocito- cina for ativo. • Desprezar os primeiros jatos, o que melhora a qualidade do leite, em função da redução dos contaminantes microbianos. • Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola para esvaziar todas as áreas. • Alternar a mama quando o fluxo de leite diminuir, repetindo a massagem e o ciclo várias vezes. Or- denhar leite de peito, adequadamente, leva de 20 a 30 minutos, em cada mama, especialmente nos primeiros dias, quando apenas uma peque- na quantidade de leite pode ser produzida. • Podem ser ordenhados os dois seios, simulta- neamente, em um único frasco de boca larga ou em dois frascos separados, colocados um em- baixo de cada mama. • Identificar o frasco (e não a tampa) com o nome da mãe ou da criança e colocar a data da coleta. Validade do leite: leite cru (não pasteuri- zado) pode ser conservado em geladeira por 12 horas e no freezer ou congelador por 15 dias. Em geladeira, armazene nas prateleiras, nunca na porta. O leite ordenhado deverá ser oferecido à criança em um copinho, seguindo essas recomendações: • acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou semissentada, com a cabeça da criança formando um ângulo de 90° com o pescoço; • encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite materno tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do leite, se- guidos de deglutição. • não despejar o leite na boca do bebê (BRASIL, 2015a). Muitas são as informações para o preparo das mulhe- res antes de retornar ao trabalho. Portanto, aproprie- se desses conhecimentos para poder abordar algumas dessas questões desde o pré-natal. Atividades em gru- pos, para esclarecer e trabalhar como essas ações, for- talecem as mulheres e famílias para esse enfrentamen- to. Sugerimos envolver os profissionais dos NASF, como o pediatra e as assistentes sociais, que também podem discutir esse momento da vida da família. Fo nt e: F ot ol ia . 48 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Procure desenvolver um trabalho intersetorial, por exemplo, com a educação, a fim de estimular as creches amigas da amamentação, aonde as mães poderão levar o leite humano ordenhado ou mesmo amamentar seus filhos nas creches. Saiba mais Leia o artigo sobre o projeto da Creche Amiga da Amamentação em Florianópolis, que recebeu o Prêmio de Boas Práticas 2013: Revista de Saúde Pública de Florianópolis, disponível em: http://www.pmf.sc.gov. br/arquivos/arquivos/pdf/10_12_2013_13.05.09.30283607ec72113c0a 8f7fe4f139d259.pdf. Na sequência, apontamos algumas informações importantes sobre como realizar o aconselhamento para a amamentação. 2.4 Aconselhamento na amamentação č A realidade do outro não está naquilo que ele revela a você, mas naquilo que ele não pode revelar. Portanto, se você quiser compreendê-lo, escute não o que ele diz, mas o que ele não diz. Kalil Gibran Esse é um tema muito importante e pode fazer toda a diferença no processo da ama- mentação. A mulher que amamenta, geralmente, passa por um período de fragilidade emocional, causada tanto pelas mudanças hormonais em seu organismo, que precisa adaptar-se ao pós-parto, quanto pela insegurança de assumir um novo papel em sua vida, nos casos de primeiros filhos, ou por achar que não vai dar conta de mais um filho. Além disso, ela pode estar fisicamente mais debilitada, uma vez que perdeu bas- tante sangue, não dorme bem e muitas vezes não se alimenta direito. Enfim, esse é um período de vulnerabilidade física e emocional, em relação ao qual o profissional de saúde deve estar habilitado para atuar com competência e sensibilidade. O aconselhamento pode contribuir para que essa mulher seja acolhida, ouvida, respei- tada, por isso ele não pode ser entendido como um mero dar conselhos, ou dizer para a mulher o que ela deve fazer. Você deve tentar entender como essa mulher se sente, ouvir seus medos e dúvidas, valorizar suas queixas e compreender seus limites, para então propor orientações e ajudá-la a decidir o que é melhor para ela e seu filho. A mulher que amamenta, geralmente, perde a confiança em si mesma. Ela quer mui- to acertar e fazer o melhor para seus filhos, porém as informações são muitas e muito diferentes. Cada um tem uma receita para passar sobre o que ela deve comer para ter leite, ou não comer para o bebê não ter cólicas, ou o que fazer para ter bastante leite. Fo nt e: F ot ol ia . 49 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Isso, sem falar no que o acesso à internet colabora para gerar dúvidas ou rotulá-la como incapaz Os sites e blogs são muitos e as informações nem sempre são verdadei- ras ou ponderadas, gerando uma ansiedade e uma sen- sação de frustração e incompetência que interferirãono processo da amamentação. Quando há uma dificulda- de na amamentação, é comum pensar que se trata de uma incapacidade da mulher. à amamentação, era considerado moderno dar ma- madeiras. Dessa forma, elas não sabem como orientar, pois não tiveram essa vivência. O AM na espécie humana não é inato, precisa ser apren- dido, é passado de uma geração à outra. Por isso, quem não aprendeu, não sabe ensinar. As famílias hoje es- tão menores, o número de filhos diminui. Nas cidades, cada vez maiores, as famílias encontram-se menos. Assim, as mulheres que hoje estão sendo mães pouco conviveram com crianças pequenas. Muitas vezes, o primeiro bebê que pegam no colo é o seu próprio filho, o que gera insegurança. A mulher que não tem confian- ça em si mesma cede mais facilmente às pressões das amigas e da família. Para a mulher amamentar, ela precisa tomar uma deci- são, e o papel da família nesse processo é fundamental. A família fornece informações sobre a melhor prática alimentar para uma criança. Cada família tem uma his- tória, que vai sendo construída pelo tempo e repassada aos seus membros, e esses ensinamentos são a base dos valores e crenças que basearão as tomadas de deci- são. Por isso é tão importante compreender as famílias e seus processos evolutivos, entender que os modelos atuais são diferentes e estão em constante evolução, e que as motivações passadas por meio de gerações po- dem facilitar ou dificultar as mudanças. O acolhimento e a compreensão são condições primor- diais no aconselhamento. São atitudes que podem pa- Além disso, nem sempre as mulheres que têm filhos atualmente podem contar com o apoio e a companhia de suas mães. As configurações familiares estão mu- dando aceleradamente. As avós de hoje geralmente trabalham fora, assim, não podem acompanhar suas filhas por um período maior. Muitas vezes, essas mes- mas avós não amamentaram seus filhos, porque há 20 ou 30 anos, além de não existirem as leis de proteção Fo nt e: F ot ol ia . 50 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica recer simples, mas requerem que nos despojemos de nossos julgamentos e valores pessoais, buscando nos colocar no lugar do outro. Isso abrirá as portas para uma comunicação eficaz e o ajudará quando for dar orienta- ções e sugerir mudanças de prática. Evite dizer à mulher que amamenta o que ela tem de fazer. No lugar de dar ordens, ajude cada mãe a decidir por si o que é melhor, pois isso aumentará sua autoconfiança (TACLA, 2006). Fo nt e: S hu tt er st oc k. teressados nela e em sua história. Desse modo, ela se sentirá acolhida e compreendida e poderá falar mais sobre seus sentimentos e dificuldades. Para isso, é necessário que você observe alguns pontos na sua atuação junto às mulheres que amamentam. Confira a seguir. 1. Usar comunicação não verbal útil Não falamos só com palavras. Falamos com o corpo, com a expressão facial, com gestos e atitudes. Por isso, tenha cuidado com a comunicação não verbal. Algu- mas estratégias de comunicação não verbal facilitam a aproximação: • manter a cabeça no mesmo nível que a da mãe; • prestar atenção no que ela fala; • remover barreiras (mesa, papéis, braços cruza- dos, computador); • dedicar tempo; • tocar apropriadamente (a mãe e o bebê). 2. fazer perguntas abertas Geralmente são mais úteis e, para respondê-las, a mãe precisa dar mais alguma informação do que quando fazemos perguntas fechadas, que podem ser respondi- das apenas com sim ou não. Em geral, essas perguntas começam por: O que? Como? Quando? Onde? Por quê? Adiante, você conhecerá alguns passos de aconselha- mento na AM que são propostos pela OMS. Ouvir e aprender A mãe que amamenta pode ter dificuldades em ver- balizar seus sentimentos. É preciso ouvi-la e levá-la a compreender e sentir que estamos sinceramente in- 51 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Fo nt e: S hu tt er st oc k. Em vez de perguntar: Você está amamentando seu bebê? pergunte, por exemplo: Como você está alimentando seu bebê? 3. Usar expressões e gestos que demonstrem interesse Falar com alguém que não demonstra estar interessado ou ouvindo gera frustração e irritação, o que pode fazer com que a mãe desista de falar o que ela pensa. Ao falar com a mulher que amamenta, olhe para ela, sorria, balance a cabeça afirmativamente, use expressões que demonstrem interesse, como: Ah é? Mmm! Aha! Fale mais sobre isso! 4. devolver com suas palavras o que a mãe diz Quando você repete com suas palavras o que a mãe diz, demonstra que a ouviu e com- preendeu o que ela quis dizer, o que deve incentivá-la a falar mais. Quando a mãe refere que o bebê chorou à noite toda, ela possivelmente quer dizer que está muito cansada, pois não dormiu direito. No entanto, pode ficar constrangida em dizer isto, com medo de ser julgada como uma mãe não suficientemente boa, ou ouvir uma reprimenda, do tipo: Bebês choram mesmo! Porém, se ao ouvi-la dizer que o bebê chorou à noite toda você responder algo como: Imagino como você deve estar cansada! Seu bebê fez você ficar acordada porque chorou à noite toda? Assim, a mãe terá certeza de que você a compreendeu, e certamente as janelas da sua comunicação com ela estarão abertas. 5. demonstrar empatia Quando você diz que se identifica com o que a pessoa está vivenciando: Já passei por isso! trata-se de simpatia e o seu ponto de vista prevalece. Na empatia, você se põe no lugar do outro, é um estado de identificação do qual emerge um sentimento profun- do de compreensão, de compaixão e outros que possibilitam uma intervenção tera- pêutica, o que pode gerar mudanças. Você demonstra empatia quando verbaliza que entende como a mãe se sente, colocando-a no centro da situação e da sua atenção. 52 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Evite palavras que soem como julgamento. Somos ge- ralmente muito rápidos em julgar e nossas palavras podem constranger e inibir a mulher que está ama- mentando e que já está se sentindo inadequada e in- competente. Evite palavras como: certo, errado, pouco, muito, bem, mal, suficiente, apropriado. Você pode fa- zer com que a mãe sinta que fez algo errado ou que algo não está bem com o bebê. No lugar de perguntar: Você tem bastante leite? Questione: Como está a sua produ- ção de leite? 6. Dar confiança e apoio Respeite e apoie sempre o que a mãe diz e sente. Quan- do discordar dela, você corre o risco de fazê-la se sen- tir inadequada e ter medo de emitir novas opiniões e adotar condutas importantes para entender o que está acontecendo. Porém, não seria possível concordar com ela em uma ideia completamente equivocada. Uma estratégia, nesses casos, é responder de maneira neutra, ou devolver com suas palavras o que ela está dizendo, para ter certeza da compreensão. Quando a mãe afirma que quer deixar de amamentar ou quer dar complemento porque o seu leite é fraco, você pre- cisa respeitar o que ela diz, afirmando que entendeu como ela se sente e como é importante a sua preocu- pação com a saúde do filho. Depois de deixar claro que não a está julgando, pode acrescentar as infor- mações necessárias para corrigir o que ela pensa, de maneira tranquila e educada. Esclareça que o leite parece ralo no começo porque se divide em partes e que essa primeira parte é muito importante para hi- dratar e proteger o bebê. Quando a mulher que amamenta se sente apoiada, constrói um vínculo de confiança com o profissional de saúde. 7. reconhecer e elogiar o que a mãe e o bebê estão fazendo de certo Todos gostamos de receber elogios e ter nossasações e ideias validadas, pois isso aumenta nossa autocon- fiança. É sempre útil começar um atendimento elo- giando a mãe de alguma forma. Você pode elogiar quando tudo está indo bem, se a mãe está amamen- tando, o bebê está ganhando peso, a carteira de vaci- nação está em dia etc. Temos muitas vezes a tendência de cobrar quando essas coisas não estão bem, mas nos esquecemos de elogiar quando tudo está bem. Quando você exalta as boas prá- ticas da mãe e seu cuidado com o filho, isso a encoraja a continuar agindo da mesma forma. Mas, e quando as coi- sas não estão andando como esperado e aparentemente não há o que elogiar? Ainda assim, você precisa procurar um motivo e, se o procurar com sinceridade, sempre o encontrará. Pode elogiar, por exemplo, o fato de ela estar vindo à UBS trazer seu filho para ser avaliado. 8. dar ajuda prática Esse é um aspecto importante na prática de dar apoio à mulher que amamenta. Geralmente, essas mulheres estão cansadas, já tentaram de inúmeras maneiras re- solver seus problemas. Encontrar alguém que as ajude nas suas necessidades do momento pode fazer com que se sintam valorizadas e respeitadas. Algumas maneiras práticas de dar ajuda são: • trazer um copo de água antes da consulta para uma mãe que chega cansada; • oferecer-se para segurar o bebê por alguns mi- nutos; • oferecer ajuda com suas bolsas e sacolas; • oferecer uma distração para os filhos mais velhos, para que ela possa se tranquilizar durante a con- sulta; • ajudá-la a encontrar uma posição confortável para amamentar; • aliviar o ingurgitamento e auxiliá-la a colocar o bebê para mamar em posição adequada. 9. dar pouca e relevante informação O fato de falar muito e elencar tudo o que sabe sobre aleitamento materno não significa que você será ouvi- do e compreendido. Uma mulher com dor, cansada, in- segura, com pressa, nem sempre compreenderá tudo o 53 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Compreender e conhecer a rede de apoio à mulher é fundamental para a manutenção ou não dessa prática, uma vez que a nutriz é fortemente influenciada pela comunidade, pela família e por suas correspondentes crenças, costumes e valores. 2.5 Rede de apoio à mulher que amamenta Amamentar envolve o apoio de familiares, amigos, vi- zinhos e profissionais de saúde, imprescindíveis para que estiver falando. A preocupação dela é com a dificul- dade que está vivendo no momento. Por exemplo, não é hora de falar da volta ao trabalho quando ela sequer recebeu alta do parto. A informação que fica é aquela que tem importância e significado para o problema que ela está vivendo no momento. Você precisa escolher no máximo duas ou três informações de cada vez, as quais digam respeito à situação que a mulher está vivendo, e certificar-se de que ela compreendeu o que você disse. A aprendizagem eficaz só acontece quando o conteúdo tem significado. Apoiar a mulher que amamenta é acolhê-la, mas é pre- ciso lembrar de incluir e acolher também as famílias no processo da amamentação, tanto a nuclear (pai, mãe e filhos) quanto a família ampliada (avós, tios, primos etc.), porque todos têm influência sobre essa mulher, que pode estar insegura ou não, verbalizando ou não seus medos. O trabalho com famílias consiste em descobrir o que impede, a família ou a mulher, de atingir seus objetivos. Quando os membros de uma família se unem para en- frentar desafios, seus vínculos são fortalecidos e os in- divíduos podem desenvolver competências, como a de amamentar ou de valorizar a mulher que amamenta. Esclareça à mulher que ela pode vir sem- pre acompanhada à consulta. Fo nt e: F ot ol ia . superar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres e suas famílias. A existência de uma rede de apoio pode ser um fator determinante para a adoção e manuten- ção da prática da amamentação e da introdução pre- coce de outros líquidos e alimentos na dieta da criança (PRATES; SCHMALFUSS; LIPINSKI, 2015). Essa rede serve como suporte para a mulher nesse pe- ríodo de vida. Portanto, todos os significados que a en- volvem devem ser valorizados, inclusive os sentimen- tos das pessoas que apresentam vínculo próximo com a mulher nutriz, geralmente a mãe, para que o ato de 54 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica amamentar transcorra de modo efetivo (MONTE; LEAL; PONTES, 2013). A família influencia decisivamente no apoio e cuidado à puérpera e ao recém-nascido. De acordo com estudo desenvolvido por Muller e Silva (2009), as mulheres rela- tam que o apoio oferecido por familiares e amigos tem como base uma implícita valorização da mulher como mãe e que amamenta. Destaca a ajuda prática no con- texto familiar, o fato de os membros da família assumi- rem tarefas costumeiramente realizadas por ela dentro da dinâmica familiar, o que a permite dedicar mais tem- po ao bebê e, consequentemente, à amamentação. Para uma amamentação bem-sucedida, a mãe neces- sita de constante incentivo e suporte dessa rede de apoio. Não basta que ela opte pelo AM. Ela precisa estar inserida em um ambiente que a apoie na sua opção. A opinião e o incentivo das pessoas que cercam a mãe, sobretudo os maridos ou companheiros, as avós da criança e outras pessoas significativas para a mãe são de extrema importância (BRASIL, 2015a). Os maridos ou companheiros têm sido identificados como importante fonte de apoio à amamentação. Po- rém, muitos deles não sabem de que maneira podem auxiliar a mulher que amamenta, provavelmente por falta de informação. Alguns sentimentos negativos dos maridos ou compa- nheiros, comuns após o nascimento de um filho, pode- No período de amamentação, é difícil para a mulher cuidar do bebê, da casa, do marido ou companheiro e de outros filhos. A família precisa se reunir para ajudar a mulher que amamenta nas tarefas domésticas, para que ela possa se dedicar ao lactente. Também é papel da família não levar para casa produtos que prejudi- cam a amamentação, como latas de leite, mamadeiras e chupetas. riam ser aliviados se eles estivessem informados da im- portância do seu papel, não apenas nos cuidados com o bebê, mas com a mulher que amamenta (BRASIL, 2015a). O apoio deles na manutenção da amamenta- ção é fundamental, pois, mesmo apoiando a amamen- tação nos primeiros meses da criança, é comum não apoiarem a manutenção da amamentação por dois anos ou mais (MARTINS; GIUGLIANI, 2012). Fo nt e: S hu tt er st oc k. 55 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica Você, como profissional de saúde, pode se aproximar e considerar o contexto familiar e comunitário, identificando crenças, mitos, tabus e valores culturais imbricados nesse processo, a fim de desempenhar o papel de apoiador e incentivador da amamentação (PRATES, 2015). Cabe a você, profissional de saúde, e aos demais profissionais da equipe da Atenção Básica e do NASF estimular e apoiar o marido ou companheiro, as avós, os amigos e os vizinhos, para que participem desse período vital para a família. É importante ouvi-los, incluí-los e valorizá-los no apoio ao processo de amamentar. A seguir, trazemos algumas boas práticas em aleita- mento materno, com o objetivo de estimular o desen- volvimento dessas. 2.6 Experiências municipais de boas práticas em aleitamento materno na AB Com o intuito de estimular você a desenvolver práticas promotoras de AM, buscamos algumas experiências re- latadas por profissionais da Atenção Básica. A busca foi realizada nos endereços oficiais, como o da Comunida- de de Práticas, que é um espaço virtualde construção de conhecimento e aprendizado a partir das experiên- cias de cada profissional da AB. Link O primeiro relato de boa prática em alei- tamento materno faz parte dos relatos da Comunidade de Práticas e está dispo- nível, na íntegra, neste endereço: https:// novo.atencaobasica.org.br/relato/1799. Fo nt e: S hu tt er st oc k. 56 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica č Na consulta do pré-natal, no puerpério, sempre são detectadas dúvidas e dificuldades por parte das mulheres para amamentar. O desafio maior é preparar toda a equipe para atender essas demandas e não ficar sob a respon- sabilidade de quem mais gosta desse tema. As dificuldades mais comuns relatadas pelas mulheres eram: recém- nascidos com dificuldade para pegar os mamilos, para sugar o leite e mães com mamas ingurgitadas. Percebi que o cotovelo dava subsídio suficiente para detalhar a esta mãe como a mesma poderia realizar o esvaziamento das mamas e também amamentar seu filho. Iniciei esta nova abordagem de preparo no ano de 2002 e mantive como orientação para a amamentação o uso do cotovelo para explicar como poderia realizar a ordenha manual e solici- Conforme relato de Moreira et al (2015), no estado da Paraíba, município de Capina Grande, č [...] a equipe de saúde denominada Bonald Filho observou que as pessoas idosas são potenciais meios veiculadores de informações no campo da saúde e, na questão da amamentação, as gestan- tes sempre identificaram as avós como as apoiado- ras no período puerperal. Assim, assistente social, enfermeiras, cirurgiã dentista e médica criaram um grupo de apoio à amamentação denominado de Amigos do Peito, voltado para as pessoas idosas. č Para isso foi realizado um curso para as mulheres idosas interessadas, com o tema AMIGOS DO PEI- TO - apoiando a amamentação. As profissionais observaram que, ao buscar na pessoa idosa uma forma de disseminação de informações, a Unida- de de Saúde conseguiu aliadas para a realização de ações de promoção ao aleitamento materno. Relatam que a experiência foi muito positiva para todas as partes envolvidas, as pessoas idosas, os profissionais da Atenção Básica e a comunidade. Link O segundo relato vem do estad o do Pa- raná e é realizado pelo enfermeiro Edi- nael Marciano. Íntegra disponível em: https://novo.atencaobasica.org.br/ relato/4100. Fo nt e: F ot ol ia . 57 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica tava a compreensão desta mãe. Neste momento, fazia uma correlação mama-cotovelo e definia a prega com mamilo e proeminência óssea aréola e cotovelo uma mama. Esta prática pode ser desen- volvida pelos profissionais de saúde. Ao simular a sucção com a prega do cotovelo, a mulher que não teve a experiência de amamentar tem clareza de como o bebe deve mamar. Esses relatos mostram que a promoção do AM pode ser uma prática na Atenção Básica. Você encontrará outros rela- tos na Comunidade de Práticas, além de poder relatar suas práticas nes- sa área. Trata-se de uma interessante forma de trocar experiências e dar visibi- lidade às boas práticas. 2.7 Fechamento da unidade Nessa unidade, destacamos o papel dos profissionais da AB na promoção do aleitamento materno, reforçan- do a importância do trabalho interdisciplinar e de iniciar orientações e discussões sobre o aleitamento antes de a mulher engravidar, ou seja, nos trabalhos educativos nas escolas, nos grupos existentes nas comunidades e em outros espaços onde se pode abordar o tema. Fo nt e: S hu tt er st oc k. Enfatizamos a importância das informações durante o pré-natal, o preparo para o parto e pós-parto para o êxito do aleitamento materno. Relembramos algumas recomendações sobre a pega correta do bebê e o retorno ao trabalho da mulher que amamenta. Por fim, apontamos questões que envolvem o aconselhamento e o acolhimento à família que amamenta e como vinculá-la e dar seguimento ao seu acompanhamento. Na próxima unidade, apontaremos algumas informações que consideramos importantes para sua atuação na preven- ção e no manejo das intercorrências mais frequentes no AM.
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