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GABARITO DA AP1 DE CRÍTICA TEXTUAL 1. Manuscritos autógrafos são aqueles que foram compostos pela mão do próprio autor. Apógrafo é o manuscrito copiado de outro, que pode não ter sido revisto pelo autor. Apócrifo é o manuscrito do qual não se pode determinar a autoria. 2. A edição fac-símile é aquela que reproduz o original por meios mecânicos. Quando o suporte original do texto encontra-se desgastado pelo tempo, não se faz esta edição, considerando que esses meios mecânicos podem contribuir para destruir os originais. 3. O objetivo principal da edição crítica é recuperar um texto que foi deturpado ao longo dos anos, por diversos motivos. Para isso, é necessário consultar todas as edições em vida do autor, com a finalidade de registrar as modificações feitas por ele, de uma para outra edição, corrigir os erros óbvios e atualizar a grafia. A edição genética parte do que seriam as primeiras anotações feitas pelo autor, procurando acompanhar o percurso da escritura, até o original, aquele texto que ele considera terminado e envia para a editora. O trabalho do geneticista é acompanhar o processo de criação. 4. a) edição diplomática b) contrafacção ou fraudulenta 5. Rio, 10 de junho Falemos de política. É um tema muito delicado, sobretudo na época atual. Mas o que é política? Se a etimologia não mente, é a ciência do governo da cidade. Pode ser que esta definição não lhe agrade; mas isto pouco me embaraça. Estou expondo um novo sistema social; é natural que me aparte das opiniões geralmente admitidas. Continuemos. A política é o governo da cidade. A cidade se compõe de freguesias, de ruas, de casas, de famílias e de indivíduos; assim como a nação de províncias e municípios. Já se vê, pois, que a política deve ser também a ciência de bem governar a casa ou a família, e de promover os interesses dos indivíduos. Isso é lógico, e ninguém me poderá negar que, promovendo-se estes interesses, não se concorra poderosamente para o melhoramento da freguesia, da província e finalmente do país. ……………………………………………………………………………………………………………………….. Quereis saber como se faz a análise em política? Em vez de examinarem-se as necessidades do país, examinam-se as necessidades deste ou daquele indivíduo, nomeiam-no para um bom emprego criado sem utilidade pública e o país se incumbe de alimentá-lo por uma boa porção de anos. Lá chega um dia em que se precisa de um ministro, e lança-se mão daquele indivíduo como de um homem predestinado, o único que pode salvar o país. Eis, portanto, os favores feitos àquele indivíduo dando em resultado um benefício real à causa pública; eis a política por meio do empenho, — quero dizer da análise, — criando futuros ministros, futuros presidentes, futuros deputados e senadores. (José de Alencar, Ao correr da pena, 1888, p. 241-2)
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