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1 Centro Universitário de Mineiros–UNIFIMES Curso de Medicina Tutoria 2ª Etapa Unidade I PROBLEMA 1 QUE VIDA É ESSA? 08/08/2017 2 SUMÁRIO 1.2 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 1.3 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM .................................................................. 3 1.4 RESPOSTAS E DISCUSSÕES ........................................................................... 4 1.5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 16 1.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 17 3 1.2 INTRODUÇÃO O hipotálamo e glândula hipófise formam uma unidade que exerce controle sobre a função de várias glândulas endócrinas periféricas, incluindo as adrenais. O eixo Hipotálamo – Hipófise – Adrenal (HHA) atua na regulação de respostas a circunstâncias adversas, modulando o metabolismo de carboidratos, proteínas, e lipídios, proporcionando excitabilidade do córtex cerebral, além de produzir efeitos anti-inflamatórios e supressão da resposta imune. Os sistemas endócrino e nervoso atuam na coordenação e regulação das funções corporais. Enquanto as mensagens nervosas são de natureza eletroquímica, as mensagens transmitidas pelo sistema endócrino têm natureza química – os Hormônios. São substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas que se distribuem pelo sangue, modificando o funcionamento de outros órgãos, denominados órgãos-alvo. O hipotálamo grupo de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas. Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Frequentemente, o sistema nervoso interage com o endócrino, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação, a fim de manter a homeostase. A homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente para o equilíbrio do corpo, por isso faz-se necessário compreender a interação do sistema nervoso-endócrino; incluindo os mecanismos de comunicação celular, potencial de ação, neurotransmissores, sinapse, ciclo sono-vigília; isto é, todo o funcionamento que mantém a homeostase. 1.3 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Objetivo geral: • Compreender o processo de homeostase Objetivos específicos: • Definir homeostase e identificar os fatores ambientais que a interferem; 4 • Correlacionar os sistemas endócrino e nervoso, caracterizando o eixo Hipotálamo- Hipófise-Adrenal (HHA); • Correlacionar o sistema nervoso na integração com o meio interno e externo; • Caracterizar os tipos de comunicação celular; • Discutir o estresse e a ritmicidade biológica com alteração do ciclo sono-vigília; • Discutir potencial de ação, sinapse e neurotransmissores; • Conceituar hormônio e explicar os tipos de receptores e seus mecanismos de ação; • Discutir o impacto do excesso de trabalho na saúde do indivíduo considerando sua integralidade. 1.4 RESPOSTAS E DISCUSSÕES 1 – Definir homeostase e identificar os fatores ambientais que a interferem Os organismos que vivem em hábitats que estão em constate mudança lidam com a variabilidade externa, mantendo o meio interno relativamente estável/constante, uma habilidade conhecida como homeostase. O conceito de meio interno relativamente estável é atribuído ao médico francês Claude Bernard, em meados de 1800, quando durante os seus estudos em medicina experimental, ele percebeu a estabilidade das diversas funções fisiológicas, como a temperatura corporal, a frequência cardíaca e a pressão arterial. Um fisiologista norte-americano, chamado Walter B. Cannon, propôs uma lista de variáveis que estão sobre o controle homeostático em fatores ambientais que afetam as células (osmolaridade, temperatura, salinidade e pH) e “substâncias para as necessidades celulares” (nutrientes, água, sódio, cálcio, outros íons inorgânicos, oxigênio, bem como “secreções internas com efeitos gerais e contínuos-hormônios e outras substâncias que as células utilizam para se comunicarem”). Canon também criou o termo homeostasia para descrever a regulação do meio interno do corpo. Sendo o prefixo homeo- (significando o mesmo ou similar), em vez do prefixo homo- (significando o mesmo, idêntico), porque o meio interno é mantido dentro de uma faixa ou intervalo de valores, e não em um valor exato ou fixo. Ele também indicou que o prefixo –stase nessa situação indica condição, e não um estado estático e que não sofre mudanças. Assim, a homeostasia de Cannon é um estado de manutenção de “uma condição similar”, de modo semelhante ao meio interno relativamente constante de Claude Bernard. 5 Alguns fisiologistas afirmam que a interpretação literal de -stase na palavra homeostasia implica um estado estático e imutável. Eles argumentam que, em vez de homeostasia, deveria ser utilizada a palavra homeodinâmica para refletir as pequenas mudanças que estão ocorrendo constantemente no nosso meio interno. O termo dinâmico indica que as substâncias estão constantemente se movendo de um lado para o outro entre os dois compartimentos. Em um estado de estabilidade não há movimento efetivo (líquido) de substâncias entre os compartimentos. Entretanto, essa estabilidade não é o mesmo que equilíbrio. Independente da definição é importante lembrar que o corpo monitora seu estado interno e toma medidas para corrigir perturbações que ameacem a sua função normal. Se o corpo não consegue manter a homeostasia, então a função normal é interrompida e um estado de doença pode desenvolver- se. Para os seres vivos, o objetivo da homeostasia é manter um estado de estabilidade dinâmica entre os compartimentos do corpo, e não tornar os compartimentos iguais. 2- Correlacionar os sistemas endócrino e nervoso, caracterizando o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) A atividade do eixo HHA é governada pela secreção de corticotrofina (CRH) e vasopressina (AVP) pelo hipotálamo, os quais, por sua vez, ativam a secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) pela hipófise, que finalmente estimula a secreção de glicocorticoides, sintetizados pela zona fasciculada, pelo córtex adrenal. Em situações normais, o cortisol irá exercer efeito inibitório no ACTH e CRH (feedback negativo). Os glicocorticóides, então, interagem com seus receptores em múltiplos tecidos-alvo, incluindo o eixo HHA, onde são responsáveis pela inibição negativa por feedback da secreção do ACTH pela hipófise e do CRH a partir do hipotálamo. Embora os glicocorticóides regulem a função de quase todos os tecidos do corpo, o efeito fisiológico mais conhecido desses hormônios é a regulação do metabolismo energético. 6 Vários fatores regulam a atividade do eixo HHA, dentre eles situações de estresse, entre outras condições fisiológicas ou ambientais. Figura 1 – Esquema do eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA) descrevendo a regulação e o feedback negativo do cortisol 3- Correlacionar o sistema nervoso na integração com o meio interno e externo O sistema nervoso é basicamente composto de células especializadas, cujafunção é receber os estímulos sensoriais e transmiti-los para os órgãos efetores, tanto musculares quanto glandulares. Os estímulos sensoriais que se originam no exterior ou no interior do corpo são correlacionadas dentro do sistema nervoso e os impulsos eferentes são coordenados, de modo que os órgãos efetores atuam harmoniosamente, em conjunto para o bem estar do indivíduo. Dentre as principais funções do sistema nervoso, destaca-se à sensorial (recebimento de informações do meio externo e interno), cognitiva (memória e aprendizado) e motora (ordenar ações e respostas). O sistema sensorial é um conjunto de órgãos dotados de células especiais chamadas de receptores. Através dos receptores, o indivíduo capta estímulos e informações do ambiente que o cerca e do seu próprio corpo. Os estímulos são transmitidos na forma de impulsos elétricos até o sistema nervoso central. Por sua vez, o sistema nervoso central processa as informações, traduzindo-as em sensações e gerando respostas. Do ponto de vista anatômico, pode-se dividir o sistema nervoso em duas grandes partes: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. O primeiro reúne as estruturas situadas dentro do crânio (encéfalo) e da coluna vertebral (medula espinha), enquanto o segundo reúne as estruturas distribuídas pelo organismo (nervos, plexos e gânglios periféricos – conjunto de corpos de neurônios fora do sistema nervoso central). Já no ponto de vista funcional, o sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso somático e sistema nervoso visceral, de modo 7 que o primeiro está relacionado com as funções submetidas a comandos conscientes, como a musculatura esquelética e a pele. Já o visceral está relacionado com a inervação inconsciente de, por exemplo, músculo cardíaco e glândulas. Figura 2 – Esquema das divisões do Sistema Nervoso e as ramificações originadas do encéfalo Uma ramificação do sistema nervoso autônomo, permite conceituar dois sistemas com diferentes funções. Dessa forma, o nervoso autônomo simpático prepara o corpo para respostas de lutar ou fugir por meio da liberação de neurotransmissores como a adrenalina e noradrenalina. É responsável, por exemplo, pelo aumento da pressão arterial e da potência do músculo cardíaco. Assim, o fluxo sanguíneo aumento para os músculos esqueléticos e ocorre a inibição das funções digestivas. Em contrapartida, o sistema nervoso autônomo parassimpático prepara o corpo, de uma maneira geral, para o repouso e digestão acomodando o corpo para manter e conservar energia metabólico: diminui o trabalho cardíaco, a respiração e a pressão sanguínea. 4- Caracterizar os tipos de comunicação celular Comunicação por Contato direto: As junções comunicantes permitem a passagem direta de moléculas pequenas entre as células tais como os eletrólitos e os 2º mensageiros. 8 Moléculas de aderência => São glicoproteínas transmembrana que pertencem a cinco grandes famílias: 1- Integrinas 2- Caderinas 3- Selectinas 4- Imunoglobulinas 5- Moléculas ricas em leucina As moléculas de aderência celular desempenham papéis importantes tanto durante o desenvolvimento embrionário quanto nos fenômenos de reparação tecidual e combates a invasões tumorais na vida adulta. Comunicação por Moléculas de sinalização: As moléculas de sinalização de origem celular podem pertencer a várias famílias de substâncias bioquímicas e atuarão como mensageiras entre duas células mais ou menos distantes entre si. *Comunicação endócrina – Torna possível a ligação de células distantes através de sinais químicos. As moléculas sinalizadoras são os hormônios. Atingem a célula alvo através da circulação sanguínea. *Comunicação parácrina – Comunicação entre células vizinhas que não utiliza a circulação. Ex: células endoteliais-musculatura lisa vascular, onde o óxido nítrico atua como modulador do tônus. *Comunicação neurócrina – Semelhantemente à parácrina, essa comunicação ocorre entre células próximas. A diferença existe no tipo de ligação, tendo em vista que a comunicação neurócrina somente liga uma célula nervosa a outra, ou a uma célula muscular. O mecanismo básico é a sinapse (neuro-neuronal ou neuro-muscular). *Comunicação autócrina – Ocorre quando o sinal age sobre a célula que o emitiu. Muito utilizado com a intenção de amplificar sinais, como a retroalimentação positiva. Pode também atuar na retroalimentação negativa, inibindo sua própria síntese. Vale ressaltar, que há necessidade de que a célula que produz a substância, também possua receptor para a mesma. *Comunicação intrácrina – Forma especializada de comunicação autócrina. Visa atuação dentro da própria célula, não chegando a haver exteriorização do sinal. Faz-se necessário um receptor intracelular. *Comunicação justácrina – As moléculas sinalizadoras participantes possuem baixo peso molecular, além das moléculas de aderência. A proximidade no contato entre moléculas de aderência vizinhas na superfície celular, possibilita a transmissão. 9 5- Discutir o estresse e a ritmicidade biológica com alteração do ciclo sono-vigília O ciclo sono-vigília é um ritmo circadiano, isto é, em condições naturais este ritmo apresenta sincronização com fatores ambientais e oscila com um período de 24 horas. A alternância do dia-noite (claro-escuro), os horários escolares, os horários de trabalho, horários de lazer, as atividades familiares, todos são fatores exógenos que sincronizam o ciclo sono- vigília. Além dessa sincronização ambiental, o ciclo sono-vigília é gerado e regulado endogenamente por uma estrutura neural localizada no hipotálamo que é o núcleo supraquiasmático (NSQ), considerado o relógio biológico para os mamíferos. Há uma relação temporal entre o ciclo sono-vigília e outros ritmos biológicos no próprio organismo como, por exemplo, a melatonina, o hormônio de crescimento, o cortisol, e outros. Esta relação de fase entre os ritmos endógenos é conhecida como ordem temporal interna. Três subdivisões hipotalâmicas são importantes no ciclo sono-vigília: o hipotálamo anterior (núcleos gabaérgicos e núcleos supraquiasmáticos), o hipotálamo posterior (núcleo túbero-mamilar histaminérgico) e o hipotálamo lateral (sistema hipocretinas). A maior parte do sono noturno é do tipo de ondas lentas (NREM); esse é o tipo de sono profundo, repousante, que a pessoa tem durante a primeira hora de sono, após ter sido mantida acordada por muitas horas. Os episódios de sono REM ocorrem periodicamente durante esse sono e representam cerca de 25% do tempo total de sono de adulto jovem; geralmente, ocorrem, a intervalos de 90 minutos. Esse tipo de sono não é repousante e, em geral, está associado ao sonhar. O SONO DE ONDAS LENTAS (NREM) Esse sono é extremamente repousante e está associado à redução do tônus vascular periférico e, também, de muitas outras funções vegetativas corporais. Além disso, ocorre diminuição de 10 a 30% da pressão arterial, da frequência respiratória e do metabolismo basal. Embora o sono de ondas lentas seja, muitas vezes, chamado de "sono sem sonhos", nele ocorrem sonhos e chega a ocorrer pesadelos. Contudo, a diferença entre os sonhos que ocorrem no sono de ondas lentas e no sono REM é que os sonhos do sono REM são lembrados, ao passo que, em geral, os do sono de ondas lentas não o são. Isto é, durante o sono de ondas lentas, o processo da consolidação dos sonhos na memória não acontece. SONO REM Em noite normal de sono, surtos de sono REM, cada um durando de 5 a 30 minutos, ocorre, em média, a cada 90 minutos, com o primeiro deles acontecendo dentro de 80 a 100 10 minutos após o adormecer. Quandoa pessoa está extremamente sonolenta, a duração de cada surto de sono "REM fica muito curta, podendo, até mesmo, não ocorrer. Por outro lado, à medida que a pessoa fica mais descansada, no correr da noite, a duração dos surtos de sono REM aumenta muito. Em geral, está associado ao sonhar ativo. As freqüências cardíaca e respiratória ficam irregulares, o que é característico do estado de sonhar. Durante o sono REM, o encéfalo está muito ativo, e o metabolismo global encefálico pode aumentar por até 20%. Também, o eletroencefalograma registra padrão de ondas cerebrais semelhante ao que é registrado na vigília. Por isso, esse tipo de sono foi chamado de sono paradoxal, porque é um paradoxo que a pessoa esteja dormindo, apesar de sua intensa atividade cerebral. Em resumo, o sono REM é um tipo de sono em que o cérebro está muito ativo. Contudo, a atividade cerebral não é canalizada na direção apropriada para que a pessoa possa tomar conhecimento do que a cerca e, por conseguinte, ficar acordada. 6- Discutir potencial de ação, sinapse e neurotransmissores Potencial de ação Na face interna da membrana plasmática das fibras nervosas existe um potencial elétrico chamado potencial de membrana, que é possibilitado pela a diferença de concentração dos íons no meio interno e externo da célula. Durante o repouso as células nervosas têm o interior carregado negativamente em comparação ao meio extracelular, (o que é chamado de potencial de repouso) graças à presença de íons que não conseguem atravessar a membrana celular. Outra característica importante é concentração de potássio, que é maior no meio intracelular, e a concentração de sódio, que é maior no meio extracelular. Tanto o sódio quanto o potássio são cátions. Quando o potencial de membrana é invertido, é gerado um impulso elétrico. Tal inversão chamada potencial de ação acontece nas células excitáveis, como neurônios, músculos e células secretoras em três etapas: despolarização, repolarização e hiperpolarização. Quando a célula nervosa recebe um estímulo, seus canais de sódio abrem-se e por difusão ocorre a entrada de íons de sódio na célula. Contudo, a mudança do potencial de membrana é inicialmente lenta, já que os canais de sódio que foram ativados são ligantes dependentes. Quando o valor limiar do potencial de membrana é atingido, canais de sódio voltagem dependentes são abertos e há a inversão abrupta do potencial de membrana (despolarização), uma vez que grande quantidade de sódio passa para o meio intracelular. O 11 intracelular fica mais positivo que o extra, o que também pode ser chamado de potencial de inversão. Por razões ainda desconhecidas ocorre uma onda de despolarização, ou seja, as regiões adjacentes a um ponto de despolarização também despolarizam, permitindo a propagação da corrente elétrica nos dois sentidos da fibra nervosa. Após a fase ascendente o potencial de membrana atinge se pico e os canais de sódio se fecham ao mesmo tempo em que se abrem os canais de voltagens dependente de potássio. Por difusão o potássio sai da célula para o meio extracelular tornando o meio intracelular novamente menos positivo, restaurando o potencial de repouso. Entretanto, os canais de potássio se fecham em uma voltagem mais negativa do que a do potencial de repouso, logo ocorre um fechamento tardio desses canais e a célula perde mais potássio do que o ideal (hiperpolarização). Em sequência esses canais também são fechados e célula precisa utilizar a bomba de sódio e potássio para atingir a concentração basal desses íons tanto no meio intracelular quanto no extracelular (repolarização). Enquanto a repolarição não estiver completa, não é possível que o neurônio faça um novo potencial de ação. Há dois períodos refratários: um entre a despolarização e a repolarização (absoluto) e o ouro durante a hiperpolazação (relativo). Figura 3: potencial de membrana durante o potencial de ação http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/images/a/a3/Impulsonervoso.jpg 12 Sinapse nervosa Sinapse nervosa é a passagem de impulsos nervosos de um neurônio para outro, e podem ser de dois tipos: químicas ou elétricas. Na sinapse química um neurônio se aproxima do outro sem se tocarem. O neurônio que passa a informação é chamado de neurônio pré-sináptico, o que recebe é o pós-sináptico, enquanto o espaço entre eles é a fenda sináptica. As sinapses química são unidirecionais, vão sempre do neurônio pré para o pós sináptico. As terminações dos neurônios são chamadas de botões terminais, nelas há vesículas simpáticas que armazenam neurotransmissores produzidos pelos neurônios. Quando o potencial de ação chega ao botão terminal, canais de cálcio voltagem dependentes vão se abrir e seguindo o gradiente de concentração, íons de cálcio entrarão na célula por difusão. Com a entrada de Ca, as vesículas são estimuladas a se deslocar até a membrana pré-sináptica e os neurotransmissores são liberados na fenda por exocitose. Na membrana pós sináptica há receptores específicos para cada neurotransmissor. Neurotransmissores Neurotransmissores são substancias químicas que na sinapse transmitem sinais de um neurônio para outro, podem ser excitatórios ou inibitórios. Os neurotransmissores excitatórios contribuem com a despolarização do neurônio pós sináptico, permitindo a entrada de cargas positivas, ativando-o consequentemente. São exemplos de neurotransmissores excitatórios: glutamato, noradrenalina, acetilcolina, dopatmina d1, serotonina 5ht4. Já os neurotransmissores inibitórios podem atuar aumentando o potencial de membrana negativo do neurônio pós sináptico com a entrada de 𝐶𝑙− e saída de potássio (hiperpolarização) ou bloqueando a produção de mensageiros. São exemplos de neurotransmissores inibitórios: endorfina, GABA, dopamina d2, serotonina 5ht1. 7- Conceituar hormônio e explicar os tipos de receptores e seus mecanismos de ação Hormônio: Substância química secretada para os líquidos corporais internos por uma célula ou um grupo de células, exercendo um efeito fisiológico de controle sobre outras células do corpo. Tipos de receptores: 13 Usualmente, cada receptor é específico para um único hormônio. Isso determina o tipo de hormônio que atuará sobre um tecido particular. Apesar disso ainda existe a forma de classificação quanto à localização desses receptores: • Dentro ou na superfície da membrana celular: Receptores de hormônios, sobretudo proteicos, peptídicos e/ou catecolamínicos; • Citoplasmáticos: Receptores de hormônios esteroides; • Nucleares: Receptores de hormônios metabólicos tireóideos (tiroxina e triiodotironina). • Mecanismos de ação: Há duas formas gerais de classificação, uma quanto ao local de ação e outra quanto a forma de realizar essa ação. 1. Quanto ao local de ação: • Mecanismo de ação local: Hormônios locais possuem seus receptores mais restritos a determinados órgãos e/ou tecidos do corpo, como é o caso da secretina. A secretina, embora seja liberada pela parede duodenal na corrente sanguínea, ela possui ação restrita ao pâncreas, mesmo passando por outros tecidos no caminho. Dessa forma ela é classificada como um hormônio local, visto que atua de forma específica sobre o pâncreas. • Mecanismo de ação geral: Os hormônios assim classificados possuem uma atividade sistêmica, ou seja, atuam em variados órgãos e/ou tecidos do corpo (principalmente por causa da vasta quantidade de receptores para esses hormônios espalhados em locais diferentes) conseguindo assim estimular ou inibir a maioria dos sistemas. Um exemplo é a epinefrina. 2. Quanto a forma de realização:• Mecanismo de Alteração da Permeabilidade da Membrana: Substâncias neurotransmissoras combinam-se com os receptores na membrana pós- sináptica. Isso faz com que abra ou feche canais de íons, alterando o potencial de membrana, a voltagem dos meios. Em alguns casos a resposta é inibitória, em outros excitatória. Um exemplo é a noraepinefrina. 14 • Mecanismos de Ativação ou Inativação de Enzimas: Quando um hormônio se fixa na porção de seu receptor de membrana, nesse mecanismo, ocorre uma protrusão para o exterior celular, produzindo alteração estrutural na própria célula receptora. Então, a partir dessa alteração estrutural ocorre, também, a ativação ou inativação de uma enzima na porção da molécula projetada para o interior. Isso é o que acontece, por exemplo, com o hormônio insulina. • Mecanismo de Segundo Mensageiro: Não é o próprio hormônio que institui diretamente as alterações intracelulares, quem faz isso é um segundo mensageiro. O hormônio só ativa um tipo único de receptor de membrana, e todo o resto do processo de mecanismo de ação hormonal fica por conta de um segundo mensageiro. Exemplos de segundos mensageiros: AMP cíclico (monofosfato cíclico de adenosina), GMP cíclico (monofosfato cíclico de guanosina) e íons Cálcio. Exemplo de hormônio que utiliza esse mecanismo: Adenocorticotropina (utiliza o AMP cíclico). • Mecanismo de Ativação de Genes: Um hormônio se fixa a um receptor intracelular. Após o hormônio entrar na célula e após certo período de tempo, novas proteínas aparecem na célula. Isso possibilita à célula a habilidade de controlar novas funções, ou de intensificar as que antes já existiam. Um exemplo de hormônio que utiliza esse mecanismo é o GH. 8- Discutir o impacto do excesso de trabalho na saúde do indivíduo considerando sua integralidade. Neste mundo globalizado cada vez mais se pode notar o sofrimento psíquico dos trabalhadores. A chegada do sistema capitalista trouxe mudanças no mundo do trabalho e este fato parece estar relacionado a uma exagerada carga de trabalho mental, urgência de tempo, excesso de responsabilidade, falta de apoio, cobranças internas, entre outros. Toda essa situação tem levado ao aparecimento do estresse nos trabalhadores. Selye em 1926 utilizou o termo estresse, para denominar aquele “conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para a adaptação”. O organismo, quando exposto a um esforço desencadeado por um estímulo percebido como ameaçador a homeostase, seja ele físico, químico, biológico ou psicossocial, 15 apresenta a tendência de responder de forma uniforme e inespecífica denominada síndrome geral de adaptação. (GUIMARÃES, 2000) O estresse se origina de duas fontes básicas: atividade física e mental ou atividade emocional. Os psicólogos utilizam dois termos distintos para distinguirem entre as formas positivas e negativas do estresse, mesmo que as duas sejam iguais bioquimicamente. O estresse é o chamado estresse positivo que acompanha a realização de um objetivo e sua satisfação, é o estresse de conseguir superar desafios e é considerado uma força benéfica que ajuda as pessoas a enfrentarem seus desafios. O que se considera prejudicial é o distresse. O estresse se transforma em distresse quando começamos a perceber uma perda de nosso sentimento de segurança e adequação. Falta de ânimo, desespero e desapontamento transformam o estresse em distresse (SNELL; BOHLANDER, 2009). A reação ao estresse é uma mobilização química coordenada de todo o corpo, visando atingir as exigências para enfrentar ou evitar uma situação de luta ou fuga. O sistema nervoso simpático ativa a secreção de hormônios a partir das glândulas endócrinas, que colocam o corpo em uma situação de guerra. Além disso, o desgaste emocional que as pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é um fator muito importante na determinação de transtornos relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedades patológicas, pânico, fobias, doenças psicossomáticas. A pessoa com esse tipo de estresse ocupacional não responde à demanda do trabalho e geralmente se encontra irritável e deprimida. Sendo assim, diminuir os problemas de saúde do trabalhador é sinônimo de aumento de produtividade na empresa. Com qualidade de vida no trabalho consequentemente haverá maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e familiar. Desta forma a incidência da Síndrome de Burnout poderá ser evitada. Muito confundida com o estresse comum, a Síndrome de Burnout é uma doença nova caracterizada pelo esgotamento físico e mental e cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. Quem sofre desta síndrome fica sob um nível de estresse absurdo, cansaço e mal estar generalizado, com sinais de esgotamento físico, emocional e psíquico que estão intimamente relacionadas à vida profissional. 16 Sendo assim, muitas empresas desenvolvem programas de controle do estresse visando ensinar seus colaboradores maneiras de minimizar os efeitos do estresse no trabalho. Tais como, a inclusão de instrução sobre técnicas de relaxamento, habilidades de adequação, capacidade de ouvir, métodos para lidar com pessoas de personalidade difícil, administração do tempo, assertividade. Estas técnicas são desenvolvidas para quebrar o padrão da tensão que acompanha situações de estresse e para ajudar a conseguir um maior controle de sua vida. As técnicas organizacionais como esclarecimento quanto à função do trabalho do colaborador, a correção de fatores físicos e a capacidade de lidar com fatores interpessoais não devem ser menosprezados no processo de treinamento dos colaboradores para lidarem com o estresse. Uma questão levantada sobre esta temática é: “Quais os aspectos que levam estes colaboradores a desenvolverem suas atividades com mais motivação? E a resposta a essa questão, sem dúvida alguma, se baseia em uma em uma melhor qualidade de vida. 1.5 CONCLUSÃO Em síntese, nosso organismo está em constante desequilíbrio devido as influências externas, e do meio interno e para garantir a homeostase, o nosso organismo conta com alguns recursos: o sistema nervoso e o sistema endócrino. O sistema nervoso informa que algo de errado está acontecendo no interior do corpo e produz uma resposta a determinado estímulo. O sistema endócrino, por sua vez, secreta mensageiros químicos. O estresse, entre outras causas são responsáveis pelo desequilíbrio no eixo Hipotálamo- Hipófise-Adrenal, podendo interferir até mesmo no ciclo de sono e vigília, além das alterações nos níveis de cortisol e de outras funções biológicas. Portanto, é preciso que o indivíduo saiba equilibrar a vida social e profissional, para que não haja uma rotina desgastante, um desgaste emocional, acarretando consequentemente problemas de saúde. O sono pode causar dois tipos de efeitos fisiológicos: primeiro, sobre o próprio sistema nervoso e, segundo, efeitos sobre as outras estruturas do corpo. A falta de sono certamente compromete o funcionamento do sistema nervoso central; a vigília prolongada está associada, muitas vezes, a disfunção mental progressiva e, ocasionalmente, a atividades comportamentais anormais do sistema nervoso. Por conseguinte, podemos admitir que o sono, de algum modo, ainda não conhecido, possa restaurar os níveis normais de atividade e, também, o "equilíbrio" 17 normal entre os diferentes componentes do sistema nervoso central, isto é, nosso organismo necessita estar sempre em homeostase. 1.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] GUYTON, A.C. Tratado de fisiologia médica 11 eds. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2006 [2] Silverthorn, Dee Unglaub, Ph.D. Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada 5º Ed. 2010 [3] JURUENA, Mario F; CLEARE, Anthony J; PARIANTE, Carmine M. O eixo hipotálamo- pituitária-adrenal, a função dos receptores de glicocorticóides e sua importância na depressão. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, p.189-201. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v26n3/a09v26n3>. [4] ALOÉ, Flávio; AZEVEDO, Alexandre P; HASAN, Rosa. Mecanismos do ciclo sono- vigília. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, p.33-9. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v27s1/24474 [5] MORAES DE ALMONDES, Katie ; FONTENELE DE ARAÚJO, John . Padrão do ciclo sono-vigília e sua relação com a ansiedade em estudantes universitários. 37-43 p. Estudos de Psicologia (Psicologia)- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, [S.l.], 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n1/17233.pdf> [] Acessos online: http://www.uff.br/WebQuest/pdf/comunicacao.html http://web.unifil.br/pergamum/vinculos/000006/00000697.pdf
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