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TRABALHO POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis – Graduação em Ciên-
cias Contábeis Disciplina: Contabilidade Socioambiental – 2018/Sem.1 - Profa.
Yara Cintra
ALUNO:
Jorge de Souza Pessoa Jr
TEMA DO TRABALHO:
Contabilidade Socioambiental
TÍTULO DO TRABALHO:
Os impactos sociais das cooperativas de catadores de materiais recicláveis que
contribuem para a Política Nacional de Resíduos Sólidos
QUESTÃO DE PESQUISA
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305/2010, refe-
renda uma nova abordagem para a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos
no território nacional. Além de tratar diretamente dos resíduos sólidos, enfatiza em
seu cerne a importância da relação entre as Cooperativas de Catadores de Materiais
Recicláveis e a política Nacional de Resíduos Sólidos, evidenciando o desenvolvimento
econômico sustentável desses grupos por meio da inclusão social e da preservação
ambiental.
Os Catadores, eventualmente, pessoas excluídas do convívio social devido
suas condições, encontram no lixo produzido pela sociedade seu sustento. Essa
categoria social é composta, em suma, por homens, mulheres e crianças, com baixa
escolaridade e baixo poder aquisitivo. Nesse contexto, concebe-se a política Nacional
de Resíduos Sólidos, que valoriza a inclusão social e o desenvolvimento econômico
desses indivíduos.
No âmbito legislativo, evidencia-se um olhar para todo o processo, buscando
minimizar a geração de resíduos, ao se utilizar novas tecnologias no aperfeiçoamento
da destinação final para os detritos, objetivando reduzir significativamente o montante
de materiais descartados por não disporem de utilidade. Como exemplo, destaca-se o
estabelecimento do fim dos “lixões” e demais formas de disposição final inadequadas,
prevista no artigo 54 da Lei 12.305/2010.
A Norma Constitucional utiliza-se de diretrizes e princípios básicos para orga-
nizar e implementar suas ações, salientando-se a gestão hierarquizada dos resíduos,
a responsabilidade compartilhada no manejo, a logística reversa, a disponibilização
de incentivos econômicos e a elaboração de planos de gerenciamento dos materiais
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(OKADA, 2011). Com a proibição da atividade dos Catadores nos chamados “lixões”
e aterros sanitários brasileiros, prevista no artigo 48º, inciso II por determinação da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, demandou-se um esforço maior das autoridades
no sentido de integrá-los à cadeia de reciclagem e de possibilitar a inclusão social
desses indivíduos por meio da cidadania, da geração de renda e emprego.
A instituição do PNRS visa, em seu texto legislativo, a previsão de melhores
condições e o fortalecimento de condições de trabalho para os Catadores. No entanto,
a partir da sua aplicabilidade, verificou-se indícios de perdas relevantes na fonte de
renda dessas pessoas. De acordo com os dados do Plano Nacional de Resíduos
Sólidos, coletados pelo Ministério do Meio Ambiente no ano de 2012, no país, há entre
400 e 600 mil catadores. Desse grupo, 40 a 60 mil catadores participam de alguma
organização coletiva, o que corresponde a apenas 10% da população total. Além disso,
a pesquisa estipulou que 60% das organizações coletivas e dos catadores estão nos
níveis mais baixos de eficiência. Compreende-se então uma necessidade de ações
voltadas especificamente para este setor social, a fim de que haja a inclusão dos
mesmos, a geração de trabalho e renda e o aumento da eficiência produtiva.
Nesse contexto, originam-se diversas organizações que atuam na profissionali-
zação dos Catadores, pretendendo contribuir para maior efetividade na integração e
produtividade desse grupo. Vide o caso da Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ITCP COPPE UFRJ. Instituída
no ano de 1995, a ITCP através do cooperativismo popular busca promover a geração
de trabalho e renda de grupos marginalizados da sociedade.
OBJETIVO
Este trabalho possui como objeto avaliar os efeitos da aplicação da política
pública referendada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, por meio da Lei nº
12.305/10, assim como suas consequências diretas no cotidiano das Cooperativas
de Catadores de Materiais Recicláveis, além das implicações sociais, econômicas,
ambientais, culturais, tecnológicas e de saúde pública para vida desses indivíduos.
Pretende-se afirmar que os benefícios da representatividade das Cooperativas
é relevante e abrange diversas áreas no que tange a PNRS.
JUSTIFICATIVA/ RELEVÂNCIA
Considera-se notável demonstrar os impactos positivos das Cooperativas de
Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis que, apesar de não muito populares,
são reconhecidas como polos de atividade profissional pelo Ministério do Trabalho e
Emprego desde 2002.
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MÉTODOS
A metodologia adotada para realização deste estudo consistiu em pesquisas
bibliográficas e documentais, além de observações e conversas. Recorreu-se a uma
abordagem qualitativa, descritiva e exploratória. Justifica-se como abordagem explo-
ratória levando em consideração a magnitude das consequências diretas do Plano
Nacional de Resíduos Sólidos para os catadores de materiais recicláveis, e que diante
da insuficiência de estudos que abordem a temática, apresenta também sua relevância.
O estudou baseou-se em parâmetros dos anos de 2016 e 2017.
COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E A LEGIS-
LAÇÃO BRASILEIRA
O Surgimento do cooperativismo pode ser visto não como uma alternativa aos
sistemas econômicos em crise, mas como uma opção de organização econômica
eficaz. (Nascimento, F.R., 2000). Nesse sentido, certos indivíduos, marginalizados sob
a alcunha de “catadores de lixo”, - constituídos na sua grande maioria por moradores
de rua que ganhavam baixíssima remuneração na venda do pouco material que con-
seguiam coletar - perceberam que, ao se unirem, conseguiriam um maior montante
de produtos a ser comercializado, o que poderia gerar benefícios coletivos como o
aumento no valor arrecadado. Este seria um dos resultados práticos obtidos com a
existência das cooperativas. Em síntese, podem-se destacar algumas das principais
características das cooperativas, cabendo salientar importante distinção: cooperativas
são espécie do gênero organizações, que agregam ainda as associações, outro modelo.
(Singer, 2002).
Cabe denotar ainda que, na esfera jurídica, as cooperativas são sociedades
simples, independentemente do objeto social. (Iacomini e Rocha 2009). Ao se ana-
lisar este tipo de sociedade, compreende-se que estas, embora tenham finalidade
econômica, não visam ao lucro – mesmo que este acabe sendo obtido como fruto do
desenvolvimento de sua atividade. O lucro gerado deve obrigatoriamente ser reutilizado
para o desenvolvimento das atividades da cooperativa. Ademais, as cooperativas são
estabelecidas de modo solidário, sendo que todos os associados devem participar
de forma igualitária e livre, sendo inclusive obrigatória sua participação em todas as
assembleias da cooperativa (Piccinini, 2004).
Os modelos atuais de cooperativas disseminaram-se no país a partir da década
de 1990, estabelecendo uma relação de parceria com as prefeituras municipais, por
meio da cessão de galpões de triagem, equipamentos e veículos de coleta (Ribeiro
e Besen, 2007) e, em contrapartida, os cooperados oferecem sua força de trabalho,
organizados sob a forma de cooperativas. Remetendo-se ao ordenamento jurídico
brasileiro, observa-se nítido incentivo à formação de cooperativas e associações. No
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artigo 5 da Constituição Federal (Brasil, 1988), inciso XVII, há licença para sua for-
mação sem a necessidade de ser autorizada, desde que obedeça aos regulamentos
de legislação específica. O tratamento diferencial dado às cooperativas em termos
tributários e o apoio dado pela legislação a este tipo de associação deve ser destacado.
Além disso, aelaboração da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, criada pela lei
12.305/2010 e regulamentada pelo Decreto Federal 7.404/2010 confere à União e aos
Municípios a responsabilidade pela integração das cooperativas de catadores de baixa
renda à coleta seletiva pública, além de conferir responsabilidade ao poder público pela
melhoria das condições de trabalho dos cooperados (inciso III, Decreto 7.404/2010).
Por fim, evidencia-se a Lei Federal 5.764/71, que estabelece a legislação do
cooperativismo, realçando o incentivo estatal fiscal claro a essas organizações e, no
capítulo específico dos associados, a possibilidade de existência de vínculo empregatí-
cio. Essa possibilidade contraria o modelo cooperativista clássico; a regra é que todos
os cooperados sejam vistos como associados, e sendo assim, tenham direito a voto
nas assembleias, decidindo conjuntamente todos os caminhos a serem seguidos pela
cooperativa. Por sua vez, o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 982, destaca que toda
cooperativa, independentemente de seu objeto social, terá a nomeação de sociedade
simples, opondo-se ao conceito de sociedade empresária, esta sempre voltada ao
desenvolvimento de atividade econômica.
• ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁ-
VEIS
A atuação dos catadores de materiais recicláveis, por meio do cooperativismo,
segundo o economista Márcio Magera, carrega consigo a importância cooperativas
como alternativas de dupla relevância. Primeiro, a relevância ambiental, no reconhe-
cimento da importância da contribuição do trabalho do catador para minimizar os
impactos ambientais provocados pelo crescente descarte de objetos de consumo. Atu-
almente se reconhece a contribuição ambiental do trabalho do catador, sem o qual a
situação dos lixões e depósitos de dejetos seria ainda pior do que é. A segunda relevân-
cia da organização do trabalho cooperado pode ser vista no caráter socioeconômico
das estruturas de trabalho coletivo como alternativa de inclusão produtiva de parcela
social tradicionalmente marginalizada e estigmatizada. Magera destaca que a organi-
zação em associações ou cooperativas deve, necessariamente, ser acompanhada de
processos integrados de transformação cultural, social e política dos seus membros
(Magera, 2005).
O período entre 2001 e 2010 representou um marco para as reivindicações do
movimento social pela inclusão social dos catadores, representado pelo Movimento
Nacional Catadores de Materiais Recicláveis – em parceria com o Fórum Nacional Lixo
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e Cidadania –, cujo processo culminou na publicação da PNRS. A legislação comporta
significativas conquistas do movimento social dos catadores, pois normatiza uma série
de conquistas trabalhistas do catador de material reciclável. Além disso, a PNRS vem
se afirmando como ponto catalisador entre a indústria da reciclagem e a inclusão
socioeconômica das cooperativas. Nesta condição, a lei e os respectivos instrumentos
de aplicação imprimem possibilidades inovadoras à inclusão produtiva da categoria
ocupacional de catador e diminuição das condições extremas de vulnerabilidade social
a que está submetida.
São diversas experiências bem-sucedidas e malsucedidas de cooperativas. As
variações encontram-se nas territorialidades dos empreendimentos, cujas singularida-
des demonstram a diversidade interna do universo das cooperativas e associações
ligadas à indústria da reciclagem. Há cooperativas que enfrentam imensas dificuldades,
tanto interna como externamente, e estão conseguindo se efetivar como alternativa
de inclusão produtiva do grupo de catadores. Há estruturas coletivas que sobrevivem
à custa de apoios de cunhos assistencialistas e inibem o deslanchar de processos
de autonomia dos indivíduos. Há, ainda, grupos que sobrevivem sob completa de-
pendência de entidades da sociedade civil e/ou de grupos econômicos. A indução ao
cooperativismo apresenta-se como parte do corpo de políticas públicas de inclusão
social do governo federal, com estrutura institucional encabeçada pelo Comitê Intermi-
nisterial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e
Recicláveis (Ciisc), integrado por um conjunto de ministérios e secretarias executivas,
como a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes). Definido por decreto, o
Ciisc se interliga com amplo leque de parcerias de empresas públicas e de agências
financeiras. A secretaria executiva do comitê integra os programas de governo Brasil
sem Miséria, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, mais recentemente, o
Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho (Pronacoop). Em síntese,
o Ciisc apresenta-se na forma de um grande fórum de indução ao cooperativismo e de
mediação dos conflitos de interesses sociais envolvidos no tema. Desse modo, grande
parte dos equipamentos existentes nos galpões de reciclagem foram, em grande parte,
financiadas por projetos inscritos nesse arranjo institucional voltado para a indução de
microempreendimentos de coleta e triagem de material reciclável. Acrescenta-se, ainda
no campo governamental, o papel do Ipea na elaboração de estudos e diagnósticos
sobre a temática (Ipea, 2013).
No leque de apoios técnico-científicos dedicados às cooperativas populares,
cabe o realce à implantação em diversos centros universitários de projetos de Incu-
badoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs). Dentro da vasta gama de
práticas prevalece o entendimento comum de que os apoios financeiros, técnicos e
administrativos às cooperativas devem, necessariamente, estar associados a ações
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de promoção à dignificação e à formalização do trabalho de catador. Não se pode,
por fim, deixar de mencionar a presença de agências internacionais de financiamento,
como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), bem como de entidades
internacionais, como a Fundação Avina, em projetos de fomento do cooperativismo
com inclusão produtiva dos seus sujeitos, aparentemente exitosos.
A política pública de indução ao cooperativismo dos catadores, empreendida
pelo governo federal, sustenta-se sobre dois pilares programáticos: a inclusão social
produtiva das cooperativas e o atendimento às demandas da indústria da reciclagem.
Nestas bases programáticas, a PNRS representa uma referência para os catadores,
trazendo novos elementos desafiadores para a profissionalização da categoria ocu-
pacional dos catadores, os quais se configuram como processos de mudança social
da condição de alvos do assistencialismo para a condição de sujeitos microempreen-
dedores coletivos e autogestionários. Para tanto, as políticas públicas de estímulo a
cooperativas não podem ser formuladas dissociadas do conhecimento profundo das de-
mandas de acumulação do capital na cadeia produtiva da reciclagem. A coleta seletiva
e a triagem dos materiais consistem na porta de entrada de várias cadeias produtivas
da reciclagem, vindo a ser os únicos trabalhos de força braçal no interior de processos
industriais detentores de vultosos recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento
(P&D) para impulsionar a inovação em equipamentos tecnológicos. Nessa etapa inicial,
a tecnologia instalada está restrita a veículos de coleta e instrumentos de triagem e
preparação para a comercialização dos materiais. Aumentar a capacidade de agrega-
ção de valor na comercialização dos materiais é uma das principais reivindicações do
MNCR. Esta se traduz em um enorme desafio no contexto de um sistema de preços
dos materiais subordinados a grandes variações, segundo estabelecido pelas próprias
indústrias transformadoras; preços estes seguidos por sistemas de comercialização
marcadamente cartelizados. Sob tais condições, a capacidade de sustentação das
cooperativas depende diretamente de suportes educacional e tecnológico, operados
mediante projetos de desenvolvimento de empreendimentos solidários com tecnologia
social. A incubação do cooperativismo com apropriação e o acesso àstecnologias
sociais referidas às cadeias produtivas da reciclagem de resíduos sólidos domésticos
correspondem a projetos de intervenção que preconizam o empreendedorismo social.
Com efeito, as práticas sociais exitosas de organização do cooperativismo auto-
gestionário de catadores de materiais recicláveis combinam a afirmação da identidade
dos cooperados e do pertencimento ao coletivo com tecnologia social e viabilidade
econômica. Assim, as alternativas de promoção socioeconômica, mediante programas
e ações integrados de capacitação e tecnologias próprias para a separação, limpeza,
prensagem e acondicionamento dos resíduos, estão, indissociavelmente, intrínsecas
em processos integrados de transformação cultural, social e política dos cooperados,
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por meio de processos de resgate da cidadania e da autoestima.
A reciclagem torna-se cada vez mais indispensável em uma sociedade altamente
consumista e que produz toneladas de lixo e acaba por degradar o meio ambiente,
de onde extrai tudo o que necessita para sobreviver. Incluem-se neste quadro as
profundas transformações no mercado de trabalho, atreladas à revolução tecnológica e
ao declínio da empregabilidade formal; como consequência, o surgimento de novas
alternativas de organização social do trabalho. Este cenário reforça a relevância da
categoria ocupacional do catador de material reciclável e, por sua vez, a essencialidade
da capacitação voltada para a apropriação tecnológica e para o cooperativismo, como
mecanismo de fomento à inclusão social.
A incorporação das cooperativas e dos sujeitos sociais a quem são destinados
programas, projetos e ações em favor da inclusão social é reconhecida por econo-
mistas do Banco Mundial (Kliksberg, 1993) como fator decisivo para a capacitação
de respostas sociais significativas a programas e políticas de inclusão social. Neste
sentido, a indução das políticas públicas de inclusão socioeconômica dos catadores
necessita ser pensada como processo de metamorfose social, o que equivale à supe-
ração das barreiras da exclusão social cristalizadas nas estruturas da vida cotidiana
pessoal, coletiva e de trabalho. A questão está em conhecer as peculiaridades de
cada elemento das cadeias estruturantes da exclusão e os caminhos que demarcam
uma identidade social específica da exclusão; necessariamente, a vivência da privação
aos direitos sociais como elemento da própria identidade. No campo das políticas
públicas, o desconhecimento dos elementos constituintes da identidade na privação
material e de direitos responde, de acordo com diversos economistas (Kliksberg, 1993),
por incorreções das políticas sociais, cujas consequências mais graves se revelam
na insuficiência das contrapartidas dos programas e políticas concernentes. Nesse
contexto compreende-se que os processos de incubação do cooperativismo popular de
reciclagem correspondem a processos sociais de médio a longo prazo, a depender das
características particulares dos grupos e dos territórios nos quais se realizam.
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010. QUE INSTITUI A POLITICA NACI-
ONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece a gestão integrada,
de maneira articulada à dimensão social, ambiental e econômica presente na admi-
nistração dos resíduos sólidos. A lei que institui a PNRS (Lei Federal no 12.305/2010)
reconhece o trabalho das cooperativas e das associações de catadores, e define que
elas sejam priorizadas na contratação para a execução dos serviços de limpeza urbana.
A implantação deste modelo acontece em um contexto em que as práticas municipais
de manejo dos resíduos sólidos estão sob domínio de interesses privados e em que o
controle social sobre a prestação deste serviço público é quase inexistente.
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Enquanto nos países europeus e nos Estados Unidos, utilizados como referência
para a elaboração das políticas de resíduos sólidos, o movimento ambiental, o setor
empresarial e o setor público são os principais atores identificados no debate acerca
da questão, no Brasil é preciso incluir também os catadores. Ao lado de setores histori-
camente envolvidos no debate, este movimento contribui para evidenciar interesses
antagônicos presentes na gestão deste serviço público.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos inaugura uma nova fase na gestão
dos materiais recicláveis. A legislação busca enfatizar elementos negligenciados em
políticas antecedentes como aspectos centrais, entre eles, o controle social, que
demanda a necessidade de transparência nos contratos de gestão do serviço; a coleta
seletiva; e a inclusão social e produtiva de catadores de materiais recicláveis. Como
forma de articular as questões econômicas, sociais e ambientais, a política define o
modelo de gestão integrada sob controle do Estado.
O modelo estatista serviu historicamente para estruturar relações burocráticas
de poder, com o objetivo de controlar os resíduos sólidos, a cadeia de serviços que
envolvem seu destino final e, em paralelo, as pessoas que produzem seu sustento
a partir da catação. Nesse panorama, quem toma as decisões e executa o serviço
de limpeza urbana é a prefeitura. Além disso, o sistema de coleta seletiva é instituci-
onalizado, o que pode vir acompanhado de medidas que proíbam e criminalizem a
atividade de catação. O papel definido para os catadores neste modelo geralmente os
limita à condição de triadores. Não realizam a coleta porta a porta, mas executam a
triagem dos dejetos materiais em galpões cedidos ou alugados pelo poder público. Os
catadores que se adaptam ao trabalho de acordo com o formato predeterminado por
gestores da prefeitura são incluídos, enquanto aqueles que optarem por permanecer
nas ruas são coibidos.
Nesse modelo, a participação dos catadores e da comunidade é limitada. Do
catador é tirada a possibilidade de atuar junto à conscientização ambiental da po-
pulação. As cooperativas, as associações e as organizações ambientalistas podem
ser consultadas e participar de algumas etapas da gestão, mas não possuem poder
para influenciar a sua elaboração e formalização. Observa-se assim a dissociação dos
aspectos sociais, culturais e ambientais. Este processo se constitui em obstáculo para
a efetivação de um modelo de gestão integrada de resíduos.
A PNRS, aprovada em 2010, possui a incumbência de reconfigurar as práticas
de gestão, à medida que introduz uma série de conceitos e obrigações a partir de uma
visão abrangente da questão dos resíduos. Antes tratado como descartável e inútil,
o resíduo agora figura oficialmente como potencial insumo para as diversas cadeias
produtivas. Enquanto nos modelos de gestão anteriores a esta legislação a principal
preocupação era com sua destinação, agora a abordagem do problema deve se iniciar
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pela não geração, passando pela redução, reaproveitamento, reciclagem, tratamento
e, por último, a destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos (Brasil, 2010,
art. 9o). Esta ordem de prioridade busca “tornar os rejeitos visíveis, pois eles revelam
os erros de projeto dos desenhos industriais. Aquilo que não pode ser reaproveitado,
reciclado ou compostado não deveria ter sido produzido pelas indústrias” (Connet,
2014).
Na perspectiva de enfrentar a problemática dos resíduos já em sua geração, a
política determina a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a
logística reversa e o princípio do poluidor-pagador, que obriga o fabricante a responder
por todo o ciclo de produção, incluindo o resíduo gerado pelo descarte da embalagem
ou do próprio produto. Do ponto de vista da participação da sociedade civil, destaca-se o
princípio “do direito da sociedade à informação e ao controle social” definido pela Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Brasil, 2010, art. 6, item X). Especificamente em relação
à participação dos catadores de materiais recicláveis, ressalta-se “o reconhecimento
do resíduo sólido reutilizável e reciclávelcomo um bem econômico e de valor social,
gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania” (op. cit., art. 6, item VIII).
A gestão integrada, por sua vez, é definida como “conjunto de ações voltadas
para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa
do desenvolvimento sustentável” (Brasil, 2010, art. 3, item XI).
O enfoque sobre os resíduos demanda a reconfiguração dos modelos de gestão
e das tecnologias já utilizadas. Isto exige, entre outras medidas, o reconhecimento, fre-
quentemente negado, da importância de catadores e catadoras de materiais recicláveis
enquanto legítimos participantes dos sistemas de gestão integrada e logística reversa.
O reconhecimento do catador como um dos atores dos sistemas de gerencia-
mento integrado de resíduos sólidos, visualizado pelo texto da lei, é fruto de anos de
mobilização desta categoria de trabalhadores, que possibilitou a emergência do debate
público em relação aos temas lixo, cidadania, geração de trabalho e renda, e proteção
ambiental (MNCR, 2012). No entanto, é o formato da implementação da política que
determinará se estes sujeitos passarão a ocupar um lugar distinto da marginalização.
À medida que cooperativas e associações são contratadas para a prestação do
serviço de coleta seletiva, o trabalho da catação passa a assumir uma nova condição.
Em vez de funcionar apenas como um complemento dos sistemas de limpeza urbana,
conforme figuravam nos modelos anteriores, passam a ser a organização responsável
pela execução deste serviço público. Nesse formato, o Estado favorece a distribuição de
renda e a construção de uma nova lógica de funcionamento em que os conhecimentos,
a experiência e os interesses dos trabalhadores cooperados podem constituir uma
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se conseguirá a inclusão efetiva dos catadores nos processos que historicamente lhes
dizem respeito.
Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas
do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem
de resíduos de 20% em 2015.
• DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I - a prevenção e a precaução;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis
ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços
competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas
e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos
naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do
planeta;
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresa-
rial e demais segmentos da sociedade;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem
econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens
e serviços;
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IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como
forma de minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o
setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada
de resíduos sólidos;
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção
de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos
dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e
financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de
consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações
que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empre-
sarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos
resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
IMPACTOS
• AMBIENTAL
Sabe-se que a disposição inadequada do lixo pode ocasionar proliferação de
diversos organismos capazes de transmitir inúmeras doenças atribuídas ao lixo, uma
vez que os vetores utilizam os lixões como abrigo, alimento e local ideal para sua
reprodução. Nesse sentido, a disposição inadequada do lixo pode além de causar
danos à saúde da população, resultar em problemas ambientais, como produção de
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lixiviados/percolados, potencialmente tóxicos pela carga orgânica, nitrogênio e amônio
que apresentam (Bidone e Povinelli, 1999).
Salienta-se que os problemas decorrentes do depósito de resíduos sólidos são
a poluição do ar, contaminação do solo, das águas superficiais e dos lençóis freáticos;
riscos à saúde pública pela proliferação de diversos tipos de doenças; agravamento de
problemas socioeconômicos, presença de “catadores”; poluição visual da região; mau
odor além da desvalorização imobiliária (Tenório e Espinosa, 2004).
Ressalta-se ainda que que no Brasil a maior parte dos resíduos tem sua desti-
nação final para lixões ou aterros controlados, o que não evita a formação de gases
como (CO2, H2S e CH4) e ainda lixiviado/percolados (chorume misturado a água das
chuvas) que exigem tratamento adequado (Bidone e Povinelli, 1999).
Além disso, o problema do descarte inadequado do lixo tende a se agravar, visto
que o volume dos resíduos sólidos está crescendo de forma acelerada devido aos atuais
índices de consumo. O nível de intoxicação dos resíduos sólidos está aumentando com
o uso de produtos químicos, pesticidas e com o advento da energia atômica. Seus
problemas estão sendo ampliados pelo crescimento desordenado das populações
urbanas e pela carência de áreas livres para destinação a aterros sanitários.
Nesse sentido, problema do lixo é fortemente influenciado por fatores como:
“densidade populacional; grau de desenvolvimento econômico do local; hábitos de
consumo,principalmente alimentício; variações sazonais e condições sociais”(ILPES,
1998).
Nesse contexto, quanto maior o nível econômico da população, maior é o custo
de tratamento do lixo, pois enquanto na África o custo por tonelada é de U$ 40,00,
nos Estados Unidos este valor é de 12 ou 13 vezes maior e na Europa Ocidental é
20 vezes superior. O que demonstra que o crescimento desordenado da população,
aliado à melhoria do poder aquisitivo e ao desenvolvimento industrial do país, culmina
na produção de grandes volumes de resíduos sólidos (Silva, 2002).
Ademais, segundo estimativas do IBGE 2016, Aproximadamente 40% do lixo
urbano, no Brasil, pode ser reciclado, porém menos de 20% das cidades brasileiras
possuem sistemas de coleta seletiva. Fazendo com que grande parte desses resíduos
sejam descartados inadequadamente, sem tratamento, e, tampouco, reaproveitamento
dos resíduos sólidos, recicláveis, que são insumos essenciais para o funcionamento
das cooperativas de catadores de matérias recicláveis.
Tal descarte inadequado de resíduos sólidos pode acarretar graves problemas
ambientais como:
• Sujeira nas ruas
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• Obstrução da mobilidade urbana
• Contaminação do solo e dos lençóis freáticos
• Alagamentos e inundações em períodos de chuva
• Proliferação de endemias
• Aumento dos gastos públicos com limpeza urbana
• Ameaça a vida marinha
• Ameaça fauna e flora
• E até mesmo prejuízos ao turismo local
Desta forma, o Brasil precisa avançar rapidamente a caminho de uma solução
quanto a disposição final dos resíduos sólidos domésticos pois conforme constatado o
volume de resíduos gerados está aumentando rapidamente enquanto que a criação de
aterros de acordo com a legislação vigente ainda é muito lento.
• SOCIAL
Os catadores de matérias reutilizáveis e recicláveis desempenham papel funda-
mental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). De modo
geral, atuam nas atividades da coleta seletiva, triagem, classificação, processamento e
comercialização dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, contribuindo de forma significa-
tiva para a cadeia produtiva da reciclagem. A PNRS atribui destaque à importância dos
catadores na gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo como alguns de
seus princípios o “reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um
bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania”
e a “responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”.
• CULTURAL
É inerente ao ser humano o hábito de consumir e descartar muitos materiais
sem pensar em como eles poderiam ser reaproveitados ou como poderiam ganhar uma
nova roupagem, nova funcionalidade. Apesar da cultura da coleta seletiva e reciclagem
estarem cada vez mais presentes na sociedade, ainda é incipiente vislumbrar um futuro
alternativo para todo produto descartado.
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• TECNOLÓGICO
A temática da gestão de resíduos sólidos urbanos alinhada aos princípios de
sustentabilidade é um tema discutido com determinada frequência pela sociedade
moderna, muito em virtude da expansão econômica e as elevadas taxas de consumo
produzirem uma quantidade excessiva de resíduos. Nos países desenvolvidos, além
de medidas de incentivo para a prevenção e a redução da geração de resíduos sólidos,
o fomento às tecnologias de reaproveitamento, que transformam dejetos em matéria-
prima, como a reciclagem, e as tecnologias de tratamento, que focam na redução
da quantidade de material disposto inadequadamente, como a incineração, têm sido
utilizados com o objetivo de reduzir os impactos ambientais associados à disposição
inadequada e ao consumo de recursos não renováveis.
Desde a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tec-
nologias de gestão de resíduos sólidos municipais adotadas em países desenvolvidos,
a exemplo da incineração, o plasma e a pirólise, que começaram a ser oferecidas aos
gestores públicos brasileiros como solução sustentável para o problema do lixo. No
entanto, Alguns trabalhos recentes (Besen e Jacobi, 2011; Antunes Lima et al., 2013;
GRS/UFPE, 2013) acreditam que a transferência dessas tecnologias para a realidade
brasileira deve levar em consideração os aspectos econômicos, no intuito de assegurar
a sustentação financeira, ao lado da sustentabilidade ambiental. Devem se avaliar e,
se possível, mensurar os benefícios sociais, ambientais e econômicos, considerando
para cada alternativa tecnológica: custos de médio e longo prazo; possíveis economias
de recursos naturais; energia e outros insumos; capacidade de geração de trabalho e
renda; potencial de educação e desenvolvimento de uma cultura ambiental; diminuição
da emissão de gases de efeito estufa, entre outros.
Dentre diversos projetos envolvendo “Lixo” e tecnologia como a geração de
combustíveis e até eletricidade, pode-se abordar a Mosqueteira criada pra capturar e
reduzir Aedes Aegypti, pelo setor de Microbiologia da UFRJ.A ferramenta que serviria
para capturar os mosquitos e seus ovos, acabou sendo rejeitada pelo Ministério da
Saúde, com a justificativa de que o custo havia subido consideravelmente, com isso
umas das alternativas foi a utilização de garrafas pets para montar a mosqueteira. Tal
iniciativa popularizou e, posteriormente, foi se disponibilizado o material na internet
para uso geral da população.
• SAÚDE PÚBLICA
A gestão dos resíduos sólidos deve nortear-se pela eliminação de seus impactos
negativos no ambiente e na saúde da população. Para tanto, conta-se com um marco
legal, a partir da sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010,
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Brasil. Lei nº12.305 de 02 de Agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Diário Oficial da União 2010;3 ago.
Jacobi P, Besen GR. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da
sustentabilidade. Estudos Avançados2011;25(71):135-158.
World Health Organization (WHO). Population health and waste management:
scientific data and policy options. Report of a WHO workshop Rome, Italy, 29-30 March
2007. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe; 2007.
Gouveia N, Prado RR. Análise espacial dos riscos à saúde associados à incine-
ração de resíduos sólidos: avaliação preliminar. Rev Bras Epidemiol 2010;13(1):3-10.
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