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LIVRO ALEITAMENTO MATERNO ABORDAGEM 2

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Departamento de Saúde Pública
Universidade Federal de Santa Catarina
Série Formação para a Atenção Básica
PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO 
MATERNO NA ATENÇÃO BÁSICA
 Unidade 2
Promoção do aleitamento materno 
na Atenção Básica 
Nesta unidade, vamos discutir o papel dos profissionais da Atenção Básica na 
promoção do aleitamento materno e como você pode incorporar as ações de pro-
moção do AM no seu processo de trabalho, envolvendo parcerias com a Educação 
Infantil, as lideranças comunitárias e a rede de apoio à família que amamenta, pro-
curando garantir o direito da criança a essa alimentação.
Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de empreender essa tarefa.
33 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
2.1 O papel do profissional da Atenção 
Básica no incentivo do aleitamento materno
O apoio dos profissionais de saúde é fundamental para que a amamentação tenha 
êxito. O sucesso do AM pode ser definido por uma amamentação exclusiva até os seis 
meses. Devemos frisar que a amamentação deve continuar até os dois anos de idade, 
ou mais; mesmo depois de serem introduzidos os alimentos regularmente, com boa 
aceitação, a criança deve ser amamentada.
O sucesso pressupõe, além do tempo de seis meses de amamentação exclusiva, que a 
criança tenha um bom estado nutricional, ou seja, aumente de peso de maneira ade-
quada, que tenha um bom desenvolvimento psicomotor e que haja uma boa interação 
entre a mãe e a criança durante a amamentação.
Fo
nt
e:
 F
ot
ol
ia
.
Destacamos, também, que o sucesso do aleitamento materno precisa levar em consi-
deração o projeto da mãe para esse processo. Sob o ponto de vista da mãe, a prática do 
AM pode ser de curta duração, e pode ser um sucesso, desde que corresponda às suas 
expectativas (UNICEF, 2008). Assim, o êxito do AM depende do projeto da mãe sobre 
essa ação, que pode corresponder às suas expectativas, bem como das ações de incen-
tivo que ela recebe ao longo de sua vida e do preparo para o parto e durante o pré-natal.
Nesse contexto, para o sucesso da amamentação, você, profissional de saúde da Aten-
ção Básica, tem papel importante a desenvolver, atuando sobre três fatores conjugados:
• a decisão de amamentar;
• o estabelecimento da lactação;
• o suporte da amamentação.
Para que você atue sobre esses três fatores, não basta ter conhecimentos sobre AM. 
Você precisa, também, de competência para se comunicar de modo eficiente. Essa co-
municação não significa dizer à mulher o que ela deve fazer, mas a ajudá-la a tomar 
decisões após ouvir, tentar entendê-la e dialogar com ela sobre os prós e contras das 
opções (BRASIL, 2015a).
Uma pesquisa foi realizada com trabalhadores de saúde comunitária e conselheiros, a 
partir de uma metanálise de intervenções, para oferecer suporte pré-natal e pós-natal 
a mães, pais e outros membros da família no domicílio. Esse estudo verificou o efeito 
de algumas intervenções para o AM, como aconselhamento por profissional da enfer-
magem, por conselheiro treinado em lactação ou por outro profissional de saúde, in-
cluindo ligações telefônicas após a alta, combinadas a visitas domiciliares.
Isso permitiu identificar que as intervenções domiciliares e familiares foram efetivas 
para melhorar a AME, sendo aquelas que forneceram aconselhamento pré-natal e pós-
natal ainda mais efetivas do que aquelas que abordaram apenas um período. Inter-
venções na comunidade, incluindo aconselhamento em grupo ou educação e mobili-
34 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
zação social, com ou sem mídia de massa, foram similarmente efetivas, aumentando 
a iniciação oportuna da amamentação em 86% e a amamentação exclusiva em 20% 
(ROLLINS et al, 2016).
Dessa forma, está comprovado que as ações de estímulo ao AM precisam fazer parte do 
processo de trabalho da equipe de saúde de maneira contínua. Por isso, o Ministério 
da Saúde propõe o preparo dos profissionais para a atuação em uma estratégia de-
nominada Amamenta e Alimenta Brasil. Essa estratégia, regulamentada pela Portaria 
1.920, de 05 de setembro de 2013, tem por objetivo qualificar o processo de trabalho 
dos profissionais da Atenção Básica, com o intuito de reforçar e incentivar a promoção 
do AM e da alimentação saudável para crianças menores de dois anos, no âmbito do 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Para tanto, conta com duas metodologias:
Fo
nt
e:
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
• a formação de tutores da estratégia 
Amamenta e Alimenta Brasil;
• as oficinas de trabalho nas Unidades 
Básicas de Saúde (UBS).
As oficinas são conduzidas pelos tutores, que visam discutir a prática do AM e alimen-
tação complementar saudável com os profissionais da UBS e planejar ações de incen-
tivo à alimentação saudável na infância, de acordo com a realidade local. 
Saiba mais

Clique no endereço eletrôni co indicado a seguir para conhecer mais 
sobre esse assunto: http://dab.saude.gov.br/portaldab/amamenta.php.
35 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Lembre-se de que é sua atribuição, como profissional 
de saúde da Atenção Básica, prover as informações 
sobre o AM e a alimentação complementar do seu ter-
ritório de abrangência no Sistema de Informação de 
Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). São três 
tipos de formulários a serem preenchidos: um desti-
nado às crianças menores de seis meses, outro para 
crianças de seis a 23 meses e um para crianças com 
dois anos ou mais. Esse sistema permite a vigilância 
alimentar e nutricional no território e deve ser utiliza-
do como ferramenta para o planejamento de ações de 
incentivo ao AM.
Saiba mais

A vigilância alimentar e nutricional é 
uma das importantes ações que você 
precisa realizar no acompanhamento 
das crianças do seu território. Saiba mais 
acessando: http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/marco_referencia_ 
vigilancia_alimentar.pdf.
Elencamos no esquema ao lado algumas ações de in-
centivo ao AM que podem ser desenvolvidas por você 
e sua equipe. Essas ações estão baseadas nos dez pas-
sos para o sucesso da amamentação, propostos pela 
OMS e UNICEF, bem como na estratégia Amamenta e 
Alimenta Brasil. 
1 Ter uma norma escrita quanto à 
promoção, à proteção e ao apoio 
ao aleitamento materno, que 
deverá ser rotineiramente transmit-
ida a toda a equipe da Unidade de 
Saúde.
Capacitar toda a equipe da unidade 
de saúde para implementar esta 
norma.
Orientar as gestantes e mães 
sobre seus direitos e as vantagens 
do AM e o manejo da amamen-
tação, promovendo a amamen-
tação exclusiva até os seis meses e 
complementada até os dois anos 
de vida ou mais.
Escutar as preocupações, vivên-
cias e dúvidas das gestantes e 
mães sobre a prática da amamen-
tação, apoiando-as e fortalecendo 
sua autoconfiança.
Orientar as gestantes sobre a 
importância de iniciar a amamen-
tação na primeira hora após o parto 
e de ficar com o bebê em alojamen-
to conjunto.
Mostrar às gestantes e mães como 
amamentar e como manter a lactação, 
mesmo se estiverem separadas de 
seus filhos.
Orientar as nutrizes sobre a 
amenorreia lactacional e os méto-
dos contraceptivos adequados à 
amamentação.
Encorajar a amamentação sob livre 
demanda.
Orientar gestantes e mães sobre 
os riscos do uso de fórmulas 
infantis, mamadeiras e chupetas, 
não permitindo propaganda nem 
doações desses produtos na 
Unidade de Saúde.
Implementar grupos de apoio à 
amamentação acessíveis a todas 
as gestantes e mães, procurando 
envolver os familiares.
2
6
7
8
9
3
4
5
10
36 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Você pode desenvolver as ações de incentivo ao AM em 
atendimentos individuais oucom a formação de grupos 
de apoio à gestante e à mãe que amamenta. Nas ações 
voltadas ao pré-natal, nos atendimentos individuais, de 
grupo ou em atividade de sala de espera, procure con-
versar com as gestantes e acompanhantes sobre a inten-
ção de amamentar, sobre vantagens da amamentação, 
tempo ideal de aleitamento materno, consequências do 
desmame precoce, produção do leite e manutenção da 
lactação, amamentação precoce ainda na sala de parto, 
importância do alojamento conjunto, técnica adequada 
de amamentação, problemas e dificuldades, direitos da 
mãe, do pai e da criança (BRASIL, 2015a).
atenção materno-infantil no Brasil estabelecem como 
meta para as equipes de saúde, no acompanhamento 
pós-parto, que toda criança seja visitada no seu domi-
cílio por profissional de saúde na primeira semana de 
vida (BRASIL, 2011; BRASIL, 2015a). Na promoção do 
AM, essa visita é importante tanto para a avaliação da 
criança quanto para o apoio à mãe, incluindo a obser-
vação de possível risco para o desmame precoce e, com 
isso, a implementação de medidas de suporte ao alei-
tamento (BRASIL, 2011b).
É importante que você, como profissional de saúde, 
esteja atento às dúvidas e inseguranças da mãe e dos 
familiares, bem como às dificuldades da mãe e da 
criança, para poder ser um apoiador da amamentação. 
Nesse sentido, trazemos na sequência alguns pontos a 
serem trabalhados para o sucesso da amamentação.
Reflexão

A amamentação deve ser estimulada por 
todos os profissionais das UBS, incluindo, 
além das equipes de ESF, o NASF: psico-
logia, nutrição, fonoaudiologia e serviço 
social. É importante lembrar e valorizar, 
também, o papel da odontologia.
No período pós-parto, os profissionais de saúde preci-
sam acompanhar o processo da amamentação e o cres-
cimento e desenvolvimento da criança. As políticas de 
Boas práticas

Algumas experiências exitosas com grupos de bebês para o cuidado da saúde bucal são desenvolvidas 
no âmbito da Atenção Básica em Florianópolis-SC. Citamos o trabalho realizado pelo cirurgião-dentista 
em uma das UBS, que recebeu o Prêmio Boas Práticas 2015 e teve como título: Grupo Capital Criança: 
Trabalho em Rede e Articulação Intersetorial na Atenção Neonatal e Puerpério. Você pode acessá-lo no 
endereço: https://drive.google.com/file/d/0B51Va5cKotQidGNtRXhUYkRHNDg/view?usp=sharing.
Também destacamos a possibilidade da consulta do bebê com 30 dias de vida com o cirurgião-den-
tista, prática adotada no serviço de atenção primária em Florianópolis desde 1997, pelo Programa 
Capital Criança.
Além das práticas individuais e coletivas, é fundamental o trabalho da mobilização social para a pro-
moção do aleitamento materno, como as campanhas e chamadas para a Semana Mundial de Amamen-
tação. Destacamos o movimento Agosto Dourado e a prática em uma comunidade de Florianópolis, 
que foi tema de um dos Prêmios Boas Práticas de 2015: O Agosto é Dourado no Centro de Saúde Monte 
Cristo. Confira no endereço: https://drive.google.com/file/d/0B51Va5cKotQiZUlDeWctOS00Sms/view.
Fo
nt
e:
 S
hu
tt
er
st
oc
k.
37 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
2.2 Práticas para a 
promoção da pega correta 
na amamentação 
É importante você saber que, em princípio, a grande 
maioria dos bebês que nascem a termo e em boas con-
dições está apta a sugar a mama corretamente e extrair 
o leite com eficácia.

Sugar é um ato reflexo que o bebê faz 
desde o útero, mas ordenhar a mama 
com eficácia é um ato aprendido, que 
precisa da organização de várias habili-
dades do bebê.
Desde o útero o bebê tem capacidade de sugar. Pode-
mos observar, nas ultrassonografias, os bebês sugando 
o dedo ou as mãos. Porém, ordenhar a mama é bem 
mais complexo. Apesar de a sucção do recém-nascido 
ser considerada um ato reflexo, ele precisa aprender a 
retirar o leite da mama de maneira eficaz. Para isso, ele 
precisa do reflexo de busca, de protrair a língua para 
que o mamilo atinja o local adequado no palato, de 
canular a língua e fazer os movimentos peristálticos de 
frente para traz para conduzir o leite, de uma boa aber-
tura do maxilar, de sugar, deglutir e respirar.
Fo
nt
e:
 S
hu
tt
er
st
oc
k.Organizar todos esses reflexos e movimentos na or-
dem correta nem sempre é fácil para o bebê. Se pu-
déssemos comparar a amamentação com o andar de 
bicicleta, poderíamos dizer que existem crianças que 
sentam na bicicleta e saem andando, porém há crian-
ças que precisam da ajuda de algum adulto, de rodi-
nhas na bicicleta, mas que, uma vez que aprendem, 
não esquecem mais.
Os bebês que nascem a termo, de parto normal, e que 
são postos para sugar logo após o parto, têm chance 
maior de organizar seus movimentos mais precoce-
mente, devido ao fato de os reflexos de sucção, res-
piração e deglutição serem mais amadurecidos. Os 
bebês de parto normal nascem mais alertas do que os 
que nascem de cesárea. Quando sugam logo depois 
que nascem, os recém-nascidos têm maior chance de 
fazer um registro melhor da mamada e repeti-la de-
pois. Por outro lado, a mulher, depois de um parto nor-
mal, geralmente está bem e tem melhores condições 
de interagir com seu filho do que a que acabou de se 
submeter a uma cirurgia, uma vez que pode estar mais 
sonolenta, com soro, sonda, náuseas, o que dificulta a 
posição da mamada.
A sucção eficaz é muito importante para a mãe e o bebê.
Para a mãe, garante o esvaziamento adequado da 
mama, estimulando uma produção ajustada às neces-
sidades do bebê, e evita o ingurgitamento que pode 
acontecer se o leite ficar estocado na mama por muito 
tempo, uma vez que, por ser um fluido semiplástico, o 
leite tende a se tornar um corpo sólido, causando o em-
pedramento da mama. Além disto, um bebê que suga 
com eficácia, suga por um tempo menor e com interva-
los maiores, o que garante às mães tempo de repouso 
38 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
e a possibilidade de ela se organizar para descansar e 
fazer outras atividades demandadas da sua realidade.
Para o bebê, a sucção eficaz permite que ele receba 
as três partes do leite e tenha ganho de peso, cresci-
mento e desenvolvimento ótimos. Além disso, garante 
sono mais profundo e regular, e por um maior perío-
Fatores da mãe
Independentemente da posição em que o bebê for 
sugar, a mãe deve estar bem acomodada, com as cos-
tas e os pés apoiados e, se estiver deitada, é impor-
tante que também se sinta confortável, uma vez que 
deve ficar na mesma posição durante todo o tempo 
da mamada. Se estiver mal acomodada, sentirá do-
res e contrairá os músculos da região dolorida, o que 
poderá provocar liberação de ocitocina, o hormônio 
responsável pela descida do leite, que é influenciado 
negativamente pela adrenalina circulante.
Uma orientação que você pode dar à mãe que ama-
menta é para utilizar travesseiro de suporte para o 
bebê, se estiver na posição sentada.
Outro fator importante, do ponto de vista materno, 
para garantia da mamada eficaz e da pega correta, 
é que a aréola esteja macia e maleável. Uma aréola 
ingurgitada dificultará a pega do bebê e a tendência 
é de que ele pegue apenas o mamilo, o que pode-
rá causar traumas mamilares e diminuir a retirada do 
leite. Uma dica interessante é retirar um pouco de lei-
te por meio da ordenha manual, antes de oferecer a 
mama para o bebê. Isso permite amaciar a aréola e fa-
cilitar que o bebê faça uma boa pega. A mãe deve trazer 
o bebê para ela, e não o contrário, e se inclinar sobre o 
bebê, oferecendo a mama.
Posição da mãe
Fonte: Do autor
Mamas volumosas ou muito flácidas podem precisar 
de ajuda dasmães, como apoio, para manter a pega 
adequada. Nesses casos, pode-se sugerir que a mãe 
segure a mama com as mãos em forma de C, os de-
dos formando um suporte na base e o polegar sendo 
usado como um suave suporte acima, sem pressio-
nar, conforme a figura.
do, o que lhe poupará energia. Isso o tornará um bebê 
que chora menos, o que dá mais tranquilidade aos 
pais e familiares.
O sucesso da amamentação depende das boas con-
dições físicas da mãe e do bebê, da interação entre 
mãe e filho e da ajuda de profissionais competentes 
no manejo da amamentação, além do apoio familiar 
e da sua rede social.
Existem alguns pontos que você pode observar na 
mãe e no bebê para avaliação da pega e da posição 
corretas, a fim de favorecer o sucesso do AM. Confira 
a seguir.
39 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Fatores do bebê
O bebê precisa ser estimulado a abrir bem a boca. A 
mãe deve tocar o lábio superior com a mão ou com a 
própria mama e esperar que o bebê abra bem a boca 
e protraia a língua. Assim que isso aconteça, a mãe 
deve projetar seu mamilo para o palato do bebê e 
trazer a criança rápida e firmemente para a mama.
A cabeça do bebê deve estar no mesmo nível do ma-
milo, com o nariz na mesma altura. O pescoço do 
bebê não deve estar distendido ou distorcido. A boca 
do bebê tem de estar no mesmo plano e de frente 
para a aréola, e os lábios devem estar curvados para 
fora, formando um lacre. O mamilo e a aréola, ou 
parte dela, precisam ficar introduzidos na boca do 
lactente, de tal maneira que o queixo fique apoiado 
na mama. Mesmo que o nariz fique estreitamente 
colocado contra a mama, ele conseguirá respirar, em 
função da formação anatômica do seu nariz, desde 
que sua cabeça não esteja sendo pressionada contra 
a mama. É sempre melhor apoiar a cabeça do bebê 
segurando a nuca. Enquanto mama no peito, o bebê 
respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal 
de respiração nasal, e o ciclo de movimentos man-
dibulares (para baixo, para frente, para cima e para 
trás) promove o crescimento harmônico da face do 
bebê (BRASIL, 2015a).
Pega do bebê
Fonte: BRASIL, 2009c.
A deglutição precisa ser observável ou audível. É im-
portante que o bebê fique virado para a mãe, barriga 
com barriga, e que as costas e a cabeça fiquem alinha-
das e apoiadas, principalmente quando o bebê é um 
recém-nascido.
Uma posição inadequada da mãe ou do bebê na ama-
mentação dificulta o esvaziamento da mama, pode 
favorecer o ganho de peso inadequado e promover 
traumatismos na mama. Um bom sinal para saber se 
a pega está adequada é observar o mamilo assim que 
o bebê acaba de sugar, que pode estar mais alongado 
pela pressão negativa promovida pela sucção, mas não 
deve estar maior de um lado ou do outro, nem amassa-
do. Além disso, a mãe não deve referir dor. Nos primei-
ros dias, o mamilo pode estar sensível, no entanto, uma 
dor importante é um preditivo de pega inadequada.
Outro fator que pode interferir é a roupa do bebê. Ela 
precisa ser adequada ao tempo (o bebê com frio ou 
calor excessivo tem dificuldades para sugar) e con-
fortável, deixando livres os braços, para que não fi-
quem entre o bebê e a mãe, fazendo com que fiquem 
mais distantes um do outro, o que favorece a pega 
apenas do mamilo.
As roupas da mãe também precisam ser adequadas. 
Sutiãs com aberturas muito pequenas, além de garro-
tear a mama, favorecendo o bloqueio de ductos, im-
pedem o acesso do bebê à mama, dificultando a pega 
adequada. O ideal, sempre que possível, é que as rou-
pas da mãe deixem a mama completamente exposta.
Pega correta Pega correta Pega incorreta
40 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
A OMS (BRASIL, 2015a) elenca quatro pontos-chave que são característicos do posicionamento e da pega corretos. Veja adiante.
pontos-chave do posicionamento adequado
• Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo.
• Corpo do bebê próximo ao da mãe.
• Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido).
• Bebê bem apoiado.
pontos-chave da pega adequada
• Mais aréola visível acima da boca do bebê.
• Boca bem aberta.
• Lábio inferior virado para fora.
• Queixo tocando a mama.
Língua Aréola Glândulas do leite
41 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Por fim, saiba que os seguintes sinais são referência de técnica inadequada de ama-
mentação:
• bochechas do bebê encovadas;
• ruídos ou estalidos da língua;
• mama aparentando estar esticada ou deformada durante a sucção.
2.2.1 Observação da mamada
A observação da mamada é fundamental para você profissional da saúde saber se a 
amamentação está transcorrendo de maneira adequada. O monitoramento de uma 
mamada deve fazer parte da consulta de qualquer profissional de saúde, principal-
mente no início da amamentação. Ao identificar algum problema e fazer a intervenção 
correta, tanto de abordagem como da técnica, você prevenirá complicações e possí-
veis desmames precoces como consequência da dor ou de ganho inadequado de peso.
Boas práticas

Você pode propor a criação, em sua Unidade de Saúde, do Cantinho da 
Amamentação. O local para as mães amamentarem seus filhos deve ser 
confortável (podem ser estimuladas doações de poltronas, pufes etc.), 
tranquilo e reservado (pode ser fechado com cortinas ou biombos).
O formulário de observação da mamada, proposto pela OMS/UNICEF e apresentado a 
seguir, indica os pontos importantes a serem observados em uma mamada.
Amamentação com posicionamento e pega corretos não deve doer. A seguir, temos 
alguns indicadores de que um bebê está mamando de maneira correta.
• O bebê fica tranquilo, ativo e dorme bem entre as mamadas.
• Ele molha mais do que seis fraldas em 24 horas.
• Seu ganho de peso é satisfatório.
O importante é que o bebê esteja em curva ascendente de crescimento. Existe uma 
imposição de que a criança tenha de aumentar 30 g por dia de peso, o que acaba sendo 
razão para muitas prescrições desnecessárias de complemento alimentar.
Fo
nt
e:
 F
ot
ol
ia
.
42 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Formulário de observação e avaliação de mamada.
Fonte: WHO/UNICEF.
Comportamentos favoráveis
Posição
Escore posição 1
Escore afetivo 1
Escore anatomia 1 Escore anatomia 2
Escore afetivo 2
Escore resposta 2Escore resposta 1
Escore posição 2
Respostas
Estabelecimento de laços afetivos
Anatomia
Escore sucção 1 Escore sucção 2
Sucção
Comportamentos indicativos de dificuldades
Posição
Respostas
Estabelecimento de laços afetivos
Anatomia
Sucção
Mãe relaxada e confortável
Corpo e cabeça do bebê tocando o peito
Queixo do bebê tocando o peito
Nádegas do bebê apoiadas
O bebê procura o peito quando sente fome
O bebê roda e busca o peito
O bebê explora o peito com a língua
Bebê calmo e alerta ao peito
Bebê mantém a pega da aréola
Sinais de ejeção de leite (vazamentos, 
cólicas uterinas, fisgadas)
Mãe segura o bebê no colo com firmeza
Mãe e bebê mantém contato visual
Grande quantidade de toques mãe 
e filho
Mamas macias e cheias antes da mamada
Mamilos projetando-se pra fora
Tecido mamário com aparência 
saudável
Mamas com aparência arredondada
Boca bem abertaLábio inferior projeta-se 
pra fora
Língua do bebê assume a forma de um 
cálice ao redor do bico
Bochechas de aparência arredondada
Sucção lenta e profunda com períodos 
de atividade e pausa
É possível ver ou ouvir a deglutição
Boca quase fechada, fazendo um bico 
pra frente
Lábio inferior virado pra dentro
Não se vê a língua do bebê
Bochechas tensas ou encovadas
Sucções rápidas com estalidos
Pode-se ouvir barulhos altos, mas 
não a deglutiçãoMamas ingurgitadas e duras
Mamilos planos ou invertidos
Tecido mamário com escoriações, 
fissuras, vermelhidão
Mamas esticadas ou caídas
Mãe segura o bebê nervosamente, 
sacudindo-o, tremendo ou fracamente
Nenhum contato ocular mãe e filho
Mãe e bebê quase não se tocam
Nenhuma resposta ao peito
Nenhuma busca observada
O bebê não está interessado no peito
Bebê irriquieto ou chorando
Bebê não mantém a pega da aréola
Nenhum sinal de ejeção de leite 
Mãe com ombros tensos e inclinada 
sobre o bebê
Corpo do bebê distante do da mãe
O bebê está com o pescoço virado
O queixo do bebê não toca o peito
Só ombros/cabeça apoiados
43 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
2.2.2 Duração e frequência das 
mamadas
A duração da mamada é diferente para cada bebê. Al-
guns sugam mais vigorosamente e mamam em menos 
tempo, já outros sugam mais tranquila e demorada-
mente. Devemos deixar que cada bebê estabeleça seu 
próprio ritmo e mame em livre demanda, ou seja, sem-
pre que quiser, sem horário fixo. A mãe precisa apren-
der a reconhecer os sinais do seu filho e amamentá-lo 
sempre que ele tiver fome. No entanto, é importante 
que ela observe se as mamadas estão sendo eficazes, o 
que garantirá um tempo adequado de amamentação e 
de intervalo entre elas.

O choro nem sempre é sinal de fome. 
Bebês choram quando estão com fome, 
com sono ou irritados por algum motivo: 
dor, calor ou frio.
No começo, quando o bebê é menor, sua capacidade 
gástrica é pequena. Ele consegue mamar pouco volu-
me, por isso precisa mamar mais vezes. À medida que 
aumenta a capacidade de sucção e o volume de leite in-
gerido, a frequência das mamadas se reduz e a mamada 
noturna também vai diminuindo. Quando for necessário 
interromper as mamadas por alguma razão, a pressão 
exercida pela sucção deve ser interrompida colocando-
se o dedo mínimo da mãe na comissura labial da crian-
ça, evitando machucar o peito.
Oriente a mãe a, após cada mamada, colocar o bebê para arrotar. Assim que eliminar o ar, o bebê deve ser posto para 
mamar novamente na mesma mama. Deste modo, ele receberá mais do leite posterior, rico em gordura, que lhe dará 
saciedade e plenitude gástrica.
2.2.3 Alternância das mamas
Oriente a mãe a dar uma mama em cada mamada, para que o bebê sugue as três partes do leite e esvazie comple-
tamente a mama, o que prevenirá o ingurgitamento. Caso seja necessário oferecer a segunda mama numa mesma 
mamada, a mãe precisará começar por essa mama, na próxima vez.
Interrupção correta de mamada
Fonte: BRASIL, 2007c.
44 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
É importante reconhecer as 
situações trabalhistas de cada 
mulher:
• O local de trabalho é próximo do seu domicílio?
• Há possibilidade de levar a criança para uma cre-
che perto ou no local de trabalho?
• Alguém pode levar a criança para mamar en-
quanto a mãe está trabalhando?
• A mãe pode retirar o leite antes de sair de casa e 
deixá-lo para ser dado à criança?
• A mãe pode retirar o leite no local de trabalho?
• Há sala de apoio à amamentação no local de tra-
balho?
• Na comunidade onde a mulher reside há creche 
que recebe o leite ordenhado para oferecer à 
criança, ou a mulher pode ir à creche amamentar 
seu filho?
Você já deve ter percebido que tem um importante pa-
pel na promoção da amamentação, orientando a posi-
ção e a pega adequadas. Na sequência desse processo 
de incentivo e apoio à amamentação, você terá outro 
importante desafio: orientar a mãe para que consiga 
manter a amamentação após seu retorno ao trabalho 
(se for o caso dela). A manutenção da amamentação é 
um direito da mulher e da criança que deve ter garan-
tido mediante políticas públicas. Assim, elencamos na 
sequência algumas informações importantes quanto à 
proteção desse direito.
2.3 O retorno ao trabalho da 
mãe que amamenta – como 
proteger o aleitamento 
materno?
Você, como profissional de saúde, precisa conhecer os 
direitos das mulheres trabalhadoras, inclusive trazen-
do a reflexão, para os atendimentos individuais e cole-
tivos, de como essas mulheres vivenciam as situações 
de conflito entre poder trabalhar fora e poder amamen-
tar, e como elas são apoiadas em seu ambiente de tra-
balho (REA, 2011).
Voltar a trabalhar é, na maioria das vezes, motivo de 
alguma ansiedade e preocupação para as mulheres. 
Porém esse fato não deve impedi-la de viver o período 
da maternidade.
As possibilidades de combinar trabalho e amamenta-
ção têm de ser pensadas juntas, entre mãe e profis-
sional de saúde, levando em conta que cada situação 
é diferente de outra. Por isto, é tão importante que a 
mulher sinta que está sendo ouvida, não se sinta cul-
pada porque vai deixar o bebê e perceba que soluções 
podem ser encontradas (REA, 2011). 
Você tem papel importante para que a mulher mante-
nha a lactação depois da volta ao trabalho. Para isso, 
precisa desenvolver a habilidade de comunicação, de 
estreitar laços e vínculos com a família. Você deverá sa-
ber ouvir a mulher, prestar atenção aos problemas que 
lhe são específicos, para ter uma dimensão completa 
da problemática dessa mulher-mãe-trabalhadora.
45 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica

Ressalte a importância de a mãe seguir o calendário de rotina de con-
sultas de puericultura! Como a licença para algumas mães é de 120 dias, 
ela deve ser orientada an tes de quatro meses sobre os métodos para 
manter amamentação mesmo com trabalho. 
Antes do retorno ao trabalho
Estimule os familiares, especialmente o companheiro, a dividir as tarefas domésticas. 
A mulher necessita saber que é possível manter a lactação mesmo quando separada 
de seu bebê. Procure esclarecer algumas medidas que facilitam a manutenção do alei-
tamento materno, como as listadas a seguir.
• A produção de leite é feita por um sistema de demanda-suprimento.
• Vale a pena manter o aleitamento materno exclusivo. Quanto mais o bebê suga, 
mais leite é produzido.
• A duração total da licença maternidade deve ser usada para amamentar exclu-
sivamente. Não há necessidade de preparar o bebê com mamadeira antes da 
volta ao trabalho.
• Quinze dias antes de retornar ao trabalho, a mulher deve passar a ordenhar e 
estocar o leite no freezer, acondicionado de preferência em pequenas quanti-
dades, equivalentes às mamadas, de maneira que haja um estoque pronto a ser 
dado ao bebê quando começar a se ausentar.
Após o retorno ao trabalho
A mulher necessita se preparar bastante para a volta ao trabalho, pois deverá estar 
apta a realizar várias ações, como as que seguem.
• Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite, pois a 
prolactina é produzida mais à noite e ajuda a manter o suprimento.
• Reservar um tempo para extrair seu leite e para amamentar com calma, ou seja, 
acordando um pouco mais cedo do que necessitaria apenas para ir trabalhar.
• Se for dado outro alimento ao bebê, evitar o uso de mamadeira, porque esta 
dicas de habilidades de comunicação
• Estabeleça comunicação não verbal.
• Pergunte em aberto, evitando julgar.
• Mostre interesse e empatia, ou seja, que você pode sentir o que mãe está sen-
tindo.
• Aceite o que a mãe diz, cumprimentando-a pelo que está fazendo correta-
mente.
• Dê ajuda prática e algumas sugestões, nunca ordens.
• Dê informação relevante e em linguagem simples (BRASIL, 2015b).
46 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Retirada do leite: os dedos da mão em forma de C, o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo indicador ABAIXO do mamilo, 
na transição aréola-mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros dedos.
Fonte: BRASIL, 2007.
é menoshigiênica e pode causar confusão de 
bicos. Quem vai ficar com o bebê deve estar ca-
pacitado a oferecer o leite em copinho ou colher.
• Durante as horas de trabalho, esvaziar as ma-
mas por meio de ordenha e guardar o leite em 
congelador. Levar para casa e oferecer à criança 
no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar.
• Se der como alimento leite ordenhado congelado, 
este deve ser descongelado em banho-maria, sem 
contato direto com o fogo. Antes de ser oferecido 
à criança, o leite descongelado deve ser agitado 
suavemente para homogeneizar a gordura, senão 
talhará e não poderá ser utilizado. Testar o leite no 
dorso da mão para se certificar de que está na tem-
peratura ideal e não causará queimadura no bebê.
• Realizar a extração manual do leite, conforme a 
ilustração.
• Dispor de frasco de vidro esterilizado para rece-
ber o leite. O frasco preferencialmente deve ser 
de boca larga, com tampas plásticas que pos-
sam ser submetidas à fervura durante mais ou 
menos 20 minutos.
• Procurar um local tranquilo para esgotar o leite.
• Prender os cabelos e usar touca ou um lenço 
limpo na cabeça.
• Usar máscara ou lenço na boca e evitar falar, 
espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando 
o leite.
• Ter por perto pano úmido limpo e lenços de pa-
pel para higienização das mãos.
• Lavar cuidadosamente mãos e antebraços. 
Não há necessidade de lavar os seios frequen-
temente.
• Secar mãos e antebraços com toalha limpa ou 
de papel.
• Posicionar próximo ao seio o recipiente (copo, 
xícara, caneca ou vidro de boca larga) em que 
será coletado o leite materno.
• Massagear delicadamente a mama como um 
todo, com movimentos circulares da base em 
direção à aréola.
• Manter-se relaxada, sentada ou em pé, em posi-
ção confortável. Pensar no bebê pode auxiliar na 
ejeção do leite.
• Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar a 
saída do leite e aumentar o fluxo.
• Com os dedos da mão em forma de C, colocar 
o polegar na aréola ACIMA do mamilo e o dedo 
47 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
indicador ABAIXO do mamilo na transição aréola 
mama, em oposição ao polegar, sustentando o 
seio com os outros dedos.
• Usar preferencialmente a mão esquerda para a 
mama esquerda e a mão direita para a mama 
direita, ou usar as duas mãos simultaneamente 
(uma em cada mama ou as duas juntas na mes-
ma mama, pela técnica bimanual).
• Pressionar suavemente o polegar e o dedo in-
dicador, um em direção ao outro, e levemente 
para dentro, em direção à parede torácica. Evitar 
pressionar demais, pois pode bloquear os duc-
tos lactíferos.
• Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A mano-
bra não deve doer se a técnica estiver correta. 
Em princípio, o leite pode não fluir, mas depois 
de pressionar algumas vezes, começará a pin-
gar. Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocito-
cina for ativo.
• Desprezar os primeiros jatos, o que melhora a 
qualidade do leite, em função da redução dos 
contaminantes microbianos.
• Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola 
para esvaziar todas as áreas.
• Alternar a mama quando o fluxo de leite diminuir, 
repetindo a massagem e o ciclo várias vezes. Or-
denhar leite de peito, adequadamente, leva de 
20 a 30 minutos, em cada mama, especialmente 
nos primeiros dias, quando apenas uma peque-
na quantidade de leite pode ser produzida.
• Podem ser ordenhados os dois seios, simulta-
neamente, em um único frasco de boca larga ou 
em dois frascos separados, colocados um em-
baixo de cada mama.
• Identificar o frasco (e não a tampa) com o nome 
da mãe ou da criança e colocar a data da coleta.

Validade do leite: leite cru (não pasteuri-
zado) pode ser conservado em geladeira 
por 12 horas e no freezer ou congelador 
por 15 dias. Em geladeira, armazene nas 
prateleiras, nunca na porta.
O leite ordenhado deverá ser oferecido à criança em 
um copinho, seguindo essas recomendações:
• acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, 
na posição sentada ou semissentada, com a 
cabeça da criança formando um ângulo de 90° 
com o pescoço;
• encostar a borda do copo no lábio inferior do 
bebê e deixar o leite materno tocar o lábio. O 
bebê fará movimentos de lambida do leite, se-
guidos de deglutição.
• não despejar o leite na boca do bebê (BRASIL, 
2015a).
Muitas são as informações para o preparo das mulhe-
res antes de retornar ao trabalho. Portanto, aproprie-
se desses conhecimentos para poder abordar algumas 
dessas questões desde o pré-natal. Atividades em gru-
pos, para esclarecer e trabalhar como essas ações, for-
talecem as mulheres e famílias para esse enfrentamen-
to. Sugerimos envolver os profissionais dos NASF, como 
o pediatra e as assistentes sociais, que também podem 
discutir esse momento da vida da família. 
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48 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Procure desenvolver um trabalho intersetorial, por exemplo, com a educação, a fim de 
estimular as creches amigas da amamentação, aonde as mães poderão levar o leite 
humano ordenhado ou mesmo amamentar seus filhos nas creches.
Saiba mais

Leia o artigo sobre o projeto da Creche Amiga da Amamentação em 
Florianópolis, que recebeu o Prêmio de Boas Práticas 2013: Revista de 
Saúde Pública de Florianópolis, disponível em: http://www.pmf.sc.gov.
br/arquivos/arquivos/pdf/10_12_2013_13.05.09.30283607ec72113c0a 
8f7fe4f139d259.pdf.
Na sequência, apontamos algumas informações importantes sobre como realizar o 
aconselhamento para a amamentação.
2.4 Aconselhamento na amamentação 
 č A realidade do outro não está naquilo que ele revela a você, mas naquilo que ele 
não pode revelar. Portanto, se você quiser compreendê-lo, escute não o que ele 
diz, mas o que ele não diz. 
Kalil Gibran
Esse é um tema muito importante e pode fazer toda a diferença no processo da ama-
mentação. A mulher que amamenta, geralmente, passa por um período de fragilidade 
emocional, causada tanto pelas mudanças hormonais em seu organismo, que precisa 
adaptar-se ao pós-parto, quanto pela insegurança de assumir um novo papel em sua 
vida, nos casos de primeiros filhos, ou por achar que não vai dar conta de mais um 
filho. Além disso, ela pode estar fisicamente mais debilitada, uma vez que perdeu bas-
tante sangue, não dorme bem e muitas vezes não se alimenta direito.
Enfim, esse é um período de vulnerabilidade física e emocional, em relação ao qual o 
profissional de saúde deve estar habilitado para atuar com competência e sensibilidade.
O aconselhamento pode contribuir para que essa mulher seja acolhida, ouvida, respei-
tada, por isso ele não pode ser entendido como um mero dar conselhos, ou dizer para 
a mulher o que ela deve fazer. Você deve tentar entender como essa mulher se sente, 
ouvir seus medos e dúvidas, valorizar suas queixas e compreender seus limites, para 
então propor orientações e ajudá-la a decidir o que é melhor para ela e seu filho.
A mulher que amamenta, geralmente, perde a confiança em si mesma. Ela quer mui-
to acertar e fazer o melhor para seus filhos, porém as informações são muitas e muito 
diferentes. Cada um tem uma receita para passar sobre o que ela deve comer para ter 
leite, ou não comer para o bebê não ter cólicas, ou o que fazer para ter bastante leite. 
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49 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Isso, sem falar no que o acesso à internet colabora para 
gerar dúvidas ou rotulá-la como incapaz Os sites e blogs 
são muitos e as informações nem sempre são verdadei-
ras ou ponderadas, gerando uma ansiedade e uma sen-
sação de frustração e incompetência que interferirãono 
processo da amamentação. Quando há uma dificulda-
de na amamentação, é comum pensar que se trata de 
uma incapacidade da mulher.
à amamentação, era considerado moderno dar ma-
madeiras. Dessa forma, elas não sabem como orientar, 
pois não tiveram essa vivência.
O AM na espécie humana não é inato, precisa ser apren-
dido, é passado de uma geração à outra. Por isso, quem 
não aprendeu, não sabe ensinar. As famílias hoje es-
tão menores, o número de filhos diminui. Nas cidades, 
cada vez maiores, as famílias encontram-se menos. 
Assim, as mulheres que hoje estão sendo mães pouco 
conviveram com crianças pequenas. Muitas vezes, o 
primeiro bebê que pegam no colo é o seu próprio filho, 
o que gera insegurança. A mulher que não tem confian-
ça em si mesma cede mais facilmente às pressões das 
amigas e da família.
Para a mulher amamentar, ela precisa tomar uma deci-
são, e o papel da família nesse processo é fundamental. 
A família fornece informações sobre a melhor prática 
alimentar para uma criança. Cada família tem uma his-
tória, que vai sendo construída pelo tempo e repassada 
aos seus membros, e esses ensinamentos são a base 
dos valores e crenças que basearão as tomadas de deci-
são. Por isso é tão importante compreender as famílias 
e seus processos evolutivos, entender que os modelos 
atuais são diferentes e estão em constante evolução, e 
que as motivações passadas por meio de gerações po-
dem facilitar ou dificultar as mudanças.
O acolhimento e a compreensão são condições primor-
diais no aconselhamento. São atitudes que podem pa-
Além disso, nem sempre as mulheres que têm filhos 
atualmente podem contar com o apoio e a companhia 
de suas mães. As configurações familiares estão mu-
dando aceleradamente. As avós de hoje geralmente 
trabalham fora, assim, não podem acompanhar suas 
filhas por um período maior. Muitas vezes, essas mes-
mas avós não amamentaram seus filhos, porque há 20 
ou 30 anos, além de não existirem as leis de proteção 
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50 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
recer simples, mas requerem que nos despojemos de 
nossos julgamentos e valores pessoais, buscando nos 
colocar no lugar do outro. Isso abrirá as portas para uma 
comunicação eficaz e o ajudará quando for dar orienta-
ções e sugerir mudanças de prática. Evite dizer à mulher 
que amamenta o que ela tem de fazer. No lugar de dar 
ordens, ajude cada mãe a decidir por si o que é melhor, 
pois isso aumentará sua autoconfiança (TACLA, 2006).
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teressados nela e em sua história. Desse modo, ela se 
sentirá acolhida e compreendida e poderá falar mais 
sobre seus sentimentos e dificuldades.
Para isso, é necessário que você observe alguns pontos 
na sua atuação junto às mulheres que amamentam. 
Confira a seguir.
1. Usar comunicação não verbal útil
Não falamos só com palavras. Falamos com o corpo, 
com a expressão facial, com gestos e atitudes. Por isso, 
tenha cuidado com a comunicação não verbal. Algu-
mas estratégias de comunicação não verbal facilitam a 
aproximação:
• manter a cabeça no mesmo nível que a da mãe;
• prestar atenção no que ela fala;
• remover barreiras (mesa, papéis, braços cruza-
dos, computador);
• dedicar tempo;
• tocar apropriadamente (a mãe e o bebê).
2. fazer perguntas abertas
Geralmente são mais úteis e, para respondê-las, a mãe 
precisa dar mais alguma informação do que quando 
fazemos perguntas fechadas, que podem ser respondi-
das apenas com sim ou não. Em geral, essas perguntas 
começam por: O que? Como? Quando? Onde? Por quê? 
Adiante, você conhecerá alguns passos de aconselha-
mento na AM que são propostos pela OMS.
Ouvir e aprender
A mãe que amamenta pode ter dificuldades em ver-
balizar seus sentimentos. É preciso ouvi-la e levá-la a 
compreender e sentir que estamos sinceramente in-
51 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
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k. Em vez de perguntar: Você está amamentando seu bebê? pergunte, por exemplo: Como 
você está alimentando seu bebê?
3. Usar expressões e gestos que demonstrem interesse
Falar com alguém que não demonstra estar interessado ou ouvindo gera frustração e 
irritação, o que pode fazer com que a mãe desista de falar o que ela pensa. Ao falar com 
a mulher que amamenta, olhe para ela, sorria, balance a cabeça afirmativamente, use 
expressões que demonstrem interesse, como: Ah é? Mmm! Aha! Fale mais sobre isso!
4. devolver com suas palavras o que a mãe diz
Quando você repete com suas palavras o que a mãe diz, demonstra que a ouviu e com-
preendeu o que ela quis dizer, o que deve incentivá-la a falar mais. Quando a mãe refere 
que o bebê chorou à noite toda, ela possivelmente quer dizer que está muito cansada, 
pois não dormiu direito. No entanto, pode ficar constrangida em dizer isto, com medo 
de ser julgada como uma mãe não suficientemente boa, ou ouvir uma reprimenda, do 
tipo: Bebês choram mesmo! Porém, se ao ouvi-la dizer que o bebê chorou à noite toda 
você responder algo como: Imagino como você deve estar cansada! Seu bebê fez você 
ficar acordada porque chorou à noite toda? Assim, a mãe terá certeza de que você a 
compreendeu, e certamente as janelas da sua comunicação com ela estarão abertas.
5. demonstrar empatia
Quando você diz que se identifica com o que a pessoa está vivenciando: Já passei por 
isso! trata-se de simpatia e o seu ponto de vista prevalece. Na empatia, você se põe no 
lugar do outro, é um estado de identificação do qual emerge um sentimento profun-
do de compreensão, de compaixão e outros que possibilitam uma intervenção tera-
pêutica, o que pode gerar mudanças. Você demonstra empatia quando verbaliza que 
entende como a mãe se sente, colocando-a no centro da situação e da sua atenção.
52 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Evite palavras que soem como julgamento. Somos ge-
ralmente muito rápidos em julgar e nossas palavras 
podem constranger e inibir a mulher que está ama-
mentando e que já está se sentindo inadequada e in-
competente. Evite palavras como: certo, errado, pouco, 
muito, bem, mal, suficiente, apropriado. Você pode fa-
zer com que a mãe sinta que fez algo errado ou que algo 
não está bem com o bebê. No lugar de perguntar: Você 
tem bastante leite? Questione: Como está a sua produ-
ção de leite?
6. Dar confiança e apoio
Respeite e apoie sempre o que a mãe diz e sente. Quan-
do discordar dela, você corre o risco de fazê-la se sen-
tir inadequada e ter medo de emitir novas opiniões e 
adotar condutas importantes para entender o que está 
acontecendo. Porém, não seria possível concordar com 
ela em uma ideia completamente equivocada.
Uma estratégia, nesses casos, é responder de maneira 
neutra, ou devolver com suas palavras o que ela está 
dizendo, para ter certeza da compreensão. Quando a 
mãe afirma que quer deixar de amamentar ou quer 
dar complemento porque o seu leite é fraco, você pre-
cisa respeitar o que ela diz, afirmando que entendeu 
como ela se sente e como é importante a sua preocu-
pação com a saúde do filho. Depois de deixar claro 
que não a está julgando, pode acrescentar as infor-
mações necessárias para corrigir o que ela pensa, de 
maneira tranquila e educada. Esclareça que o leite 
parece ralo no começo porque se divide em partes e 
que essa primeira parte é muito importante para hi-
dratar e proteger o bebê.
Quando a mulher que amamenta se sente apoiada, 
constrói um vínculo de confiança com o profissional de 
saúde.
7. reconhecer e elogiar o que a mãe 
e o bebê estão fazendo de certo
Todos gostamos de receber elogios e ter nossasações 
e ideias validadas, pois isso aumenta nossa autocon-
fiança. É sempre útil começar um atendimento elo-
giando a mãe de alguma forma. Você pode elogiar 
quando tudo está indo bem, se a mãe está amamen-
tando, o bebê está ganhando peso, a carteira de vaci-
nação está em dia etc.
Temos muitas vezes a tendência de cobrar quando essas 
coisas não estão bem, mas nos esquecemos de elogiar 
quando tudo está bem. Quando você exalta as boas prá-
ticas da mãe e seu cuidado com o filho, isso a encoraja a 
continuar agindo da mesma forma. Mas, e quando as coi-
sas não estão andando como esperado e aparentemente 
não há o que elogiar? Ainda assim, você precisa procurar 
um motivo e, se o procurar com sinceridade, sempre o 
encontrará. Pode elogiar, por exemplo, o fato de ela estar 
vindo à UBS trazer seu filho para ser avaliado.
8. dar ajuda prática
Esse é um aspecto importante na prática de dar apoio 
à mulher que amamenta. Geralmente, essas mulheres 
estão cansadas, já tentaram de inúmeras maneiras re-
solver seus problemas. Encontrar alguém que as ajude 
nas suas necessidades do momento pode fazer com 
que se sintam valorizadas e respeitadas.
Algumas maneiras práticas de dar ajuda são:
• trazer um copo de água antes da consulta para 
uma mãe que chega cansada; 
• oferecer-se para segurar o bebê por alguns mi-
nutos;
• oferecer ajuda com suas bolsas e sacolas;
• oferecer uma distração para os filhos mais velhos, 
para que ela possa se tranquilizar durante a con-
sulta;
• ajudá-la a encontrar uma posição confortável 
para amamentar;
• aliviar o ingurgitamento e auxiliá-la a colocar o 
bebê para mamar em posição adequada.
9. dar pouca e relevante informação
O fato de falar muito e elencar tudo o que sabe sobre 
aleitamento materno não significa que você será ouvi-
do e compreendido. Uma mulher com dor, cansada, in-
segura, com pressa, nem sempre compreenderá tudo o 
53 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Compreender e conhecer a rede de apoio à mulher é 
fundamental para a manutenção ou não dessa prática, 
uma vez que a nutriz é fortemente influenciada pela 
comunidade, pela família e por suas correspondentes 
crenças, costumes e valores.
2.5 Rede de apoio à mulher 
que amamenta
Amamentar envolve o apoio de familiares, amigos, vi-
zinhos e profissionais de saúde, imprescindíveis para 
que estiver falando. A preocupação dela é com a dificul-
dade que está vivendo no momento. Por exemplo, não 
é hora de falar da volta ao trabalho quando ela sequer 
recebeu alta do parto.
A informação que fica é aquela que tem importância 
e significado para o problema que ela está vivendo no 
momento. Você precisa escolher no máximo duas ou 
três informações de cada vez, as quais digam respeito 
à situação que a mulher está vivendo, e certificar-se de 
que ela compreendeu o que você disse. A aprendizagem 
eficaz só acontece quando o conteúdo tem significado.
Apoiar a mulher que amamenta é acolhê-la, mas é pre-
ciso lembrar de incluir e acolher também as famílias no 
processo da amamentação, tanto a nuclear (pai, mãe e 
filhos) quanto a família ampliada (avós, tios, primos etc.), 
porque todos têm influência sobre essa mulher, que pode 
estar insegura ou não, verbalizando ou não seus medos.
O trabalho com famílias consiste em descobrir o que 
impede, a família ou a mulher, de atingir seus objetivos. 
Quando os membros de uma família se unem para en-
frentar desafios, seus vínculos são fortalecidos e os in-
divíduos podem desenvolver competências, como a de 
amamentar ou de valorizar a mulher que amamenta. 
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Esclareça à mulher que ela pode vir sem-
pre acompanhada à consulta.
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superar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres e 
suas famílias. A existência de uma rede de apoio pode 
ser um fator determinante para a adoção e manuten-
ção da prática da amamentação e da introdução pre-
coce de outros líquidos e alimentos na dieta da criança 
(PRATES; SCHMALFUSS; LIPINSKI, 2015).
Essa rede serve como suporte para a mulher nesse pe-
ríodo de vida. Portanto, todos os significados que a en-
volvem devem ser valorizados, inclusive os sentimen-
tos das pessoas que apresentam vínculo próximo com 
a mulher nutriz, geralmente a mãe, para que o ato de 
54 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
amamentar transcorra de modo efetivo (MONTE; LEAL; 
PONTES, 2013).
A família influencia decisivamente no apoio e cuidado 
à puérpera e ao recém-nascido. De acordo com estudo 
desenvolvido por Muller e Silva (2009), as mulheres rela-
tam que o apoio oferecido por familiares e amigos tem 
como base uma implícita valorização da mulher como 
mãe e que amamenta. Destaca a ajuda prática no con-
texto familiar, o fato de os membros da família assumi-
rem tarefas costumeiramente realizadas por ela dentro 
da dinâmica familiar, o que a permite dedicar mais tem-
po ao bebê e, consequentemente, à amamentação.
Para uma amamentação bem-sucedida, a mãe neces-
sita de constante incentivo e suporte dessa rede de 
apoio. Não basta que ela opte pelo AM. Ela precisa estar 
inserida em um ambiente que a apoie na sua opção. A 
opinião e o incentivo das pessoas que cercam a mãe, 
sobretudo os maridos ou companheiros, as avós da 
criança e outras pessoas significativas para a mãe são 
de extrema importância (BRASIL, 2015a).
Os maridos ou companheiros têm sido identificados 
como importante fonte de apoio à amamentação. Po-
rém, muitos deles não sabem de que maneira podem 
auxiliar a mulher que amamenta, provavelmente por 
falta de informação.
Alguns sentimentos negativos dos maridos ou compa-
nheiros, comuns após o nascimento de um filho, pode-
No período de amamentação, é difícil para a mulher 
cuidar do bebê, da casa, do marido ou companheiro e 
de outros filhos. A família precisa se reunir para ajudar 
a mulher que amamenta nas tarefas domésticas, para 
que ela possa se dedicar ao lactente. Também é papel 
da família não levar para casa produtos que prejudi-
cam a amamentação, como latas de leite, mamadeiras 
e chupetas.
riam ser aliviados se eles estivessem informados da im-
portância do seu papel, não apenas nos cuidados com 
o bebê, mas com a mulher que amamenta (BRASIL, 
2015a). O apoio deles na manutenção da amamenta-
ção é fundamental, pois, mesmo apoiando a amamen-
tação nos primeiros meses da criança, é comum não 
apoiarem a manutenção da amamentação por dois 
anos ou mais (MARTINS; GIUGLIANI, 2012).
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55 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
Você, como profissional de saúde, pode se aproximar e considerar o contexto familiar e 
comunitário, identificando crenças, mitos, tabus e valores culturais imbricados nesse 
processo, a fim de desempenhar o papel de apoiador e incentivador da amamentação 
(PRATES, 2015).
Cabe a você, profissional de saúde, e aos demais profissionais da equipe da Atenção 
Básica e do NASF estimular e apoiar o marido ou companheiro, as avós, os amigos e os 
vizinhos, para que participem desse período vital para 
a família. É importante ouvi-los, incluí-los e valorizá-los 
no apoio ao processo de amamentar.
A seguir, trazemos algumas boas práticas em aleita-
mento materno, com o objetivo de estimular o desen-
volvimento dessas.
2.6 Experiências municipais 
de boas práticas em 
aleitamento materno na AB
Com o intuito de estimular você a desenvolver práticas 
promotoras de AM, buscamos algumas experiências re-
latadas por profissionais da Atenção Básica. A busca foi 
realizada nos endereços oficiais, como o da Comunida-
de de Práticas, que é um espaço virtualde construção 
de conhecimento e aprendizado a partir das experiên-
cias de cada profissional da AB.
Link
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O primeiro relato de boa prática em alei-
tamento materno faz parte dos relatos 
da Comunidade de Práticas e está dispo-
nível, na íntegra, neste endereço: https://
novo.atencaobasica.org.br/relato/1799.
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56 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
 č Na consulta do pré-natal, no puerpério, sempre são detectadas dúvidas e dificuldades por parte das mulheres 
para amamentar. O desafio maior é preparar toda a equipe para atender essas demandas e não ficar sob a respon-
sabilidade de quem mais gosta desse tema. As dificuldades mais comuns relatadas pelas mulheres eram: recém-
nascidos com dificuldade para pegar os mamilos, para sugar o leite e mães com mamas ingurgitadas. Percebi que 
o cotovelo dava subsídio suficiente para detalhar a esta mãe como a mesma poderia realizar o esvaziamento das 
mamas e também amamentar seu filho. Iniciei esta nova abordagem de preparo no ano de 2002 e mantive como 
orientação para a amamentação o uso do cotovelo para explicar como poderia realizar a ordenha manual e solici-
Conforme relato de Moreira et al (2015), no estado da 
Paraíba, município de Capina Grande, 
 č [...] a equipe de saúde denominada Bonald Filho 
observou que as pessoas idosas são potenciais 
meios veiculadores de informações no campo da 
saúde e, na questão da amamentação, as gestan-
tes sempre identificaram as avós como as apoiado-
ras no período puerperal. Assim, assistente social, 
enfermeiras, cirurgiã dentista e médica criaram um 
grupo de apoio à amamentação denominado de 
Amigos do Peito, voltado para as pessoas idosas.
 č Para isso foi realizado um curso para as mulheres 
idosas interessadas, com o tema AMIGOS DO PEI-
TO - apoiando a amamentação. As profissionais 
observaram que, ao buscar na pessoa idosa uma 
forma de disseminação de informações, a Unida-
de de Saúde conseguiu aliadas para a realização 
de ações de promoção ao aleitamento materno. 
Relatam que a experiência foi muito positiva para 
todas as partes envolvidas, as pessoas idosas, os 
profissionais da Atenção Básica e a comunidade.
Link
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O segundo relato vem do estad o do Pa-
raná e é realizado pelo enfermeiro Edi-
nael Marciano. Íntegra disponível em: 
https://novo.atencaobasica.org.br/ 
relato/4100.
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57 Promoção do aleitamento materno na Atenção Básica
tava a compreensão desta mãe. Neste momento, 
fazia uma correlação mama-cotovelo e definia a 
prega com mamilo e proeminência óssea aréola e 
cotovelo uma mama. Esta prática pode ser desen-
volvida pelos profissionais de saúde. Ao simular 
a sucção com a prega do cotovelo, a mulher que 
não teve a experiência de amamentar tem clareza 
de como o bebe deve mamar.
Esses relatos mostram 
que a promoção do AM 
pode ser uma prática 
na Atenção Básica. Você 
encontrará outros rela-
tos na Comunidade de 
Práticas, além de poder 
relatar suas práticas nes-
sa área. Trata-se de uma 
interessante forma de trocar experiências e dar visibi-
lidade às boas práticas.
2.7 Fechamento da unidade
Nessa unidade, destacamos o papel dos profissionais 
da AB na promoção do aleitamento materno, reforçan-
do a importância do trabalho interdisciplinar e de iniciar 
orientações e discussões sobre o aleitamento antes de 
a mulher engravidar, ou seja, nos trabalhos educativos 
nas escolas, nos grupos existentes nas comunidades e 
em outros espaços onde se pode abordar o tema.
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Enfatizamos a importância das informações durante o pré-natal, o preparo para o parto e pós-parto para o êxito do 
aleitamento materno. Relembramos algumas recomendações sobre a pega correta do bebê e o retorno ao trabalho 
da mulher que amamenta. Por fim, apontamos questões que envolvem o aconselhamento e o acolhimento à família 
que amamenta e como vinculá-la e dar seguimento ao seu acompanhamento.
Na próxima unidade, apontaremos algumas informações que consideramos importantes para sua atuação na preven-
ção e no manejo das intercorrências mais frequentes no AM.

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