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Geografia e fisica do Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
Licenciatura em História
SEMESTRE 2018.1
	
	
Aluno (a): Vanessa Severo Ribeiro da Silva
Disciplina: Geografia Física e Humana do Brasil Polo: Camaçari Período:___________
Professora: Maria Rita Machado Data: _04___/__06__/__2018___
	2ª VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM 
Orientações:
- A prova será individual.
- A entrega será aceita até o dia 04/06/2018 até às 23:55
QUESTÃO 1
A GEOPOLÍTICA DAS ANTIGAS E NOVAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
O interesse na representação espacial acompanha a história da humanidade desde as mais primitivas experiências de vida em sociedade. Mapas como o da cidade de Çatal Hoyuk (6.200 a.C.) – considerado o mapa autêntico mais antigo já registrado, da região onde hoje é a Anatólia, na atual Turquia – comprovam esse interesse.
O período das Grandes Navegações e do colonialismo europeu (séculos XV a XVII) é certamente um dos mais representativos quando se trata de mapas como ferramentas estratégicas nas relações políticas entre países. Isso porque, além de sua importância para localizar as colônias das potencias europeias na América, Ásia e África, cartas náuticas e os registros das terras conquistadas eram fundamentais para traçar as rotas comerciais marítimas.
Os mapas eram, portanto, instrumentos vitais para o domínio político dos mapas e, consequentemente, precisavam ser protegidos como verdadeiros tesouros. Há até mesmo registros de “falsos mapas”, elaborados e disseminados com a finalidade de confundir navegadores e exploradores de potências coloniais concorrentes.
Na história contemporânea, o papel político dos mapas e das novas formas de representação da superfície terrestre tem passado por importantes mudanças. A esse respeito o historiador francês Christian Jacob afirma que o mapa perdeu sua “inocência”.
Isso significa que delimitar e representar o espaço ocupado ou conhecido é uma forma estratégica de exercício de poder, seja ele político, econômico ou cultural. Isso é mais frequente nos mapas temáticos e se explica pelo fato de se tratar de uma forma de representação que necessariamente prioriza determinado conjunto de informações, escolhidas por quem produziu o mapa. Tais escolhas são pautadas por interesses diversos e, portanto, refletem certa visão de mundo.
Dessa forma, percebe-se que o mapa e a própria cartografia são construções sociais e, por isso mesmo, refletem o dinamismo, a complexidade e as contradições da sociedade em seus diferentes momentos históricos.
Assim como os mapas, as fotografias aéreas e as imagens de satélites constituem importantes ferramentas de obtenção de informações geoestratégica. Mas o caráter político dessas técnicas de sensoriamento remoto manifesta-se desde sua origem, vinculada ao uso militar.
Nas duas guerras mundiais, o desenvolvimento tecnológico proporcionou um grande avanço às fotografias aéreas, que passaram a ser cada vez mais precisas. Por outro lado, o custo social e humano desse avanço tecnológico foi incalculável, e gerou a destruição de vidas, bens materiais e exemplares de patrimônio histórico-cultural.
As primeiras fotografias orbitais (tiradas de satélites) datam do início da década de 1960, portanto no contexto da Guerra Fria. A disputa político-ideológica e econômica entre as potências capitalistas, lideradas pelos Estados Unidos, e a União Soviética, principal representante do mundo socialista, estendeu-se também para o desenvolvimento tecnológico. A “corrida espacial” – a disputa pelo desenvolvimento e domínio de tecnologias espaciais – fez surgirem as primeiras imagens da superfície terrestre, de alto valor estratégico.
No caso do sensoriamento remoto, podemos citar como exemplos de uso militar a interceptação de sinais de comunicação via rádio ou telefones celulares, a obtenção de imagens de alta resolução para localizar supostas bases militares ou acompanhar, em tempo real, a movimentação de tropas inimigas e a orientação de mísseis teleguiados.
Estados Unidos e a antiga União Soviética utilizaram essa técnica para definir suas ações. Em 1962, por exemplo, a suspeita de que os soviéticos haviam instalado mísseis nucleares em Cuba foi confirmada por meio de imagens de satélites e de aviões.
Nas décadas seguintes, o desenvolvimento do setor de telecomunicações ampliou e diversificou os tipos de imagens orbitais. Atualmente, pode-se constatar a ampla aplicação dessas imagens no planejamento de ações – governamentais ou não –, na economia e no estudo de impactos ambientais, entre outros. Houve, portanto, uma transferência de tecnologias – desenvolvidas inicialmente com fins militares – para o uso civil, e dados de toda a superfície terrestre, captados por cerca de 3 mil satélites orbitando a Terra, passaram a ser disponibilizados.
No contexto geopolítico atual da geração, disseminação e uso das imagens de satélite, é importante destacar que as principais agências espaciais foram criadas e são mantidas por países desenvolvidos, incluindo a Rússia, que em algumas classificações é caracterizada como país emergente.
Isso se deve a dois aspectos fundamentais: ao pioneirismo desses países nos investimentos no setor de telecomunicações e aos recursos públicos e privados investidos em ciência e tecnologia espacial. 
Pelo fato de lançarem a maior parte dos satélites, esses países detém a hegemonia na produção e na distribuição de imagens, bem como o controle dos sistemas de comunicação. Além disso, ainda prevalece o uso político-militar das informações obtidas por sensoriamento remoto – a exemplo da intervenção militar no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003), liderada pelos Estados Unidos e apoiada por diversos países europeus.
O uso dessas tecnologias para fins militares amplia o poder de destruição de quem as detém. No entanto, são frequentes as notícias sobre erros em operações militares de países ricos, que resultam na morte de civis, entre eles crianças e jovens.
Nesse setor, a cooperação internacional das diversas agências é fundamental. E essa cooperação tem crescido. Isso se verifica, sobretudo, em relação aos satélites que fazem o monitoramento de problemas ambientais, como a temperatura da água dos oceanos, por exemplo. Dessa forma, internacionaliza-se a percepção dos problemas, bem como a pressão sobre os governos pela busca de soluções coletivas.
No caso do Brasil, essa cooperação internacional é imprescindível para o monitoramento ambiental, dada a extensão de seu território e sua diversidade natural. Destaca-se o programa CBERS (sigla em inglês do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), desenvolvido em parceria com a China, fundamental para o monitoramento ambiental e obtenção de dados diversos do território brasileiro.
JOIA, Antonio Luís; GOETTEMS, Arno Aloísio. Geografia: Leituras e Interações. São Paulo: Leya, 2017, p. 65-67. (Adaptado).
APÓS A LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO, COMENTE A FRASE A SEGUIR:
“Delimitar e representar o espaço ocupado ou conhecido é uma forma estratégica de exercício de poder. Os mapas refletem certa visão do mundo, pois são construções sociais e, por isso mesmo, refletem o dinamismo e as contradições da sociedade em seus diferentes momentos históricos.”
Segundo a leitura do texto o mapa surgiu desde os povos primitivos,e serviam como forma de expressão dos acontecimentos que ocorriam em um determinado período. Com o aparecimento das primeiras civilizações, os mapas ganharam um novo sentido, se tornando também uma ferramenta de orientação e localização, e um instrumento precioso na conquista e manutenção do poder. Os mapas eram, portanto, instrumentos vitais para o domínio político dos mapas e, consequentemente, precisavam ser protegidos como verdadeiros tesouros. Com o passar dos tempos e o desenvolvimento de modernas tecnologias, os mapas foram sendo aperfeiçoados e adquirindo maior precisão, além de se tornarem mecanismosdinâmicos e interativos. A construção de um mapa resulta de um conhecimento acumulado acerca de determinada área, onde a utilização de técnicas e tecnologias propicia uma fidedignidade na transmissão das informações ali representadas. Isto significa que o mapa estabelece uma ponte entre o nível de realidade e a percepção da mesma. Diante do que foi dito acima, o mapa é um poderoso instrumento de comunicação e que a Cartografia é a ciência que se preocupa com a produção deste mapa, mas também com o processo de leitura do mesmo.
QUESTÃO 2
Leia e interprete as charges a seguir e estabeleça relações entre Espaço Urbano, Planejamento e Meio Ambiente.
	
	
Charge de Rico, sobre a falta de moradia no Brasil, publicada em 2011 nos jornais O Vale e Coletivo.
	
	
Charge de Cassius e Guilherme, publicada na Folha de São Paulo, Ilustríssima, p.3, em 12 de setembro de 2010.
Conforme a leitura das charges o processo de degradação socioambiental do espaço urbano, não decorre em função de um simples desequilíbrio nas relações da sociedade com os componentes ambientais. E sim, originalmente de um complexo de problemas sociais, econômicos e políticos, cuja questão centra no desenvolvimento das cidades, explosão e expansão demográfica. Assim, por esta razão tal fenômeno não pode ser dissociado das condições materiais de sobrevivência, que se manifestam intensamente na produção do espaço urbano. As relações estabelecidas com os recursos naturais estão atreladas também, as necessidades de sobrevivência. Este fato vai se refletir de varias formas, é desta forma que a degradação socioambiental surge como elemento componente do binômio, sociedade natureza.
A ocupação irregular e desordenada do espaço das cidades desenvolve-se de maneira espontânea em função da necessidade de moradia, formando uma estrutura urbana na direção de encostas, rios, lagos, dentre outros locais periféricos e muitas vezes sem condição do estabelecimento normal da vida humana. Este processo gerou ao longo dos tempos, grandes distorções no meio ambiente urbano devido à ausência de infraestrutura, como também política publica centrada no atingimento do bem estar social em sua totalidade.
Desta forma, o processo de degradação ambiental na produção do espaço urbano não é, pois, resultante da ação especifica e única de um agente; são sobre tudo resultado de um conjunto de vetores que convergem materializando-se no cotidiano das cidades. Definindo tal processo como a luta de forças contrárias e interesses diversos de todos os atores sociais que, juntos desenham a configuração territorial de cada espaço. Essas contradições e conflitos de interesses emergem a todo instante e se materializam na paisagem, tornando visível não só a degradação do meio ambiente, mas também da vida humana.
QUESTÃO 3 
“As migrações costumam figurar como o lado visível de fenômenos invisíveis”. O que Alfredo José Gonçalves quis dizer com essa afirmação no seu texto “Migrações internas: evoluções e desafios”?
Segundo o texto os grandes deslocamentos humanos, via de regra, precedem ou seguem mudanças profundas, seja do ponto de vista econômico e político, seja em termos sociais e culturais. Os maremotos históricos provocam ondas bravias que deslocam em massa populações e povos inteiros. Numa palavra, a mobilidade humana é em geral um sintoma de grandes transições. Quando ela se intensifica, algo ocorreu ou está para ocorrer, ou melhor, algo está ocorrendo nos bastidores da história.
Segundo o texto de Alfredo José Gonçalves, na sociedade brasileira atual, contudo, a grande maioria da população, especialmente os setores condenados à exclusão social, deixam sua terra e sua gente não por um ato livre, mas por motivos de vida ou morte. Está em jogo a própria sobrevivência. Daí nossa insistência em que ao direito de ir e vir corresponde o direito de “ficar”. Quantos migrantes que hoje percorrem as estradas se pudessem optar, decidiriam permanecer no solo onde enterraram seus mortos! Migrar deve ser uma decisão livre e não forçada pela sobrevivência.

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