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TRABALHO EXCLUDENTES DE ILICITUDE - PENAL II

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Direito Penal II 
TURMA DPU 0420K | 48­49 | Docente: Mariana Krause Corrêa 
UCS CAHOR 
 
Eduardo Pereira da Silva e Bruna Kerschner da Silva 
 
 
CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE 
­ JURISPRUDÊNCIAS  ­  
 
 
1. ESTADO DE NECESSIDADE 
1.1 DECISÃO QUE RECONHECEU O EN: 
Com base no Recurso de Apelação de número 70055554794 (CNJ:                   
0280106­04.2013.8.21.7000), do TJ/RS, temos como exemplo de decisão que                 
reconheceu o Estado de Necessidade a seguinte ementa: 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO QUALIFICADO (ART. 155, § 4º, I,                   
DO CP). 1. ABSOLVIÇÃO. ESTADO DE NECESSIDADE. ​Comprovada a                 
situação de miserabilidade do réu, que é morador de rua, e a                       
necessidade de garantir a própria sobrevivência, provendo abrigo               
contra as condições climáticas, resta caracterizada a hipótese do                 
estado de necessidade. A conduta do acusado ­ subtração de dois                     
cobertores e uma garrafa térmica ­, em pleno inverno, está amparada                     
no art. 24 do CP. Absolvição fundamentada no art. 386, VI, do CPP​. 2.                           
ABSOLVIÇÃO. INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA. Ainda que não caracterizada             
a hipótese do furto famélico, a autoria restou duvidosa, uma vez que o                         
conjunto probatório mostrou­se insuficiente para demonstrá­la com a certeza                 
necessária para embasar um juízo condenatório. A prova colhida após a                     
instauração do contraditório não derruiu a dúvida que favorece ao acusado no                       
processo penal. Não sendo possível a condenação com base apenas em                     
indícios e suposições, impõe­se a absolvição do acusado, com fundamento                   
no art. 386, VII, do CPP. ​APELAÇÃO PROVIDA​. (Apelação Crime Nº                     
70055554794, Sétima Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator:                   
Carlos Alberto Etcheverry, Julgado em 20/11/2014) 
 
Neste caso, segundo o relatório do inteiro teor,  
“(...) o denunciado MARCO AURÉLIO VIEIRA ​subtraiu, para si, coisa                   
alheia móvel​, consistente em dois cobertores e uma garrafa térmica, que                     
estavam no interior da residência da vítima Maria Gessi Pena Lencina; o                       
crime foi cometido com rompimento de obstáculo​, uma vez que foi                     
necessário o arrombamento de uma janela da casa para que o denunciado                       
adentrasse o local e furtasse os mencionados bens. (...)” 
 
 
 
Conforme dispõe o art. 24 do Código Penal: ​“Considera­se em estado de                       
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por                           
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo                         
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir­se”. 
Logo, seu estado de necessidade restou­se comprovado por ser necessário                   
para sobreviver, haja vista que o fato ocorreu no inverno e o réu é morador de rua,                                 
sendo o furto dos cobertores a alternativa encontrada para sobreviver. 
Eduardo Pereira da Silva. 
1.2 DECISÃO QUE NÃO RECONHECEU O EN: 
Com base no Recurso de Apelação de número 70068992692 (CNJ:                   
0109463­08.2016.8.21.7000), do TJ/RS, temos como exemplo de decisão que não                   
reconheceu o Estado de Necessidade a seguinte ementa: 
APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ART. 14 DA 
LEI Nº 10.826/03. MATERIALIDADE E AUTORIA EVIDENCIADAS. ESTADO 
DE NECESSIDADE. EXCLUDENTE NÃO CONFIGURADA. CONDENAÇÃO 
MANTIDA. 
1. A partir das provas produzidas nos autos, inexistiu dúvida de que o 
acusado portava arma de fogo em via pública, a confissão do réu encontrando 
respaldo nos ditos dos policiais militares que efetuaram a apreensão do 
armamento. 
2. ​O temor pela própria segurança não é causa suficiente a demonstrar 
a incidência da causa supralegal da inexigibilidade de conduta diversa 
e tampouco para o reconhecimento do estado de necessidade. ​De 
qualquer maneira, nos autos, as alegações não vieram provadas. 
Condenação mantida. 
APELAÇÃO NÃO PROVIDA. 
 
No caso exposto, o réu foi denunciado por porte ilegal de arma de fogo,                           
apreendida em operação de rotina da Polícia. 
Após devidamente sentenciado, inconformado interpôs recurso de apelação               
e, nas razões recursais, o réu alegou a incidência da excludente do estado de                           
necessidade, eis que havia adquirido o armamento para defender sua vida, eis que                         
seu irmão havia sido executado há cerca de 16 anos. 
 
Entendeu o Desembargador Julio Cesar Finger que: 
Ainda que fosse crível a alegação, a conduta não é a mais adequada. Deve o                             
cidadão buscar o amparo do Estado, caso queira garantir sua segurança,                     
sendo notório que o monopólio da violência é quebrado somente em                     
situações excepcionais, como nas do art. 23 CP. Não é, de qualquer maneira,                         
o caso dos autos. Ainda que se admitisse a exculpante, somente para                       
argumentar, tanto equivaleria ao afastamento da vigência da lei, o que não                       
pode ser admitido. Em razão desses argumentos, a condenação vai mantida. 
 
O Desembargador ainda referenciou a Apelação Crime Nº 70067689653,                 
Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rogerio Gesta Leal,                       
Julgado em 25/02/2016, que diz que: ​Eventual situação de perigo não autoriza o                         
indivíduo a possuir ilegalmente arma de fogo para defesa, sob pena de tornar                         
sem efeito o Estatuto do Desarmamento. A conduta que se quer reconhecer                       
inevitável deve ser a única esperada daquela pessoa determinada, em relação                     
à também determinada situação​. 
 
Eduardo Pereira da Silva. 
 
2. LEGÍTIMA DEFESA 
2.1 DECISÃO QUE RECONHECEU A LD: 
 
1.​ ​Número: ​ ​70070140629 ​ ​Inteiro Teor:​ ​doc​ ​html 
Órgão 
Julgador: ​Quarta 
Câmara Criminal 
Tipo de Processo: ​Apelação Crime 
Comarca de 
Origem: ​Comarca de 
Santa Rosa 
Tribunal: ​Tribunal de Justiça do RS  Seção: ​CRIME 
Classe CNJ: ​Apelação 
Assunto CNJ: ​Crimes 
do Sistema Nacional de 
Armas 
Relator: ​Mauro Evely Vieira de Borba  Decisão: ​Acórdão 
 
 
Ementa: ​APELAÇÃO­CRIME. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO                 
PERMITIDO. LEGÍTIMA DEFESA CONFIGURADA. ARTS. 23, II, E 25, AMBOS DO                     
CÓDIGO PENAL. ABSOLVIÇÃO. Na oportunidade em que o réu possuía a arma de                         
fogo, sua conduta estava albergada pela excludente de ilicitude da legítima defesa                     
própria (artigos 23, II, e 25, do Código Penal). Da leitura dos autos, verifica­se que o                               
acusado efetuou os disparos de arma de fogo quando a vítima estava prestes a lhe                             
atacar com um pedaço de madeira. Não se desconhece que a posse ilegal de arma                             
de fogo é crime permanente, contudo, o órgão acusatório não se desincumbiu do                         
ônus de provar que o réu possuía ilegalmente a arma em data anterior àquela em                             
que se encontrava em legítima defesa. Destarte, não configurando crime a conduta                       
de possuir arma na oportunidade que ficou demonstrada nos autos, a absolvição é                         
medidaque se impõe. ​APELAÇÃO DEFENSIVA PROVIDA​. (Apelação Crime Nº                   
70070140629, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mauro                     
Evely Vieira de Borba, Julgado em 04/08/2016) 
Data de Julgamento: ​04/08/2016     
 
 
Comentário:  
Tendo em vista a denuncia do Ministério Público, que relata os fatos, de que                           
em comunhão de esforços, o réu e sua esposa, teriam cometido homicídio                       
qualificado c/c posse ilegal de arma de fogo com numeração raspada. Na sentença                         
a magistrada entendeu que o denunciado agiu sob legítima defesa, absolvendo­o                     
sumariamente assim como a ré em relação ao homicídio qualificado. No entanto                       
quanto ao porte ilegal de arma, a sentença condenou Leandro a três anos de                           
reclusão. O réu apresentou recurso de apelação. Ao observar a decisão do recurso                         
cabe ressaltar que: o réu agiu em sua defesa e de Rosane (outra ré); a arma foi                                 
meio idôneo para sua proteção e de sua esposa. Sabe­se que o porte ilegal de arma                               
é crime, no entanto, tendo em vista as circunstâncias em que levaram o réu a utilizar                               
o artefato, e não sabendo a origem deste, a absolvição é a medida que pode ser                               
imposta e que foi o que o desembargador fez, apelação provida. Acredito ser a                           
 
decisão correta se tratando caso for de réu primário, e que a sua condita foi a de                                 
quem agiu em defesa de sua vida e de outrem. 
 
Bruna Kerschner da Silva 
 
2.2 DECISÃO QUE NÃO RECONHECEU A LD: 
 
1.​ ​Número:​ ​70068511575​ ​Inteiro Teor:​ ​doc​ ​html 
Órgão Julgador: ​Primeira 
Câmara Criminal 
Tipo de Processo: ​Recurso em Sentido Estrito 
Comarca de 
Origem: ​Comarca de 
Passo Fundo 
Tribunal: ​Tribunal de Justiça do RS  Seção: ​CRIME 
Classe CNJ: ​Recurso em Sentido Estrito 
Assunto CNJ: ​Homicídio 
Qualificado 
Relator: ​Jayme Weingartner Neto  Decisão: ​Acórdão 
 
Ementa: ​RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. CRIMES CONTRA A VIDA.               
HOMICÍDIO QUALIFICADO. PRELIMINAR AFASTADA. PROVA DA           
MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTES DE AUTORIA.           
INEXISTÊNCIA DE PROVA CABAL DAS TESES DE LEGÍTIMA DEFESA E                   
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA. QUALIFICADORAS MANTIDAS. 1.         
O princípio da identidade física do juiz é relativizado nos casos de férias,                       
convocação, licença, promoção ou de outros afastamentos legalmente               
autorizados que impõem a substituição por outro magistrado. Observa­se,                 
inclusive, que sequer foi explicitado tal princípio no novo CPC. Permanece,                     
entretanto, como princípio hermenêutico, a razoabilidade da relativização.               
Ademais, para que se reconheça a nulidade deve ser demonstrado, de forma                       
 
inequívoca, o prejuízo concreto decorrente da prolação da sentença por                   
magistrado diverso daquele que instruiu o processo, o que, no caso, não                       
ocorreu. 2. A existência do fato restou demonstrada e há suficientes indícios                       
de autoria. Nesta primeira fase processual, indaga­se da viabilidade                 
acusatória, a sinalizar que a decisão de pronúncia não é juízo de mérito, mas                           
de admissibilidade. No caso em tela, há indícios de que os réus, mediante                         
facadas, teriam tentado matar as vítimas. No cotejo da prova oral,                     
percebe­se que não há comprovação plena da tese de legítima defesa                     
(apresentada pelo réu Edson), bem como das teses de desistência voluntária                     
e ausência de animus necandi (apresentada por Deivid), o que torna inviável                       
o reconhecimento, ao menos nesta fase processual. 3. A qualificadora do                   
motivo torpe deve ser mantida. A prova oral colhida indica que o réu teria                           
cometido o crime em razão de a vítima estar se relacionando com novo                         
namorado, existindo elementos suficientes para manter a qualificadora. 4.                 
Quanto à qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima, também                       
deve ser mantida. Existem elementos apontando que os réus ingressaram na                     
residência das vítimas, pela porta dos fundos, inesperadamente, já portando                   
armas brancas. RECURSOS DESPROVIDOS. (Recurso em Sentido Estrito               
Nº 70068511575, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,                   
Relator: Jayme Weingartner Neto, Julgado em 10/08/2016) 
Data de Julgamento: ​10/08/2016     
 
Comentário: 
Relendo a denuncia do Ministério Público e conferindo o andamento                   
processual e seus acontecidos, percebe­se que os réus agirão em comunhão de                       
esforços, com a finalidade de matar as vítimas. Uma vez que se deslocaram de uma                             
cidade para outra por motivo torpe, qual seja, o fim de um relacionamento do qual                             
um réu não aceitava que a vítima se envolvesse com outro homem. Houve a                           
condenação no 1º grau destes, que apresentaram recurso de apelação. Em razões,                       
os réus alegam violação do princípio da identidade física do juiz, legítima defesa, e a                             
 
aplicação do princípio do ​in dubio ​ para o réu que ajudou na prática do crime. Se                           
tratando de processo crime, onde os réus atentaram contra a vida de três pessoas e                             
que o fato só não se consumou, porque as vítimas conseguiram fugir e ser                           
socorridas por terceiros. Não há como alegar legítima defesa, uma vez que as                         
vítimas foram pegas de surpresa, com os réus ingressando na residência pela porta                         
dos fundos, sendo que um dos réus portava consigo uma faca, querendo assim que                           
se presuma que existia uma finalidade. Ora, ninguém portaria uma faca sem um                         
bom motivo. Sendo assim, resta claro que existiam sim, motivos para o                       
desprovimento do recurso, restando clara que a prática não foi em legítima defesa. 
 
 
Bruna Kerschner da Silva 
 
3. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL 
Com base no Recurso de Apelação de número 70067839076 (CNJ:                   
0469285­83.2015.8.21.7000), do TJ/RS, interposto pelo Ministério Público, temos               
como exemplo de decisão que não reconheceu o Estrito Cumprimento do Dever                       
Legal a seguinte ementa: 
APELAÇÃO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. LEGÍTIMA DEFESA.         
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. ABSOLVIÇÃO           
SUMÁRIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DECISÃO ​A             
QUO​  MANTIDA. 
A absolvição sumária exige a demonstração da presença das                 
alegadas circunstâncias que excluem o crime ou isentem de pena                   
(art. 415, inciso IV, do CPP). Na hipótese, demonstrou­se a                   
existência do fato e a autoria do delito, restando a exame questão                       
atinente à presença das descriminantes que, reconhecidas pelo               
magistrado a ​quo​ , levaram à sumária absolvição dos acusados. As                   
provas dos autos permitem concluir que o ofendido, após assaltaruma empresa, roubou um automóvel de um cliente, empreendeu                 
fuga do local e, por força de uma perseguição policial, com trocas de                         
tiros, causou um acidente de trânsito, deixou o veículo que conduzia                     
e saiu em disparada, a pé, até que invadiu o pátio de uma casa e foi                               
 
alcançado pelos policiais, ora réus. Na sequência, foi determinado                 
que o mesmo se rendesse, mas como estava armado e preparado                     
para atirar contra os milicianos, houve a pronta ação destes, que                     
atiraram no ofendido, desarmaram­no, algemaram­no e chamaram             
pelo atendimento médico. Assim, vislumbra­se que os denunciados,               
em um primeiro momento, estavam agindo no estrito cumprimento de                   
um dever legal, em perseguição tática de suposto autor de crime de                       
roubo e quando o alcançaram, este, que empunhava uma arma de                     
fogo, ameaçou atirar, mas os réus, agindo em legítima defesa própria                     
e de terceiro, efetuaram primeiro os disparos, provocando a morte da                     
vítima. Está cabalmente demonstrado que a ação dos réus foi muito                     
rápida e justificada. Os disparos efetuados em direção à vítima se                     
legitimam em razão das peculiaridades da situação. A tese de                   
execução em nenhum aspecto encontra alicerce no feito. Não                 
haveria como se exigir dos agentes da lei conduta diversa. Não há                       
falar em excesso no uso dos meios necessários para repelir a                     
apontada injusta agressão praticada pelo ofendido. Em suma, está                 
comprovado que os denunciados agiram amparados pelas             
excludentes do estrito cumprimento do dever legal e da legítima                   
defesa. A manutenção da decisão recorrida que absolveu               
sumariamente os réus é medida que se impõe. Vencido o Des. Pitrez                       
que dava provimento ao apelo ministerial para pronunciar os réus                   
nos exatos termos da denúncia, submetendo­os a julgamento               
perante o Tribunal do Júri. 
RECURSO IMPROVIDO. POR MAIORIA.  
 
Consta no inteiro teor que, na ocasião, os policiais militares foram acionados                       
para atender ocorrência de roubo na Loja Costaneira, localizada na Avenida Hélvio                       
Basso. Chegando ao local, deparam­se com dois indivíduos, posteriormente                 
identificados como sendo a vítima fatal Anderson Luiz Pires Schiar, e Vantuir                       
Ferreira Pedroso, os quais empreendiam em fuga do local em um veículo, ocorrendo                         
disparos da guarnição visando cessar a fuga dos autores do roubo.  
A denúncia ainda apresenta o seguinte fato: “Então, com Anderson                   
imobilizado, um dos réus passou a dizer ao outro: “atira, não tem coragem deixa que                             
 
eu atiro”. Na sequência, os denunciados executaram o ofendido, efetuando os                     
disparos mortais, um no pescoço e outro no ombro direito. A vítima agonizou e                           
faleceu no local.” 
A denúncia argumentou que a prova carreada aos autos sugere, fortemente,                     
que Evandro e Márcio executaram Anderson, quando este já estava rendido, sem                       
oferecer resistência e que a prova não é absolutamente cristalina, capaz de                       
reconhecer as excludentes de ilicitude da legítima defesa e do invocado estrito                       
cumprimento do dever legal, requerendo o provimento do recurso de apelação. 
De fato, de acordo com o exposto no inteiro teor da emanta, têm­se a                           
presunção de que os policiais agiram na forma da lei, em estrito cumprimento do                           
dever legal, caracterizando a excludente da antijuridicidade. 
Neste caso, a turma, por maioria, entendeu que em suma está comprovado                       
que os denunciados agiram amparados pelas excludentes do estrito cumprimento do                     
dever legal e da legítima defesa, restando o recurso improvido. 
 
Eduardo Pereira da Silva 
 
 
___________________________________________________________________
_ 
 
Direito Penal II 
TURMA DPU 0420K | 48­49 | Docente: Mariana Krause Corrêa 
UCS CAHOR 
 
Eduardo Pereira da Silva e Bruna Kerschner da Silva 
 
 
Eduardo Pereira da Silva ­ Acadêmico de Direito 
eduardops.info@gmail.com​ / ​epsilva15@ucs.br 
 
Bruna Kerschner da Silva ­ Acadêmica de Direito 
bksilva@ucs.br

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